LFS: uma discussão sobre desempenho e processo projetual.

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UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO ARQUITETURA E URBANISMO

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

VILA VELHA 2018


NÚBIA SANTANNA VIEIRA

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, com requisito parcial para obtenção do grau em Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª. Me. Ana Dieuzeide.

VILA VELHA 2018


NÚBIA SANTANNA VIEIRA

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, com requisito parcial para obtenção do grau em Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Profª. Me. Ana Dieuzeide.

Aprovado em _______ de _________ de 20____.

COMISSÃO EXAMINADORA:

_________________________________ Prof. Me. Ana Dieuzeide Santos Souza Orientadora.

_________________________________ Prof. Me. Augusto Cezar Gomes Braga Examinador interno.

_________________________________ Arquiteta Jordana Bernabé Coelho Examinador externo.


A Deus; A minha famĂ­lia; A meus amigos.


AGRADECIMENTOS A Deus, pela força e graça concedida para realização desse trabalho. A minha família, meus pais e meus irmãos que sempre me apoiaram e ajudaram nos momentos difíceis. A meu noivo Diego, por todo amor, carinho e compreensão. Aos colegas de faculdade que de alguma forma ajudaram a chegar até aqui com um gesto de companhia e amizade. A todos os professores que se dedicaram para nos transmitir todo seu conhecimento, e em especial a minha orientadora Ana Dieuzeide Santos Souza que sempre me orientou de forma dedicada e paciente, e também ao meu Co-orientador Augusto Cezar, que sempre me deu dicas e auxílios quando precisei. A todos que de alguma forma contribuíram para meu crescimento profissional e pessoal ao decorrer desses anos de graduação.


“Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. Não é preciso muito para ser muito. ” Lina Bo Bardi.


RESUMO Diante da preocupação com o meio ambiente, empreendimentos mais sustentáveis começam a ser exigidos. Neste cenário, algumas normas começam a evoluir a fim de garantir aos projetistas um maior conhecimento dos materiais empregados na indústria da construção civil. Esse trabalho tem como objetivo a análise de um sistema construtivo ainda em aceitação no Brasil, o Light Steel Frame (LSF), em relação às especificidades projetuais e o desempenho de suas vedações verticais. O estudo realizado nesse trabalho é feito a partir de levantamento dos dados disponíveis em manuais, artigos, dissertações, monografias e normas técnicas sobre os sistemas construtivos em estudo e do desenvolvimento de um ensaio projetual. Utiliza-se como parâmetro para esse estudo a comparação com o sistema de ampla utilização no Brasil, o sistema convencional de alvenaria de blocos cerâmicos. Uma das comparações é feita a partir de critérios da Norma de Desempenho, como: conforto térmico e acústico, segurança estrutural e contra incêndio, estanqueidade, durabilidade e manutenção. Apresenta-se também a comparação do LSF com o sistema convencional em relação ao processo projetual, a partir do desenvolvimento de um projeto arquitetônico de um módulo emergencial. Palavras-chave: Light Steel Frame, Sistema Convencional, NBR 15575/2013, Desempenho, Processo Projetual.


ABSTRAT Given the concern with the environment, more sustainable ventures are beginning to be demanded, and in this scenario some standards begin to evolve in order to guarantee designers a better knowledge of the materials used in the construction industry. This work aims at the analysis of a constructive system still inacceptance in Brazil, th e Light Steel Frame (LSF) in relation tothe project specifics and performance of their vertical seals. The study of this work is done from the informationavailable in books, articles, dissert ations, monographs andtechnical standards on the constructive systems under study and the development of a test project. It is used as a parameter for this study the comparison withthe system of wide use in Brazil, the conventional system ofceramic blocks. One of the comparisons is made from Standardperformance criteria, such as: thermal and

acoustic

comfort,

structural

safety and

fire-fighting,

water tightness,

durabilityand maintenance. It presents also the comparison of the LSFwith the conve ntional system in relation to the designprocess, from the development of an architect ural design of an emergency module.

Keywords: Light Steel Frame, Conventional System, NBR 15575/2013, Performance, Project Process.


SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18

1.1.

CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................ 18

1.2.

JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 19

1.3.

OBJETIVO ................................................................................................... 20

1.3.1.

Objetivo Geral .............................................................................................. 20

1.3.2.

Objetivo Específico....................................................................................... 20

1.4.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................... 20

1.5.

ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 22

2.

CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS................................... 24

2.1.

SISTEMA LIGHT STEEL FRAME (LSF) ...................................................... 24

2.2.

SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL ............................................. 30

3.

A NBR 15575/2013 E O DESEMPENHO DOS SISTEMAS ABORDADOS ....................... 36

3.1.

NORMA DE DESEMPENHO ABNT 15575/2013 ......................................... 36

3.1.1.

Critérios adotados ........................................................................................ 37

3.2.

COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADOTADOS PARA ESTUDO ................. 38

3.3.

ANÁLISE DE DESEMPENHO SOB A ÓTICA DA NBR 15575/2013 ........... 40

3.3.1.

ANÁLISE DO DESEMPENHO ESTRUTURAL ............................................ 41

3.3.1.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho estrutural ..................................... 42

3.3.1.2.

Sistema LSF: Desempenho estrutural ...................................................... 43

3.3.1.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho estrutural ................................ 45

3.3.2.

ANÁLISE CONTRA FOGO .......................................................................... 46

3.3.2.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho contra fogo .................................. 47

3.3.2.2.

Sistema LSF: Desempenho contra fogo ................................................... 48

3.3.2.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho contra fogo ............................. 48

3.3.3.

ANÁLISE DE ESTANQUEIDADE................................................................. 49

3.3.3.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho de estanqueidade ........................ 50

3.3.3.2.

Sistema LSF: Desempenho de estanqueidade ......................................... 51

3.3.3.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho de estanqueidade ................... 51

3.3.4.

ANÁLISE DESEMPENHO TÉRMICO .......................................................... 52

3.3.4.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho térmico ........................................ 54

3.3.4.2.

Sistema LSF: Desempenho térmico ......................................................... 54

3.3.4.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho térmico .................................... 56

3.3.5.

ANÁLISE DESEMPENHO ACÚSTICO ........................................................ 57


3.3.5.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho acústico ....................................... 58

3.3.5.2.

Sistema LSF: Desempenho acústico ........................................................ 59

3.3.5.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho acústico .................................. 59

3.3.6.

ANÁLISE DE DURABILIDADE E MANUTENÇÃO ....................................... 60

3.3.6.1.

Alvenaria Convencional: Durabilidade e manutenção ............................... 61

3.3.6.2.

Sistema LSF: Durabilidade e manutenção ................................................ 62

3.3.6.3.

Comparação dos sistemas: Durabilidade e manutenção .......................... 63

3.3.7. 4.

SINTESE DAS ANÁLISES E RESULTADOS .............................................. 63

O PROCESSO PROJETUAL EM LSF ........................................................................ 69

4.1 ENSAIO PROJETUAL ......................................................................................... 72 4.1.1 DIRETRIZES PROJETUAIS ............................................................................. 73 4.1.2 COMPONENTES DO PROJETO ..................................................................... 74 4.2.2.1 FUNDAÇÃO .................................................................................................. 75 4.2.2.2 PAINÉIS ........................................................................................................ 75 4.2.2.3 FECHAMENTO VERTICAL ........................................................................... 78 4.2.2.4 LAJE .............................................................................................................. 80 4.2.2.5 COBERTURA ................................................................................................ 81 4.2.2.6 ELEMENTOS DE FACHADA ........................................................................ 82 4.2 PROCESSO DE MONTAGEM ............................................................................ 82 4.3 PERCEPÇÕES SOBRE O PROCESSO DE PROJETO EM ANÁLISE ............... 84 5.

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 88

6.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 91

7.

APÊNDICE ........................................................................................................... 98


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Diagrama das etapas da pesquisa. ............................................................ 21 Figura 2: Esqueleto do sistema LSF. ........................................................................ 25 Figura 3: Esquema do Sistema LSF.......................................................................... 26 Figura 4: Contraventamento em “X”. ......................................................................... 28 Figura 5: Fechamento com placa cimentícia. ............................................................ 29 Figura 6: Construção Sistema Convencional. ........................................................... 30 Figura 7: Esquema dos componentes do sistema convencional. .............................. 32 Figura 8: Vedação do sistema convencional com bloco cerâmico. ........................... 32 Figura 9: Diagrama dos critérios abordados pela NBR 15.575/2013. ....................... 37 Figura 10: Diagrama dos critérios adotados para comparação. ................................ 38 Figura 11: Esquema da composição da parede: Alvenaria. ...................................... 38 Figura 12: Configuração utilizada para análise de desempenho térmico e acústico. 39 Figura 13: Configuração utilizada para análise de desempenho estrutural, estanqueidade e durabilidade e manutenção. ........................................................... 39 Figura 14: Configuração utilizada para análise de desempenho contra fogo. ........... 39 Figura 15: Zoneamento Bioclimático brasileiro.......................................................... 52 Figura 16: Esquema da composição do LSF para análise de desempenho térmico. 55 Figura 17: Perspectiva do módulo emergencial. ....................................................... 73 Figura 18: Planta baixa do módulo desenvolvida sobre malha modular. .................. 74 Figura 20: Detalhe da fixação do painel na fundação em concreto. .......................... 75 Figura 21: Planta de perfis, com destaque para o painel 1. ...................................... 76 Figura 22: Montagem do painel 1. ............................................................................. 76 Figura 23: Encaixe de perfis no encontro T de paredes. ........................................... 77 Figura 24: Encaixe de perfis no encontro L de paredes. ........................................... 77 Figura 25: Encaixe de perfis na presença de vãos. ................................................... 78 Figura 26: Composição do painel. ............................................................................. 78 Figura 27: Modulação da fachada principal com placa cimentícia. ........................... 79 Figura 28: Localização dos tipos de fechamentos: internos e externos. ................... 80 Figura 29: Laje seca .................................................................................................. 80 Figura 30: Detalhe da viga treliçada. ......................................................................... 81 Figura 31: Detalhe da telha dânica............................................................................ 81 Figura 32: Fachada principal. .................................................................................... 82


Figura 33: Composição externa dos fechamentos. ................................................... 83 Figura 34: Vista lateral do módulo mínimo habitacional. ........................................... 86


LISTA DE TABELAS Tabela 1: Transmitância térmica admissível pela NBR 15575-4/2013. ..................... 53 Tabela 2: Capacidade térmica mínima admissível pela NBR 15575-4 p. 26. ............ 53 Tabela 3: Características dos materiais componentes da vedação externa do LSF. 55 Tabela 4: Índice de redução sonora das fachadas. ................................................... 57 Tabela 5: Índice de redução sonora das divisões internas. ....................................... 58 Tabela 6: Vida útil dos sistemas. ............................................................................... 60


LISTA DE QUADROS Quadro 1: Seções de perfis do sistema LSF ............................................................. 27 Quadro 2: Comparação dos sistemas: desempenho estrutural................................. 45 Quadro 3: Comparação dos sistemas: resistência ao fogo. ...................................... 49 Quadro 4: Comparação dos sistemas: estanqueidade .............................................. 52 Quadro 5: Comparação dos sistemas: desempenho térmico. ................................... 56 Quadro 6: Comparação dos sistemas: desempenho acústico. ................................. 59 Quadro 7: Comparação dos sistemas: durabilidade e manutenção. ......................... 63 Quadro 8: Síntese comparativa dos sistemas. .......................................................... 64


ABREVIATURAS ABNT- Associação Brasileira de Norma Técnica APO – Avaliação Pós Ocupação CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas LSF – Light Steel Frame LV – Lã de Vidro MCMV – Minha Casa Minha Vida PLC – Placa Cimentícias PLST – Placa de Gesso Acartonado tipo Standart SINAT – Sistema Nacional de Avaliação Técnica TRRF – Tempo Requerido de Resistência ao Fogo BIM – Building Information Modeling


LISTA DE SÍMBOLOS CT – Capacidade térmica (kJ/m².K) I – Nível de desempenho intermediário M – Nível de desempenho mínimo S – Nível de desempenho superior Rw – Índice de redução sonora (dB) U – Transmitância térmica (W/m².K) TF – Toneladas força


IN TRO DU ÇÃO CAPÍTULO I


1. INTRODUÇÃO 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO A indústria da construção civil é tida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico social, mas em contrapartida, é uma das atividades que mais gera impactos ambientais, tanto pelo consumo de recursos naturais, quanto pela geração de resíduos. O avanço tecnológico que ocorre nessa indústria pode se tornar um aliado importante para o desenvolvimento de novas práticas e soluções na construção civil a fim de um desenvolvimento sustentável. No Brasil, em pleno século 21, o sistema construtivo mais empregado para a construção de habitações é o sistema convencional, o qual usa basicamente concreto armado e alvenaria de blocos cerâmicos. A grande utilização desse sistema acontece principalmente pelo baixo custo dos materiais e pela grande oferta de mão de obra. Porém, ele apresenta um grande desperdício e baixa produtividade, sendo uma construção predominantemente artesanal, segundo Santiago (2012). Entretanto, lentamente os sistemas construtivos industrializados vem ganhando uma maior visibilidade no mercado brasileiro, e, de acordo com Junior e Amaral (2008), o uso de novas tecnologias geram crescimento do setor construtivo como um todo, pela industrialização dos meios necessários à sua execução, obtendo assim um produto final de melhor qualidade. Dentre as inovações tecnológicas já dominadas nos países desenvolvidos, está o sistema Light Steel Frame - LSF (traduzido livremente para Estrutura de Aço Leve), que tem seu surgimento no início do século XIX nos Estados Unidos da América, e hoje, junto com o “Wood Frame”, é um dos sistemas construtivos mais utilizado no país norte americano. Apesar das inúmeras vantagens do sistema LSF, especialmente no que se refere à racionalização da produção, no Brasil esse sistema apresenta uma enorme dificuldade de implantação. Como principais causas, destacam-se o custo mais elevado do sistema quando comparado ao sistema convencional, e também uma barreira cultural, tanto do público quanto de boa parte dos profissionais, muitas vezes baseada em uma insegurança por desconhecimento do sistema.

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Por se tratar de um sistema construtivo industrializado, o processo projetual no sistema LSF também se difere da prática de projeto convencional, já que o LSF exige mais planejamento, pois, segundo Campos (2010), sua produção se antecipa ao nível da fábrica, exigindo um detalhamento maior para as interfaces e especificidades de cada projeto. 1.2. JUSTIFICATIVA Com a crescente demanda do setor da construção civil, enxerga-se a necessidade de uma construção mais rápida e eficiente, reduzindo custos e desperdícios a fim de evitar a geração de resíduos da construção, e com isso, buscam-se métodos mais sustentáveis para essa indústria. Diante de um sistema construtivo tradicional, e muito bem aceito pelos usuários e construtores, novos sistemas construtivos industriais, como o LSF, tendem a sofrer dificuldades para sua implantação, seja por barreiras físicas ou culturais. Um dos grandes problemas para a difusão desse sistema, porém já muito estudado, está relacionado ao custo, que segundo Prudêncio (2013), chega a ser aproximadamente 20% superior quando comparado ao sistema convencional. Entretanto, estudos também mostram que essa diferença muitas vezes pode ser compensada pela velocidade e racionalidade da obra em LSF. Pode-se citar ainda, segundo Ramos (2015), que outra barreira é a limitação de gabarito que esse sistema oferece, de no máximo 4 pavimentos, enquanto o sistema convencional não apresenta limites quanto a isso. Por fim, duas outras questões são destacadas neste trabalho e colocadas em discussão por serem especialmente observadas e relacionadas a um forte fator cultural. A primeira advém do usuário, pois estão acostumados com a aparente maior solidez dos sistemas convencionais, e por isso não aceitam muito bem esse tipo de sistema industrializado leve (SANTIAGO, 2012). Diante disso, as normas técnicas são importantes aliadas para investigar essa questão, destacando-se a NBR 15575 Edificações habitacionais - Desempenho (ABNT, 2013), que estabelece requisitos e critérios de desempenho a serem avaliados.

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A segunda advém dos próprios profissionais, arquitetos e engenheiros, e relaciona-se à prática de projeto convencional, que não atende ao rigor e detalhamento exigidos por um sistema industrializado. Entretanto, diversos estudos apresentam vantagens oferecidas pelo sistema LSF, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade de edificações, com a racionalização de material, diminuição de resíduos e reaproveitamento de materiais como o aço. Dentro dessa lógica, é uma alternativa tecnológica para o setor da construção civil, já sendo bastante difundida em países de primeiro mundo. 1.3. OBJETIVO Os objetivos da pesquisa estão classificados em geral e específicos e são descritos a seguir. 1.3.1.

Objetivo Geral

Analisar, sob a ótica da NBR 15575, o desempenho do sistema construtivo Light Steel Frame – LSF, assim como as especificidades do processo projetual desse sistema, partindo da identificação de que são dois aspectos de importante contribuição no que diz respeito à sua dificuldade de implantação no mercado da construção civil brasileira. 1.3.2.

Objetivo Específico

Para o desenvolvimento deste estudo, destacam-se como objetivos específicos: - Desenvolver a caracterização geral dos sistemas construtivos LSF e convencional; - Apresentar uma comparação do desempenho entre o sistema LSF e o sistema convencional, ressaltando as vantagens quanto aos aspectos abordados pela NBR 15575/2013. - Realizar um ensaio projetual em LSF e a partir dele, analisar as principais especificidades de um processo projetual do sistema industrial. 1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia empregada para formulação deste trabalho pode ser dividida em duas etapas: a análise de desempenho e a análise do processo projetual.

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A primeira é baseada no sistema de análise descritiva, através do levantamento, junção e organização das informações dos dados disponíveis na literatura acerca dos sistemas construtivos Light Steel Frame e de alvenaria de bloco cerâmico, sendo esse utilizado neste estudo como parâmetro de comparação por se tratar de um sistema de ampla utilização no Brasil, tratado aqui como sistema construtivo convencional. O estudo teve início com a pesquisa bibliográfica a fim de caracterizar os sistemas construtivos abordados, utilizando-se como base artigos científicos, dissertações e monografias. Posteriormente, foram definidos os critérios e requisitos a serem abordados no trabalho tendo a NBR 15575/2013 como parâmetro de análise de desempenho. Para essa análise, utilizaram-se manuais, ensaios técnicos e artigos científicos publicados sobre o tema. Ressalta-se que, tendo em vista a complexidade de todos os sistemas que compõem um edifício completo, foi realizado um recorte, abordando-se assim somente o subsistema de vedação vertical. Para a análise do processo projetual foi desenvolvido um projeto em LSF a fim de obter o conhecimento das especificidades e características projetuais do sistema. Para essa análise teve-se como referência manuais e artigos científicos, além do próprio ensaio realizado. Essas etapas foram desenvolvidas conforme diagrama apresentado na Figura 1. Figura 1: Diagrama das etapas da pesquisa.

Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA. 21


1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho foi estruturado em 5 capítulos. Inicialmente apresentam-se a introdução, com a contextualização e justificativa do trabalho, os principais objetivos, e o método aplicado para o seu desenvolvimento, a fim de compreender melhor a conformação do trabalho. O capítulo 2 descreve as características e definições gerais, dos dois sistemas construtivos: LSF e convencional, assim como um breve histórico, composição dos sistemas, vantagens e desvantagens. O capítulo 3 apresenta a Norma de Desempenho de edifícios NBR 15575/2013, assim como seus principais critérios e também a análise comparativa do LSF com o sistema convencional. No capítulo 4 é desenvolvida uma análise do processo de projeto, acentuando as especificidades do sistema construtivo em estudo, com a realização de um ensaio projetual em LSF. E por fim, no capítulo 5, apresentam-se as considerações finais, onde se procedem algumas reflexões a respeito do atual estágio do sistema estudado, suas vantagens e desvantagens, avaliando se como os objetivos propostos foram alcançados.

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CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS

SIS TE MAS CONSTRUTIVOS CAPÍTULO II

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2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS Sistema construtivo, conforme definição de Camacho (2000), é um processo construtivo, constituído por um conjunto de elementos e componentes interrelacionados e completamente integrados pelo processo. A análise comparativa feita nesse trabalho estudará a vedação vertical de cada sistema, entendendo, assim como vedação vertical, um subsistema do edifício constituído por elementos que protegem e edificação, controlando a ação de agentes indesejáveis, entre os quais, ventos, chuvas, poeira, ruído, entre outros. Além das funções citadas, as vedações verticais servem também de suporte e proteção para as instalações elétricas e hidráulicas do edifício (BORGES, 1975). Esse capítulo apresenta as características gerais de dois sistemas construtivos: o LSF, objeto desse estudo, e o sistema convencional de alvenaria de blocos cerâmicos, que será utilizado nesse trabalho como parâmetro de comparação, uma vez que é bem conhecido e de ampla utilização no nosso país. 2.1. SISTEMA LIGHT STEEL FRAME (LSF) O nome Light Steel Frame é de origem da língua inglesa, onde, “steel = aço” e “framing” que deriva de “frame = estrutura”, esqueleto, disposição, construção” podendo assim, ser definido como: sistema formado por um esqueleto estrutural composto pelo aço e por outros elementos que interligados entre si funcionam para resistir às cargas solicitadas e dar forma à edificação (FREITAS, CRASTO, 2011). A história do LSF começa no início do século XIX nos Estados Unidos. Devido rápido crescimento da população, houve a necessidade de recorrer a materiais disponíveis e métodos mais rápidos para construir novas habitações. Nesse momento utilizou-se a madeira como elemento principal de estrutura dos edifícios, em sistema conhecido como “Wood Frame” (FÓRUM DA CONSTRUÇÂO, 2016.) Após a Segunda Guerra Mundial, empresas metalúrgicas tinham obtido grande experiência com o aço devido à Guerra. O aço leve moldado a frio passa a ser utilizado primeiramente como divisória de grandes edifícios, com finalidade de substituir as estruturas de madeira (FÓRUM DA CONSTRUÇÂO, 2016). 24


Essa troca gradual se acelerou após a passagem do furacão pela costa leste americana que causou grande destruição na região. Após esse desastre as companhias aumentaram as taxas sobre as construções em “Wood Frame”, e o LSF sofreu quedas nas taxas, dessa maneira gerou um incentivo maior para utilização da estrutura metálica, aumentando consideravelmente o número de casas construídas com o sistema LSF (CBCA, 2016). No Brasil o sistema LSF surge nos anos 90, trazido por empresas privadas e siderúrgicas. A princípio sua utilização se dava somente em construções residenciais de alto padrão. Atualmente, com o aumento da produção dos materiais utilizados no sistema, houve uma redução significativa em seu preço, permitindo assim, uma expansão do seu uso (FUTURENG, 2016). O Light Steel Frame (LSF), segundo Freitas (2006), é um sistema construtivo de concepção racional, que tem como principal característica uma estrutura constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado que são utilizados para a composição de painéis. Esses perfis formam um esqueleto estrutural autoportante composto de painéis, vigas, tesouras de telhado e demais componentes (FLASAN, 2016). O esqueleto do sistema é mostrado na figura 2. Figura 2: Esqueleto do sistema LSF.

Fonte: VIVAN; PALIARI E NOVAES, 2012.

Segundo Crasto (2005), a estrutura do LSF é basicamente composta de paredes, pisos e coberturas, que juntos garantem integridade na estrutura da edificação, resistindo aos esforços solicitados. Na figura 3 é apresentado o esquema do sistema.

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Figura 3: Esquema do Sistema LSF.

Fonte: CRASTO, 2005, p. 13

As paredes fazem parte do sistema estrutural, denominadas como painéis autoportantes, são compostas por montantes e guias de perfis de aço galvanizado, que possuem um afastamento entre eles de em média 400 mm a 600 mm. Esses painéis são os que transferem os carregamentos aos quais são submetidos para a fundação, cargas essas que podem ser horizontais, devido ao vento por exemplo, ou verticais, devido a sua própria estrutura de telhado e laje, e ainda às sobrecargas de utilização, como pessoas e móveis (FREITAS; CRASTRO, 2006). Os perfis são utilizados para compor os painéis, são formados a frio e produzidos de acordo com a NBR 6355 (ABNT, 2003), e dobrados por meio de uma prensa dobradeira, ou por perfilagem em conjunto de matriz rotativas, de tiras de aço. Com isso é possível a formação de diversas seções na sua forma ou dimensão. As seções mais usuais desses perfis são em “U”, simples ou enrijecido, cartola (Cr) para ripas, e as cantoneiras em (L), conforme apresentado no quadro 1.

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Quadro 1: Seções de perfis do sistema LSF

Fonte: CAMPOS, 2014.

Os pisos, assim como os painéis, utilizam perfis de aço galvanizado, com modulação de espaçamento entre 400mm ou 600mm. Esses perfis compõem as vigas de pisos, servindo de apoio para os materiais que serão colocados posteriormente. As coberturas são diversas, dependendo da tipologia arquitetônica da construção, a estrutura do SLF segue o mesmo princípio estrutural dos telhados convencionais, no entanto aplica-se materiais mais leves como perfis de aço. Para os vãos maiores e sem apoios intermediários, utiliza-se treliças planas confeccionadas com perfis galvanizados. As treliças também podem ser utilizadas para estrutura de piso que demandam grandes cargas e vãos (FREITAS E CRASTO, 2012). Na estrutura como um todo, para conseguir estabilidade é necessário ter ligações rígidas capazes de suportar os esforços e transferir para a fundação. O método mais comum de estabilização da estrutura em LSF é o contraventamento em “X” ou “K”, que consiste em utilizar fitas em aço galvanizado fixadas (ancoragem) na face do painel, cuja largura, espessura e localização é determinada pelo projeto estrutural (SANTIAGO; FREITAS e CASTRO, 2012). A figura 04 mostra a estrutura do LSF com contraventamento em “X”.

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A estabilidade da estrutura também pode ser feita através de placas OSB, colocadas na parte externa. Essa é uma solução de custo menor do que o contraventamento com perfis de aço. Figura 4: Contraventamento em “X”.

Fonte: CRASTO, 2005, P 49.

O sistema de contraventamento que faz com que o sistema trabalhe sob tração ao invés de flexão, fazendo com que sua rigidez cresça consideravelmente, permitindo assim segundo Torquato (2010), uma grande capacidade de resistência do sistema LSF aos esforços de vento, chegando a suportar até 300 km/h. Entretanto, como é um sistema destinado à construção de edificações, além do esqueleto estrutural, é composto pelos demais subsistemas: de fundação, de isolamento termoacústico, de fechamento interno e externo, de instalações elétricas e hidráulicas. Para que o sistema cumpra suas funções, é necessário que os subsistemas estejam inter-relacionados de maneira correta e que sua especificação seja adequada ao seu uso, pois nesses casos a escolha dos materiais e a mão de obra qualificada é essencial para o desempenho do sistema construtivo (BRASILIIT, 2014). Os fechamentos verticais no sistema LSF são conformados por placas de vedações sobre painéis estruturais. No Brasil, os produtos mais utilizados para o fechamento de edificações em LSF são: placas cimentícias (Figura 5), gesso acartonado e OSB.

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Figura 5: Fechamento com placa cimentícia.

Fonte: CENTROPLAC, 2015.

Por ser um sistema industrializado, que trabalha com a modulação, possibilita uma construção com grande rapidez de execução, além de reduzir o desperdício. Diante desses benefícios Crasto (2005), aborda algumas vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens, mostram-se: a durabilidade do sistema; a sustentabilidade, uma vez que a construção é a seco; a produtividade do sistema, devido a rapidez na construção; a leveza e a flexibilidade do sistema. As desvantagens também abordadas por Crasto (2005), são: a resistência cultural do mercado em relação a esse tipo de construção leve; o custo, devido a ser superior a uma construção convencional; a ausência de mão de obra qualificada e a limitação de números de pavimentos em sua construção. Campos et al. (2010) desenvolveu alguns estudos de avaliação pós-ocupação, procurando entender como os usuários reagiram utilizando, no dia a dia, edificações construídas com esse sistema. De maneira global a opinião dos usuários se mostrou positiva ao sistema. As principais vantagens retratadas pelos usuários são relacionadas à facilidade de reparos e manutenção. A facilidade para reformas e também agrada muito os usuários. Já em relação às desvantagens, foram indicados alguns pontos, dentre eles a falta de mão de obra especializada, certa dificuldade de encontrar no mercado os componentes especiais para o sistema, além da dificuldade de fixação de objetos de maior peso nas paredes.

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2.2. SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL Sistema construtivo convencional se refere a construções com estruturas em concreto armado e vedação em bloco cerâmico ou concreto, responsável pelo fechamento e isolamento da edificação. O concreto armado aqui utilizado é constituído pela associação de concreto e aço, no qual ambos os materiais apresentam características mútuas de boa aderência e coeficientes de dilatação térmica praticamente iguais. Essa união advém do fato que o concreto possui baixa resistência à tração, sendo função do aço, absorver os esforços de tração e cisalhamento que atuam nos elementos de concreto (ARAUJO; RODRIGUES; FREITAS, 2000, p.90). Nesse sistema toda estrutura de concreto armado é constituída de elementos estruturais isolados (vigas, pilares, fundação e lajes), que tem a função de distribuição e encaminhamento dos esforços advindo dos elementos da edificação (JUNIOR, 2004). Esses elementos, em conjunto com a alvenaria de vedação, que é formada por unidades de bloco cerâmico ou de concreto, formam o sistema construtivo convencional. A figura 6, mostra uma construção de uma residência com método convencional. Figura 6: Construção Sistema Convencional.

Fonte: Habitissimo. Disponível em: <https://fotos.habitissimo.com.br/foto/obra-alvenariaitatiba_74508>. Acesso em 11/11/2017.

Devido a sua extensa utilização, foram desenvolvidas diversas variedades de componentes para sua aplicação em relação a sua fundação, estrutura e cobertura.

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As fundações podem ser classificadas em diretas e indiretas. As diretas são aquelas que transmitem toda a carga da estrutura diretamente ao solo, com os blocos, alicerces, sapatas e “radiers”. Já as fundações indiretas são aquelas que transferem a carga por efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por meio de uma coluna. Essas estruturas de transmissão podem ser estacas ou tubulões. Segundo Oliveira (2012), a estrutura do sistema convencional é formada por pilares (estrutura em concreto armado na vertical), vigas (estrutura em concreto armado na horizontal) e lajes (painéis de concreto armado apoiados nas vigas), que são apresentados através de um esquema na figura 3. Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), os pilares são elementos lineares de eixo reto, em que as forças normais de compressão são preponderantes. Os pilares, tem como função transmitir todas as cargas que atuam sobre ele para a estrutura que compõe a fundação, ele também proporciona a estabilidade global da edificação. As vigas, segundo NBR 6118 (ABNT, 2014), são elementos lineares em que a flexão é preponderante. Classificadas como barras e dispostas na horizontal, sua função é receber as cargas das lajes ou de outras vigas e transferir tais cargas para os pilares. As lajes destinam-se a receber maior partes das cargas provenientes das ações de uma construção, podendo ser: pessoas, móveis, pisos, paredes, entre outros tipos de cargas. As cargas são lançadas para as vigas e pilares, que são assim distribuídas na fundação que está em contato com o solo. Existem vários tipos de lajes, alguns tipos são: laje maciça, laje cogumelo, laje nervurada, lajes pré-moldadas (laje treliça com lajotas cerâmicas, com isopor, de painéis treliçados ou alveolares). A figura 7 a seguir mostra o esquema dos componentes do sistema convencional.

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Figura 7: Esquema dos componentes do sistema convencional.

Fonte: HANAI, 1990.

Ainda na composição do sistema convencional, têm-se as vedações, (Figura 8), que são feitas com blocos cerâmicos, e o assentamento desses são feitos com argamassa de assentamento, com uma espessura média de 1,0 cm a 1,5 cm (IPT, 2009). As vedações se classificam como internas e externas. As vedações internas têm a finalidade de separar ambientes, geralmente constituídas por blocos maciços ou vazados justapostos com argamassa, e as vedações externas de proteger a edificação. Figura 8: Vedação do sistema convencional com bloco cerâmico.

Fonte: TP Engenharia. Disponível em: <http://www.tpengenharia.com.br/servico-de-alvenaria-zonaoeste-zona-leste-zona-norte-grande-sao-paulo-regiao-central-zona-sul-abcd-litoral-de-sao-paulo>. Acesso em 11/11/2017.

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A instalação dos componentes elétricos e hidráulicos em geral é feita após o término de toda vedação, por meio de rasgos nas paredes para a passagem de tubulações. Outro subsistema são as coberturas, que se destina a proteger as edificações das intempéries. De um modo geral, os elementos das coberturas são: vedação propriamente dita (telhas), que pode ser de diversos materiais, a armação ou conjunto de elementos que dão suporte à cobertura, como as ripas, caibros, terças, tesouras, treliças, e no sistema de escoamento das águas pluviais, como condutores, calhas e rufos. Para as soluções, encontra-se grandes variedades de coberturas, podendo ser tanto laje quanto telhado metálico e madeira, ou junção dos mesmos. De uma maneira geral, as características desse sistema construtivo como um todo permitem diferentes dimensionamentos de blocos, atendendo às especificações de cada projeto, permitindo assim uma melhor flexibilidade de forma, como paredes curvas (HENDRY, 2001). Culturalmente, existe no país uma aceitação de que esse sistema possui uma maior durabilidade, porém essa afirmação é questionada nos últimos anos (SANTIAGO, 2012). O método convencional, de forma geral, ainda é o processo construtivo mais econômico do Brasil, considerando a oferta de uma elevada quantidade de mão de obra e produção de tijolos de vedação, quando comparado aos demais métodos construtivos. Dessa maneira Souza (2012), destaca algumas das principais vantagens do sistema: permite vencer grandes vãos; possibilita a construção de grandes projetos pois o seu “esqueleto” ou estrutura é de concreto armado; apresenta alta durabilidade; devido à resistência do material; mostra a facilidade de resolver os problemas oriundos do projeto; facilita futuras reformas; pode se utilizar portas e janelas fora das medidas padronizadas. Entretanto, por se tratar de um sistema completamente artesanal, essa composição de concreto armado aliado à alvenaria de blocos cerâmicos apresenta algumas desvantagens, como a baixa produtividade, segundo Hass e Martins (2011, p. 13), isso ocorre devido a todas as etapas serem executadas “in loco” tornando a execução do projeto consideravelmente mais demorada. E ainda segundo os autores, grande parte da mão de obra é despreparada, o que ocasiona excesso de desperdício de materiais e retrabalho.

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Ainda aliado às desvantagens, o sistema construtivo convencional oferece algumas limitações em relação ao desperdício de materiais, já que esses dificilmente são reaproveitados após sua vida útil, além da produção de blocos cerâmicos e cimento serem extremamente nocivas ao meio ambiente (SANTOS et al.,2011)

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N B R 15575/2013 E O DESEMPENHO DOS SISTEMAS ABORDADOS CAPÍTULO III

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3. A NBR 15575/2013 E O DESEMPENHO DOS SISTEMAS ABORDADOS Para realização da comparação entre os sistemas construtivos, fez-se um estudo da norma NBR 15575, definindo assim os critérios a serem abordados dentro dos parâmetros de vedações verticais, a fim de analisar o desempenho e o comportamento de ambos os sistemas construtivos aqui estudados. 3.1.

NORMA DE DESEMPENHO ABNT 15575/2013

A Norma Brasileira de Desempenho de Edifícios, a NBR 15.575, foi divulgada em maio de 2008 e entrou em vigor em 2013. Inicialmente voltada apenas para edificações com gabarito de até cinco pavimentos, passa a valer para todas as novas edificações habitacionais (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, 2013). A NBR 15575/2013 se divide em seis partes, que juntas, abrangem os requisitos gerais de desempenho de uma edificação. Sendo elas: requisitos gerais, sistemas estruturais, sistemas de piso, sistema de vedação, sistema de cobertura e sistema hidros-sanitários. Conforme já mencionado anteriormente, para esse trabalho realizou-se um recorte no sistema construtivo, abordando assim somente a parte 4 da NBR 15575/2013, que diz respeito a vedações verticais. Dentre os sistemas que compõe uma edificação descritos na norma, as vedações verticais externas são os principais elementos de estética de um edifício, além de serem componentes importantes para a determinação do desempenho de uma edificação. De acordo com a NBR 15575-4 (ABNT, 2013b, p. [7]) vedações verticais são “[...] partes da edificação habitacional que limitam a edificação e seus ambientes, como as fachadas e as paredes ou divisórias internas. ” As vedações verticais externas exercem uma série de funções em relação à proteção do interior das edificações. Entre elas, destacam-se: resistir às cargas de vento e às solicitações das tentativas de intrusão; resistir à ação do fogo, sem contribuir com a

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propagação da chama; isolar acusticamente os ambientes; contribuir com o conforto térmico e impedir entrada de ar e de chuva no interior dos ambientes. A Norma de Desempenho estabelece parâmetros para cada uma das partes de seus sistemas construtivos, englobando uma série de fatores que determinam a qualidade do sistema em relação aos aspectos de segurança, habitabilidade e sustentabilidade, tendo como objetivo principal de garantir o melhor desempenho da construção. A NBR 15575/2013 ainda classifica o nível de desempenho de cada uma das partes que compõem os sistemas, sendo eles: Nível Mínimo (M) – Desempenho que deve ser obrigatoriamente atingido, Nível Intermediários (I) e Nível Superior (S). O diagrama mostrado na figura 9 apresenta os critérios que a norma traz em sua composição: Figura 9: Diagrama dos critérios abordados pela NBR 15.575/2013.

Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA (ADAPTADO DA NBR 15575/2013).

3.1.1. Critérios adotados Os critérios adotados abrangem os três aspectos gerais presentes na norma: segurança, habitabilidade e sustentabilidade. Para análise e comparação foram utilizados os critérios exigidos pela NBR 15575 no que diz respeito à parte 4 da norma, sistemas de vedações verticais (Figura 10).

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Figura 10: Diagrama dos critérios adotados para comparação.

Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA (ADAPTADO DA NBR 15575/2013).

3.2. COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADOTADOS PARA ESTUDO Há no mercado atual uma variedade enorme de composições possíveis dentro dos sistemas construtivos apresentados, portanto definiram-se os modelos a serem analisados com base em uma pesquisa de mercado, adotando-se os materiais mais usuais na composição desses sistemas segundo empresas que trabalham no ramo da construção civil. O sistema convencional de alvenaria não estrutural escolhido para realizar a análise, é composto por blocos cerâmicos não estruturais com dimensão de 14 x 19 x 29, assentados com argamassa de assentamento, com reboco de 25 mm de espessura em ambos os lados (Figura 11). Figura 11: Esquema da composição da parede: Alvenaria.

Fonte: SILVA, 2015.

O sistema LSF apresenta uma grande diversidade de soluções para a composição do seu subsistema de vedações verticais, tendo-se definido, dentre essas inúmeras possibilidades, três modelos de paredes para estudos e análises, levando-se em consideração as práticas de mercado, mas também a disponibilidade de dados na

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bibliografia. Todos os modelos apresentam em sua estrutura perfis de aço galvanizado conformado a frio, sendo diferentes em suas partes externas e internas. As figuras 12, 13 e 14 mostram a composição esquemática das vedações de LSF definidas e seus respectivos usos na análise desenvolvida. Figura 12: Configuração utilizada para análise de desempenho térmico e acústico.

Fonte: FERREIRA, 2015.

Figura 13: Configuração utilizada para análise de desempenho estrutural, estanqueidade e durabilidade e manutenção.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

Figura 14: Configuração utilizada para análise de desempenho contra fogo.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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A escolha desses modelos apresentados foi feita principalmente devido a maior gama de amostras de ensaios realizados com essas características, sendo consequências de produtos mais utilizados no mercado da construção. 3.3.

ANÁLISE DE DESEMPENHO SOB A ÓTICA DA NBR 15575/2013

A partir da definição dos critérios da NBR 15575/2013 a serem abordados, foi realizada revisão da literatura, com base em dissertações e monografias a fim de levantar os dados disponíveis para caracterizar os sistemas aqui estudados, quanto a tais critérios. Ressalta-se, mais uma vez que nenhum ensaio foi desenvolvido neste estudo, tendo como objetivo o levantamento de pesquisas disponíveis. Para análise do sistema LSF nos critérios de: desempenho estrutural, desempenho contra fogo, estanqueidade e desempenho acústico os dados aqui apresentados são resultados de ensaios de avaliações técnicas realizadas conforme a Diretriz SINAT (SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO TÉCNICAS, 2016) revisão nº 03, que avalia sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço conformados a frio, com fechamentos em chapas delgadas. Já para análise do sistema convencional de alvenaria com blocos cerâmicos, nos critérios de: desempenho estrutural, desempenho contra fogo, estanqueidade, desempenho térmico e desempenho acústico foram utilizados os resultados de ensaios realizados pelo fabricante de blocos cerâmicos Pauluzzi (SILVA, 2015). No caso da análise de desempenho térmico do sistema LSF utilizou-se um estudo relacionado ao desempenho térmico de um projeto residencial em LSF, apresentado em artigo científico (SOUZA; AMPARO; GOMES, 2011). As análises de durabilidade e manutenção do sistema convencional de alvenaria e do sistema LSF, tiveram como base monografia sobre o estudo comparativo de sistemas industriais (FERREIRA, 2014), o artigo de pós-graduação com o tema: Avaliação pósocupação de edificações estruturadas em aço, focando edificações em LSF (CAMPOS, SOUZA, 2010) e ainda o Documento de Avaliação Técnica, número 30 (INSTITUTO DE PESQUISA TECNOLÓGICA, 2016). Destaca-se mais uma vez, que as análises de comparação aqui realizadas levam em conta apenas as vedações verticais externas de cada sistema construtivo.

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3.3.1. ANÁLISE DO DESEMPENHO ESTRUTURAL Segundo a NBR 15.575/2013 p. 16 define-se para o sistema estrutural: (...)“Atender durante toda a vida útil de projeto, sob as diversas condições de exposição aos requisitos gerais de não ruir ou perder a estabilidade de qualquer de suas partes; prover segurança aos usuários sob a ação de impactos, choques, vibrações e outras solicitações decorrentes da utilização normal da edificação, previsíveis em projeto; não provocar a sensação de insegurança para os usuários pelas deformações de quaisquer elementos da edificação; não repercutir em estados inaceitáveis de fissura de vedações e acabamentos; não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas e janelas, nem prejudicar o funcionamento normal das instalações em face das deformações dos elementos estruturais; atender às disposições ABNT 5629, 11682, 6122 relativas as interações com o solo e com o entorno da edificação”(...)

Os requisitos de desempenho estrutural a que os sistemas de vedação vertical devem atender são definidos pela NBR 15575/2013 parte 4 e se constituem de exigências que devem ser atendidas pelos componentes e pelos subcomponentes, que são avaliados por ensaios de laboratórios, de campo, ou ainda por cálculos analíticos. A seguir, são apresentados os objetivos dos ensaios solicitados para vedações verticais e os métodos pelo quais são realizados, de acordo com a norma. •

Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas atuantes nos sistemas de vedações:

Permite verificar se a parede ensaiada tem característica para resistir às solicitações originadas pela fixação de objetos, tais como: armários, prateleiras, redes, quadros ou outros, sem que apresentem danos como fissuras, deslocamentos horizontais, lascas ou rupturas. O método de ensaio consiste em instalar dispositivos de fixação à parede, para que posteriormente sejam aplicadas cargas na peça. •

Impacto de corpo mole:

Permite verificar se a parede apresenta resistência à energia de impacto proveniente de choques acidentais, gerado pelo uso da edificação. O ensaio consiste em aplicar impactos de corpo mole (saco) com massa de 40 Kg, sendo este solto de alturas estabelecidas, conforme o nível de desempenho desejado, realizando um movimento pendular em direção à parede. Após o ensaio, a parede não deve apresentar fissuras, falhas sobre rupturas ou instabilidade.

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Ações transmitidas por portas:

O objetivo desse requisito é que a parede resista às ações transmitidas pelo fechamento de portas. O ensaio consiste em realizar 10 operações de fechamento brusco da porta, sem que a parede apresente algum tipo de falha com fissuras, rupturas e destacamentos. Analisa-se, também, a ação de um impacto de corpo mole no centro geométrico da folha da porta. •

Impacto de corpo duro:

O requisito estabelece que a parede resista aos impactos de corpo duro, não podendo apresentar fissuras, escamações ou qualquer tipo de dano, sendo admitidas apenas mossas (sinal deixado pelo impacto) localizadas. O ensaio consiste em aplicar impactos por meio de esferas de aço maciças sendo estas soltas de alturas estabelecidas conforme o nível de desempenho desejado, realizando um movimento pendular em direção à parede. Posteriormente são registradas as profundidades das mossas e eventuais danos ocorridos. 3.3.1.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho estrutural

Para a análise do desempenho estrutural, o sistema de vedação vertical em estudo apresenta a seguinte configuração: alvenaria com bloco cerâmico de vedação, com dimensão de 9 x 19 x 29 cm, assentada com argamassa de assentamento estrutural 4 Mpa e com peso aproximado de 147 kg/m². Parede revestida com reboco de 1,5 cm em ambos os lados, totalizando 12 cm de espessura. A parede ensaiada apresenta dimensões de 4,12 x 3,20 m. Para as análises mostradas a seguir, os responsáveis pelo ensaio destacam algumas características importantes que influenciam no resultado, como: geometria dos blocos, densidade da argila e qualidade da queima, propriedades da argamassa de revestimento e preenchimento das juntas. Os resultados dos ensaios analisados são apresentados a seguir: •

Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas atuantes nos sistemas de vedações:

Nesse ensaio, a fixação da mão francesa utilizada foi do tipo padrão, para análise das cargas solicitadas, foi feita utilizando-se buchas plásticas marcar Fischer Sx10, com

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parafuso 6-8 (SILVA, 2015). A carga máxima de 1,2 KN aplicada na peça foi mantida constante por um período de 24h, sem alterações na amostra. Apresentando assim um resultado satisfatório para atendimento à norma. •

Impacto de corpo mole:

Não houve danos visíveis à parede quando submetida a impactos de até 360 J (SILVA, 2015), atendendo assim, à norma em seu parâmetro a nível superior. •

Ações transmitidas por vãos:

Para esse ensaio as especificações da amostra foram similares às mostrada anteriormente, porém, nesse caso, utilizou-se bloco cerâmico do tipo light com Fbk de 1,5 Mpa, e dimensão da parede de 2,92 x 3,66 m. Nela foi instalada para teste uma porta de madeira de marca Sincol, com dimensões de 2,10 x 0,8 m. Após a realização das dez ações de fechamento brusco, a amostra não apresentou falhas na interface de instalação da esquadria com o sistema vertical de vedação. Quando submetida ao impacto de corpo mole de 240 J no centro geométrico da porta, não ouve danos bruscos à interface que comprometem o desempenho (SILVA, 2015), atingindo assim ao nível de desempenho superior da NBR 15575/2013. •

Impacto de corpo duro:

Os resultados dos ensaios de impacto de corpo duro com 10 repetições para 20 J (esfera de 1 kg) e de 3,75 J (esfera de 0,5 Kg) apresentaram ocorrência apenas dos vestígios de pancadas com profundidades não maiores do que 2 mm (SILVA, 2015). Dessa forma, de uma maneira geral, em relação a todas as análises feitas, conclui-se que o desempenho estrutural de alvenaria de blocos cerâmicos, atende aos requisitos solicitados pela NBR 15575/2013 a nível superior. 3.3.1.2.

Sistema LSF: Desempenho estrutural

Para a análise do desempenho estrutural, no sistema LSF a amostra estudada apresenta as seguintes características: estrutura com perfil de aço zincado conformado a frio (perfis de aço leve em conformidade à ABNT NBR 15253/2014) com revestimento de zinco pelo processo contínuo de imersão a quente e fechamentos com placas delgadas do tipo placa cimentícia.

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Os resultados dos ensaios estudados são apresentados a seguir: •

Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas atuantes nos sistemas de vedações:

Para a análise desse ensaio, foi utilizado fixação do tipo mão francesa padrão com fixação de dois parafusos “toggler bollt” ¼ - 20’’ (IPT, 2016). Os resultados do ensaio para verificação da resistência das paredes à solicitação de peças suspensas aplicadas sobre a face da parede, são considerados satisfatórias para carga de uso 40 Kgf, atendendo o nível de desempenho mínimo exigido em norma. •

Impacto de Corpo Mole:

Considerando as energias de 120 J e 960 J aplicados nos montantes e entre montantes pela face externa, e de 60 J a 120 J nas chapas de fechamento interno nos montantes e entre montantes, não foi apresentada nenhuma fissura ou deformidade, sendo assim são considerados resultados satisfatórios, atingindo a nível superior, os requisitos da norma (IPT, 2016). •

Ações transmitidas por vãos:

Foram realizados os ensaios de fechamento brusco da porta e impacto de corpo mole (240 J) em ambas as faces da porta (sentido de fechamento e abertura da porta). Os resultados mostram que o sistema com revestimento de placa cimentícia atende às exigências da normalização, de maneira superior, não apresentando nenhuma fissura (IPT, 2016). •

Impacto corpo duro:

Foram feitos os ensaios de corpo duro, aplicados nos montantes e entre montantes, cujos resultados indicaram comportamentos satisfatórios, para as energias de impacto de 3,75 J e 20 J aplicadas nas faces externas das paredes (revestidas com placa cimentícia) e de 2,5 J e 10 J aplicada a faces internas (IPT, 2016), portanto, consideram-se atendidos os critérios da NBR 15575/2013. Todos os resultados dos ensaios mostrados acima, obtiveram um resultado satisfatório, atendendo à NBR 15575/2013 e alcançando um nível superior segundo os critérios da norma.

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3.3.1.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho estrutural

Ambos sistemas se apresentam compatíveis nos resultados perante à exigência da NBR 15575/2013, porém o LSF, em alguns ensaios, como o de impacto de corpo mole, foi superior no resultado, suportando maiores cargas. As peças estruturais do LSF, além disso, são mais esbeltas e mais leves, permitindo assim uma maior flexibilidade construtiva, porém tem uma limitação em relação ao número de pavimentos de um edifício, podendo se construir até 4 pavimentos (RAMOS, 2015). Já o sistema convencional, é um sistema de carga elevada, exigindo assim elementos mais robustos a fim de suportar as cargas geradas. Por outro lado, o concreto oferece recursos consideráveis para melhorar a eficiência estrutural, assim como a não limitação de vãos e aberturas, e a possibilidade de grandes alturas (BRUMATTI, 2008). De maneira geral, em sua estrutura, o sistema LSF constituído de perfis contraventados com placas cimentícias confere resistência superior aos sistemas convencionais, resistindo a ventos de até 300 km/h (CBCA, 2010). O quadro 2 apresenta a comparação dos dois sistemas construtivos quanto ao desempenho estrutural avaliado pelo NBR 15575, assim como outras características relacionadas levantadas durante estudo e julgadas relevantes. Quadro 2: Comparação dos sistemas: desempenho estrutural.

LSF

DESEMPENHO ESTRUTURAL SISTEMA CONVECIONAL

Atende aos requisitos da norma a nível superior (NBR 15575);

Soluções para ventos de até 300km/h (TORQUATO, 2010);

Fundação: distribuição de cargas lineares (POMARO E CARREGARI, 2015);

(ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO) Atende aos requisitos da norma a nível superior (NBR 15575);

Soluções para ventos de 144km/h, atingindo o mínimo da norma (NBR 15575);

Fundação: distribuição de cargas pontuais; Aparecimento de fissuras é mais comum, porém atendendo a norma (SANTOS et al.,2011);

Continua 45


continuação

LSF

DESEMPENHO ESTRUTURAL SISTEMA CONVECIONAL (ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO)

Estrutura em aço galvanizado com certificação internacional que obedece rigorosos padrões de qualidade (POMARO E CARREGARI, 2015);

Construção até 4 pavimentos (RAMOS 2015).

Estrutura de concreto armado, onde sua qualidade é determinada por fatores inconstantes como mão de obra, temperatura, entre outros (POMARO E CARREGARI, 2015);

Não há limitação de número de pavimentos.

Ambos os sistemas atendem aos requisitos da NBR 15575. Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

3.3.2.

ANÁLISE CONTRA FOGO

Com o aumento da temperatura acontece a redução da resistência e do módulo de elasticidade dos elementos estruturais, e surgem esforços solicitantes adicionados pelas deformações térmicas (SILVA, 1997). Com essas mudanças nas propriedades dos materiais, é necessário que se conheça o desempenho desses elementos quando sujeitos a altas temperaturas, a fim de garantir maior segurança dos usuários. Segundo a Norma de Desempenho NBR 15575-4/2013 os sistemas de vedação vertical devem atender ao desempenho de resistência ao fogo, por uma série de requisitos, visando, principalmente, a integridade física dos usuários e também a própria segurança do edifício. A norma ainda estabelece procedimentos para proteção contra incêndios como: dificultar o princípio de incêndio, proteger contra descargas atmosféricas; risco de ignição nas instalações elétricas e risco de vazamento de gás (ABNT, 2013b). Os requisitos e critérios de segurança contra incêndio determinados pela NBR 15575/2013 são: •

Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF):

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Tempo mínimo de resistência dos materiais que possibilite a fuga dos usuários presentes na edificação antes de ocorrer o colapso dos elementos da construção. O TRRF mínimo previsto em norma para habitações é de 30 minutos. Para os sistemas de vedações verticais a norma recomenda a avaliação de reação ao fogo dos materiais da superfície do lado interno e da face externa das vedações, bem como o material que compõe o miolo das mesmas. •

Reação a fogo

A Norma de Desempenho também avalia a reação ao fogo dos materiais que compõem a edificação, pois a natureza das superfícies dos elementos pode ser responsável por propagar ou extinguir o incêndio (SÃO PAULO, 2015). Sendo assim, os materiais devem ser conhecidos e especificados a fim de atuar como uma medida protetiva contra incêndio. •

Resistência ao fogo

Requisito da norma que prevê para os elementos estruturais e de compartimentação a função de dificultar a propagação do incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação (ABNT, 2013b). Para os revestimentos que venham a ser utilizados nas paredes devem ser analisadas características como: combustibilidade, índice de propagação de chamas e densidade ótica de fumaça (SILVA, 2015). 3.3.2.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho contra fogo

As configurações das paredes analisadas são blocos light 14 x 19 x 29 cm, revestida de chapisco 1:3, e reboco de 1,5 cm de espessura em ambos os lados. As amostras foram confeccionadas sem aberturas, com dimensões 31,5 cm x 30 cm, com apenas 25 cm x 25 cm de superfície exposta diretamente ao fogo, sendo também considerado um carregamento de 24 tf (SILVA, 2015). A seguir é mostrado como as amostras em estudo se comportaram diante de: •

Reação ao fogo:

As configurações das paredes de alvenaria são compostas por materiais incombustíveis, tanto os blocos cerâmicos quanto a argamassa de revestimento, sendo não propagadoras de chamas e fumaças (SÃO PAULO, 2015b). Atendendo assim à norma de maneira superior. 47


Resistência ao fogo e TRRF:

Segundo Silva (2015), a amostra estudada apresentou um TRRF de 240 minutos (4h), bem acima do tempo requerido pela norma, passando com folga pelo desempenho de resistência ao fogo. Durante o período de ensaio os corpos de prova atenderam às exigências de estabilidade, isolamento térmico e estanqueidade. Dessa maneira, o resultado atende de maneira superior à NBR 15575/2013. 3.3.2.2.

Sistema LSF: Desempenho contra fogo

As amostras estudadas têm as seguintes características: Paredes estruturais em perfil de aço galvanizado conformados a frio, revestidas com placa de gesso acartonado tipo “standart” (12,5 mm de espessura) e externamente com placas cimentícias Brasilit à prova de fogo (10 mm de espessura), configurando uma espessura total de 12 cm (IPT, 2016). •

Reação ao fogo:

Considerando a reação ao fogo os materiais são classificados como incombustíveis e não propagadores de chamas e fumaças (IPT, 2013b). No entanto, a estrutura da parede que é composta por aço galvanizado, um perfil leve e esbelto, não resiste a altas temperaturas, escoando com mais facilidade. Sendo assim, nesse critério o sistema atende à norma com nível de desempenho intermediário. •

Resistência ao fogo e TRRF:

As paredes analisadas quando comparadas com a norma NBR 15575 atendem ao requisito de resistência ao fogo, com TRRF mínimo de 30 minutos (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 2013a, 2013b). Nesse caso, não foi explicitado o tempo real de TRRF. Dessa maneira, os componentes analisados no sistema LSF se apresentam de maneira satisfatória em relação à resistência ao fogo, atendendo aos requisitos da norma um nível de desempenho intermediário. 3.3.2.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho contra fogo

A análise determinou que os dois sistemas se comportam bem diante do requisito de segurança contra fogo, onde tanto o revestimento do sistema LSF, quanto o revestimento em argamassa do sistema convencional, são materiais incombustíveis 48


não propagadores de chama e fumaça. Porém, o aço presente na estrutura do sistema LSF é um material que perde aproximadamente 50% da sua resistência quando aquecido (FUTURENG, 2014). Dessa maneira, define-se o sistema de alvenaria convencional como superior quando comparado ao LSF no quesito de resistência ao fogo, sendo a comparação sintetizada no quadro 3. Quadro 3: Comparação dos sistemas: resistência ao fogo. RESISTÊNCIA AO FOGO SISTEMA CONVECIONAL LSF (ALVENARIA BLOCO CERÂMICO) Atende o requisito de reação ao fogo, com material incombustível, não Atende o requisito de reação ao fogo queimando ou adicionando combustível com material incombustível (NBR para o alastramento do fogo. (NBR 15575); 15575); O concreto que reveste o bloco O aço da estrutura é um material de cerâmico é um material de alta baixa resistência quando sujeito a altas resistência ao fogo (BUENO, 2000); temperaturas (SILVA 1997); Atende a norma com nível de Atende a norma com nível de desempenho superior (NBR 15575); desempenho intermediário (NBR 15575); Atende a Norma, com um TRRF de 4 horas, atendendo o mínimo de 30 Atende a Norma com o TRRF mínimo minutos (NBR 15575). de 30 minutos (NBR 15575). Ambos os sistemas atendem aos requisitos da NBR 15575. Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

3.3.3.

ANÁLISE DE ESTANQUEIDADE

A estanqueidade de um sistema garante a conservação estética e mecânica de uma edificação, além de estar diretamente ligada com a manutenção da higiene e salubridade. Quanto a esse quesito, a NBR 15575/2013 determina os seguintes critérios e requisitos do sistema de vedação: •

Infiltração de água nos sistemas de vedações verticais externas (fachadas):

Ser estanques à água proveniente de chuvas incidentes ou de outras fontes. •

Umidade nas vedações verticais externas e internas decorrente da ocupação do imóvel:

Não permitir infiltração de água, através de suas faces, quando em contato com áreas molháveis e molhadas. 49


Estanqueidade de vedações verticais internas e externas com incidência direta de água

A quantidade de água que penetra não deve ser superior a 3 cm³, por um período de 24h, numa área exposta com dimensões de 34 cm x 16 cm. Os ensaios realizados de acordo com a norma permitem verificar se a parede é estanque à água, proveniente de chuvas incidentes ou de outras fontes, não podendo apresentar infiltrações que proporcionam escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna. O método de avaliação utilizado simula a incidência de chuva, vento e umidade com o emprego de uma câmara de estanqueidade acoplada ao sistema de vedação, por um período de tempo. Posteriormente, medemse os impactos, tais como o aparecimento de manchas de umidade, penetração de água ou quaisquer manifestações patológicas no assentamento ou revestimento, considera-se nesse item a pressão de vento correspondente à região que se encontra a edificação segundo a NBR 6123 (ABNT, 2013). 3.3.3.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho de estanqueidade

As amostras para o ensaio de estanqueidade foram compostas por parede de alvenaria de bloco cerâmico light 14 x 19 x 29 cm com chapisco e reboco de 2,5 cm de espessura, e uma camada de tinta. As camadas de tintas utilizadas são as seguintes: um selador acrílico pigmentado sem diluição, aplicado com rolo anti gota na primeira demão, e tinta acrílica quartzo hidro elástico, aplicada com rolo para textura na segunda demão. Para esse ensaio as paredes foram consideradas fechadas, ou seja, sem aberturas (SILVA, 2015). De acordo com o ensaio, a amostra classificou-se com desempenho superior, obtendo um comportamento satisfatório mediante a incidência de água e pressão do ar, sem apresentar quaisquer manchas de umidade ou falhas no sistema de vedação. No entanto, nesse sistema o aparecimento de fissuras próximo a aberturas, como portas e janelas, é comum, podendo assim dificultar na estanqueidade do sistema ao longo da vida útil do edifício (SANTOS et al.,2011). Para assegurar uma boa estanqueidade na alvenaria tradicional, segundo Silva (2015), levam-se em conta:

50


- A geometria dos blocos, densidade da argila, qualidade da queima e absorção de água; - Características da argamassa de revestimento (densidade e absorção de água); - Presença de fissura no revestimento; - Acabamento – tinta ou hidrofugante adequado; - Preenchimento correto das juntas. 3.3.3.2.

Sistema LSF: Desempenho de estanqueidade

Para avaliar os aspectos de estanqueidade do sistema LSF, as análises laboratoriais foram feitas em um sistema composto por vedação externa de placas cimentícias (1 cm de espessura), revestidas com uma demão de massa para acabamento (sistema para tratamento de juntas invisíveis) e uma demão de seladora à base acrílica (IPT, 2016). No ensaio não foram observadas infiltrações, formação de gotas de água aderente na parte interna, e nem manchas de umidades e vazamentos, sendo assim, atendem-se aos critérios exigidos pela norma alcançando um nível superior. Alguns detalhes devem ser observados para garantir a integridade do sistema nesse quesito, como: - Placas cimentícias devem estar em cota mais elevada que a calçada, em no mínimo 30 mm; - Devem-se especificar beirais nas coberturas com projeção horizontal maior do que as calçadas ao redor da edificação; 3.3.3.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho de estanqueidade

A comparação entre os sistemas, apresentada no quadro 4, mostra que a estanqueidade dos sistemas tem resultados positivos e parecidos, atendem à norma com um grau superior, porém conforme Santos e outros (2011), no sistema convencional é mais fácil o aparecimento de fissuras podendo assim dificultar a estanqueidade. No caso das placas cimentícias, deve-se ter um cuidado maior devido à presença de encaixes entre elas, sendo nesse caso, o tratamento com selante importante para a 51


estanqueidade do sistema. Todavia, esse tipo de material tem uma taxa de impermeabilidade muito positiva, que chega até a 80%. Quadro 4: Comparação dos sistemas: estanqueidade ESTANQUEIDADE LSF

SISTEMA CONVECIONAL (ALVENARIA BLOCO CERÂMICO)

Atende ao requisito de estanqueidade de forma superior (NBR 15575).

Atende ao requisito de estanqueidade também de forma superior (NBR 15575/2013) porém, é mais fácil o aparecimento de fissura no sistema (SANTOS et al., 2011).

Ambos os sistemas atendem aos requisitos da NBR 15575. Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

3.3.4.

ANÁLISE DESEMPENHO TÉRMICO

Segundo a NBR 15575/2013 as edificações devem reunir características que atendam às exigências de conforto térmico dos usuários, de acordo com a região de implantação da obra e as respectivas características bioclimáticas definidas na ABNT NBR 15220-3, e considerando-se que o desempenho térmico do edifício depende do comportamento interativo entre fachada, cobertura e piso. A figura 15, a seguir, mostra o zoneamento bioclimático das cidades brasileiras. Figura 15: Zoneamento Bioclimático brasileiro

Fonte: ADAPTADA DA NBR 15220-3 PG. 24.

52


O requisito da NBR 15575/2013 quanto ao desempenho térmico estabelece dois aspectos a serem atendidos: •

Transmitância térmica (U):

É a transmissão de calor em unidade de tempo e através de uma área unitária de um elemento ou componente construtivo calculada conforme NBR 15220-2 (ABNT, 2005). Segundo Silva (2015), é função das espessuras e da condutividade térmica dos materiais que compõem a fachada, bem como as cores de revestimento externo, uma vez que estas cores estão associadas à absortância à radiação solar (propriedades que deve ser fornecida pelos fabricantes dos revestimentos externos para cada cor). •

Capacidade térmica (CT):

É a quantidade de calor que a parede precisa receber para alterar a temperatura de uma área de 1m² em uma unidade de temperatura. A unidade da capacidade térmica é Kj/M².K. A capacidade térmica está relacionada ao tipo de material utilizado como revestimentos internos e externos (SILVA, 2015). Os valores mínimos admissíveis para capacidade térmica (CT) e transmitância térmica (U) descritos pela norma são mostrados a seguir nas tabelas 1 e 2. Tabela 1: Transmitância térmica admissível pela NBR 15575-4/2013. TRANSMITÂNCIA TÉRMICA (U) W/ m².K ZONA 1 e 2

ZONAS 3,4,5,6, 7 e 8

U ≤ 2,5

α ≤ 0,6

α > 0,6

U ≤ 3,7

U ≤ 2,5

α é a absortância a radiação solar da superfície externa da parede. Fonte: ADAPTADO NA NBR 15557-4 P. 26. Tabela 2: Capacidade térmica mínima admissível pela NBR 15575-4 p. 26. CAPACIDADE TÉRMICA (CT) Kj/ m².K ZONA 8

ZONAS 1,2,3,4,5,6 e 7

Sem exigência.

≥ 130

Fonte: ADAPTADO NA NBR 15557-4 P. 26. 53


3.3.4.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho térmico

O ensaio de desempenho térmico foi realizado em amostras compostas por parede de alvenaria de bloco cerâmico de vedação de 11,5 x 19 x 29 cm e Fbk de 3 MPa, com junta de 1 cm de argamassa e revestimento de 2,5 cm (chapisco e revestimento) em uma das faces e 1 cm na outra face. Nesse ensaio a zona bioclimática considerada para a análise foi a 3 (cidades do Rio Grande do Sul). O resultado de transmitância térmica (U) dessa amostra foi de 2,5 W/m².K e a capacidade térmica (CT) de 146 Kj/m².K. Nesse caso, os resultados obtidos atenderam à NBR 15575-2, porém com desempenho considerado nível mínimo, de acordo com os níveis de desempenho da norma. Através desses resultados, concluise que esse desempenho da amostra também se adequa na nossa zona bioclimática, zona 8. Entretanto, o desempenho térmico desejado varia de acordo com a região do país, e para os casos mais desfavoráveis, são necessárias medidas adicionais. Em zonas climáticas muito frias, por exemplo a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portald), recomenda considerar a insolação ou aquecimento interno, enquanto para zonas muito quentes, a proteção térmica da cobertura, ventilação dos ambientes e também um maior sombreamento (FRANCO, 2004). 3.3.4.2.

Sistema LSF: Desempenho térmico

Sobre isolamento no sistema LSF, Santiago (2008, p. 22) destaca: Diferente de conceitos tradicionais de isolamento, onde a massa da parede é o fator determinante de seu desempenho, nas construções em LSF os isolamentos térmicos e acústicos baseiam-se no conceito de isolação multicamada, que consiste em combinar placas leves de fechamento, sendo o espaço entre elas preenchido com material isolante. Nesse conceito, diversas combinações podem ser feitas a fim de aumentar o desempenho do sistema, por meio de colocação de mais camadas de placas ou aumentando a espessura do material intermediário (isolante).

No sistema LSF, como dito anteriormente, não são empregados os princípios de isolamento baseados em massa e espessura dos componentes, como em construções convencionais. Os elementos básicos usados em sua composição são materiais leves e industrializados que não possuem características de isolamento. Para tanto são utilizados no isolamento, materiais como a lã de vidro que preenche

54


esses espaços entre as placas, formando assim o conceito de multicamadas (CRASTO E FREITAS, 2006). Conforme indicado por Crasto e Freitas (2006b), no caso de edificação em LSF, deve ser também considerada, além das camadas de material isolante, a possibilidade de que os perfis de aço galvanizado empregados na estrutura tenham capacidade condutora se estiverem em contato direto com o sistema de vedação, podendo afetar o desempenho térmico e acústico. Sendo assim, recomenda-se a utilização de um isolamento externo aos perfis, com material de capacidade isolante. As características e as propriedades termofísicas dos materiais utilizados na composição dos painéis de fechamento analisados são apresentados na figura 16 e na tabela 3, a seguir. Para esse ensaio a zona bioclimática considerada foi a zona 6. Figura 16: Esquema da composição do LSF para análise de desempenho térmico. AMOSTRA: DESEMPENHO TÉRMICO LSF FECHAMENTO EXTERNO

ESQUEMA

ATRASO TÉRMICO: 3,2h AMORTECIMENTO: 57%

Fonte: ADAPTADO DA NBR 15220 (ABNT, 2005B), CLARKE (1985) E UFSC (2006).

Tabela 3: Características dos materiais componentes da vedação externa do LSF. AMOSTRA: DESEMPENHO TÉRMICO LSF MATERIAL

RUGOSIDADE

ESPESSURA (m)

CONDUTIVIDADE TÉRMICA (W/m.K)

MASSA ESPECÍFICA (Kg/m³)

CALOR ESPECÍFICO (J/kg.K)

COEFICINETE DE ABSORÇÃO TÉRMICA

PLACA CIMENTÍCIA GESSO ACARTONADO

rugosidade média

0,01

0.95

2.200

840

0.9

suave

0.0125: 0.015

0.35

1.000

840

0.9

rugoso

0.015:0.025 0.05:0.75

0.045

100

700

0.9

LÃ DE VIDRO

Fonte: ADAPTADO DA NBR 15220 (ABNT, 2005B).

De forma geral, de acordo com o método de simulação, utilizado por Souza et al (2011), que foi através de medições das temperaturas interna dos ambientes

55


compostos pelo LSF, chegou-se à conclusão que o sistema obtém resultados positivos que atendem de maneira superior os parâmetros da norma no requisito térmico de uma edificação. O material isolante colocado no miolo da vedação vertical do LSF dificulta a passagem de calor pelas paredes, e como resultado todos os estudos comparativos analisados obtiveram-se o melhor resultado para sistema LSF. Um edifício com estrutura em LSF pode ser completamente isolado do exterior por placa cimentícia, lã de vidro no miolo e gesso acartonado, conferindo uma proteção térmica que não é encontrada em uma construção de alvenaria (CBCA, 2010). 3.3.4.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho térmico

No estudo apresentado, o sistema LSF apresenta vantagem em relação à análise de desempenho realizado, devido principalmente ao material isolante colocado no miolo do perfil do sistema. Tal comparação é apresentada no quadro 4. Quadro 5: Comparação dos sistemas: desempenho térmico. DESEMPENHO TÉRMICO LSF

SISTEMA CONVECIONAL (ALVENARIA BLOCO CERÂMICO)

Atende os requisitos da norma de forma superior (NBR 15575);

O isolamento térmico atende aos requisitos na norma de forma mínima

O isolamento térmico é completo,

(NBR 15575);

principalmente devido a lã de vidro colocada (POMARO E CARREGARI, 2015); Ambos os sistemas atendem aos requisitos da NBR 15575. Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

Ressalta-se mais uma vez que a remoção ou troca de revestimentos, inclusive uma alteração radical de cor do revestimento externo (cor clara para cor escura) e o local de implantação (zona bioclimática) pode afetar o desempenho do sistema de vedações externas, em função de mudar as demandas de capacidade térmica.

56


3.3.5.

ANÁLISE DESEMPENHO ACÚSTICO

O desempenho acústico dos ambientes de uma edificação é determinado pelo desempenho do conjunto de componentes, que delimitam estes ambientes, como sistemas de vedações, pisos, forros e também dos sistemas hidráulicos. Esses sistemas, individualmente, devem ter o desempenho mínimo estabelecidos na NBR 15575/2013 para cada um, no entanto, o desempenho acústico para o ambiente dependerá do conjunto (SILVA, 2015). Segundo a NBR 15575-1/2013 a edificação deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação, e isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas. A norma NBR 15575-4/2013 aborda ainda os critérios de desempenho acústico de uma edificação baseada na isolação do som, que segundo Carvalho (2010), significa submeter determinado recinto a um tratamento capaz de reduzir ruídos a parâmetros compatíveis com a atividade nele desenvolvida. Os níveis de desempenho para vedações internas e externas que a norma determina são baseados nos índices de redução acústica ou sonora (Rw), que é o índice de redução do som transportado pelo ar medido em laboratório. Os níveis de desempenho para a redução sonora no subsistema de vedação vertical são descritos nas tabelas 4 e 5 a seguir. Tabela 4: Índice de redução sonora das fachadas. ÍNDICE DE REDUÇÃO SONORA DE FACHADAS CLASSE DE RUÍDO

LOCALIZAÇÃO DA HABITAÇÃO

Rw(Db)

NÍVEL DE DESEMPENHO

≥25 ≥30 ≥35 ≥30 ≥35

M I S M I

classes I e II.

≥40

S

Habitação sujeita a ruído intenso de meios

≥35 ≥40

M I

≥45

S

Habitação localizada diante de fontes de I

ruído intenso de qualquer natureza. Habitação localizada em áreas sujeitas a

II

III

situações de ruído não enquadráveis nas

de transportes e de outras naturezas, desde que conforme a legislação.

Fonte: ADAPTADO NBR 15557-4/2013 P 52.

57


Tabela 5: Índice de redução sonora das divisões internas.

ÍNDICE DE REDUÇÃO SONORA DE DIVISÕES INTERNAS ELEMENTO

Rw(Db)

NÍVEL DE DESEMPENHO

Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), nas situações onde não haja ambiente de dormitório.

45 a 49

M

50 a 54

I

≥55

S

Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), nas situações onde não haja ambiente de dormitório.

50 a 54

M

55 a 59 ≥60 45 a 49 50 a 54 ≥55 35 a 39 40 a 44 ≥45 50 a 54 55 a 59

I S M I S M I S M I

≥60

S

45 a 49

M

50 a 54 ≥55

I S

Parede cega de dormitório entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadarias. Parede cega de sala e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadarias. Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas e atividades de lazer e esportivas, salas de ginasticas, salão de festas, banheiros e vestiários coletivos cozinhas e lavanderias coletivas. Conjunto de paredes e portas e unidades distintas separadas pelo hall.

Fonte: ADAPTADO NBR 15557-4/2013 P 54.

3.3.5.1.

Alvenaria Convencional: Desempenho acústico

O ensaio de desempenho acústico, foi realizado em amostras compostas por bloco cerâmico de vedação (9 x 19 x 29), a dimensão total da parede analisada foi de 4,12 x 3,2 m, assentada com argamassa estrutural de 4 MPa e com peso médio de 147Kg/m². A amostra ensaiada com possuía revestimento em reboco de 1,5 cm de espessura em ambos os lados, totalizando 12 cm de espessura. Em análise, a amostra obteve um resultado de redução sonora (Rw) 39 (dB). Esse desempenho foi estudado conforme a NBR 15575-4 pelo método de laboratório descrito na ISO 10140-2. Dessa maneira, considera-se que a amostra atende à norma, porém com um nível intermediário, de acordo com os níveis de desempenho da NBR 15575/2013. As paredes de alvenaria, de uma maneira geral, apresentam alto índice de redução sonora, porém seus níveis de reflexão de som são elevados (FRANCO, 2004). Dessa

58


maneira, o material de revestimento e a espessura do mesmo influenciam muito no resultado final. 3.3.5.2. Sistema LSF: Desempenho acústico O desempenho acústico das paredes em LSF também foi avaliado pelo índice de redução sonora (Rw) dos elementos de vedação externa. A parede em estudo, composta por placa cimentícia na parte externa, miolo de lã de vidro e placas de gesso acartonado internamente, obteve Rw = 50 dB, avaliada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (2013b). Sendo assim, de acordo com a NBR 15.575/2013, esse nível atende de maneira superior. Lembra-se que as amostras estudadas são em paredes sem aberturas. Nessa amostra, o material absorvente (lã de vidro) faz toda a diferença para o resultado pois, de acordo com Crasto (2005), os materiais absorventes sonoros para o sistema LSF, geralmente porosos e de baixa densidade, que provocam a perda de transmissão sonora, minimizando bastante os ruídos aéreos. 3.3.5.3.

Comparação dos sistemas: Desempenho acústico

Em análise, pode-se observar que o sistema LSF com a composição apresentada, mostra um isolamento acústico superior às paredes convencionais com revestimento de reboco (quadro 6). Uma das principais influências da propagação sonora, são os materiais que compõem a vedação vertical, e como as paredes em LSF podem ser preenchidas com isolantes, apresentam vantagens quando comparadas a paredes de alvenarias mais usuais, que são as com reboco em ambos os lados. Quadro 6: Comparação dos sistemas: desempenho acústico. DESEMPENHO ACÚSTICO SISTEMA CONVECIONAL (ALVENARIA BLOCO CERÂMICO) Atende aos requisitos da norma, com Atende os requisitos da norma, alcançando um LSF

desempenho superior para todas as classes de

nível de desempenho intermediário (NBR

ruídos, devido a lã de vidro (NBR 15575).

15575).

Ambos os sistemas atendem aos requisitos da NBR 15575. Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

59


3.3.6.

ANÁLISE DE DURABILIDADE E MANUTENÇÃO

A NBR 15575/2013 apresenta como critérios da durabilidade de um edifício, a vida útil e a manutenção realizada nele, definindo-as como: •

Vida útil (VU):

Período de tempo em que um edifício e/ou sistema se prestam a atividades para quais foram projetados e construídos, com atendimento dos níveis de desempenho previsto na norma, considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de manutenção especificados no manual de uso, operação e manutenção dos empreendimentos. •

Vida útil de Projeto (VUP):

Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos na norma, considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no manual de uso, operação e manutenção dos empreendimentos. No requisito durabilidade, a NBR 15.575/2013 estabelece uma vida útil mínima de 40 anos para os sistemas de vedações verticais externas e de 20 anos para os sistemas de vedações verticais internas, conforme mostra a tabela 6. Tabela 6: Vida útil dos sistemas. VIDA ÚTIL DE PROJETO SISTEMA

VUP (anos) MÍNIMO

SUPERIOR

Estrutura

≥50

≥75

Pisos Internos

≥13

≥20

Vedação vertical externa

≥40

≥60

Vedação vertical interna

≥20

≥30

Cobertura

≥20

≥30

Hidrossanitário

≥20

≥30

Fonte: ADAPTADO NBR 15575/2013.

60


A vida útil das vedações depende do sistema construtivo como um todo, incluindo todos os componentes. Assim como a correta especificação dos revestimentos externos face às condições de exposição, tais como: chuva, umidade, variações térmicas, poluição, salinidade, entre outras. Se estas condições mudarem ao longo do tempo aumentando a agressividade aos materiais, a vida útil pode ser afetada (SILVA, 2015). Também é importante destacar, conforme a definição de vida útil (VU) apresentada, a responsabilidade dos usuários, uma vez que as operações de manutenção e condições de uso são determinantes na vida útil. Como requisito geral, a norma determina que as vedações devem limitar os deslocamentos de fissurações e falhas nas paredes externas, incluindo seus revestimentos, em função de ciclos de exposição ao calor e resfriamento que ocorrem durante a vida útil do edifício, de modo assim a obter ao menos a vida útil mínima apresentada na NBR 15575/2013. O método de avaliação aplicado em norma para as vedações, avalia a ação de calor e choque térmico, onde as paredes externas, incluindo seus revestimentos, são submetidas a dez ciclos sucessivos de exposição ao calor e resfriamento por meio de jato de água, não devendo apresentar assim: - deslocamento horizontal instantâneo, no plano perpendicular ao corpo-de-prova, superior a h/300, onde h é a altura do corpo de prova; -

Ocorrência

de

falhas

como

fissuras,

destacamentos,

empolamentos,

descoloramentos e outros danos que possam comprometer a utilização do sistema vertical de vedação externa. As análises aqui realizadas foram baseadas em monografias, manuais e avaliação de pós ocupação (APO), sobre a durabilidade dos sistemas construtivos convencionais. 3.3.6.1.

Alvenaria Convencional: Durabilidade e manutenção

Para as análises de durabilidade, utilizou-se o método de choque térmico e ação de calor. A amostra estudada foi composta por blocos cerâmicos com reboco de 1,5 cm de espessura em ambos os lados.

61


Após a realização de um ciclo de 10 (dez) choques térmicos na amostra, identificou algumas fissuras próximo a aberturas de portas e janelas. No entanto, em relação à vida útil o sistema atende aos requisitos mínimos da NBR 15575/2013 (SILVA, 2015). A durabilidade, expressa pela vida útil das paredes externas e internas, depende da manutenção das condições de projeto, da não utilização de cargas nas paredes, além das previstas e/ou de falta de realização das operações previstas no manual de uso de manutenção como lavagem ou repintura ou ainda medidas corretivas que se façam necessárias (SILVA, 2015). A NBR 15575 não especifica sobre a manutenção das instalações hidráulicas e elétricas em relação ao subsistema de vedações verticais, no entanto é importante destacar que no sistema convencional a manutenção interna para reparos hidráulicos e elétricos são mais complexos e exige quebras e consequentemente desperdícios, quando comparado ao sistema LSF. 3.3.6.2.

Sistema LSF: Durabilidade e manutenção

A durabilidade e manutenção do sistema LSF foi avaliada pela análise dos componentes de perfil de aço e parafusos e da placa cimentícia, nele instalados, através de ensaios de choques térmicos e de exposição ao envelhecimento natural. A placa cimentícia apresentam boas características físico-químicas, como pouca absorção de água e alta resistência a intempéries ajudando dessa forma a obter uma maior durabilidade no sistema que tem ela na sua composição. O ensaio realizado contou com uma execução de dez ciclos sucessivos de exposição ao calor e resfriamento por meio de jato de água e a amostra não apresentou a nenhuma falha ou fissura. Os perfis e parafusos de fixação também atenderam aos critérios da NBR 15575. A manutenção do sistema precisa ser realizada através de inspeções periódicas, reparos e processo de limpeza, não há dificuldade em relação à manutenção desse sistema de LSF. Para o bom resultado nesse requisito, é importante que as placas cimentícias recebam uma boa vedação nas juntas, as chamadas vedações industrializadas, com produtos específicos para cada caso, já que elas são um ponto crítico pois absorvem as tenções da movimentação causada pela dilatação das placas. 62


A manutenção interna de instalação elétrica e hidráulica, é um processo simples no sistema LSF, que acontece com a retirada do revestimento interno, localização imediata do problema para o conserto, e posterior recolocação do revestimento, sem nenhum tipo de quebra e desperdício (FREITAS, CASTRO, 2006). 3.3.6.3.

Comparação dos sistemas: Durabilidade e manutenção

O LSF apresenta vantagem em relação à manutenção, tanto quanto ao aparecimento de fissuras na parte externa da vedação e quanto a manutenção simplificada, não havendo necessidade de quebras na parede. No entanto em relação a durabilidade, a manutenção e o uso do sistema influenciam diretamente o resultado. Estudos recentes destacam o desempenho dos sistemas industriais, como o LSF, em relação a sistemas convencionais, no aspecto de manutenção, havendo uma redução de custo em até 1/3 em relação aos sistemas tradicionais de alvenaria (CBCA 2010). A comparação realizada entre os sistemas é apresentada no quadro 7. Quadro 7: Comparação dos sistemas: durabilidade e manutenção. DURABILIDADE E MANUTENÇÃO LSF

SISTEMA CONVECIONAL (ALVENARIA BLOCO CERÂMICO)

Atende ao tempo de vida útil da norma (NBR 15575);

Atende ao tempo de vida útil mínimo segundo a norma (NBR 15575);

Muito difícil o aparecimento de fissuras (POMARO E CARREGARI, 2015);

Facilidade de aparecimento de fissuras (SANTOS et al., 2011);

Manutenção simples com a retirada de revestimento interno em um tempo de conserto menor (POMARO E CARREGARI, 2015).

Manutenção para reparos de defeitos ocultos exige quebra de parede, e um tempo maior para conserto (POMARO E CARREGARI, 2015);

Ambos os sistemas atendem aos requisitos da NBR 15575. Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

3.3.7. SINTESE DAS ANÁLISES E RESULTADOS Cada sistema apresenta uma peculiaridade em relação às comparações e análises realizadas. O quadro 8 mostrado a seguir, traz uma síntese das comparações mostrando qual sistema apresenta melhor desempenho em relação a cada critério analisado.

63


Quadro 8: Síntese comparativa dos sistemas.

QUADRO COMPARATIVO GERAL CRITÉRIO

ESTRUTURA

S E G U R A N Ç A

LSF

ALVENARIA COM BLOCO CERÂMICO

Atende os requisitos da norma a nível supeiror (NBR 15575);

Atende os requisitos da norma a nível superior (NBR 15575);

Soluções para ventos de até 300km/h (TORQUATO 2010);

Soluções para ventos de acordo com a norma de média de 144km/h (NBR 15575);

O sistema LSF confere resistência superior aos sistemas convencionais, Fundação: distribuição de cagas lineares Fundação: distribuição de cagas pontuais (POMARO E com soluções maiores para ventos (POMARO E CARREGARI, 2015); CARREGARI, 2015); e sistema de cargas distribuídas. Suas estruturas são mais leves, porém há Construção até 4 pavimentos (RAMOS Não há limitação de número de pavimentos; uma limitação no número de gabarito. 2015); Estrutura de concreto armado, onde sua qualidade é Ambos os sistemas atendem a NBR Estrutura leve, com carga distribuída determinada por fatores inconstantes como mão de 15575. (POMARO E CARREGARI, 2015); obra, temperatura, entre outros (POMARO E CARREGARI, 2015); -Mão de obra especializada (POMARO E CARREGARI, 2015); Atende o requisito de reação ao fogo, com material incombustível não queima ou adiciona combustível para o alastramento do fogo (NBR 15575);

CONTRA FOGO

DESEMPENHO

O aço da estrutura é um material muito deformável quando exposto ao fogo (SILVA 1997); Atende a Norma com o TRRF mínimo de 30 minutos (NBR 15575).

-Facilidade de mão de obra (POMARO E CARREGARI, 2015);

Atende o requisito de reação ao fogo com material incombustível (NBR 15575); O concreto que reveste o bloco cerâmico é um material de alta resistência ao fogo (BUENO, 2000); Atende a Norma, com um TRRF de 4 horas, atendendo o mínimo de 30 minutos (NBR 15575).

O sistema convencional nesse item atende de forma superior, comparado ao LSF; Ambos atendem à norma.

Continua 64


Continuação

QUADRO COMPARATIVO GERAL CRITÉRIO

LSF

ALVENARIA COM BLOCO CERÂMICO

Atende o requisito de estanqueidade de forma superior (NBR 15575). ESTANQUEIDADE H A B I T A B I L I D A D E

Sistema com menor possibilidade de aparecimento de fissura (SANTOS, 2011);

Atende o requisito de estanqueidade também de forma superior (NBR 15575), porém, tem mais facilidade para aparecimento de fissura.

DESEMPENHO Sistema LSF com placa cimentícia atende de maneira superior devido ao difícil aparecimento de fissura. Esse item tem muita relação com a manutenção e execução. Ambos atendem à norma.

Atende os requisitos da norma de forma superior (NBR 15575); DESEMPENHO TÉRMICO

O isolamento térmico é completo, principalmente devido a lã de vidro colocada (POMARO E CARREGARI, 2015);

O isolamento térmico atende aos requisitos na norma de forma mínima (NBR 15575);

O sistema LSF nesse item atende de forma superior, porém, o desempenho térmico depende muito da implantação e materiais aplicados. Ambos atendem a norma

DESEMPENHO ACÚSTICO

Atende os requisitos da norma, com desempenho superior para todas as classes de ruídos, devido a lã de vidro instalado no miolo da composição (NBR 15575).

Atende os requisitos da norma, alcançando um nível intermediário (NBR 15575).

O sistema LSF, é superior nesse item quando comparado ao sistema convencional com blocos cerâmicos. Ambos atendem a norma.

Continua

65


Continuação

QUADRO COMPARATIVO GERAL CRITÉRIO

S U S T E N T A B I L I D A D E

LSF

ALVENARIA COM BLOCO CERÂMICO

Atende ao tempo de vida útil da norma (NBR 15575); MANUTENÇÃO E DURABILIDADE

Muito difícil o aparecimento de fissuras (POMARO E CARREGARI, 2015); Manutenção simples com a retirada de revestimento interno em um tempo de conserto menor (POMARO E CARREGARI, 2015).

Atende o tempo de vida útil mínimo segundo a norma (NBR 15575); Facilidade de aparecimento de fissuras (SANTOS, 2011); Manutenção para reparos de defeitos ocultos exige quebra de parede, e um tempo maior para conserto (POMARO E CARREGARI, 2015).

DESEMPENHO

O LSF possuem praticidade de manutenção (evitando quebras), atendendo no quesito de manutenção de forma superior. A durabilidade está relacionada a manutenção periódica; Ambos atendem a norma.

Fonte: PRODUZIDO PELA AUTORA.

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De maneira geral, o sistema LSF em relação ao sistema vertical se mostra superior na maioria dos critérios, no entanto, o sistema convencional atende à norma em todos os requisitos.

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O PRO CES SO PROJETUAL EM LSF CAPÍTULO IV

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4. O PROCESSO PROJETUAL EM LSF A viabilidade e adoção em larga escala do LSF dependem de uma série de fatores sociais e técnicos. Não se trata apenas de uma substituição de materiais, e sim de uma nova forma de construir e de usar o ambiente construído, o que implica na qualificação de quem constrói e na orientação correta para quem habita (LANCELLOTTI, 2015). Dentro desse pensamento, Lima (2013), afirma que uma nova tecnologia, como o LSF não deve ser encarada com as mesmas condicionantes, práticas e educação dos sistemas convencionais, sendo assim, não é necessário apenas investimento na qualificação da mão de obra, mas também dos arquitetos, engenheiros e demais profissionais envolvidos. O processo projetual ao qual estamos habituados, condizente com o sistema construtivo convencional, se difere em alguns aspectos dos sistemas industriais, principalmente no que se refere à possibilidade de adaptações realizadas no canteiro de obra. Embora já tenham sido amplamente demonstrados os problemas acarretados por essa prática, a natureza do sistema construtivo convencional permite que mudanças e tomadas de decisões sejam feitas no decorrer da obra, diferentemente do sistema industrial, que por se tratar de elementos pré-fabricados, não permite quebras e cortes dos componentes, demandando um maior rigor e cuidado na etapa de projeto. Sobre o processo construtivo tradicional, Barros (2003) afirma ser um processo onde se enfatiza a definição do produto sem levar em conta as necessidades de produção. Ou seja, vê-se, assim, pouquíssimas informações executivas de projeto, e a comum falta de compatibilização entre os subsistemas, resultando em problemas que, na maioria das vezes, são resolvidos no canteiro de obras, ocasionando um maior desperdício, assim como uma mão de obra mais demorada. Assim, como conclui Taniguti (1999), para evoluir no processo de produção de edifícios, é necessário melhorar o processo de elaboração do projeto, considerando simultaneamente os vários subsistemas, bem como o conteúdo do projeto, o qual, além da forma do produto, deve apresentar também o aspecto de como produzir.

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Dessa forma, em um projeto em LSF é necessário que se conheça suas características técnicas, geométricas e limitações, de modo que o projeto possa explorar os benefícios que o sistema oferece, visando economia e racionalidade, a fim de baratear e potencializar as vantagens do sistema. Dentro dessa lógica, Coelho (2004) orienta os projetistas para o sistema industrial com as seguintes diretrizes: •

Construtibilidade e materiais – Estudar e compreender as propriedades e características do aço e dos materiais complementares;

Planejamento de todas as etapas do processo – Definir antecipadamente os subsistemas que, junto com a estrutura, permitirão manter o grau de industrialização da construção;

Uso da malha modular – Repensar os parâmetros tradicionais de projeto, item em que são exemplos o módulo básico vinculado à produção industrial da estrutura e os vãos compatíveis com as deformações admissíveis dos demais materiais;

Incorporar à arquitetura detalhes construtivos eficientes para as interfaces entre a estrutura e as vedações.

Segundo Melhado (1994), a fase de projeto deve ser considerada parte de um processo maior, um processo de construção de um produto. Ela é responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transferência das características físicas e tecnológicas específicas que devem ser consideradas na execução da edificação. Desde a concepção do projeto, deve-se pensar na forma de produzir ou construir. Portanto, a diretriz básica do projeto em LSF é a definição do módulo da estrutura, que deve buscar a uniformidade de transmissão das cargas ao longo da edificação e a redução de perdas de material. O sistema é bastante flexível e adaptável a diferentes projetos, no entanto, determinadas escolhas podem encarecer ou baratear a estrutura (LANCELLOTTI, 2015). Evitar grandes vãos e balanços, optar por modulações menores e manter o alinhamento da estrutura vertical na transição de pavimentos podem colaborar com a redução de custos por demandarem menos reforços, travamentos adicionais ou demais recursos estruturais como vigas treliçadas (LIMA, 2013). O uso de uma malha modular, em um projeto LSF, tem como objetivo coordenar as dimensões de todas as etapas que cabem à indústria da construção civil, desde a 70


fabricação de componentes, projetos, execução, até a manutenção, trazendo otimização, simplificação e racionalização aos processos (BARBOZA e LIMA, 2009 p. 12). Essas malhas modulares permitem relacionar, em um primeiro momento, a modulação da estrutura e os painéis de fechamento, uma vez que essa malha possibilita que desde os primeiros esboços se considere a otimização no uso das placas de fechamento. A malha usual é de 120 cm x 120 cm, que, segundo Crasto (2005), oferece a possibilidade de múltiplos de 40 cm e 60 cm, permitindo que o projeto seja ajustado a mais opções de materiais e subsistemas. A malha também auxilia no lançamento dos perfis que compõem a estrutura principal do sistema, o espaçamento usual utilizado entre esses perfis são de 60 cm possibilitando assim uma padronização que influenciam diretamente com as dimensões comerciais das placas e revestimentos. A partir dessa malha de perfis que será feita a produção, geralmente em indústrias, e devido a isso, o detalhamento de encaixes, especificação de esquadrias, formas de fixação e as folgas necessárias para tal, paginação dos componentes de fechamento com as aberturas de esquadrias são extremamente necessários para não haver erros e incompatibilidade no processo de montagem. Como já dito, a utilização dessas malhas potencializa uma série de vantagens do sistema LSF, porém cabe ressaltar que o não uso dessa malha, não inviabiliza o projeto, uma vez que o mercado oferece possibilidades de adaptações. O domínio dos usos de materiais que fazem parte da construção é essencial para uma melhor especificação e integração dos mesmos. O uso de materiais também precisa ser analisado em relação ao local de inserção do edifício, já que os fechamentos verticais e lajes podem demandar características térmicas e acústicas específicas. As especificações desse tipo de material influenciam também no peso próprio do conjunto, refletindo assim no projeto estrutural. A interligação de todos os elementos e componentes de projeto é fundamental em qualquer processo projetual. No sistema LSF, pensar todos os projetos simultaneamente se torna imprescindível, por isso a importância de uma equipe de profissionais integrados que darão suporte ao arquiteto. As próprias empresas que

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trabalham com esse tipo de sistema podem fornecer esses profissionais, onde, além de fabricar o sistema, podem adaptar o projeto arquitetônico para as especificidades do LSF. Dessa forma, o processo projetual tem uma total importância no resultado final de um projeto em LSF, pois determina quase que por completo a realização da obra. No entanto, além de melhorias na fase de projeto, faz-se necessário uma disseminação maior dos estudos sobre o sistema, que muitas das vezes ficam presos somente no meio acadêmico. “A eficiente gestão do processo no planejamento de uma obra em Steel Frame é fundamental para que o sistema alcance o desempenho esperado. Segundo Meseguer (1991) apud Freitas e Castro (2006), o projeto é responsável, em média, por 40 a 45% dos erros de execução na construção civil. O processo de industrialização da construção tem início na concepção do projeto, que deve ser pensado em conformidade com todos os seus condicionantes. O projeto é o principal articulador e indutor de todas as ações, organizando e garantindo o emprego eficiente da tecnologia. Os sistemas industrializados são incompatíveis com improvisações, por esse motivo é importante que todas as especificidades estejam resolvidas antes de ir para o canteiro de obras (FREITAS; CASTRO, 2006)” (CAMPOS, 2010:8).

4.1 ENSAIO PROJETUAL A fim de experimentar e analisar o processo de projeto na prática, aplicando as diretrizes levantadas até o momento, propõe-se aqui o desenvolvimento de um ensaio projetual de uma edificação concebida em LSF. Restringindo-se apenas ao projeto arquitetônico, descreve-se, neste tópico, as etapas percorridas desde a concepção da proposta ao detalhamento do projeto. Este último pode ser visto na íntegra no Apêndice 1 deste trabalho. Para o desenvolvimento desse exercício, propõe-se como objeto um módulo habitacional com 28 m² destinado a situações emergenciais, como catástrofes naturais, em que as famílias precisam de uma solução de moradia urgente. A proposta apresentada leva em conta o uso de materiais leves, duráveis e de fácil transporte, proporcionando privacidade e conforto ao usuário, além de apresentar rapidez de montagem e execução. A figura 17 a seguir mostra uma perspectiva desse módulo emergencial. 72


Figura 17: Perspectiva do módulo emergencial.

MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA.

4.1.1 DIRETRIZES PROJETUAIS A proposta de um projeto em LSF, traz consigo três principais diretrizes: a modulação, a padronização e a racionalização, que buscam juntas trazer agilidade, menor desperdício e menor chance de erro. A modulação é fundamental para a normalização dos elementos de construção e é uma condição essencial para industrializar sua produção. A padronização permite que todos os materiais desse processo sejam produzidos em série, com medidas uniformes, visando assim uma melhor racionalização de material e tempo. Para tanto, adotou-se desde o início a malha modular com medidas de 120 x 120 cm, com múltiplos de 60 cm e 40 cm, definindo-se a partir dela a configuração dos ambientes (Figura 18).

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Figura 18: Planta baixa do módulo desenvolvida sobre malha modular.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

4.1.2 COMPONENTES DO PROJETO O programa de necessidades proposto é composto por: um quarto, um banheiro, uma cozinha com área de serviço, e uma sala de estar, podendo ser expandido para dois quartos (Figura 19). Figura 19: Esquerda: Módulo Base. Direita: Módulo com expansão.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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Como dito anteriormente, é importante que o projetista conheça as etapas e características do processo, assim como tecnologias e soluções que envolvem o sistema construtivo industrializado, a fim de potencializar os seus benefícios. A seguir, descrevem-se as soluções adotadas para cada componente da edificação proposta. 4.2.2.1 FUNDAÇÃO Por ser leve, a estrutura de LSF e os componentes de fechamento exigem fundações mais simples. No entanto, como a estrutura distribui a carga uniformemente ao longo dos painéis estruturais, a fundação deverá ser contínua, suportando os painéis em toda a sua extensão, dessa forma a fundação escolhida foi do tipo radier, que é um tipo de fundação rasa e se assemelha a uma placa ou laje que abrange toda a área da construção transmitindo as cargas da estrutura para o terreno. A forma com que é feita a fixação dos painéis na fundação é de suma importância, uma vez que para evitar o movimento da edificação devido à pressão do vento, a superestrutura deve ser firmemente ancorada na fundação. No processo de montagem da estrutura no pavimento térreo, os painéis são fixados à fundação através de sistema de finca-pinos (Figura 20). Figura 20: Detalhe da fixação do painel na fundação em concreto.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

4.2.2.2 PAINÉIS A partir da planta desenvolvida sobre a malha modular, (Figura 21) são lançados os perfis que configurarão os painéis. Essa etapa é idealmente desenvolvida junto à equipe de engenheiros, que pode ser da própria empresa fornecedora, de forma a 75


racionalizar o processo. Cada configuração de painel gerada é detalhada individualmente e identificada por código, que orientará posteriormente a montagem da estrutura. A figura 22 exemplifica o detalhe de um dos painéis da proposta desenvolvida. Figura 21: Planta de perfis, com destaque para o painel 1.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

Figura 22: Montagem do painel 1.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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A forma como são realizados os encaixes de perfis nos painéis, auxilia na execução, dessa forma são apresentados, a seguir, alguns desses detalhes. A figura 23 mostra o encaixe dos perfis no encontro T de painéis, já a figura 24 mostra o detalhe no encontro L de painéis, e a figura 25, mostra a fixação dos perfis quando há esquadrias. Figura 23: Encaixe de perfis no encontro T de paredes.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

Figura 24: Encaixe de perfis no encontro L de paredes.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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Figura 25: Encaixe de perfis na presença de vãos.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

4.2.2.3 FECHAMENTO VERTICAL Para as vedações verticais adotaram-se placas cimentícias, painel OSB, placas de gesso acartonado e lã de vidro, sendo que cada uma tem uma utilização específica (Figura 26). Figura 26: Composição do painel.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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As placas cimentícias, com dimensão de 120 cm x 60 cm e espessura de 10 mm, foram adotadas para a vedação externa (Figura 27). Figura 27: Modulação da fachada principal com placa cimentícia.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

O painel OSB não pode receber umidade, sendo este utilizado com função estrutural, portanto sua principal função é travamento e contraventamento da estrutura. Contudo, entre a placa cimentícia e a placa OSB é colocada uma membrana hidrofugante que age com efeito impermeabilizante. A lã de vidro fica localizada entre o perfil de aço e o painel OSB, possuindo o papel de isolamento térmico e acústico. Para a parte interna, o material escolhido foi o gesso acartonado do tipo resistente à umidade (RU) para as áreas molhadas, e do tipo standart para os demais ambientes. As localizações respectivas desses revestimentos estão apresentadas na figura 28.

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Figura 28: Localização dos tipos de fechamentos: internos e externos.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

4.2.2.4 LAJE Utilizou-se nesse ensaio projetual a laje seca, executada com a aplicação de placa OSB, diretamente sobre o vigamento metálico. Na parte da laje em que se concentra maior peso, que é da área técnica, utilizaram-se os vigamentos mais próximos com a intenção de reforçar e estrutura (figura 29). Nos dois balanços os vigamentos foram colocados em direção oposta ao restante da laje, utilizando para fechamento os painéis LP Mezanino, que são compostos por OSB revestido nas duas faces com capa cimentícia, os painéis recebem selamento de bordas que lhes confere impermeabilidade. Esse fechamento também é utilizado na parte da laje em que se recebe o peso do pavimento técnico. Figura 29: Laje seca

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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O suporte dessa laje é feito através dos painéis autoportantes, porém em alguns vãos houve a necessidade de utilizar as vigas treliçadas de aço. Essas vigas são cobertas na parte inferior com placa OSB, e na parte superior, que fica em contato com a telha, utiliza-se para proteção uma camada de banda acústica, outra de placa OSB e finalizase com uma manta hidrofugante (Figura 30). Figura 30: Detalhe da viga treliçada.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

4.2.2.5 COBERTURA Para a cobertura, montada sobre a laje seca, propõe-se a telha metálica Dânica com inclinação de 10%. Essa telha tem uma rápida montagem, com uma boa estanqueidade e possui um bom isolamento térmo-acústico. Sua escolha foi devido a sua leveza e alta durabilidade. Sua composição é feita com a face externa em aço, pré pintada de branco, núcleo em poliuretano (PUR) e seu acabamento inferior em filme PVC (Figura 31). Figura 31: Detalhe da telha dânica.

Fonte: ADAPTADO DO CATÁLOGO DÂNICA, 2018.2.6 81


4.2.2.6 ELEMENTOS DE FACHADA Os elementos para a composição da fachada são as esquadrias, brises e um elemento vazado em madeira. As janelas e a porta principal são em alumínio anodizado branco, e receberão vidros temperados de 8 mm. As demais portas são em madeira. A janela do quarto recebe um brise horizontal também em madeira. Na fachada principal (Figura 32) e na fachada lateral direita há na composição um elemento feito in loco, formado com ripas de madeira, na direção horizontal, sendo sustentadas através de montantes fixos. Figura 32: Fachada principal.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

4.2 PROCESSO DE MONTAGEM Após todo o processo de projeto e a produção dos painéis, é feita a montagem da construção, que segue alguns passos gerais. A fim de exemplificar, foi feita uma simulação desse processo para o módulo proposto, descrito a seguir. O método de montagem aqui apresentado é “por painéis”, onde os componentes são pré-fabricados de acordo com o projeto e chegam no canteiro de obra já montados, dando assim maior agilidade à construção. Após a locação da edificação, é feita a fundação em radier, que é coberta por uma manta asfáltica, evitando o contato direto do aço com o concreto da laje. Em seguida,

82


faz-se a montagem dos painéis externos do perímetro da edificação, e posteriormente a montagem dos painéis internos. A partir dessa fase, faz-se o fechamento externo, primeiramente com placas de OSB, que funcionam como suporte estrutural e são mais viáveis economicamente do que os perfis contraventados, posteriormente, coloca-se a manta hidrofugante, que é sobreposta pelas placas cimentícias, que são colocadas de baixo para cima. (Figura 33). Em seguida, realiza-se o vigamento de piso da cobertura e dos painéis que delimitam a área do reservatório superior. Esses painéis recebem uma modulação de 20 cm por 20 cm que tem objetivo de dar maior reforço à área técnica. Sobre o vigamento é instalada a estrutura da cobertura, e em seguida a estrutura do reservatório superior. Finalizando com a colocação das telhas. Antes do fechamento interno, coloca-se o isolamento térmico acústico feito com a lã de vidro, que fica entre a placa OSB e os perfis. Posteriormente é feita a passagem das tubulações hidráulicas e elétricas, e o fechamento interno com as placas de gesso acartonado. Figura 33: Composição externa dos fechamentos.

Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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4.3 PERCEPÇÕES SOBRE O PROCESSO DE PROJETO EM ANÁLISE O processo de racionalização começa ainda na fase de concepção, na análise e especificação dos componentes, na compatibilização dos subsistemas, no detalhamento, continua no processo de construção e, posteriormente, de utilização, com a observação, registro e interpretação do comportamento do produto (CBCA, 2010). Sabe-se que o LSF exige mais planejamento, por se tratar de elementos industriais, exigindo assim, um maior detalhamento em todo seu processo projetual. As considerações realizadas ao decorrer do projeto são apresentadas a seguir. •

Detalhamento arquitetônico:

Uma das primeiras considerações foi observada antes mesmo do início do projeto, através de estudos referentes ao sistema, que diz respeito ao nível de detalhamento de um projeto em LSF. Por ser um projeto industrial, os detalhes técnicos do sistema, como os detalhes referentes a encaixes de perfis, fixação de materiais, dentre outros, são imprescindíveis para melhor entendimento e execução precisa do sistema. •

Uso da malha modular:

Como já dito nesse capítulo, a malha é um importante aliado em um projeto industrial, pois visa a economia e racionalização dos materiais. A malha foi a base para a composição arquitetônica, a partir dela que se definiram os ambientes, além de contribuir para o lançamento de perfis. Através da malha direcionou-se o tamanho e posicionamento das aberturas, obedecendo sempre a função estrutural dos painéis. •

Materialidade do sistema:

Conhecer os materiais que compõem o sistema, a fim de entender seu comportamento perante ao som, ao calor, ao frio, sua durabilidade, sua reação quando em contato com outro material, é de extrema importância para assim dar soluções necessárias naquilo que o material não atende ao esperado. No caso do ensaio projetual realizado, utilizou-se um material complementar como tratamento termo-acústico para as vedações. Assim como fez-se o tratamento do aço para evitar a corrosão com o contato do concreto.

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Além do aço, principal componente do sistema LSF, os materiais de vedações utilizados, nesse caso a placa cimentícia, o OSB, o gesso acartonado e a telha, também fazem parte dos elementos do sistema, e é importante conhecer suas especificações técnicas, modulações e formas de aplicação. •

Técnicas do sistema:

O conhecimento das técnicas construtivas do LSF faz-se importante, principalmente aquelas relacionadas à escolha dos materiais. Os exemplos a seguir foram observados no ensaio projetual aqui realizado, e resolvidos perante o conhecimento técnico do sistema. - O painel OSB possui uma função estrutural, e quando aplicado não precisa de perfil de contraventamento, o que barateia bastante a construção; - A fixação de elementos pesados nas paredes é uma reclamação constante dos usuários desse sistema, e que também pode ser resolvida com a aplicação do painel OSB, que é capaz de suportar mais peso, como o de armários suspensos para cozinhas e banheiros; - As lajes em balanços podem ser feitas, entretanto impactam, de acordo com o tamanho desses balanços, na quantidade de aço presente na estrutura, e, dessa forma, têm uma relação direta com o custo do sistema; - Por ser um sistema estrutural, a presença de vãos muito grandes impacta diretamente no custo do sistema, dessa forma, pensar o tamanho desses vãos é de extrema importância se o objetivo for a economia; - As vigas apresentam um tamanho considerável e que devem ser pensadas juntamente com a arquitetura, a fim de criar uma solução estética adequada. Por fim, percebe-se que as principais divergências entre o processo projetual em LSF e o convencional se dão em relação ao uso de materiais não habituais, que possuem características específicas que necessitam ser conhecidas e estudadas. Porém, de forma geral, grande parte dos aspectos apresentados aqui são válidos para qualquer sistema construtivo e trariam benefícios inclusive se aplicados ao sistema convencional. No entanto, na prática corrente não há o hábito de se pensar todos os detalhes executivos, pois tem-se a possibilidade de fazer ajustes e mudanças durante a obra, diferentemente do que ocorre na construção em LSF. Sendo assim, mais uma vez evidencia-se que mais que qualquer dificuldade projetual há uma barreira cultural

85


também por parte dos projetistas, principalmente pela falta de conhecimento do sistema. A figura 34 a seguir traz uma perspectiva lateral do ensaio projetual aqui realizado.

Figura 34: Vista lateral do módulo mínimo habitacional. Fonte: ELABORADO PELA AUTORA, 2018.

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CON SIDE RA ÇÕES FINAIS CAPÍTULO V

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção civil brasileira não tem acompanhado os avanços tecnológicos de outros setores produtivos com a mesma velocidade. A nossa mão de obra ainda é caracterizada pela informalidade, baixa qualificação e métodos de aprendizado empíricos, aspectos que vão de encontro aos preceitos da construção industrializada. Gradativamente esta realidade tende a mudar, uma vez que hoje já existem mais iniciativas, divulgação e experiências bem-sucedidas com métodos construtivos industrializados e alternativos ao convencional, como é o caso do Light Steel Frame (LANCELLOTTI, 2015). Nesse trabalho realizou-se uma análise do sistema LSF, em relação ao seu desempenho técnico e o seu processo projetual. De forma geral, as análises de desempenho mostraram que o sistema de vedações verticais tanto em LSF quanto no sistema convencional atendem aos requisitos da Norma de Desempenho 15557/2013, sendo que o LSF apresenta um melhor desempenho estrutural, à estanqueidade, acústico e térmico, e a alvenaria em blocos cerâmicos é mais eficiente no desempenho contra fogo. Em relação à durabilidade e manutenção, ambos sistemas se comportam bem, havendo variações que dependem da manutenção e uso do sistema. Já em relação ao processo projetual, nota-se que não há grande diferença entre os sistemas construtivos, uma vez que grande parte das considerações projetuais levantadas nesse trabalho servem para qualquer sistema. A principal diferença é em relação à possibilidade de adaptação no canteiro de obra, uma vez que essas são quase impossíveis de acontecer em um sistema industrial, levando a uma certa negligência aos detalhes de projeto na prática convencional. De modo geral, é possível afirmar que, juntamente com o maior custo do sistema LSF, atualmente a barreira cultural também tem se mostrado como uma grande dificuldade para

a

disseminação

desse

sistema

construtivo,

pois

a

insegurança

e

desconhecimento são comuns tanto ao público quanto a boa parte dos profissionais. No entanto, é fundamental para o sucesso do LSF que, uma vez inseridos neste mercado, os profissionais procurem se qualificar e se aprofundar no assunto. A correta execução do LSF possibilitará seu bom desempenho e o usuário poderá, gradativamente, conhecer e avaliar o sistema, rompendo assim o paradigma cultural (LANCELLOTTI, 2015). 88


Certamente há um longo caminho de pesquisa, investimentos e melhorias até que o LSF ganhe mais mercado e seja, de fato, uma alternativa ao sistema convencional. Milan, Novello e Reis (2011) apontam que para se criar um diferencial competitivo não basta o uso da tecnologia em si, sendo necessário ter uma visão sistêmica de todo o processo projetual e um planejamento de marketing para difundir as vantagens do sistema.

89


RE FE RÊN CIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPÍTULO VI

90


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABCP.

Associação

Brasileira

de

Cimento

Portland,

2010.

Disponível

em

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91


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LSF

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A PÊN DI CE

7. APÊNDICE

98


3

2

4

Vista 03

1

Planta baixa humanizada ESC.1/50

ÁREA : 28,07M²

Vista 04

Vista 01

Vista Áerea LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

PLANTA HUMANIZADA MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

Vista 02

ESCALA:

INDICADA

PESPECTIVAS

1/ 15


FACHADA 04

QUADRO DE ESQUADRIAS

B TIPO

B

C

D

E

F

H

G

I

J

L

K

M

N

O

JANELAS PORTAS

A

7.95

PROJ. COBERTURA

2,37 m²

7,85 m² 0.15

0.14

P1

0.15

P1

1,90

2,10

-

01

Correr de 02 folhas

Metálica com vidro

P2

0,60

2,10

-

02

Correr de 01 folha

Madeira

P3

0,80

1,70

-

01

Abrir

Madeira

J1

0,40

2,00

0,40

02

Vidro fixo

Alumínio e vidro

J2

1,20

1,00

1,10

01

Correr de 02 folhas

Alumínio e vidro

J3

0,60

0,60

1,60

01

Pivotante Vertical

Alumínio e vidro

J4

0,30

2.00

0,20

01

Vidro fixo

Alumínio e vidro

J5

2,80

0,20

1,80

01

Pivotante Vertical

Alumínio e vidro

QUADRO DE ÁREAS ÁREA CONSTRUÍDA

QUARTO 7,73 m² 0.15

COZINHA/ A. SERVIÇO 3,78 m² 0.14

P2

J2

TÉRREO

ÁREA(m²) 28,07

C

J5

0.15

1.05

2

PAVIMENTO

FACHADA 02

1,43 m² 0.15

3.75

2.25

3.45

5.00

2.40

J4

0.15 0.15 0.15

1

ALT.

1.10

CIRCULAÇÃO

4 3

PEITOR. QT. MODELO/TIPO MATERIAL

LARG.

P2

PROJ. COBERTURA

5

A

1.05 0.15

BANHEIRO SALA / JANTAR

7 6

C

J3

2.25

8

1.20

J1

J1

0.15 0.15 1.05

FACHADA 03

9

0.15 2.25

3.45

10

A

0.15

0.15 0.60

0.15

11

DIMENSÕES

0.60

0.45

0.60

2.85

1.80

2.25

0.60 0.15

3.65

2.55

0.15

7.95

FACHADA 01

Planta baixa ESC.1/50

ÁREA : 28,07M²

B

NOTA: -Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com15 cm de espessura; - Malha modular 60 x 60 cm.

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

PLANTA BAIXA - MODULAÇAO MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

2/15 ESCALA:

1/50


QUADRO DE ESQUADRIAS DIMENSÕES

TIPO

B

C

D

E

F

G

H

J

I

L

K

M

N

O

JANELAS PORTAS

A

11 DET. 01

DET. 02

10 J1

J1

9

PEITOR. QT. MODELO/TIPO MATERIAL

LARG.

ALT.

P1

1,90

2,10

-

01

Correr de 02 folhas

Metálica com vidro

P2

0,60

2,10

-

02

Correr de 01 folha

Madeira

P3

0,80

1,70

-

01

Abrir

Madeira

J1

0,40

2,00

0,40

02

Vidro fixo

Alumínio e vidro

J2

1,20

1,00

1,10

01

Correr de 02 folhas

Alumínio e vidro

J3

0,60

0,60

1,60

01

Pivotante Vertical

Alumínio e vidro

J4

0,30

2.00

0,40

01

Vidro fixo

Alumínio e vidro

J5

2,80

0,20

1,80

01

Pivotante Vertical

Alumínio e vidro

BANHEIROJ3

8

SALA / JANTAR

2,37 m²

7,85 m² 0.15

0.14

QUADRO DE ÁREAS ÁREA CONSTRUÍDA

P1

PAVIMENTO TÉRREO

ÁREA(m²) 28,07

6

H

CIRCULAÇÃO

I

J

1,43 m² 0.15

L

K

M

N

QUARTO 7,73 m² 0.15

COZINHA/ A. SERVIÇO PROJ. COBERTURA

7

PROJ. COBERTURA

P2

5

P2

4

3,78 m² 0.14

11 10

DET. 01

J5

J2 P3

3

BANHEIRO 2,37 m²

9

DET. 03

3.10

8 J4

2

7

1 Planta de perfis ESC.1/50

Planta de perfis ESC.1/50

ÁREA : 28,07M²

NOTA: -Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com15 cm de espessura; - Malha modular 60 x 60 cm.

LEGENDA: 0.60

0.60

0.60

PERFIL EM U SIMPLES Painél de LSF Montantes de 10 cm, espaçamento da estrutura a cada 60 cm.

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

Direção dos montantes dos painéis na treliça.

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

PLANTA BAIXA PERFIL MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL PLANTA BAIXA PERFIL - ÁREA TÉCNICA ESCALA:

1/50

3/15


MEMBRANA P. CIMENTÍCA

OSB

MEMBRANA PLACA CIMENTÍCIA

GUIA DA MALHA MO

MO MO MO

MO

MO

1.10

MO

ISOLANTE

GESSO ACARTONADO TIPO R.U

GESSO ACARTONADO TIPO STANDART

ISOLANTE

PLACA CIMENTÍCIA

GESSO ACARTONADO TIPO R.U

OSB

PEITORIL EM GRANITO

0.04

Detalhe 01

Detalhe 02

ESC: 1/10

ESC: 1/10

AO LSF COM PARAFUSOS

3.20

1.00

VÃO PARA JANELA FIXADA

1.30

FECHAMENTO EXTERNO

JANELA

MO MO

GUIA INFERIOR

ISOLANTE GESSO ACARTONADO TIPO STANDART 0.04

PEITORIL EM GRANITO

Pespectiva dos perfis SEM ESCALA

PINTURA EM TINTA SUVENIL REF B161 CROMIO

Detalhe 03 ESC: 1/10

NOTA:

Seção Vertical ESC: 1/ 10

REVESTIMENTO EXTERNO EM PLACA CIMENTICIA 10mm

1.10

MEMBRANA HIDROFUGANTE 12,5 mm PLACA OSB 12,5 mm

PLACA CIMENTÍCIA MEMBRANA OSB

REVESTIMENTO INTERNO EM GESSO ACARTONADO 12,5mm

-Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com15 cm de espessura; - Malha modular 60 x 60 cm. Gesso acartonado tipo RU ( PARA ÁREA MOLHADAS) Gesso acartonado tipo STANDART (AREAS SECAS)

ISOLAMENTO EM LÃ DE VIDRO

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

MONTANTE DA ESTRUTURA EM LSF GUIA INFERIOR DE LSF BANDA ACÚSTICA SOB TODA ESTRUTURA DA FACHADA

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

SEÇÃO VERTICAL MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

DETALHES DOS PERFIS PESPECTIVA DOS PERFIS

ESCALA:

INDICADA

4/15


8.50 7.30

PAINEL LSF

1.20

1.20

MONTANTES DUPLOS I FIXADOS ENTRE SI COM PARAFUSOS 4,8 X 19 MM

2.55

FIXAÇÃO NO PERFIL COM PARAFUSOS SEXTAVADOS 4,8 X 19 MM SUPORTE DE ANCORAGEM

4.95

FUNDAÇÃO RADIER

1.20

3.75

4.95

PINO PARA FIXAÇÃO NA FUNDAÇÃO

Ancoragem na fundação SEM ESCALA

1.05

CONCRETO ARMADO H: 15CM TELHA DÂNICA

OSB

MANTA HIDROFUGANTE

0.15

1.75

3.60

3.15

12,5 MM

8.45 BANDA ACÚSTICA

NO PISO INFERIOR

LAJE MEZANINO PAINEL ESTRUTURAL NO PISO INFERIOR

APLICAÇÃO DE PLACAS OSB (1,2 X 2,4 CM)

3,00 12,5

PAINEL NÃO ESTRUTURAL

0.40

ESC.1/50

4,5

Planta de fundação

TRELIÇA

VIGA COM ESPAÇAMENTO MENOR PARA REFORÇO DA A. TÉCNICA

OSB

VIGA DE APOIO

MEDIDAS EM MM

12,5 MM PAINEL ESTRUTURAL NO PISO INFERIOR

LAJE EM BALANÇO

Seção 1- Viga e Cobertura ESC: 1/10

CAPA CIMENTÍCIA

PAINEL ESTRUTURAL NO PISO INFERIOR OSB

VIGA DE APOIO 1

VIGA DE APOIO

VIGA DE APOIO

PAINEL ESTRUTURAL NO PISO INFERIOR

0.40

VIGA DE APOIO

CAPA CIMENTÍCIA LP MEZANINO 40 MM (MARCA LP BRASIL) DIMENSÃO 1,2 X 2,5 M RESISTÊNCIA 500 KG/M²

VIGA APOIO PARA VÃO

VIGA DE APOIO

Laje mezanino - Fechamento

PERFIL LEVE

VIGA DE APOIO

ESC.1/10

PAINEL ESTRUTURAL

Laje seca

NO PISO INFERIOR

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

PERFIL LEVE

VIGA DE APOIO

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

ESC.1/50

CONTEÚDO:

PRANCHA:

PLANTA DE FUNDAÇÃO MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

PAINEL ESTRUTURAL NO PISO INFERIOR

PAINEL ESTRUTURAL NO PISO INFERIOR

ESCALA:

INDICADA

PLANTA DA LAJE DETALHE DA ANCORAGEM DOS PAINÉIS DETALHE DO FECHAMENTO DA LAJE

5/15


A 0.20

A

CALHA

0.15 2.25

0.10 0.75

0.15

0.15 4.60

0.15 PLATIBANDA H: 40CM

PLATIBANDA H: 40CM

CALHA VISITÁVEL

0.15 0.35

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

0.15

2,37 m²

RUFO

2.55

Planta Cobertura - Área técnica ESC.1/50

0.10

PLATIBANDA H: 40CM

2.25

DET. 04

BARRILETE

RUFO

RUFO

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10% PLATIBANDA H: 40CM

1.05

5.00

RUFO

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

RUFO

C

RUFO

GUIA MONTANTE (M)

2.80

0.15

C

PLACA OSB DET. 05

MEMBRANA

RUFO

0.20

PLATIBANDA H: 40CM

PLATIBANDA H: 40CM

0.15 0.15 1.05

PLACA CIMENTÍCIA

PLACA CIMENTÍCIA

PLATIBANDA H: 40CM

RUFO

5.00

1.20

B

CAIXA D'ÁGUA 300 L

RUFO

B

CALHA VISITÁVEL P3

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

1.35

7.30

Detalhe 04 - Platibanda ESC.1/10

1.60 0.15

3.45

0.15

0.60

2.05 0.15

8.35

Planta de Cobertura

0.15

PLATIBANDA H: 40CM

0.20

PLACA OSB

0.15

PLACA CIMENTÍCIA COM ACABAMENTO EM PINTURA

A

ESTRUTURA EM LSF

ESC.1/50

RUFO METÁLICO EM CHAPA GALVANIZADA PARA ARREMATE DAS TELHAS

REVESTIMENTO DA FACE SUPERIOR EM AÇO GALVALUME PRÉ PINTADO EM BRANCO - ESP 0,43MM

TELHA TIPO SANDUÍCHE I: 10% EM CHAPA DE AÇO 0,5 mm. COR BRANCA E REVEST. INFERIOR POLIURETANO 50 mm MANTA HIDROFUGANTE

FILME PVC

NÚCLEO TERMOISOLANTE EM PUR ESP 20MM

OSB 12,5 MM BANDA ACÚSTICA RIPA EM PERFIL DE LSF Ue90

30

23

Detalhe 05 - Rufo metálico

DETALHE TÍPICO PARA TODOS OS RUFOS DE ARREMATE LATERAL DE TELHAS

ESC.1/10

1005

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

COTAS EM MM DETALHE DO ENCAIXE

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

PLANTA DE COBERTURA

Detalhes - Telha Dânica

MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

DETALHAMENTO DA PLATIBANDA DETALHE DO TELHADO

SEM ESCALA

FONTE: CATÁLOGO DA DÂNICA

ESCALA:

INDICADA

6/15


0.40

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

0.20

02-Barrilete 5,35

0.10 0.40

0.10

3,45 BARRILETE

0.95

5.95

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10% REPRESENTAÇÃO DA VIGA METÁLICA

REVESTIMENTO INTERNO DE GESSO ACARTONDO ST 12,5 mm

0.40

1.70

CAIXA D'AGUA 300 L

PAINEL EM LSF

RODAPÉ EM CERÂMICA 01-Telhado 3,45

DET. 06

GELADEIRA VISTA LATERAL

3.85

3.30

2.70

0.60

REVESTIMENTO EM CERÂMICA IMPERMEABILIZAÇÃO DE PISO CONTRAPISO DE NIVELAMENTO

0,14 BANHEIRO

0,15 QUARTO

0,15

0.15

0.15

1.60

FIXAÇÃO NO PISO COM PINO A GÁS

COZINHA

DET. 07

FITA DE ISOLAMENTO (BANDA ACÚSTICA)

00-Térreo 0,15

Corte AA

FUNDAÇÃO TIPO RADIER (CONCRETO)

Detalhe 07 - Impermeabilização área molhada

ESC.1/50 MANTA HIDROFUGANTE

ESC.1/10

OSB 12,5 MM

NOTA:

0.05 0.40

BANDA ACÚSTICA

VIGA

-Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com15 cm de espessura; - Malha modular 60 x 60 cm.

0.05

FORRO DE GESSO

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL NÚBIA SANTANNA VIEIRA MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

Detalhe 06 - Viga ESC.1/10

CONTEÚDO: CORTE AA DETALHE DA ÁREA MOLHADA DETALHE DA VIGA

ESCALA:

INDICADA

PRANCHA:

7/15


0.40

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

02-Barrilete 5,35

1.90

CAIXA D'AGUA 300 L

EXTERIOR

0.40

3,45 01-Telhado 3,45

0.60

LÃ DE VIDRO

3.30

BANDA ACÚSTICA

FIXAÇÃO NO PISO COM PINO A GÁS

CERÂMICA COR BRANCA

1.60

PINGADEIRA 2cm

FUNDAÇÃO - RADIER

DET. 8

0,14

SALA DE ESTAR/ JANTAR

GESSO ACARTONADO TIPO STANDART 12,5 mm

GUIA

2.00 0.40

0,15

MONTANTE

PLACA CIMENTÍCIA 10mm

FORRO DE GESSO

2.10 0.15

PINTURA SOBRE GESSO

PLACA OSB 12,5 mm

1.00 0.10

0.30 0.40

VIGA PARA LAJE EM BALANÇO

INTERIOR

MEMBRANA HIDROFUGANTE

BARRILETE

1.10

5.55

2.30

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

00-Térreo 0,15

Detalhe 08 - Encontro painel com radier

0.15

BANHEIRO

ESC.1/10

Corte BB ESC.1/50

NOTA: VIGA TRELIÇADA

1.10

FORRO DE GESSO

3.70

0.80 0.20

0.30

0.50

0.40

01-Telhado 3,45

-Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com15 cm de espessura; - Malha modular 60 x 60 cm. -Boneca P2 É DE 15 CM.

0,15

0,14 GELADEIRA

COPA/COZINHA

00-Térreo 0,15

0.15

QUARTO

2.10

1.80

2.00 0.40

0.15 1.10

1.10

1.00

0.10

0.70

0.40

TELHA METÁLICA TÉRMICA I:10%

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL NÚBIA SANTANNA VIEIRA

Corte CC

CONTEÚDO:

PRANCHA:

CORTE BB MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

ESC.1/50

CORTE CC DETALHE DO ENCONTRO DE PAINÉIS COM A FUNDAÇÃO

ESCALA:

INDICADA

8/15


02-Telhado 5,55

PERFIL DA MALHA

Placa OSB 01-Telhado 3,45

PARAFUSO NO MONTANTE

OPÇÃO UTILIZADA NO PROJETO

Opção 01- Contraventamento com OSB SEM ESCALA

PLACA DE OSB

J3 CANTOREIRA E ANCORANGEM

J2

PERFIL DA MALHA

Placa OSB

VIGA DE PISO

00-Térreo 0,15

Fachada 02

CONTRA PISO

PARAFUSO NO MONTANTE

MODULAÇÃO PLACA OSB FITA EM AÇO GALVANIZADO

ESC.1/50

02-Telhado 5,35 CANTOREIRA E ANCORANGEM

OSB PLACA CONTRA PISO

VIGA DE PISO

01-Telhado 3,45

OSB

Opção 02- Contraventamento com perfil SEM ESCALA

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL P1

P2

00-Térreo 0,15

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL DETALHE DO FECHAMENTO

Fachada 03 ESC.1/50

MODULAÇÃO PLACA OSB

PRANCHA:

MODULAÇÃO PLACA OSB

ESCALA:

INDICADA

9/15


02-Telhado 5.35

01-Telhado 3,45

PLACA CIMENTICIA

OSB Viga PLACA OSB

Pespectiva SEM ESCALA

SEQUÊNCIA OSB + PLACA CIMENTÍCIA

OSB J4 00-Térreo 0,15

Fachada 1

MODULAÇÃO PLACA OSB

ESC.1/50 GESSO ACARTONADO

02-Telhado 5,55

Placa OSB

ESTRUTURA

PLACA OSB

PLACA CIMENTÍCIA

01-Telhado 3,45

Pespectiva de fechamento

MANTA HIDROFUGANTE

SEM ESCALA

Viga

REVESTIMENTO EXTERNO - PINTURA

NOTA: Placa OSB

J1

J1

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL 00-Térreo 0,15

Fachada 04 ESC.1/50

MODULAÇÃO PLACA OSB

-Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com10cm de espessura; - Malha modular 60 x 60 cm.

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

MODULAÇÃO PLACA OSB MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

ESCALA:

INDICADA

DETALHES CONSTRUTIVOS

10/15


A

PARAFUSOS AUTOTARRAXANTES COM PONTA BROCA 02-Telhado 5.35 PLACA OSB MONTANTES

MEMBRANA

01-Telhado 3,45

Placa cimentícia

PLACA CIMENTÍCIA

Viga metaliga coberta por placa cimenticia

Seção A SEM ESCALA Basculante

1.20

0.60

Pivotante em vidro

Placa cimentícia

1.20

J4

0.60

Fachada 01

1.20

00-Térreo 0,15

MODULAÇÃO PLACA CIMENTÍCIA

ESC.1/50

0.60

0.60

0.60

0.60

0.60

0.60

02-Telhado 5,35

Modulação - Placa Cimentícia ESC.1/50 3.05

1.50

MONTANTES E REGUAS FIXASSEM MOVIMENTO MONTANTE ESTRUTURANTE

Maxim - ar , 01 folha

Brise fixado com mão francesa na placa cimenticia

ELEMENTO FEITO IN LOCO COM VIGAS E RIPAS INTRELAÇADAS

0.12

01-Telhado 3,45

0.05

Placa cimentícia

RIPAS DE FECHAMENTO

J3

Janela de abrir 2 folhas

Detalhe - Brise de madeira

J2

ESC.1/25 Placa cimentícia

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

00-Térreo 0,15

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO: MODULAÇÃO DAS PLACAS CIMENTICIAS

Fachada 02 ESC.1/50

MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL DETALHES CONSTRUTIVOS

MODULAÇÃO PLACA CIMENTÍCIA ESCALA:

INDICADA

DETALHES DE FIXAÇÃO DA PLACA CIMENTÍCIA

PRANCHA:

11/15


Porta de correr 1 folha em madeira

02-Telhado 5,35

Placa cimentícia

ACABAMENTO OSB + MANTA HIDROFUGANTE + PLACA CIMENTICIA MONTANTES LOCALIZADO NAS EXTREMIDADES DAS ABERTURAS

01-Telhado 3,45

DE PORTAS E JANELAS

Fixação de portas Laje em balanço

ESC. 1/10 VIDRO INCOLOR TEMPERADO - 8MM PARA PEITO EM GRANITO

Placa cimentícia

PARAFUSO Vidro fixo

J1

MONTANTE EM ALUMÍNIO PRETO ACABAMENTO OSB + MANTA HIDROFUGANTE MONTANTE DUPLO + PLACA CIMENTÍCIA

J1 00-Térreo 0,15

Fachada 04

Basculante

Fixação da janela

MODULAÇÃO PLACA CIMENTÍCIA

ESC. 1/10

ESC.1/50

P.U

02-Telhado 5,35

Det.06

Placa cimentícia

DELIMITADOR

DIST. 4MM À 5MM PLACA CIMENTÍCIA PLACA CIMENTÍCIA

MEMBRANA

01-Telhado 3,45

Viga

PLACA OSB

Placa cimentícia

MONTANTE DUPLO MONTANTE (M) DUPLO

Fixação de Placas Cimentícias

Det.06

SEM ESCALA

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL Porta de correr 2 folhas em vidro

P1

00-Térreo 0,15

Fachada 03 ESC.1/50

MODULAÇÃO PLACA CIMENTÍCIA

Porta de correr 1 folhas em madeira

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

MODULAÇÃO DAS PLACAS CIMENTCÍAS MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

ESCALA:

INDICADA

DETALHES CONSTRUTIVOS

12/15


REBOCO FINO E PINTURA COM TINTA ACRÍLICA NA COR ELEVANTE REF D161 - SUVENIL RIPAS EM MADEIRA COM 5 CM E ESPAÇAMENTO DE 8 CM ENTRE RIPAS (DIMENSÃO MODULO 4,2 X 1,70)

RIPAS EM MADEIRA COM 5 CM E ESPAÇAMENTO DE 8 CM ENTRE RIPAS (DIMENSÃO MODULO 4,2 X 1,70) ESQUADRIA EM PERFIL ALUMÍNIO ANODIZADO NATURAL COM SISTEMA DE ABERTURA MAXIMO-AR COM VIDRO LAMINADO 8MM ) ESQUADRIA EM PERFIL ALUMÍNIO ANODIZADO NATURAL COM SISTEMA DE ABERTURA PIVOTANTE, COM VIDRO LAMINADO 8MM

Fachada Lateral Direita ESC.1/50 2.40

MONTANTE ESTRUTURANTE

0.70

RIPAS COM 5 CM E ESPAÇAMENTO DE 8 CM ENTRE RIPAS ELEMENTO FEITO IN LOCO COM VIGAS E RIPAS INTRELAÇADAS MONTANTES E REGUAS FIXASSEM MOVIMENTO

MONTANTE ESTRUTURANTE LAJE EM BALANÇO

RIPAS DE FECHAMENTO

BRISE APOIADO NA LAJE EM BALANÇO

1.10

ELEMENTO DE MADEIRA APOIADO NA PAREDE

REBOCO FINO E PINTURA COM TINTA ACRÍLICA NA COR ELEVANTE REF D161 - SUVENIL

Detalhe do elemento de madeira

0.90

BRISE APOIADO NA VIGA

ESC.1/25

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

FACHADA PRINCIPAL

PORTA DE CORRER - 2 FOLHAS VIDRO LAMINADO 8MM ESQUADRIA EM PERFIL ALUMÍNIO ANODIZADO NATURAL

MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

PORTA DE CORRER 1 FOLHAS EM MADEIRA

Fachada Principal ESC.1/50

FACHADA LATERAL DIREITA ESCALA:

INDICADA

13/15


LEGENDA REVESTIMENTOS:

02 03 01

SALA / JANTAR

GESSO ACARTONADO TIPO R.U

APENAS PAREDE DO BOX

03 BANHEIRO

GESSO ACARTONADO TIPO STANDART

01 01

02 02

PLACA CIMENTICIA

01 PROJ. COBERTURA

LÃ DE VIDRO VISTA 1

LEGENDA DE PISO QUARTO COZINHA/ A. SERVIÇO

01 PISO EM CERÂMICA BRANCO 60 X60

PROJ. COBERTURA

01 01 01

02 PISO CERÂMICA MADEIRA 01

02 02

01 PISO EM CERÂMICA FOSCO 60 X60

03

01

LEGENDA DE RODAPÉ

Planta de revestimento e piso ESC.1/50

01

RODAPÉ EM CERÂMICA BRANCA H: 15CM

02

RODAPÉ EM CERÂMICA MADEIRA H: 15CM

LEGENDA DE PAREDE

0.10

VIGA

02

PAREDE EM CERÂMICA BRANCA 20X20

03

PAREDE EM CERÂMICA MADEIRA

FORRO EM GESSO JANELA MAX-AR EM FITA PINTURA SOBRE O GESSO ACARTONADO

0.90

0.20 0.70

0.40

01 PINTURA REF SUVENIL BI61 CROMIO

BANCADA EM GRANITO

0.10 0.80

NOTA:

VERIFICAR ENCANAMENTO

2.90

-Dimensões e cotas em metros; -Técnica construtiva em LSF; - Painéis com 15 cm de espessura.

PLACA INTERNA DE OSB PARA REFORÇO

LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL

Vista 01 ESC.1/50

NÚBIA SANTANNA VIEIRA

CONTEÚDO:

PRANCHA:

PLANTA DE ESPECIFICAÇÃO DE PISO E REVESTIMENTOS MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

ESCALA:

INDICADA

REFORÇO DE OSB

14/15


0.05

0.05 0.60

0.05 0.40

0.05 0.55

0.05 0.05 0.45

0.05 0.05

MODULAÇÃO MOD.

1.10

MOD.

MONTANTE

2.10

3.20

P2 0.6X2,1 GUIA

PARAFUSO

Detalhe do painel com porta SEM ESCALA

VISTA

CORTE

CORTE MOD.

2.40

PLANTA BAIXA PARAFUSO

Painel

DOBRA 10CM

ESTRUTURA LATERAL

ESC.1/25

GUIA

PAINEL

Detalhe do painel com porta SEM ESCALA LSF: UMA DISCUSSÃO SOBRE DESEMPENHO E PROCESSO PROJETUAL NÚBIA SANTANNA VIEIRA

Localização de painel

CONTEÚDO:

PRANCHA:

MONTAGEM DE UM PAINEL EXEMPLO MÓDULO MÍNIMO EMERGENCIAL

ESC.1/100 ESCALA:

INDICADA

DETALHE DE ABERTURAS EM PAINÉIS

15/15



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