Revista ES Brasil 160 Retrospectiva 2018

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Nº 160 • Dezembro de 2018 • R$ 12,00 • esbrasil.com.br

APOIO INSTITUCIONAL




SUMÁRIO

CAPA

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Panorama Muitas foram as dificuldades enfrentadas pelo Brasil em 2018, com destaque para a greve dos caminhoneiros, que parou o país e provocou prejuízos ainda sentidos. O governo Temer perdeu a pouca credibilidade que lhe restava, e a classe política também foi preterida nas urnas. O índice de renovação no Congresso Nacional foi o maior após a redemocratização. Acompanhe ainda o que de mais importante aconteceu ao longo do ano nos diferentes setores produtivos.

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ATUALIDADE

Perspectivas 2019 Nos últimos quatro anos, o Brasil enfrentou uma recessão que resultou em mais de 14 milhões de desempregados, mas agora apresenta leves sinais de aquecimento, sob a onda de confiança no novo governo, que assume o comando da nação em 2019. No Espírito Santo, o ponto alto da crise parece ter chegado ao fim, entretanto alguns setores ainda se recuperam lentamente. O maior desafio do Estado será atrair investimentos. Confira as expectativas do mercado!

LAZER

Vai viajar?

POLÍTICA

Coxinhas X mortadelas As eleições 2018 foram marcadas por radicalismo e renovação. As mídias sociais se tornaram verdadeiros “campos de batalha”. ES Brasil ouviu especialistas para avaliar o movimento impulsionado pelo advento das fake news, o estrondoso crescimento de aplicativos como o WhatsApp, responsável por disseminar a maior parte das informações ainda sem controle, o país que se desenha a partir do resultado nas urnas e a posição do Espírito Santo nesse cenário.

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Agenda

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Família S/A

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Endereço da História

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Mindset

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Modus Vivendi

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O verão e as férias chegaram e com eles os roteiros de viagens. Mas nem sempre tudo sai da forma programada. E quando algo inesperado acontece, você sabe quais são seus direitos? Confira o que fazer em caso do atraso de um voo, necessidade de trocar uma passagem ou até mesmo de extravio da bagagem.

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ARTIGOS 39

A rilda Teixeira Brasil 2019: de dentro para fora, de fora para dentro

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A rlindo Vilaschi Retrocessos 2018

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D arlan Campos O Brasil que nasce nas urnas

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P ablo Lira Movimentos pendulares e a (i) mobilidade urbana

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A bel Fiorotti Avaliação e perspectivas



EDITORIAL

O

auge da crise passou, mas a lentidão da recuperação econômica ainda preocupa, embora a escolha do novo presidente tenha trazido um pouco de otimismo ao mercado, como sinalizaram os investidores internacionais. Com toda a torcida a favor, 2019 ainda é uma incógnita.

A estimativa de avanço do PIB nacional para o próximo ano está abaixo de 3%, e o crescimento do Espírito Santo, bastante impactado pela paralisação da Samarco, deve ser melhor apenas que o resultado de Alagoas, Sergipe e Pernambuco. O governador eleito Renato Casagrande e a bancada capixaba já assumem com o desafio de atrair recursos para o Estado. Especialistas em economia, finanças, política, sociologia e Direito traçam em reportagem especial, os rumos que podem ser tomados em 2019. Como já é tradição nos meses de dezembro, a ES Brasil traz neste número a edição especial “Retrospectiva”, com mais de 30 matérias com os principais fatos que marcaram os diferentes setores produtivos e os acontecimentos que influenciaram a vida da população capixaba. Ao longo de 2018, o país foi palco de momentos tristes e felizes, fáceis e difíceis, alegres e tensos. E em 2019 não será diferente, pois a vida é assim mesmo, de altos e baixos. O que podemos e devemos fazer é, primeiro, acreditar que somos capazes, ter força de vontade para mudar o que está errado e pensar globalmente. Pequenas atitudes no dia a dia, como a gentileza de parar no trânsito para o pedestre atravessar, costumam ser “contagiantes” e ajudar na construção de um mundo melhor. Nós, da ES Brasil, continuaremos sempre em busca da melhor notícia, da informação correta e das matérias propositivas que apontem para caminhos viáveis. Sim, somos otimistas, acreditamos e apostamos na força do Espírito Santo, um Estado que ainda tem muito a se desenvolver. Finalizamos mais um ano de muita batalha, mas também de grandes vitórias. Nosso agradecimento especial a Deus, por ter nos permitido passar por 2018, e a todos vocês que, de alguma forma, estiveram ao nosso lado. Gratidão a nossos leitores, às assessorias de imprensa, às fontes. Sem vocês, nada disso seria possível! Feliz 2019! Ainda mais próximo da ES Brasil. Mário Fernando Souza, diretor executivo da Next Editorial e editor executivo da ES Brasil

OPINIÃO DO LEITOR

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“Sou do Ceará e vim para Vila Velha passar as férias na casa de meu irmão, onde tive acesso à revista ES Brasil. A matéria sobre a força do campo foi o assunto do almoço. Na correria da cidade, na rotina de trabalho, acabamos nos esquecendo de o quanto essa gente está presente em nossas vidas, desde a hora em que acordamos até o fim do dia. E essa importância dos produtores rurais é para todo o Brasil. Parabéns à ES Brasil.”

“A matéria sobre os primeiros impactos das urnas na economia foi mais um dos conteúdos de ES Brasil que agregam conhecimento e auxiliam em decisões. E a Retrospectiva é sempre um importante documentário impresso sobre o ano que termina e um balizador de cenários possíveis para o que começa. A toda a equipe, desejo um 2019 de muita paz e informação privilegiada, como tradicionalmente temos visto.”

Maurício Nardoto, empresário

Daniela Rocha, corretora

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ES Brasil é uma publicação mensal da Next Editorial. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, apresentando conteúdos informativos e segmentados nas diversas vertentes empresariais.

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Diretor-executivo Mário Fernando Souza Diretora de Operações Julicéia Dornelas

EDITORIAL Editor Executivo: Mário Fernando Souza Coordenadora de conteúdo: Luciene Araújo Apoio de Redação: Mara Cimero Apoio de Produção: Bruna Schnerock Textos: Aline Pagotto, Daniel Hisrchmann, Fabricia Kirmse, Fernanda Neves, Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa, Karolyne Bertordo, Letícia Vieira, Lívia Albernaz, Lucas Schuína, Luiza Falqueto, Mike Figueiredo, Priscilla Cerqueira, Syria Luppi, Tais Hirschmann, Tiago Lourenço e Vinícius Nascimento Edição de Arte: Fábio Barbosa, Genison Kobe e Michel Sabarense Fotografia: Renato Cabrini, fotos cedidas e arquivos Next Editorial Colaboraram nesta edição: Abel Fiorot, Arilda Teixeira, Arlindo Vilaschi, Darlan Campos e Pablo Lira

PUBLICIDADE Executiva de Contas: Adelina Diniz e Sandra Costa Apoio comercial: Letícia Oliveira (27) 2123-6506 – publicidade@nxte.com.br

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PERSPECTIVAS 2019

FABRÍCIA KIRMSE

INTERESSES DO ESPÍRITO SANTO TERÃO DE SER MAIS BEM NEGOCIADOS

Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, que terá novo comando em 2019

BRASIL PRECISA EQUILIBRAR CONTAS PÚBLICAS E MELHORAR EFICIÊNCIA DE GESTÃO. MAIOR DESAFIO DO ESPÍRITO SANTO SERÁ ATRAIR INVESTIMENTOS 8

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A

economia brasileira enfrentou nos últimos três anos uma das mais fortes e duradouras recessões da nossa história. O período de pico da crise parece ter chegado ao fim, mas o que impressiona é a recuperação, de forma muito mais lenta do que em outras depressões brutais, como a de 1983 e a de 1992. Terminamos 2018 ainda quase 5% abaixo da nossa situação pré-turbulência. O fim da incerteza eleitoral deverá ser um impacto decisivo no direcionamento dos investimentos a partir de agora, mas ainda há grande desconfiança do mercado e pouco otimismo. O valor do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2016 foi 6,9% menor do que em 2014, porém já há um avanço de 1% em 2017. A estimativa da consultoria Tendências é que cresça 1,7% em 2018 e 2,9% em 2019. No entanto, esse movimento não deverá ser igual para todos os estados. Segundo a empresa, no Espírito Santo, por exemplo, o patamar ainda deverá ficar 6,9% abaixo do observado em 2014. A estimativa é que o PIB capixaba seja o quarto mais distante do nível pré-crise,

Jair Bolsonaro posa com o diploma de presidente da República

por conta do recorde de perdas no biênio 2015/2016, em grande parte devido aos efeitos da tragédia de Mariana (MG). O resultado aponta para ser melhor apenas que o de Alagoas (nível 8,4% menor), Sergipe (-7,8%) e Pernambuco (-7,5%). De acordo com levantamento da Tendências, todos os estados que irão apresentar uma recuperação mais rápida e expressiva estão nas regiões Norte e CentroOeste, impulsionados principalmente pelo agronegócio e pela mineração, além da forte exposição ao mercado externo. CENÁRIO POLÍTICO A economista e professora da Fucape Arilda Teixeira destaca que, diante do novo cenário político que está sendo desenhado, com um militar no poder, ainda não é possível prever os impactos das decisões do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). “Ele está montando a estrutura para governar. Por enquanto, está indo na direção certa. Mas o confronto dos momentos de decidir ainda não chegou, ou seja, a corda ainda não esticou. O futuro da economia d e p e n d e d o t ip o d e re for m a que e le vai conseguir aprovar e de como conduzirá a política econômica. Retórica nunca levou país a lugar algum. O que define são atitudes”, analisa. A especialista adverte que ainda não é possível fazer um prognóstico positivo em relação à economia nacional. “Faltam base para um crescimento sustentável e fôlego para competir. A qualificação de capital humano é insuficiente para dar ao país a produtividade necessária para alcançar a competitividade exigida para um crescimento sustentável e inserção externa”, pondera.

“O modelo que foi posto nas eleições dará continuidade ao modelo que endeusa o mercado como se ele fosse a única forma de tocar a economia” Arlindo Villaschi, professor de Economia da Ufes Para a professora, não há, por ora, infraestrutura suficiente que suporte um crescimento mais acirrado. “Nem investimento para reverter essa situação”, completa. PROJEÇÕES Arilda Teixeira aponta que as projeções para crescimento do PIB até 2023 são de taxas médias de 2,2% ao ano: “O volume de investimento em proporção ao PIB está em torno de 16,5% ao ano, e são necessários, pelo menos, 25%”. Para se ter ideia, a China investe quase 45% do seu Produto Interno Bruto; a Índia, quase 33%; México e Peru, em torno de 23%. Essas estatísticas explicam, por exemplo, a posição do Brasil no ranking do Índice de Competitividade Global de 2018, um score de 59,5 (0 a 100). Na China, o nível é de 72,6; na Índia, de 62; na Rússia, de 65,6; e na África do Sul, de 60,8. Já na América Latina vemos México com 64,6, Colômbia com 61,6, Chile com 70,3, Peru com 61,2, e Uruguai com 62,7. O Doing Business – relatório anual produzido pelo Banco Mundial – ratificou que o Brasil está na 125ª posição entre 190 países em facilidades para se fazer negócios, atrás de todos os seus pares no Brics – Rússia, Índia, China e África do Sul – e na América Latina. “É difícil justificar como a maior economia de uma região é a menos competitiva. Esses resultados também são efeitos da irresponsabilidade fiscal do setor público. Gerar um Estado endividado, ineficiente e caro freia a economia através de suas necessidades de financiamento e da má qualidade das decisões de política econômica. As deficiências

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Edifício do Banco Central, que definiu a queda dos juros para o menor nível da história

“Temos de preservar os acertos, identificar o investimento feito para apoiar pequenas e médias empresas e dar continuidade ao esforço de financiamento do setor” Léo de Castro, presidente da Findes

de capital humano do país explicam-se aí. A regressividade da estrutura tributária, e tudo de negativo que reproduz, também”, observa. Por isso, a professora afirma que equacionar o desequilíbrio fiscal será fundamental. “Mas, como isso passa necessariamente pelas

reformas previdenciária, tributária e administrativa, que precisam de aprovação do Legislativo, tudo vai depender de como vão se comportar e se comprometer o Executivo e o Legislativo com o ajuste fiscal. Se tiverem juízo, aprovarão o que é necessário para o país voltar a crescer.”

0,694 Segurança: 0,612 Infraestrutura: 0,570 Educação: 0,569 Saúde: 0,499 Receita per capita 0,277

RANKING DE EFICIÊNCIA DOS ESTADOS A ferramenta considera 17 variáveis, agrupadas em seis componentes, para calcular a eficiência das gestões e detalha as finanças de cada Estado. Numa escala de 0 a 1, são eficientes os que ultrapassam a marca de 0,5.

Notas do Espírito Santo Nota geral: 0,517 (atrás de Santa Catarina, com 0,635; São Paulo, com 0,574; e Paraná, com 0,533)

Finanças:

Fonte: Folha de S.Paulo

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PESSIMISMO Também professor de Economia, Arlindo Villaschi, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), avalia com pouco otimismo o cenário para 2019. “O novo governo será subserviente aos interesses da financeirização mundializada. Podemos, sim, esperar por privatizações e que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em vez de se colocar ao lado da produção, posicione-se a favor dessas privatizações”, prevê. Villaschi argumenta que, para a volta da expansão econômica, o BNDES deveria ser usado majoritariamente para impulsionar o lado produtivo, como obras de logística, infraestrutura e financiamento de empresas de bens e de serviço, além do apoio a negócios de pequeno e médio portes voltados para o mercado interno e para a agricultura familiar. “O modelo que foi posto nas eleições dará continuidade ao modelo que endeusa o mercado como se ele fosse a única forma de tocar a economia”, opina. ECONOMIA ESTADUAL Para Villaschi, a segunda gestão de Renato Casagrande será uma continuidade dos 12 anos de Paulo Hartung (com um mandato intermediário do governador eleito): “conservadora e pouco determinante no sentido de negociar melhor os interesses do Estado, utilizando-se dos mecanismos que ainda estão disponíveis, como financiamento com Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e Banestes ou mesmo qualquer tentativa de uma política social mais progressista”. O maior desafio, segundo ele, será como os interesses das micros, pequenas e médias empresas vão se fazer representar. “Aí, será preciso cobrar uma atuação mais forte das federações e sindicatos empresariais.”


Renato Casagrande assume o governo do Estado em 2019 para seu segundo mandato no Executivo

O economista acredita que 2019 não será um ano de grandes mudanças nem para o Brasil nem para o Estado. “Teremos reformas que prejudicam o funcionamento da economia produtiva e privilegiam o capital financeiro e o mercado especulativo e que dão pouca voz e vez aos interesses da população, especialmente a mais carente”, conclui. RESPONSABILIDADE FISCAL Levantamento do jornal Folha de S.Paulo mostra que o Espírito Santo ocupa atualmente o quarto lugar na lista das unidades federativas que entregam mais resultados em saúde, educação, infraestrutura e segurança à população. Ferramenta inédita usada pelo veículo de comunicação, o REE-F (Ranking de Eficiência dos Estados – Folha) aponta o cumprimento, por parte dos governos estaduais, de funções básicas e previstas em lei, segundo seus recursos financeiros.

O Espírito Santo está entre os que menos gastam para ter médicos nos hospitais, crianças e jovens nas escolas, redes de água e esgoto, índices mais baixos de violência, entre outros aspectos que aumentam a qualidade de vida. Para Arilda Teixeira, a expectativa é que, em 2019, o Estado mantenha a responsabilidade fiscal e o compromisso de melhorar a qualidade do ensino. “Por estar com as contas públicas sob domínio, terá o controle fiscal como aliado para atrair investimentos para o Estado.” Ela lembra que a economia capixaba é pouco diversificada. Há potencial econômico timidamente explorado, como a indústria do turismo. “A melhoria da infraestrutura, principalmente de acesso, poderá atrair investimentos para o Espírito Santo”, acredita. Se, para o Brasil, um dos maiores desafios em 2019 será reformular a estrutura de ensino para aprimorar o perfil de seu capital humano, equilibrar as contas públicas e elevar a eficiência do Estado, além de aumentar o grau de abertura e capacidade de inserção externa, para o Espírito Santo, a meta maior, segundo Arilda, será empenhar-se em atrair investimentos.

Bandes é o banco que fomenta negócios no Estado

“A melhoria da infraestrutura, principalmente de acesso, poderá atrair investimentos para o Espírito Santo” Arilda Teixeira, economista e professora da Fucape EMPREENDER É NECESSÁRIO O grupo das pequenas e médias empresas foi bastante afetado pela turbulência econômica, por representar a quase totalidade dos negócios brasileiros e capixabas, 95% e 99%, respectivamente, de acordo com o Sebrae-ES, instituição que oferece apoio e suporte a essas organizações. Em 2015, por exemplo, ápice da crise, o crescimento do número de firmas que pedem falência foi maior entre aquelas de menor porte: 13,3%, conforme indicador da Serasa Experian. Mas o que pequenos e médios empreendedores podem esperar de 2019? Quem tem vontade de investir encontrará um cenário promissor? “Podemos afirmar que sempre é hora de empreender, desde que se observem alguns princípios básicos. Para abrir um negócio e ter sucesso, é preciso oferecer condições diferenciadas daquelas já existentes no mercado. É necessário apresentar alguma inovação, algum diferencial, seja no produto, seja no serviço, seja no modelo de negócio”, recomenda o superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira. Segundo o dirigente, no mercado, em qualquer momento econômico, sempre há empresa falindo, empresa apenas se mantendo, empresa crescendo de 5% a 10% e empresa avançando muito acima desse percentual. “Depende, principalmente, de o quanto o empreendedor está preparado para entrar no mercado”, assinala. CRESCIMENTO Sobre a possibilidade de retomada do crescimento na atividade de empreendedorismo, José Eugênio afirma que há um conjunto de reformas que precisam ser feitas, como a previdenciária, a política e a tributária. “Esta última deve ser executada para simplificar nosso sistema e melhorar a vida das empresas.” radio.esbrasil.com.br •

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“Para abrir um negócio e ter sucesso, é preciso oferecer condições diferenciadas daquelas já existentes no mercado” José Eugênio Vieira, superintendente do Sebrae

O volume de projetos no Estado para os próximos anos, com participação da iniciativa privada, totaliza cerca de R$ 18 bilhões

INDÚSTRIA Nos últimos dois anos, a atuação dos parlamentares capixabas em Brasília foi fundamental para a aprovação de projetos essenciais à retomada da economia do Espírito Santo, segundo levantamento produzido pelo Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal), da Federação das Indústrias (Findes). Na avaliação do presidente do Sistema Findes, Léo de Castro, será necessário muito mais empenho de nossos deputados e senadores nesta nova fase política. Ele reitera que, além da atenção ao Executivo, vai ser preciso, sobretudo, posição incisiva da bancada em pautas cruciais à geração de emprego e ao desenvolvimento

De 2016 para 2017, os 10% de brasileiros mais ricos experimentaram, em média, um aumento de 6% nos ganhos obtidos com seu trabalho. Já considerando também outras fontes de recursos (como aposentadorias, pensões, aluguéis, etc), o rendimento médio desse grupo atingiu R$ 9.519,10 em 2017, uma alta de 2% ante 2016 (R$ 9.324,57). A metade mais pobre da população, por sua vez, teve uma retração de 3,5% de seus rendimentos do trabalho em 2017, um reflexo da alta do desemprego no país. Já a média de rendimentos totais, que inclui também benefícios sociais, caiu 1,6%, para R$ 787,69, o que representa menos de um salário mínimo. Fonte: ONG OXFAN e IBGE

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Aumento da Renda Média do brasileiro

6%

3,5% MAIS RICO

A ECONOMIA BRASILEIRA CRESCEU 1% EM 2017 APÓS DOIS ANOS DE RETRAÇÃO

MAIS POBRE

O ambiente de negócios no país, classifica, é extremamente burocratizado, num mercado muito disputado e com recursos escassos. “E como o empreendedor vence essas dificuldades? Com planejamento, ações assertivas, decisões corretas e muito trabalho”, orienta. A aposta é que áreas voltadas para serviços, como alimentação, principalmente fora do lar, delivery e setor de beleza, continuem a se sobressair. “Porém não há, ainda, como mensurar percentual de crescimento. Independentemente da atividade, se tiver diferencial, seja no preço, seja na qualidade, seja no valor de entrega, o negócio irá se destacar, e o empreendedor terá mais chances de alcançar sucesso.”

socioeconômico. “Os parlamentares terão de decidir pelas reformas e pela aprovação do Cadastro Positivo, do distrato imobiliário e do Gás Para Crescer”, cita. O industrial acrescenta que será fundamental cobrar dos parlamentares capixabas mais compromisso “com a agenda modernizadora que vai promover um país melhor para todos”. Consequentemente, concluiu, isso se refletirá de forma positiva no Espírito Santo. Entre os avanços registrados, o dirigente cita as mudanças no pré-sal, por meio do fortalecimento dos leilões da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP), que resultaram em novas perspectivas a essa cadeia no Estado. “A participação da iniciativa privada ampliou o volume de projetos, totalizando R$ 18 bilhões em investimentos previstos para o setor nos próximos anos em terras capixabas, irradiando oportunidades em nossa economia.” O empresário é contundente ao apontar a força da iniciativa privada como fundamental à melhoria do ambiente de negócios, uma vez que são as empresas que criam empregos. “Sem a força do setor produtivo, não há economia que se desenvolva.” No dia 26 de novembro, Léo de Castro assumiu a presidência do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (Copin) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na ocasião, o grupo debateu propostas para os primeiros 100 dias da nova equipe do governo federal, como a continuidade das políticas industriais e a atuação desenvolvimentista do BNDES. A CNI preparou para o Executivo a “Agenda dos 100 Dias”, listando 36 propostas urgências em 10 áreas centrais. Entre as prioridades apontadas no documento estão o equilíbrio fiscal, a reforma da Previdência e a melhoria do ambiente de negócios, vinculada à simplificação do regime tributário. “Temos de preservar os acertos, identificar o investimento feito para apoiar pequenas e médias empresas e dar continuidade ao esforço de financiamento do setor”, enfatizou Castro.



Foto: Divulgação

AGENDA 10 A 12 DE JANEIRO

SARAU PELO ANIVERSÁRIO DE RUBEM BRAGA Rubem Braga completaria 106 anos no dia 12 de janeiro. Para comemorar a data, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, organizou o sarau “Braganiano: Viva a Vida”, inspirado em um bilhete escrito pelo cronista ao seu filho, Roberto. Na programação estão previstas exibição de vídeos e apresentações musical e teatral. O evento será realizado entre os dias 10 e 12 de janeiro, na Casa dos Braga, no centro do município. A entrada é gratuita. 10 A 13 E 17 A 20 DE JANEIRO

FESTIVAL DE CERVEJAS ARTESANAIS EM VILA VELHA Em sua sexta edição, o Degusta Beer, evento dedicado aos amantes de cervejas artesanais, gastronomia e música, acontecerá dos dias 10 a 13 e 17 a 20 de janeiro, no estacionamento do Shopping Vila Velha. Participarão 12 cervejarias e mais 100 rótulos da bebida, inclusive os internacionais, além de 10 operações gastronômicas e sete bandas. Entre as cervejarias confirmadas estão: Mestre Cervejeiro, Barba Ruiva, Noi, Bradus, Top Beer, Rock Bier e Backer. Já no setor de alimentação marcarão presença Pequenos Foto: Inpire Produções Barbecue, Sergius, The Black Box, O Senhor dos Pastéis, Mandando Brasa e Nomad. Um cardápio completo para curtir o festival do início ao fim com os amigos ou com a família. A entrada é gratuita. 16 DE JANEIRO

SALA DE CINEMA ITINERANTE Verão é sinônimo de praias lotadas e muito sol. Mas, quando acaba o dia, nada de voltar para casa: o mar vira cenário para uma sala de cinema ao ar livre! O Festival de Cinema de Vitória, patrocinado há 21 anos pela Petrobras, começa 2019 com a sua versão itinerante, passando por quatro balneários capixabas. Na telona, o melhor Foto: Tati Hauer das produções nacionais para todas as idades, em exibições gratuitas. A jornada começa em 19 de janeiro em Guarapari, na Praia do Morro. No dia 26 do mesmo mês, o festival chega a Pontal do Ipiranga, em Linhares. A parada seguinte, em 2 de fevereiro, é Barra do Sahy, Aracruz. O desfecho do circuito vai ocorrer na praia de Guriri, em São Mateus, em 9 de fevereiro. A programação terá início sempre às 19 horas. 14

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ATÉ 27 DE JANEIRO

FEIRA DE ARTESANATO EM GUARAPARI A 17ª edição da tradicional Feira Interestadual de Negócios e Artesanato de Guarapari (Feinartg) acontece no Siribeira, até 27 de janeiro. O evento, promovido todos os dias, das 17 às 23 horas, tem como objetivo o resgate cultural por meio de peças criadas por artistas e artesãos locais. A realização é da Associação dos Produtores Manuais e Artesanal de Guarapari (Apromag), com apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades), da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), da Prefeitura de Guarapari, da Federação dos Artesãos do Espírito Santo (Feartes), do Sebrae e do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau. A entrada é gratuita.

31 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO

30ª SOMMERFEST FESTIVAL DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ Domingos Martins já se organiza para uma das maiores festas da imigração alemã. A 30ª edição da Sommerfest será realizada entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, na Praça Dr. Arthur Gerhardt, no centro do município. O evento, gratuito, tem como objetivo o resgate e a preservação da cultura germânica das raízes herdadas dos colonizadores europeus, manifestada por meio de música, dança, gastronomia, bebidas típicas. Haverá, ainda, a escolha da rainha e o desfile cultural.

2 DE FEVEREIRO

NEY MATOGROSSO APRESENTA TURNÊ “ATENTO AOS SINAIS” Dono de uma voz peculiar e de uma carreira diferente do padrão da indústria fonográfica, Ney Matogrosso tem apresentação única marcada para 2 de fevereiro, às 22 horas, no Espaço Patrick Ribeiro, em Vila Velha. Nesta visita ao Estado, o cantor trará a turnê “Atento aos Sinais”, na qual interpreta músicas de novos talentos da MPB, como Criolo, banda Zabomba, Dani Black e Vítor Pirralho, mescladas a canções de Paulinho da Viola e Caetano Veloso. Os ingressos estão à venda nas Lojas Metal Nobre (Grande Vitória), no site www.tudus.com.br e na bilheteria do evento. Classificação: 16 anos.


ECONOMIA

Segundo o Ideies, o setor atacadista capixaba cresceu 34,1% em faturamento no período de 2015 a 2017

SETOR ATACADISTA EM EXPANSÃO EM 2019

O

setor atacadista é um dos que se mantiveram mais firmes durante o auge da crise econômica nacional. O segmento capixaba cresceu 34,1% em faturamento no período de 2015 a 2017, aponta pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial (Ideies) encomendada pelo Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidores do Espírito Santo (Sincades). Essa tendência expansionista se manteve em 2018 e prosseguirá em 2019, segundo a entidade representante. A expectativa é que a atividade chegue a mil empresas e gere mais de 50 mil vagas de trabalho diretas e indiretas – hoje as 650 companhias empregam diretamente 16.284 profissionais em todo o Estado. Se incluídos neste último dado os postos indiretos e as demais organizações que não responderam ao levantamento, esse número deve ultrapassar os 40 mil, estima o Sincades. “O segmento atacadista demanda uma série de serviços prestados por terceirizados como alimentação, segurança, sistemas de gestão em geral, transporte, limpeza, entre outros, que formam grande contingente de mão de obra”, explicou o presidente da instituição, Idalberto Moro. SOLIDEZ O dirigente destacou que cerca de 38% dos empreendimentos afirmaram ter realizado investimentos em 2018, que totalizam R$ 219,4 milhões. “Essas cifras mostram o ambiente propício que estamos construindo em nosso Estado, tanto para atração de empresas quanto para a realização de investimentos”, comemorou. O estudo indicou ainda que o recolhimento em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na área ultrapassou R$ 1 bilhão. A maior parte das integrantes da cadeia que participam do Contrato de Competitividade está instalada na Grande Vitória. Serra e Cariacica ocupam a liderança, com 252 e 111 empresas, respectivamente. Logo após vêm Vila Velha (74) e Vitória (31).

RAIO-X DA ATIVIDADE •

17,3% das empresas pesquisadas estão localizadas em municípios do interior.

• O percentual de funcionários com ensino superior completo trabalhando nas empresas passou de para

21,9% em 2015

26,9% em 2017. O número de empregados com

fundamental completo e médio incompleto caiu.

4.834; terceirizada: 24.069. • 73% das operações, em média, são para outros estados. • Frota de veículos – própria:

Fonte: Sincades

A área de armazenagem dos empreendimentos soma mais de 900 mil metros quadrados (m²), sendo 286.360 m² de espaços de depósito próprios, pertencentes a 18,3% dos negócios, uma média de 3.046 m² por unidade. “Os números demonstram a importância do setor na vida do capixaba. As expectativas são mais do que positivas para o ano que vem, com mais emprego e renda para todo o Estado”, reforçou Moro. EM ALTA O segmento de eletroeletrônicos e informática lidera na quantidade de empregadoras que responderam à consulta (16,5%), seguido por autopeças (13,2%), alimentos (13,1%), cosméticos e perfumaria (11,2%), medicamentos e afins (10,1%), vestuário e calçados, e material de construção (9,8% cada). radio.esbrasil.com.br •

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A INOVAÇÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES Vivemos a era da disrupção, em que indústrias e modelos de negócio tornam-se ultrapassados e desaparecem a uma velocidade incrível. Entretanto, a maioria das organizações ainda é escrava da remuneração aos sócios no curto prazo, em detrimento do investimento na longevidade do empreendimento por meio da inovação. Empresas familiares possuem excelentes condições de inovar, o que pode soar como um paradoxo, já que a resistência às mudanças costuma estar presente nas definições estratégicas desse tipo de sociedade. A família empresária tem maior compromisso com o crescimento de longo prazo e com a transmissão do negócio às gerações seguintes. Assim, reinvestir maiores porções do lucro, em lugar de distribuí-lo integralmente aos sócios, pode ser uma tarefa mais simples para um empreendimento familiar. Essa vantagem pode ser potencializada com o correto preparo das futuras gerações da família e com um plano de sucessão bem estruturado. O desenvolvimento do herdeiro deve ser iniciado desde a infância, fazendo despertar o seu olhar de interesse para os negócios da família, e ter continuidade durante as várias etapas da sua vida. É importante cuidar da sua formação educacional, técnica e comportamental,

INOVAÇÃO

para que se abra às mudanças cada vez mais intensas e esteja apto a ocupar posições de liderança em qualquer corporação. Afinal, um familiar que seja desejado pelo mercado certamente será uma excelente opção como gestor ou como acionista. Experiências fora da empresa também são ótimas para moldar a criatividade e capacidade de adaptação do herdeiro. Poder experimentar, testar, errar, assumir as consequências e consertar seus erros, fora do ambiente no qual é visto como filho do dono, ajuda a preparar o herdeiro para os desafios da nova economia. O negócio familiar envolve diferentes gerações, cada qual com perspectivas e velocidades de adaptação diferentes. Portanto, toda mudança deve ser feita com alinhamento constante e respeito às diferenças geracionais. Vale lembrar, ainda, que herdeiros não devem ser preparados para ser meros substitutos da geração atual, ou seja, não devem ser treinados para fazer as mesmas coisas que seus antecessores. Eles precisam desenvolver a capacidade de compreender as mudanças no ambiente competitivo e, respeitados o propósito e os valores da família, dar continuidade ao crescimento da empresa.

Adriano Salvi Conselheiro de administração certificado pelo IBGC, professor convidado da Fundação Dom Cabral e sócio da Vix Partners Consultoria e Participações

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POUCO INVESTIMENTO E CONHECIMENTO A pesquisa “Agenda Brasil 2018”, da Deloitte, apontou que, em média, 3% do faturamento das empresas brasileiras são destinados ao investimento em tecnologia e que mais de um terço dos entrevistados desconhecia novas tendências inovadoras como blockchain, indústria 4.0 e tecnologias exponenciais.

NOVAS GERAÇÕES

MAIOR FOCO NA INOVAÇÃO Estudo da Reuters aponta que empresas lideradas por membros de gerações mais novas são mais inovadoras do que aquelas comandadas por seus fundadores. Cabe, portanto, aos herdeiros encontrar a melhor sintonia entre a inovação e os valores tradicionais do negócio.

E-BOOK

“A FORÇA DAS EMPRESAS FAMILIARES” Esta coluna está presente na ES Brasil há quase dois anos, e suas edições inspiraram o lançamento do e-book “A Força das Empresas Familiares”, com uma abordagem de todas as características e dos desafios vividos por empreendimentos sob o controle de famílias. O e-book pode ser baixado gratuitamente no site www.vixpartners.com.br/e-book.

Danielle Quintanilha Merhi Psicanalista, especialista em empresas familiares, professora convidada da Fundação Dom Cabral e sócia da Vix Partners Consultoria e Participações



A rua leva o mesmo nome do primeiro procurador do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES)

Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder a essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.

MANOEL MOREIRA CAMARGO PRESENÇA VIVA NA VIDA CAPIXABA TEVE SEU NOME ALÇADO AO PANTEÃO DOS NOSSOS IMORTAIS José Eugênio Vieira é pesquisador, com diversos livros publicados sobre a História do Espírito Santo, e atualmente ocupa a Superintendência do Sebrae 18

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s comemorações pela passagem do 60º aniversário da criação do Tribunal de Contas do Espírito foram marcadas por homenagens prestadas às pessoas que doaram talento, inteligência e empenho para que o organismo ganhasse espaço e se impusesse com a dimensão e o prestígio que hoje usufrui em nosso Estado.

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In memoriam, uma das personalidades que tiveram seu nome lembrado com destaque, por proposta da deputada Raquel Lessa, foi o de Manoel Moreira Camargo, o primeiro procurador do TCES, órgão instalado em 24 de setembro de 1957 por lei assinada pelo governador Francisco Lacerda de Aguiar. Nosso personagem desta edição foi uma figura singular, um mineiro de Itaúna que veio com a família para o Espírito Santo aos 10 anos de idade. Aqui se aclimatou tão bem que em pouco tempo assimilou


Esta é uma das ruas mais trafegadas em Campo Grande

Cariacica

GPS -20.3122258, -40.3139075

Participe da coluna enviando sugestões para enderecodahistoria@nxte.com.br

nosso modo de viver, integrando-se aos nossos costumes, demonstrando o espírito empreendedor da nossa gente, fazendo enfim do Estado a terra do seu coração. Após concluir em Vitória os cursos Manoel Moreira Camargo fundamental e médio, matriculou-se 09/02/1909 a 16/02/1986 na Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Bacharel em Direito, em 1932 retornou à capital capixaba, onde se impôs pelo indiscutível talento na área que escolheu para cumprir seu papel na sociedade. Além de eminente jurista, Manoel Moreira Camargo dedicou-se ao magistério, tendo lecionado na Escola Normal Pedro II e no Colégio Estadual. Vendo na atividade política o veículo para debater suas ideias, candidatou-se e elegeu-se vereador em 1954, tendo ocupado a presidência da Casa. Sua vocação, no entanto, era mais forte na área do Direito, na qual evidenciou mais uma vez cultura jurídica que o levou à presidência

da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no período de 1969 a 1977. O espírito inquieto, porém, motivou-o a incursionar também em outros setores da inteligência, lecionando Direito Administrativo na Faculdade de Direito da Ufes e tornando-se presidente do Ministério Público Estadual. Encontrou ainda espaço em sua agenda para manter uma coluna no jornal A Gazeta sobre assuntos forenses. Nome marcante na vida capixaba, Manoel Moreira Camargo nasceu no dia 9 de fevereiro de 1909, filho de Maria Moreira Camargo e Procópio Moreira Camargo. Foi casado com Stella Aboudib Camargo. Faleceu em Vitória, no dia 16 de fevereiro de 1995, aos 86 anos de idade. Copidesque: Rubens Pontes.

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MERCADO IMOBILIÁRIO EM RITMO DE RETOMADA GALWAN VAI AUMENTAR A FREQUÊNCIA DE LANÇAMENTOS EM 2019

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ois lançamentos e três empreendimentos entregues. Esse é o balanço do ano de 2018 para a Galwan, considerado bastante positivo, o que sinaliza para uma retomada do mercado imobiliário. Em função da perspectiva de que este movimento seguirá firme, a construtora se prepara para aumentar o ritmo em 2019. “No segundo semestre de 2017, houve uma melhora no mercado que continuou em 2018. A economia favoreceu essa retomada, com a queda dos juros e os preços sob controle, motivando as pessoas a investirem em imóveis. Esse quadro se manteve durante todo o ano de 2018, e a expectativa para 2019 também é boa”, disse José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da Galwan S/A. Segundo Galvêas, empreendimentos que estavam aguardando uma visualização melhor de mercado começam a ser lançados pelas construtoras de um modo geral. O excesso de estoque começou a cair desde 2017, e hoje há um equilíbrio entre estoque e produção. “Estamos nos preparando para novos lançamentos em 2019, com o objetivo de atender a essa demanda”, afirmou Galvêas, que acredita que essa tendência se mantenha no ano que começa, se os índices da economia se mantiverem como os de hoje. “A expectativa é que a retomada aconteça e já planejamos mais três empreendimentos para serem lançados em Itaparica, na Praia da Costa e em Vitória”, disse.

London Ville Residence

EMPREENDIMENTOS ENTREGUES EM 2018 LONDON VILLE RESIDENCE Entregue em novembro de 2018, o prédio localizado na Praia de Itaparica, Vila Velha, tem apartamentos de três quartos, com suíte e até três vagas de garagem. Os tamanhos variam de 78,53 metros quadrados a 111,64 metros quadrados. O lazer é completo e equipado com itens como espaço dos jovens, espaço gourmet, salão de jogos, brinquedoteca, salão de festas infantil, home theater, pista recreativa, quadra recreativa, playground, piscina biribol e piscina infantil. A área comum é abastecida com energia fotovoltaica. EDIFÍCIO NAGIB CARONE Entregue em abril. De frente para o mar de Itapoã, em Vila Velha, o Nagib Carone tem apartamentos com áreas privativas de 96m² a 146m². São unidades de três ou quatro quartos, com até duas suítes e até três vagas de garagem. 20

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Edifício Nagib Carone


Na área comum, entregue totalmente equipada e decorada, os moradores contam com piscinas adulto e infantil, sauna, churrasqueira, churrasqueira gourmet, salão multiúso, fitness e brinquedoteca. EDIFÍCIO JUAN FERNANDES Entregue em junho. Localizado no Barro Vermelho, em Vitória, o Juan Fernandes foi o primeiro empreendimento do Estado inaugurado com a área comum totalmente abastecida por energia solar fotovoltaica. O empreendimento é um três quartos espaçoso, bem dividido e com acabamento diferenciado. As unidades, de 116 m² e 127 m², vêm com varanda e duas vagas de garagem. Construído em um terreno de 1.500 m², tem piscinas, sauna, academia e salão de festas multiúso, entre outros itens de lazer.

Edifício Juan Fernandes

ENERGIA SUSTENTÁVEL ENTRA DEFINITIVAMENTE NA PAUTA DA CONSTRUTORA Uma das novidades de 2018 da Galwan foi a entrega do seu primeiro prédio com o sistema fotovoltaico, responsável por gerar energia para abastecer a área comum. O sistema gera energia elétrica, repercutindo diretamente na queda do valor da taxa de condomínio. A energia gerada é utilizada na área comum do empreendimento (elevadores, ar-condicionado, iluminação, bombas e área da portaria), proporcionando economia para o condomínio. José Luiz Galvêas Loureiro disse que é um orgulho para a construtora entregar um prédio que gera energia das áreas comuns com placas solares. “Ficamos muito satisfeitos e, nos próximos lançamentos, vamos passar a contemplar no orçamento mais esta ação de sustentabilidade, além de outras já implementadas”, afirmou.

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VIAGEM Identificar as bagagens por dentro e por fora com o nome das cidades de origem e de destino é um meio de elas não serem extraviadas

Fotos: Jackson Gonçalves

VAI VIAJAR? SAIBA OS SEUS DIREITOS

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erão, férias e festas de fim de ano. Nesse período, principalmente, o consumidor precisa fazer valer seus direitos para não ser lesado em casos de atrasos, extravio de malas e falta de informação, entre outras situações adversas durante os passeios. O número de viagens costuma aumentar nesta época do ano, mas as empresas não podem se descuidar ao oferecer o serviço a cada passageiro. “Independentemente da situação, o cliente tem o direito de saber o que está acontecendo, recebendo informações claras e corretas. As empresas devem manter painéis ou cartazes discriminando a situação das viagens, o destino e os horários de saída. Os funcionários também devem orientá-lo”, ressalta a diretora do Procon da Serra, Nívia Passos. Medidas simples adotadas pelo passageiro também ajudam a minimizar os riscos de problemas, como no caso de extravio de bagagem. “É importante identificar as malas por dentro e por fora com o nome das cidades de origem e de destino. Amarrar laços, lenços ou fitas também ajuda a reconhecê-las”, aponta. RESSARCIMENTO Se ficar sem seus pertences ou se deparar com atraso ou cancelamento das viagens que compromentam seus planos, é possível até pedir reparação por dano moral.

ANOTE e não puder mais viajar, comunique a desistência até três horas S antes do embarque. Com esse prazo, o passageiro pode optar por remarcação ou reembolso. m atrasos superiores a uma hora, a viação ou a companhia aérea E deverão acomodar o passageiro em outra transportadora que ofereça serviço equivalente, se houver, e se o consumidor assim optar. e o passageiro precisar adquirir S roupas e materiais de higiene pessoal no período em que ficou sem a bagagem, deve guardar a nota fiscal para pedido de restituição dos valores pagos.

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Se o passageiro comunicar a desistência da viagem até três horas antes do embarque, pode optar por remarcação ou reembolso

Nos casos de cancelamento do voo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina os tipos de assistência graduais, de acordo com o tempo de espera. Da mesma forma acontece quando se tem o embarque negado pela companhia aérea mesmo tendo preenchido todos os requisitos (preterição), o que geralmente se dá por motivos de segurança operacional, troca de aeronave ou overbooking (venda de bilhetes acima da capacidade de lugares da aeronave). Vários podem ser os motivos para cancelamento ou atraso, como condições climáticas desfavoráveis, manutenção não programada do avião ou do ônibus, problemas com a tripulação e baixo volume de ocupação (quando a companhia aérea vende menos de 30% dos assentos e os compradores destes precisam ser realocados). Especialista em Direito do Consumidor, a advogada Carolina Brunoro explica que, em todas essas situações, inclusive naquelas que não seriam, de fato, culpa da companhia aérea ou da viação, o consumidor tem direito à indenização. “Isso acontece devido ao que chamamos de teoria do risco do negócio, previsto no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor: as empresas fornecedoras de bens e serviços são responsáveis pelos danos causados ao consumidor, independentemente da existência de culpa”, assegura.



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São cerca de 8.600 metros quadrados de área construída para acolher os cursos presenciais da Fundação

FUNDAÇÃO SÃO JOÃO BATISTA CRESCE NO MERCADO

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ual deve ser o diferencial de uma instituição que tem em sua essência a promoção da educação para que a sociedade mude, cresça e evolua? É ser exemplo vivo do que acredita. Por isso, a Fundação São João Batista (FSJB) não para no tempo nem fica atrelada a fórmulas antigas que trazem resultados limitados ou insatisfatórios. Para que a missão de ser um agente transformador de vidas possa ser concretizada, a FJSB cerca-se de parceiros estratégicos que viabilizam seus objetivos. Localizada no município de Aracruz, a cerca de 80 km ao norte de Vitória, a FSJB é mantenedora do Centro Educacional de Aracruz (CEA) e das Faculdades Integradas de Aracruz (Faacz), além de oferecer serviços agregados aos objetivos da Fundação, como consultorias das áreas de planejamento urbano, concursos, serviços técnicos, treinamentos, mapeamento de processos,

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marketing, gestão de clientes e vendas, gerenciamento de projetos e estratégia empresarial. A presidente da FSJB, Celi Maria Guisso Cabral, explica que o conceito de educação é amplo e que é necessário utilizar todos os recursos disponíveis para que a comunidade possa ser beneficiada. “Nosso negócio principal é o ensino, por isso não podemos parar no tempo. Mesmo sendo uma entidade filantrópica, precisamos ir ao mercado para subsidiá-lo de opções que temos em casa, com os nossos profissionais, ou que temos acesso em forma de parceria ou de contratação”, analisa. Atualmente, no CEA são oferecidos aos estudantes os ensinos fundamental e médio. Para 2019, será ofertada educação profissional com cursos técnicos em Análises Clínicas, Edificações, Estética, Informática e Mecânica. Na FAACZ, existem

“Nosso negócio principal é o ensino, por isso não podemos parar no tempo. Mesmo sendo uma entidade filantrópica, precisamos ir ao mercado para subsidiá-lo de opções que temos em casa, com os nossos profissionais” Celi Maria Guisso Cabral, presidente da Fundação São João Batista


TOTVS A TOTVS é o provedor global de software de gestão e consultoria na área de tecnologia da informação para empresas de todos os portes e de variados perfis. Só no Brasil, a sua participação no mercado ultrapassa os 50%. Para o segmento educacional, que é totalmente integrado ao RM, veja o que a TOTVS pode oferecer:

A Fundação é mantenedora do Centro Educacional de Aracruz (CEA) e das Faculdades Integradas de Aracruz (Faacz)

a graduação em Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis, Direito, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Pedagogia e Psicologia e os tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos e Logística. Na área de pós-graduação, estão disponíveis os cursos de Controladoria e Finanças, Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia de Soldagem, Gerenciamento de Projetos e Neuropsicopedagogia Clínica. Para dar condições para que todos esses cursos sejam conduzidos, estão disponíveis cerca de 8.600 metros quadrados de área construída, bibliotecas amplas e qualificadas e laboratórios organizados e bem equipados. E um novo grande desafio ainda está por vir: a criação da Educação a Distância (EaD) para os cursos de graduação e pós. SISTEMA Com tantas informações a serem processadas dos cursos, alunos, profissionais e projetos, além do crescimento constante no portfólio, a Fundação contou com um sistema de gestão empresarial que pudesse dar todo o aporte para essa evolução. O coordenador de Tecnologia da Informação (TI) da FSJB, Waldyr Lopes do Carmo Neto, que está há 17 anos acompanhando esse processo, encontrou na TOTVS o suporte técnico de que precisava. Waldyr fez uma pesquisa de mercado em 2006 e percebeu que as soluções da TOTVS

Captação e Seleção eração e controle de leads G I nscrições on-line rocesso seletivo P

estavam integradas com as necessidades apresentadas à época. “Em menos de um ano, em 2007, a TOTVS já estava conosco. Nós fomos muito felizes na escolha. Hoje todos os processos são on-line. O aluno quase não precisa vir à nossa secretaria. Fora que a parte de BI [business intelligence] é muito boa. Nós a utilizamos muito com a direção da instituição. Estamos muito felizes com essa parceria”, comemorou. Atualmente, a FSJB utiliza, no módulo Recursos Humanos, a Automação de Ponto, a Folha de Pagamento, a Gestão de Pessoas, a Segurança e Saúde Ocupacional. No Educacional, há o uso do Gestão Educacional, do Gestão Bibliotecário, do Processo Seletivo e da Avaliação e Pesquisa. E, no módulo backoffice, estão em funcionamento o Gestão Financeira, o Gestão de Estoque, a Compras e Faturamento, o Gestão Patrimonial, o Gestão de Conteúdo, o Gestão de Relacionamento com o Cliente e a Inteligência dos Negócios (BI). O gestor de TI também destaca que manter a equipe atualizada é um aspecto que valoriza bastante a parceria. “Nós tivemos que fazer um treinamento fora e depois com a equipe, tudo com o apoio da TOTVS. Os processos melhoraram bastante, e a equipe cresceu muito. Eu prezo muito pela minha equipe, e o crescimento coletivo foi altíssimo. A TOTVS deu essa alavancada. Fez a gente ‘sacodir a poeira’ e pensarmos além do que estávamos pensando à época”, analisou.

Organização Acadêmica e Secretaria lanejamento da oferta P uadro de horários e professores Q I ngresso e matrícula companhamento acadêmico A ovimentações acadêmicas M egistros acadêmicos R ontrole de documentos C ertificação eletrônica C Pedagógico iblioteca Digital B onteúdos e objetos de aprendizagem C lano de ensino e metodologia P lano de aula P nsino EAD/Presencial E valiação e desempenho A tividades complementares A ertificação e diploma C Gestão de Recebíveis ontratos C onvênios e financiamentos C egras de faturamento R estão de contas a receber G égua de cobrança R Gestão de Permanência I ndicadores acadêmicos, financeiros e comportamentais nálise preditiva de evasão A ções direcionadas a retenção A Gestão do Egresso elacionamento com ex-alunos R estão de estágios e empregos G eração de novas vendas G

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“A educação é o fio condutor que pode nos levar a futuros melhores.” Sir Ken Robinson

Leonardo Carrareto

Foto: Divulgação

Especialista em Inovação e Futurismo e fundador da WIS Educação, escola de inovação. Busca acelerar o desenvolvimento dos mercados no mindset exponencial e da inovação disruptiva.

#3H’S Você já ouviu falar dos 3H’s necessários para transformar sua empresa? Contratá-los pode ser um primeiro passo para descobrir incoerências e começar a mudança. Essa mistura pode fazer muito pelo seu negócio. Conheça os perfis:

#HACKER O hacker é aquela pessoa que usa a tecnologia para burlar processos burocráticos e desnecessários, rompendo com eles e tornando a organização mais ágil.

#HUSTLER O hustler é um profissional orientado para o comportamento humano e os negócios. Identifica tendências, cria melhores modelos, estimula as vendas e a geração de valor, de forma ética e incansável. Essa expressão foi concebida para reconhecer os imigrantes recém-chegados aos EUA que apresentavam uma dedicação muito maior que os nativos, fazendo com que tivessem um grande crescimento sem abandonar as suas raízes.

#MAISNEGÓCIOS Inovação é negócio e gente. A tecnologia para o Uber já existia desde 2007, mas por que a plataforma não foi criada nessa época? É a visão de oportunidade de negócios que constrói a ponte e gera progresso.

#CIÊNCIA E TECNOLOGIA Já reparou que todos os novos bilionários estão vinculados à área de ciência e tecnologia? Isso não é coincidência, é tendência. Significa que, se você quer ser uma pessoa de sucesso no futuro, não basta ser só gestor, administrador e empresário.

#HIPSTER O profissional criativo que, além de cuidar da experiência, da beleza e da plasticidade, consegue criar, desenhar e experimentar melhores soluções para o consumidor final.

#QUESTÃO DO MÊS Estamos caminhando para uma geração que só entende de customização. Como vai ser a indústria do futuro?

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PANORÂMICAS Parceria do Editor

NO COFECON

CONSELHEIRO FEDERAL

VILÕES DA INADIMPLÊNCIA Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela CNDL em todas as capitais revelou que crediário e cartão de crédito são os principais vilões da inadimplência no país. Os consumidores em dívida com atraso têm priorizado as contas de plano de saúde, condomínio e aluguel, enquanto atrasam as demais. “O crediário e o cartão de crédito são linhas de crédito nas quais o consumidor tem acesso mais fácil. Dessa forma, torna-se mais provável perder o controle na hora de quitar essas dívidas”, avaliou o conselheiro do Corecon-ES Rudisom Rodrigues.

O v i c e - pre si d e nt e d o Corecon-ES, Eduardo Araujo, foi eleito conselheiro suplente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), tornando-se o representante de profissionais capixabas na instância máxima de economistas do país. “A escolha reflete o reconhecimento pelo trabalho que vem sendo feito pelo Conselho do Espírito Santo. É um grande desafio, pois os capixabas têm ainda pouco espaço para apresentar suas propostas. Vamos precisar de muito diálogo para convencer da necessidade da modernização do Sistema”, afirmou o economista. DESAFIO

RECORDE DE INSCRITOS Realizado anualmente pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), o desafio “Quero Ser Economista” é um jogo bastante interativo que ajuda estudantes do ensino médio a escolher a sua profissão. Na edição deste ano, a iniciativa bateu o recorde de inscritos no país, totalizando 741 alunos. O Espírito Santo liderou o ranking, registrando a surpreendente marca de 376 estudantes, ou seja, 50,7% do total. O estado que ficou em segundo lugar (Santa Catarina) anotou 58 cadastros.

EVENTO DE ENCERRAMENTO O Corecon-ES participou do evento de encerramento das atividades de 2018 do Fórum dos Conselhos Profissionais, formado pelos conselhos regionais de Economia, Arquitetura, Química, Fisioterapia, Contabilidade, Administração e Corretores de Imóveis, além da OAB. O economista Ricardo Paixão, que preside o Corecon-ES, marcou presença no encontro, ocorrido no dia 3 de dezembro na sede do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito). Compareceram também conselheiros e representantes das entidades do Fórum.

INAUGURAÇÃO O Corecon-ES prestigiou a inauguração da sede do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 15ª Região (Crefito 15). A solenidade, realizada no dia 16 de novembro, contou com a presença do presidente do Conselho, Ricardo Paixão. O novo endereço fica no bairro Santa Luiza, em Vitória. “O Crefito integra o Fórum dos Conselhos Profissionais, do qual o Corecon-ES também faz parte, e fomos prestigiar esse momento especial, com a inauguração da sede”, afirmou Ricardo Paixão.

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IVO NOGUEIRA DIAS

REFLEXÕES SOBRE A VIDA

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vida é como um livro. A cada dia uma página nova. Cada hora, uma vírgula. Mas nem o lápis pode escrever o futuro e nem a borracha é capaz de apagar o passado. E chega um momento em que Deus nos tira o lápis e escreve o FIM! Por esse motivo, aproveite bem o hoje, pois cada momento é único, o passado não voltará, e o futuro pode não chegar. • Não desperdice o tempo com mágoas, brigas. • Busque a felicidade e simplesmente seja feliz. •A creditamos que a felicidade está no futuro e esquecemo-nos de viver o presente. • Valorizamos a família quando não mais a temos. • Valorizamos o tempo quando está acabando. • Valorizamos o frio quando está calor. • E valorizamos o calor quando está frio. • Reclamamos quando temos muito trabalho. • E também quando não temos nada pra fazer. • Queremos que nossos filhos cresçam logo. • Mas quando crescem, temos saudade de quando eram pequenos. •R eclamamos dos nossos pais, mas quando eles partem, sentimos por não ter dado o último abraço. • O futuro é incerto, e o passado não volta. • Podemos viver apenas o aqui e o agora. • Olhe à sua volta. Vê a sua mãe fazendo a sua comida favorita? • Seu filho correndo quando você volta pra casa? • Seus amigos rindo quando saem juntos? • Seu irmão pedindo um conselho? • Seu melhor amigo se casando com o amor da vida dele? • Isso é Felicidade! •E la está aí, muito perto, e às vezes deixamos que escape pensando não ser o suficiente. • Pense no amor que você recebe e naquele que você dá. • Na quantidade de luz que rodeia você. •E quando perceber tanta riqueza pense de novo nos pequenos problemas.

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• São realmente tão importantes? • É por isso que você adia sua felicidade? • É hora de escolher. •E scolha ser feliz, mesmo sem ter tudo o que gostaria. •E scolha rir dos infortúnios da vida, dos tropeços, de tudo o que não deu certo e poderia ter sido melhor. •B rinde suas conquistas, vai perceber que a felicidade está em você. •A bra os olhos, comece a viver e a desfrutar do que importa de verdade. •É simples. Faça o que é certo, não o que é fácil. O nome disso é Ética. •P ara realizar coisas grandes, comece pequeno. O nome disso é Planejamento. • Aprenda a dizer “não”. O nome disso é Foco. •P arou de ventar? Comece a remar. O nome disso é Garra. •N ão tenha medo de errar nem de rir dos seus erros. O nome disso é Criatividade. • S ua melhor desculpa não pode ser mais forte que seu desejo. O nome disso é Vontade. •N ão basta ter iniciativa. Também é preciso realizar. O nome disso é Efetividade. • S e você acha que o tempo voa, trate de ser o piloto. O nome disso é Produtividade. •D esafie-se um pouco a cada dia. O nome disso é Superação. •P ara todo “game over”, existe um “play again”. O nome disso é Vida. •A felicidade e as suas conquistas neste ano que vai se iniciar só dependem de você. Feliz 2019!




ES BRASIL RETROSPECTIVA 2018 O ano foi marcado por diversos acontecimentos que, de fato, impactaram a agenda da sociedade. Após a crise que parou o país, as eleições trouxeram um dos mais significativos índices de renovação para alavancar a política brasileira. A economia ainda não chegou a níveis estáveis, mas sinaliza melhora com o futuro governo. Nas próximas páginas, confira esses e outros assuntos e segmentos que mais se destacaram no Espírito Santo.

32 Panorama

74 Mercado financeiro

38 Trabalho

76 Cooperativismo

42 Energia, petróleo e gás

78 Associativismo

44 Siderurgia e mineração

80 Educação

50 Papel e celulose

82 Saúde

54 Vestuário e calçados

88 Ciência e tecnologia

55 Rochas ornamentais

90 Cultura

56 Mercado imobiliário e construção civil

94 Segurança

59 Alimentos e bebidas

96 Cotidiano

60 Móveis

98 Turismo e hotelaria

62 Agronegócio e agricultura

100 Esporte

64 Mercado automotivo

103 Infraestrutura e logística

66 Varejo

105 Meio ambiente

70 Comércio exterior


PANORAMA Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

LETÍCIA VIEIRA

Torcida brasileira acompanha jogo da Copa: derrota e frustração no Mundial 2018

2018: O ANO EM QUE O BRASIL PAROU... E DEPOIS “RACHOU” MOBILIZAÇÃO E RADICALISMO RESUMEM OS DOIS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS NO PAÍS NO PERÍODO 32

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M

uitos foram os fatos marcantes em 2018, mas nada superou a greve dos caminhoneiros. Após o governo federal anunciar o 12º aumento do custo do óleo diesel, sob a justificativa de estar seguindo o mercado internacional, profissionais da categoria se articularam por WhatsApp e, em 21 de maio, na segunda-feira que entrou para a história, iniciaram o movimento que parou o Brasil. A manifestação trouxe caos à população. Em poucos dias, a escassez de combustível e de produtos de primeira necessidade como alimentos e


remédios instaurou a sensação de crise no país. Filas nos postos de gasolina e desabastecimento nas cidades não foram os únicos impactos negativos imediatos. A paralisação gerou um prejuízo de R$ 15 bilhões para a economia nacional, de acordo com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia – a cifra corresponde a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Na pecuária capixaba estimam-se R$ 50 milhões entre perdas na produção e no transporte. Foram identificados no Estado 26 pontos de bloqueio nas estradas e 7,6 mil caminhões parados. Nas prateleiras dos supermercados, os hortifrutigranjeiros foram os primeiros a faltar após sete dias de protesto, e os poucos encontrados estavam até 150% mais caros, como as batatas. Para a indústria do Espírito Santo, o baque estimado foi de R$ 200 milhões. Indicadores mostram que o setor recuperou parte das perdas amargadas. O faturamento real aumentou 26,4% em julho na comparação com maio, na série livre de influências sazonais, contornando com folga a queda de 16,7% de maio, informa a pesquisa divulgada em agosto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mas a greve não foi o único fator que estremeceu o cenário econômico, que segue cambaleante. “A retomada da atividade industrial já era lenta, e o quadro geral

piorou no segundo trimestre”, comenta o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Ele explica que isso é resultado de vários fatores. “Além da piora do panorama externo, há aumento do nível de incerteza, com dúvidas sobre a política econômica a ser adotada a partir do resultado das eleições, e sobre os desdobramentos da recente crise de transportes de carga rodoviária. Não podemos nos esquecer de que a intervenção no livre-mercado e na concorrência decorrente da tabela de fretes mínimos acarreta incerteza jurídica e, caso efetivada, aumento de custos na economia”, lembra o dirigente. ELEIÇÕES O segundo momento de maior destaque no país em 2018 se deu em torno das disputas nas urnas. No ano em que a Constituição Federal, promulgada em 1988, completa três décadas, as eleições gerais – para os cargos de presidente, deputados federais e estaduais, senadores e governadores – trouxeram para a pauta de discussões diárias a “gana” pelo fim da corrupção, os diversos direitos conquistados pelos brasileiros e o medo de perdê-los. Foi uma batalha também marcada pelo uso das mídias sociais e aplicativos de troca de mensagens, mas pontuada, principalmente, pela polarização. O resultado da votação

“A recuperação da atividade industrial já era lenta, e o quadro geral piorou no segundo trimestre” Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI

mostrou novamente uma nação rachada ideologicamente na escolha do novo presidente da República. Uma divisão que surgiu em 2006, fruto da disputa entre PSDB e PT, enfatiza o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie. “As eleições deste ano trouxeram uma renovação histórica do parlamento em Brasília. Os estreantes serão maioria no Senado na próxima legislatura. Contrariando as pesquisas de intenção de votos, o pleito para renovação do mandato de 54 das 81 vagas, marcado pelos desdobramentos e repercussões da Operação Lava Jato, retirou da Casa grandes medalhões de partidos tradicionais, incluindo o presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE). O índice de renovação na Câmara foi de 47,37%, e apenas um em cada quatro senadores que tentaram a reeleição saíram vitoriosos”, enumera Prando.

EFEITO DA GREVE NO VAREJO BRASILEIRO ICVA mostra oscilação das vendas em comparação a dia normal

Quarta 23/5

Quinta 24/05

Sexta 25/05

-3% 1% -3%

Sábado 26/05

-20%

Domingo 27/05

-28%

Segunda 28/05

-8%

Fonte: Índice Cielo de Varejo Ampliado

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PANORAMA

COPA DO MUNDO Antes das eleições, a nação até parou por um tempo para assistir aos jogos do Mundial de futebol, com direito a polêmica envolvendo torcedores brasileiros que desrespeitaram mulheres na Rússia – anfitriã da competição pela primeira vez –, com “brincadeiras” nada elegantes. A Copa 2018 entrou para a história por ter sido a mais cara de todas, com um custo total de US$ 14,2 bilhões, e por estrear o uso do árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) no torneio. Apesar do burburinho em torno da novidade, o recurso foi ignorado em alguns lances.

Símbolo da Lava Jato, Sérgio Moro deixou a carreira de juiz para ser ministro de Bolsonaro

A 21ª edição do evento esportivo foi a primeira promovida no Leste Europeu. Começou em 14 de junho, mas perdeu a graça para a torcida verde-amarela em 6 de julho, quando o Brasil foi eliminado da competição pela Bélgica, por 2 x1, na cidade de Cazan, durante as quartas de final. Na decisão pelo título, melhor para a França, que venceu a Croácia por 4 x 2 no dia 15 do mesmo mês, em Moscou.

acusações em trâmite. Os crimes denunciados, segundo levantamento do Ministério Público Federal (MPF), envolveram pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas. Até a escolha do substituto de Moro, os processos da megaoperação vão se manter sob a tutela da juíza substituta Gabriela Hardt, que em 14 de novembro interrogou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal do sítio de Atibaia (SP).

LAVA JATO O convite do presidente eleito Jair Bolsonaro aceito por Sérgio Moro para ocupar a chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública esteve entre os momentos polêmicos do ano. O agora ex-juiz, que deixou seu cargo na 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR) em 19 de novembro, assumiu posto na equipe de transição para o novo governo. Quando estava à frente da Lava Jato, o então magistrado emitiu 46 sentenças, com 215 condenações contra 140 réus. Há ainda 36

COREIAS No cenário internacional, deu o que falar um encontro histórico, realizado em abril, na zona desmilitarizada, entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Um, e o da Coreia do Sul, Moon Jae-In. Na pauta, o anúncio de um esforço conjunto para desnuclearizar a península e encerrar, oficialmente, a guerra da Coreia. Mas as negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte para pôr fim a seu programa nuclear parecem ter cessado desde que os presidentes Donald Trump e Kim Jong-Un participaram de uma cúpula também histórica em Singapura, em junho. Os dois polêmicos mandatários devem voltar a estar juntos em janeiro ou fevereiro de 2019.

Incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro destruiu quase todo o acervo local

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

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MEMÓRIAS QUEIMADAS Em plena Semana da Pátria, os brasileiros acordaram mais tristes. No dia 3 de setembro, um incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, localizado na Quinta da Boa Vista, na zona norte, destruiu quase todo o acervo local, o mais completo do país em termos de exemplares (20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia). No prédio também estava o maior conjunto de múmias egípcias das Américas.

Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

As urnas no Espírito Santo acompanharam o movimento nacional. A renovação na Assembleia Legislativa foi de 50%; na bancada federal capixaba também foram anotadas muitas trocas. A mais relevante delas foi a saída dos senadores Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB), que perderam as cadeiras para os estreantes Fabiano Contarato (Rede) e Marcos Do Val (PPS). A expectativa do mercado financeiro e de todos os brasileiros é que tanto o presidente quanto os governadores sejam capazes de melhorar a eficiência da gestão, diminuindo custos e atraindo investimentos.


Foto: Divulgação

Os líderes das Coreias do Norte e do Sul selaram acordo para pôr fim aos conflitos

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, acredita que a falta de verba não permitiu obras de melhoria na infraestrutura. “Esta é uma edificação muito antiga, que foi concebida quando não havia tanto consumo de energia como usam as edificações acadêmicas. A restauração projetava a instalação de um sistema de prevenção de incêndio muito robusto”, disse. Diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner cobrou responsabilidade do governo federal e pediu apoio para a reconstrução. Em entrevista à Folha de S.Paulo, em maio, ele lamentou a precariedade da estrutura e os cortes de recursos para manutenção do espaço, que recebia cerca de R$ 520 mil anuais para arcar com as despesas, mas desde 2014 não registrava a entrada integral desse valor.

E o que ocorreu em terras fluminenses parece não ter servido de lição para os capixabas, já que pelo menos quatros museus no Espírito Santo estão com o alvará de funcionamento vencido. BOAS NOTÍCIAS O entreposto da Zona Franca de Manaus no Espírito Santo iniciou as suas operações em agosto, com armazenamento de produtos. O primeiro cliente foi a Daikin Ar Condicionado Brasil, multinacional pertencente ao grupo japonês de mesmo nome e que já utiliza o centro de distribuição capixaba para armazenar equipamentos da sua linha residencial. O vice-presidente da companhia, Norihisa Kitamura, destacou a relevância da estrutura, em Cariacica, para a empresa, que passou a Foto: Infraero

O Aeroporto de Vitória já teve sua pista ampliada

contemplar um maior número de clientes. “Para entregar um produto para um cliente em São Paulo, tínhamos que reunir uma certa quantidade, pois ficava difícil enviar poucas unidades. Com o entreposto aqui no Espírito Santo, conseguimos atender às necessidades de vários clientes. Portanto, para nós, da Daikin, este é um local muito importante”, ressaltou. O governador Paulo Hartung apontou o trabalho feito pelo Estado para melhorar a competitividade e facilitar a vinda de negócios. “Estou feliz por celebrar esta conquista importante, este centro de distribuição. Esperamos que seja a primeira de muitas empresas e que a Daikin olhe o Espírito Santo com outras oportunidades oferecidas ao desenvolvimento das empresas. Temos que seguir em frente, melhorar a infraestrutura e a educação do nosso Estado e criar as bases para que o Espírito Santo possa continuar sendo um diferencial no nosso país”, declarou à época. Um dos anúncios mais aguardados de 2018 foi a data de inauguração do novo Aeroporto de Vitória, finalmente entregue em março após 16 anos de espera. As obras, iniciadas em 2005 e paralisadas dois anos depois, foram retomadas somente em 2014, depois de novo processo licitatório. O governo federal investiu R$ 559,4 milhões no complexo. O terminal de passageiros tem área de 29,5 mil metros quadrados. A pista de pouso e decolagem possui 2.058 metros de extensão por 45 metros de largura. O espaço é capaz de receber aeronaves do tipo Boeing 767-200, além de contar com pistas de taxiamento de aeronaves. “A ampliação contribui para o crescimento da economia do Estado e proporcionou aos capixabas um aeroporto moderno e confortável, comparável aos melhores do país”, afirmou o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella. No campo econômico, uma outra boa-nova: o Espírito Santo foi o único estado do país a alcançar nota máxima “A” do Tesouro Nacional no Boletim de Finanças divulgado em novembro. O relatório é visto como um ranking das unidades federativas que melhor cuidam das contas. A avaliação vai de “A” a “D”. radio.esbrasil.com.br •

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PANORAMA

Na edição de 2017, o Espírito Santo também obteve nota A, dividindo o topo da lista com o Pará. Em 2018, contudo, o desempenho capixaba foi o único a alcançar o resultado máximo. Em coletiva de imprensa, o governador destacou que o Estado enfrentou a crise nacional nos últimos três anos resolvendo as prioridades. “Sofremos o impacto do alto desemprego, fomos altamente atingidos com a crise do petróleo e gás, mas conseguimos pagar os fornecedores e funcionários sem fazer endividamento. Tivemos uma boa equipe para analisar questões e enfrentar os problemas. Montamos uma estratégia para acabar com as dívidas, fizemos cortes necessários e focamos a educação e a saúde”, explicou Paulo Hartung. E o ano ainda teve mais uma notícia a se comemorar, especialmente para quem vive na Serra. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade ultrapassou a marca de meio milhão de habitantes e manteve o título de mais populosa do território capixaba, com 507.598 moradores – só nos últimos oito anos, o município ganhou mais 100 mil. A atração de grandes empresas e novos projetos imobiliários vem contribuindo para o salto demográfico, avalia o coordenador de Governo da Serra, Jolhiomar Massariol. “Sucessivos investimentos em obras públicas têm atraído para cá trabalhadores”, destacou. SEGURANÇA O primeiro semestre deste ano anotou o menor número de homicídios desde 1989, com destaque para a queda no índice de mortalidade entre jovens. Em 10 anos, 36

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o Estado anotou a segunda maior redução do volume de óbitos masculinos por causas externas, que incluem homicídios, suicídios e acidentes de trânsito, entre outras. Houve queda na ordem de 25,9% em ocorrências de morte, no grupo de pessoas entre 15 e 24 anos de idade. No topo dessa estatística está o Paraná, com recuo de -43,2%. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no dia 31 de outubro, apontam ainda que, no ano passado, 2.867.701 nascimentos foram registrados nos cartórios do Brasil. Em comparação com 2016, houve aumento de 2,6%. No Espírito Santo, o percentual é ainda mais alto, 5,9% de expansão. Ainda no grupo com os índices mais elevados estão em: Sergipe (5,1%), Rondônia e Rio de Janeiro (5,8%), Acre e Mato Grosso do Sul (6,3%) e Tocantins (9%). RIO DOCE Após três anos do rompimento da barragem da Samarco, no município mineiro de Mariana, que causou o mais grave desastre socioambiental da história do país, ações de indenização e reparação ainda tramitam na Justiça, e há pessoas que nem sequer são reconhecidas como atingidas. Se por um lado sobram críticas contra a morosidade das ações por parte da Fundação

“Vidas humanas e patrimônio histórico foram destruídos nesse desastre, isso não tem como repor” Paulo Hartung, governador do Estado

Foto: Fred Loureiro

Vista aérea do Rio Doce, que foi afetado pelo desastre ambiental de Mariana (MG)

Renova, criada pela mineradora e suas controladoras – as gigantes Vale e BHP Billiton – para lidar com as consequências da tragédia; por outro, os milhares de trabalhadores e os gestores de municípios que tinham parte considerável de sua receita ligada ao funcionamento da Samarco, como Anchieta, no Espírito Santo, aguardam ansiosos o retorno das atividades da empresa. “Vidas humanas e patrimônio histórico foram destruídos nesse desastre, isso não tem como repor, mas minimamente nós temos trabalhado para que se reponha o que for possível, no ponto de vista econômico, ambiental e social. Precisamos recuperar os danos que são possíveis, ter uma visão proativa e colocar a empresa para funcionar”, defende o governador Paulo Hartung, que está deixando o comando do Executivo estadual. ECONOMIA A economia capixaba avançou mais que a nacional no processo de retomada do crescimento este ano, já acumulando elevação de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse bom desempenho se deu como resultado de expansão de 14% no comércio varejista ampliado, pois a indústria e o setor de serviços ainda se encontram estagnados, explica o economista Eduardo Araújo. “Destaque positivo vai também para boa gestão fiscal. Tanto o governo estadual quanto a prefeitura da capital receberam nota máxima na avaliação da capacidade de pagamento pela Secretaria do Tesouro Nacional”, aponta. Com mais recursos em caixa, acrescenta Araújo, o desafio para o próximo ano é progredir nas frentes ligadas à infraestrutura, com obras públicas. “Se isso ocorrer, é provável que haja uma queda mais acentuada no desemprego, por conta de expansão de contratações no setor de construção”, prevê. O desemprego caiu este ano, mas em ritmo insuficiente. “Há ainda 242 mil capixabas à procura de uma oportunidade de trabalho, o dobro do que se tinha antes da crise”, reforça. A perspectiva para 2019 é de crescimento em ritmo igual ou superior ao nacional. “É torcer para que as reformas avancem no país, pois se o Brasil cresce o Espírito Santo tende a crescer mais ainda”, afirma.



TRABALHO

De janeiro a novembro, o Estado criou 21.288 postos de trabalho

ESPÍRITO SANTO SE RECUPERA ACIMA DA MÉDIA NACIONAL

A

pesar de ainda tímida, a recuperação do mercado profissional no Brasil já pôde ser observada em 2018, com a abertura de 858.415 vagas. E no Espírito Santo o cenário é ainda mais animador. De janeiro a novembro, o Estado criou 21.288 postos (diferença entre o número de admissões e o de demissões), o que representa um saldo positivo de 3,03% no período. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Já nos últimos 12 meses, a expansão em solo capixaba foi de 15.280 contratações, o equivalente a 2,15%, enquanto a variação nacional ficou em 1,36%, totalizando 517.733. O setor que mais contribuiu para o resultado no Espírito Santo foi o de serviços, com a geração de 121.867 empregos. Em seguida aparecem comércio, com 82.679, e indústria da transformação, com 58.372. “Os números representam uma recuperação do mercado formal de trabalho. Os resultados positivos nos últimos 12 meses e no

acumulado do ano mostram que a economia segue em um processo de aquecimento, respondendo às iniciativas do governo para estimular o consumo e gerar novos postos de trabalho”, disse o ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello. Segundo o economista Danilo Orsida, os efeitos da recessão só deixarão de ser sentidos em 2019. No entanto, o cenário de depressão econômica tem começado a se dissipar. “Os indicadores dizem que o Brasil está galgando uma recuperação, mesmo que a passos lentos”, afirmou. Para a psicóloga Mariane Limonge Saleni, que atua no recrutamento e seleção de profissionais, o ano de 2018 apresentou uma melhora no nível de contratações. No entanto, os empregadores estão à procura de profissionais com perfis diferenciados. “As empresas vêm buscando profissionais mais estratégicos e menos operacionais. Sobram empregos ofertando altos salários e faltam empregos que requerem pouco conhecimento”, avalia.

EVOLUÇÃO DO EMPREGO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA NO ESPÍRITO SANTO ESPÍRITO SANTO

EM 12 MESES (NOV 2017 A NOV 2018)

TOTAL ADMIS.

TOTAL DESLIG.

SALDO

VARIAC. EMPR % *

TOTAL ADMIS.

TOTAL DESLIG.

SALDO

VARIAC. EMPR %

85

130

-45

-0,42

1.623

2.198

-675

-5,11

4.058

3.884

174

0,15

58.372

56.518

1.854

1,63

157

86

71

0,88

2.364

2.213

151

1,89

CONSTRUÇÃO CIVIL

2.581

2.660

-79

-0,18

33.025

30.025

2.621

6,38

COMÉRCIO

8.662

6.449

2.213

1,22

82.679

80.122

2.557

1,41

SERVIÇOS

9.512

8.407

1.105

0,34

121.867

113.299

8.568

2,72

18

17

1

0,01

481

568

-87

-1,26

1.242

1.434

-192

-0,60

28.752

28.561

191

0,58

26.315

23.067

3.248

0,45

329.163

313.883

15.280

2,15

SETORES EXTRATIVA MINERAL INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO SERV INDUST DE UTIL. PÚBLICA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AGROPECUÁRIA TOTAL Fonte: MTE-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados-Lei 4923/65

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NOVEMBRO/2018

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ARILDA TEIXEIRA

ECONOMIA

é economista e professora da Fucape

BRASIL 2019: DE DENTRO PARA FORA, DE FORA PARA DENTRO PARA REMOVER OS EFEITOS DOS ERROS, SERÃO NECESSÁRIAS DECISÕES QUE RECUPEREM A CREDIBILIDADE E ATRAIAM INVESTIDORES

O

Brasil está diante um momento peculiar. Ao mesmo tempo em que o país denuncia e prende políticos e agentes públicos e privados corruptos, os membros dos poderes Executivo e Legislativo aprovam medidas fisiológicas e nepotistas para lhes garantir impunidade; e o vaidoso Judiciário profere suas prolixas e evasivas narrativas. Esse contexto é terreno fértil para alimentar o nacionalismo autoritário e intolerante, que responsabiliza a democracia pelos problemas da economia. Tudo errado. O entrave não é a democracia. São os (pseudo) democratas que dedicam mais tempo para prevaricar do que dar as respostas de que a nação precisa. Esse desvio de conduta é um freio para a economia, que fechará 2018 sob baixo dinamismo interno e externo. De dentro para fora, o quadro reflete ineficiência produtiva e injustiça social, heranças de sucessivas decisões equivocadas. Para remover os efeitos dos erros, serão necessárias medidas que recuperem sua credibilidade a fim de que possa atrair investimentos para seu mercado. Tais aportes impulsionarão a economia e, a reboque, suas eficiência e competitividade vão ajudar na recuperação da capacidade de inserção externa. O dever de casa para se chegar aí é uma ampla mudança estrutural: (I) da

cultura organizacional do setor público; (II) da cultura protecionista da plutocracia; (III) do regime de previdência; (IV) do sistema tributário; (V) do sistema de ensino; (VI) do marco regulatório; (VII) da estrutura produtiva. A dúvida é, em primeiro lugar, quanto ao real comprometimento do próximo governo com essas ações; e, em segundo, quanto aos graus de liberdade que terá para imple-

Neste momento, não dá para garantir nada porque, de concreto, só há as intenções. O jogo ainda não começou”

mentá-las. Neste momento, não dá para garantir nada porque, de concreto, só há as intenções. O jogo ainda não começou. E quando iniciar o placar dependerá das aprovações do Legislativo às mudanças propostas. Mas, em se tratando do parlamento brasileiro, é melhor não criar muitas expectativas. Espírito público e visão de Estado não há naquele meio.

Assim, de dentro para fora, os rumos da economia ainda não se definiram. De fora para dentro, dependerão dos desdobramentos do embate comercial entre EUA e China. Apesar de estar longe de ser uma praticante do livre comércio, o país asiático atacou o protecionismo de Donald Trump. Mas o fez mais como jogo de cena do que para defender liberdade para o comércio. A China está usando a ocasião para testar os limites de influência de seu mercado, porque pretende utilizá-lo como instrumento para exercer poder político nas negociações internacionais. O norte-americano Trump, por sua vez, sabendo aonde essa economia oriental quer chegar, procura barrá-la. O confronto entre Trump e Xi Jinping pode reduzir o dinamismo da economia chinesa, com reflexos sobre seu fluxo de comércio. Sendo a China a principal importadora das nossas commodities agrícolas, itens número 1 da pauta de exportação nacional, a guerra comercial será um dificultador à retomada do crescimento brasileiro. Concomitantemente, a União Europeia – destino das exportações brasileiras – sinaliza baixo ritmo de crescimento para 2019. E suas negociações com o Mercosul para criar a área de livre comércio não estão avançando. É menos uma possibilidade de negócio. Assim sendo, de fora para dentro também não há cenário definido: 2019 é uma incógnita.

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INFORME PUBLICITÁRIO

COMPROMISSO COM AS PESSOAS E COM O MEIO AMBIENTE

P

or meio de uma inovadora gestão ambiental e de um plano de investimentos contínuos, a ArcelorMittal Tubarão segue seus negócios com consciência e compromisso com o meio ambiente e assinou em 2018 o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) com o governo do Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual.

As wind fences foram instaladas como forma de conter as partículas de minério, pelotas e carvão armazenadas nos pátios de estocagem que, com a força dos ventos em nossa região, tendem a se espalhar pelo ar

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Atendendo às demandas das autoridades ambientais, todas as 131 metas apontadas pelo Relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para cumprimento pela empresa foram consideradas no TCA, sendo algumas de execução imediata e outras, em até cinco anos, como a aquisição de novos equipamentos e tecnologias de controle ambiental. Entre as ações previstas, destacam-se a instalação de novos sistemas de despoeiramento (filtros de mangas)

Além de investir fortemente na gestão ambiental das operações, a Vale também está presente no Espírito Santo com diversas iniciativas sociais e culturais

nas unidades de Aciaria, Pátio de B enef iciamento de Copro dutos e Sinterização no valor de R$ 51,3 milhões; a aplicação de novas tecnologias nas correias de transferência, incluindo o enclausuramento; o controle do arraste de poeira nos pátios com Barreiras de Vento (wind fences) e a ampliação da aplicação de polímeros sobre as pilhas de carvão. Esses investimentos fazem parte de um processo de melhoria contínua e envolvem iniciativas muito mais amplas. Os projetos reforçam também a coparticipação da ArcelorMittal Tubarão no crescimento econômico do Estado. Isso porque só as obras da nova Coqueria e do despoeiramento no Pátio de Beneficiamento de Coprodutos, juntas, deverão gerar cerca de mil novos postos de trabalho: a construção da bateria demandará 700 profissionais e a instalação do sistema de despoeiramento, mais 300. Com a formalização da assinatura, a empresa ratifica também seu princípio de mediação e diálogo constantemente aberto com órgãos públicos e sociedade na busca de soluções e tecnologias comprovadamente eficazes para o controle da qualidade do ar. Reafirma, ainda, seu compromisso com a questão ambiental, ação que faz parte da estratégia da empresa desde que iniciou suas atividades.


LINHA DO TEMPO 1983 - Acendimento oficial do Alto-Forno. No dia 30 de novembro, a cerimônia de acendimento oficial do Alto-Forno dá início à operação da usina. Resultado de um investimento da ordem de US$ 3 bilhões, a planta é uma das maiores e mais modernas das Américas, com capacidade para produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano. 1986 - Cinturão Verde. Começa a implantação do Cinturão Verde no entorno da empresa. Hoje, são 7 milhões de metros quadrados de cobertura vegetal, com densidade e altura suficientes para reduzir a velocidade do vento e minimizar as emissões atmosféricas, funcionando como um sistema de controle ambiental. 1989 - A empresa finaliza o ano como a terceira maior exportadora brasileira, apesar da crise mundial no segmento de placas de aço. 1992 - No dia 16 de julho, as ações da Companhia Siderúrgica de Tubarão são comercializadas em um leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, consolidando a privatização da empresa. 1996 - A empresa conquista a primeira Certificação de Qualidade de acordo com os requisitos da norma ISO 9001. 1998 - Ampliação e modernização. Com a entrada em operação do Alto-Forno 2 e da segunda máquina de lingotamento contínuo, a capacidade de produção da empresa é elevada para 4,5 milhões de toneladas/ano. 1999 - A empresa torna-se autossuficiente em energia. 2001 - A gestão da empresa conquista, pela primeira vez, a certificação de acordo com a norma internacional ISO 14.001. 2002 - Em novembro, é inaugurado o Laminador de Tiras a Quente. 2006 - A empresa passa a fazer parte do Grupo ArcelorMittal, maior produtor de aço do mundo, e ganha a denominação atual: ArcelorMittal Tubarão. 2010 - A empresa torna-se a primeira produtora de aço Zero Tabaco do Brasil. 2013 - A ArcelorMittal Tubarão completa 30 anos de operação. 2015 - A empresa é escolhida como sede do 12º Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo ArcelorMittal. A estrutura tem como objetivo alavancar a produção científica voltada para a inovação, estimulando o envolvimento das instituições acadêmicas e outras organizações capixabas na busca por soluções sustentáveis. 2016 - Em um ano de grandes desafios, a ArcelorMittal Tubarão implanta projetos inovadores e colhe resultados recordes em produção, redução de custos, produtividade, indicadores sociais e ambientais.

Após criterioso estudo técnico para identificar as causas da visibilidade das emissões na área da Sinterização, a ArcelorMittal, com o Iema, optou pela adoção da tecnologia Gas Cleaning Bag Filter

“Estamos com esse Termo reforçando o compromisso com a busca da melhoria contínua de nossa gestão ambiental, tornar a nossa empresa cada vez mais sustentável, forte, dinâmica e comprometida com o bem-estar da sociedade”, afirma Benjamin Baptista Filho, CEO de Aços Planos América do Sul da ArcelorMittal. A empresa executou um plano de investimentos ambientais no valor de R$ 400 milhões entre 2014 e 2018. Desde então, já reduziu em 20% as emissões totais de material particulado, e a previsão é de uma baixa adicional de 15% nessas emissões no final do período. Dentro do plano, inaugurou, no início de 2018, o Gas Cleaning Bag Filter, considerado a melhor tecnologia disponível no mundo para controle de emissões em processos de sinterização, segundo a Comunidade Europeia. Também implantou dois novos carros de carregamento da Coqueria, dotados da melhor tecnologia de selagem das bocas de carregamento, com sistema automatizado, evitando a ocorrência de emissões fugitivas. A ArcelorMittal Tubarão acumula, desde o início de sua operação, investimentos da ordem de US$ 808 milhões na área ambiental. Em 2016, foram investidos R$ 61,8 milhões; em 2017 mais R$ 78,2 milhões e, para 2018, a previsão é de R$ 23,8 milhões.

RESPONSABILIDADE SOCIAL Todas as ações sociais que a ArcelorMittal Tubarão apoia ou desenvolve, bem como todos os relacionamentos que mantém, baseiam-se na percepção de que estamos inseridos em um tecido social que deve se preservar saudável. Dessa forma, mais do que ouvir e compre ender as demandas, a ArcelorMittal Tubarão busca o compartilhamento de experiências e o conhecimento para a construção de soluções comuns que favoreçam a evolução de toda a sociedade rumo a um cenário de desenvolvimento pleno das pessoas e das comunidades. Para ser um agente ativo da transformação, a empresa trabalha com o conceito de corresponsabilidade, concretizado por meio de um relacionamento transparente com órgãos públicos e comunidades em sua área de influência. Os investimentos são direcionados a programas próprios e também a proj etos s o ci ais es col hidos principalmente por meio de edital de seleção. A prioridade é dada às iniciativas focadas na transformação da realidade, relacionadas com educação, saúde, desenvolvimento comunitário, meio ambiente e cultura. Sempre que necessário, a empresa também apoia ações de atendimento a emergências sociais.

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ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS

Em 2018, marco das sete décadas de atuação no Espírito Santo, a Petrobras anunciou que planeja investir US$ 2,5 bilhões no Estado em cinco anos

BONS RESULTADOS E PROMESSAS DE INVESTIMENTO NO SETOR COM CENÁRIO PROMISSOR, ACORDOS PODEM GERAR CIFRAS BILIONÁRIAS PARA O ESTADO

O

Espírito Santo, que responde apenas por 0,54% da extensão territorial e por menos de 2% da população do país, é hoje DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE um dos mais importantes produtores brasileiros de petróPETRÓLEO POR ESTADO leo e gás natural (P&G), mas começou 2018 perdendo a segunda colocação no ranking de fornecimento do primeiro item, a qual Rio de Janeiro mantinha desde 2007. Os dados foram apresentados no boletim de fevereiro, da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 14% Espírito Santo De acordo com o documento, São Paulo alcançou 344.160 bbl/d (barris por dia) ao passo que o Espírito Santo chegou a 343.890 bbl/d. São Paulo 13% Já em março, o desempenho capixaba voltou a bater o paulista, reto69% % mando o segundo lugar, posição consolidada em 2010 com o início 2 Rio Grande do Norte da exploração e produção na camada pré-sal no Parque das Baleias. 1% Bahia O setor vive hoje um momento de recuperação, e a alta do preço 1%Outros do barril de petróleo no mercado internacional, que passou o ano de 2018 acima dos US$ 70, é favorável ao país, incluindo seus estados e Fonte: ANP/SDP/Sigep - Agosto 2018 municípios, e à Petrobras, que registrou lucro líquido de R$ 17 bilhões no primeiro semestre. O resultado positivo está também associado à INVESTIMENTOS depreciação do real em relação ao dólar. No mesmo período, o endiUma boa notícia foi anunciada pela Petrobras em 2018, vidamento líquido caiu 13% em comparação com dezembro de 2017, como marco das sete décadas de atuação no Espírito Santo. A empresa para US$ 73,66 bilhões. planeja investir US$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos no Estado. Já no terceiro trimestre de 2018, a empresa manteve os bons Do valor total do Plano de Negócios e Gestão (PNG 2018-2022), números que vinha apresentando. Obteve lucro líquido de R$ 644 56% serão destinados ao projeto da plataforma integrada no litoral bilhões, cifra que representa alta de 2.397% ante os R$ 266 milhões sul capixaba. “Uma parte importante (do PNG) é o novo sistema de no mesmo intervalo de 2017. produção do Parque das Baleias, que traz um Mas tal performance não repercutiu de forma grau de certeza de sua realização muito grande unicamente animadora, visto que significa, até 2022”, afirmou o presidente da estatal, ainda, uma queda de 34% em relação aos três Pedro Parente. meses anteriores. Essa baixa gerou sensação de % O objetivo é interligar 22 poços do pós e do frustração entre os investidores, cuja expecta- Foi o crescimento das instalações para captar pré-sal dos campos de Jubarte, Baleia Franca tiva de lucratividade era ao menos semelhante energia solar nos últimos cinco anos no ES. e Cachalote a uma nova plataforma, do tipo à apresentada no segundo trimestre. FPSO, com capacidade de produção diária

25.700

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PREÇOS HISTÓRICOS (US$) DO PETRÓLEO BRENT FUTUROS (BARRIS) Data

Último

Abertura

Máxima

Mínima

Volume

jan/18

69,05

66,55

71,28

66,24

5,48M

Var% 3,26%

fev/18

65,78

69

70,02

61,76

5,66M

-4,74%

mar/18

70,27

64,57

71,05

63,19

5,34M

6,83%

abr/18

75,17

69,32

75,47

66,69

6,23M

6,97%

de 100 mil barris de petróleo e de 5 milhões mai/18 77,59 74,65 80,5 72,38 6,37M 3,22% de metros cúbicos de gás natural. Os invesjun/18 79,44 77,71 79,7 72,45 5,97M 2,38% timentos no período incluem a perfuração de novos poços nos campos atualmente jul/18 74,25 78,55 79,51 71,19 5,56M -6,53% em operação. ago/18 77,42 74,07 78,03 70,3 4,73M 4,27% Internamente, os campos de Albacora e set/18 82,72 77,69 82,87 75,64 4,69M 6,85% Albacora Leste, em águas do Rio de Janeiro, out/18 75,47 82,79 86,74 75,09 6,90M -8,76% estão, desde julho de 2018, sob a gestão da Unidade de Operações Espírito Santo da nov/18 66,93 74,73 74,97 64,66 673,04K -11,32% Petrobras (UO-ES). A mudança faz parte Alta: 86,74 Baixa: 61,76 Diferença: 24,98 Média: 74,01 Variação %: 0,09 de um projeto de reestruturação que visa a M: milhões K: mil organizar a empresa e suas unidades para trabalhar de forma mais equilibrada, eficiente, Fonte: br.investing.com padronizada e, sobretudo, especializada. Durante o lançamento do Anuário da Indústria de Petróleo, produ- GÁS zido pela Federação das Indústrias (Findes), André Araújo, presidente O governador Paulo Hartung anunciou a criação, com a da Shell, posicionou-se de forma bastante otimista. “Nós, da Shell, BR Distribuidora, de uma empresa pública de fornecom aquisições recentes, passamos de um patamar de investimentos cimento de gás no Espírito Santo e sancionou o projeto de P&D (pesquisa e desenvolvimento) da ordem de R$ 2 milhões por ano lei que permite incentivos fiscais para o setor de petróleo para pouco mais de R$ 150 milhões. O grande começo é entender a e gás, o Repetro. capacidade do Espírito Santo, tanto da indústria quanto dos institutos “A criação dessa empresa está em consonância com as práticas de pesquisa. Temos um valor-teto de investimento, e o que precisamos da PGE para resolução de conflitos por meio da mediação. Estamos é de projetos competitivos e atraentes para ajudar a superar desa- convictos de que será vantajosa para todas as partes: Estado, sociefios tecnológicos ou também projetos ligados à transição de energia, dade e BR Distribuidora”, comentou o procurador-geral do Estado, que hoje faz parte de um debate bem ativo do qual a nossa indústria Alexandre Nogueira Alves. tem participado”, destacou o executivo. O diretor-geral da Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp), Julio Castiglioni, considerou a proposta de acordo uma saída mais racional e benéfica aos interesses dos usuários do serviço de gás natural canalizado. “Trata-se de uma demonstração inequívoca CONSUMO ENERGÉTICO E GASTOS de que o Estado caminha na direção da previsibilidade e do respeito às suas relações contratuais”, argumentou. Cálculo com base na metodologia definida na “Demos um passo importante na construção da segurança juríversão 1.5 do Submódulo 6.8 do Proret dica e na melhoria da distribuição do gás canalizado no Espírito PDL Bandeira Ghband Gfband GHBand Santo, que se consolidam com a constituição da empresa estadual Mês gatilho (MWm) (MWm) Gfband tarifária de gás”, completou o secretário de Estado de Desenvolvimento, (R$/MWh) José Eduardo Azevedo. 40.187 58.613 0,69 533,82 nov/17 Vermelha 2 dez/17

Vermelha 1

48.368

55.916

0,87

201,51

jan/18

Verde

55.559

46.264

1,2

189,63

fev/18

Verde

59.088

45.411

1,3

157,28

mar/18

Verde

55.553

45.655

1,22

184,91

abr/18

Verde

53.996

48.804

1,11

40,16

mai/18

Amarela

46.531

52.806

0,88

193,36

jun/18

Vermelha 2

39.746

54.770

0,73

425,01

jul/18

Vermelha 2

36.943

57.974

0,64

505,18

ago/18

Vermelha 2

36.768

60.097

0,61

505,18

60.517

0,66

490,74

set/18

Vermelha 2

39.843

out/18

Vermelha 2

40.002

59.853

0,67

377,47

nov/18

Amarela

48.289

57.908

0,83

140,51

Fonte: www.aneel.gov.br

ENERGIA Em abril de 2018, a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a Resolução Homologatória nº 2.392/2018, que estabeleceu as faixas de acionamento e os adicionais das bandeiras tarifárias, com vigência a partir de maio de 2018. Ao longo de 2018, a tarifa vermelha foi a mais acionada – é o patamar 2, que acarreta cobrança extra de R$ 5 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Quando o assunto é fonte alternativa, destaque para a energia solar. Nos últimos cinco anos, as instalações para captá-la cresceram 25.700% no Espírito Santo. Com 1,7 milhão de produtores, o Estado possui 771 imóveis residenciais, comerciais e industriais que fornecem 3.793 KW por mês de energia proveniente do sol – através de microgeração distribuída. O sistema é integrado à rede da EDP. radio.esbrasil.com.br •

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MINERAÇÃO E SIDERURGIA

O complexo industrial da ArcelorMittal Tubarão responde por 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado

ANO DE RECORDES E OTIMISMO COM RETOMADA DO CRESCIMENTO APESAR DE IMPACTADO POR PROBLEMAS COMO A GREVE DOS CAMINHONEIROS, SETOR REGISTROU AVANÇOS EM PRODUÇÃO, VENDAS E EMBARQUES PARA O EXTERIOR

O

ano de 2018 começou bem para o setor de mineração e enclausuramento de suas torres de transferências de matériasiderurgia no Brasil, com expectativa de retomada do prima (R$ 3,2 milhões) e a um novo filtro de mangas na crescimento, mas problemas pontuais, como a greve dos coqueria heat recovery (R$ 2,4 milhões), como parte do Termo de caminhoneiros, em maio, afetaram algumas empresas. Compromisso Ambiental Preliminar (TCAP) assinado com órgãos Apesar da crise, o otimismo marcou o período na ArcelorMittal. públicos no fim de 2017. O presidente da companhia, Benjamin Baptista Filho, disse que a siderúrgica acredita no país e continua investindo. “Crise é também LUCRO época de oportunidades”, cravou, referindo-se à compra do Grupo No fim de outubro, a ArcelorMittal divulgou a obtenção de um Votorantim pela multinacional. lucro líquido de US$ 899 milhões no terceiro trimestre de 2018, Durante visita à sede do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, menor que o ganho de US$ 1,21 bilhão do mesmo período de o gestor salientou que a unidade de Tubarão continua trabalhando 2017. A queda foi motivada por “despesas relacionadas à aquia todo vapor, pois há vantagens geográficas para competir no sição da italiana Ilva e variações cambiais desfavoráveis”. Já as mercado internacional. Com 5,3 mil empregados diretos e 4 mil vendas expandiram-se para US$ 18,52 bilhões, acima dos US$ indiretos, o complexo industrial responde por 17,64 bilhões de igual intervalo de 2017. 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado No país, a produção de aço bruto da e anunciou este ano investimentos na área de companhia subiu 1,4% no terceiro trimeio ambiente. São R$ 574 milhões divididos mestre do ano, chegando a 3,2 milhões para uma quarta bateria na coqueria, no valor de toneladas (Mt), acima dos 3,1 Mt do de R$ 522 milhões, e para um novo sistema de segundo trimestre. As exportações de aço despoeiramento do basculamento da escória milhões elevaram-se 9,4%, para 3,1 Mt, contra do KR, orçado em R$ 51,3 milhões. 2,8 Mt do trimestre anterior. O impulso Foi o lucro líquido divulgado pela Além disso, a multinacional está con- ArcelorMittal no terceiro trimestre de 2018. foi dado pela melhora na demanda e por cluindo aportes financeiros destinados ao maiores volumes de vendas externas em

US$ 899

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Foto: Divulgação

A Vale acumulou um lucro líquido de R$ 13,51 bilhões entre o quarto trimestre de 2017 e o terceiro trimestre de 2018

A produção de pelotas da Vale no terceiro trimestre deste ano ficou 8,1% acima dos três meses anteriores

produtos planos e longos. Já no segundo trimestre, essas transações com o exterior foram impactadas negativamente pela greve dos caminhoneiros. As vendas no terceiro trimestre caíram no Brasil (-4%), ficando em US$ 2,1 bilhões, pouco abaixo dos US$ 2,2 bilhões dos três meses anteriores. Nesse caso, o impacto foi da menor média de preços e da hiperinflação na Argentina, compensados em parte pelo aumento dos embarques de aço. Mesmo assim, a empresa registrou lucro operacional de US$ 374 milhões, acima dos US$ 369 milhões do trimestre anterior

RECORDES DA VALE / EM MILHÕES DE TONELADAS * Produção de minério de ferro: 104,9 Mt Vendas de minério de ferro e pelotas: 98,2 Mt Produção de pelotas: 13,9 Mt Produção de pelotas em Tubarão: 8,7 Mt *No terceiro trimestre de 2018 Fonte: Vale

e ainda maior do que os US$ 128 milhões do mesmo período de 2017.

Pará, e das pelotizadoras 1 e 2 de Tubarão, no Espírito Santo.

RECORDE O desempenho até o terceiro trimestre – incluindo recordes de produção e aumento das vendas – mostra que o crescimento está se consolidando e deve continuar em 2019. Para a Vale, esse avanço já resultou em recorde histórico de produção no terceiro trimestre, com 104,9 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro contra 96,8 Mt no trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2017, o salto foi de 10,3%. Com isso, a Vale ultrapassou pela primeira vez a marca de 100 Mt por trimestre e já estima fornecimento de 390 Mt em 2018 e de 400 Mt anuais a partir de 2019. A empresa também bateu recorde de vendas de minério de ferro e pelotas, chegando a 98,2 Mt no terceiro trimestre, um resultado 4,7 Mt acima do recorde anterior, que ocorreu no último trimestre do ano passado. O mix de vendas tem melhorado consistentemente sobretudo como resultado dos ramp-ups (aceleração da produção) do complexo minerador S11D, no

PELOTAS A produção de pelotas da Vale alcançou recorde trimestral de 13,9 milhões de toneladas, ficando 8,1% e 8,7% acima do trimestre anterior e do terceiro trimestre de 2017, respectivamente. O resultado se deve, principalmente, à retomada das plantas de pelotização de Tubarão 1 e 2 e aos efeitos da parada de manutenção, no segundo trimestre, da planta de Tubarão 4. A unidade de pelotização de São Luís retomou suas operações em setembro, contribuindo para a estimativa de produção da Vale de 55 Mt neste ano. Considerando somente o desempenho das oito plantas de Tubarão, houve recorde trimestral de 8,7 Mt no terceiro trimestre – uma alta de 10% em relação ao segundo trimestre deste ano e de 13,3% em confronto com o mesmo trimestre de 2017. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o montante chega a 24,4 Mt, ou 6,7% a mais do que no mesmo período do ano passado. radio.esbrasil.com.br •

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MINERAÇÃO E SIDERURGIA

A Samarco depende da conclusão do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano para voltar a produzir

A companhia acumulou um lucro líquido de R$ 13,51 bilhões em 12 meses, entre o quarto trimestre de 2017 e o terceiro trimestre de 2018. O resultado foi 23,55% inferior ao apurado na soma dos quatro trimestres do ano anterior, de R$ 17,67 bilhões. Já a receita líquida subiu 16,88% entre o acumulado do último ano, de R$ 108,53 bilhões, e o acumulado dos últimos 12 meses, de R$ 126,86 bilhões. O diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que essas cifras mostram a mudança estrutural nos mercados de minério de ferro e aço chineses. O executivo destacou a valorização do minério de ferro de alta qualidade e a participação da empresa na nova era mundial de produção do aço. “Este momento coincide com a perda de capacidade e qualidade das minas australianas, o que traz como consequência uma diferença de preço de quase US$ 56 entre o minério de baixa e de alta qualidade”, afirmou. Segundo Schvartsman, isso beneficia a Vale, que tem aumentado a participação do minério de alta qualidade em seu portfólio e investido na blendagem. “Estamos transformando a Vale em uma empresa muito previsível, entregando desempenho operacional sólido, maior realização de preços, menores custos e alocação de capital rigorosa”, disse. SAMARCO Parte do otimismo da Vale também se deve à expectativa de retorno das operações da Samarco no início de 2020, ainda com

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capacidade reduzida, mas incrementando a produção ao longo dos anos. Tudo dependendo da obtenção das licenças necessárias para a retomada. Segundo Schvartsman, a confiança vem, primeiro, da assinatura de Termos de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTACs) com órgãos públicos pela Samarco, pela Vale e pela BHP Billiton, que agora “sabem onde estão pisando, o que dá outro grau de confiança para que a gente se mova à frente”. Em segundo lugar, ele lembra que o conselho da Samarco aprovou o início das obras da nova barragem de Alegria Sul e que foi obtida, à mesma época, a licença para a construção. “Por esses motivos, nós teremos até o fim do ano as condições físicas para possamos pleitear a licença de operação, que, se concedida, permitirá o início das operações no início de 2020”, justificou. Neste ano, foram firmadas tratativas com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que evoluíram para um Termo de Compromisso firmado no fim de setembro, em Belo Horizonte. O documento prevê a contratação de auditoria independente para acompanhar a implantação do Sistema de Disposição de Rejeitos Cava Alegria Sul, atestando a segurança técnica e ambiental da cava. Para voltar a produzir, a Samarco depende ainda da conclusão do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano. Conforme o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do LOC, a companhia deverá implantar a filtragem de rejeito arenoso, que equivale a 80% dos resíduos gerados após o beneficiamento do minério de ferro, e o adensamento de lama, que são os outros 20%.



INFORME PUBLICITÁRIO

O Museu Vale ganhou coloridos e detalhes com os trabalhos de 20 artistas capixabas e residentes no Espírito Santo

20 ARTISTAS | 20 ANOS DE HISTÓRIA MUSEU VALE SE TRANSFIGURA NA MOSTRA QUE COMEMORA OS 20 ANOS DA INSTITUIÇÃO

O

Museu Vale completou 20 anos no último mês de outubro. Duas décadas dedicadas a cultura, formação de jovens e preservação da memória ferroviária. Ao todo, nesse período, o espaço abrigou 48 importantes exposições de arte contemporânea, entre mostras coletivas e individuais, de 215 artistas, nacionais e internacionais. Desde a inauguração até o momento, foi contabilizada a presença de mais de 1,7 milhão de pessoas, entre integrantes de g r up os escolares e v isit antes espontâneos, além de outros. Como parte da programação em comemoração à data, foi aberta ao público no dia 31 de outubro a exposição “20/20” – mostra coletiva com artistas plásticos que fazem parte da cena atual da arte contemporânea do Estado Espírito Santo. Em destaque, a produção de nomes tanto da nova geração quanto dos veteranos. Nesse contexto plural, os criadores das obras, nascidos ou residentes no Estado, foram selecionados

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A fachada do galpão de exposições do Museu Vale recebeu novas cores pelas mãos do artista plástico e grafiteiro Fredone Fone

pelos curadores Ronaldo Barbosa, diretor do Museu desde a sua abertura, e Neusa Mendes, curadora institucional e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte. A mostra oferece uma discussão que permeia e dialoga entre artes visuais, literatura, tradição, diáspora, territorialidade, arquitetura, urbanismo, afetos, história da arte e ecologia. Características marcantes na trajetória do Museu, que se consolidou como aparelho cultural de destaque no Espírito Santo ao longo dessas duas décadas e como um dos mais importantes territórios de valorização da arte contemporânea do país. A exposição, com entrada gratuita, traz trabalhos inéditos em múltiplas técnicas: instalações, fotografias, bordados, gravuras,

grafite, pinturas, site specific e desenhos. “A escolha privilegiou a potência, os processos e os contextos criativos de obras de 20 artistas que compartilham inquietudes conceituais e estéticas”, afirma Neusa Mendes. “As experiências artísticas das obras selecionadas propõem uma temporalidade expandida, procurando estabelecer um diálogo do momento contemporâneo, abrindo portas para que se levantem possibilidades inéditas e cambiáveis, em suas complexas e sofisticadas interligações”, completa Ronaldo Barbosa. Os autores selecionados têm articulado colaborações e firmado estratégias comuns à produção e divulgação dos seus trabalhos por meio de editais, residências artísticas, bolsas de estudos, curso de


Veja o Making off da campanha

“20/20” traz trabalhos inéditos em múltiplas técnicas: instalações, fotografias, bordados, gravuras, grafite, pinturas, site specific e desenhos

graduação em artes visuais e mestrado teórico. “É perceptível a renovação que vem fortalecendo e fomentando a produção das últimas gerações. Através das formas de se relacionar e habitar o mundo pelo viés estético, os artistas incorporam e comentam a vida em suas grandezas e pequenezas, compartilham inquietudes conceituais e estéticas, configuram uma reinvenção da paisagem, na escala de suas ocupações poéticas, e por um itinerário correspondente à arte contemporânea”, diz Neusa Mendes. Andréia Falqueto, Bruno Zorzal, Elton Pinheiro, Fernando Augusto, Fredone Fone, Gabriel Borém, Helio Coelho, Jocimar Nalesco, Juliana Pessoa, Leo Benjamim, Luciano Feijão, Luis Filipe Pôrto, Miro Soares, Poliana Dalla, Rafael Pagatini, Re Henri, Rick Rodrigues, Sandro Novais, Thiago Arruda e Vilar são os artistas que compõem “20/20”. “Através dessa exposição, pretende-se contextualizar a produção contemporânea articulando arte, cultura e comportamento, assim como manter atualizado um diálogo entre a instituição museu e uma nova geração de artistas. A atualização dos museus em relação à produção contemporânea é fundamental na garantia de sua própria manutenção como órgão vital e contínuo, atento às mudanças

que ocorrem no panorama nacional e internacional”, conclui Ronaldo Barbosa. Com um calendário de exposições e a realização de um evento anual com temática voltada à discussão da arte contemporânea, o Museu Vale vem se destacando como um instrumento ativo no estímulo à multiplicidade, à diversidade de tendências e ao aprimoramento da produção artística local. O MUSEU POR ESCRITO Durante a exposição, ocorreu o lançamento do livro “Museu Vale: 20 Anos”. Com tiragem de 1.500 exemplares, a publicação será distribuída gratuitamente para bibliotecas públicas do país e outras instituições. Seu conteúdo pretende preservar a memória corporativa centenária da história da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que se desdobrou eficazmente, pouco a pouco, nos vieses da arte contemporânea e da arte educação. Nessas duas décadas, baseado nesses três pilares em seu eixo norteador – memória patrimonial, arte contemporânea e arte educação –, o Museu Vale tornou-se uma das experiências mais notáveis no Brasil em termos de impacto social. G e r i d o p e l a Fu nd aç ão Va l e , o espaço foi além de sua vocação inicial, direcionando a atuação também para a

arte contemporânea, tornando possível que toda a sociedade capixaba tivesse acesso – e sem qualquer custo – a mostras de qualidade comparável aos melhores museus brasileiros e internacionais. Após a exposição inaugural, “Múltiplos”, de Joseph Beuys (1999), o prédio histórico que abrigava a antiga Estação Pedro Nolasco recebeu artistas como Antônio Manuel, com “Fantasma” (1999); Cildo Meireles, com a exposição “Babel” (2006); Waltercio Caldas, com “Salas e Abismos” (2009/2010); Irmãos Campana, com “Anticorpos” (2011); OsGêmeos, com “Fermata” (2011/2012); Vik Muniz, com mostra homônima (2015/2016), entre vários outros nomes de grande importância na arte contemporânea brasileira. O Programa Aprendiz, criado em 2005, é um dos destaques da instituição: beneficia jovens das comunidades do seu entorno, capacitando-os em funções relacionadas à montagem de exposições, bem como aproveitando sua mão de obra durante a montagem das mostras que realiza anualmente. Até o momento 120 jovens foram beneficiados por meio do projeto. Hoje, o Museu Vale detém o Certificado de Excelência do site TripAdvisor pela qualidade do serviço prestado no âmbito cultural. ATIVOS CULTURAIS Os espaços artísticos patrocinados pela Vale refletem a diversidade da cultura brasileira: tradicional e contemporânea. As quatro estruturas estão distribuídas em três das cinco regiões brasileiras e foram concebidas de forma a promover e preservar as identidades culturais e manifestações artísticas de seus territórios. São elas: Museu Vale (Vila Velha-ES), Memorial Minhas Gerais Vale (Belo Horizonte-MG), Centro Cultural Vale Maranhão (São LuísMA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (Canaã dos Carajás-PA).

MUSEU VALE Endereço: Pátio da Antiga Estação Pedro Nolasco, s/n, Argolas, Vila Velha, Espírito Santo. CEP 29114-670 Telefone: 55 (27) 3333-2484 www.museuvale.com

www.museuvale.com radio.esbrasil.com.br •

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PAPEL E PLÁSTICO

Ano foi positivo, com preços em alta, forte demanda, custo de produção em queda e câmbio favorável às exportações

PAPEL E CELULOSE: BONANÇA APÓS A TEMPESTADE SETOR DEIXA A CRISE PARA TRÁS E MOSTRA GRANDE FORÇA NO ESTADO E NO PAÍS

M

arcado por mudanças e muitas expectativas no cenário político, 2018 termina com a sensação de que os momentos complicados enfrentados durante a crise econômica estão sendo superados. Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a receita bruta do setor de papel e celulose no país cresceu de R$ 71,1 bilhões para R$ 73,8 bilhões do último ano para este, gerando 3,7 milhões de empregos diretos e indiretos. Contando com investimentos de R$ 24 bilhões que serão utilizados entre 2017 e 2020, o período foi pontuado por operações florestais e novas unidades industriais. Em uma comparação a 2016, a área de celulose registrou alta de 2,7 milhões de toneladas adicionais, além de 870 mil toneladas

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9,08%

Foi o crescimento da indústria química no segundo quadrimestre do ano.

R$ 18,3 bilhões

É a receita líquida recorde da Fibria registrada nos últimos 12 meses.

adicionais de papel e 2,3 milhões de metros cúbicos adicionais de painéis de madeira. No acumulado do ano até setembro, as exportações de papel alcançaram US$ 1,47 bilhão, e as de celulose, US$ 6,31 bilhões. Para Armando Antônio de Amorim, presidente do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Estado do Espírito Santo (Sindipapel), 2018 foi positivo para o setor, motivado por preços em alta tanto no mercado doméstico quanto internacional, forte demanda, custo de produção em queda e câmbio impulsionando a receita das exportações. “Com essa combinação de fatores, as principais empresas do segmento, entre as quais a Fibria, que tem operações no Espírito Santo, registraram desempenho recorde no terceiro trimestre do ano. O setor tem


EXPORTAÇÕES DO SETOR DE INDÚSTRIAS PLANTADAS 2013

US$ 7,29 bilhão

2014

US$ 7,37 bilhões

2015

US$ 7,82 bilhões

2016

US$ 7,70 bilhões

2017

US$ 8,55 bilhões

2018

US$ 8,01 bilhões (acumulado até setembro)

EXPORTAÇÕES DO SETOR DE CELULOSE 2013

US$ 5,19 bilhões

2014

US$ 5,30 bilhões

2015

US$ 5,60 bilhões

2016

US$ 5,58 bilhões

2017

US$ 6,35 bilhões

2018

US$ 6,31 bilhões (acumulado até setembro)

EXPORTAÇÕES DO SETOR DE PAPEL 2013

US$ 1,97 bilhão

2014

US$ 1,92 bilhão

2015

US$ 2,20 bilhões

2016

US$ 1,87 bilhões

2017

US$ 1,91 bilhões

2018

US$ 1,41 bilhões (acumulado até setembro)

Fonte: Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)

peso representativo na economia capixaba: as exportações de celulose respondem por mais da metade da pauta das vendas para o exterior do agronegócio no Espírito Santo, além de ser grande gerador de empregos, de tributos e de negócios dos fornecedores locais, fortalecendo a cadeia produtiva”, frisou. No Estado, há 25 empresas de papel, papelão e cartonagem, além da celulose. A Fibria, em terras capixabas, gera cerca de 7 mil empregos diretos (próprios e de empresas parceiras), considerando as operações florestais, industriais e logísticas. A unidade industrial localizada em Aracruz tem capacidade para produzir 2,3 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada de eucalipto. “Este está

A Fibria tem capacidade para produzir 2,3 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada de eucalipto

sendo um ano positivo para nossa empresa. Fizemos vários investimentos, como a modernização do transporte marítimo de madeira, com a instalação de gruas que ampliaram a produtividade das atividades de carga e descarga das barcaças que transportam madeira entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo e que demandaram investimentos de R$ 54 milhões”, disse o gerente-geral e industrial da Fibria, Marcelo de Oliveira. Ainda em 2018, o Portocel, terminal marítimo especializado na movimentação de produtos florestais que é controlado pela empresa, completou 40 anos e captou R$ 31 milhões em investimentos em infraestrutura. O transporte ferroviário de madeira também recebeu melhorias, com aportes da ordem de R$ 10 milhões em reforma de vagões e no reposicionamento da pera ferroviária – área de manobra para os trens que trazem madeira –, o que também otimizou processos e elevou a produtividade e a representatividade desse modal na Fibria. Apenas no terceiro trimestre do ano, a fabricação de celulose da companhia chegou a 1,8 milhão de toneladas, 13% superior na comparação com os três meses anteriores. As vendas do produto entre outubro de 2017 e setembro deste ano ficaram em 7,2 milhão de toneladas, enquanto a receita líquida bateu o recorde de R$ 5,8 bilhões, contra os R$ 4,7 bilhões do segundo trimestre de 2018 e os R$ 2,8 bilhões do terceiro trimestre de 2017. Em 12 meses, a receita líquida foi de R$ 18,3 bilhões. Números que mostram que, após um período de incertezas, o setor se fortaleceu e hoje navega em águas mais calmas. INDÚSTRIA QUÍMICA Chamada de “a indústria das indústrias” por atender a diversas áreas da economia no país, o setor químico brasileiro registrou um aumento do volume de produção de 9,08% no segundo quadrimestre, em relação aos

quatro primeiros meses deste ano. No mesmo período as vendas internas cresceram 2,11% e o Consumo Aparente Nacional (CAN), que aponta a produção somada à importação menos a exportação, avançou 8%. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Já na comparação com o segundo quadrimestre do ano passado, o segmento teve elevação de 1,42% na produção, de 0,75% nas vendas internas e de 1,3% no CAN. Por outro lado, o índice de produção apresentou declínio de 2,62% de janeiro a agosto deste ano, em relação a 2017, e de 0,44%, de setembro do ano passado a agosto de 2018. No Espírito Santo, 2018 ainda foi de sinal amarelo para as empresas. Foi essa a análise de José Carlos Zanotelli, presidente do Sindiquímicos. “Todos os setores da área química – fármacos, sucroalcooleiro, cosméticos, fertilizantes, tintas e vernizes, e saneantes – sofreram com a retração econômica. Mesmo assim, em segmentos como o de tintas (que implantou o Programa de Qualidade das Tintas Capixabas), conseguimos a adesão de 95% das empresas para a certificação dos produtos, segundo regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Portaria 529 do Inmetro. Já o setor de cosméticos se destacou pelos projetos de capacitação empresarial e adequação das industrias à legislação municipal, estadual e federal”, assinalou. Contando hoje com cerca de 100 empresas, que geram aproximadamente 3 mil empregos, as indústrias químicas do Espírito Santo têm diversos desafios pela frente. “Podemos listar alguns: combater a informalidade, dentro e fora do Estado, pois algumas empresas insistem em trabalhar errado; valorizar os produtos capixabas e preservar sua qualidade; e promover vendas entre indústrias do mesmo setor, assim como dos demais, pois é uma excelente oportunidade”, concluiu Zanotelli. radio.esbrasil.com.br •

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ARLINDO VILASCHI

ECONOMIA

é professor titular de Economia da Ufes (aposentado)

RETROCESSOS 2018 REACIONARISMO E PERDA DE PROTAGONISMO INTERNACIONAL FAZEM COM QUE O FUTURO DO BRASIL PAREÇA MELHOR NO PASSADO

A

dinâmica socioeconômica funciona de forma diferenciada no tempo e no espaço. Apesar do desejo de que ela ocorra de modo a sempre propiciar ganhos para todos seus agentes, os frutos de sua evolução são distribuídos de maneira desigual. Tanto os ganhos quanto as eventuais perdas. Em períodos de prosperidade, a deixar por conta das forças de mercado, os benefícios vão em sua maior parte para alguns poucos. Quando o sistema entra em crise, a tendência é de repartição dos prejuízos entre a maioria para que a minoria continue ganhando ou sofra perdas menores. O ano de 2018 foi de ganhos concentrados no mercado financeiro e fortalecimento deste para lucros mais robustos no futuro. Robustez a ser assegurada por privatizações e desnacionalizações motivadoras e viabilizadoras do golpe de 2016. Privatizações e desnacionalizações que fazem parte da agenda dos novos representantes em Brasília do Legislativo e do Executivo que tomarão posse em janeiro de 2019. Agenda legitimada pelo voto popular, ainda que este tenha sido conquistado sem o necessário debate aberto sobre suas causas e consequências. O discurso da privatização, por exemplo, continua sendo sustentado pelo argumento desprovido de evidências de que a desestatização – por si só e de maneira exclusiva – gerará crescimento e emprego.

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Privatização enquanto estratégia para atrair capital e tecnologia do exterior. Como as joias a serem entregues estão em áreas estratégicas como energia, agricultura, saúde e sistema bancário, vale pensar sobre seus eventuais benefícios. O que o capital estrangeiro pode trazer para acrescentar ao que o Brasil hoje domina de tecnologia?

Na prosperidade, a maioria dos benefícios vai para poucos. Na crise, os prejuízos são repartidos entre a maioria para que a minoria continue ganhando ou sofra perdas menores” Pouco na área de energia. Seja ela derivada de exploração de gás e petróleo ou da geração de hidroeletricidade e de fontes alternativas como biocombustíveis. Pouco na produção de conhecimentos que viabilizam ganhos continuados de produtividade na produção de alimentos e de outros derivados dessa atividade, praticada tanto pelo agronegócio quanto pela agricultura familiar.

Pouco na produção de medicamentos e de serviços de saúde que dão sustentação ao SUS. Pouco na prestação de serviços bancários diante da competência do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Pouco porque conhecimentos – tecnológicos e gerenciais – incorporados em empresas nacionais como Embraer, Embrapa, Fiocruz, Petrobras e as atuantes no sistema bancário vêm há muito interagindo e construindo parcerias com companhias mundo afora. Interação e cooperação que as capacitam para um equilibrado diálogo com o que se produz na fronteira tecnológica mundial. Retrocessos na área econômica vêm acompanhados por reacionarismo no campo social. Reação a regras para a relação capital-trabalho construídas desde a primeira metade do século passado e que foram desmontadas de forma açodada. Reação a pequenos avanços na inclusão social conquistados a partir do estabelecido na Constituição de 1988. Retrocessos e reacionarismo que se refletem também na forma como o país se coloca na geopolítica global. Seja pela subserviência aos interesses de Tio Sam, seja pelo que essa sujeição provoca de perdas de protagonismo do Brasil em áreas como mudanças climáticas, biodiversidade, segurança alimentar, justiça social e construção de alternativas à ordem mundial estabelecida no pós-segunda guerra.



VESTUÁRIO E CALÇADOS

Setor de vestuário consegue driblar a crise apostando na criatividade e em novos mercados consumidores

E-COMMERCE, SUSTENTABILIDADE E NOVOS NICHOS DÃO O TOM DA MODA

A

inovação e a aposta em novos nichos fortaleceram a produção Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e as vendas do setor de vestuário. A busca por outros merca- (Caged), de janeiro a setembro de 2018, foram extintas 183 vagas na dos, por meio de negociações on-line, também foi crucial para indústria têxtil. No total, o período somou 3.415 admissões contra que a moda capixaba conquistasse mais compradores e os caixas das 3.598 demissões. Os números, no Estado, não mostram retração, empresas, maior fôlego. já que muitos estágios de produção foram terceirizados. “Observamos, este ano, crescimento dos micro e pequenos empreendimentos capixabas que investiram em design e encon- CALÇADOS traram nichos. Além disso, há aqueles que se lançaram em canais A indústria de calçados, por outro lado, apresentou leve crescida internet para as transações, o que se revelou uma escolha mento de empregos nos primeiros nove meses de 2018, com 304 bem-sucedida”, avalia o presidente da Câmara Setorial da Indústria contratações e 249 desligamentos, o que gerou um saldo positivo de do Vestuário da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), 55 postos profissionais. A mesma tendência se verificou no restante José Carlos Bergamin. do país, com 9.786 ocupações abertas. No entanto, no Espírito Santo, E a vitrine eletrônica na web foi realmente certeira, sobretudo para ainda não é momento para se comemorar. “Foi um ano modesto. organizações de menor porte que vendem, para todo o Brasil, roupas Nossa expectativa está em 2019 e nas mudanças que o novo governo com identidade própria. “Uma delas criou uma marca forte focada trará”, avalia o presidente do Sindicalçados, José Augusto Rocha. no skate, outras oferecem a moda praia mais elaborada. É um grupo Mesmo a alta da moeda norte-americana não animou o setor, que se saiu muito bem no período”, ressalta. que também tem vocação exportadora. “O dólar alto é uma oporOs fornecedores de roupas para as grandes redes nacionais, tunidade. Mas, como o mercado interno ficou restrito de todas no entanto, enfrentaram um pouco mais de dificuldade, mas também as formas, todas as grandes indústrias brasileiras apostaram no conseguiram sobreviver a 12 meses marcados por dificuldades em mercado externo, o que gerou grande concorrência. Quer dizer, várias outras atividades. Isso porque o comércio, mesmo as grandes a exportação ficou também travada. Para se ter uma ideia, aqui no varejistas, buscam coleções que fiquem rapidamente prontas, mas Espírito Santo temos apenas duas empresas com capacidade de não abrem mão da qualidade das peças. Assim, os produtos asiáticos, exportação, uma de calçados infantis e a outra com uma linha mais principalmente os chineses, que já foram considerados os predado- diversificada. Elas ainda conseguem vender para a América do Sul res, já não impõem tanto medo. e países árabes, mas ainda de forma travada.” “Os itens orientais importados seguem Em relação aos investimentos, Rocha um processo lento para chegar ao mercado afirma que foi um ano de arrefecimento. brasileiro. Isso, por si só, já os faz perder força. “Em alguns segmentos registramos até mesmo novas vagas O câmbio também ajudou a dar mais compequeda na produção. Só para citar um exemÉ o leve crescimento no número de titividade aos nossos produtos. Além disso, plo, na indústria da qual faço parte temos empregos no setor de calçados de a certificação ambiental, o controle nos proretração na produção desde outubro de 2014. janeiro a setembro do ano. Apesar da cessos operacionais e a preocupação com o Hoje, estamos trabalhando com 40% da capaalta, ainda é cedo para comemorar a trabalhador colocam o Espírito Santo em um cidade instalada. E isso se repete em outras patamar muito positivo diante das grandes redes fábricas. Mas estamos confiantes na retomada retomada do crescimento. varejistas”, explica Bergamin. da economia”, salienta.

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ROCHAS ORNAMENTAIS

Eventos internacionais realizados anualmente no Estado, Cachoeiro Stone Fair e Vitória Stone Fair contribuem para inovação tecnológica e conquista de novos mercados

ROCHAS ORNAMENTAIS: ES MANTÉM LIDERANÇA, MAS EXPORTAÇÕES CAEM

O

Espírito Santo manteve em 2018 Também no mercado interno, a retomada a liderança na venda de rochas não se consolidou. O Sindicato da Indústria ornamentais. De acordo com de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do levantamento da Associação Brasileira Espírito Santo (Sindirochas) aponta como da Indústria de Rochas (Abirochas), o do faturamento com exportação de rochas razões o excesso de estoque dos importadores Estado foi responsável por 80% do fatu- ornamentais brasileiras é do ES. e a impossibilidade de embarques em decorramento das exportações dessa parte do rência da greve dos caminhoneiros, ocorrida país de janeiro a setembro, com US$ 551,9 milhões na comer- entre as últimas semanas de maio e o início de junho, seguida da cialização de 1,12 milhão de toneladas do produto. Entretanto, falta de contêineres e de espaço em navios. o desempenho está bem abaixo de igual período de 2017, quando A tendência negativa se refletiu na geração de empregos no esses indicadores ficaram, respectivamente, em US$ 904 milhões setor, que representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto e 1,8 milhão de toneladas. (PIB) capixaba. Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento O principal fator apontado para a queda é a não recuperação do Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), desde o fim de mercado de construção civil nos Estados Unidos, destino de 77,4% 2017 foram fechados mais de 600 postos de trabalho no segmento dos envios das pedras do Brasil – foram US$ 422,703 milhões de de produtos minerais não metálicos. “O ano foi de grandes desafaturamento no período com aquele país, que ficou à frente de fios, demandando capacidade de adaptação e criatividade para China (US$ 96,623 milhões) e Itália (US$ 53,356 milhões). as empresas enfrentarem as turbulências. A queda se deve a uma combinação de fatores desfavoráveis, os quais temos plena confiança de que serão revertidos”, afirma o presidente do Sindirochas, Tales Pena Machado. FATURAMENTO DO ESPÍRITO SANTO COM EXPORTAÇÃO DE ROCHAS ORNAMENTAIS NOVOS NICHOS DE MERCADO Apesar da retração, os exportadores comemoram a evolução para 2016 – US$ 921,4 milhões novos nichos de mercado, com destaque para países como Áustria, 2017 – US$ 904 milhões Lituânia, Singapura, Bélgica e Índia. Contribuindo para isso, a atividade 2018 – US$ 551,9 milhões* contou mais uma vez com a realização da Cachoeiro Stone Fair e da Vitória Stone Fair, os dois principais eventos internacionais da área pro*De janeiro a setembro movidos anualmente no Espírito Santo. Fonte: Abirochas

80%

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MERCADO IMOBILIÁRIO

De acordo com levantamento realizado pela Ademi-ES, os empreendimentos em Vila Velha são os mais procurados

CONSTRUÇÃO E VENDAS DE IMÓVEIS REERGUEM SUAS BASES MESMO DIANTE DE CIRCUNSTÂNCIAS COMO A PERMANÊNCIA DA CRISE ECONÔMICA DESDE 2014, O SETOR CRESCE E APOSTA EM OBRAS DIFERENCIADAS

O

mercado imobiliário e a construção civil vêm reerguendo Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Paulo Baraona, suas bases a fim de voltar a ostentar dados robustos para explicou que em 2012 o segmento empregava 64 mil trabalhadores, a economia capixaba. Em 2017, representantes dos dois número que despencou para 37 mil em 2018. “O que se espera para setores confirmaram um tímido crescimento, uma pequena 2019 é que esses indicadores aumentem, o que representaria a retoretomada de otimismo que se manteve em 2018. Para concreti- mada de um bom nível de confiança pelo mercado imobiliário”, frisou. zar o avanço neste novo momento mais favorável, a aposta agora é em obras diferenciadas e sustentáveis, diante de uma procura CONSTRUÇÃO CIVIL que já se destaca em relação à oferta. Um aquecimento gradativo pode ser observado pelas construDiversos fatores econômicos influenciaram a recuperação toras. A procura por opções na Região Metropolitana também se gradativa no Brasil e no Estado. Presidente da Associação das sobressai apresentando expectativa de crescimento. Segundo a Empresas no Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), pesquisa “Indicadores Nacionais Imobiliários”, lançada em setemSandro Carlesso menciona entre os acontecimentos mais relevantes bro deste ano pela Ademi-ES e pelo Sinduscon-ES, em parceria com a redução da taxa Selic, medida responsável por significativa retra- a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Grande ção dos juros do financiamento habitacional. Vitória (Serra, Vitória, Cariacica, Viana O presidente da Federação das Indústrias, Léo e Vila Velha) continha, até junho, 7 mil de Castro, lembra que nos últimos cinco anos a unidades residenciais e comerciais em construção civil fechou cerca de 30 mil postos oferta, entre lançamentos e construções de trabalho no Estado. “É muita coisa. O setor prontos ou em fase de obras. Os dados precisou se adaptar porque a condição exigia apontam, ainda, que a Grande Vitória oferemil essa atitude, então todos estão sofrendo com isso. É o valor médio buscado por quem deseja ceu ao público consumidor, no total, 2.076 Mas a expectativa é positiva para 2019”, disse. imóveis habitacionais até junho, sendo adquirir um imóvel, pouco abaixo do Compartilhando a mesma análise, o presi- registrado em 2017. 1.160 projetados no primeiro trimestre e dente do Sindicato da Indústria da Construção 916 no segundo.

R$ 319

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TRABALHADORES EMPREGADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESPÍRITO SANTO 2018

37.028

2017

34.135

2016

38.819

2015

46.571

2014

57.768

(dados avaliados até o mês de julho) Fonte: Sinduscon-ES

OFERTA FINAL POR FASE DE OBRA EM VITÓRIA Imóveis na planta

24,7%

Imóveis em construção Imóveis prontos

A construção civil apresentou um aumento na quantidade de postos de trabalho. Mais de 37 mil pessoas estão empregadas no setor

46,8%

28,5%

Fonte: CBIC/CII – Elaboração: Brain

Carlesso assinalou que é possível notar uma curva ascendente e consistente das vendas. “O primeiro trimestre encerrou com 838 unidades comercializadas na Grande Vitória, enquanto que no segundo foram 1.142, um incremento de 36%. Isso representa uma recuperação considerável do setor”, avaliou o dirigente da Ademi. O valor médio buscado é de aproximadamente R$ 319 mil, pouco abaixo do anotado em 2017. Vitória e Vila Velha empatam

PERFIL DO COMPRADOR CAPIXABA O capixaba procura ser cuidadoso quando o assunto é imóvel Alexandre Schubert da VTO Polos Empresariais, destacou que o comprador se torna cada vez mais seletivo e estudioso no ato da aquisição. Tais atitudes podem, no primeiro momento, tornar os processos comerciais mais lentos e difíceis. Entretanto, esse contexto resulta em um mercado consumidor mais maduro e seguro nas operações de venda e compra.

na preferência da demanda. Na capital, o bairro mais procurado é Jardim Camburi e na cidade vizinha, Itaparica. Já o Minha Casa Minha Vida, que ofereceu 15 mil moradias em 2017, tinha a projeção de 12 mil para 2018, quando os empreendimentos corresponderam a 44% do total de lançamentos. No programa federal, o grupo standard (até R$ 400 mil) equivaleu a 19,6%, bem próximo do nicho de médio padrão, o qual teve peso de 14% do que foi lançado. MERCADO IMOBILIÁRIO O estudo informou também que a Serra liderou o volume de unidades lançadas no primeiro semestre deste ano, com 776, seguida de Vitória, com 763. Na sequência encontra-se Vila Velha, com 537. Já Cariacica e Viana não registraram novos projetos no período apurado. O diretor-presidente da Galwan S/A, José Luís Galvêas Loureiro, atribui o bom desempenho à queda dos juros, pois os preços sob controle incentivaram o público. “As vendas cresceram. Houve aumento em torno de 20% a 30%, principalmente

agora no fim do ano. Estamos com uma quantidade grande de adesões e muita movimentação de corretores parceiros, que estão sendo acionados. Temos compras efetivas e muitas vendas engatilhadas com esses corretores, que devem ser efetivadas em breve. Existe uma pressão de compra. Estamos sendo mais procurados, tanto por corretores parceiros como por clientes”, afirmou. O empresário espera resultados ainda mais positivos. “Acreditamos que essa tendência de melhora do mercado permaneça no próximo ano, se os índices da economia se mantiverem como os de hoje. A expectativa é que a retomada aconteça. Os excessos começaram a diminuir em 2017 em relação ao estoque, que hoje está mais equilibrado com a produção. Tudo isso faz com que a gente se prepare para lançamentos em 2019, com o objetivo de atender a essa demanda”, pontuou. Com mais de 37 anos de atuação e 6 mil imóveis residenciais e comerciais entregues, a Morar se destaca como impulsionadora do seu mercado. Só em 2018, foram lançadas 912 unidades nos radio.esbrasil.com.br •

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MERCADO IMOBILIÁRIO

O Salão do Imóvel 2018 recebeu mais de 5 mil pessoas, que buscavam informações, experiências, palestras e principalmente as diversas opções residenciais e comerciais à venda em quatro dias de evento

SALÃO DO IMÓVEL 2018 De acordo com levantamento realizado pela Ademi-ES, 52% do público entrevistado manifestou interesse em adquirir um imóvel até o fim deste ano. Em 2017, esse percentual ficou em 25%. A maioria dos visitantes (69%) procurava unidades prontas para morar, mas houve um aumento (de 8% em 2017 para 15% em 2018) daqueles em busca de projetos que serão entregues em até 24 meses.

condomínios-clube Vista do Bosque e Vista do Horizonte, na Serra, além da dos 576 apartamentos no Vista do Limoeiro, superando marcas e expectativas. “Estamos atentos ao mercado e ao desafio constante de reduzir o déficit habitacional, permitindo que mais brasileiros possam realizar o sonho da casa própria. Por isso, nos últimos anos, a Morar adotou a estratégia de fortalecer a sua atuação no segmento de imóveis econômicos, viabilizando a qualidade que marca suas edificações para os empreendimentos que estão dentro do Minha Casa Minha Vida”, garantiu o presidente da construtora, Rodrigo Gomes de Almeida. O executivo também compartilha o sentimento de otimismo para 2019. “Pretendemos ampliar nossa atuação na Serra e em Vila Velha com novos empreendimentos e expandir para novos municípios. Estimamos lançar cerca de 800 apartamentos no próximo ano. Mas isso ainda é um plano, e vamos deixar para anunciar quando os projetos estiverem mais maduros.” A Soma Urbanismo, loteadora capixaba com mais de nove anos de atividades, avalia 2018 como um bom período. A companhia já

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comemorava a superação de suas metas de vendas anuais, ainda em outubro, e recorde de vendas, em junho, quando comercializou uma média de 60 lotes por mês no primeiro semestre, um aumento de 32% no número de unidades negociadas comparado com o mesmo período do ano passado. Os dados se refletem, é claro, nas mais recentes plantas disponibilizadas. Nos últimos dois lançamentos no município de Colatina – residenciais Soma Altavista e Vista do Sol –, foi contabilizada compra de 300 lotes em menos de seis meses. “Esse crescimento é resultado de um longo trabalho que viemos desenvolvendo. Expandimos a loteadora para novos mercados, como Colatina, e entregamos mais dois empreendimentos no último ano. Além disso, a melhora na colheita de café este ano, que teve impacto direto no interior, em especial em Jaguaré, onde contamos com dois empreendimentos, fez com que a economia realmente se aquecesse, conforme já prevíamos. São dados que mostram que estamos na direção certa”, comemorou o presidente da loteadora, Gustavo Barbeitos. Para o ano que vem, o plano é expandir ainda mais, tanto no Espírito Santo quanto na região sul da Bahia. Já a VTO Polos Empresariais considera que 2018 foi tão desafiador quanto 2017. Diretor-geral, Alexandre Schubert disse que o resultado foi positivo, considerando as circunstâncias. “O mercado comprador de imóveis empresariais estagnou-se. Em outra frente, os projetos continuaram seu curso de construção mantendo prazos em respeito ao cliente. Com esse cenário, tivemos que nos reinventar para manter a saúde do negócio. Isso acabou por gerar um imenso aprendizado. Então, considerando um quadro completamente adverso, ter superado o ano com êxito nos deixa confiantes e mais dispostos a entregar novos empreendimentos.”


ALIMENTOS E BEBIDAS

ANO DE BOAS NOTÍCIAS PARA O SETOR DE ALIMENTOS E BEBIDAS

A

Nova fábrica da Buaiz Alimentos, inaugurada este ano

união de forças para simplificar a regumais exporta no Espírito Santo, num total de lamentação e a criação de empresas R$ 110 milhões, até outubro de 2018, segundo marcou os últimos 12 meses no setor de a Fundação Centro de Estudos do Comércio alimentos, bebidas e álcool, que tem se moderExterior (Funcex). nizado e evoluído a cada ano. No Espírito Santo, É o numero de trabalhadores contratados No campo de massas e biscoitos, a variaesse desenvolvimento gerou mais de mil postos a mais que em 2017 no setor de produtos ção acumulada de janeiro a outubro foi 3,9% alimentícios. formais de trabalho. maior em relação ao mesmo período de 2017; E os números da área em 2018 só registram enquanto o resultado nacional foi de -1,8%. Em altas em relação a 2017. Sérgio Rodrigues da Costa, presidente da todo o país, são 8.062 empreendimentos, 2% deles no Estado, o que Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias do soma 121 unidades concentrando 1.668 profissionais. Espírito Santo (Findes), explica que a expansão é resultado dos avanços “O setor está otimista com a retomada do crescimento da produção conquistados em parceria com o governo do Estado e da desburocra- industrial, mas na expectativa das diretrizes do novo governo. tização das regras. Dependemos das políticas econômicas e sociais, uma vez que “Em 2018 tivemos a redução nos impostos sobre bebidas artesa- podem impactar diretamente o mercado de consumo e o ambiente nais, como cerveja, vinho e cachaça. Conseguimos assim aumentar a de negócios”, enfatiza o vice-presidente do Sindimassas, o industrial produção e a importação dos produtos capixabas, consequentemente Alejandro Duenas. elevando investimento, emprego e lucro”, afirma. Alguns negócios adotaram novas maneiras para atrair e fideliO ramo de produtos alimentícios integra a área industrial que mais zar o público, desenvolvendo produtos e aumentando a produção. emprega no Estado – neste ano foram 1.051 trabalhadores contrata- A diretora-geral da Buaiz Alimentos, Eduarda Buaiz, destaca que 2018 dos a mais que os 21.793 existentes em 2017. É a sexta atividade que possibilitou realizações importantes como a conclusão do projeto de expansão, o reposicionamento da marca no mercado, o lançamento de produtos e a reformulação da identidade visual. “Somente neste ano, inauguramos uma nova fábrica de misturas para bolo e o novo Centro INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO – de Empacotamento e Logística da Buaiz Alimentos, um dos maiores FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS investimentos do Estado nos últimos anos, na ordem dos R$ 60 milhões”, TAXA DE VARIAÇÃO (% - SEM AJUSTE SAZONAL) informou Eduarda. JANEIRO A SETEMBRO/2018 A executiva também ressalta, entre as medidas no período, a ampliaBrasil ção da capacidade de moagem de trigo do Moinho Vitória em até 35%. “E lançamos mais produtos no mercado, como a farinha de trigo Regina 2017 – 2018 = -8,4 Gourmet e as versões premium da mistura para bolo Regina. Investimos Acumulado do ano* = -4,0 em um novo logo e na reformulação de embalagens e algumas receitas. Acumulado dos últimos quatro trimestres** = -2,4 Para nós, foi um ano de inovação, investimentos, modernização, muito trabalho, dedicação e conquistas”, enumera. Espírito Santo De modo geral, no entanto, o Espírito Santo ainda tem muito a se 2017 – 2018 = 16,7 desenvolver, pondera o presidente da Câmara Setorial. Há empreendiAcumulado do ano* = 3,2 mentos que ainda não aderiram totalmente a outras maneiras de gerar Acumulado nos últimos quatro trimestres** = 4,8 lucro. “Muitas empresas estão começando ainda a explorar as importações, as vendas por todo o país. Pouquíssimas se arriscam em exportar Fonte: Pesquisa Industria Mensal – Produção Física – PIM-PF/IBGE seus produtos, não têm a confiança necessária para tal”, aponta Sérgio Elaboração: IJSN *Base: Igual período do ano anterior Rodrigues da Costa. **Base: Igual período anterior

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MÓVEIS

Segundo semestre de 2018 traz melhorias e anima fabricantes

SETOR MOVELEIRO LUTA PARA RECUPERAR O QUE FOI PERDIDO

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epois de quase quatro anos de perdas, a indústria moveOs dados mostram uma tendência de retomada. A indústria leira começa a recuperar lentamente seus investimentos e moveleira registrou um aumento de 10,6% em sua produção física até a aquecer a geração de postos de trabalhos. A luz no fim em setembro de 2018 em comparação ao mesmo mês de 2017. do ano da recessão econômica foi crucial para dissipar as nuvens Um dos fatores que ajudaram a volta do crescimento foi a inaugupesadas sobre o setor, acenando com melhores perspectivas. ração em 11 de junho da Placas do Brasil, localizada em Pinheiros. A elevação da produção física e a entrada em operação de um O tão esperado empreendimento abriu 180 empregos diretos e empreendimento de grande porte, a fábrica de MDF no Norte do 450 indiretos. A fábrica partiu de uma iniciativa do Sindicato da Estado, clarearam um ambiente até então intensamente sombrio. Indústria de Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte Desde 2014, quedas e baixo investimento moldavam um quadro do Espírito Santo (Sindimol). de incertezas e pessimismo. No Espírito Santo, a atividade teve um declínio de 30% a 35% mais severo no faturamento do que o restante EXPORTAÇÕES do país, impedindo a evolução e o avanço tecnológico. A solução O mercado externo ainda apresenta desafios. Grandes países encontrada por muitos empresários foi a demissão de grande parte importam os produtos capixabas, sendo os principais China, dos funcionários e mesmo o fechamento dos negócios. Estados Unidos, África do Sul e México, além de Panamá. O portfólio A partir do segundo semestre deste ano, o panorama se tornou embarcado envolve artefatos de madeira, cortiça, vime, tanoaria, mais alentador. O presidente da Câmara Setorial da Indústria brinquedos (incluindo os recreativos), pincéis, vassouras, escoMoveleira da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Luiz vas, estruturas de madeira, de carpintaria, madeira laminada Rigoni, comenta, com ponderação, a melhora observada. “O ano e chapas de madeiras compensadas, prensadas e aglomeradas. começou muito fraco e agora no segundo Mas é necessário progredir bem mais para semestre tem início uma pequena recuperação, enfrentar o “dragão asiático”. principalmente no mês de outubro”, reforçou. “Precisamos expandir nosso mix de Mesmo com um cenário menos sufocante, produtos e enfrentar uma concorrência o caminho é longo rumo à estabilidade para a muito maior e registros de poucos resultaatividade, que oferece cerca de 7 mil empredos. Nosso forte concorrente internacional gos diretos no Estado. Inovações tecnológicas É o percentual de crescimento da produção continua sendo a China, onde há um custo da onda 4.0, o bom treinamento direto na física industrial do setor em setembro de 2018 fiscal geral muito favorável. Nesse queprodução e a capacitação mais qualificada em relação ao mesmo mês de 2017. sito, não conseguimos avançar tanto”, são demandas urgentes, aponta o dirigente. compara Rigoni.

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AGRO

A safra do conilon deve fechar o ano em 567,5 milhões de toneladas

PRINCIPAIS CULTURAS DO ESPÍRITO SANTO CRESCEM QUASE 50% EM 2018 ANÁLISE DO INSTITUTO JONES APONTA QUE OS 10 PRINCIPAIS ITENS DA AGRICULTURA CAPIXABA DEVEM FECHAR O ANO COM AUMENTO NA PRODUÇÃO

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epois da crise hídrica enfrentada entre 2015 e 2016 e de produtividade das lavouras. “Há 10 anos, uma lavoura de café proprejuízos bilionários causados pela estiagem, as atividades duzia no máximo 30 sacas por hectare. Hoje, são de 100 a 120. Isso ligadas ao campo começaram a retornar à normalidade em graças a estudos fomentados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, 2018 no Espírito Santo. Graças às chuvas ao longo de 2017 e nos Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) com clones mais bem meses iniciais deste ano, os 10 principais itens da agricultura capi- preparados, que geram uma diminuição de custos e uma margem xaba registraram incremento na produção. maior de lucro”, pontua. O café, líder no agronegócio no Estado, viu sua área colhida dimiEm se tratando de saltos no fornecimento, desconsiderando o nuir tanto na variedade conilon (-0,7%) quanto na arábica (-3,5%). café, a pimenta-do-reino foi o grande destaque do Estado neste Ainda assim, segundo informações divulgadas pelo Instituto Jones ano. Informações do Panorama Econômico do 2º Trimestre de dos Santos Neves (IJSN), a safra do conilon 2018, elaborado pelo IJSN, indicam uma deve fechar o ano em 567,5 milhões de tonelaelevação de 49% nesse indicador. “É um das – alta de 49,7% em relação a 2017. No caso produto de mão de obra intensiva, por ser do arábica, serão 228,4 milhões de toneladas – colhido manualmente. As safras princicrescimento de 27,7%. pais ocorrem nos meses de maio e junho O subsecretário de Estado da Agricultura, e novembro e dezembro. Porém, nos últiMarcus Magalhães, explica que o aumento É a participação registrada pelo agronegócio mos anos foram plantadas diversas novas da produção, em detrimento da área colhida, no total do valor das exportações capixabas variedades de pimenta-do-reino, e a proé possível em virtude de uma expansão na no 2º trimestre de 2018. dução se tornou quase mensal, contando

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EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO CAPIXABA 1º SEMESTRE/2018 Celulose US$ 494,58 milhões Café em grão US$ 138,12 milhões Pimenta (do gênero piper) US$ 54,51 milhões

A pimenta do gênero piper foi responsável por US$ 54,51 milhões milhões no total das exportações capixabas no primeiro semestre

Café solúvel US$ 21,78 milhões Mamão (papaia) fresco US$ 11,6 milhões Carne bovina US$ 7,16 milhões Peixes frescos ou refrigerados US$ 4,62 milhões Carnes e miudezas de frango US$ 4,04 milhões Chocolate e prep. alim. com cacau US$ 3,72 milhões Gengibre US$ 3,02 milhões Demais US$ 30,82 milhões Total: US$ 774 milhões Fonte: IJSN – Panorama Econômico 2º Trimestre/2018

LIÇÕES PÓS-CRISE HÍDRICA Uma das principais iniciativas para ajudar os SAFRA AGRÍCOLA DO ESPÍRITO SANTO municípios a enfrentar o problema da falta de água nos períodos de estiagem é o Programa Estadual de Área colhida (mil hectares) Produção (mil toneladas) Construção de Barragens. No decorrer do ano, foram Produtos Variação Variação 2018 2017 2018 2017 inauguradas diversas estruturas em municípios como (%) (%) Colatina, Jaguaré e Baixo Guandu. Em março, come255,1 256,9 -0,7 567,5 379,1 +49,7 Café conilon çou a operar a barragem Engenheiro Agrônomo Valter 143,9 149,2 -3,5 228,4 178,9 +27,7 Café arábica Matielo, que fica entre Pinheiros e Boa Esperança, com 45,5 48,5 -6,2 2.472,3 2.174,6 +13,7 capacidade para 17 bilhões de litros de água em 256 Cana-de-açúcar hectares de área alagada. 26,8 25,0 +7,1 390,8 349,7 +11,8 Banana A fim de garantir a segurança hídrica na Região 16,5 22,6 -26,9 9,2 6,7 +36,6 Cacau Metropolitana da Grande Vitória, o governo do Estado 15,1 9,7 +55,3 56,0 37,6 +49,0 Pimenta-do-reino deu início aos trabalhos da Barragem dos Imigrantes, 9,4 9,5 -1,0 159,9 120,7 +32,5 Coco* no Rio Jucu. Em outubro, foi assinada a ordem de início de serviços (OIS) para elaboração dos projetos 6,5 6,1 +6,0 353,4 292,9 +20,6 Mamão básicos e executivos da obra de R$ 96,5 milhões que 2,6 2,5 +3,8 175,4 164,8 +6,4 Tomate será feita entre Domingos Martins e Viana. 2,4 2,4 +0,3 46,1 45,6 +1,2 Abacaxi* O ano de 2018 foi marcado ainda por uma importante conquista do programa “Caminhos do Campo”. (*) Produção em mil frutos - Fonte: IJSN – Panorama Econômico 2º Trimestre/2018 Em setembro, foram comemorados 1.000 quilômenaturalmente com a ajuda das boas condições do tempo registra- tros de estradas construídas pela ação, que tem o objetivo de facilitar das no Estado recentemente”, afirma o presidente da Associação o escoamento da produção agrícola. Outro avanço foi o projeto de lei Capixaba dos Exportadores de Pimentas e Especiarias (Acepe), que regulamenta as agroindústrias, sancionado pelo governador Paulo Rolando Martin. Hartung em maio. Até o fim de 2018, a estimativa é que 200 empreA participação do agronegócio no valor total das exportações sas do segmento sejam registradas. capixabas chegou a 21% no segundo trimestre de 2018: maior perNa avaliação de Marcus Magalhães, a crise hídrica serviu de aprencentual desde o terceiro trimestre de 2017. No primeiro semestre dizado para todos os agentes ligados à agricultura no Espírito Santo, deste ano, as principais mercadorias embarcadas foram celulose que naquele momento precisaram refletir sobre seus hábitos, do uso (US$ 494,58 milhões), café em grão (US$ 138,12 milhões) e pimenta racional da água ao aprimoramento da gestão das propriedades. do gênero piper (US$ 54,51 milhões). As receitas com as vendas para “A crise hídrica pode voltar, mas vai encontrar o capixaba e um Espírito o exterior, de janeiro a junho últimos, somaram US$ 774 milhões. Santo muito mais preparados para enfrentá-la”, finaliza o secretário. radio.esbrasil.com.br •

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MERCADO AUTOMOTIVO

Segundo a Fenabrave, houve aumento de 12,21% na aquisição de veículos novos em novembro deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado

MERCADO AUTOMOTIVO RETOMA CRESCIMENTO ENTIDADES QUE REPRESENTAM O SETOR PROJETAM ALTA NAS VENDAS DE VEÍCULOS, DRIBLANDO OBSTÁCULOS COMO DESEMPREGO, INADIMPLÊNCIA E ELEVAÇÃO DE JUROS

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Espírito Santo larga na frente quando se fala em vendas de auto- o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do móveis leves ou pesados. Em 2018, entre janeiro e novembro, Estado (Sindiex), Marcilio Machado. o setor registrou crescimento de 16,87% nesse indicador Como exemplo de crescimento, a Kurumá, que atua no mercado sobre igual período de 2017, saltando de 50.620 para 60.351 unida- capixaba há 26 anos, abriu nove lojas no Estado e ainda se expandiu des novas comercializadas. para Minas Gerais, onde tem 12 concessionárias Toyota, do Grupo Levantamento do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Águia Branca, com o nome Osaka. A rede trabalha com nove famílias Veículos do Estado (Sincodives) aponta avanço considerável na oferta de carros e suas variações. desses bens, mesmo diante das dificuldades provenientes da crise econôSegundo o gerente-geral da empresa, Niemayer Oliveira, 2018 mica nacional, como desempregos, inadimplências e alta dos juros. reservou muitas oportunidades. “Quando confrontamos janeiro a A base comparativa leva em conta as significativas baixas obser- outubro de 2017 com o mesmo período deste ano, observamos uma vadas do ano passado, mas mesmo assim os incrementos recentes se elevação de aproximadamente 22%, com a comercialização de 36 mil mostram sustentáveis. novos automóveis em 2018. É um número positivo, que se compara ao Em novembro, o mercado consumidor capixaba comprou 5.574 nosso desempenho de 2015 e que deve subir ainda mais nos próximos unidades, contra 5.854 no mês anterior. O diretor executivo do anos”, destacou. Sincovides, José Francisco Costa, afirmou que a expectativa para 2019 é ainda maior. “O setor está otimista, mas com cautela e estimativa de MERCADO NACIONAL continuar crescendo cerca de 20% sobre a base de 2018”, pontuou. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores Sem o Inovar-Auto, programa do governo fedral de incentivo à (Fenabrave) informou que a aquisição de novos veículos no Brasil indústria automobilística, os importadores progrediu 12,21% em novembro deste ano ficaram livres da cota máxima de 400 carros sobre o mesmo mês do ano passado. No acumue dos 30 pontos do Imposto sobre Produtos lado de janeiro a novembro, foram 2.245.677 Industrializados (IPI) então incidentes sobre a unidades licenciadas, resultado que representa frota que ultrapassava esse número. “Quando alta de 14,15% diante de 1.967.369 de igual há um aquecimento da atividade econômica, período de 2017. Foi o crescimento registrado pelo setor há um aumento da demanda por máquinas, entre janeiro e novembro em 2018. O mercado total, considerando automóequipamentos e insumos importados”, explica veis, comerciais leves, caminhões, ônibus,

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Foto: Divulgação

A Volare foi a primeira montadora de veículos a se instalar no Espírito Santo

motocicletas, implementos rodoviários e outros, somou, no acumulado do ano, alta de 13,96%, registrando 3.322.355 unidades vendidas, contra as 2.915.490 em 2017. Já no ramo dos seminovos e usados, também há dados em ascensão. De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), houve alta no desempenho em outubro, avançando 11,1 pontos no comparativo com setembro deste ano. Entretanto, em novembro foi sentida uma leve queda. As vendas nacionais, que contaram com um menor número de datas úteis em novembro, chegaram a 1.146.568 veículos, ante 1.294.475 de outubro. A entidade explicou que esse recuo se deu por conta de dois dias a menos (feriados), algo típico e já esperado para o período. “Aparentemente, o resultado das eleições vem alimentando perspectivas de uma recuperação na economia e, consequentemente, uma melhora nos índices de confiança do consumidor que se refletiram em melhores vendas, apesar de ainda estarmos em compasso de espera até que o novo governo efetivamente tome posse”, avaliou o presidente da federação, Ilídio dos Santos. No segmento premium de importados, conforme a Associação Brasileira das NOVIDADES PARA 2019 As montadoras têm investido cada vez mais em sustentabilidade e na economia de combustível. Os híbridos continuarão sendo tendência. A Toyota, por exemplo, já vendeu mais de 10 milhões de carros (modelo Prius) no mundo. O próximo passo do mercado será o veículo elétrico.

VENDAS DE VEÍCULOS NOVOS Espírito Santo (jan-nov) 2018 2017

60.351 50.620

Brasil (jan-nov) 2018 2017

2.245.677 1.967.369

VENDAS DE VEÍCULOS SEMINOVOS E USADOS Espírito Santo (2018) Out Set

32.105 31.042

Brasil (jan-set) 2018

10.551.979

2017

12.862.426

Fontes: Sincodives, Fenauto e Fenabrave

Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), ante igual período de 2017, o levantamento identifica progressão de 12,7% em 12 meses. Foram 2.947 unidades emplacadas em novembro último,

patamar acima das 2.614 de igual período do ano passado. No acumulado de 11 meses, as filiadas à Abeifa anotaram 34.193 unidades importadas licenciadas, alta de 29,4% em comparação às 26.427 emplacadas de janeiro a novembro de 2017. FÁBRICAS NO ESPÍRITO SANTO Há três anos, a Agrale começou a montar caminhões na fábrica de São Mateus, norte do Estado, onde já produzia chassis de ônibus para a Volare, também atuante no município. São modelos de oito a 17 toneladas com plataforma flexível, próprios para receber carrocerias de oito a 13,5 metros de comprimento. A previsão é fechar o ano com 600 unidades produzidas – até o momento, já foram 561. O diretor executivo da Agrale, Rogério Vacari, explicou que o mercado interno de ônibus ficou reduzido a um terço do que era em 2013. “O impacto foi sentido tanto nas empresas transportadoras de passageiros quanto nas montadoras, obrigando-as a se adequar à nova realidade. A crise econômica atingiu diretamente o setor, que sofreu com a queda na demanda pelo transporte”, disse. Com 20 anos no mercado, a Volare – unidade de negócios da Marcopolo S.A – lançou em 2016, o Fly 5, primeiro veículo produzido exclusivamente no município de São Mateus e único no segmento de miniônibus. A Agrale também teve sua produção em um patamar abaixo do estimado. Quando foram idealizados a fábrica e o modelo, a demanda brasileira por veículos para o transporte de passageiros era quase três vezes maior que a atual. Mesmo assim, a empresa tem elevado gradualmente a produção e as expectativas são boas. radio.esbrasil.com.br •

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VAREJO

Supermercados tiveram expansão de até 2,5% nas vendas

COMÉRCIO VÊ 2018 COMO O ANO DO FIM DA CRISE DEPOIS DE AMARGAR QUATRO ANOS DE VENDAS RUINS, ATIVIDADE VAREJISTA TENTA SE EQUILIBRAR E MANTÉM ESPERANÇA DE MUDANÇAS NA ECONOMIA

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ermômetro da crise, o comércio precisou, mais uma vez, ser PORTAS FECHADAS E ESPERANÇA EM DIAS MELHORES resiliente para atravessar 2018. Na esperança de que este tenha O que impressiona os olhares mais atentos nas ruas é a quansido o último dos quatro anos de derrocada econômica no tidade de lojas fechadas. “Se pegarmos a Avenida Jerônimo país, o setor se mostra esperançoso com o futuro e pesaroso com o Monteiro, no Centro de Vitória, observamos centenas de comérpassado. Foi uma crise política e econômica que culminou no endi- cios que encerraram suas atividades por conta da economia ruim vidamento das famílias, na baixa do comércio”, avalia o presidente da dos últimos anos. Micro e pequenos empresários não aguenFederação Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo taram arcar com tanto tempo de crise”, explica, acrescentado (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri. que, em menor grau, isso é visível também em shopping centers, Se há algo bom que pode ser tirado destes 12 meses, segundo o onde há bastante disponibilidade de estabelecimentos para alugar. dirigente, são a expressiva baixa da taxa básica de juros (Selic) em Se o ano não foi dos melhores, a esperança ainda sopra com relação aos anos anteriores e a inflação, que, mesmo incômoda, seus bons ventos. Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de está controlada. “Apesar disso, não tivemos crescimento no setor. Confiança dos Empresários do Comércio (Icec) de Vitória apreO varejo, de um modo geral, foi muito prejusentou crescimento em relação ao mês dicado. Mas há segmentos que conseguiram anterior, conforme dados divulgados se sair bem. Um exemplo é o de cosméticos, pela Fecomércio-ES. O patamar de que teve boas vendas. Mas aqueles produtos outubro ficou 1,6% mais alto do que o cuja aquisição pode ser postergada, estes sim de setembro, marcando 112,9 pontos. sofreram muito. No início do ano, ficamos bem Em relação a outubro do ano passado, preocupados com o ramo de comercialização É a alta esperada no segmento houve avanço de 1%. de veículos. Tivemos uma queda grande nos supermercadista com as vendas do fim deste Sepulcri explica que o otimismo mais primeiros meses. Mas, aos poucos, as vendas ano em relação a 2017. elevado da classe se dá pela proximidade foram se ajustando”, ressalta Sepulcri. das festas de fim de ano, épocas de maior

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movimento, mas a cautela ainda impera. “Os empresários estão um pouco precavidos com outros tipos de investimentos nos seus negócios, o que vai depender do desempenho do comércio nos próximos meses. Neste momento, a prioridade é reforçar as equipes de vendas para o Natal e o verão”, analisa. SUPERMERCADOS O setor de supermercados espera um crescimento nominal de 10,27% nestas vendas do fim de ano em comparação às de 2017, de acordo com a Pesquisa Natal 2018, feita pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O cenário é, diante de uma economia estagnada, positivo, mas o sinal de alerta se mantém ligado. No recente levantamento, 66% dos supermercadistas entrevistados projetaram compras no mesmo patamar de 2017 com as indústrias e os fornecedores. Do total, apenas 18% se mostraram mais otimistas em relação ao ano passado. Segundo o diretor-superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider, se o otimismo não está nas alturas, também não é momento de pessimismo. O setor não teve retração e vai fechar o ano com expansão entre 2% e 2,5% nas vendas. “Não é o que esperávamos. Mas, diante da situação que o país vive, nós nos consideramos felizes. Ao menos não estamos no negativo. O crescimento do nosso setor não é expressivo, mas estamos no azul, o que já é motivo de comemoração. No Espírito Santo, tivemos um ano não tão ruim por conta da administração pública também. Os pagamentos dos servidores em dia se refletem nas compras nos supermercados. Fez toda a diferença”, ponderou. Schneider enfatiza ainda que não há empresas em dificuldade ou abrindo recuperação judicial no Estado, o que também é um ponto favorável. “Agora, esperamos um dezembro promissor, até com aumento de vendas em relação ao ano passado na ordem dos 10%.” Quanto ao consumo das famílias, ele comenta que o público está cada vez mais exigente e atento às compras, e é

Movimento no comércio: crescimento do Índice de Confiança em Vitória em outubro em relação a setembro foi de 1,6%

VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA Acumulado no ano, de janeiro a setembro de 2018 (em %), em comparação ao mesmo período de 2017 RR

AP

5,2

-2,5

AM

5,0 7,2

AC

MA

PA

6,5

73,4 TC

RO

5,8

MT

7,4

1,3

-3,1

GO

-1,1

MS

-0,5 PR

RS

5,9

PI 2,7

2,8 PB -1,4 PE 0,2 AL

1,2

BA

0,3 SE

-0,7 MG

DF 0,8 ES

2,2 SP

1,8 SC 8,1

RN

8,2

CE

RJ

7,5 0,4

Brasil - 2,3

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

fácil notar a substituição de produtos mais caros pelos mais baratos. “É interessante ver que o consumidor até opta por marcas mais populares, desde que elas tenham qualidade. O cliente analisa os benefícios da troca. O que percebemos é que, quando está com poder aquisitivo mais baixo, ele deixa de lado os supérfluos, aqueles itens de pouca ou nenhuma necessidade dentro de casa. Mas, nos outros produtos, só há a troca de marca quando a de preço mais baixo tem qualidade”, avalia. Um exemplo bem claro é visto no mercado de hortifrúti. Quando um legume está na entressafra e o preço sobe, o comprador busca produtos da época, com preços mais em conta. Na prática, além de pagar menos, ele ainda consome itens de mais qualidade, que estão na safra. “Vimos muito esse comportamento do público este ano. É sinal de que quem compra quer pagar um bom preço por um bom produto”, sublinha. A variação da moeda norte-americana também é um importante balizador, especialmente no encerramento do ciclo anual. “Em 2018, tivemos alta do dólar. Quando está assim, os importados sobem. No fim do ano o consumidor observa esse aumento nos itens da ceia, como frutas importadas, azeites, bacalhau. E, atento, busca opções nacionais para colocar na mesa. É uma tendência que notamos este ano, mas que fica mais evidente em dezembro. Foi um ano de consumo consciente, consumo eficiente e consumidor atento. E isso é bom. E, com a economia se aquecendo, nos próximos anos teremos a volta das compras mais volumosas, e as vendas tendem a crescer”, finaliza. radio.esbrasil.com.br •

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INFORME PUBLICITÁRIO

EMPRESA CAPIXABA PIONEIRA EM CRIPTOMOEDAS

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e você acompanha o mercado financeiro, com certeza já ouviu falar das criptmoedas, uma espécie de código virtual que pode ser convertido em valores reais. E para quem não sabe o Espírito Santo está se tornando referência nacional nesse segmento. Com o propósito de transformar o investimento em criptomoedas na maneira mais rápida e rentável para realizar sonhos, a TraderGroup Investimentos, um dos empreendimentos pioneiros na área, trabalha com a gestão de moedas digitais, entre elas o bitcoin, a mais conhecida no mundo. A empresa, que é 100% capixaba, atua há um ano no mercado e conta com cerca de 950 clientes ativos de países como Estados Unidos, Moçambique e Nova Zelândia, mas almeja conseguiraumentaracarteiradaadesãoem2019. Também realiza a gestão dos investimentos de seu público, de forma organizada e competente. A TraderGroup é composta por economistas certificados, contadores e traders preparados para proporcionar as melhores performances do mercado. A gestão da carteira é feita com transparência, e o cliente consegue acompanhar a movimentação dos valores por meio do Portal do Investidor. A equipe multidisciplinar também está apta a esclarecer dúvidas e apresentar as melhores soluções. O CEO da organização, Wesley Binz, acredita que aplicar em criptomoedas é vantajoso. “É uma oportunidade de ganhos exponenciais em curto prazo devido à alta

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volatilidade dos preços dos ativos virtuais. Mas somente especialistas conseguem aproveitar bem essas oportunidades. Pessoas leigas correm o risco de perder todo o capital operando de forma errada”, alerta. Binz informou que o mercado capixaba, assim como o nacional, não apresenta nenhuma regulamentação, isto é, não existe ainda um formato padrão ditado pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Monetários (CVM) quanto ao modo de atuação. “Nosso padrão de negócio é o mais avançado e bem estruturado e servirá de modelo para o futuro. Nossa maior conquista também foi entregar alta performance em reais mesmo em ano em que as criptomoedas se desvalorizaram mais de 70%”, concluiu o especialista. AadvogadaFlaviaOlearerealizainvestimentos há um ano e já observa resultados. “Comecei de forma tímida. Algumas pessoas me falavam que era muito arriscado e que eu poderia perder meu dinheiro. Apliquei no primeiro mês e recebi os rendimentos de forma correta e religiosamente em dia. Sou extremamente grata à empresa, não somente por trazer mais prosperidade para minha vida, como também por me mostrar que, mesmo em um mundo com valores tão invertidos, é possível confiar e não se decepcionar”, pontuou. Para 2019, a TraderGroup pretende aumentar o portfólio de investimentos e de mercados, além da expectativa de abertura de empresas, como o TG Jump, para incentivo à inovação e

“Nosso modelo de negócio é o mais avançado e bem estruturado, e servirá de modelo para o futuro” Wesley Binz, CEO da TraderGroup

ao empreendedorismo, e a Exchange TGEX. A responsabilidade social também será uma área que receberá muita atenção. Isso porque já está sendo construída uma fundação para o desenvolvimento de ações que envolvam a sociedade capixaba.

TRADERGROUP INVESTIMENTOS Endereço: Avenida Eldes Scherrer Souza, 2096, sala 601, 602,603, Centro Empresarial - Shopping Montserrat, Colina de Laranjeiras, Serra, ES. www.tradergroup.com.br



COMÉRCIO EXTERIOR

O comércio exterior é um dos setores mais fortes da economia capixaba e registra avanço ano a ano

RELAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS EM CRESCIMENTO APESAR DA CRISE ECONÔMICA ENFRENTADA PELO PAÍS, O COMÉRCIO EXTERIOR AVANÇA GRADATIVAMENTE

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ma das mais importantes diretrizes da economia capixaba, NOVO GOVERNO o comércio exterior deve fechar 2018 com ligeira melhora em O presidente do Sindiex também afirmou que as necessidades fundarelação a 2017, tanto nas importações quanto nas exportações. mentais para incrementar as atividades de comércio exterior são menos “Estou otimista que, passado esse turbilhão de dúvidas quanto ao burocracia e menos intervenção do Estado nas atividades econômicas. futuro do Brasil, teremos um 2019 melhor. Entretanto, é importante “Espero que o novo presidente não aceite indicações políticas para os ter uma visão cautelosa, pois vai demorar algum tempo para que haja órgãos intervenientes de comércio exterior nem para as agências reguum retorno da credibilidade nas instituições que quase foram destruí- ladoras. No caso das agências reguladoras, há que se pensar no papel das nos últimos 13 anos”, disse o presidente do Sindicato do Comércio e na relevância de cada uma delas. Eu sei que esse é um trabalho difíde Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo (Sindiex), cil, mas tem que ser feito, pois a sociedade está cansada desta troca de Marcilio Rodrigues Machado. favores muitas vezes definida para compensar políticos que perderam Vale destacar que tanto as importações como as exportações brasi- as eleições e acabam sendo presenteados com cargos no Executivo”, leiras, de janeiro a novembro de 2018, já ultrapassaram o acumulado de pontuou Machado. todo o ano passado. No caso do Espírito Santo, nesse período, as compras O economista e professor da Universidade de Vila Velha (UVV) desembarcadas vindas do exterior mantiveram o crescimento apre- Mário Vasconcelos avalia os resultados. “Em termos de Brasil, a balança sentado ao longo do ano, registrando 11,78% de alta em relação a igual comercial do Espírito Santo é mais favorável como um todo. Digo que período de 2017. Os principais produtos que contribuíram para o salto o Espírito Santo é o Estado mais globalizado, por ter a maior inserção foram automóveis e aeronaves. comercial, guardadas as devidas proporções”, disse. Nas exportações, o desempenho também foi bem Em pronunciamento, o presidente positivo em novembro. As áreas de óleos brutos de eleito Jair Bolsonaro (PSL) garantiu que petróleo, pastas químicas de madeira e soja expandicriará um superministério da Economia, ram-se 49%, 34% e 28%, respectivamente. As vendas no qual fundirá pastas como Planejamento, capixabas para o mercado externo mantiveram a Fazenda e Comércio Exterior, a fim de retomada ao longo de 2018, com incremento de reduzir custos. É o percentual registrado de aumento 9,13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na avaliação de Vasconcelos, a proposta nas exportações do Espírito Santo entre Os principais produtos que impulsionaram o avanço é positiva. Entretanto, faz-se necessájaneiro e novembro. foram o minério de ferro e seus concentrados e os rio ter bastante cautela. “O Ministério do produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço. Planejamento é quem formula toda a parte

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OS PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS (BRASIL) DE JANEIRO A NOVEMBRO (EM US$) Produtos

COMÉRCIO EXTERIOR NO ES (EM US$)

2018

2017

VAR. (%)

Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura

31.630.437.577

24.799.151.115

28%

Óleos brutos de petróleo

22.989.932.395

15.450.147.568

49%

Minérios de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas), não aglomerados

15.098.669.639

Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, à soda ou ao sulfato, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas

7.037.288.194

5.241.068.714

34%

Outros açúcares de cana

4.999.768.200

8.495.554.725

-41%

Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja

4.725.433.493

3.845.108.384

23%

Carnes desossadas de bovino, congeladas

4.122.720.168

3.957.788.172

4%

Pedaços e miudezas, comestíveis de galos/ galinhas, congelados

3.994.527.735

4.278.241.936

-7%

Café não torrado, não descafeinado, em grão

3.804.920.408

4.181.131.991

-9%

Milho em grão, exceto para semeadura

3.380.437.797

3.944.272.343

-14%

15.446.453.440

Importação 4.177.444.898

Jan – Nov 2018

7.972.859.920

4.669.582.876

Var % (17/18)

9,13%

11,78%

-2%

2018

2017

VAR. (%)

Minério de ferro e seus concentrados

2.560.579.138

1.867.811.399

37%

Óleos brutos de petróleo

935.934.955

849.582.385

10%

Pastas químicas de madeira, de não coníferas

818.951.674

948.992.734

-14%

Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, menos de 0,25 % de carbono

739.510.451

810.945.180

-9%

Produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço

452.130.305

261.293.626

73%

Outros granitos trabalhados de outro modo e suas obras

412.878.465

560.574.084

-26%

Café em grãos

390.838.273

214.786.736

82%

Fonte: Comexstat/MDIC

Exportação 7.305.641.423

Fonte: Comexstat/MDIC

PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS (ESPÍRITO SANTO) DE JANEIRO A NOVEMBRO (EM US$) Produtos

Período Jan – Nov 2017

de orçamento, política e econômica. Já o Ministério da Fazenda é quem executa essa política. A minha única preocupação é juntar essas duas partes. Normalmente se separam as questões, mas é algo que precisa ser bem definido para não haver problemas futuros. Acho importante a fusão, pois o comércio exterior tem muito a ver com a economia, mas não adianta reduzir ministérios e continuar com a mesma estrutura pesada, senão não resolve nada”, ponderou o economista. Ele concluiu afirmando que “um ponto muito importante a ser apontado é que Bolsonaro tem como uma das prioridades restabelecer relações internacionais mais prósperas com países maiores que figuram como grandes parceiros, como os Estados Unidos, com o qual estava com as relações estremecidas por conta da tarifa imposta sobre a exportação do aço, assim como com a China. Já é um grande passo”. FUNDAP O Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) surgiu na década de 1970 e tem passado por várias alterações para se adaptar às novas regras do comércio exterior. Segundo Marcílio Machado, o grande problema está na precária infraestrutura portuária, cuja demanda requer investimentos que possibilitem o recebimento de navios maiores nos portos. “Há cerca de 19 novos projetos de portos no litoral do Estado que ainda não se tornaram realidade. Existe consenso no setor de exportação que se deva focar um único porto e trabalhar para que o projeto seja executado de modo que não continuemos a perder carga para outros portos brasileiros. Contudo, não estou afirmando que os outros projetos devam ser abandonados, mas que se priorize pelo menos um porto para que no curto prazo possamos reter as cargas que se destinam ao Espírito Santo. Se aguardamos por mais 10 ou 15 anos para termos um porto de águas profundas, existe grande risco de perdermos volumes de cargas direcionadas para o Estado”, complementou o presidente do Sindiex. “A perda do Fundap é muito ruim para o Espírito Santo, o pior é que não foi encontrada outra alternativa que o compense. Acredito que investir na parte de infraestrutura portuária com custo mais reduzido poderia ter sido uma solução”, finalizou o economista Mário Vasconcelos. radio.esbrasil.com.br •

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DARLAN CAMPOS

POLÍTICA

é consultor em Marketing Político e diretor executivo da República Marketing Político

O BRASIL QUE NASCE NAS URNAS SOB GIGANTES DESAFIOS, ELEITOS ASSUMEM COM UMA FORTE EXPECTATIVA SOBRE OS SEUS OMBROS

F

im de ano é tempo de reflexão, de avaliação de promessas e de proposição de novos desafios. Em política não é diferente. Os partidos traçaram estratégias, estabeleceram metas para as eleições, fizeram campanha de seus candidatos. É tempo de analisar o Brasil que saiu das urnas e as expectativas geradas pelos governos Bolsonaro e Casagrande. A renovação no Congresso Nacional foi de 60%, a maior já registrada. No Senado, 85% dos eleitos serão estreantes. Havia 54 vagas e, dos 33 candidatos que disputavam reeleição, apenas oito voltarão à Casa em 2019. Na Câmara, a renovação foi de 47%. Das 513 vagas, 251 ocupadas por reeleitos, 243, por novatos, e 19 deputados vêm de legislaturas anteriores (3,7%). A eleição marcou uma guinada conservadora, a maior vitória da direita nas urnas desde o fim da ditadura. Partidos tradicionais e de centro, como o PSDB e o MDB, foram derrotados. Legendas nanicas ou pequenas, como o PSL, as maiores vencedoras. O bloco de siglas que formam o Centrão – PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade – perdeu 22 cadeiras e terá 142 representantes na próxima legislatura, uma redução de 13,4%. BOLSONARO O triunfo de Bolsonaro era bastante improvável: orçamento de campanha bastante limitado, palanques estaduais frágeis, histórico político controverso e baixa relevância parlamentar, além de o então candidato ter sido alvo de forte campanha 72

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negativa. Superou todos os desafios e saiu vitorioso com mais de 57 milhões de votos, em segundo turno. Situado na extrema-direita do espectro ideológico, Bolsonaro altera a correlação das forças que disputam o poder no país. Protagonistas nas últimas décadas, MDB, PT e PSDB terão de ceder espaço para aliados do próximo presidente, parte deles concentrada no PSL.

ESPÍRITO SANTO As 30 vagas na Assembleia Legislativa foram disputadas por 614 candidatos. O percentual de renovação foi de 50%, o mesmo da Câmara Federal, onde apenas dois candidatos nunca tiveram mandato: Soraya Manato (PSL) e Felipe Rigoni (PSB). A maior surpresa ficou para o Senado, com a vitória de Fabiano Contarato (Rede) e Marcos Do Val (PPS). Renato Casagrande (PSB) se elegeu no primeiro turno, não vencendo, apenas, em Alegre.

Presidente terá de ser capaz de liderar uma mobilização política suficiente para recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento”

DESAFIOS Os próximos governantes terão uma série de desafios a cumprir. Na questão econômica, o maior deles será frear o avanço do déficit público. A reforma da Previdência é o principal elemento dessa contenção, já que o Regime Geral atingiu um saldo negativo de R$ 270 bilhões, em 2017. A partir disso, a missão é fazer o país crescer, gerando trabalho e renda para os quase 14 milhões de desempregados. A reforma tributária, associada à desburocratização do ambiente produtivo, é outra questão que Bolsonaro deve ter em conta. O combate à corrupção e aos privilégios do setor público é uma demanda latente da nação. Na segurança pública, o fim do sentimento de impunidade e o combate ao crime organizado são imperativos. Desafios gigantes. Os eleitos assumem com uma grande expectativa sobre os seus ombros. Cabe a cada um honrar os votos que recebeu, por meio de um mandato produtivo e com entregas à sociedade.

Sem experiência no Executivo e com pouco prestígio na cúpula do Congresso, apesar de sete mandatos de deputado federal, o futuro presidente terá de provar capacidade para liderar uma mobilização política suficiente para recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento. Apesar da vitória folgada sobre Fernando Haddad (PT), enfrentará também o desafio de aprender a lidar com a oposição. As bancadas oposicionistas terão força para incomodar e, em muitos casos, atrapalhar o governo.



MERCADO FINANCEIRO

INVESTIMENTOS E MUDANÇA DE CULTURA MARCARAM O MERCADO

O Banestes investiu R$ 23,6 milhões em tecnologia da informação

BANCOS REGISTRARAM AUMENTO EM TODAS AS OPERAÇÕES OFERECIDAS, RESULTADO DO OTIMISMO DOS INVESTIDORES

A

movimentação política gerada pelas eleições 2018 pouco afetou o mercado financeiro capixaba. O trabalho dos operadores em reestruturação pós-crise econômica continuou consistente. Assim, os resultados positivos foram despontando. No nível macro, a economia do Espírito Santo ajudou esse segmento a crescer por já ter ganhado impulso neste ano, elevando os índices de confiança dos consumidores e empresas.

Os financiamentos urbanos do Bandes saltaram de 7,2% para 15,4%

“Trabalhamos muito no Banestes para fazer entregas relevantes de produtos e serviços com foco na melhora da experiência dos nossos clientes. Para isso, investir em tecnologia da informação foi o diferencial” Michel Sarkis, diretor-presidente do Banestes “Há uma confiança em melhorar, o que significa mais crédito, mais postos de trabalho, mais renda, mais impostos, fatores importantes para colocar a economia em dia. Nesse clima de otimismo, o Espírito Santo está organizado financeiramente, situação que o torna propício a realizar bons negócios, destacando-se no cenário nacional”, disse o economista José Márcio Barros, da Valor Investimentos. BANESTES: TECNOLOGIA EM FAVOR DA LUCRATIVIDADE O Banestes obteve lucro líquido de R$ 136 milhões no acumulado dos nove primeiros meses de 2018, um avanço de 9,7% se comparado ao mesmo período de 2017. Com isso, registrou novo recorde histórico: R$ 187 milhões nos últimos 12 meses corridos, aumento de 12% contra os 12 meses subsequentes. O resultado anual de 2017, fechado em R$ 175,2 milhões, já havia sido histórico para o banco.

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OPERAÇÕES DE CRÉDITO NO BANDES 2015-2018* (ATÉ 1º DE SETEMBRO) 2% 9

%

3%

0%

12%

11% 7

%

2015

2016

70%

65%

Indústria

12

%

Comércio

24%

30%

2017

8% 17% Serviço

0%

2018 28%

Rural

Fonte: Bandes (excluindo NossoCrédito) * Participação do Bandes no mercado financeiro capixaba

“Trabalhamos muito para fazer entregas relevantes de produtos e serviços para nossos clientes com foco em melhorar a experiência deles. Para isso, investir em tecnologia da informação foi o diferencial”, declarou o diretor-presidente da instituição, Michel Sarkis. Em 12 meses, o saldo de crédito consignado alcançou alta de 9,5%, o crédito pessoal aumentou 20,9%, e o capital de giro cresceu 17,5%. Já a carteira de crédito comercial (conceito Banco Central) superou o saldo de R$ 4,1 bilhões, sendo R$ 2,4 bilhões (59,4%) de operações com pessoas físicas e R$ 1,7 bilhão com pessoas jurídicas (40,6%). Da carteira deste último grupo, 86,6% são concessões a micro, pequenas e médias empresas. O índice de inadimplência da carteira de crédito comercial (acima de 90 dias) encerrou o terceiro trimestre em 3,4%. No segmento pessoa física, atingiu 2,1%, enquanto no corporativo ficou em 5,3%. Para que os indicadores se mantenham em ascensão, o Banestes direcionou grande parte de seu esforço em melhorias da área de tecnologia da informação e comunicação. De janeiro a setembro de 2018, foram destinados R$ 23,6 milhões para esse campo, proporcionando aperfeiçoamento nos serviços bancários.

A carteira de crédito do Sicoob ES cresceu 11,3%, passando para R$ 3,9 bilhões

19%

32%

20%

29%

Setor público

“Após estudos e trabalho de campo, ano a ano fomos criando novas linhas de crédito que tornaram muito mais atrativa a obtenção de crédito por todos os segmentos do mercado” Aroldo Natal Silva Filho, diretor-presidente do Bandes

BANDES: ALTERAÇÃO DE PERFIL De acordo com os dados do BC, a participação do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) subiu de 11,9% para 13,5% no mercado financeiro capixaba em termos de movimentação de crédito, entre 2015 e o início de 2018. O diretor-presidente Aroldo Natal destacou que os resultados positivos apresentados são reflexos no reposicionamento da entidade. “Após estudos e trabalho de campo, ano a ano fomos criando linhas que tornaram muito mais atrativa a obtenção de crédito por todos os segmentos do mercado”, destaca. A presença no segmento rural manteve-se constante no período, em cerca de 30%. Já em relação à participação em financiamentos urbanos, o banco capixaba deu um salto expressivo: saiu de 7,2%, em 2015, para 20%, em 2018, do total de financiamentos destinados a empreendimentos urbanos. O Fundesul, que tem o Bandes como gestor e operador financeiro, atua como mecanismo de desenvolvimento da Região Sul, de forma a diminuir a desproporção desta área em relação aos municípios da Região Metropolitana e do norte do Espírito Santo, estes últimos com incentivo assegurado pela Sudene. Apenas em 2018, foram aprovados R$ 14,7 milhões para empreendimentos no sul capixaba. Outra novidade no período foi o lançamento, em outubro, do Fundesul Presidente Kennedy. Os recursos foram investidos pela prefeitura local. SICOOB: AUMENTO NAS TRANSAÇÕES COM CARTÃO O Sicoob ES, que faz parte do maior sistema cooperativo de crédito do país, encerrou o primeiro semestre com um resultado de R$ 156,8 milhões, um recorde histórico para o período. Em comparação com os seis primeiros meses de 2017, o avanço foi de 26%. A instituição também registrou elevação de 24,3% na receita de serviços e de tarifas. Esse crescimento foi propiciado pelas transações com cartão, com aumento de 21%, e pela venda de consórcios e de seguros, cujo acréscimo foi de 7,8%. Os ativos do Sicoob ES, que são os bens e direitos da organização, chegaram a R$ 6,5 bilhões, uma alta de 16,6% em relação ao primeiro semestre de 2017. A carteira de crédito expandiu-se 11,3%, passando para R$ 3,9 bilhões. Bento Venturim, presidente da coorperativa, enfatiza que a sociedade vê na entidade uma opção de gestão financeira viável, acessível e segura. “Isso se deve ao fato de nossa atuação ser pautada no profissionalismo e focada no desenvolvimento de todos os integrantes”, afirma. radio.esbrasil.com.br •

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COOPERATIVISMO

O Sicoob foi uma das cooperativas que apresentaram bons resultados mesmo em meio à crise do país

COOPERATIVISMO: A NOVA ECONOMIA GLOBAL

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s desafios impostos pela crise naciopreferência a investimentos que assegurassem nal, que afetou até mesmo os lucros mais retorno, priorizamos equipamentos É o total de novos postos das grandes corporações, provocamédicos e estruturas físicas e readequamos de trabalho de janeiro a ram profundas mudanças no sistema de as unidades da Grande Vitória e do interior”, junho de 2018 no Sicoob. desenvolvimento econômico. E a marca dessa enumera Fernando Ronchi, diretor administransformação é a valorização do trabalho coletrativo da Unimed, que reúne hoje 340 mil tivo. As organizações cooperativas criaram maior número de empregos, assistidos por uma das sete categorias de plano de saúde. aumentaram a produção e ganharam ainda mais importância crescimento do Espírito Santo. BAQUES Entre as empresas do segmento que apresentam bons resultados nos A luta para manter a competitividade pontuou o período em últimos anos, mesmo em meio à tormenta do país, está o Sicoob – Sistema alguns outros negócios, que foram seriamente afetados e se viram de Cooperativas de Crédito do Brasil, que nos últimos cinco anos foi obrigados a cortar gastos. Na lista das atividades que sentiram as responsável pelo incremento de quase R$ 20 bilhões na economia capi- perdas, principalmente diante da paralisação dos caminhoneiros, xaba, por meio da liberação de crédito. estão as agropecuárias. “O segmento teve grande retração nas vendas. O presidente Bento Venturim explica que a instituição renegocia O número de empregados diminuiu bastante nos últimos dois anos, as dívidas, com descontos e condições personalizadas para cada caso. mas estamos voltando aos resultados positivos. Tivemos investimento Para superar as dificuldades, destaca, é necessário se reinventar a cada de R$ 370 milhões, o que é baixo em relação aos anos anteriores, dia, por isso o Sicoob ampliou seu portfólio de produtos e serviços. mas próximo da meta de 2018. Houve avanços tecnológicos que nos “Em movimento contrário à tendência do mercado, geramos 202 ajudaram a retomar o crescimento, como o novo sistema de irrigação postos de trabalho de janeiro a junho de 2018, entre funcionários, total e automatizado, além de melhorias no transporte, adquirindo estagiários e aprendizes”, destacou. As contratações foram conse- mais rapidez no atendimento às demandas”, explica o diretor-prequência da inauguração de duas agências: uma em Divino de São sidente da Coopeavi – Cooperativa Agropecuária Centro Serrana, Lourenço e outra em Castelo. Denilson Protatz. A Unimed Vitória é outra entidade a apresentar saldos positivos. O município de Santa Maria de Jetibá se tornou este ano o maior “Não deixamos de investir em 2018! Otimizamos os custos, demos produtor de ovos do Brasil. “Esta nova posição é fruto de muito trabalho dos avicultores, da inovação e da dedicação. O setor avançou 114% entre 2006 e 2017. A busca por tecnologia, através da automação das granjas, e a produção de ovos com qualidade, evidenciada ASSOCIADOS (POR SETOR) pelos concursos de qualidade de ovos, têm servido como bases dessa expansão, que se dá paralelamente ao aumento do consumo per capita Agropecuário Educacional Saúde de ovos no país, cerca de 10% em relação a 2017, segundo estimativas 36.394 4. 032 5. 090 da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), permitindo um progresso tão significativo”, aponta. Além de gerar 7.800 empregos diretos, as cooperativas reúnem mais Transporte Crédito de 230 mil filiados no Espírito Santo. São mais de 700 mil pessoas 4. 522 292.560 hoje envolvidas com o movimento no Estado, incluindo nessa conta as famílias que estão diretamente ligadas ao setor. Fonte: Ideies/Findes

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ASSOCIATIVISMO

Com mais de 200 empresas fornecedoras dos setores de supermercados e panificação do ES, a Super Feira Acaps Panshow recebeu 23 mil visitantes

ASSOCIATIVISMO SE FORTALECE EM MEIO À CRISE

O

associativismo tem ganhado força nos últimos anos e demostrado ser uma boa saída principalmente em momentos de crise econômica. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor tem participação oficial de 1,4% na formação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que representa contribuição de R$ 32 bilhões. No Espírito Santo, o cenário não é diferente, e o ao fomento dessa articulação já rendeu até prêmio ao setor produtivo. Em 2017, o Sistema Findes ficou em terceiro lugar entre as federações das indústrias no país no estímulo ao associativismo. A conquista foi anunciada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), com base no radar do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), que engloga 18 indicadores. Para Bruna Lozer, coordenadora Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Federação das Indústrias do Espírito Santo, esse movimento de integração é inerente ao ser humano. “De organizações econômicas entre países até os condomínios em que moramos, tudo passa pelo associativismo”, diz. A Findes congrega 40 sindicatos na sua base, sendo 34 deles filiados e seis em processo de filiação. Para o presidente da entidade, Léo de Castro, a convergência dos atores dos segmentos é fundamental para a construção de um ambiente institucional favorável ao desenvolvimento das atividades industriais. “A Federação colocou em prática uma série de iniciativas para o fortalecimento dos sindicatos e de seu papel de representação do setor”, afirmou o dirigente. O CAS realiza o monitoramento de execução das ações É o número de ações demandadas com as em monitoramento pelo Centro de entidades do Sistema. Apoio aos Sindicatos (CAS) em 2018. Ao todo, reuniu 601 participantes nas

1.015

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rodadas de construção das agendas de 2018. São 1.015 ações em monitoramento (114 reuniões e 200 horas de trabalho) voltadas para o fortalecimento do associativismo. “Com o apoio da Findes, estamos construindo uma pasta com entregas relevantes e que são bastante necessárias para a categoria e para o Espírito Santo”, destaca Tales Machado, presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais Cal e Calcários Espírito Santo (Sindirochas). CAPACITAÇÃO Para fortalecer as associações capixabas, a Escola de Associativismo – em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) – promove atividades e conteúdos voltados para a capacitação de grupos organizados. Por meio do site da entidade, é possível acessar cursos que tratam de inovação, sustentabilidade financeira e transparência, fundamentais para o desenvolvimento. “O associativismo é uma ferramenta indispensável para uma sociedade organizada forte, condição fundamental para a existência de um Estado democrático eficiente na geração de riqueza e bem-estar para todos”, saliente o diretor da escola, Sergio Rogerio de Castro, sobre as razões que motivaram a criação da iniciativa. O vínculo de empresários de classes diferentes, mas com mercados afins, pode selar importantes feitos e promover iniciativas que se tornam parte do calendário de negócios capixabas. Um dos melhores exemplos de sinergia nesse aspecto é a estabelecida entre panificadores e supermercadistas, que juntos tocam as programações da Super Acaps Pan Show. A Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) e o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria (Sindipães) são as responsáveis pelo megavento, que só em 2018 previu movimentação de R$ 300 milhões.


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EDUCAÇÃO

O programa Escola Viva já oferece 20 mil vagas em tempo integral em 36 escolas

ENSINO MÉDIO DO ES É O MELHOR DO PAÍS ANO DE 2018 MOSTROU AVANÇOS NA EDUCAÇÃO DO ESTADO

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a “prova dos nove” que avalia o ensino em todo o país, Em 2011, estávamos em 14º no ranking. Sete anos depois, chegamos as escolas capixabas mostram que vêm fazendo a lição de casa à primeira colocação. É um processo de melhoria contínua.” para subir novos degraus. Considerando unidades públicas e particulares, o Espírito Santo alcançou o status de melhor ensino ESCOLA VIVA médio do Brasil, segundo apontou o Índice de Desenvolvimento da Haroldo Rocha explica que foram estabelecidos objetivos anuais Educação Básica (Ideb) de 2017, divulgado no segundo semestre deste de melhorias. O investimento na educação estadual, em 2018, ano. Quando analisada apenas a rede estadual, o desempenho local chegou a R$ 2 bilhões. São cerca de 500 unidades de ensino só perde para o de Goiás. atendendo mais de 260 mil estudantes. E, novamente, a Escola Viva Principal indicador nacional da qualidade da área, o Ideb é ficou em destaque. Lançado em 2015, o programa já oferece 20 mil constituído pelo Saeb (teste de Português e Matemática aplicado a cada vagas em tempo integral em 36 escolas. dois anos para alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do “A Escola Viva é uma mudança radical do ambiente escolar. 3º ano do ensino médio) e pelo fluxo escolar (taxa de aprovação/ Muitos se posicionaram contrários por não compreender essa transreprovação/abandono dos alunos). formação. A Escola Viva é a escola do século 21 e reconhece que cada “Foi o ano de coroamento de um trabalho. Entre os 26 estados, jovem tem um desejo individual. Isso faz uma enorme diferença no o Espírito Santo é onde os jovens melhor aprendem Português e ensino e na aprendizagem”, avalia o secretário. Matemática, segundo o índice do Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais/Ministério da Educação). REFORMA E ENSINO FUNDAMENTAL Conseguimos desenvolver nossa educação mesmo em meio à Rocha enfatiza também que 2018 foi marcado significacrise no país, o que comprova que não basta apenas dinheiro. tivamente pelos esforços para a reforma do ensino médio. Nossa conquista foi feita em condições de restrição financeira. “Trabalhamos elaborando o currículo do Espírito Santo a partir O que melhoramos foi a gestão do nosso sistema”, observa o secretá- da Base Curricular Nacional, agregando alguns itens. Entregamos rio estadual de Educação, Haroldo Corrêa Rocha. esse material em novembro para o Conselho Estadual de Educação A meta, que era de 5,1 no índice geral, não foi atingida – o Espírito para análise e aprovação.” Santo registrou nota 4,4. O ensino público também O Ideb divulgado este ano também não alcançou o patamar pretendido: os 4,1 pontos mostrou avanços no ensino fundamental obtidos ficaram aquém da proposta inicial de 4,4. do Espírito Santo, no 5º ano, com maior Na rede privada, pretendia-se chegar a 6,8, mas participação dos municípios, e no 9º. bilhões o resultado bateu 6,1. Ainda assim, o secretário Nas duas séries, o Estado está entre aqueles destaca a importância da evolução. “Ficamos próxi- Foi o investimento na educação com desempenho acima da média nacional mos da meta, e houve um avanço muito expressivo. estadual em 2018. em Português e Matemática.

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O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) completa uma década

O Senai possui 10 unidades de ensino, sendo oito operacionais fixas

NÚMEROS DA PÓS-GRADUAÇÃO DA UFES • 5 .274 alunos estão matriculados em cursos de mestrado (2.895); doutorado (1.057) e especialização (1.322). •E m 2017, foram 1.448 estudantes de pós-graduação diplomados. •A Ufes é responsável por 76% dos programas de pós-graduação do Estado do Espírito Santo e por 90% dos cursos de doutorado.

NÚMEROS DO IDEB DO ENSINO MÉDIO NO ES •A taxa de abandono do ensino médio caiu de 8.761 alunos/ano, em 2014, para 3.266 alunos/ano, em 2017. •E m relação à reprovação, o índice saiu de mais de 20 mil reprovações em 2014 para cerca de 13 mil, em 2017. •O s melhores resultados das escolas estaduais de ensino médio foram nos municípios de: Domingos Martins, com 5,2 pontos; Marechal Floriano, com 5,2; Marilândia, com 5,1; e Mantenópolis, com 5 pontos. •O s melhores resultados das escolas federais de ensino médio foram nos municípios de: Vitória, com 7,1 pontos; Aracruz, com 6,7; Cariacica, com 6,6; Cachoeiro de Itapemirim, com 6,5; e São Mateus, com 6,5. Fonte: Inep/Mec

CRISE AINDA AFETA PARTICULARES Com 412 unidades que atendem 206 mil alunos, a rede privada também comemora o resultado do Ideb para o nível médio, como destaca o superintendente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Geraldo Diório Filho. A presença dessas instituições na avaliação foi facultativa, mas, entre as que participaram, o índice alcançado chegou a 7,5, e muitas ultrapassaram a nota 5,0. Segundo o dirigente, a rede obteve crescimento nos últimos anos, principalmente nas unidades que oferecem ensino técnico, que ganham cada vez mais espaço entre os jovens em busca de uma formação. Contudo, admite, em 2018 a crise continuou impactando. “A perda de matrículas chegou a 22% no ensino médio”, pontua. PÓS-GRADUAÇÃO EM ALTA A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comemora, em 2018, os investimentos realizados. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), professor Neyval Costa Reis Júnior, assinala que, em 2010, a instituição oferecia apenas 13 cursos de doutorado, sendo somente três com conceito Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) igual a 5, o que representa 0,5% dos programas de pós-graduação com essa nota. “Na última avaliação, relativa a 2017, a Ufes apresentou 27 cursos de doutorado, sendo 13 com conceito Capes igual a 5 (1,7% com essa nota). Além destes, a universidade tem mais dois cursos em associação com outras instituições que possuem conceito 5”, informa Reis Júnior. O crescente número de cursos de pós-graduação também é celebrado. “O número atual de Programas de Pós-Graduação (PPGs) é fruto da expansão e da consolidação. Nos últimos 10 anos, a quantidade de cursos de mestrado na Ufes passou de 30 para 60 e a de doutorado, de oito para 27.” São abertas anualmente nessas

duas modalidades cerca de 1.200 vagas, acrescentou. 10 ANOS DE IFES O ano também foi marcante para o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que completou uma década de constituição, sendo fruto da união das unidades do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes) e das Escolas Agrotécnicas Federais de Alegre, de Colatina e de Santa Teresa. O reitor Jadir José Pela ressalta que o grande destaque foram os resultados e as entregas realizadas para a sociedade ao longo desse período de atuação. “Hoje oferecemos desde cursos técnicos integrados a mestrados profissionais, com 24 mil vagas ativas em todos os níveis de formação. Avançamos também com o nosso Polo de Inovação. Temos 15 contratos já assinados de desenvolvimento de soluções inovadoras com empresas do setor metalomecânico do Espírito Santo. E ainda 1.109 ações de extensão, em que esses atores, ou seja, empresas, organizações não governamentais, grupos sociais, igrejas e entes federados, entre outros, definem conosco projetos que executamos com nossos professores e alunos”, detalha. ENSINO TÉCNICO EM DESTAQUE O ensino técnico tem ganhado cada vez mais espaço e despertado o interesse dos jovens por conta das oportunidades que oferece no mercado de trabalho. O Senai, por exemplo possui 10 unidades de ensino, sendo oito operacionais fixas, um centro de ações móveis e uma Agência de Treinamento em Nova Venécia. Segundo dados do Sistema de Produção do Senai, até setembro último, foram efetivadas 14.476 matrículas nas modalidades presencial e a distância. De acordo com o resultado mais recente do Sistema de Avaliação da Educação Profissional (Saep), com base em levantamento de 2017, 82,5% dos cursos analisados da instituição foram classificados como adequados ou avançados. radio.esbrasil.com.br •

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SAÚDE

Rede Cuidar é um projeto que visa a reorganizar todo o modelo de atenção à saúde no Estado do Espírito Santo

INVESTIMENTOS EM DIVERSAS FRENTES NA SAÚDE ANO É MARCADO POR AMPLIAÇÃO DE SERVIÇOS E LEITOS

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riação e ampliação de serviços, mutirão de exames e entrega Ainda contemplando a Região Metropolitana, o governo autode equipamentos foram algumas das ações executadas ao rizou a publicação do edital de licitação para a construção do longo de 2018 pelo governo do Estado para melhorar a Hospital Estadual Geral de Cariacica, cuja estrutura prevê 400 vida de quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a leitos, a ser distribuídos entre as unidades de tratamento intensivo assinatura de termo aditivo no valor de R$ 36,7 milhões ao con- (UTI), de tratamento intensivo pediátrico (Utip), de tratamento vênio já firmado entre a Secretaria de Saúde (Sesa) e o Hospital intensivo neonatal (Utin) e de cuidados intensivos neonatais Evangélico de Vila Velha, a oferta mensal de cirurgias na área de (Ucin), além da área de cuidados semi-intensivos, maternidade, urologia naquela unidade passará de 75 para 115, e as de catarata, enfermaria e retaguarda para recebimento de pacientes encade 600 para 800. Além disso, as internações de média e alta com- minhados de outros hospitais. Com as especialidades de clínica plexidade no mesmo período serão ampliadas de 673 para 695. médica, neurologia, nefrologia, cirurgia geral, maternidade e Outro aditivo, orçado em R$ 23,8 milhões, trará novos atendi- cirurgia de cabeça e pescoço, o pronto-socorro ficará responsável mentos para a Santa Casa de Misericórdia de Vitória, onde poderão por 8.200 atendimentos por mês. Orçado em R$ 280 milhões, o ser realizadas 60 cirurgias cardiológicas e 100 cateterismos mensal- complexo deve começar a ser construído em 2019, com previsão mente. Um terceiro aditivo, de R$ 21 milhões, da conclusão das obras em quatro anos. aumentará na Santa Casa de Cachoeiro de Também será ampliado o Hospital Itapemirim o número de internações de média São Lucas, em Vitória. De acordo com o e alta complexidade. Os exames e atendimenedital, haverá 43 novos leitos, sendo 21 de tos de urgência deverão saltar de 23.222 para UTI, 12 de semi-intensivo e 10 de recu26.613. Pacientes também terão acesso a órteperação pós-anestésico (RPA), que não ses, próteses e materiais especiais (OPMEs) Será a área, em metros quadrados, de existe lá hoje. A instalação de um heliedificação do Hospital São Lucas, em Vitória, usados em cirurgias de trauma, o que desafo- após a ampliação. ponto também está no pacote. A área gará os hospitais da Grande Vitória. de edificação será de 3.835,56 metros

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quadrados (m²) e o investimento total, de R$ 26,5 milhões, dos quais R$ 18 milhões vão para obras e R$ 8,5 milhões, para compra de equipamentos. Outro destaque foram os mutirões, em áreas como oftalmologia, vascular, ginecologia e de reconstrução mamária. Até o fim do ano, deverão ter sido investidos R$ 19,4 milhões nessa frente. Em outubro, a Sesa lançou ainda uma mobilização desse tipo para uma série de exames: ressonância magnética, tomografia, endoscopia, colonoscopia, ultrassonografia com doppler, ecocardiograma, retosigmoidoscopia, cintilografia e densitometria, totalizando 10.993 procedimentos e um investimento de R$ 2.560.804,50 em recursos próprios. “Com o mutirão, vamos reduzir a fila de quem está esperando para fazer exame e, com a modernização dos equipamentos, melhoramos a qualidade do atendimento nos hospitais públicos”, disse secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira. Fechando as ações de iniciativa pública, destaque para a Rede Cuidar, que tem levado ao interior do Estado atendimento para diversas especialidades médicas, evitando a necessidade de deslocamento de pacientes até a capital. As cidades de Nova Venécia, Guaçuí e Santa Teresa já ganharam unidades, que serão implementadas ainda em Linhares e Domingos Martins. A estimativa é que 1 milhão de pessoas deixem de ser direcionadas para a Grande Vitória e passem a ser atendidas de forma mais ágil, humanizada e com hora marcada. AQUISIÇÕES E INVESTIMENTOS NO SETOR PRIVADO No setor privado, 2018 foi de celebrado crescimento para as operadoras de plano de saúde que atuam no Estado. A Samp, por exemplo, expandiu-se aproximadamente 15%, inaugurou uma clínica em Cachoeiro de Itapemirim e aprimorou o aplicativo Bio, que hoje já acompanha preventivamente 11 mil beneficiários. Com 250 mil associados, 1.076 médicos conveniados, 40 hospitais, 192 laboratórios e rede credenciada em 63 municípios, a empresa chega ao fim de 2018 com vários projetos, como a inauguração de clínicas em Linhares, São Mateus e Colatina. “Lançaremos produtos com rede direcionada geograficamente. O encarecimento da saúde no Brasil fez com que a sociedade entendesse que ‘menos é mais’. Durante décadas, as pessoas adquiriam planos pelo tamanho de suas redes de médiORÇAMENTO PARA SAÚDE cos. Essa fase passou, PÚBLICA NO ESPÍRITO SANTO hoje as pessoas querem um plano que caiba em R$ 1,9 bilhão 2013 seu orçamento com R$ 2,3 bilhões 2014 uma rede restrita e R$ 2,5 bilhões 2015 de fácil acesso”, frisou R$ 2,2 bilhões 2016 o diretor da Samp, R$ 2,5 bilhões Marcio Maciel. 2017 Já para a Unimed, R$ 2,7 bilhões (parcial 2018 até setembro) um dos pontos altos foi o programa “Jeito Fonte: Sesa

A Samp inaugurou em novembro a clínica de Cachoeiro e cresceu cerca de 15%

de Cuidar”. Desenvolvido pela Unimed do Brasil e incorporado à Unimed Vitória, a iniciativa conta com cinco passos que trazem atenção especial ao cliente, oferecendo mais cuidado e bem-estar: confortar, acolher, profissionalizar, individualizar e encantar. Outra empreitada com foco na qualidade dos serviços e que se consolidou em 2018 foi o Programa de Integridade, criado para tornar os processos ainda mais transparentes, evitar possíveis desvios e minimizar riscos de fraudes, irregularidades e prática de ilícitos nas relações corporativas. Com cerca de 2.500 médicos cooperados, a Unimed Vitória está voltada à valorização dos seus 342 mil clientes. “O cenário no país exige uma atenção redobrada em relação aos números da economia em um futuro próximo. Ou seja, a partir de 2019. É bom ressaltar que a Unimed Vitória trabalha sempre com um planejamento sólido. Jamais perdemos o foco de trabalhar com o máximo de responsabilidade em respeito aos nossos clientes, médicos cooperados e colaboradores, além dos inúmeros parceiros”, destacou Márcio Almeida, presidente da Unimed Vitória. O ano foi ainda marcado por aquisições de hospitais e planos de saúde por grupos estrangeiros. O Pátria Investimentos, fundo sócio da Blackstone, concluiu a compra da operadora de saúde Samp e negocia também com o São Bernardo Saúde. Em julho, adquiriu ainda uma fatia majoritária no Vitória Apart Hospital. Já o fundo de private equity americano HIG Capital passou a ser o proprietário, no fim de 2018, do Hospital Metropolitano, localizado na Serra. “Esse processo começou a partir de 2015, quando passou a ser permitido o capital estrangeiro na atividade hospitalar. No caso do Metropolitano, a compra foi feita por meio do Grupo Meridional, que agora tem uma rede de seis hospitais no Estado, num momento em que se fortalece a tendência de conexão em rede desses estabelecimentos. Em uma primeira fase, a aquisição provoca enxugamento de pessoas, unificação de estrutura e centralização de processos. Na sequência, existe um processo de crescimento e expansão de serviços em razão da estrutura de capital que esses fundos normalmente oferecem aos ativos consolidados”, explicou o consultor Benoni Antônio Santos, ex-diretor de Gestão Administrativa e Financeira do hospital. O negócio movimentou R$ 70 milhões. Mais R$ 12 milhões serão liberados em cinco anos, caso não ocorram ações judiciais que consumam recursos. radio.esbrasil.com.br •

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INFORME PUBLICITÁRIO

No IST, os empresários podem fazer a prototipagem das peças que estão desenvolvendo

Foto: Alexandre Mendonça

SENAI UTILIZA TECNOLOGIA PARA TRANSFORMAR A EMPRESA CAPIXABA

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Serviço Nacional de Aprendizado Industrial no Espírito Santo (Senai-ES) deu um salto em termos de tecnologia, de inovação e de produtividade no ano de 2018. Uma mostra disso foi a criação do Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional, o IST, que tem o compromisso de trabalhar junto ao empresário e ao pesquisador capixaba para crescimento dos negócios industriais no Estado. Em uma outra ponta de atuação, o da educação, o Senai-ES também toma a dianteira no processo com a turma piloto com base no novo currículo do ensino médio em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi-ES). O diretor regional da entidade, Mateus Simões, explica que a indústria capixaba precisa identificar no Senai-ES o seu parceiro de primeira ordem para o desenvolvimento de projetos que levarão seus produtos e serviços a patamares de competitividade internacionais. “Trabalhamos em várias frentes de atuação, até para representar o que a indústria no Espírito Santo pode tornar-se. Desde o pioneirismo em propor uma nova fórmula para o ensino médio até o oferecimento de tecnologia de

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ponta em nossos laboratórios, o Senai está mais próximo dos desejos dos empresários. Ao mesmo tempo, estamos estimulando o pensamento criativo e o uso de novas tecnologias para que um produto desenvolvido em terra capixaba possa ter a mesma competitividade dos melhores e maiores mercados do mundo”, analisou o gestor. EDUCAÇÃO O pioneirismo já começa na sala de aula. O Espírito Santo é o único Estado da Região Sudeste a já implantar a reforma do ensino médio com o projeto piloto “Ensino Médio com Itinerário de Formação Técnica e Profissional”, do Departamento Nacional do Sesi e do Senai. Com as unidades do Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco, os professores das duas casas foram capacitados para promover a integração entre as aulas do ensino básico e profissionalizante, fazendo com que os alunos desenvolvam competências para empregabilidade, além de fundamentos técnicos e científicos referentes a qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional requeridos pela área da indústria. O projeto está sendo

desenvolvido na unidade do Civit, na Serra, e servirá de exemplo para o Brasil. Mas essa foi apenas uma das grandes ações do Senai no ano de 2018, como também é o Programa de Inovação na Indústria Capixaba (Inovic), que visa à transformação da economia do Estado por meio da inovação. Com essa iniciativa, a instituição apoia as empresas em todas as fases do processo de inovação – ideação, prototipagem, desenvolvimento de produtos ou processos e inserção no mercado – por meio de consultorias. Já o IST em Eficiência Operacional, localizado na unidade da Beira-Mar, em Vitória, é um espaço onde os industriais capixabas podem usufruir de laboratórios modernos e maquinários de última geração, com portfólio de produtos e serviços capaz de atender a indústrias dos setores de alimentos e bebidas, construção, metalmecânica, moveleiro, petróleo e gás, plástico, química, rochas ornamentais e vestuário. O laboratório do IST é o primeiro spacemaker de Vitória, um ambiente de criatividade e inovação com foco em prototipagem e validação de novos


Foto: Cinthia Pimentel

O laboratório ModaLAB 1 fica no Senai Araçás em Vila Velha

Foto: Alexandre Mendonça

O Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional está disponível para o industrial capixaba em Vitória

conceitos, tecnologias e negócios aberto também para a sociedade. Funciona como uma espécie de coworking da indústria, com consultores, salas de reunião, sala de treinamento executivo e espaço para equipamentos portáteis. Ness e mesmo s ent ido, agora especificamente para o setor do vestuário, o Senai inaugurou, em julho, o primeiro laboratório de moda do Espírito Santo: o ModaLab1, localizado no Senai Araçás, em Vila Velha. O objetivo do projeto é desenvolver a indústria de vestuário e estimular a inovação e a geração de

oportunidades para o segmento no Espírito Santo. Um espaço à disposição de profissionais e estudantes de moda, empresas e pessoas físicas, que conta ainda com um profissional para auxiliar na utilização da estrutura e das máquinas modernas e automatizadas, além de impressoras 3D. O ModaLab1 também promove semanalmente palestras e workshops para o setor. Com o sucesso do projeto, a Região Noroeste, polo da indústria têxtil capixaba, também ganhou um laboratório de moda: o ModaLab2, situado no Senai Colatina,

que segue os mesmos moldes do primeiro e também conta com o ciclo de palestras e workshops. O Senai atua também como braço forte do Movimento Capixaba pela Inovação, participando e apoiando esse ecossistema, que conta com a presença dos setores produtivo e acadêmico e do governo do Estado. O ano de 2018 também marca o retorno do Espírito Santo aos editais de inovação. Após quatro anos, o Estado voltou a ter um projeto aprovado no edital nacional. A parceria do Senai com a Vale e a Argalit supera R$ 1 milhão para o desenvolvimento do dispositivo ergonômico e seguro para troca de dormentes durante a manutenção das ferrovias. A diretora de Inovação, Tecnologia e Produtividade do Senai-ES, Juliana Gavini, explica que a própria criação de uma diretoria específica sobre o assunto já é uma mostra de como o Senai-ES está atuando de forma contundente para a transformação das empresas capixabas. “Em pouco mais de um ano, já melhoramos a produtividade em cerca de 160 empresas e a produtividade”, revela. Ainda no atendimento às indústrias, o Senai oferece consultoria tecnológica em eficiência energética, meio ambiente, alimentos e bebidas, design e processo produtivo; serviços técnicos especializados; e soluções de inovação para a criação e desenvolvimento de produtos e processos. PRODUTIVIDADE Na busca pelo aumento da produtividade da indústria capixaba, o Senai lançou o programa “ES Mais Produtivo”, com consultorias em lean manufacturing, que identifica desperdícios e aponta caminhos para reduzi-los. Os resultados do programa superam os 120% no ganho médio de produtividade por linha de produção e já atendeu mais de 100 indústrias, em parceria com o Sebrae. Ainda nesse sentido, criou o Lean Game, uma ferramenta utilizada para ensinar os conceitos da produtividade por meio de um jogo de tabuleiro.

www.senai-es.org.br radio.esbrasil.com.br •

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PABLO LIRA

MOBILIDADE

é professor do Mestrado em Segurança Pública da Universidade Vila Velha (UVV)

MOVIMENTOS PENDULARES E A (I)MOBILIDADE URBANA COMPREENDER A COMPLEXIDADE DOS MOVIMENTOS PENDULARES É ESSENCIAL PARA SUBSIDIAR POLÍTICAS PÚBLICAS DE MOBILIDADE

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s aglomerados urbanos passaram, nas últimas décadas, por um processo acelerado de expansão e reestruturação de espaços e funções, refletindo transformações sociais, econômicas, culturais e políticas. As novas dimensões incluem a desconcentração das atividades econômicas do polo para outras áreas no espaço metropolitano que se tornam novas centralidades. Observa-se a tendência de redução do ritmo do crescimento das aglomerações urbanas, decorrente da diminuição da migração rural, que com seus efeitos diretos e indiretos foi o principal motor do processo de urbanização durante as décadas de 1960 a 1980, e das baixas taxas de fecundidade que caracterizam a fase atual do processo de transição demográfica. Contudo, essas regiões mantêm crescimento positivo e mais elevado que os níveis médios atuais. Nesse cenário intensifica-se a migração intrametropolitana, em particular os deslocamentos de curta distância, cujas características refletem o nível de integração entre as unidades que compõem a metrópole e os fatores que os condicionam. A intensidade e a direção desses fluxos funcionam como um “termômetro” das diferenças entre as localizações das estruturas socioeconômicas e da moradia.

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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o termo mobilidade espacial (ou física) designa fenômenos ligados aos deslocamentos no espaço geográfico. A migração é definida como um conjunto de movimentos, tendo por finalidade a transferência de residência dos indivíduos de certo lugar de origem ou partida a um lugar de destino ou chegada. E essa mudança

Esperamos que 2019 represente o ano no qual a mobilidade urbana seja priorizada de fato nas regiões metropolitanas brasileiras” entre unidades administrativas é o critério adotado para distinguir a migração convencional de diversos tipos de mobilidade espacial que não implicam mudança permanente, movimentos temporários, diários, semanais ou sazonais, com duração e abrangência territoriais variáveis. Nas primeiras fases da transição demográfica, os níveis elevados dos componentes do crescimento natural resultam em baixas taxas de crescimento demográfico;

a migração é limitada nessas regiões caracterizadas por práticas econômicas tradicionais. À medida que a mortalidade declina e a fecundidade continua elevada, registra-se a produção de um excedente populacional, sobretudo na área rural, dando início a um intenso processo de migração rural-urbana, dirigida às colônias de povoamento. Em fases mais adiantadas de modernização da sociedade, de transição urbana e demográfica, a mortalidade e a fecundidade atingem níveis próximos, crescem as migrações interurbana e intraurbana e diversas outras formas de mobilidade que não implicam mudança de residência, os movimentos pendulares e sazonais e a circulação. Entender a complexidade dos movimentos pendulares para trabalho e estudo com base empírica, sobretudo em regiões metropolitanas como a da Grande Vitória, torna-se essencial para subsidiar a elaboração e a implementação de políticas públicas efetivas de mobilidade. Essa é uma perspectiva necessária ao desenvolvimento dos Planos Municipais de Mobilidade Urbana, que devem ser articulados com os Planos Diretores Municipais. Esse é um desafio, uma agenda que está colocada, principalmente, aos municípios integrantes dessas regiões. Assim, esperamos que 2019 represente o ano no qual a mobilidade urbana seja priorizada de fato nas regiões metropolitanas brasileiras.



CIÊNCIA E TECNOLOGIA

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo lançou 28 editais com recursos que chegam a R$ 86 milhões

EM BUSCA DA EXCELÊNCIA NA PESQUISA CAPIXABA EDITAIS INÉDITOS SÃO LANÇADOS PARA IMPULSIONAR A PRODUÇÃO DE CIÊNCIA NO ES

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desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Espírito Santo promete dar um salto com as ações consolidadas ao longo de 2018. Além da inauguração em julho do primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento do Estado, em Cariacica, foram anunciados em agosto a primeira iniciativa do país para elevar o conceito de programas de pós-graduação a níveis de excelência e o edital para a criação da rede capixaba de biotérios. Ainda numa perspectiva de estimular a pesquisa, o Nossa Bolsa, que desde 2006 financia a graduação de alunos oriundos da rede pública de ensino em faculdades particulares, realizou este ano a primeira seleção visando ao mestrado. Agora, quem concluiu curso superior pelo programa e está matriculado em um curso de pós-graduação poderá concorrer a bolsas de R$ 1,5 mil. No total, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) lançou 28 editais com recursos que chegam a R$ 86 milhões. “Um dos objetivos dos editais é possibilitar o diálogo entre a academia e os setores público e produtivo para atender à demanda de cooperação entre as universidades, as empresas e os governos”, afirmou José Antônio Bof Buffon, diretor-presidente da instituição. Já tradicionalmente aguardada no calendário de eventos, a 15ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia – promovida pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti) e pela Fapes de 15 a 21 de outubro – apresentou o tema central “Ciência para a redução das desigualdades”, definido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “Em 2018, conseguimos tirar do papel muitas ideias e projetos, que foram transformados em ações para gerar resultados ao Estado. Foi um ano de colher o que plantamos ao longo da gestão. Estamos finalizando com as

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EDITAIS INÉDITOS A Fapes lançou em 16 de agosto um conjunto de oito editais com recursos que superam a marca dos R$ 19 milhões. Nesse grupo, quatro chamadas foram inéditas no Estado. Confira. •P rograma de Excelência Acadêmica da Pós-Graduação Capixaba (Propex): R$ 12 milhões para apoio financeiro a programas de pós-graduação stricto sensu, com conceito 5 na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), para que possam subir para os níveis 6 ou 7 (os mais elevados). •R ede Capixaba de Biotérios: R$ 700 mil para a criação da rede, visando à modernização dos biotérios de produção, manutenção e experimentação de roedores (ratos e camundongos) e lagomorfos (coelhos e lebres). • Gestão e Competitividade: R$ 1,2 milhão para projetos de pesquisa que tenham o objetivo de formular políticas públicas focadas na inovação para gestão pública e competitividade das empresas capixabas. •M estrado Nossa Bolsa: R$ 1,08 milhão para bolsas de mestrado a alunos que concluíram a graduação com bolsa do Programa Nossa Bolsa e estejam regularmente matriculados em programa de pós-graduação stricto sensu (mestrado).


Foto: Secom-ES

ENTREGA DO CPID O primeiro Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento do Espírito Santo (CPID) foi inaugurado em 5 de julho. A estrutura, de R$ 27 milhões, conta com sete laboratórios equipados com tecnologia de ponta e está localizada no Morro da Companhia, em Cariacica. O foco será nas áreas de meio ambiente, tecnologia de equipamentos, tecnologia industrial básica (TIB) e tecnologia de informação e comunicação (TIC). O CPID é resultado da parceria entre o governo federal, o governo do Estado e instituições federais de ensino e pesquisa.

contas em dia, com os projetos organizados e encaminhados”, destacou a secretária Camila Dalla Brandão, titular da Secti. INOVAÇÃO Este também foi o ano para preparar ainda mais o terreno para as ideias inovadoras, com apoio a projetos iniciantes e a incubadoras. Em abril, a Fapes assinou a contratação de 46 empresas aprovadas no edital do Programa Sinapse da Inovação – Conexão ES. Originalmente lançado em Santa Catarina, em 2008, o projeto, em sua primeira experiência capixaba, registrou grande participação dos empreendimentos e recebeu o segundo maior volume de submissões da história (1.272 inscrições). As propostas aprovadas receberam o aporte de até R$ 50 mil em recursos para o seu desenvolvimento. Em 2018, a Fapes realizou a seleção de projetos para dar suporte à criação e à estruturação de incubadoras de negócios no Espírito Santo. A chamada pública

teve o resultado divulgado em setembro. Os escolhidos terão 24 meses para aplicar os recursos, que somam R$ 700 mil. A novidade em relação ao primeiro edital desse tipo, lançado em 2016, é que agora há duas modalidades de investimento. Na avaliação de Buffon, há uma coerência articulada nas ações, e todos esses esforços são complementares; um gera demanda e o outro faz a chancela. “De um lado, lançamos o Sinapse da Inovação, que é um programa de agitação que estimula as pessoas a lançar suas ideias no mercado. Por outro lado, vemos a necessidade de abrigar essas iniciativas”, explicou. Para a criação de incubadora, a Fapes está destinando de R$ 74 mil a R$ 88 mil.

R$ 700

mil

É o valor dos recursos destinados aos projetos escolhidos para dar suporte à criação e à estruturação de incubadoras de negócios no ES.

Foram aprovados recursos para a criação de cinco incubadoras: três delas são em campi do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) nos municípios de Vila Velha, São Mateus e Linhares; a quarta será instalada em Alegre, com gestão mista desta unidade de ensino local e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); e a quinta estará na Emescam, em Vitória. A outra linha de atuação se propõe a elevar uma incubadora já existente e torná-la âncora no ecossistema da inovação. Nesse caso, o Estado investirá na Tecvitória e no Núcleo Incubador do Ifes da Serra. Cada incubadora âncora recebe do edital cerca de R$ 120 mil. Durante a abertura da 15ª Semana de Ciência & Tecnologia, a Secti, em parceria com o Sebrae, lançou o Mapi, uma plataforma on-line de mapeamento do ecossistema capixaba de inovação. No site (www.mapixaba. com.br), é possível encontrar fornecedores de diversos segmentos e ficar por dentro de eventos e editais. A plataforma foi lançada com 204 empresas cadastradas. radio.esbrasil.com.br •

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CULTURA

UMA DÉCADA DE EDITAIS DE CULTURA E CAMERATA SESI IMPORTANTES EVENTOS MARCAM 2018. ENTRE ELES O 3º VIRADÃO VITÓRIA, OS FESTIVAIS NACIONAIS DE CINEMA, TEATRO E FORRÓ E MUITAS MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS

E

ste foi o décimo ano que o governo do Estado lançou editais de cultura para estimular atividades artísticas. Em junho, a Secretaria de Cultura (Secult) abriu 44 chamadas públicas para um total de R$ 23 milhões. Um investimento de R$ 10 milhões oriundo do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura), mais R$ 3,34 milhões resultantes da parceria com as secretarias estaduais de Direitos Humanos e de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social para editais no Projeto Ocupação Social. Houve ainda o convênio com o Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine (FSA) para editais, que somaram mais R$ 9,5 milhões. “Os lançamentos movimentaram o cenário cultural nas cidades do interior, incentivando a participação em várias áreas de audiovisual, artes cênicas, patrimônio, música, artes visuais, literatura e coletivos juvenis”, comemora o secretário estadual de Cultura, João Gualberto Vasconcellos. O ano de 2018 também foi marcado pelo anúncio de obras de manutenção e recuperação de prédios históricos e culturais. Em abril foi reaberto o Museu do Colono, em Santa Leopoldina, que passou por restauração. Entre as obras em andamento estão a do Santuário Nacional de São José de Anchieta, em Anchieta, e as

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EVENTOS CULTURAIS 2018 O calendário do Espírito Santo conta com uma série de festas e eventos já conhecidos do público que movimentam a cultura capixaba durante o ano todo. Desde o Festejo de São Sebastião, que Itaúnas, em Conceição da Barra, sedia há mais de 300 anos no mês de janeiro, até o jovem Festival de Música Erudita em sua sexta edição, realizada em novembro, as programações atraem milhares de pessoas com teatro, cinema e música. •6 º Festival de Música Erudita, em Vitória: o evento contou com 20 apresentações, incluindo 12 concertos e uma ópera, e foi realizado de 3 a 24 de novembro. • 1 4ª Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória: durante os nove dias do evento, foram apresentadas 25 atrações teatrais locais, nacionais e internacionais, entre 13 e 21 de outubro. •2 5º Festival de Cinema de Vitória: foram 11 mostras com um total de 89 filmes, exibidos ao público entre os dias 3 e 8 de setembro. •6 8º Encontro Nacional de Folias de Reis, em Muqui: realizado no dia 18 de agosto, evento que reuniu 50 grupos folclóricos de três estados. Fonte: Secult e site dos eventos.

•2 1º Festival de Sanfona e Viola, em São Pedro do Itabapoana, Mimoso do Sul: realizado entre 26 e 29 de julho, o festival contou com 33 atrações locais e nacionais, incluindo artistas consagrados. • 1 8º Festival Nacional de Forró de Itaúnas, em Conceição da Barra: foram oito noites 60 apresentações musicais de artistas e bandas vindos de 10 estados, entre 14 e 21 de julho. •2 5º Festival Internacional de Inverno de Música Erudita e Popular de Domingos Martins: o tradicional Festival de Inverno contou com mais de 100 atrações de 30 de junho a 22 de julho. • 7ª edição do Festival Internacional de Jazz & Bossa de Santa Teresa: foram 31 shows, entre atrações internacionais, nacionais e regionais, durante dois finais de semana, de 25 a 27 de maio e de 31 de maio a 2 de junho. •F estejo de São Sebastião, em Itaúnas, Conceição da Barra: de 11 a 21 de janeiro, foi realizada mais uma edição da tradicional festa que movimenta a região nessa época há cerca de 300 anos e que conta com a participação de diversos grupos folclóricos e a presença de 5 mil pessoas.


VIRADÃO VITÓRIA CHEGA À 3ª EDIÇÃO EM 2018 Com 30 horas de programação, o Viradão Vitória 2018 foi realizado no Centro Histórico da capital nos dias 7 e 8 de setembro, dentro das comemorações de 467 anos do município. Foram 88 atrações de diversos gêneros: do rap ao samba, do rock à MPB, do congo à música instrumental, além de teatro, dança, literatura e participação dos coletivos e produtores culturais do Centro. Este ano, os shows principais ficaram por conta do capixaba Silva, da nortista Dona Onete e da carioca Nina Becker.

A capital recebeu em setembro o 25º Festival de Cinema de Vitória, em que foram exibidos mais de 80 filmes em 11 mostras competitivas

do Museu de Arte do Espírito Santo e do Teatro Carlos Gomes, em Vitória. ES NO CALENDÁRIO NACIONAL Em setembro, a capital se tornou novamente a sede nacional da sétima arte com a realização do 25º Festival de Cinema de Vitória, entre os dias 3 e 8. Foram exibidos mais de 80 filmes em 11 mostras competitivas. Três personalidades receberam homenagens por suas trajetórias: o artista

capixaba Cláudio Tovar, o cineasta Neville D’Almeida e o produtor Luiz Carlos Barreto, o Barretão. E pela 14ª vez consecutiva, o mundo das artes cênicas voltou os olhos para o Espírito Santo durante o Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória, entre 13 e 21 de outubro. A programação contou com 25 apresentações, com atrações locais, nacionais e internacionais, em teatros e performances de rua.

10 ANOS DA CAMERATA SESI O Sistema Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi-ES) continua sendo uma das principais instituições que promovem eventos culturais. Em 2018, foi comemorada a primeira década da Camerata Sesi. Nesses 10 anos, estima-se que mais de 300 mil espectadores apreciaram as mais de mil apresentações do do grupo. Em 2018, foram 53 concertos. Para 2019, o gerente de Cultura, Marcelo Lages, destacou uma novidade. “Estamos fazendo uma parceria com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para realizar concertos em prédios históricos jesuíticos”, revela. O conjunto também participou da gravação do DVD do músico Danilo Caymmi, no Rio de Janeiro, em novembro. O Sesi promoveu quatro grandes exposições em Vitória durante o ano, sendo duas no Teatro do Sesi, em Jardim da Penha, e outras duas na Sesi Arte Galeria, no térreo do prédio da Federação das Indústrias (Findes), na Avenida Nossa Senhora da Penha. Aberta em outubro, a mostra “Museu dos Futuros Possíveis” fica na galeria até 20 de janeiro de 2019 e tem a curadoria do arquiteto Paulo Miyada. Entre julho e setembro últimos, o espaço recebeu as peças de “Móvel Capixaba: Passado e Presente”. radio.esbrasil.com.br •

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INFORME PUBLICITÁRIO

25 ANOS DO SENAR NO ESPÍRITO SANTO

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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES) completou 25 anos de atuação no Espírito Santo em 2018. Desde o início, a instituição abraçou com afinco a missão de levar capacitação a fim de proporcionar mais qualidade de vida e desenvolvimento para o campo. Só neste ano a entidade realizou 1.092 capacitações, para mais de 13 mil produtores, trabalhadores rurais e suas famílias. Os treinamentos, gratuitos, foram voltados para as áreas de agricultura, pecuária, alimentação e nutrição, artesanato, prestação de serviços e outras áreas. “Buscamos oferecer mais qualificação para as atividades ou despertar o interesse por novas áreas. Dessa forma, acreditamos que é possível auxiliar na melhoria da renda e da qualidade de vida rural”, explica a superintendente do Senar-ES, Letícia Toniato Simões. O período foi marcado, ainda, pela gestão da nova diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), que assumiu no dia 14 de setembro. Na ocasião, também foi apresentado o conselho fiscal para o quadriênio 2018-2022. No seu discurso de posse, o presidente da entidade, Júlio Rocha, destacou o novo sindicalismo, já em andamento, com metodologias apropriadas que permitirão aos produtores terem motivos e vontade de interagir com os Sindicatos Rurais e com todo o Sistema. “Com muita alegria,

ENTRE TREINAMENTOS, REALIZAÇÕES E CONQUISTAS EM 2018, O SISTEMA FAES/SENAR-ES DESTACA: • Auxílio no desenvolvimento de ferramenta para rastreabilidade de frutas e hortaliças frescas. • Participação no Fórum Mundial da Água. • Participação no Plano Estadual de Recursos Hídricos. • Convênio com o INSS, com acordo de cooperação técnica . • Auxílio na desburocratização e informatização: Guia de Trânsito Animal (GTA), Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) e Nota Fiscal, de forma eletrônica, além do recadastramento de animais, são alguns exemplos de benefícios. • Desenvolvimento de estratégia de combate à criminalidade no campo. • Expansão da Assistência Técnica e Gerencial. Em dezembro, a instituição já atende 870 produtores em parceria com o Sebrae-ES. • Seminários sobre Legislação Tributária e Previdenciária Rural, através do Programa Cidadania Rural • Mais de 70 mil alunos participaram do Programa Agrinho. • Retomada das atividades dos Programas Saúde do Homem e Saúde da Mulher. • Visitas Técnicas: Feiras Agrishow/Mega Leite/Semana Internacional do Café.

empossamos hoje nossa diretoria, para que continuemos nossa tarefa, de ser portavozes de nossos produtores e produtoras. É mais que justo unir em uma mesma ocasião duas comemorações de ‘nossa casa’: a posse e o Jubileu de Prata da Maior Escola da Terra. Tive a honra de participar da instalação do Senar no Espírito Santo, ser seu primeiro superintendente e, hoje, presidente da instituição que tem como palavras de ordem a educação e a qualificação profissional, disse Júlio.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DO ESPÍRITO SANTO E-mail: comunicacao@senar-es.org.br Telefone: (27) 3185-9226 Av. Nossa Senhora da Penha, 1495, Torre A, 11° andar, Santa Lúcia, Vitória-ES, CEP: 29056-243 Site: www.senar-es.org.br Facebook: /senarespiritosanto

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SEGURANÇA

Patrulha Maria da Penha fez mais de 4,8 mil visitas tranquilizadoras para vítimas de violência doméstica

POLÍTICAS DE SEGURANÇA GARANTEM MAIS PROTEÇÃO PARA AS MULHERES TAXA DE HOMICÍDIOS DE MULHERES FOI A MENOR DESDE 2001. CAIU DE 5,2 PARA 4,6 A CADA 100 MIL PESSOAS

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segurança pública, tema recorrente nas últimas eleições, do comportamento de quem um dia teve uma atitude inaceitável. pautou boas notícias neste ano, especialmente em rela- Pelo bem da sociedade e de nossa civilização, devemos pensar ção à população feminina. Segundo o Atlas da Violência que é possível, sim, modificar comportamentos e acabar com o 2018 (com dados de 2016), produzido pelo Instituto de Pesquisa machismo”, observou. Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança A Polícia Militar também mantém o projeto Patrulha Maria Pública (FBSP), a taxa nacional de homicídios de mulheres era de da Penha, desenvolvido de forma exemplar. Só neste ano, foram 4,5 mortes para cada grupo de 100 mil. No Espírito Santo, esse indi- feitas mais de 4,8 mil visitas tranquilizadoras para as vítimas de cador ficou em 5,2, colocando o Estado no 15º lugar do ranking violência doméstica. Todas essas medidas pretendem justamente brasileiro. A posição ainda está longe de ser a ideal, mas mostra oferecer bem-estar às agredidas, que procuraram ajuda dos órgãos que as políticas estão no caminho certo. segurança constituídos. “Em 2018, a taxa de homicídios de mulheres já caiu para 4,6. É a menor da nossa série histórica, que foi iniciada em 2001. Essa MAIS DADOS redução é reflexo da integração das polícias. Vale ressaltar que, A intervenção no Rio de Janeiro, que levantou boatos de que os durante décadas, o Estado ocupou as primeiras colocações no ran- criminosos migrariam para o Espírito Santo, não ameaçou as forças king nacional de homicídios de mulheres”, avalia o secretário de policiais capixabas. Agentes civis e militares das corporações moniSegurança Pública do Estado, Nylton Rodrigues. toraram as divisas. “O serviço de inteligência está atento à proteção O recuo desses assassinatos em específico é fruto da prevenção. da população. Prova do alto desempenho das nossas instituições é a A Polícia Civil já conta com 14 delegacias que compõem a Divisão quantidade de homicidas presos em 2018; foram 1.727 até outubro. Especializada de Atendimento à Mulher. E dos inquéritos que investigam assassinaDe acordo com o comandante, atuar com tos, 78% deles já foram resolvidos. A média rigor quanto à violência doméstica é impornacional é de 18%”, comparou o secretário. tante para evitar o crime. “Mais de 400 Na análise de Nylton Rodrigues, 2018 foi homens foram presos por conta de denúncias o ano do fortalecimento das instituições, registradas em cada uma das delegacias da É o índice de resolutividade dos casos abertos com investimentos em inteligência polidivisão. E a Polícia Civil tem ainda o projeto em 2018 pelo DHPP - Departamento de cial, infraestrutura, tecnologia, armamento Homem que é Homem, que visa à mudança Homicídios e Proteção à Pessoa. internacional de última geração e formação

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O serviço de inteligência da Segurança Pública está fortalecido, o que repercute nos números: foram 1.727 homicidas presos somente em 2018 O recuo no número de feminicídios é fruto da prevenção: são 14 delegacias que compõem a Divisão Especializada de Atendimento à Mulher

dos profissionais. As polícias, reitera, estão mais integradas e unidas na prevenção e no combate aos crimes. “Alcançamos a maior diminuição em homicídios dos últimos 29 anos e acompanhamos a queda também nos casos de crimes contra o patrimônio. Além disso, com a valorização das instituições e o trabalho muito duro, com mais operações e mais investigações, chegamos à menor taxa de homicídios dos últimos 29 anos, que é de 28,1 para cada 100 mil habitantes.” Para o professor do mestrado de Segurança Pública da Universidade Vila Velha (UVV), Pablo Lira, a tendência é que 2018 realmente feche com a proporção menor do que a de 2017, caindo para abaixo dos 30 assassinatos/100 mil. “Esse dado demonstra uma redução importante no Espírito Santo, pois em 2009 chegamos a 58 homicídios por 100 mil. Já a taxa do Brasil é acima de 30 por 100 mil. Quer dizer, a taxa estadual está abaixo da nacional. E a retração acumulada, de 2009 a 2016, é de 43%”, informou.

FEMINICÍDIO Casos registrados de janeiro à primeira semana de dezembro 2016

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2017 2018

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INVESTIMENTOS EM SEGURANÇA 2018 251 novos fuzis norte-americanos, de última geração. 500 novas viaturas entregues. 437 novos servidores para a PM e Corpo de Bombeiros. 200 vagas em dois processos seletivos – delegados, escrivães e outros cargos. 35% de aumento no auxílio-fardamento para policiais. Fonte: Secretaria de Segurança Pública (Sesp)

A intervenção militar no Rio de Janeiro não ameaçou o Estado por conta da migração de criminosos, já que as forças policiais capixabas estavam atentas e monitorando as divisas

Mas ainda há muito trabalho a ser feito. O patamar preconizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como tolerável é de 10/100 mil. O cenário nacional, diz o especialista, deve ser levado em conta, pois também é um fomentador do aumento da violência. “Os problemas econômicos, com desemprego e renda mais baixas, e as adversidades políticas impactam os crimes contra o patrimônio. Em cenário de crise, as pessoas têm mais propensão a cometer crimes de oportunidade, para quitar dívidas de drogas, comprar armas de fogo, continuar desenvolvendo a dinâmica criminal. Esse é um fator alimentado também pela impunidade ainda muito forte no nosso país”, salienta. E completa: quando os praticantes dos delitos são detidos e julgados, muitos não cumprem sequer pena em regime fechado. Tudo isso, explica, contribui para manter os altos índices de assassinatos. Entre os algozes, homens jovens de 15 a 29 anos são os que respondem por 90% dos registros de mortes. A maioria em situação de vulnerabilidade social, por causa das drogas. “Por isso é necessária a integração entre o social e a repressão. É preciso reforçar a segurança pública na prevenção primária, com políticas públicas na área de educação e assistência social, com efeitos de médio e longo prazo, além da integração secundária, voltada para indivíduos que estão propensos a cometer crimes. Isso se faz com policiamento ostensivo, videomonitoramento e bloqueio tecnológico. Depois, vem a prevenção terciária, com políticas que convergem no sistema prisional e buscam diminuir a reincidência criminal e potencializar a reintegração social. E muito se tem feito, nesse sentido, desde 2009”, defende. radio.esbrasil.com.br •

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COTIDIANO Os ex-governadores Gerson Camata e Albuíno Azeredo morreram neste ano

UM ANO DIFÍCIL DE SE ESQUECER A MORTE DE DOIS EX-GOVERNADORES E A TRAGÉDIA DE LINHARES MARCARAM O NOTICIÁRIO

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Espírito Santo viveu em 2018 o luto pela morte de dois ex-governadores. No dia 26 de dezembro os capixabas receberam a notícia que ninguém esperava: Gerson Camata, que comandou o Estado de 1983 a 1986, morreu assassinado com um tiro no pescoço, aos 77 anos. O autor do crime, Marcus Venício de Moreira Andrade, 66, foi por duas décadas assessor do político que fez história pelo MDB. Preso no mesmo dia, o ex-funcionário assumiu o homicídio, motivado por uma ação judicial movida por Camata contra ele. Pouco mais de três meses antes, Albuíno Azeredo, que esteve à frente do Executivo estadual de 1991 a 1994, morreu em 16 de setembro, aos 73 anos, vítima de parada cardiorrespiratória. Ao longo de 2018, o Estado também deu adeus a outras personalidades que se destacaram em suas áreas de atuação. Em 28 de maio, a advocacia lamentou a morte, aos 88 anos, do Dr. Agesandro da Costa Pereira. O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Espírito Santo lutava contra a leucemia e teve complicações por conta de uma pneumonia. Personagem simbólico na história política capixaba, o jurista coordenou o Fórum Reage Espírito Santo, marco estadual de combate à corrupção e ao crime organizado. Emídio Pais, dono de tradicional loja de Vitória, partiu também aos 88 anos em 19 de junho. O empresário, nascido em Portugal, sofreu parada cardíaca após dois meses de internação. Seu estabelecimento trazia o conceito de showroom, uma inovação para a época. GREVE O ano de 2018 também foi marcado por acontecimentos que travaram, literalmente, o Estado. Uma das consequências da greve dos

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caminhoneiros (confira detalhes na reportagem “Panorama”, na pág. 32 desta edição) foi uma “galinha gorda” nada divertida na capital. Com a falta de ração para os animais, avicultores decidiram doar sua produção para a população em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), na Enseada do Suá. Era a saída para não desperdiçarem totalmente o resultado de seu trabalho. Em uma hora, cerca de 10 mil galinhas e mil ovos foram distribuídos. Na Serra, as aves chegaram a ser vendidas por R$ 1. Por pelo menos duas vezes, a Grande Vitória viveu momentos de caos por causa das chuvas torrenciais que extrapolaram a capacidade de absorção do solo. Em abril, equipamentos públicos e privados tiveram seu funcionamento prejudicado com os alagamentos em várias cidades. Em 24 horas, Vitória e Vila Velha registraram níveis de precipitação de 138,21 e 127,49 milímetros, respectivamente. Em novembro, a história se repetiu. No dia 8, um forte temporal provocou alagamentos que demoraram dias para baixar, e bairros como Cobilândia, em Vila Velha, ficaram isolados. Unidades de saúde, escolas e secretarias de várias prefeituras precisaram suspender os serviços. Rotas do Sistema Transcol foram alteradas por conta da altura das enchentes. No norte do Estado, com apenas 40 minutos de chuva, comerciantes ficaram ilhados, em Linhares. Aracruz, na mesma região, anotou o maior volume pluviométrico no Estado em 24 horas: 165.33 milímetros. TERCEIRA PONTE Um caso de tentativa de suicídio fez o trânsito da Terceira Ponte, principal acesso entre Vitória e Vila Serra ser interrompido por mais de oito horas, das 15h18 às 23h28, no dia 10 de setembro. A equipe de resgate do


Para não perder os produtos, avicultores distribuíram ovos e galinhas para a população

Loco Abreu prometeu empenho dentro de campo para conquistar o Capixabão 2019

Corpo de Bombeiros decidiu pela interdição para impedir o contato de populares com a vítima, que ao fim foi resgatada. Foi o terceiro bloqueio do ano na estrutura por um longo período e o mais demorado da história. O episódio reacendeu a discussão sobre medidas de prevenção a tentativas de suicídio, e uma consulta pública está em andamento com quatro modelos de dispositivos de proteção, formulada pela Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito A tragédia em Santo (Arsp). Linhares chocou os Outra modificação importante na Terceira capixabas e ganhou Ponte foi a cobrança de pedágio unilateral, em repercussão nacional vigor desde 17 de julho. A tarifa é dobrada para quem trafega de Vila Velha para Vitória, mas é livre para condutores que vêm no sentido oposto. A medida foi tomada após um estudo realizado pela Secretaria de Estado de Transporte e Obras O investimento, com recursos estaduais, será de R$ 24,5 milhões, Públicas (Setop), que previu melhora no fluxo do trânsito e na com estimativa de entrega da obra em oito meses. A data de início das mobilidade urbana. A via também ganhará uma faixa extra. Para que o projeto dê intervenções ainda deve ser definida pelo Departamento de Estradas certo, a Arsp informou que será retirado o concreto divisor dos dois de Rodagem (DER). sentidos, a fim de redimensionar as faixas atuais, formando cinco. “Um moderno sistema de monitoramento e de sinalização vertical CASO LINHARES Outro fato que os capixabas não gostariam de ter vivenciado foi o e horizontal tornará possível a operação de faixas reversíveis”, infor“caso Linhares”. As investigações da polícia concluíram: Georgeval Alves mou o diretor-geral da instituição, Julio Castiglioni. provocou o incêndio que matou o filho, de 3 anos, e o enteado, de 6, na casa da família em 21 de abril. As apurações também apontam que o pai/padastro abusou sexualmente dos meninos. OUTROS DESTAQUES Conhecido na região como “Pastor George”, o agora réu e detento se apresentava como líder de uma igreja evangélica não reconhecida por •P lacas com padrão dos países do Mercosul começaram a ser usadas no ES. nenhuma convenção. Em depoimento logo após as mortes, afirmou que o quarto onde as crianças dormiam pegou fogo durante a noite, mas •A Mocidade Unida da Glória (MUG) se sagrou que não conseguiu salvá-las. O caso culminou também na prisão, por campeã do Carnaval de Vitória. omissão, de Juliana Alves, mãe das crianças. •O uruguaio Loco Abreu assinou contrato com o “A versão do acusado tinha inúmeras incongruências. Laudos periRio Branco para a disputa do Capixabão 2019. ciais também eram incompatíveis com o que ele vinha alegando à polícia. •V itória adotou a Linha Verde para incentivar As lesões apresentadas pelo investigado também eram incompatíveis o transporte coletivo e solidário. com o laudo. Esses fatores passaram a sugerir que era um incêndio criminoso. Por isso, a polícia viu como necessária uma força-tarefa para • I nauguração dos passeios turísticos em ecobalsas, que navegam por Vitória e Vila Velha. chegarmos ao real motivo do incêndio”, declarou à época o chefe da 16ª Delegacia Regional de Linhares, André Jaretta Ardison. radio.esbrasil.com.br •

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TURISMO

Jesus Vida Verão, o maior evento gospel de praia do Brasil, realizado em Vila Velha (ES), chegou à sua 26ª edição em 2018

TURISMO DE EVENTOS CRESCE NO ES EM 2018 EXPECTATIVA PARA O PRÓXIMO ANO É ATRAIR 15% A MAIS DE NOVAS PROGRAMAÇÕES

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vocação do Espírito Santo para sediar feiras, congressos e exposições vem sendo confirmada em 2018. A movimentação desse setor, entre janeiro e setembro, foi de R$ 168,6 milhões, com a realização de 66 encontros técnico-científicos. Para se ter uma ideia, no ano anterior, considerando o mesmo período, foram promovidos 65 eventos, com movimentação financeira de R$ 146 milhões. Já numa comparação com 2015, o crescimento é ainda maior: quase 70% (R$ 99,4 milhões). As feiras e congressos de menor porte dominaram o calendário capixaba, principalmente os da área acadêmica e da saúde. Com relação ao ano passado, a avaliação do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau é que a melhora no cenário econômico contribuiu para avanços no segmento. “A crise econômica do Estado do Rio de Janeiro acabou nos beneficiando com a migração de eventos. A localização do Espírito Santo, numa região estratégico do Brasil, e o funcionamento do novo terminal do Aeroporto de Vitória colaboraram para a atração de encontros e congressos”, pontuou Fabiano Ongaratto, vice-presidente da entidade, que também citou como ponto a favor a redução no valor da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do querosene da aviação, anunciada pelo governo capixaba em outubro. Segundo ele, há uma grande expectativa para 2019 com a realização de programações já tradicionais, como a 47ª edição da Feira Internacional do Mármore e Granito – Vitória Stone Fair,

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que acontece em fevereiro. “Esperamos o aumento do número de eventos em 15% para o próximo ano”, frisou o dirigente. TRADIÇÃO E GASTRONOMIA A 2ª Virada Turística Capixaba chegou para movimentar o setor no Espírito Santo. Repetindo o sucesso de 2017, a edição deste ano teve16 dias de atividades, entre 23 de novembro e 8 de dezembro. Logo na data de abertura, os destaques foram o 8º Festival Sabores de Guarapari e o XI Open Castelo de Voo Livre. Em Vitória, ocorreu o StartUp Turismo (Hackatur). A gastronomia continuou agitando o turismo capixaba com uma série de eventos ao longo de 2018, principalmente os que tinham como atrativos a culinária local. Além de Guarapari, em novembro bares e restaurantes incluíram em seus cardápios um prato especial para o 5º Guriri Sabor, em São Mateus. Em Anchieta, o 21º Festival

“A crise econômica do Estado do Rio de Janeiro acabou nos beneficiando com a migração de eventos para o Espírito Santo” Fabiano Ongaratto, vice-presidente do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau


Foto: Prefeitura de Vitória

O primeiro ônibus panorâmico de turismo da capital foi lançado em 2018

A partir de 29 de dezembro próximo, a gestão do Parque Estadual Agropecuário Floriano Varejão, o Pavilhão de Carapina, no município da Serra, será feita pelo governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Turismo (Setur). A medida foi oficializada pelo Decreto nº 4318-R, de 15 de outubro.

A Festa da Penha atraiu um público superior a 1,2 milhão de pessoas vindas de vários estados

Capixaba de Frutos do Mar fez Iriri ferver em outubro. Também no litoral, Conceição da Barra entrou para o Guiness Book com o preparo da maior moqueca do mundo, feito obtido durante a Festa dos Pescadores, de 29 de junho a 1º de julho. A receita levou 200 quilos de peixe, 120 kg de tomate, 60 kg de cebola e 10 litros de azeite Entre os roteiros religiosos, o destaque foi a tradicional Festa da Penha, realizada entre 1º e 9 de abril, que atraiu um público superior a 1,2 milhão de pessoas de vários TURISMO DE NEGÓCIOS EM 2018 O Estado é reconhecido pela realização de eventos durante todo o ano, que trazem visitantes e uma movimentação financeira considerável para nossa economia. Segundo o Espírito Santo Convention & Visitors Bureau, isso se deve ao fato de a crise econômica e fiscal ter atingido com mais força outros estados.

66 eventos técnico-científicos 880 mil participantes 73.960 turistas R$ 166,4 milhões 15% de crescimento: é a expectativa para 2019

Fonte: Espírito Santo Convention & Visitors Bureau

estados e se firmou como o terceiro maior evento mariano do Brasil. A Romaria dos Homens, no dia 7, completou 60 anos. No segmento evangélico, a 26ª edição do Jesus Vida Verão foi realizada em Vila Velha entre 10 e 13 de janeiro. E antes de o ano terminar, haverá mais um JVV, em 29 de dezembro, em Cariacica. O Convento da Penha recebeu investimento em infraestrutura e, em setembro, foi inaugurada a nova iluminação do santuário, toda em lâmpadas de LED. A instalação de mais de 100 pontos de luz, por meio de recursos da Prefeitura de Vila Velha, ficou orçada em R$ 2,4 milhões. TURISMO NA CAPITAL Vitória lançou em 2018 seu primeiro ônibus panorâmico de turismo. Em operação desde junho, o serviço está disponível todas as quartas-feiras, sábados, domingos e feriados. Ainda na capital, mais uma novidade: a gestão das praias foi transferida da União para a prefeitura. A administração municipal promoveu licitação e selecionou uma empresa para estar à frente dos 14 quiosques ao longo da orla de Camburi, que vão passar por melhorias nos próximos meses. A cidade também recebeu da empresa Marinas Nacionais o projeto técnico para a implantação da primeira marina pública em sua área. O ponto escolhido foi o Píer de Iemanjá, em Camburi. A expectativa é

“Um dos mais importantes objetivos dessa gestão é tornar o Pavilhão de Carapina uma referência para o segmento do turismo de eventos em todo o cenário nacional”, apontou o secretário estadual de Turismo, Paulo Renato Fonseca Jr. “Dessa forma, vamos estimular e trabalhar a captação de feiras, exposições, congressos, entre outros eventos, para o Espírito Santo.”

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

ESTADO ASSUME PAVILHÃO DE CARAPINA

atrair um novo público para as modalidades náuticas de esporte, lazer e turismo. Há investimentos, ainda, em melhorias de locais tradicionais. A área de queima da panela de barro, ao lado do Galpão das Paneleiras, em Goiabeiras, passou por obras de urbanização. Já o cais do hidroavião, na região de Santo Antônio, terá suas operações conduzidas pela iniciativa privada, não visando a fins lucrativos, com atividades culturais, históricas, turísticas, de artesanato e de empreendedorismo. radio.esbrasil.com.br •

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ESPORTE

O campeão olímpico Alison Cerutti agora faz dupla com André Loyola

Foto: FIVB

ANO DE SUPERAÇÃO DOS ATLETAS CAPIXABAS MEDALHISTAS OLÍMPICOS SE SEPARAM, FERA DO CARATÊ BRILHA E CONQUISTA VAGA PARA A SELEÇÃO, E NATÁLIA GAUDIO SE SAGRA A MELHOR ATLETA DO ANO NA GINÁSTICA

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ALISON E BRUNO SCHMIDT SE SEPARAM Após quatro anos juntos, os campeões olímpicos de vôlei de praia decidiram seguir em frente com novos parceiros. O capixaba Alison Cerutti joga agora ao lado do conterrâneo André Stein, e o brasiliense Bruno passou a fazer dupla com o carioca Pedro Solberg. INSTITUTO ANDERSON VAREJÃO DOBRA NÚMERO DE ATENDIMENTOS Além das 200 crianças e adolescentes atendidos em Vitória desde 2016, o terceiro ano do projeto do jogador de basquete Anderson Varejão teve como novidade a abertura do núcleo em Linhares, com capacidade para contemplar mais 200 alunos, totalizando 400. 100

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BOLSA ATLETA Quarenta e cinco esportistas da cidade de Vitória que participam de competições municipais, estaduais, nacionais e internacionais obtiveram o Bolsa Atleta, prevista na Lei Jayme Navarro de Carvalho. Em Cariacica, foram beneficiados 39 esportistas e 15 representantes de projetos sociais de esporte e lazer pela Lei Horácio Rosa. Foto: Léo Silveira

ano foi de preparação, concentração e dedicação para os atletas capixabas de ponta que visam à Olimpíada de Tóquio-2020. Leis de incentivo distribuíram bolsas, e projetos de iniciação ao esporte despertaram o gosto dos jovens pelo esporte. Além disso, a capital sediou importantes eventos nacionais e internacionais, trazendo competidores de várias partes para a cidade. Confira a seguir o que aconteceu em quadras, mares, tatames e bastidores em 2018.

Anderson Varejão inaugurou seu projeto Ídolo Social em 2016: hoje a ação conta com 400 alunos de Vitória e Linhares


Foto: Léo Silveira

A atleta de ginástica rítmica mais completa do Brasil é capixaba: Natália Gaudio finaliza 2018 com muitas conquistas e agora foca a Olimpíada de Tóquio-2020

Mesmo diante das dificuldades administrativas o Tritões, campeão brasileiro de futebol americano de 2010, figura entre as mais importantes equipes do Brasil

É HEXA! Pela sexta vez, a velejadora Juliétty Tesch sagrou-se campeã brasileira da classe laser. A atleta destacou como venceu as adversidades na conquista do título: “Este ano foi atípico desde o início. A primeira dificuldade aconteceu 15 dias antes da primeira etapa, a que é mais importante da temporada. Tive uma fratura na mão que demoraria mais de 40 dias para melhorar. Quem a via não acreditava que eu iria conseguir competir. Até eu mesma comecei a duvidar. Mas foi aí que uma corrente de motivação e cuidados começou com meu ortopedista e fisioterapeuta, que fizeram um milagre. Todo atleta está ‘acostumado’ com dor, mas confesso que nunca senti tanta como nessa etapa. Após uma longa parada, eu dependia de ir bem em uma raia onde historicamente tenho meus piores resultados. Mas consegui: não só assumi a liderança no ranking, como também trouxe o título”. GINÁSTICA RÍTMICA O ano de 2018 foi um dos melhores da carreira de Natália Gaudio. A capixaba foi hexacampeã brasileira no individual, hepta pelo conjunto, finalista da Copa do Mundo, campeã sul-americana e eleita a melhor ginasta do ano, pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

PARATLETISMO Para a medalhista de prata de natação da Paralimpíada do Rio, Patrícia dos Santos, o ano foi excelente: ela foi campeã brasileira, quebrou recordes e participou de etapas internacionais como o World Series, faturando ouro e obtendo o melhor índice técnico nos 200m livres. Competiu na Itália e na Inglaterra, conquistando medalhas de ouro e prata, participou do Parapan Pacific, na Austrália, e cravou o terceiro melhor tempo do mundo nos 50m livres e o segundo nos 100m livres. Por conta dos expressivos resultados, pelo naipe feminino, foi considerada a melhor nadadora do país de 2018. HEPTACAMPEÃ DE POWERLIFITING Supercampeã de powerlifiting, Valesca Rocha não para: em agosto, levou o Sul-Americano na categoria open master e em novembro disputou o Mundial de Las Vegas, nos Estados Unidos, onde se sagrou heptacampeã e a melhor atleta da competição. Para 2019, ela promete lançar livro com sua história de vida.

Foto: Léo Silveira

Pelo Estado, o Programa Bolsa Atleta Capixaba concedeu 128 bolsas – 61% a mais que na última temporada, sendo 41 para a categoria estudantil, no valor mensal de R$ 500; 71 para a nacional, de R$ 1.500; 12 para a internacional, com benefício de R$ 2 mil; e quatro para atletas olímpicos e paralímpicos, que receberão R$ 4 mil.

TRITÕES Mesmo diante das dificuldades financeiras, o maior time de futebol americano do Espírito Santo tentou ir até o fim em busca do título brasileiro. “Foi um ano muito difícil do ponto de vista administrativo. Não tivemos o apoio que gostaríamos de ter. Claro que já temos apoiadores e patrocinadores em pontos específicos que nos ajudam muito, porém, para jogar um campeonato como esse, precisamos de mais. Dentro de campo fomos bem: o ataque rendeu, reencontramos nosso jogo aéreo, e a defesa permaneceu como uma das grandes potências do Brasil. Saímos vice-campeões da Conferência Sudeste e estamos confiantes para 2019”, declarou Raony Ramos, presidente do Tritões.

Claudina Aguiar é a única representante capixaba da seleção brasileira de caratê. Ela conquistou vaga na equipe pré-olímpica no início de dezembro, dentro de casa

CARATÊ Após o pré-olímpico realizado em Vitória, a carateca Claudina Aguiar conquistou vaga na seleção brasileira adulta. Ela, que pratica kata (espécie de luta imaginária), agora segue em busca do sonho em representar o Brasil nos Jogos de Tóquio e fazer história, afinal, é a primeira vez que a modalidade entra no programa olímpico. “Estou muito feliz por representar meu país. Essa conquista não veio sozinha. Foram muitas situações que passei para lutar kata, e agradeço aos meus treinadores por terem acreditado e dedicado o tempo todo nessa minha decisão. Estou em busca dos meus sonhos”, vibrou. CAPITAL DO ESPORTE Vitória tem recebido competições de peso. Só em 2018, circularam pela cidade atletas de alto rendimento que promoveram momentos únicos ao amante de esporte. Além do Pré-Olímpico de Caratê, a capital foi palco do Jogo das Estrelas de Beach Soccer, da Copa Brasil Sudeste de Judô, do Sul-Americano de Jiu-Jítsu, do Mundial de Jiu-Jítsu e do Campeonato Brasileiro de Badminton. radio.esbrasil.com.br •

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INFRAESTRUTURA

A Rodovia Leste-Oeste, importante ligação entre Vila Velha e Cariacica, foi inaugurada no dia 8 de dezembro

AVANÇOS PAVIMENTAM O DESENVOLVIMENTO PARA O ES DECOLAR ANTIGAS OBRAS, ENFIM, FORAM ENTREGUES EM 2018, ENTRE ELAS A AMPLIAÇÃO DO AEROPORTO E O APROFUNDAMENTO DO PORTO DE VITÓRIA

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anúncio de investimentos em infraestrutura, logística e saneamento pavimentou o caminho do Espírito Santo em 2018 rumo à solução de antigos gargalos. O protagonismo ficou para a entrega de obras fundamentais para o crescimento econômico e social capixaba. A inauguração do novo Aeroporto de Vitória, em março, após 16 anos de espera, enfim, fez decolar a capacidade operacional, melhorou o serviço aos passageiros e possibilitou incrementos do transporte aéreo, da economia e do turismo no Estado. No fim de novembro, foi publicado o edital para a concessão do terminal, cujo leilão está previsto para março de 2019. Também em relação a esse modal, as obras de ampliação do Aeroporto de Linhares foram iniciadas em abril, com conclusão estimada para o primeiro semestre do próximo ano, representando um investimento de R$ 38 milhões. PORTOS A infraestrutura portuária também se ancorou na execução de projetos importantes. A dragagem e derrocagem do Porto de Vitória, da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), permitiram que o complexo passasse a receber navios maiores, com calados de até 12,50m e largura mínima

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de 120m – antes dos serviços implementados, os limites dessas respectivas dimensões eram 10,76m e 80m. Isso também significa que o terminal já pode atrair embarcações com 30m de boca e 244m de comprimento, padrão no qual se encaixam os cargueiros do tipo Panamax, modelo que representa 70% da frota mundial. O processo de homologação da Marinha para a terceira batimetria, com simulações validando os resultados da dragagem, ocorreu ao longo de 2018, com a publicação da norma de navegação no fim de novembro, oficializando o aval para operação no porto desses “gigantes dos mares” com até 70 mil toneladas, em lugar das 30 mil anteriores. Em março, foi concedida a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a instalação do Porto Central, em Presidente Kennedy, no extremo sul do Estado. O complexo industrial portuário de águas profundas – uma joint-venture formada pelo Porto de Roterdã e pela TPK Logística – terá múltiplos terminais para movimentação de cargas. As construções devem dar a partida no início de 2019, com investimentos de R$ 3,5 bilhões e abertura de até 4,7 mil empregos. A fase da operação está prevista para 2022. É o numero de imóveis ligados às Um comitê formado com o governo do redes de água no Estado. Estado e a Vale vai garantir a abertura da

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NOVO AEROPORTO EM NÚMEROS Aeroporto Eurico de Aguiar Salles Investimento: R$ 559,4 milhões do governo federal. Terminal de passageiros: 29,5 mil m². Pista de pouso e decolagem: 2.058 metros de extensão por 45 metros de largura, capaz de receber aeronaves do tipo Boeing 767-200. Há, ainda, pistas de taxiamento de aeronaves. Capacidade: sobe de 3,5 milhões para 8,4 milhões de passageiros por ano. Em 2017, o Aeroporto de Vitória movimentou 2,9 milhões de passageiros, uma queda de 3,8% em relação ao ano anterior. A movimentação de cargas aéreas em 2017 subiu 29,1% na mesma comparação, atingindo 17,8 mil toneladas. Fonte: Ministério do Transportes, Portos e Aviação Civil

Cesan realizou paralelamente obras de esgotamento sanitário em mais de 20 municípios

O sistema de compartilhamento de bicicletas “Bike VV” foi inaugurado em 2018 e tem grande procura dos usuários

ferrovia EF-118, do Espírito Santo ao Rio de Janeiro, para viabilizar a movimentação de carga do Porto Central. Na Região Norte, as obras do Terminal Portuário Imetame, em Aracruz, estão sendo feitas desde o começo do segundo semestre, após receberem em abril a licença do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Em fevereiro, foi anunciada a duplicação do Portocel, em Barra do Riacho, que vai ampliar a movimentação anual de 7 milhões para 14 milhões de toneladas. ESTRADAS As duplicações de rodovias federais também marcaram 2018. Dois trechos da BR-101 já estão prontos, em Anchieta e João Neiva. O ano chega ao fim com a conclusão desse tipo de intervenção nos 30 quilômetros que ligam Viana a Guarapari, assim como no Contorno de Iconha. Na BR-262, a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-ES) informou que

está sendo realizada a primeira etapa da obra, de Marechal Floriano a Paraju, com sete quilômetros a serem duplicados até maio de 2019. A segunda fase tem 15 quilômetros, entre Paraju e Domingos Martins. Os projetos de geometria e de terraplanagem já foram aprovados. Estudos ambientais vêm sendo elaborados. LESTE-OESTE Na Região Metropolitana da Grande Vitória, foi entregue no início de dezembro a Rodovia Leste-Oeste, a ligação da Rodovia Darly Santos (em Vila Velha) com a BR-262 (em Cariacica) que demandou aportes de R$ 134 milhões. “Com a nova estrada, o Estado ganha em infraestrutura de transportes, melhorando a mobilidade urbana e a entrega de mercadorias”, destacou o secretário estadual de Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli. O Contorno de Cariacica, um trecho de 9,7 quilômetros de extensão entre a ES-080 e a BR-101, também está sendo inaugurado neste mês, com investimento de R$ 29 milhões. Outro destaque é a obra do radio.esbrasil.com.br •

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INFRAESTRUTURA

Obras da orla do Canal de Guarapari trouxeram para o espaço novos equipamentos públicos

contorno de Aruaba, de 9,6 quilômetros, que ligará a BR-101 (altura de Santa Leopoldina) à ES-080, em Cariacica, desviando o trânsito pesado deste último município e também da Serra. E no interior, foi concluída em 2018 a duplicação da ES-482 (CachoeiroCoutinho), que já beneficia o sul do Estado. MOBILIDADE A Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) conseguiu, em setembro, a liberação de R$ 530,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com a contrapartida do Espírito Santo, o investimento total será de R$ 733,2 milhões em intervenções do Programa de Melhoria da Mobilidade Metropolitana. “O desenvolvimento pleno capixaba passa pela melhoria da infraestrutura e da logística”, afirma o secretário estadual de Desenvolvimento, José Eduardo de Azevedo. E as bicicletas ganharam mais espaço com o aumento da procura no número de usuários dos projetos Bike Vitória, Bike VV e Bike GV. Na capital capixaba, o programa está em operação há dois anos e meio e, nesse período, foram realizadas 651.363 viagens para adulto. E em um ano de funcionamento do Bike Kids há registro de outras 8.145. 104

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Além disso, deixaram de ser emitidas 240 toneladas de CO2. Em Vila Velha, o sistema foi inaugurado em março deste ano e, nos sete primeiros meses, efetuou mais de 27 mil cadastros, com tendência de aumento no verão. O percentual de novos inscritos em outubro já foi 91,64% maior que o observado no terceiro mês de 2018. Ao todo, foram 417.250 viagens nesse período. Outros municípios da Grande Vitória e também do interior já planejam instalar sistemas de bicicletas compartilhadas. SANEAMENTO Na área de saneamento, o Estado chegou a 886.838 imóveis ligados às redes de água e a 506.948 conectados às de esgoto. “É um serviço essencial para a vida das pessoas. Os recursos financeiros têm também retorno em diversas frentes, como a saúde infantil, com redução da mortalidade de crianças, e as melhorias na educação, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador e na despoluição dos rios”, salienta o diretor-presidente da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Amadeu Wetler. Visando à universalização do esgotamento sanitário, a empresa realizou paralelamente obras em mais de 20 municípios. Na Região Metropolitana, por exemplo,

estão em andamento parcerias público-privadas na Serra, em Vila Velha e, futuramente, em Cariacica. No Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem, os serviços ocorrem em nove cidades – Iúna, Irupi, Ibatiba, Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Conceição do Castelo, Marechal Floriano, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá. Já em Nova Venécia foi inaugurado o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) em setembro. Pinheiros e Pancas também têm intervenções em execução. Para acompanhar o crescimento urbano, os investimentos da Cesan incluíram a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Jacaraípe, Civit e Nova Almeida e o Sistema de Esgotamento Sanitário de Carapebus. Também foram contemplados Atílio Vivácqua, Meaípe (Guarapari), Ponta da Fruta (Vila Velha) e Nova Venécia. CANAL DE GUARAPARI Este ano foi inaugurada a nova orla do Canal de Guarapari. A reurbanização trouxe para o espaço novos equipamentos públicos: pistas na descida da ponte, cais para embarcações de pesca, ciclovia, abrigo de ônibus, banheiros, paisagismo, iluminação e vagas de estacionamento. Também foi construído um posto para a Polícia Militar e outro para o Iema.


MEIO AMBIENTE

O governo do Estado vem adotando medidas preventivas para reduzir os efeitos da seca

REFLORESTAMENTO E COMBATE À SECA, AS PRIORIDADES DE 2018

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pós a pior seca dos últimos 80 anos, o Espírito Santo vem se preparando e adotando medidas preventivas a fim de evitar o quadro desolador no campo e nas áreas urbanas observado entre 2015 e 2016. Em outubro passado, o governo do Estado assinou contrato para a construção da Barragem dos Imigrantes, no Rio Jucu, entre Viana e Domingos Martins, para reduzir os impactos causados por um possível novo período de estiagem. Também em 2018 foi criado o Comitê Gestor da Crise Ambiental da Bacia do Rio Doce. “O Estado trabalha continuamente na busca de soluções eficazes ao monitoramento e à recuperação da bacia, importante fonte de recursos ambientais fundamentais para milhares de pessoas que dependem dela direta ou indiretamente”, afirma o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Aladim Fernando Cerqueira. O poder público investiu, ainda, em saneamento por meio do Programa de Recuperação das Áreas de Preservação Permanente e Nascentes, a fim de restabelecer 40 mil hectares degradados e 5 mil nascentes na Bacia do Rio Doce. Outra ação de combate à seca foi a construção de cisternas em cerca de 60 municípios, para a captação e o armazenamento de água da chuva, associadas à capacitação e à formação para a gestão hídrica – para a família beneficiária. O investimento é de R$ 10 milhões. DESASTRE DA SAMARCO Continua na pauta do governo a recuperação ambiental depois do desastre da Samarco, ocorrido em 2015, após rompimento da barragem de rejeitos de mineração de Fundão, em Mariana (MG). Foram instaladas 56 estações ao

PÓ PRETO E QUALIDADE DO AR Os problemas das empresas de mineração e siderurgia não se restringem ao desastre da Samarco. Os resíduos emitidos no ar também são alvo de fiscalização e análises técnicas, sobretudo devido às operações do complexo industrial e portuário de Tubarão. Para reduzir a poluição atmosférica na Grande Vitória, Vale, ArcelorMittal e órgãos públicos firmaram, em 2017, um Termo de Compromisso Ambiental. Um relatório com 191 metas para diminuir o lançamento de poluentes foi entregue ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e às companhias. Tais medidas devem ser executadas no prazo de cinco anos, estipula o documento.

longo do Doce e outras 14 em lagoas do Espírito Santo – nos estuários e na zona costeira. O acompanhamento também se dá de modo automático e em tempo real em mais 22 unidades dessas estruturas. Um contrato entre a Fundação Renova e a Fundação EspíritoSantense de Tecnologia (Fest) garante o estudo da biodiversidade aquática em toda a área atingida em território capixaba. Essa frente de ação, orçada em R$ 120 milhões, iniciou a coleta de dados em campo no dia 20 de setembro deste ano. A Renova também disponibilizará R$ 500 milhões para investimento em saneamento, a 39 municípios impactados. No Espírito Santo, serão contemplados Baixo Guandu, Colatina, Marilândia e Linhares, totalizando um valor superior a R$ 100 milhões. É o número de municípios A Samarco informou, por meio de sua assessoria que receberam cisternas de comunicação, que o retorno das suas atividades na para captação e planta industrial de Anchieta está prevista somente para armazenamento da água da chuva. julho de 2019.

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SATISFAÇÃO DO CAPIXABA COM O SEBRAE É MAIOR DO QUE MÉDIA NACIONAL EM PESQUISA REALIZADA EM TODO O BRASIL, O SEBRAE CAPIXABA APARECE COM A TERCEIRA MAIOR NOTA DE ACORDO COM A AVALIAÇÃO DA SOCIEDADE

P

ara se aproximar do público ao qual se destinam as atividades feitas para capacitar e qualificar empreendedores, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realizou uma pesquisa de imagem com a sociedade, e a instituição no Espírito Santo teve destaque nacional. O Sebrae-ES se posicionou entre as demais unidades do país com a terceira maior nota no índice que mede o quanto o público está satisfeito e contemplado com o seu atendimento.

PESQUISA DE IMAGEM JUNTO À SOCIEDADE 2018 Mais da metade dos entrevistados (58%) avaliou a Imagem do Sebrae/ES com nota 9 ou 10.

8,6

8,4

8,3

ES

Média nacional

Média Sudeste

O ES foi o único estado do Sudeste que aumentou o índice em relação a 2017, que foi de 8,2.

Primeira lembrança de empresa/instituição que promove empreendedorismo: 21% citaram o Sebrae. Entre os que afirmaram conhecer uma instituição que apoia as MPEs no Brasil, 68% citaram o Sebrae.

Concordância em relação a afirmações acerca do Sebrae

96% A contribuição do Sebrae para o Brasil é importante. 94% O Sebrae transmite credibilidade. 88% O Sebrae é uma instituição ética.

“Estamos canalizando todas as forças nesse movimento de levar transformação digital e inovação às empresas, contribuindo para que elas não apenas sobrevivam, mas também se desenvolvam” José Eugênio Vieira, superintendente do Sebrae-ES

86% O Sebrae é uma instituição social e ambientalmente responsável.

83% O Sebrae é uma empresa de consultoria. 79% O Sebrae é uma organização transparente. 96% dos capixabas acreditam que o

empreendedorismo pode transformar a realidade do país. de concordância à afirmativa: o Sebrae é o maior 8,8 Nível especialista em pequenas empresas no Brasil (0 a 10). Sendo que 70% responderam com notas entre 9 e 10.

Pesquisa realizada pelo Sebrae/NA em out e nov/2018. Total de 10.120 entrevistas no Brasil, sendo 400 no ES. Erro amostral: 1% para resultados nacionais e 5% para UF. Nível de confiança: 95%. Fonte: Sebrae/NA

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Durante as quase duas semanas de Plugue-SE, o Sebrae-ES trouxe para a capital capixaba grandes nomes do mercado, como Arthur Igreja (foto), Andrea Iorio, Jaqueline Weigel, Edson Mackeenzy e Andree Ridder

A pontuação que indica a satisfação dos capixabas com o Sebrae é de 8,6. A entidade no Espírito Santo conseguiu nota mais alta que a média nacional (8,4) e teve a maior pontuação entre as unidades do Sudeste e do Sul do Brasil, tidas como referência. O Sebrae-ES também foi o único do Sudeste que melhorou a avaliação em relação ao ano passado, quando recebeu 8,2. A Pesquisa de Imagem Junto à Sociedade 2018 foi realizada pelo Sebrae Nacional em outubro e novembro últimos, com mais de 10 mil entrevistas no Brasil, sendo 400 destas no Espírito Santo. Mais da metade dos entrevistados (58%) avaliou a imagem do Sebrae-ES com notas entre 9 ou 10, e 35% classificaram a instituição com notas entre 7 e 8. Apenas 7% deram nota menor que 7 à instituição. Também foi apontado por 94% dos entrevistados que a entidade transmite credibilidade, e 88% deles consideraram a organização como uma instituição ética. Segundo o superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira, esses dados reforçam o trabalho que a instituição vem realizando ao longo dos anos em prol do empreendedorismo capixaba. “Os pequenos negócios mantêm a nossa economia em movimento, gerando a maioria dos empregos. De acordo com a pesquisa, 96% dos entrevistados acreditam que o empreendedorismo pode transformar a realidade do país. A maior parte deles também concorda que o Sebrae é o maior especialista em pequenas empresas no Brasil e que o conhecimento que oferecemos aumenta decisivamente a chance de sucesso de um negócio. Eles estão certos. É para isto que o Sebrae existe. Para orientar, capacitar e oferecer soluções para aquele que empreende, que sabe das dificuldades desse caminho, mas acredita em seu potencial e na nossa instituição”, afirma Eugênio.

PLUGUE-SE: 12 DIAS, 57 EVENTOS E MAIS DE 4 MIL PARTICIPAÇÕES DE EMPREENDEDORES

Com diversas ações para ajudar empreendedores na transformação digital, o Plugue-SE já desponta como um dos maiores eventos para pequenos negócios no Brasil. De 19 a 30 de novembro, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES) recebeu mais de 4 mil participações em 57 eventos presenciais realizados durante o Plugue-SE. Foram cerca de 100 horas de conteúdo, mais de 30 convidados do Brasil e do mundo e uma infinidade de ideias. O evento é um dos maiores já realizados nos 46 anos da instituição e desponta com destaque entre os maiores para pequenos negócios em todo o país. Num mundo absolutamente conectado, empresários e clientes precisam assimilar e se adequar às diversas experiências digitais e às necessidades do consumidor, que vivencia cada vez mais a internet. Em 12 dias, o Sebrae recebeu palestrantes, especialistas e fornecedores de produtos e serviços tecnológicos para preparar empreendedores capixabas de diversos setores a adaptar seus negócios à realidade digital. Entre os 57 eventos da programação, 15 foram transmitidos on-line com mais de 3,5 mil acessos aos conteúdos disponibilizados no site do Plugue-SE. Esses acessos foram feitos de todos os estados do Brasil e de diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Marrocos, Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Índia, Indonésia e Japão. No site do evento (pluguese.com.br), ainda é possível se inscrever para assistir on-line às gravações de algumas palestras e também acessar outros conteúdos relacionados aos temas abordados. São orientações para empreendedores que desejam se atualizar sobre novidades tecnológicas, mercado digital, relacionamento com o cliente, sustentabilidade e acessibilidade, nos mais diversos segmentos da economia capixaba. Outra importante conquista do evento é o networking entre fornecedores e empreendedores, que puderam estreitar relacionamento no Espaço Business & Experience, oferecido pelo Sebrae-ES para fornecedores de produtos e serviços voltados à tecnologia e inovação. Segundo uma sondagem de aproximação comercial com sete dos expositores participantes, a expectativa de negócios fechados a partir do evento é movimentar cerca de R$ 135 mil nos próximos seis meses. O superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira, ressalta a importância de eventos como o Plugue-SE para as empresas que desejam se destacar num mercado cada vez mais digital e competitivo. “O empresário precisa estar atento e se preparar, pois a empresa que não se adaptar corre o risco de morrer, e a missão do Sebrae é evitar que isso aconteça. Por isso, estamos canalizando todas as nossas forças nesse movimento de levar transformação digital e inovação às empresas, contribuindo para que elas não apenas sobrevivam, mas também se desenvolvam nesse mercado disruptivo”, complementou.

Para abrir o Plugue-SE, no dia 19 de novembro aconteceu a inauguração do Sebraelab, um espaço destinado ao desenvolvimento de negócios criativos e tecnológicos dentro da sede do Sebrae-ES

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ABEL FIOROT

ECONOMIA

é consultor financeiro e mestre em Economia e Finanças. Escreve diretamente dos Estados Unidos, onde mora

AVALIAÇÃO E PERSPECTIVAS IMENSOS SÃO OS DESAFIOS PARA UMA NOVA AGENDA. MAS A SINALIZAÇÃO DE MUDANÇA DE RUMO TRAZ MELHORES PERCEPÇÕES E EXPECTATIVAS

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doro esta época do ano, um momento de reflexão e de renovação dos ânimos para os próximos períodos. Época de avaliar o que foi feito e projetar o que se pretende fazer, de planejar. O balanço de 2018 é extremamente positivo. A economia capixaba vem obtendo um crescimento por volta de 2,3% (números divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves), próximo do índice previsto da expansão brasileira, em torno de 2,4% (estimativa do Banco Central). Neste ano, tivemos ótimas notícias. A arrecadação dos municípios aumentou, e vários projetos de investimentos que estavam engavetados vêm sendo novamente anunciados. Isso é ótimo. Sinal de que a tão sonhada e esperada recuperação econômica do país se materializará de fato. Economia é confiança. Com a confiança restabelecida, certamente os investimentos e o crescimento serão uma realidade. Com isso, temos uma perspectiva sensacional para 2019. Eu, particularmente, estou muito otimista. O Brasil entrou de novo no radar dos grandes fundos americanos e internacionais. Teremos um fluxo de capital externo abundante no próximo ano, tanto

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para investimento em ativos produtivos (ativos fixos de produção e bens de capital), como em ativos mobiliários (bolsa de valores e futuros). Os investidores internacionais estão bem animados com a nova equipe econômica, com a nova agenda a ser implantada no

O Brasil entrou de novo no radar dos grandes fundos americanos e internacionais. Os investidores internacionais estão bem animados com a nova equipe econômica” Brasil. Uma agenda pró-business, a favor do empreendedorismo e da livre-iniciativa. Todos sabemos que não será nada fácil, que os desafios de se implantar uma nova agenda, em um país tão complexo quanto o Brasil, são imensos. Mas só a sinalização de mudança de rumo já é um ótimo gatilho

para mudança de percepção e expectativas. Se a reforma da Previdência for aprovada ainda no primeiro semestre do próximo ano, iremos ver o Brasil literalmente decolar. O fluxo de capital externo será abundante. O Brasil tem carências em várias áreas. Onde há carências, existem oportunidades, e os investidores têm ciência disso. Havendo um ambiente estável e fazendo o governo central o seu “dever de casa”, não há dúvidas para se apostar no país. A economia brasileira em alta, consequentemente, coloca o nosso Espírito Santo em uma posição vantajosa e de destaque. O Estado tem vocação para o desenvolvimento, posição logística privilegiada, gestão pública responsável, contas em dia e um ambiente superfavorável para a atração de capitais. Para que todas as expectativas se concretizem, são necessários muito trabalho e empenho dos gestores públicos e privados. Esperam-se um governo responsável e uma classe empreendedora visionária e realizadora. O resultado será mera consequência dos esforços e ações retomadas a partir do restabelecimento da confiança. O Brasil é viável!



VITÓRIA

Os turistas estão reconhecendo Vitória como opção de lazer, e os números apontam para um crescimento nos últimos anos no setor hoteleiro

VITÓRIA: INTERCÂMBIO COM OUTROS PAÍSES ACELERA DESENVOLVIMENTO DA CIDADE CAPITAL MOSTRA RESULTADOS DE SEU PLANO DE METAS

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mpliar a participação da capital capixaba no cenário global é um dos objetivos do Plano de Metas 2018-2020 da Prefeitura de Vitória. E este ano o município já mostra sinais de avanço para alcançar o que foi traçado. Sua administração tem promovido o intercâmbio internacional para apresentar a capacidade e as ações locais a outros países e também aprender com o que essas nações têm de melhor. O Plano de Metas, válido por três anos, foi elaborado pela Secretaria de Gestão, Planejamento e Comunicação, após um diagnóstico sobre como várias áreas se encontravam em 2017 obter números precisosos. Os setores responsáveis definiram os resultados que devem ser atingidos até 2020 e as medidas que precisam ser tomadas para alcançá-los. Ao todo, há 58 metas, que abrangem todos os campos. O objetivo é ampliar a capacidade da gestão municipal em executar programas estruturantes e projetos prioritários e entregar, de forma mais rápida, melhorias à sociedade. Os saldos são expressivos. Um deles diz respeito às providências tomadas pela Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória (CDV) para proporcionar aos empreendedores individuais mais opções de incremento e movimentação dos negócios. Para isso, o órgão tem ofertado acesso ao crédito com taxas

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diferenciadas visando à expansão ou mesmo à formalização de um pequeno empreendimento. ATIVIDADE FÍSICA EM ALTA Uma outra frente que tem avançado são os meios para tirar a população do sedentarismo. E há vários equipamentos comunitários para isso. Os moradores podem aproveitar 51 Academias Populares da Pessoa Idosa, duas Academias Praça Saudável (Goiabeiras e Tancredão) e oito Academias Populares (Horto de Maruípe, Ilha de Santa Maria, Itararé, Resistência, Santo Antônio, São Pedro e Tabuazeiro). Também foi ampliado o projeto Aeróbica Noturna, que conta com 20 núcleos. São mais pessoas praticando atividade física, o que faz de Vitória uma cidade cada vez mais ativa e saudável. EVASÃO ESCOLAR EM QUEDA Bicampeã em Educação no prêmio Connected Smart Cities (Cidades Inteligentes e Conectadas) em 2016 e 2018, Vitória é referência na área. Investimentos contínuos na formação de profissionais e na melhoria da infraestrutura das unidades da rede municipal levam a capital a cravar índices cada vez melhores no que diz respeito à qualidade do ensino ofertado.


Elaborado pela Secretaria de Gestão, Planejamento e Comunicação, o Plano de Metas 20182020 da Prefeitura de Vitória visa a ampliar a participação da capital capixaba no cenário global

O Cerco Inteligente de Segurança começou a funcionar em abril de 2018 e ajuda a recuperar carros com restrição de furto e roubo O Centro Esportivo Tancredo de Almeida Neves (Tancredão) oferece aulas de hidroginástica e natação

Isso também reflete uma importante estatística: a redução da evasão escolar. Atualmente, os registros da Secretaria Municipal de Educação (Seme) apontam um índice de apenas 1% entre os estudantes do ensino fundamental, conforme a Gerência de Planejamento e Avaliação da Educação (Geplan/Seme). Para se ter uma ideia, em 2005, o patamar era de 3%. Em 2011, caiu para 1,4%, e em 2015, para 1,2%. O Plano de Metas prevê retração para 0,50% até 2020. A queda caracteriza quão relevantes são as ações que promovem o envolvimento dos alunos e das famílias no universo escolar. Uma escola atrativa, democrática e participativa não só incentiva a permanência da criança e do jovem, como também os inserem no mundo do aprendizado e do conhecimento, despertando saberes. CERCO INTELIGENTE DE SEGURANÇA Vitória agora conta com um sistema eficiente de monitoramento de veículos: o Cerco Inteligente de Segurança, uma “barreira eletrônica” adotada para o combate ao roubo de

carros e a todos os tipos de crimes que envolvem o uso de veículos. Até novembro, 84 foram apreendidos. São 70 câmeras com sistema de monitoramento OCR (reconhecimento óptico de caracteres), que leem as placas e fotografam as traseiras dos veículos, cujas informações compõem um banco de dados. Automaticamente, esses elementos são cruzados com a base do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), que tem as informações do carro. Caso haja uma restrição de furto ou roubo ou mesmo um indicativo de suspeita emitido pelas forças de segurança, é disparado um alerta na Central de Videomonitoramento da Guarda Civil Municipal, que solicitará a abordagem das equipes desta corporação ou da Polícia Militar.

84

É o número de veículos apreendidos até novembro pelo Cerco Inteligente de Segurança.

SAÚDE AVALIADA Focado no conceito de cidades inteligentes, o município implantou o agendamento on-line de consultas médicas e o Confirma Vitória em todas as 29 unidades de saúde. As ferramentas têm como principais objetivos eliminar filas de espera, diminuir o número de faltosos e otimizar a oferta de vagas. Com o Confirma Vitória, a quantidade de ausênciasdasconsultasmarcadascaiude28,47% em 2017 para 17,07% em outubro de 2018. A meta é baixá-la para 16% até 2020, gerando uma economia de aproximadamente R$ 21 milhões por ano. A tecnologia também é utilizada para avaliar a qualidade dos serviços prestados. Por isso, após 24 horas, o usuário recebe no celular um torpedo para analisar esse trabalho, atribuindo-lhe uma nota ou qualificando-o em forma de texto. Até setembro, a média das unidades ficou em 9,14, a maior do ano, o que representa o conceito “ótimo ou excelente”. Entre os pacientes dos Prontos Atendimentos (PA), o patamar médio foi 8,16, indicando conceito “bom ou muito bom”. radio.esbrasil.com.br •

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VITÓRIA

LUCIANO REZENDE Nossos avanços têm colocado a cidade em rankings de pesquisas nacionais”

ENTRE OS MUITOS DESTAQUES DA GESTÃO ESTÃO REDUÇÃO DE CUSTOS, FISCALIZAÇÃO DA REDE COLETORA DE ESGOTO E EXPECTATIVA COM A POSSE DA EQUIPE DO NOVO GOVERNO ESTADUAL Desde o início do segundo mandato, quanto a prefeitura conseguiu reduzir em gastos? Reduzimos de 25 para 17 o número de secretarias, baixamos em 20% os cargos comissionados, diminuímos em média 30% o custeio. O equilíbrio com a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), perdido em 2017, foi recuperado? O que melhorou em termos de esgotamento sanitário? Tudo que melhorou em Vitória, de 2013 para cá, foi em razão da aplicação da Lei 8.803/2015, que prevê a fiscalização e multa àqueles que não fazem a sua ligação à rede coletora de esgoto. Com nossa ação, conseguimos ligar em torno de 25 mil pontos da cidade à rede coletora da Cesan. Isso fez com que o município deixasse de jogar 8,5 milhões de litros de esgoto por dia na Baía de Vitória. Então, a nossa tarefa em relação ao que a Cesan tinha deixado pronto, está cumprida. Ainda falta muito para a Cesan fazer. Vamos continuar cobrando até que a capital tenha 100% de saneamento e as áreas ao redor também, porque nossa baía sofre com a descarga de esgotos vindos de muitos municípios que têm rios e a margeiam. Nossa gestão avançou muito no que diz respeito a esgotamento sanitário nos últimos anos. Em 2016, a saúde foi muito criticada no processo eleitoral. O que melhorou nestes dois anos? O processo eleitoral foi desqualificado, e grande parte do que se falava em saúde era sobre o cenário lá fora sem esclarecer como é o funcionamento do trabalho municipal, que é bem avaliado. Implantamos o agendamento on-line para consultas e vacinação, eliminando filas nas unidades de saúde. Implantamos 112

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o Confirma Vitória, diminuindo o índice de faltas nas consultas. O abastecimento de medicamentos é acima de 95%. Esses avanços têm colocado a cidade em rankings de organismos de pesquisas nacionais. Entre as melhorias para cidade em 2018, o que foi realizado? E o que precisou ser adiado? Entregamos novos abrigos de ônibus, instalamos mais academias para idosos, criamos mais áreas de lazer, abrimos ruas só para pedestres, implantamos o Cerco Inteligente de Segurança e o sistema de agendamento on-line em todas as unidades de saúde. O simples fato de poder desmarcar as consultas tem aberto mais vagas para quem quer se consultar e pode gerar uma economia de R$ 21 milhões por ano. Graças a Deus, tenho uma equipe dedicada, à qual quero agradecer pelo empenho. Houve algum avanço no projeto de integração da Região Metropolitana? Sim. Vitória e Vila Velha estão desenhando o projeto de balsas turísticas. Nós, prefeitos da Grande Vitória, estamos em constante diálogo. Agora, com o novo governador Renato Casagrande, pretendemos levar a ele algumas reivindicações. Como o prefeito vê a relação com este novo ciclo do Executivo? Dezenas de ações, de parcerias de obras, algumas delas que estão se arrastando ou paradas, vão ser reiniciadas e concluídas. A expectativa é a melhor possível, tanto para que o Estado possa ajustar o seu rumo, como para que Vitória tenha uma relação com o governo estadual que sempre desejou e sempre mereceu.



VILA VELHA

O novo Plano Diretor Municipal já está em vigor e vai guiar o desenvolvimento urbano até 2027

VILA VELHA: PLANEJAMENTO É A PALAVRA DE ORDEM PRIMEIRA AÇÃO ADMINISTRATIVA FOI ELABORAR UM PLANO COM PILARES ESSENCIAIS PARA CONCRETIZAR O ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO

A

administração de Vila Velha tem priorizado o planejamento estruturação do parque urbano do Marista e três unidades de conserde políticas públicas ligadas à qualidade de vida da população. vação: Manteigueira, Penedo e Lagoa Grande. Contempla, ainda, Desde o início da atual gestão, a articulação teve como intervenções de iluminação; construção de ciclovias, de ciclofaixas e norte pilares essenciais como o saneamento das finanças e o de calçadas; melhorias na sinalização de trânsito; paisagismo e arboajuste da máquina pública visando a concretizar o atendimento rização; e implantação de mobiliário urbano. das demandas. Uma cidade mais iluminada, segura e inteligente também está Durante o processo do Orçamento Participativo de 2017/2018, os sendo projetada com a consolidação de uma parceria públicomaiores anseios apontados pela comunidade envolviam obras de -privada (PPP) visa a ampliação, modernização e eficientização do infraestrutura urbana. Buscando suprir boa parte deles, a prefeitura atual sistema de iluminação pública por meio da substituição das aprovou com a Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), do lâmpadas de sódio pelas de LED em 34 mil pontos luz no território Ministério do Planejamento, o Programa de Requalificação Urbana canela-verde. e Melhorias Ambientais – Vila Velha Vida Nova, cujo valor total de A prefeitura firmou convênio com o Banco Nacional de investimentos, de aproximadamente R$ 134 milhões, estão sendo Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que selenegociados com o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da cionou, por licitação, empresas para a elaboração do projeto, Bacia do Prata (Fonplata). cujo escopo inclui iluminação cênica de prédios históricos, Aprovada pela Câmara de Vereadores local de praças, de pontos turísticos e da orla. e sancionada pelo prefeito Max Filho, a Lei nº O plano é possibilitar, também outros 6.092/2018 permite a obtenção do crédito já sistemas, como a rede semafórica e o videautorizado pela Cofiex. A proposta trata da omonitoramento, além de dispositivos de agentes requalificação urbana de mais de 30 bairros, Wi-Fi que inserem Vila Velha no rol das É o efetivo da Guarda Municipal. nas cinco regiões administrativas, e inclui a cidades inteligentes.

300

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O Vila Velha Vida Nova prevê investimentos de cerca de R$ 130 milhões em intervenções de drenagem e de pavimentação

EDUCAÇÃO E SAÚDE A rede municipal de educação será ampliada com a construção de nove escolas para o ensino infantil (crianças entre zero e 5 anos) e três para o ensino fundamental. As unidades estão programadas para as regiões do Centro, Grande Cobilândia, Grande Ibes e Grande Terra Vermelha. Na saúde, serão mais quatro unidades básicas – nos bairros Ataíde, Vila Batista, Divino Espírito Santo e São Torquato. O planejamento da secretaria municipal da área prevê ainda a conclusão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra e do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Caps-I) de Jabaeté. PDM O novo Plano Diretor Municipal (PDM – Lei Municipal nº 4.575/2007) já está em vigor. A revisão decenal recebeu quase duas mil sugestões populares em consulta pública e reuniões temáticas. O documento vai guiar o desenvolvimento da cidade até 2027, tratando de questões como a definição dos índices urbanísticos para a orla a fim de se evitar sombreamento, dos afastamentos obrigatórios que devem ser observados nas edificações e do uso e ocupação do solo por atividades comerciais, industriais e de serviços públicos e privados. Como a qualidade de vida também passa por um trânsito mais eficiente, a expansão da rede cicloviária é outra prioridade. Para isso, os estudos do Plano Municipal de Mobilidade Urbana (Planmob) começaram em setembro do ano passado. Hoje há em Vila Velha 46,2 km de ciclovia e 1,7 km de ciclofaixa. A ideia inicial é fazer mais 27 km de ciclovia e no curto e médio prazo (quatro ou cinco anos). No longo prazo, a intenção é oferecer ao menos outros 48 km em áreas dependentes de intervenções viárias. Nesse último grupo estariam a Estrada Jerônimo Monteiro (Glória a Paul), o trecho entre as avenidas Carlos Lindenberg e Robert Kennedy (Cobilândia a São Torquato) e o de Cobilândia a Vale Encantado. Com essas novas redes, o sistema de bicicletas compartilhadas, o Bike VV, poderá ser ampliado. O serviço, que começou a operar

Cidade possui 46,2 km de ciclovia e 1,7 km de ciclofaixa

em março deste ano, com 20 estações e 200 veículos, é sucesso total e registra média de 10 aluguéis por veículo/dia. Em setembro, novas modalidades de empréstimos entraram em ação, na estação localizada na Praça do Ciclista, na Praia de Itaparica. Lá três modelos de bikes duplas capazes de atender, inclusive, pessoas com deficiência visual e mobilidade reduzida. Há mais 20 bicicletas, sendo cinco do modelo tandem (dupla), oito triciclos para três pessoas e sete triciclos para dois ocupantes (um ao lado do outro). O sistema é gerenciado pela concessionária Tembici, sem nenhum custo para a prefeitura. Totalmente sincronizada, a rede semafórica foi alvo de um investimento de R$ 1 milhão ao longo deste ano. Recebeu luminosos em LED, que reduzem o consumo de energia e manutenções nos equipamentos; no-breaks, em alguns cruzamentos, para evitar panes elétricas; e aparelhos de contagem do tráfego em determinadas vias para a melhoria da sinalização. O sistema de monitoramento, que agora passa a contar com mais de 200 equipamentos espalhados em várias regiões, é outro foco das ações da prefeitura. Além disso, vistorias técnicas e manutenções

corretivas foram realizadas em todo o parque de câmeras. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Outro destaque deste ano foi a instituição do fundo para o Polo Empresarial de Novo México, por meio da Lei nº 6.034/2018, que também cria o Conselho Gestor a ser responsável pelo gerenciamento das receitas desse instrumento. Os objetivos principais da medida são a geração de emprego e de renda, o aumento das arrecadações municipais, a abertura de uma rede de formação e de capacitação profissional e a desburocratização para os 11 empreendimentos que atuam no Polo Empresarial de Novo México. A área gera diretamente 280 postos de trabalho e movimenta, aproximadamente, R$ 3 milhões por mês. Em novembro foi formalizado o Programa de Licenciamento Eletrônico de Atividades Econômicas, o LEVV. Implementado oficialmente por intermédio da Lei nº 6.085/2018, de autoria do Poder Executivo local, o sistema insere a cidade no programa Simplifica-ES, tornando-a pioneira, no Espírito Santo, na facilitação de todos os trâmites para quem deseja abrir ou manter um negócio em seu território. radio.esbrasil.com.br •

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VILA VELHA

MAX FILHO Estamos descomplicando a legislação municipal”

MEDIDAS QUE FACILITAM LICENCIAMENTOS, REMODELAÇÃO DO PDM SÃO DESTACADOS PELO PREFEITO MAX FILHO COMO FATORES DE ATRAÇÃO DE INVESTIDORES PARA O MUNICÍPIO. O que Vila Velha tem feito para atrair novos investidores, gerar mais emprego e renda na cidade? Estamos descomplicando a legislação municipal. Adotamos o licenciamento eletrônico, estamos avançando na racionalização dos processos de licenciamento. O novo PDM e as novas vias estaduais – Leste-Oeste e ES-388 – representam um novo caminho de desenvolvimento para o Estado e para Vila Velha, com áreas regularizadas, desembaraçadas, para atrair investimentos. Acabamos com a taxa de funcionamento de horário especial, reduzimos a taxa de publicidade, tornando a cidade receptiva a novos investimentos para a geração de emprego, de renda e de tributos. Como está o andamento do projeto do aquaviário? Nossa proposta é a do aquaviário turístico, em parceria com a Prefeitura de Vitória. Há empresas interessadas, do Rio Janeiro e da Bahia, em implementar a rota ligando as duas cidades da Grande Vitória. Como é compromisso do novo governo estadual trazer o sistema aquaviário de volta, esse é um modal que para nós, de Vila Velha, é muito importante e estratégico. Quais os avanços da prefeitura na área social? Vila Velha teve dois projetos habitacionais aprovados no Ministério das Cidades, com mil moradias. Estamos com um projeto ousado de expansão da rede física da atenção à saúde e na educação infantil. Já estamos fazendo melhorias nas unidades de saúde e escolares para deixar a oferta de serviço em um novo patamar. Zeramos as filas de atendimento nos seis Centros de Referência de Assistência Social (Cras). E estamos construindo o Cras de Morada da Barra. 116

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Quais os investimentos previstos para a área de segurança? Estamos adquirindo novas câmeras de videomonitoramento e preenchemos todos os cargos da Guarda Municipal – chegamos ao quadro de 300 agentes. Pretendemos, ao concluir um estudo com o BNDES, tornar Vila Velha uma cidade inteligente, com melhor iluminação das vias e implantação do cerco eletrônico de segurança. O que o município tem planejado para minimizar o problema dos alagamentos? Temos procurado ser parceiros do governo estadual, que é quem tem os recursos para o enfrentamento de constantes alagamentos. O Estado já sinalizou as obras no canal de Guaranhuns – R$ 65 milhões investidos – e tem recurso para outras três bacias. São obras de grande porte. Temos um plano de contenção de encostas para que, nos períodos de chuvas mais severas, estejamos mais preparados no enfrentamento de desastres naturais. Quais as expectativas com a gestão do próximo governador? Muito positiva. Renato Casagrande tem experiência administrativa. Quando governou anteriormente o nosso Estado, procurou ser parceiro de Vila Velha. Esperamos que possa novamente responder “presente” ao município e contribuir para a segurança e a estabilidade institucional, a fim de que os investimentos continuem e a parceria entre os governos possa render frutos a todas as regiões da cidade e, consequentemente, ao Estado.



SERRA

SERRA MAIS HUMANIZADA E URBANIZADA Além da ampliação do Parque da Cidade, o município terá mais ciclovias e até pista de bicicross

EM ANO MARCADO POR IMPORTANTES ENTREGAS, GESTÃO ATRIBUI O EQUILÍBRIO DAS CONTAS AO APRIMORAMENTO DOS MECANISMOS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DOS GASTOS

A

pós sobreviver a 2017, ano de recuperação da grave crise financeira nacional, a Serra respira aliviada com o equilíbrio das contas. Obras de drenagem, pavimentação, urbanização, sinalização e ciclovias estão sendo viabilizadas com o recurso de R$ 400 milhões proveniente da parceria firmada com o governo federal. O Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) destinou, só em 2018, R$ 100 milhões para a pavimentação de bairros como Carapebus, Jacaraípe, Nova Almeida, Jardim Carapina e Nova Carapina. Até 2020, serão 35 comunidades contempladas. Das verbas próprias, foram mais de R$ 40 milhões em drenagem e pavimentação em 30 km de vias de 13 bairros. O entorno do Rio Jacaraípe recebeu intervenções no valor de R$ 12,3 milhões que beneficiarão mais de 50 mil pessoas. A região passou a contar com calçadão, ciclovia e nova passarela, além da dragagem, que já mostrou resultados eficazes durante as fortes chuvas de novembro.

OPORTUNIDADES Para gerar emprego e renda, a gestão investiu R$ 1,3 milhão na capacitação profissional, sendo R$ 993 mil de recursos próprios e o restante, de repasses federais. De janeiro a outubro, foram captadas 4.464 vagas com empresas instaladas. Para garantir a contratação, a administração municipal também promoveu a orientação profissional para cerca de 650 pessoas. “A população contou este ano com 2.600 vagas em cursos profissionalizantes e recebeu uma novidade: o portal Serra+Emprego”, aponta o prefeito. A ferramenta permite o acompanhamento diário das chances profissionais disponíveis e oferece ao interessado a opção de receber uma notificação das oportunidades compatíveis com seu perfil. No portal, também é possível agendar o atendimento para requerimento do seguro-desemprego e para a emissão de carteira de trabalho.

EDUCAÇÃO HABITAÇÃO Em 2018, foram inauguradas três supercreches, com capacidade Em situação de vulnerabilidade social, 100 famílias agora têm casa de 300 crianças cada, em Cantinho do Céu/José de Anchieta II, Novo própria em Vila Nova de Colares. A ação faz parte da primeira etapa Porto Canoa e Jardim Carapina. Ao todo, a rede da Serra conta agora do Projeto Prioritário de Investimento (PPI) com 138 unidades escolares, sendo 71 cendo Programa de Aceleração do Crescimento tros municipais de educação infantil (Cmeis) e (PAC), do governo federal, que contemplará 67 escolas municipais de ensino fundamental. mais de 370 famílias. Com o “Serra, Meu “A prefeitura investe mais do que o exigido pela Lar”, a prefeitura fez a regularização fundiámi Constituição. Nosso percentual obrigatório para ria em Jardim Carapina, Bicanga e Parque das educação é de 25%, mas vamos investir 30% É o valor do Hospital Materno-Infantil, maior Gaivotas e entregou gratuitamente aos moraem2019”, afirma Audifax. Estão previstas mil novas obra em andamento no Estado dores mais de 1.500 escrituras – a emissão de vagas para a educação infantil no próximo ano cada um desses documentos custa R$ 8 mil. e um aporte de R$ 427,5 milhões na pasta.

R$ 60,3

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Imóveis foram valorizados devido às obras de drenagem e pavimentação de mais de 80 ruas

SAÚDE A área da saúde foi beneficiada com a compra de equipamentos permanentes, totalizando R$ 4,16 milhões. Entre eles há nove aparelhos de eletrocardiograma, 170 aparelhos de ar condicionado, compressores de ar comprimido para nebulização e equipamentos para maternidade. Um destaque foi a aquisição de supergeladeiras para o armazenamento de vacinas, instaladas nas 38 unidades de saúde. Maior obra pública municipal em andamento no Espírito Santo, o Hospital Materno-Infantil será entregue em 2019. Com valor que já ultrapassa os R$ 60 milhões, a estrutura teve a estimativa de número de leitos aumentada de 120 para 135, após revisão do projeto. Em relação à compra de medicamentos, o investimento foi de quase R$ 10,5 milhões, sendo o município da Grande Vitória que mais abastece as farmácias das unidades de saúde. E até outubro, a quantidade de profissionais da área chegava a 2.627, além dos 129 do programa Mais Médicos.

NOVOS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO -H ortifrutigranjeiro Central de Compras do Brasil, instalado em Civit I, que abastece 93 supermercados.

O Cmei de José de Anchieta II, inaugurado este ano, atende 300 crianças

ESPORTE E LAZER Uma grande obra que vai movimentar Esporte e Lazer lazer na Serra é a Arena Riviera, que está sendo construída em um espaço de 8,7 mil metros quadrados, em Jacaraípe, onde antes ficava o antigo Clube Riviera. O complexo cultural e esportivo vai permitir a prática de esportes, além da realização de shows e eventos de grande porte. O investimento é de R$ 12,5 milhões. Já o Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), em Vila Nova de Colares, vai integrar atividades esportivas de alto rendimento, estimulando a formação de atletas e paratletas entre crianças e adolescentes. A previsão é que as obras sejam entregues já em 2019. A prefeitura deu início às obras do Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU), que deve ser inaugurado no segundo semestre de 2019. Investimentos de

INVESTIMENTOS

-R ede de Farmácias Pacheco, funcionando no Terminal Industrial e Multimodal da Serra (TIMS), na Rodovia do Contorno, em Carapina.

R$ 140 milhões

-B elliz Company, empresa do segmento de beleza e higiene, que inaugurou espaço no Civit I.

R$ 1,3 milhão

-D rogacenter, da área de medicamentos, higiene pessoal e dermocosméticos, que vai se instalar em Portal de Jacaraípe.

R$ 240 milhões

Fonte: Assessoria de Comunicação da Serra

pavimentação e drenagem

geração de emprego e renda

área da saúde

Fonte: Assessoria de Comunicação da Serra

R$ 3,9 milhões estão sendo destinados à edificação multiúso de 7 mil metros quadrados. O espaço abrigará praça de esportes e lazer, Centro de Referência em Assistência Social (Cras); biblioteca com telecentro; cineteatro com 125 lugares; pista de skate, equipamentos de ginástica; playground; quadra poliesportiva coberta; quadra de areia; jogos de mesa e pista de caminhada. Prestes a completar 10 anos de atividades, o Parque da Cidade está sendo ampliado de 115,1 mil para 135,18 mil metros quadrados (m²). Moradores e visitantes vão ganhar mais 20 mil m² de área verde e de diversão, cujo custo ficou em R$ 1,8 milhão. Mais uma grande novidade será a primeira pista de bicicross totalmente asfaltada do Brasil, em Novo Porto Canoa, na área que antes era um dos maiores lixões da cidade, na Avenida Amazonas. Orçada em R$ 100 mil, a intervenção, em execução, vai garantir a presença de muitos atletas capixabas e de outros estados. “Essa pista vai receber competições estaduais e nacionais”, explica o prefeito. MOBILIDADE URBANA A malha cicloviária da Serra hoje é de 56,31 km, mas o plano prevê a implantação de mais 100 km. Este ano foram entregues a ciclovia do Parque da Cidade; um outro trecho de 3 km ligando a Avenida Audifax Barcelos a São Domingos; 200 metros de extensão entre Eldorado e Nova Carapina; e 850 metros em Cidade Continental. radio.esbrasil.com.br •

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SERRA

O desenvolvimento do Estado passa pelo município da Serra”

AUDIFAX BARCELOS A MAIS POPULOSA CIDADE DO ESTADO FAZ VALER SUA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA PARA CAPTAÇÃO DE MAIS RECURSOS ESTADUAIS E FEDERAIS EM 2019 Quais foram os três principais desafios vencidos este ano? Primeiro, a manutenção do equilíbrio nas contas. A população da Serra cresceu em mais de 100 mil pessoas em 10 anos, enquanto a nossa arrecadação se manteve praticamente a mesma nesse período. Aí vem o segundo desafio, que é continuar oferecendo serviços essenciais de qualidade aos moradores diante desse cenário. O terceiro foi o de manter a nossa capacidade de investimentos. Somos o município campeão em obras no Estado. E o que estava no planejamento e precisou ser adiado? Entregamos 1.500 escrituras, por meio do programa “Serra, Meu Lar”, de forma gratuita aos moradores. Nosso objetivo era distribuir mais de 2.700 em 2018, mas o processo depende também dos trâmites nos cartórios. Vamos dar continuidade e entregar mais de 20 mil escrituras às famílias do nosso município. Qual o valor investido na saúde? E quando será concluído o Hospital Materno-Infantil? Em 2018, investimos em torno de R$ 240 milhões. Para 2019, conforme previsão na Lei Orçamentária Anual, serão R$ 242 milhões. Vamos entregar o Hospital Materno-Infantil no fim de 2019 ou início de 2020, com plenas condições de atender gestantes e crianças de toda a Grande Vitória. Ampliamos o número de leitos para 135 e vamos atender 8.700 gestantes por ano. Estamos muito ansiosos e confiantes na importância que o Hospital MaternoInfantil terá para os capixabas.

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Do que se fez este ano, haverá avanço real na integração da Região Metropolitana até 2020? Sim. Uma das mais importantes obras para a integração da Região Metropolitana é o Contorno do Mestre Álvaro. Acompanhei durante este ano os movimentos para dar início às obras, junto aos órgãos nas esferas federal e estadual e também àqueles ligados à área ambiental e ao Tribunal de Contas da União, entre outros. Quais os resultados da política de adesão firmada com a Findes (Federação das Indústrias) em 2017? O Código de Meio Ambiente, reformulado e assinado em junho deste ano, prevê a regulamentação do Licenciamento Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC). Atividades que têm pequeno potencial de impacto ambiental, como as do setor de rochas, serralheria, peixaria, oficina mecânica, fabricação de artigos de material plástico, entre outras, poderão emitir a licença ambiental com mais rapidez e menos burocracia na Serra. Pioneiro, o município é o único a disponibilizar esse tipo de licenciamento ambiental. Como o prefeito vê a relação com esse novo ciclo do Executivo? Por sermos a maior cidade do Espírito Santo, acreditamos que o novo governo vai ter um olhar diferenciado para as necessidades do município. O desenvolvimento do Estado passa pela Serra, assim, se fazem necessários investimentos por parte dos governos estadual e federal, para garantir o crescimento sustentável da cidade.



CARIACICA

Foto: Cláudio Postay

Apesar de ter a menor receita per capita do Espírito Santo, Cariacica tem desenvolvido plano de ações para garantir novos investimentos e aumentar a confiança da população

CARIACICA SE MANTÉM NO CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO MESMO DIANTE DOS DESAFIOS NOS PRIMEIROS ANOS DE GESTÃO, O MUNICÍPIO VEM SE PREPARANDO PARA O FUTURO, COM O RECEBIMENTO DO ENTREPOSTO DA ZONA FRANCA DE MANAUS E MELHORIAS NA INFRAESTRUTURA

D

ois anos após a reeleição da atual gestão de Cariacica, o muni- à Micro e Pequena Empresa (Ciampe) possibilita a consolidação de cípio que possui a menor receita per capita (R$ 1.447,90) em histórias de sucesso em Cariacica. relação à média do Espírito Santo (R$ 2.628,30), segundo Hoje, o órgão é o que mais qualifica empreendedores no Espírito dados de 2017, desenvolveu um plano de ações a fim de equilibrar Santo. Nos últimos quatro anos, foram registradas a implantação de as contas e garantir novos investimentos. 3.069 empresas e a renovação de 7.267, além da inscrição de 5.201 E mesmo com as adversidades impostas pela crise econômica MEIs (microempreendedores individuais). Todos esses serviços estão nacional, algumas conquistas foram destaque. O prefeito Geraldo disponíveis na entidade, que presta orientações quanto à obtenção de Luzia Júnior, o Juninho, afirmou que a cidade já vem se preparado alvarás de Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária e ao acesso para o futuro, num esforço que envolve os a consultores do Sebrae-ES e ao microcrédito aportes da iniciativa privada para fortalecer da Agência NossoCrédito. a competitividade local. Além disso, algumas obras já estão conO início da operação do entreposto da Zona cluídas, e outras encontram-se em processo Franca de Manaus no Estado, em agosto, deve de execução ou em licitação. Mais de R$ 100 atrair novos negócios à região, oferecendo milhões provenientes de recursos próprios e É o valor aplicado na construção mais oportunidades à população capixaba. de seis creches no munícipio. captados pelo município têm sido utilizados Vale destacar que o Centro Integrado de Apoio para garantir a segurança da população.

R$ 6 mi

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PREFEITURA INVESTE EM INFRAESTRUTURA Recursos próprios e captados pelo município de Cariacica estão tirando muitas obras do papel. A maior parte deles é fruto de contratação com a Caixa, por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), no valor de R$ 70 milhões, que permitiu planejar investimentos importantes para a qualidade de vida de muitas comunidades.

O sistema de videomonitoramento possui 113 câmeras espalhadas pelas ruas, permitindo o reconhecimento fácil e a identificação das placas de veículos

A ponte sobre o Rio Bubu, por exemplo, apresentava risco de queda. Após o aporte de R$ 374.523,25, a estrutura foi reformada e passou a contar com duas vias paralelas de rolagem com 11m de comprimento por 4,80m de largura, cada uma. Outra obra importante é o recapeamento da Avenida América, em Jardim América, ligação da cidade com Vila Velha. Esta, como outras, apresentava asfalto com até 30 anos de aplicação, o que inviabilizava revitalização apenas com tapa-buracos.

EDUCAÇÃO E SAÚDE O investimento na educação é uma das prioridades da atual gestão. Em 2018, a projeção orçamentária foi de 29%, alcançando a cifra de R$ 235.197.000, por meio de convênios com os governos estadual e federal. Seis creches estão em edificação, o que totaliza a aplicação de R$ 6 milhões e a oferta de 1.600 vagas nos bairros que recebem as estruturas, Jardim América, Cariacica-Sede (Morrinhos), Porto Belo II, Vila Prudêncio, Alzira Ramos e Vale dos Reis. Na saúde, a construção do Hospital Estadual Central de Cariacica teve a ordem de serviço assinada pelo governo capixaba na primeira quinzena de outubro. O plano era iniciar as obras no primeiro semestre de 2019, mas a nova gestão do Palácio Anchieta, que assume no dia 1º de janeiro, já declarou que anulará o edital e estabelecerá novos prazos para que um repasse federal de R$ 74 milhões, já garantido por emenda em Brasília, seja aprovado pela Caixa. O terreno do empreendimento, localizado às margens da Rodovia Leste-Oeste, foi doado pela prefeitura e atenderá não só os moradores de Cariacica, mas também os de muitos municípios no entorno.

Uma das seis creches que estão sendo construídas no município por meio de convênios com os governos estadual e federal fica no bairro de Jardim América

TRÂNSITO No trânsito, destaca-se o projeto “Interseções Preferenciais em Rede”, que confere maior fluidez sem a necessidade de instalação de semáforos. Nesse sistema, círculos com raio superior a um metro incentivam os condutores a diminuir a velocidade, executando melhor as conversões durante o trajeto. A intenção é elevar a qualidade na sinalização viária em vários trechos.

OBRAS EM ANDAMENTO 200 ruas urbanizadas; 185 ruas drenadas, pavimentadas e com calçadas; 15 vias recapeadas; 2 km de recapeamento da Avenida Vale do Rio Doce, em Porto de Santana, em Jardim América, e outras vias importantes na cidade.

DEFESA CIVIL Alinhado à estrutura viária, o sistema de videomonitoramento surge com o objetivo de contribuir com a segurança pública. São 113 câmeras espalhadas pelas ruas, integradas ao Centro Integrado Operacional de Defesa Civil (Ciodes) e a um novo projeto conectado ao banco de dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil (Sesp), permitindo o fácil reconhecimento e a identificação das placas de veículos e assegurando um cerco eletrônico mais eficiente. CULTURA Cariacica avançou também na criação de uma moderna legislação de incentivo à cultura. A Lei João Bananeira permite o repasse direto da prefeitura aos artistas contemplados, evitando a fase da troca de bônus. Com essa verba, os artistas poderão se apresentar no Centro Cultural Frei Civitella, em Campo Grande, inaugurado em junho de 2016. radio.esbrasil.com.br •

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CARIACICA

GERALDO LUZIA JÚNIOR A cidade está passando por uma das fases de maior investimento em mobilidade da história”

REORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA CIDADE E IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS ESTRATÉGICAS PARA INVESTIMENTOS TÊM SIDO AS MARCAS DA GESTÃO NA BUSCA POR UMA CARIACICA MELHOR As contas foram colocadas em dia? Em seis anos de gestão, o que avançou na prestação de serviço? Entre 2013 e 2018, o Brasil vivenciou uma crise de grande magnitude que prejudicou os municípios em todo o país. Cariacica, com a menor renda per capita do Espírito Santo, viveu queda de arrecadação de até R$ 50 milhões por ano. Mesmo assim, com medidas de austeridade e gestão responsável, a cidade mantém as contas equilibradas e investimentos públicos. Em 2018, foram anunciados mais de R$ 100 milhões em investimentos tendo como fonte convênios com os governos federal e estadual, mas principalmente por meio de financiamentos obtidos com a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, algo que só foi possível pela atual saúde financeira de Cariacica. O que foi feito em 2018 para atrair investidores? Identificamos áreas estratégicas e reorganizamos administrativamente a cidade. A antiga Companhia de Desenvolvimento de Cariacica deu lugar ao Instituto de Desenvolvimento do Município de Cariacica (Idesc), responsável pela interlocução com empresários e grupos com capacidade de investir na cidade. Um desses movimentos foi executado para trazer o Centro de Distribuição da Zona Franca de Manaus. Outras medidas visaram à desburocratização e ao acolhimento do empresário, como a fusão da secretaria de Desenvolvimento Econômico com a de Meio Ambiente, mudança que, sem enfraquecer as políticas ambientais, permitiu que fossem prospectados novos negócios já se pensando no desenvolvimento sustentável, no planejamento da cidade no médio e no longo prazo. Um bom exemplo é o Parque Leste-Oeste, às margens da rodovia de mesmo nome, que será um bairro com novas perspectivas. Terá espaços para empreendimentos empresariais, residenciais e comerciais, 124

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favorecendo o curto deslocamento das pessoas, uma nova tendência de qualidade de vida nos grandes centros. E a promessa de agilização da integração da Região Metropolitana? A integração da Região Metropolitana é essencial para as cidades da Grande Vitória. Cariacica atua hoje como parceira nesse movimento e, como um passo importante, elaborou o novo Plano Diretor Municipal (PDM) alinhado ao Plano de Desenvolvimento Metropolitano (PDUI), definindo áreas estratégicas de desenvolvimento em harmonia com os demais municípios, uma ação coordenada pelo Instituto Jones do Santos Neves (IJSN) e pelo governo do Estado. Algum projeto de mobilidade urbana iniciado este ano? As bikes podem chegar em 2019? A cidade está passando por uma das fases de maior investimento em mobilidade da história, com um importante pacote de obras de drenagem e pavimentação. Serão mais de 200 ruas com nova pavimentação. Alguns corredores importantes entraram nesse pacote, por exemplo a Avenida Vale do Rio Doce, que liga Vitória e Vila Velha a bairros da Região 1 de Cariacica, como Porto de Santana. O capeamento asfáltico da via alterou esse cartão-postal da cidade e deu maior mobilidade, ante a uma via que tinha pavimentação ultrapassada. Quanto à malha cicloviária, o município já conta com alguns trechos, porém o grande desafio são as rodovias federais e estaduais que perpassam Cariacica e nas quais a prefeitura não tem possibilidade de intervir. Um estudo amplo envolvendo o governo do Estado e cidades da Grande Vitória, no âmbito do PDUI, plano citado anteriormente, será o primeiro passo. Cariacica, inclusive, foi o primeiro município a elaborar o PDM – que se encontra na Câmara de Vereadores para votação – alinhado ao PDUI.



VIANA

VIANA: A CAPITAL DA LOGÍSTICA DO ESPÍRITO SANTO A Igreja Nossa Senhora da Conceição é um dos principais monumentos históricos de Viana construído no período entre 1815 e 1817

INVESTIMENTOS NA INFRAESTRUTURA DA CIDADE ATRAÍRAM NOVOS E IMPORTANTES NEGÓCIOS

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instalação de grandes grupos empresariais e a vinda de CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO novos empreendimentos para sua área fizeram Viana A multinacional Mondelez, responsável pelas marcas Lacta, Bis, Halls, despontar como a “Capital Estadual da Logística”, Club Social, Oreo, Trakinas, Triendt, Tang e Pó Royal, escolheu Viana para título concedido por meio de um projeto de lei sancionado pelo instalar seu novo Centro de Distribuição. A unidade está funcionando em governo em outubro deste ano. um dos galpões do Condomínio Logístico de Vila Bethânia (LogViana), Entre os aspectos positivos que despertam o interesse dos de 4.839.42 metros quadrados. De acordo com o grupo da Mondelez, investidores estão a localização estratégica – o município é a opção pelo município para ampliação de suas operações se deu por conta cortado pelas BRs 101 e 262 – e a dimensão dos espaços dispo- da infraestrutura logística lá encontrada e pela posição estratégica do comníveis para receber negócios. “Com terrenos amplos, Viana tem plexo portuário do Estado. A estimativa da companhia é movimentar na ainda o metro quadrado mais barato da Região Metropolitana área, mensalmente, cerca de 1,8 tonelada, atendendo todo o Espírito Santo, da Grande Vitória. Já as duas rodovias federais chamam bas- Rio de Janeiro e Minas Gerais. tante atenção por facilitar o transporte de carga rumo aos demais estados do Sudeste e aos do Nordeste”, destacou o GERAÇÃO DE EMPREGOS prefeito Gilson Daniel. A capacitação de mão de obra elevou o número de vagas de empregos. Outro ponto que conta a favor é o bom ambiente para dar No primeiro semestre de 2018, o município registrou alta de 65% na criação início a uma atividade. Levantamento feito pelo Anuário do de postos de trabalho em comparação com igual período de 2017. O saldo Espírito Santo 2018 posiciona a cidade em primeiro lugar, positivo foi de 1,23% de janeiro a junho deste ano, contra 0,87% alcançado entre as 78 do território capixaba, no índice do “Ambiente no mesmo intervalo do ano passado, segundo dados do Cadastro Geral de Negócios do Estado”. A liderança também é observada na de Empregados e Desempregados (Caged). categoria “Mercado”, considerando o município como o melhor No último mês de junho, a diferença entre contratações e demissões ambiente para se abrir uma empresa e empreenobservadas nesse cálculo também ficou no azul, der no Espírito Santo. 0,42%, o que fez de Viana a segunda cidade da O estudo analisou, ainda, o Produto Interno Bruto Região Metropolitana com maior crescimento (PIB), o PIB per capita local e a quantidade de emprena evolução de emprego. Esse avanço ocorreu no sas que buscam Viana para sediar e desenvolver suas mesmo período em que o Espírito Santo teve perda de operações. O Anuário avalia áreas de saúde, inovação, milhões em investimentos foram de mais de 1,5 mil postos profissionais. O prefeito destinados à área de saúde em 2018. segurança, acesso a capital financeiro, infraestrutura, Gilson Daniel defende que o resultado positivo é capital humano, mercado e ambiente regulatório. reflexo dos investimentos e incentivos à busca por

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Viana é o município que tem o melhor “Ambiente de Negócios do Estado”, segundo levantamento feito pelo Anuário do Espírito Santo 2018

A prefeitura realizou investimentos importantes na área da educação no ano de 2018, como a aquisição de 14 mil kits escolares

Entre os investimentos na área da saúde, está a aquisição de nove ambulâncias para serviço de atendimento móvel

oportunidades de trabalho na cidade, que incluem os cursos oferecidos pelo Programa de Qualificação, Geração de Emprego e Renda para o Vianense (Gerar). RECONHECIMENTO NACIONAL As conquistas com o Programa Gerar se tornaram referência nacional. Viana obteve o primeiro lugar no Prêmio Progredir, do governo federal. O Progredir, do Ministério do Desenvolvimento

“Tivemos investimentos importantes na saúde e na educação que fazem a diferença na vida do cidadão” Gilson Daniel, prefeito de Viana

Social, libera recursos aos municípios com os melhores projetos de inclusão no mercado de trabalho e geração de renda para famílias cadastradas no CadÚnico. O Gerar competiu com outros 123 projetos da Região Sudeste do país e, com o reconhecimento, receberá um convênio de até R$ 1 milhão para ampliação ou implantação das suas ações. “Investimos no programa e buscamos fortalecer cada vez mais o Gerar para que as portas do mercado de trabalho continuem abrindo para o cidadão vianense”, disse Gilson. EDUCAÇÃO E SAÚDE Em 2018, a prefeitura fez importantes entregas de materiais e equipamentos na saúde e na educação: 200 brinquedos em espaços de recreação das escolas, 40 livros em bibliotecas, jogos pedagógicos, 400 instrumentos musicais, 14 mil kits escolares, 46 mil peças de uniforme escolar e 9 mil pares de tênis, entre outros itens. Na saúde, o investimento superou os R$ 12 milhões, incluindo a aquisição de nove ambulâncias para serviço de atendimento móvel, computadores para informatização da rede e equipamentos de consultórios médicos ginecológicos e odontológicos. Houve ainda reforma na estrutura física do Pronto Atendimento (PA) do Bairro Arlindo Villaschi e a construção de três novas unidades básicas de saúde. radio.esbrasil.com.br •

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VIANA

GILSON DANIEL Cerca de 70% do território de Viana é zona rural. Dessa forma, a agricultura familiar movimenta de forma considerável a economia local”

MAIS PLANOS DE EXPANSÃO ECONÔMICA PARA VIANA, A CIDADE QUE “MUDOU DE CARA” NOS ÚLTIMOS SEIS ANOS E ATRAIU GRANDES INVESTIDORES . O fomento ao empreendedorismo é uma promessa da gestão. Quantos novos negócios surgiram na cidade este ano? Houve atração de grandes empresas? Viana vive um momento único de sua história! Estamos preparando o município desde o primeiro ano de governo. O empreendedorismo é uma bandeira que defendemos. Por meio das ferramentas de incentivo, conseguimos ampliar o número de MEIs (microempreendedores individuais) na cidade em mais 500% em pouco mais de seis anos. Com os recursos do Nossocrédito, Viana é a quarta cidade do Espírito Santo com maior volume de créditos concedidos para o setor, com mais de R$ 24 milhões. Desse total, R$ 15 milhões foram liberados no nosso governo. Além disso, a cidade apresenta facilidade logística e capacidade de escoamento. Também temos uma boa lei de incentivo, que atrai as empresas, um atendimento mais simples e menos burocrático ao empresário, um consistente Plano Diretor Municipal (PDM) e um Plano de Mobilidade Urbana para pautar nosso desenvolvimento. Isso tem atraído as grandes empresas, inclusive a Mondelez. Não é à toa que Viana recebeu o título de “Capital Estadual da Logística”.

Quais resultados foram obtidos pelo controle de presença de alunos por meio do reconhecimento facial? Implantamos uma tecnologia inédita nas escolas da rede municipal em 2016 que tem auxiliado na queda da evasão escolar e no controle da merenda, além de proporcionar mais segurança para pais e alunos. Com o sistema de ponto facial, os pais sabem que os filhos estão seguros na escola. Se o aluno não passa pelo sistema de identificação, os pais recebem uma mensagem de texto no celular informando a ausência da criança. Com a tecnologia, conseguimos economizar, também, na merenda escolar, já que alimentação é feita de acordo com a quantidade de estudantes presentes naquele dia.

Qual o peso da agricultura familiar na economia local? O que representam a banana e o cacau nesse contexto? Cerca de 70% do território de Viana é zona rural. Dessa forma, a produção agrícola é forte, a agricultura familiar movimenta de forma considerável a economia local. Incentivamos o trabalho no campo, seja por meio de cursos de capacitação para o produtor rural, seja com o plantio de mudas de banana e cacau, como já fizemos no assentamento Santa Clara. Esse trabalho é um incentivo à inserção dessas famílias no mercado, tendo em vista a terra que é fértil na região. A ideia é que tenham autonomia e consigam produzir, vender e empreender.

Como o prefeito vê a relação com esse novo ciclo dos Executivos estadual e federal? O município tem um bom relacionamento, o que tem favorecido investimentos em diversos setores, como saúde, educação e infraestrutura. Tivemos investimentos importantes na saúde e na educação que fazem a diferença na vida do cidadão. Fizemos recentemente a maior entrega de equipamentos e obras para a saúde do município, recursos que trazem melhorias e qualidade no atendimento ao cidadão que busca pelos serviços em nossa rede. A maior parte desses investimentos foi feita, por exemplo, por meio de emendas federais e estaduais. A expectativa é que seja mantida essa rede.

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O que, na prática, avançou na integração com os outros municípios da Grande Vitória? Mantemos boa relação com os demais municípios da Grande Vitória e de outras regiões do Estado, tanto que estamos em estágio avançado na criação de um consórcio para compra coletiva de medicamentos, que conta com a participação de mais de 20 cidades do Espírito Santo. E é o espírito diplomático, atrelado ao interesse dos gestores em atender às demandas na área da saúde de suas cidades, que possibilitou darmos esse importante passo.



CACHOEIRO

Com 207.324 habitantes, Cachoeiro é o maior polo urbano da Região Sul do Espírito Santo

CRESCIMENTO COM RESPONSABILIDADE É A MARCA DE CACHOEIRO PROGRAMA DE INVESTIMENTOS E REORGANIZAÇÃO URBANA ESTÃO ENTRE AS AÇÕES DA PREFEITURA PARA IMPULSIONAR DESENVOLVIMENTO E SOLUCIONAR GARGALOS

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om 207.324 habitantes, Cachoeiro de Itapemirim é a quinta cidade mais populosa do Espírito Santo e o maior centro urbano da Região Sul do Estado. Para continuar crescendo e se destacando no cenário econômico, a prefeitura tem investido em capacitação profissional. Em outubro, foi realizada na Praça Jerônimo Monteiro a Feira de Estágio e Emprego. E nos próximos meses, cerca de 1.500 atendidos por centros de assistência social vão participar de 28 oficinas profissionalizantes gratuitas oferecidas pelo Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho, o Acessuas Trabalho. Outra boa notícia é que a cidade aparece na 63ª colocação entre as 100 mais promissoras no país para se investir, de acordo com ranking da revista Exame, da Editora Abril, divulgado em novembro. A lista é elaborada desde 2014 pela consultoria Urban Systems e contempla os municípios com mais de 100 mil habitantes. Esta é a primeira edição do estudo que posiciona Cachoeiro nesse rol – Vitória e Colatina são as outras cidades do Estado que surgem na tabela. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS Em fevereiro, a Prefeitura de Cachoeiro lançou seu Programa de Investimentos, com recursos próprios para 2018 e 2019, que prevê a aplicação de R$ 55 milhões em infraestrutura, educação, saúde, agricultura, cultura, turismo, esporte e lazer. Essa frente

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já executou várias ações, entre elas a entrega de 23 veículos; a construção de quatro das 20 academias populares previstas no plano; e as reformas de um viaduto na região central da cidade, da Casa da Memória e do Centro de Saúde Paulo Pereira Gomes. Além disso, há a obra em andamento da Escola Olga Dias, no bairro Coronel Borges. DESENVOLVIMENTO URBANO Para o início de 2019, duas medidas importantes estão encaminhadas. Uma delas é a licitação do serviço de estacionamento rotativo. O novo edital já foi publicado e em janeiro ocorrerá a fase de habilitação das empresas. A expectativa é que o rotativo se transforme em instrumento de gestão de mobilidade urbana e indutor do desenvolvimento econômico na região. A outra providência é a contratação da empresa responsável pela revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), atualizado pela última vez em 2006. De acordo com a prefeitura, o novo documento deverá contemplar, pela primeira vez, todos os 865,1 quilômetros quadrados do município, não ficando restrito às regiões já adensadas.

R$ 55

milhões

É o valor que a prefeitura deverá investir em recursos próprios em várias áreas até o fim de 2019.

SEGURANÇA Na área de segurança pública, uma das principais ações foi a realização do Curso de Formação Funcional dos agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), condição para reabilitá-los ao porte de arma de fogo. O próximo


A prefeitura implantou sistema de tempo integral na rede municipal de ensino em algumas escolas

Foto: DIvualgação Foto: Márcia Leal/PMCI

passo é a formalização de convênio com a Polícia Federal para a emissão dessa licença, concluindo uma demanda judicial com 11 anos de duração.

Aquisição de 23 novos veículos para utilização em serviços da prefeitura está entre as realizações já alcançadas do Programa de Investimentos

SAÚDE Em 2018, prosseguiram as reformas dos dois principais equipamentos de saúde de Cachoeiro: o Centro de Saúde Paulo Pereira Gomes (PPG) e o Centro Municipal de Saúde Bolívar de Abreu. As obras deverão ser concluídas no primeiro semestre de 2019. O Pronto Atendimento Dr. Gilson Carone, no bairro Sumaré, passou a funcionar em sistema

ATIVIDADE ECONÔMICA DO CACHOEIRO PIB a preços correntes - R$ 4,8 milhões (6º lugar no Estado) PIB per capita - R$ 22,8 mil (17º lugar no Estado) Valor adicionado bruto, a preços correntes: Serviços: R$ 2,3 milhões 47,9% (5º lugar no Estado) Indústria: R$ 1,1 milhão - 23% (7º lugar no Estado) Administração, Defesa, Educação, Saúde, Seguridade Social: R$ 791,2 mil - 16% (5º lugar no Estado) Impostos, líquidos de subsídios: R$ 583,1 mil - 12% (6º lugar no Estado) Agropecuária: R$ 54,1 mil 1,1% (31º lugar no Estado) Fonte: IBGE

24 horas. E o projeto Cachoeiro Mais Saúde, cujo público-alvo são moradores de rua ou de localidades distantes, ofereceu atendimento a mais de 2 mil pacientes este ano, por meio de uma clínica móvel instalada em um ônibus. Ainda em 2018, teve início o sistema de agendamento on-line de serviços prestados em 10 unidades básicas de saúde.

MEIO AMBIENTE No início de 2018, a prefeitura lançou o programa Nascentes Vivas, para proteger e recuperar áreas de nascentes. Mais de 20 propriedades rurais já foram contempladas. Houve a ampliação do número de pontos de entrega voluntária (PEVs) para coleta de materiais recicláveis, por meio do programa Vem Reciclar. EDUCAÇÃO Já são 53 PEVs, 30 deles instalados este Uma das ações mais significativas foi a ano. Também está em fase conclusão implantação do sistema de tempo integral na o documento da Política Municipal de rede municipal de ensino, pelas escolas Athayr Educação Ambiental. Cagnin – com a jornada ampliada para turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental – e QUALIDADE DE VIDA Aurora Estelitta Herkenhoff, de educação infanDesde outubro, foram inauguradas til. No tempo integral, os estudantes entram às quatro academias ao ar livre do Espaço 7h e saem às 17h, de segunda a sexta, período Viva Mais, compostas por equipamenem que participam de atividades pedagógicas tos e profissionais de educação física que incluem a Base Nacional Comum, com para a prática de exercícios nesses locais. 25 horas, além de uma parte diversificada, Até 2020, estão previstas as entregas de tanto para a educação infantil quanto para o mais 16 espaços como esses, na sede e no ensino fundamental. interior de Cachoeiro. radio.esbrasil.com.br •

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CACHOEIRO

VICTOR COELHO Cachoeiro é um celeiro de oportunidades”

O MUNICÍPIO, COM AS CONTAS EQUILIBRADAS E PAGAMENTOS EM DIA, ENTROU PARA O RANKING DAS 100 CIDADES BRASILEIRAS MAIS PROMISSORAS PARA SE FAZER NEGÓCIOS Como estão as contas do município? O município está com as contas equilibradas e pagamentos em dia. Conseguimos manter o nível da receita e trabalhamos para reduzir as despesas. Como fruto do ajuste de contas, realizado desde o início de 2017, vamos investir com recursos próprios, até o fim de 2019, em torno de R$ 55 milhões. O que mais pesa nas despesas é a folha de pagamento, por isso, estamos concretizando algumas terceirizações para diminuir o nosso índice. As informações sobre todas as escolas do município já estão no sistema educ@ci, lançado em 2017? É um processo de transição. Iniciamos o projeto-piloto em duas escolas, mas atualmente ele funciona apenas como base de dados, e não como sistema de movimentação. Enfrentamos algumas dificuldades, como falta de documentação completa dos alunos e de acesso à internet de qualidade em algumas escolas, principalmente as do interior. A Secretaria de Educação, com a Dataci (Companhia de Tecnologia da Informação de Cachoeiro de Itapemirim), está trabalhando na melhoria e correção de alguns quesitos para que o sistema funcione efetivamente em todas as escolas até o fim de 2019. Meta da gestão, o diálogo com políticos e empresários trouxe novos investimentos nacionais e internacionais? Cachoeiro é um celeiro de oportunidades. Pela primeira vez, entramos no ranking como uma das 100 cidades brasileiras mais promissoras para se fazer negócios, de acordo com levantamento da revista Exame, da Editora Abril. Expandimos nosso relacionamento para além dos nossos limites geográficos, inclusive com assinatura de irmanamento com a cidade de Nan’an, na China, e queremos investir cada vez mais no nosso potencial logístico para atrair mais investidores. Também mantemos um bom relacionamento com os poderes das esferas estadual e federal, na busca de recursos. Estruturamos um Escritório de Projetos que trabalha exclusivamente na captação de recursos para viabilização de várias obras. Implantamos o caminho inverso nesse processo, que é primeiro elaborar os projetos para 132

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depois buscar a verba, uma vez que muitos repasses eram perdidos por falta de projetos estruturados para liberação. Houve aumento no número de visitantes na cidade e nos recursos gerados pelo turismo? Nossa cidade tem um grande potencial turístico a ser explorado. Estamos geograficamente posicionados a praticamente 40 km do litoral e a 40 km das montanhas. Além disso, apresentamos o diferencial que poucas cidades têm, que é o turismo cultural. Nesses primeiros anos, tivemos algumas atividades priorizando esse segmento e colocamos nosso município no Mapa do Turismo do Brasil, além de participarmos de dois eventos fundamentais e de grande representatividade: o do Fostur (Fórum dos Secretários Municipais de Turismo do Espírito Santo) e o do Contures (Conselho de Turismo do Estado do Espírito Santo). Ainda que tímidos, estamos trabalhando para colocar Cachoeiro na rota brasileira de turismo. Quais são as prioridades para 2019? Nosso foco principal é garantir que os projetos sejam bem elaborados, evitando paralisação de obras e perda ou devolução de recursos. Algumas que aparentemente já estavam contratadas precisaram ser replanilhadas para proporcionar um resultado ainda melhor para a população. Em breve entregaremos a reforma do Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes e do Centro de Saúde Bolívar de Abreu, que são demandas importantes para toda a população cachoeirense. Grandes obras, como a macrodrenagem do bairro Nova Brasília/ Linha Vermelha, que vai solucionar um problema sério e antigo na cidade, exigem muita atenção e dedicação das equipes. Esta última que citei agora, já com liberação do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), aguardando apenas a assinatura para contratação. Outras, que estavam com pendências nos órgãos responsáveis, foram por nós revisadas e reorganizadas para execução em 2019, como o armamento da Guarda Municipal e o estacionamento rotativo, que é muito esperado pela população, principalmente pelos comerciantes. Nossa missão é planejar, organizar e garantir a obra até seu final.



PRESIDENTE KENNEDY

Em 2018 foram entregues 39 casas populares e outras 126 estão sendo construídas

NOVOS INVESTIMENTOS E PARCERIAS PARA CRESCER EM KENNEDY DESTAQUE ECONÔMICO DO LITORAL SUL, CIDADE SE PLANEJA PARA RECEBER O PORTO CENTRAL. SANEAMENTO BÁSICO E HABITAÇÃO TAMBÉM SÃO PRIORIDADES

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ocalizada no extremo sul do Espírito Santo, a cidade de Presidente Kennedy, uma das mais novas do Estado, chega aos 55 anos de emancipação política ostentando o status de destaque econômico em sua região. Pequeno em tamanho, mas grande em potencial e riqueza, o município com 11.309 moradores tem uma generosa costa litorânea cujas descobertas relativamente recentes do chamado “ouro negro” foram essenciais para seu impulso financeiro. A principal atividade produtiva local é a petrolífera, responsável por 90% da arrecadação aos cofres municipais. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), nos primeiros quatro meses deste ano, Kennedy recebeu R$ 46.619.641,82 em royalties, uma compensação dada pelas empresas exploradoras do recurso no seu campo marítimo. A quantia é superior à registrada do mesmo período de 2017 (R$ 41.902.843,08). A expectativa é que os números consolidados de 2018 apontem um crescimento ainda mais robusto dessa receita. “E para 2019, esperamos um aumento na arrecadação devido a novos postos que foram leiloados no início deste ano pela ANP”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José Augusto Paiva. Além desses repasses, a prefeitura mantém um fundo de investimento no qual aloca os demais recursos provenientes desse resultado extrativista ao longo do tempo, cujo valor já chega a R$ 1 bilhão, mais os juros. Apesar de tanta riqueza, é possível encontrar vários problemas de infraestrutura que afligem os moradores. Um deles é o esgoto que corre a céu aberto. Diante desse quadro, o poder público promete eliminar as

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Novo Centro Municipal de Educação Infantil atende 250 crianças em tempo integral

deficiências em saneamento básico por meio de projetos já em andamento. “Estamos em licitação de 11 estações de tratamento para fazer a coleta de 100% do esgoto. Na zona rural, nossa intenção é instalar os digestores. Com isso, a estimativa é ter todo o esgoto tratado em Kennedy no prazo máximo de quatro anos”, explicou o secretário. Um dado divulgado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) em dezembro aponta que o município não só perdeu o posto de maior PIB per capita do país para Paulínia (SP) como foi parar na 17ª posição na tabela, apesar de ainda liderar no Espírito Santo. As cifras comparam o desempenho de 2015 com o mais recente, de 2016,


Obras da rodovia que liga Kennedy à BR 101

Estações estão sendo construídas para tratar 100% do esgoto

que mostra queda de R$ 513 mil para R$ 169 mil nesse indicador. A baixa foi atribuída à retração nos preços internacionais do petróleo observadas naquela época. NOVAS PERSPECTIVAS Melhorar a infraestrutura é uma necessidade regional urgente. Segundo um estudo contratado pela prefeitura, até 2025 a população da cidade pode dobrar por conta da expectativa da construção do Porto Central. As obras estão previstas para começar em 2019 e devem abrir cerca de 7 mil vagas de trabalho. Com a projeção de mais empregos, empresas e habitantes, Presidente Kennedy virou um canteiro de obras. Mais de 100 quilômetros de estradas estão sendo pavimentados para receber o megaempreendimento da iniciativa privada, orçado em mais R$ 3 bilhões. A municipalidade vem construindo creches, praças, postos de saúde e casas – serão mais de 700 imóveis edificados. O aporte financeiro nessas intervenções é de R$ 75 milhões, dinheiro proveniente de royalties. “O município está se preparando. Estamos na expectativa de receber novos empreendedores para alavancar a economia, além de melhorar a vida da população”, disse a prefeita Amanda Rangel. Para dar suporte aos negócios que serão atraídos ou incentivados pelo terminal marítimo,

R$ 50 milhões já foram depositados em um fundo de apoio recém-criado pelo governo do Estado, o Fundesul Presidente Kennedy. As linhas, geridas financeiramente pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), começaram a operar em outubro. “É a oportunidade de a população conseguir crédito com as melhores taxas de juros do mercado para investir no próprio negócio. Além disso, é a chance de investidores de outros municípios se instalarem em Presidente Kennedy e, com isso, gerar emprego e renda”, afirmou José Augusto Paiva. DESTAQUES 2018 Entre burocracias e entraves, 2018 foi um ano relevante para a cidade, que ganhou um Centro de Especialidades Médicas (CEM), o maior anseio da população. O espaço, que conta com 17 especialidades, passou a funcionar em outubro e trouxe mais agilidade aos atendimentos. “É uma forma rápida e diferenciada de oferecer serviços de saúde de qualidade. O paciente recebe o encaminhamento da unidade básica de saúde onde iniciou o tratamento e comparece ao CEM com dia e hora marcados”, explicou o secretário de Saúde, Valdinei Costalonga. A área da educação também apresentou avanços notáveis. A cidade, que já tinha alcançado bons resultados no Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2017, manteve a média de 6,0 pontos. E em 2018 houve melhorias na oferta da merenda escolar para os alunos, além da implantação de mais duas instituições de ensino – uma delas a creche municipal. Kennedy colhe os frutos do Programa de Desenvolvimento do Ensino Superior e Técnico (Prodes), implementado há oito anos. A iniciativa, que oferece bolsas integrais de estudo, já beneficiou 655 alunos matriculados em cursos superiores, 128 na etapa da pós-graduação e 50 na fase do mestrado. Um dos contemplados é o servidor público Lico Gomes, 65, que a um passo da formatura é exemplo de inspiração para a comunidade. “Nunca consegui estudar no ano correspondente à minha idade. Mas isso não me desanimou. Quando a prefeitura lançou o programa, minha família me incentivou, e eu decidi cursar Biologia”, contou. Destaque também para as obras. Em 2018, o município manteve o que já vinha sendo feito em 2017 e continuou investindo nas vias que dão acesso à sede, com pavimentação e infraestrutura. Entre as medidas estão a aplicação de camadas de asfalto no trecho entre a comunidade de Água Preta e a cidade de Atílio Vivacqua e a construção da rodovia que liga Kennedy à BR 101. “Pretendemos entregar todos os projetos até o fim do ano, pois sabemos da importância dessa estrada para os futuros empreendimentos que irão se instalar aqui”, garantiu o secretário de Obras, Miguel Ângelo Qualhano. A assistência social também registrou progressos. Muitas famílias conseguiram realizar o sonho da casa própria. Em 2018 foram entregues 24 imóveis populares, e outros 126 estão em estágio de edificações. Assim, aos poucos, o déficit habitacional vai se reduzindo. “É muito gratificante fazer parte de todas essas conquistas. Mas seguiremos trabalhando para encontrar soluções que levem qualidade de vida para a população”, declarou a prefeita Amanda Quinta. radio.esbrasil.com.br •

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PRESIDENTE KENNEDY

AMANDA QUINTA Nossa meta é ter esgoto tratado em toda a extensão de Presidente Kennedy”

HÁ SEIS ANOS COMANDANDO PRESIDENTE KENNEDY, A PREFEITA ENFRENTA UM DESAFIO: PREPARAR O MUNICÍPIO PARA RECEBER UM DOS MAIORES INVESTIMENTOS DO ESTADO O que melhorou em 2018 em saneamento básico, um dos grandes desafios do município? Estamos com o Plano Municipal de Saneamento em curso, que é um norteador das nossas ações para solucionar essa questão. Investimentos importantes foram feitos, como as obras nas comunidades de Santa Lúcia e Praia de Marobá. Esse é um dos principais desafios do município atualmente. Nossa meta é ter esgoto tratado em toda a extensão de Presidente Kennedy. O que a população ganhou em melhoria na prestação dos demais serviços públicos? A cidade foi a que mais investiu em saúde e educação. Um exemplo é a Farmácia Municipal, que distribui remédios gratuitamente. Também não falta atendimento à atenção básica para a população. Na educação, garantimos melhorias na estrutura das escolas para professores e alunos, além do Programa Desenvolvimento do Ensino Técnico e Superior (Prodes), no qual os alunos têm bolsa de estudo integral para fazer faculdade. Já na agricultura, há programas que garantem que a produção das famílias do campo aconteça o ano inteiro. Destaco, ainda, o programa Loteamento de Interesse Social (LIS), que beneficia a população em situação de risco social com casas populares. Qual o peso das atividades de pecuária e agricultura na economia local? A agricultura e a pecuária têm um peso muito grande. Temos o programa de recuperação de pastagens, fazemos barragens, terraços e caixas secas nas propriedades e distribuímos ração 136

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farelada balanceada para a alimentação do gado. Isso tudo, mais o empenho de cada família, faz com que a cidade seja hoje a maior produtora de leite do Sul do Estado. Quais os avanços gerados pelo projeto de implantação do Porto Central que já são realidade em Kennedy? Temos feito várias intervenções para garantir infraestrutura e serviços, pensando no crescimento que a cidade vai experimentar com a chegada do porto. Entre as ações, destaco a construção de 17 quilômetros da rodovia que vai ligar a BR 101 à sede do município, além de um programa de asfaltamento de 160 km de estradas municipais, dos quais cerca de 100 já foram concluídos. O que não deu para fazer ainda e que será estratégico nos próximos dois anos? Nosso principal desafio é o saneamento. Mas temos o Planejamento Estratégico Presidente Kennedy 2018-2035, que contempla ações da atual gestão e das próximas administrações. É um material técnico, com um diagnóstico completo, apontando suas necessidades e mostrando ações e metas prioritárias a serem desenvolvidas. O documento foi elaborado com a participação popular, através de audiências públicas. As sugestões recebidas foram acolhidas e formatadas para fazer parte do documento. O que o Fundesul Presidente Kennedy pode trazer para a economia do município? Esse recurso poderá ser um divisor de águas na história do desenvolvimento econômico da cidade. A prefeitura fez um aporte de R$ 50 milhões no fundo para ofertar seis linhas de crédito, com recursos disponíveis de R$ 50 mil a R$ 20 milhões. É a principal ferramenta de ampliação de novos investimentos nos empreendimentos locais, gerando emprego, renda e oportunidade.



POLÍTICA

A polarização do processo eleitoral gerou ameaças, agressões e uma “enxurrada” de fake news nas redes sociais

2018: #RESPEITOSAIUDOGRUPO O RADICALISMO DE “COXINHAS” E “MORTADELAS” RETRATOU UMA SOCIEDADE POUCO CAPAZ DE SUSTENTAR A VERDADEIRA BASE DA DEMOCRACIA: O DIÁLOGO

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uita coisa ocorreu no cenário político brasileiro em 2018. Por motivos diversos, alguns desses acontecimentos nem mesmo tiveram o merecido destaque, mas o que marcou mesmo o ano foram os embates nas redes sociais durante o processo eleitoral. A polarização que teve início em 2006, com a oposição entre PSDB e PT, mostrou-se ainda mais acirrada com um novo protagonista. A proporção que tomaram algumas “defesas de opinião” mais acaloradas foi tamanha que culminou em estatísticas da violência. Levantamento realizado pela Pública em parceria com a Open Knowledge Brasil apontou o registro de pelo menos 50 ataques no país, somente nos 10 primeiros dias de outubro. Uma jornalista esfaqueada e ameaçada de estupro e um carro jogado em cima de um jovem com camiseta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que conversava em frente ao bar são dois exemplos das vítimas da extrema-direita. Por outro lado, entre os casos de barbárie causados por radicais de esquerda, está o de um professor da Universidade Federal do Recôncavo

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Baiano (UFRB) que atropelou comerciantes que vendiam camisetas de Jair Bolsonaro. E o próprio então candidato do PSL, hoje eleito, levou uma facada durante a campanha, no dia 6 de setembro, quando andava pelas ruas de Juiz de Fora (MG). Analista de mídias sociais, o jornalista Fernando Mendes relembra que foi a partir da primeira eleição do democrata Barack Obama à presidência dos Estados Unidos que o mundo entendeu o poder dessas redes e passou a dispensar a esses canais um olhar mais atencioso. Mais recentemente, esse foco foi redobrado por parte dos especialistas diante do episódio envolvendo a Cambridge Analytics, empresa que participou da campanha de Donald Trump. A organização obteve dados sigilosos de 50 milhões de usuários do Facebook e usou as informações para ajudar o magnata republicano a vencer a corrida à Casa Branca em 2016. No entanto, destaca Mendes, o que se viu no Brasil em 2018 foi algo bem atípico, um movimento impulsionado pelo advento das fake news e “o crescimento estrondoso do WhatsApp”, uma rede social ainda sem muito controle: “Por não ser medida, não há como


Em 6 de setembro, Bolsonaro cumpria agenda em Juiz de Fora (MG) quando levou uma facada no abdômen. O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso no mesmo dia

monitorá-la, mas tende a ser usada para replicar o conteúdo das demais mídias”. No Brasil, a batalha foi bastante influenciada pela possibilidade de rastrear plataformas como Instagram, Facebook e Twitter e pela exploração de perfis falsos. “Uma quantidade imensa de robôs foi empregada tanto para responder aos usuários, quanto para criar sentimentos. Então os profissionais isolavam alguns grupos nas redes sociais e usavam várias fakes para dar uma impressão de que havia um volume grande de pessoas que pensavam daquela determinada forma, defendendo certa opinião. E como o eleitor brasileiro tem um comportamento muito parecido ao de uma torcida de futebol, não gosta de perder o voto, decide muito por quem está ganhando as pesquisas”, explica. O jornalista ressalta o impacto negativo do clima instalado. “Excesso de polarização, sem muita ideologia, dominado pela pessoalidade. Bolsonaro representou um pensamento e um sentimento brasileiro que há muito tempo parecia adormecido, as pessoas não tinham coragem de expor. Seguindo bem o modelo Trump, fala coisas que às vezes chocam, que não são politicamente corretas, mas é a opinião dele e é preciso respeitar. Então as pessoas ficaram mais à vontade para fazer o mesmo.”

E m r e s u m o, n o a n o e m q u e o #RespeitoSaiudoGrupo, as fake news encontraram solo fértil para se propagar. “Um ponto muito negativo de tudo isso é que a polarização excessiva levou à intolerância, e os debates foram pouquíssimos. Se você se colocava a favor de Bolsonaro, era fascista. E se declarava estar do lado de Fernando Haddad (candidato do PT que também foi para o segundo turno), era comunista. Ambos os grupos muito inflamados, o que foi muito ruim para democracia”, finaliza Mendes. SOB NOVA DIREÇÃO Diz a sabedoria popular que “em time que está vencendo não se mexe”. Após a eleição, Jair Bolsonaro manteve a aposta no relacionamento construído com seus simpatizantes via redes sociais, embora a imprensa comece a ganhar um pouco mais de atenção. “O processo de transição em curso tem reforçado o que pode ser chamado de ‘estilo Bolsonaro de comunicação’. Todos os ministros tiveram seus nomes anunciados primeiramente na conta de Twitter do presidente eleito. Informações relevantes também têm sido divulgadas na plataforma. Até o momento, Bolsonaro vem obtendo êxito em sua estratégia de comunicação. Pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da

Indústria (CNI) e realizada entre 29 de novembro e 2 de dezembro mostra que 75% dos brasileiros consideram que ele e sua equipe estão no caminho certo, enquanto apenas 14% responderam que o rumo está errado”, aponta o cientista político André Cesar Pereira. O analista classifica a indicação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça como um dos “maiores acertos políticos” do futuro chefe da nação, mas nem todas as decisões se apresentaram assim. “A política vive de símbolos e, por isso, a simbologia de Moro no combate à corrupção e como maior algoz de Lula é forte, robusta. Os outros ministros já anunciados não trouxeram grandes ruídos. Os maiores ruídos e críticas, entretanto, deram-se na indicação de Ernesto Araújo a ministro das Relações Exteriores, bem como nas intervenções em que Bolsonaro trata de temas afeitos à diplomacia”, cita. Os primeiros 20 dias após o resultado das urnas foram marcados por afirmações do novo presidente seguidas rapidamente de negações, diante da repercussão ruim. Doutor em Sociologia, o professor Rodrigo Augusto Prando, pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie, comenta que saber voltar atrás é uma virtude, mas o ato de avançar e recuar constantemente denota, no meio militar, falta de estratégia e tática. “O novo governo – ainda que não empossado – acaba por receber críticas, como a do post de uma jovem que se tornou meme, com os seguintes dizeres: ‘Me identifico muito com o governo Bolsonaro. Não tenho noção do que estou fazendo na vida, tomo decisões e depois volto atrás, finjo ter controle das coisas, mas estou mais perdida que cega em tiroteio’”, avaliou Prando, destacando que, apesar de não ter sido uma crítica vinda de intelectuais ou jornalistas,

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POLÍTICA

Os eleitores de esquerda garantiram 47.040.906 votos para Haddad (44,87%), que venceu em 11 estados e seis capitais

capturou “espetacularmente” o que vinha se desenhando. Um dos compromissos assumidos pelo “mito” com seus eleitores foi o de reduzir a 15 o número de ministérios. Mas o enxugamento da máquina estatal deve se limitar a 22 pastas – hoje são 29. “O brasileiro esperava o fim de algumas pastas, mas certamente não a do Trabalho, especialmente em um cenário em que a legislação trabalhista ainda não foi capaz de se adequar às novas regras da reforma, que já demonstra necessidade de ajustes. Essa medida representa mais uma afronta e desrespeito a toda a luta da classe trabalhadora, que, ao que tudo indica, vai mais uma vez pagar a maior parte da conta”, aponta a advogada trabalhista Deborah Santos de Resende, que já atuou com sindicatos e hoje trabalha na esfera privada.

“Não há dúvida de que o velho paternalismo terá de ser substituído por formas mais modernas de proteção social. Mas a flexibilização deve resultar em racionalização, não num vale-tudo que transforme a globalização num avanço mercantil capaz de devolver o trabalhador ao século 19”, aponta o advogado Samir Nemer, certificado em Fusões e Aquisições pelo New York Institute of Finance e membro da Academia Brasileira de Direito Tributário. DE VOLTA AO PALÁCIO Em janeiro de 2019, Renato Casagrande (PSB) retorna ao posto de governador do Espírito Santo, o qual já ocupou de 2011 a 2014. Ele obteve 1.072.224 votos, o que corresponde a 55,49% dos válidos. O segundo colocado, com 525.973, foi o deputado federal Carlos Manato (PSL),

AS URNAS NACIONAIS

13 governadores eleitos no 1º turno 85% de renovação do Senado, a maior da história 240 deputados reeleitos 53,2% de renovação na Câmara Federal 51% a mais de mulheres deputadas Fonte: Fonte TRE

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que será secretário especial para Câmara Federal na gestão Bolsonaro, cargo vinculado à Casa Civil e cuja função é ajudar o Planalto na articulação política com o Congresso. Logo após a vitória, Casagrande instaurou uma comissão para analisar os contratos planejados pelo atual chefe do Executivo, Paulo Hartung (sem partido), e prometeu finalizar os que foram interrompidos. “Vamos analisar edital por edital e contratos anunciados nos últimos meses para fazer tudo com responsabilidade”, enfatizou. Com relação ao desafio de trazer recursos federais, disse estar sereno. “Tenho facilidade de conversar, sou tranquilo para dialogar mesmo com quem pensa diferente de mim e terei capacidade para conversar com o novo presidente.” Entre os anúncios que ganharam destaque estão o aquaviário e a garantia de que o Banestes não será privatizado, mas a permanência do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) será avaliada.“O aquaviário faz parte do nosso planejamento. Vamos fazer parceria com o setor privado para integração com o Transcol”, afirmou. A abertura do BRT, o corredor exclusivo para ônibus, também vai ser iniciada na Grande Vitória. “Mas não será possível concluir dentro dos próximos quatro anos, porque ainda temos obras que precisam ser feitas, como a ampliação de vias, a construção de viadutos, a melhoria da mobilidade no transporte coletivo e nos automóveis”, explicou.


Já os de Bolsonaro (PSL) garantiram 57.797.847 votos (55,13%). O novo presidente venceu em 15 estados, no Distrito Federal e em 21 capitais

LEGADO HARTUNG Além de se tornar referência no equilíbrio das contas públicas, Paulo Hartung conquistou outros importantes resultados em sua gestão. No ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Estado obteve 4,4 pontos, o maior do país, embora não tenha atingido a meta de 5,1. “O Espírito Santo já esteve em 14º lugar no mesmo indicador. Alcançar o topo foi uma obra coletiva protagonizada por professores e pedagogos”, declarou Hartung. O ponto alto da sua administração foi o programa Escola Viva, cuja marca é a

Após obter 1.072.224 votos, Renato Casagrande (PSB) volta ao comando do Palácio Anchieta, onde esteve entre 2011 e 2014. Engenheiro florestal e bacharel em Direito, já foi deputado estadual, deputado federal, secretário de Estado e vice-governador

Congresso Nacional será renovado em 2019, com índices históricos

presença do aluno em tempo integral na unidade educacional. Mas o governador admite que é preciso construir novos padrões de ensino. “Chegamos à conclusão de que nosso modelo de educação não deve ser o brasileiro, mas sim as melhores experiências educacionais que existem pelo mundo, com a da Coreia do Sul.” Em relação à segurança pública, o primeiro semestre deste ano registrou o menor número de homicídios desde 1989. E no mesmo período também houve queda nos feminicídios.

RENOVAÇÃO As eleições de 2018 trouxeram uma renovação histórica para o Congresso Nacional. Os estreantes serão maioria no Senado na próxima legislatura: 54 dos 81 integrantes da Casa. Foi um pleito que derrubou líderes de partidos tradicionais, incluindo o presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE). O cientista político André Cesar Pereira explica que esse alto índice de novatos, o maior desde a redemocratização, surpreendeu, uma vez que o fundo eleitoral e partidário ficou concentrado nas mãos dos “caciques” e o tempo de TV foi menor para que os “calouros” apresentassem suas propostas. “O anseio popular por mudanças desaguou no pleito de outubro, surpreendendo, em larga medida, analistas e institutos de pesquisa, que não conseguiram captar esse movimento”, observou. Pereira enfatiza que a televisão perdeu a hegemonia como meio de transmissão das mensagens dos postulantes aos cargos públicos. “Nesse sentido, Bolsonaro saiu na frente e se utilizou de maneira inteligente das redes sociais. O que a princípio era uma desvantagem (o reduzido tempo de TV a que tinha direito) logo se transformou em seu grande ativo de campanha, via redes sociais.” O pequeno PSL se destacou e terá, além do novo comandante do país, a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados: 51 cadeiras, 12 delas no Rio de Janeiro, reduto eleitoral de Jair Bolsonaro. Mesmo em meio a tantos protestos e denúncias de corrupção que radio.esbrasil.com.br •

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POLÍTICA

Professor, palestrante, ativista humanitário e delegado da Polícia Civil desde 1992, Fabiano Contarato (Rede) recebeu 1.117.036 (31,15%) votos válidos

permaneceram após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff envolvendo o PT, a sigla foi a que emplacou o maior número de deputados, garantindo 57 na Câmara Federal. No entanto, o desempenho da legenda ficou aquém do de 2014, quando conduziu 68. Os republicanos do PRB, ligados à Igreja Universal, da mesma forma que o PSL, conquistaram 30 na Casa, nove a mais que há quatro anos. Historicamente uma das principais forças do Congresso, o MDB, do presidente Michel Temer, foi um dos grupos que mais perderam nas urnas. Terá 22 deputados a menos que no atual mandato, baixando para 33. Na mesma lista de grandes derrotados está o PSDB. Os tucanos, que em 2014 conquistaram 54 cadeiras, nos próximos quatro anos terão apenas 29, das 513 da Casa. Membro da Igreja Batista, a jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP) foi a mulher com o

Após três mandatos no Executivo estadual, Paulo Hartung diz que irá atuar junto à iniciativa privada, mas não deverá se distanciar da política

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Marcos Do Val obteve 863.359 votos (24,08%) e garantiu a segunda vaga no Senado

maior número de votos da história do país, alcançando 1.078.666. Em contrapartida, a bancada religiosa perdeu seu principal representante: o senador Magno Malta (PR-ES), que ficou em terceiro na disputa pelas duas vagas a que o Espírito Santo tinha direito e não conseguiu se reeleger. Voltando à corrida presidencial, o resultado menos esperado ficou por conta dos votos obtidos por Marina Silva (Rede). A ambientalista terminou sua terceira disputa em oitavo lugar. BANCADA CAPIXABA O resultado no Senado foi a maior surpresa do pleito. Isso porque, apesar de a vitória de Fabiano Contarato (Rede) ter sido dada como certa mesmo antes da votação, a segunda vaga foi garantida por Marcos Do Val (PPS). Os dois venceram os atuais parlamentares do Estado na Casa: Magno Malta (PR) – que chegou a ser convidado por Bolsonaro a

compor a chapa como vice-presidente, mas ficou de fora do time de ministros – e Ricardo Ferraço (PSDB). A renovação também foi a marca entre os candidatos à Câmara Federal. Para as 10 cadeiras que o Espírito Santo deve ocupar, há cinco novos representantes. Amaro Neto (PRB) recebeu 181.813 votos, mais que o dobro que o segundo na preferência, Felipe Rigoni (PSB), com 84.405. O jornalista Ted Conti (PSB) vai assumir a vaga do deputado federal Paulo Foletto, que se afasta do cargo para assumir o comando da Secretaria de de Estado da Agricultura. “É um momento complexo da vida brasileira, com uma forte crise fiscal que atinge os estados. Tudo dependerá de qual o tipo de relação que será estabelecida entre os eleitos e o Congresso, e com suas assembleias legislativas, especialmente quanto às pautas prioritárias definidas em campanha”, avalia o cientista político Darlan Campos, da República Marketing Político. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Para a Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Sergio Majeski (PSB) foi o mais votado, com o apoio de 47.015 eleitores (2,41% da preferência). A renovação na Casa também foi de 50%. Além de Majeski, mais 14 parlamentares foram reeleitos. Na Ales, um dos destaques do ano ficou por conta das ações de redução de custos: 50% do valor das funções gratificadas, o que gerou uma economia de R$ 2 milhões; 25% no contrato de serviços postais (-R$ 104 mil por ano); 70% no contrato de telefonia fixa (-R$ 51 mil); 27% nos gastos com telefonia móvel (-R$ 92 mil); 59% do contrato de reprografia (-R$ 229 mil); e 25% do contrato de limpeza e manutenção, o que totaliza uma economia anual de mais de R$ 611 mil, entre outros cortes. “Estamos deixando o caixa sanado. Não deixamos pendências para a próxima Mesa”, garantiu o presidente da Casa, deputado Erick Musso. O parlamentar assegurou que irá contribuir para a continuidade das melhorias. “Espero que o próximo presidente faça ainda mais, porque as entregas da Assembleia foram para todo o povo do Espírito Santo, que merece ter um parlamento cada vez mais aberto à população. Estaremos dando toda a condição necessária para que o governador eleito, Renato Casagrande, possa fazer nosso Estado cada vez mais desenvolvido social e economicamente”, declarou o deputado reeleito.




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