Livro 30 anos ANPG

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o reconhecimento do movimento nacional por parte do governo: “Agora eles sabem que existimos enquanto classe organizada e que sabe o que quer, estando disposta a lutar até consegui-lo”. Um ganho, por exemplo, foi a permissão para os pós-graduandos participarem da elaboração do 3º Plano Nacional de Pós-Graduação. A pressão dos pós-graduandos nos governantes surtiu breve efeito. Como resultado, Maciel pediu ao deputado João Faustino (PFL-RN) a elaboração de um projeto de lei que regulamentasse a concessão de bolsas para pós-graduandos e que ficaria conhecido como PL dos pós-graduandos (PL Nº 6545/85). O projeto foi apresentado na Câmara em outubro de 1985, debatido nas Comissões de Constituição e Justiça, de Educação e Cultura e de Finanças, mas acabou parado. A lei dos pós-graduandos viveria uma verdadeira novela no Congresso até ser arquivada em definitivo em 1987.

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Comparação do sistema de pós-graduação Capes

O encontro de representantes dos pós-graduandos com órgãos do governo colocou o movimento em outro patamar. Apesar da morosidade do governo em avaliar as reivindicações, o MNPG caminhava para se consolidar nacionalmente. O ano de 1986 começa com a promessa da elaboração do 3º Plano Nacional de Pós-Graduação, com

metas para a área entre os anos de 1986 e 1989. Ao contrário dos planos anteriores, feitos sem nenhuma ponte entre pós-graduandos e governo, desta vez a comunidade científica pode participar do debate sobre o conteúdo do texto. Mobilizados, os autores destacavam a falta de investimentos para atender aos objetivos da autonomia e desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do Brasil e defendiam a necessidade de mais investimento na


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