NoticiasLx 23Abr2022

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23 de Abril de 2022

Loures | Odivelas

Um proprietário de Odivelas no Séc. XVIII Um título de Nobreza – Conde de Santiago Um cargo na Corte – Aposentador - Mór Pág. 4

Ler mais na Pág. 6

Número 9

O posto da GNR de Bucelas vai avançar e vão ser retomados os Contratos Locais de Segurança, com Loures a arrancar em primeiro lugar. Pág. 14 A HERANÇA DA CDU “Para lá de compromissos assumidos e não pagos no valor de 29 milhões de euros, deparámo-nos ainda com outra desagradável surpresa; a Câmara Municipal de Loures tinha as contas penhoradas.” - Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures Pág. 14

22 ABRIL A 6 MAIO Profissionaliza-te – Mostra Loures - Último lugar na re- de Cursos Profissionais colha selectiva de resíduos Sobre o assunto, as declarações de Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures Pág. 6

A Câmara Municipal de Loures promove, entre os dias 22 de abril e 6 de maio, mais uma edição do Profissionaliza-te – Mostra de Cursos Profissionais. Pág. 12


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EDITORIAL

O Inopinado 25 de Abril

N

o Regime dos guardas Serôdios do Estado Novo

Os contadores de histórias gostam de se referir ao 25 de Abril (25A) como uma revolução quando, na verdade, se tratou apenas de um golpe militar, que nem mexeu por aí além nas estruturas do poder. Os Tribunais e a Igreja são, por exemplo, duas das estruturas que mais colaboraram com o regime do “Estado Novo” e que se mantiveram inalteradas, enquanto a morte os não foi levando, mantendo os do “antes” nos lugares de topo. Cabe aqui o infeliz episódio, exemplar do quanto as coisas não mudaram, da negação à viúva de Salgueiro Maia da pensão enquanto os ex-Pides viam garantida a reforma pelo Estado e sobre isto se manifestou Francisco Sousa Tavares, só se livrando de um processo porque o seu estado de saúde se agravava com um fim próximo à vista. Quando falamos do 25A é disto que estamos a falar e, o retrato que fica para memória futura, é o de um capitão que tendo sido o principal operacional no terreno, Salgueiro Maia, o anti-herói, um dos poucos consensuais da esquerda à direita, que contrariamente a outros, deu o corpo às balas, literalmente falando - naquele memorável episódio do dia 25 de Abril de 1974 que decidiu a vitória do Movimento das Forças Armadas e em que o oficial pró-Estado Novo dá ordem aos homens do tanque de guerra para dispararem sobre ele, e Salgueiro Maia se manteve firme, enfrentando nos olhos o atirador… - foi este homem, que veio a terminar a sua carreira militar como encarregado das cavalariças... Para encontrarmos um dia em que todo o Povo saiu à rua num movimento Único em Portugal temos de nos deter no 1º de Maio de 1974. Estávamos ainda muito próximos do 25A e os partidos ainda não controlavam as “Massas” e tudo ainda tinha muito de espontâneo. Esse caráter espontâneo do 1º de Maio de 1974, sem quase nenhum controlo político, nunca mais se voltou a repetir. Os golpes e contra golpes que se desenrolaram posteriormente ao 25A não vieram jamais permitir a liderança popular genuína até porque, os partidos, a partir do 1º de Maio de 1974, começaram a desenvolver trabalho político para tentarem controlar o “Processo Revolucionário” e o “MFA” e, basta consultar os manifestos políticos dos partidos na altura - do PSD aos partidos Marxistas Leninistas, mais ou menos

revisionistas, e para termos a noção do quão imbuídos todos estavam do espírito revolucionário e, aliás, o primeiro texto da Constituição com o seu preâmbulo de um Estado Rumo Ao Socialismo é disso prova. Como sempre, os contadores de histórias falam destes momentos históricos, criando os seus heróis mas esquecem-se de mostrar os vários ângulos da história. E falando de heróis e de Mitos... De António de Spínola, general que foi preciso “arranjar à pressa”, porque Marcelo se negava a entregar o poder a qualquer militar de patente inferior, se pode dizer que desempenhou um papel importante, não só como presidente da junta de salvação nacional, como pelo seu papel anterior ao 25A quando, no terreno da guerra, na Guiné, assumiu que a vitória militar não era possível. “Portugal e o Futuro” é um livro de António de Spínola, publicado incrivelmente antes do 25A, e que é incontornável para perceber todo o pensamento do general e de muitos que o apoiavam. Do mesmo modo falar de Ramalho Eanes, o homem do 25 de Novembro, sem falar no PRD ou em Jaime Neves, é contar parte da história que só pode ser analisada no seu todo e não isolada em tupperwares. O que foi feito das dezenas de deputados do PRD, qual o seu papel, fica a análise por fazer. Outro mito, de que o PCP foi sempre a favor da ocupação das terras no Alentejo, é isso mesmo, um mito - Álvaro Cunhal em outubro de 1974 no Diário Popular, insurgia-se contra esses movimentos de ocupação de terras, classificando-os de uma “anarqueirada”... Mais tarde quando o PCP passou a ter o controlo das ocupações e das Unidades Coletivas de Produção, e da Reforma Agrária em geral, o partido assumiu, então sim, essa bandeira. Mais um mito, de que apenas a esquerda, com as FP25, tinha movimentos armados, que tiraram vidas também é enganador, porque do outro lado, o ELP e o MDLP tiveram o mesmo papel de sinal contrário. Lembrar os incêndios de sedes e a morte do padre Max entre outros. Comícios de esquerda organizados, como o do Naval - 1º de Maio, estiveram cercados e morreu o soldado Luís que o Zeca Afonso imortalizou num dos seus temas quando refere “Lá fora 60 manos do PPD exibiam matracas e armas de fogo e o mais que a gente não via...” Em suma, numa guerra civil que quase aconteceu, muita coisa não correu dentro do espírito democrático, nem podia. Para ilustrar o que foi o 25 de Abril, cito Bertolt Brecht: “Do rio que tudo arrasta se diz violento mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”. - António Tavares, Diretor

Maria Beata lança Museu da Beata com exposição “repugnante” criada para desaparecer

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Empresas Públicas de Elevado Valor Acrescentado

Lisboa, 18 de Abril de 2022 Numa campanha provocativa assinada pela Lola-Normajean, Maria Beata, marca inovadora de cinzeiros portáteis, ironiza a “criatividade” daqueles que deitam fora as beatas de cigarro nos lugares mais inusitados. A ideia parte de uma mecânica simples: encontrar beatas descartadas que se parecem com obras de arte ou monumentos, identificálas com placas provocativas e limpá-las, não sem antes adicionar cada peça ao Museu da Beata, uma exibição numa galeria virtual no Instagram da marca. Uma beata apagada sobre uma concha no areal torna-se a obra “O Nascimento da Parvoíce”, em comparação à grande obra de Botticelli “O Nascimento de Vênus”. Beatas organizadas em círculo são batizadas de “Stonehenge”, e quando postas sobre fezes animais tornam-se uma obra intitulada “Self-portrait”. Além de consciencializar as pessoas a respeito da maior fonte de lixo dos oceanos, a ideia é também convidar toda a gente a encontrar estas obras repugnantes, fotografar e limpá-las. “Qualquer um pode ser um curador do Museu da Beata”, diz a criatividade, que também aponta uma solução muito mais simples para este problema ambiental: descartar corretamente as beatas nos cinzeiros portáteis da marca. Aos que desejam ver todas as obras ou mesmo tornar-se curadores e submeter as suas “descobertas”, podem fazê-lo pelo perfil de Instagram oficial da marca: @mariabeata.pt. Toda participação é bem-vinda, afinal, quanto maior esta coleção insólita ficar, mais limpas ficarão também as ruas de Portugal e, por consequência, os oceanos.

A

s sociedades contemporâneas desenvolvidas não são aquelas que detêm o conhecimento, mas sim aquelas que para além de serem detentoras de conhecimento o usam de uma forma eficiente e eficaz, promovendo a inovação tecnológica. Nesta conformidade, a política científica e tecnológica, bem como os recursos materiais, humanos e financeiros que são atribuídos para a realização de actividades de investigação e desenvolvimento (I&D), sejam elas de cariz mais fundamental ou aplicado, tornaram-se nas últimas décadas assuntos de Estado. As tecnologias de informação, os novos materiais e as biotecnologias têm vindo a emergir como domínios de conhecimento com uma forte concentração dos investimentos em I&D, em todos os países mais industrializados. No domínio das ciências da computação, o notável desenvolvimento da microeletrónica proporcionou a criação de computadores compactos com elevada capacidade de processamento e cálculo, permitindo o desenvolvimento de poderosas aplicações informáticas de modelação e simulação, adequadas a inúmeros domínios científicos, proporcionando uma crescente interdisciplinaridade e consideráveis avanços no domínio da inovação tecnológica.

tratados a grandes consultoras, assume valores facilmente apelidados de escandalosos, quando comparados com os investimentos realizados para financiamento de actividades de investigação e desenvolvimento conducentes à inovação tecnológica. Por outro lado, o investimento público em tecnologia de ponta é frequentemente realizado através de Concursos Públicos cujas especificações são invariavelmente fortemente orientadas à tecnologia e muito pouco orientadas aos processos, conduzindo a que o Estado e o seu Sector Empresarial adquiram o que o mercado tem para oferecer, envolvendo padrões proprietários, e não as soluções tecnologicamente mais adequadas à automatização dos processos que estão subjacentes à sua actividade. Nesta matéria, verifica-se uma urgente necessidade de mudança de paradigma, com o lançamento de concursos para financiamento de atividades de I&D aplicadas, a realizar pelo SCT português, visando a realização de estudos e prestação de serviços ao Estado e às Empresas Públicas, passando a ser obrigatório a realização de um estudo prévio (que conduza à elaboração de Cadernos de Encargos tecnicamente detalhados) sempre que se trate de lançar um concurso público que vise a aquisição de tecnologia de ponta. Neste contexto, para países periféricos como Portugal, a criação de uma sociedade mais rica, empreendedora e inovadora, capaz de enfrentar uma competição económica com desafios emergentes resultantes do fenómeno da glo- b a lização, passa por investimento sério na qualificação do potencial humano, sem facilitismos, e na formação de investigadores e tecnólogos em estreita colaboração com o tecido empresarial, tendo a grande empresa “Estado” responsabilidades acrescidas nesta matéria.

Durante as décadas de 80 e 90, as economias dos países industrializados foram influenciadas por um conjunto de factores que lhe eram genericamente favoráveis: embora em alguns países a taxa de desemprego apresentasse níveis preocupantes, observava-se um crescimento moderado das economias, a inflação parecia controlada e assistia-se a uma forte expansão do comércio mundial.

Este novo paradigma impõe o desenvolvimento e criação de competências nacionais, eventualmente através de ligações estreitas entre as empresas públicas e as instituições do SCT, através do financiamento de actividades de I&D aplicadas à implementação de demonstradores laboratoriais de prova de conceitos. Só assim será possível elaborar especificações orientadas aos processos, permitindo que as empresas adquiram o que necessitam e não o que o mercado tem para oferecer.

Paradoxalmente, o investimento público português em estudos e prestação de serviços con-

Esta abordagem é potenciadora de uma maior intervenção da indústria nacional, da aqui-

Pág. 3 sição de sistemas multifornecedor e multitecnologia, interoperáveis e assentes numa filosofia de funcionamento colaborativa, a custos controlados, quer ao nível do investimento inicial, quer ao nível dos custos de exploração/manutenção e expansão de infraestruturas existentes. Só assim será possível passarmos de um modelo de grandes empresas públicas de baixo valor acrescentado, para um modelo de empresas públicas catalisadoras da valorização de competências nacionais, ou seja, empresas públicas de elevado valor acrescentado. Estaríamos assim a contribuir seriamente para se alcançarem os compromissos políticos definidos a nível europeu, que definem uma agenda de modernização das Instituições de Ensino Superior e dos Centros de Investigação, com vista a atrair e manter novos talentos na Europa e tornar as instituições capazes de responder aos desafios globais da investigação e concorrência internacional. O discurso político reinante indica claramente uma “tendência para aumentar significativamente as receitas obtidas por via competitiva, em detrimento dos orçamentos históricos com origem no Estado”, particularmente importante no caso do financiamento da investigação científica. Todavia, a mudança de paradigma acima mencionada, poderia proporcionar aumentos do investimento público em atividades de investigação e desenvolvimento a realizar pelo STC, com impacto direto no desempenho económico do país, sem que isto implique aumentos da despesa pública, podendo eventualmente traduzir-se na sua redução.

João Calado (Professor Coordenador c/ Agregação do ISEL) (ex-Vereador do PSD)


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HISTÓRIA E PATRIMÓNIO

Um proprietário de Odivelas no Séc. XVIII Um título de Nobreza – Conde de Santiago Um cargo na Corte – Aposentador - Mór O Condado de Santiago de Beduído foi criado por D. Afonso VI ( carta de 12/11/1667), e foi primeiro Conde D. Lourenço de Sousa de Meneses. O cargo de Aposentador – Mór é muito anterior. O Aposentador –Mór mais antigo, de cujo nome tive conhecimento, foi Nuno Furtado de Mendonça, no reinado de D. Afonso V (1438/1481). Era da responsabilidade deste, cuidar da acomodação da Corte, quando em deslocação pelo país, para cujo desempenho precedia, de um ou dois dias, o rei e seus acompanhantes. Este cargo andou na família Mendonça Furtado, à qual pertencia, pelo lado paterno, o Arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles, cujo brasão assinala a entrada principal da Quinta da Memória. Pertenciam à alta nobreza. A título informativo, direi que este D. Nuno Furtado de Mendonça era avô de D. Jorge de Lencastre, o filho bastardo de D. João II, que , por vontade de seu pai, teria sido rei. A mãe, filha de Nuno Furtado de Mendonça, era D. Ana de Mendonça, Comendadeira de Santos. Mas o brasão da nossa quinta, pertencia à família materna do Arcebispo, os Moura Telles. É que tanto o brasão como os títulos do pai, pertenciam, por direito hereditário, ao filho mais velho, que não era ele.

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Assim, esta propriedade, tanto pode ter vindo de um costado como do outro.

Sousa da Silva, 3.º Conde de Santiago e Aposentador – Mór do Reino, casado com D. Josefa de Noronha. Foi esta Condessa que deu ali alojamento ao frade António dos Santos, enquanto duraram as obras de construção do monumento do Senhor Roubado.

Vir à posse dos Condes de Santiago é mais fácil de explicar.

Confirmando a posse, no livro de registo das décimas, podemos ler o seguinte:

O nosso Arcebispo D. Rodrigo, tinha uma irmã, D. Luísa Maria de Mendonça e Távora, casada com o primeiro Conde de Santiago – D. Lourenço de Sousa e Meneses.

“ A propriedade do Conde de Santiago consta de Casas Nobres, devolutas, e a quinta que se compõe de pomar de espinho bordado de oliveiras avaliado tudo em quarenta e oito mil e duzentos réis; e terras de semeadura avaliadas em quinze mil e setecentos e cinquenta réis”.

Como não tinha herdeiros directos, que eu saiba, admito que tenha deixado a quinta da Memória a esta sua irmã. Até à primeira República, as mulheres não eram proprietárias dos seus bens, pelo que, o legítimo dono passou a ser o seu marido. Um dos cargos de que era titular, era o de Aposentador – Mór. Como e porquê, não me foi ainda possível apurar. Pelas personalidades que o desempenharam, parece-me que não se manteve ligado a uma família em especial, até chegar aos Condes de Santiago, os Sousa/Meneses. Por outra irmã do Arcebispo, D. Maria de Ataíde, havia também laços de familiaridade com uma família ligada a Odivelas, os Miranda Henriques, uma vez que esta Senhora era casada com Luís Guedes de Miranda Henriques, morgado da Bacalhoa e XI senhor de Murça, da mesma família de José Joaquim de Miranda Henriques, rico proprietário em Odivelas, no século XVIII. São mesmo os dois maiores proprietários – um dono da Quinta da Memória, outro dono da Quinta de Nossa Senhora do Monte do Carmo. A primeira, andava no posse do Aposentador-Mór, já em 1758, segundo palavras do Cura João Lopes Cardoso, que, nas Memórias Paroquiais a ela se refere nos seguintes termos: “O Rio desta terra tem a sua origem nas águas do inverno; começa a correr do lugar de Caneças da freguesia de Loures e entrando nesta de Odivelas vai continuando o seu curso pelo sítio da Ramada, passa por uma ponte de cantaria de um só arco, que fica por cima deste lugar onde chamam Vila Ladra, e correndo encostado ao muro da cerca das Religiosas deste lugar, e da Quinta de Sebastião de Vanderton, passa por outra ponte de lagedo.... e daí se vai juntar ao fundo da Quinta do Conde Aposentador – Mór com outro Rio que vem do sítio da Lage freguesia de Benfica...”. Por aqui podemos ter uma ideia da dimensão desta quinta. No ano de 1763, pertencia a D. Lourenço de

Mas o Conde tinha outras propriedades em Odivelas : - um olival arrendado em seis mil réis ; - uma propriedade que consta de uma terra de semeadura, arrendada em dez mil réis; - uma propriedade que consta de um casal, sem casas e se compõe de terras de semeadura, arrendado em géneros; - outro casal sem casas, chamado do Vale do Mosteiro, arrendado em géneros; - propriedade que consta de casas e quintinha, que se compõem de pomar de pevide, terras de pão e oliveiras, arrendado tudo em trinta e oito mil e quatrocentos réis; - propriedade que consta de um casal que tem casas, tudo arrendado em géneros; - outro casal que tem casas, arrendado tudo em géneros; - uma propriedade que consta de uma terra arrendada em dois mil e quatrocentos réis; - uma propriedade que consta de uma terra arrendada a António Marques em mil e quinhentos réis; - uma propriedade que consta de uma terra arrendada em o Casal “cito” na freguesia de Loures, avaliado em dois mil e setecentos réis. Eram importâncias avultadas para a época. Neste ano de 1763, como fica dito, as Casas Nobres da Quinta estavam devolutas. Na memória dos habitantes de Odivelas não existe recordação dos seus donos, o que denuncia muitos anos de abandono, que, por certo, conduziu às ruínas que nós conhecemos. Mas há muitos espaços vazios no nosso conhecimento sobre esta quinta. O trabalho do investigador não terminou. Não sei se um dia terminará. O que sei é que tem de prosseguir. -Maria Máxima Vaz

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A propósito do 25 de Abril… manter o princípio da autorresponsabilização pela sua própria vida pessoal e a dos seus familiares. Não estamos a falar de casos de pessoas que podendo, não se querem reiteradamente integrar no mercado de trabalho, preferindo viver sempre à custa da caridade social, privada ou pública, gerando casos de parasitismo social e subsidiodependência, ou seja, vivendo à custa do erário público e do trabalho dos outros.

E

stamos a festejar os 48 anos do 25 de Abril e da Democracia em Portugal e os 46 anos da atual Constituição da República.

Uma das conquistas do 25 de Abril é que os partidos políticos, legalmente constituídos, são independentes e não pertencem a elites que se julgam donas do sistema partidário. Sobre os ataques ao Chega, partido onde milito, a minha convicção de democrata, de antes e depois do 25 de Abril, leva-me a expressar um pensamento de que os partidos legalmente constituídos só possam ser erradicados da cena política, pelo voto popular, independentemente das suas matizes ideológicas, da direita à esquerda. Contrariamente ao que é dito o Chega não combate a Democracia, combate sim o atual sistema político, que está corroído pelo nepotismo, pela corrupção e por clientelas políticas que se eternizam nos diretórios partidários e no aparelho de Estado. O combate também é contra os pretensos donos de Abril que pretendem ilegalizar o Chega, um partido legalmente constituído, que em menos de três anos conseguiu ter significativa representação autárquica e 12 deputados na Assembleia da República, eleitos por 400 mil portugueses. Podemos dizer, sem qualquer dúvida, que a nossa Democracia e a Constituição da República já atingiram há muito tempo a idade adulta e por isso já deveriam estar resolvidos muitos dos problemas sociais que ainda persistem no nosso País. Falamos dos problemas sociais que ainda subsistem em Portugal, obviamente para as pessoas que por adversas vicissitudes da sua vida pessoal se encontram involuntariamente em situações de precariedade social e que querem

A nossa Constituição é bem generosa no que diz respeito a direitos, nomeadamente os sociais, estipulando, por exemplo, o n.º 1 do seu artigo 65.º que “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e privacidade familiar”. Apesar da Constituição estar em vigor há 46 anos e do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter impulsionado e acelerado o “Plano de Integração de Pessoas Sem-Abrigo” não se vislumbra que essa integração se conclua proximamente. Pobre Constituição tão maltratada no que diz respeito ao cumprimento dos direitos sociais, mas também dos económicos e culturais. Os que gostam de malhar no Chega deviam era malhar no incumprimento reiterado e contínuo da nossa Constituição. Não a cumprem, nem a querem alterar. É o sistema a defender-se. De facto, os sucessivos Governos e as Autarquias Locais da nossa Democracia descuraram tão importante área de intervenção social e por causa disso Portugal tem hoje cerca de 8 mil pessoas sem-abrigo o que tenderá a agravar-se significativamente com as sequelas da crise pandémica. O Estado e as Autarquias Locais não têm prestado a devida atenção aos sem-abrigo porque este segmento da população não tem o peso eleitoral, a organização e a influência de outras minorias com acesso à comunicação social e aos diretórios da generalidade dos partidos políticos do sistema. Talvez se os sem-abrigo fossem refugiados no seu próprio País tivessem mais atenção do Estado e das Autarquias Locais. Contudo, a maioria dos sem-abrigo são portugueses com os mesmos direitos de todos os outros cidadãos. Referindo agora o Concelho de Odivelas ve-

Pág. 5 rifica-se que a este respeito a política que tem sido seguida se cinge, quando há vagas de frio ou pandemias, à abertura de Centros de Acolhimento de Emergência Temporários. Mas fora desses períodos tudo volta à normalidade e a preocupação deixa de existir, mas o problema subsiste e agrava-se. Após 48 de Democracia e 46 anos de Constituição é o tempo de perguntar à Câmara Municipal de Odivelas (CMO) qual a sua política para os sem-abrigo existentes no Concelho, que podem eventualmente ser até mais dos que já estão a receber ajuda alimentar. Impõe-se esta pergunta porque não se conhece um pensamento estruturado e objetivo sobre esta matéria do Presidente da CMO, ou dos Vereadores que compõem a maioria absoluta que governa (todos do Partido Socialista). Sugere-se à CMO, entre outras ações que venham a ser estruturadas, a adoção das medidas seguintes: - Levantamento rigoroso dos sem-abrigo no Concelho de Odivelas e das suas carências individuais e familiares; - Criação de um Centro de Acolhimento Permanente e não temporário onde estas pessoas, até uma reinserção social, possam ter abrigo temporário, a que constitucionalmente têm direito, independentemente de estarmos em época de vagas de frio ou de pandemia; - Fornecimento de roupas e de alimentação, bem como assistência médica e medicamentosa; - Formatação de programas de recuperação das doenças de adição, nomeadamente do álcool e das drogas; - Programas de tratamento da saúde mental; - Programas de literacia escolar e social adequados a cada situação em particular; - Programas de integração dos sem-abrigo na sociedade e no mundo do trabalho; - Programas de acompanhamento destas pessoas após regresso à normalidade com vista a evitar recaídas.

- Fernando Pedroso Deputado Municipal do CHEGA na AMO


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OS NOSSOS DESTAQUES

Loures - Último lugar na recolha selectiva de resíduos

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48º COMEMORAÇÕES - 25 DE ABRIL DE 1974

25 De Abril

E

Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures

PROGRAMA 24 DE ABRIL DE 2022 21h00 – Receção aos Convidados 21h30 – Início da Cerimónia Canções & Poemas em LIBERDADE: Poeta e declamador Carlos Cardoso Luís “Cravos Vermelhos” Apresentação Musical: Clube do Palco 22h00 – Espetáculo Musical Minutos de Abril 23h00 – Sessão Solene Intervenções Institucionais 23h45 – Arruada da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela 24h00 - Hastear das Bandeiras Hino de Portugal Grândola Vila Morena CONTAMOS CONSIGO!

ção no ar. É preocupante. azul” a conhecida acção censitória da polícia politica (PIDE/DGS), exercida sobre a comunicação social, passando então a ser livre toda e qualquer forma de expressão, e qualquer cidadão passou a poder veicular as suas ideias e ideais de forma livre, fosse em órgãos de comunicação social, locais, regionais ou nacionais, incluso os miúdos que nas escolas se davam ao trabalho de fazer jornais escolares. Significou, ainda, o acesso a várias formas de exercer a cidadania, reitero, em liberdade, como é o caso dos partidos políticos, com um espectro partidário relevante. Tocou-me pessoalmente.

Realiza-se no próximo dia 24 de abril de 2022, no Centro Cultural de Moscavide (antigo Cine Moscavide) as tradicionais comemorações do 25 de abril de 1974, organizadas pela Junta de Freguesia de Moscavide e Portela.

sta data celebrada todos os anos como um dos dias mais importantes da história de Portugal, no século XX. É polissémica.

Apesar de a Valorsul estar instalada no concelho de Loures e de a Câmara Municipal ter sido governada pela CDU, que integra os comunistas e os verdes, estamos em último lugar na recolha selectiva de resíduos entre todos os concelhos que a Valorsul serve. Este péssimo desempenho deriva de uma objecção ideológica do anterior executivo pois, sendo a Valorsul uma empresa privada, não haveria interesse em colaborar com a mesma. Acreditamos que os habitantes do concelho de Loures são tão capazes quanto os dos outros concelhos na separação dos resíduos pois frequentemente manifestam as suas preocupações relativamente ao meio ambiente e ao ineficaz acondicionamento e recolha desses resíduos no concelho. Esta é uma matéria em que urge intervir por forma a obter melhor desempenho a nível económico e ambiental; uma melhor reciclagem garante um melhor futuro e um planeta mais amigo das gerações vindouras.

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Para a minha geração, significou o fim dos embarques no porto de Lisboa, nos navios que partiam para as guerras coloniais. A visão do aceno de milhares de lenços, agitados por famílias destroçadas vendo os seus rapazes, embarcar rumo a uma guerra que grassava nos territórios africanos, pertencentes a Portugal. O Ultramar, onde combatia-mos, para além dos autóctones, países que os apoiavam financeiramente, e logisticamente, sozinhos, sem beneficiar do facto de sermos membros da NATO (o mesmo se aplicando quanto à India portuguesa de Goa, Damão e Dio, e a Timor-Leste). Com o fim da guerra colonial, o serviço militar obrigatório, imposto aos cidadãos portugueses do sexo masculino, definhou, primeiro para 16 meses, depois 4 meses, para finalmente desaparecer, foi uma realidade. Tocou-me pessoalmente. Para outros significou o retorno à sua terra de origem (a sua Mátria), de milhares de portugueses, trazendo as respectivas famílias, e apenas trazendo o que tinham no corpo, desfeito que ficara, o sonho de uma vida melhor, em terras ultramarinas. Foram 700.000 portugueses, cuja re-inserção na nova vida em Portugal, depois de tudo perderem, foi um assinalável êxito, social, cultural, pouco falado, e um “case study” único entre os países europeus colonizadores. Em Portugal, quase todas as famílias tiveram casos de retornados no seu seio. Novos países são criados pelos portugueses, hoje conhecidos como PALOP. Tocou-me pessoalmente. Para outros, ainda, significou o fim do “lápis

Para milhares de cidadãos, ávidos de serem úteis nas suas comunidades, a revolucionária implementação de um Poder Local democrático, acolhido na Constituição da República Portuguesa, em 1976, foi de uma extraordinária visão dos constituintes de então, com inovações como a descentralização efectiva do estado, nas autarquias locais, a criação dos órgãos deliberativos, antes inexistentes, colocando ao serviço do povo, porque a eles destinados, as comunidades autárquicas, dando significado à apologia de Alexis de Tocqville, no século XIX, “As comunas estão para o povo como a escola para a educação – colocam-na ao alcance do povo” . Tocou-me pessoalmente. Claro que nem todas as expectativas foram atingidas. Claro que o 25 de Abril de 1974 não se cumpriu, ainda, de forma plena. Durante 4 anos motivos profissionais levaram-me a residir na região autónoma da madeira, e aí constatei “in loco” que a celebração do 25 de Abril é ostensivamente ignorada … tal aconteceu quando elaborei um regulamento de protocolo municipal, onde a data foi vetada, por “não cair bem” ao “status quo” vigente, corroborada num encontro comensal de uma das várias confrarias gastronómicas que lá existem, tendo-me afiançado um dos confrades que o dia da região é mais importante, logo o 25 de Abril não se deveria assinalar. Retorqui, que sem o 25 de Abril, não existiria o dia da região, e esta não passaria de mais um distrito no País, recebi um encolher de ombros como resposta. No momento em que escrevo estas linhas, existe um forte descontentamento na Madeira por não se celebrar o 25 de Abril. É preocupante. A defesa nacional foi reduzida ao mínimo, se fizesse um paralelismo com um avião diria que “este” avião tem motores que permitem apenas uma velocidade ao nível do ponto de sustenta-

Actualmente a actividade de censura sobre ideais e opiniões, não assume a forma de lápis azul, mas assume múltiplas tonalidades e cores, rejeitando o contraditório, cujo fim é o mesmo, silenciar, e pior que isso, ostracizar, quem não siga a narrativa oficial. É preocupante. O Poder Local constitucional, foi travado, mitigado, pela Assembleia da República, que meteu na gaveta da democracia, as Regiões Administrativas, a que se junta a menorização dos órgãos deliberativos, transformados que estão em meros apêndices autárquicos, invertendo completamente o espirito constitucional, que fixou a regra de terem de responder, os órgãos executivos, aos órgãos deliberativos, fazendo, o legislador ordinário, vista grossa, e ignorando a regra constitucional, perante a passividade de todos os DEPUTADOS EXISTENTES NO PAÍS – a saber: os 230 deputados da Assembleia da República; os deputados das 308 Assembleias Municipais; e dos deputados que têm acento nas mais de 3.000 Assembleias de Freguesia. É preocupante. Dizem que temos a geração mais bem formada de sempre … é um ponto de vista, entre outros. Pululam cada vez mais “Sabedores”, e cada vez menos “Sábios”, e pior, uns excluem os outros, e depois chamam-lhe “embate de gerações”. Se antes o futuro se resumia a um domínio de uma manufactura, passou para um futuro de “caneta e papel”, e agora o presente já não se compadece com os info-excluídos, e o futuro apresenta-se com um dos maiores graus de incerteza de sempre, e será sempre tecnológico, com uma mescla de bio-tecnologia e novas dependências eletrónicas, viciantes, estupidificantes, com toda uma parafernália de aparelhos hi-tec “smart” qualquer coisa … . Quem tem filhos está preocupado. - Oliveira Dias Politólogo


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Abril – O Nosso Talismã e Fado

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lhores momentos da nossa História, senão veja-se: Em 1500, a 22 de Abril, Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.

Em 1709, a 20 de Abril, Bartolomeu de Gusmão ensaiou no Terreiro do Paço em Lisboa o seu aeróstato. À meia-noite e vinte minutos do dia 25 de Abril de 1974, foi dado o sinal de confirmação de que a intentona dos Capitães de Abril estava em curso, através da passagem da canção “Grândola Vila Morena”, no programa “Limite” da Rádio Renascença, dando início a uma Revolução que ainda hoje é um caso de estudo e que derrubou o regime ditatorial começado em 1926 e instituído em 1933. Um ano após, em 1975, aconteceram as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte. Dois anos a seguir, a 25 de Abril de 1976, dão-se as primeiras eleições para a Assembleia da República, que o Partido Socialista venceu. Mais tarde, também

Em 1821, a 22 de Abril, foi abolida a Inquisição em Portugal;

Em 1867, a 24 de Abril, há 152 anos, o rei D. Luís decretou a abolição da pena de morte, tornando Portugal no primeiro grande Estado europeu a fazê-lo;

a 25 de Abril, mas de 1983, realizaram-se eleições para a Assembleia da República com nova vitória do PS por maioria simples, sendo que então, Mário Soares, constatando não ser possível governar em minoria, entrou em conversações com o PSD, de Mota Pinto, tendo daí resultado o chamado Governo do Bloco Central, que viria a tomar posse a 9 de Junho de 1983. Facto é que Abril parece transportar os me-

Em 1970, a 22 de Abril, os deputados Francisco Sá Carneiro e Francisco Pinto Balsemão, membros da Ala Liberal, apresentaram na Assembleia Nacional um projecto de Lei de Imprensa que previa o fim da censura prévia.

Consensual será afirmar que muitos de nós, mesmo os saudosistas do tempo da “Outra Senhora”, não reconheceríamos Portugal se voltássemos a 24 de Abril de 1974. A liberdade de expressão estava completamente barrada pela censura. A actividade política, associativa e sindical era quase nula e controlada pela polícia política. Sim, tínhamos polícia política, a malfadada PIDE, que garantia que houvesse quem estivesse preso por delito de opinião. A oposição ao regime autoritário de Salazar e depois de Marcelo Caetano, era perseguida e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio. Não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional. Os direitos de Cidadania eram constantemente esquecidos pelo Estado. Estávamos em várias frentes numa anacrónica guerra colonial. Portugal encontrava-se praticamente isolado da comunidade internacional. Só a título de exemplo importa recordar que em Portugal, antes do 25 de Abril de 1974, as escolas tinham salas e recreios separados para rapazes e raparigas, muitos discos e livros estavam proibidos, existiam nas Rádios listas de músicas que não se podiam passar, havia bens de consumo que não se podiam importar, não se podia sair livremente do país, as mulheres eram subalternas dos homens, primeiro dos pais e depois dos maridos.

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NoticiasLx, 23 de Abril de 2022 Um estado moralista que amiúde roçava o ridículo nessa missão que assumia na educação das massas. Até 1974, apenas 25% das mulheres trabalhavam, mas ganhavam menos cerca de 40% do que os homens. Era permitido aos maridos proibir a mulher de trabalhar fora de casa, podendo este rescindir contratos firmados sem o seu consentimento. Às mulheres era vedado o acesso à magistratura, às carreiras diplomática, militar e de polícia. Para aceder a outras profissões, como a de enfermeira e a de hospedeira, as mulheres perdiam o direito de casar, entre outros. O Código Civil garantia aos maridos a possibilidade de repudiar as mulheres no caso de não serem virgens na altura do casamento. Este mesmo Código determinava que “pertence à mulher durante a vida em comum, o governo doméstico”. As mulheres tinham legalmente o domicílio do marido e eram obrigadas a residir com ele. Os maridos tinham o direito de abrir a correspondência da mulher. O Código Penal permitia aos maridos matarem as suas mulheres em caso de flagrante adultério. Até 1969, as mulheres não podiam viajar para o estrangeiro sem autorização do marido. Às mulheres era vedada a possibilidade de tomarem contraceptivos contra a vontade dos seus maridos. Aliás, a publicidade dos contraceptivos era proibida. As mães solteiras não tinham qualquer protecção legal. As mulheres apenas podiam votar para as Juntas de Freguesia no caso de serem chefes de família (se fossem viúvas, por exemplo), tendo – mesmo assim - de apresentar atestado de idoneidade moral. O regime de previdência e de assistência social caracterizava-se pela insuficiente expansão, fraca cobertura de riscos e prestações sociais com baixo nível de protecção social. Pouco antes do 25 de Abril, o número de portugueses a receber pensão era cerca de 525 mil. Não existia subsídio de desemprego e o abono de família e de aleitação atingiam valores irrisórios.

põem de electricidade. A taxa de mortalidade infantil passou de 37,9% em 1974 para 5% na actualidade. Com a Revolução dos Cravos fixou-se o salário mínimo nacional, surgiu o Serviço Nacional de Saúde. Em 1974, trocámos a religião oficial pela liberdade religiosa, trocámos uma guerra colonial e o serviço militar obrigatório pelo direito à objecção de consciência e trocámos o medo pela esperança. Em 1974, 25% dos portugueses eram analfabetos, hoje menos de 5% não sabem ler nem escrever. Não admira, a escola do salazarismo era obcecada pela defesa da máxima “Deus, Pátria, Família”. A instrução era de 3 anos para as raparigas e de 4 para os rapazes, e visava tão-somente que se aprendesse a ler, escrever e contar. Só os privilegiados é que tinham acesso aos outros graus de ensino e a universidade era para uma pequena elite essencialmente masculina que se auto-reproduzia. A visão dos governantes acerca da educação, dividia a população escolar nas seguintes percentagens: 8% eram “ineducáveis”, não se podia fazer nada por eles; 15% eram “normais estúpidos”, o que obrigava a muito trabalho para conseguir deles alguma coisa de vez em quando; 60% dos portugueses tinham inteligência média e só 2% é que eram “notáveis”… Portanto, à partida, 23% dos alunos eram para pôr fora do sistema o mais depressa possível!

No tempo da “Outra Senhora”, enquanto os Cofres engordavam com ouro – algum nazi - a pobreza grassava e a expectativa de progressão social era uma miragem para a maioria esmagadora da população. Muito mais se poderia dizer…

Podíamos ainda recordar que antes de 1974, só 47,0% das casas tinham água canalizada, sendo que actualmente a cobertura é de 97%. Antes de 1974, só 58,0% das casas tinham saneamento básico, contudo hoje a cobertura é de 97%. Antes da Revolução só 63,0% das casas tinham electricidade, porém hoje 99,6% das casas dis-

Facto é que a Revolução dos Cravos, enchendo as almas de uns e os espíritos de outros, de uma qualquer visão ascética a que alguns chamarão de alma lusitana, teve momentos que foram transcendentes, quiçá algo metafísicos, onde surgiram portugueses que honraram e honram os nossos egrégios avós, pois na presença do que é errado optaram e optam por escolher o lado mais difícil, mais arriscado, mas contudo o lado certo da História. Assim fez, Salgueiro Maia a quem teimamos não dar o devido crédito, mesmo sabendo que este nunca procurou protagonismos, nem dividendos pela sua

acção. Assim fez, o então Alferes Miliciano Fernando Sottomayor, ao não obedecer às ordens para disparar sobre Salgueiro Maia e as suas tropas, o que resultou na imediata ordem de prisão daquele. Sendo que quando voltaram a ordenar aos soldados que disparassem, eles sucessivamente se recusaram também a disparar. E tal, foi determinante pois viabilizou o golpe. Homens de fibra! Homens com “H”! Homens que em todos os tempos e mesmo em democracia têm de sair a terreiro e garantir que o bem-comum, esse bem-maior, é prosseguido. Importa que aqueles que celebram Abril, em particular aqueles que governam, não o façam para cumprir um ritual sacralizado. Celebrem Abril sentindo o apelo e a força da recusa daqueles soldados, que disseram “Não!”. Hoje, impõe-se que quem governa a coisa pública saiba dizer “Não!” àqueles que, por influência, procuram oprimir os cidadãos, retirando-lhes o que lhes é devido. Durante as celebrações do 41.º Aniversário do 25 de Abril de 1974, na única intervenção que não foi discurso de circunstância, o antigo Presidente da República, General Ramalho Eanes, recordou-nos de forma superior o que é a democracia. Referia então, e eu concordo, que a democracia é a crise, é a dialéctica, o diálogo, a negociação, é a luta democrática. A democracia não é sinónimo de consenso, contudo deve ser entendida como um processo que a tal pode e deve levar, sendo que quando alcançado não deve ser rejeitado. Assim, impõe-se indagar: Temo-nos envolvido no processo de governação? Seja do país, seja do nosso concelho, seja da nossa freguesia? Acompanhamos a acção governativa nos mais diversos níveis? Apresentamos ideias e soluções aos nossos decisores? Temos honrado Abril? Será bom que interiorizemos que não se pode fazer do 25 de Abril uma espécie de “Sabat” e nos restantes dias contribuir para o seu contrário. A democracia conquistada realizar-se-á sempre que aqueles, qual Alferes Sottomayor, surgem e dizem “Não!”. E isso é Liberdade, isso é cidadania que Abril nos conferiu e quem por ele lutou nos delegou. O nosso fado de Abril faz-nos saber que o status quo não é duradouro e que “O Sonho Comanda a Vida”! - Paulo Bernardo e Sousa Politólogo


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CLIMA O Tratado da Carta da Energia (TCE) é incompatível com a crise climática: é um vestígio da era dos combustíveis fósseis e pertence ao passado. O controverso Tratado da Carta da Energia (TCE), um grande obstáculo à acção rápida e eficaz em matéria de Clima, está a ser submetido a um processo de modernização liderado pela União Europeia (UE). É amplamente aceite que, na sua forma actual, o tratado está desactualizado e é insustentável, mas após a 11.ª ronda de negociações concluída em Março deste ano – e havendo apenas mais duas rondas até à conferência ad hoc em Junho, em que um acordo político sobre a reforma é desejado – persistem grandes divergências entre as partes contratantes. Neste contexto, é muito pouco provável que a UE consiga atingir os seus objectivos de modernização que visam uma protecção dos investimentos actualizada e compatível com o clima. A digressão TCE-Rex decorre ao longo dos meses de Abril e Maio e passará pelas principais cidades europeias, alertando para que o TCE é uma ameaça para as políticas climáticas da UE e dos seus Estados-Membros. Organizada por uma coligação europeia de ONGs na área do ambiente e clima, a digressão visitará cidades em Portugal, Espanha, Áustria, Alemanha, República Checa, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. O TCE-Rex é feito de artefactos da era dos combustíveis fósseis e representa o perigoso Tratado da Carta da Energia – um tratado que, tal como os fósseis, pertence ao passado. É esta as mensagem que os activistas procuram dirigir directamente aos governos dos Estados-Membros com a chegada a cada país do TCE-Rex, um dinossauro insuflável com quase 10 metros de altura. A mensagem é simples: os governos dos Estados-membros têm de acordar e perceber que, tal como o TCE-Rex, o Tratado Carta da Energia pertence ao passado. Os governos têm de deixar de atrasar o inevitável, apelando a uma saída coordenada deste tratado o mais rapidamente possível.

PERGUNTAS SOBRE O TRATADO DA CARTA DA ENERGIA #1. O que é o Tratado da Carta da Energia? O Tratado da Carta da Energia (TCE) é um acordo de investimento plurilateral, ratificado por 53 países e pela UE. Foi estabelecido em 1994 e protege investimentos estrangeiros no sector da energia. Ao abrigo do regime do TCE, os investidores estrangeiros podem processar os estados por quase todas as decisões que tenham impacto nos lucros esperados do investidor – inclusive por decisões relacionadas com a protecção do clima. Estas reclamações são processadas através de um sistema de arbitragem conhecido como Resolução de Litígios Investidor-Estado (ISDS, em inglês). O ISDS constitui um sistema de justiça paralelo de tribunais de arbitragem privados que é composto por três advogados, nomeados pelas partes, contornando os tribunais nacionais. O TCE já gerou, pelo menos, 135 queixas de arbitragem investidor-estado, tornando-o o acordo de protecção de investimentos mais litigioso do mundo. #2. Porque é que este tema é importante? Tal como o último relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change - Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) refere claramente, o tempo está a acabar no que concerne a medidas de mitigação das alterações climáticas. Porém, as partes contratantes do TCE, incluindo a UE, estão a perder tempo com as negociações para “modernizar” o TCE – embora haja sinais muito claros de que estes esforços estão a falhar e que o tratado não pode ser modernizado de forma compatível com a transição para um futuro 100% renovável. O TCE já foi utilizado várias vezes contra estados que tentam limitar a produção ou utilização de combustíveis fósseis (ver síntese abaixo). Prevê-se que muito mais casos surjam no futuro à medida que os estados tomem medidas mais ambiciosas para a eliminação gradual dos com-

NoticiasLx, 23 de Abril de 2022 bustíveis fósseis. Estima-se que as infra-estruturas de combustíveis fósseis protegidas pelo TCE tenham um valor total de 345 mil milhões de euros. Um total de 61 centrais eléctricas alimentadas a carvão estão actualmente protegidas pelo TCE. O TCE torna as políticas climáticas mais caras e juridicamente arriscadas. O Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD) advertiu que se corre o risco de este tratado prejudicar os compromissos feitos na COP 26. #3. O que está a ser dito a este respeito? Ministros franceses expressaram a sua frustração perante a falta de progresso do processo de modernização: Numa carta dirigida à Comissão Europeia em Dezembro de 2020, os ministros previram que a modernização “provavelmente não estará concluída ainda durante vários anos”. Além disso, afirmam que os objectivos da UE estão “longe de ser alcançados”. A França, portanto, demonstrou o desejo de “discutir publicamente” uma “retirada coordenada” do Tratado da Carta da Energia. Barbara Pompili, Ministra francesa da Transição Ecológica, declarou à Assembleia Nacional a 22 de Junho de 2021: o tratado é “obsoleto - protege, entre outras coisas, os investimentos em combustíveis fósseis e já não está, portanto, de todo adaptado aos desafios energéticos e climáticos do nosso tempo, na sequência do Acordo de Paris”. Pompili relatou que as negociações de modernização “não estão claramente a produzir resultados” e “não produzirão progressos reais por muitos anos, na melhor das hipóteses”. O governo espanhol também fez uma ameaça semelhante numa carta ao executivo europeu, afirmando que se não fosse possível alinhar o Tratado da Carta da Energia com os objectivos climáticos europeus, a retirada seria a “única solução eficaz a longo prazo”.

NoticiasLx, 23 de Abril de 2022

As acções ficam com quem as pratica um dos casos é bem mais gravoso do que o outro. A saber... para mim é inconcebível que um Presidente de Junta de Freguesia seja simultaneamente Deputado à Assembleia da República. A saber... para mim é mais aceitável que alguém que é Vereador sem pelouros possa acumular essa função com a de Deputado à Assembleia da República do que alguém que tem funções executivas.

C

om a nova composição da Assembleia da República, vários foram os deputados reconduzidos e bastantes aqueles que assumiram funções pela primeira vez. Até aqui, nada de estranho pois é normal que em democracia haja quer continuidade quer rotatividade dos protagonistas. Outro dado relevante para o Concelho de Loures é o facto de existirem vários deputados com ligações ao nosso Concelho. Da esquerda à direita, podemos hoje encontrar autarcas, residentes e ex-residentes na nossa terra. Vice-presidentes de bancadas, líderes parlamentares ou comuns deputados. Eleitos directamente ou suplentes que chegaram ao Parlamento por substituição.

Claramente, Loures aumentou a sua participação activa na casa da democracia nacional. Até aqui... tudo bem. Até aqui... motivos de orgulho e regogizo.

Em Portugal, o Governo mantém uma posição pouco assertiva em prol do Clima, insistindo que a melhor opção é manter-se no processo de negociação da modernização do TCE até à sua conclusão. Em Fevereiro de 2021, a Assembleia da República recomendou ao governo a realização de um amplo debate sobre o TCE, que ainda não aconteceu. Recomendou ainda que o Governo “Pugne, no quadro do processo das negociações para a reformulação e modernização do Tratado da Carta da Energia, pelo cumprimento dos compromissos ambientais e do desenvolvimento sustentável, e pela defesa dos direitos dos cidadãos e exclusão das cláusulas de arbitragem entre investidores-estados.»

Em Loures, tivemos dois autarcas a assumirem o papel de deputados sendo um deles um vereador sem pelouros e o outro um Presidente de Junta de Freguesia.

- ZERO, Associação Sistema Terrestre Sustentável

Pessoalmente discordo. Pessoalmente sou frontalmente contra. Pessoalmente creio que

Mas, como sempre, existem várias faces da mesma moeda. Como sempre, há vários lados de uma história. Como sempre, nem tudo na vida é apenas preto ou branco.

Poderá parecer que ambas as situações são iguais. Poderá parecer que apenas existem pequeninas diferenças entre dois casos de acumulação de funções. Poderá parecer que tudo é facilmente conciliável.

Pág. 11 No final do dia, outra grande questão acerca de um Presidente de Junta assumir funções enquanto Deputado à Assembleia da República é igualmente o facto de dar a imagem errada de quem entende dever concentrar tudo em si próprio e qual eucalipto buscar secar tudo à sua volta não permitindo que existam mais decisores políticos bem como o de parecer que pretende apenas fazer da politica uma carreira e não um serviço público real. Acaba por ser um pouco como um “ rei sol ” em versão autárquica. Enfim...

Para ser intelectualmente honesto, não posso deixar de referir que sou daqueles que não acordou hoje para a acumulação de cargos públicos e sou igualmente daqueles que acredita que a regulação das incompatibilidades deveria ser bem mais restritiva.

Como em tudo na vida, as acções ficam com que as pratica e, muito sinceramente, prefiro mil vezes seguir os meus valores e os meus princípios e ser coerente e não tirar vantagens disso do que adaptar as minhas convicções ao que é mais útil para mim e me deixa em melhores condições de obter vantagens pessoais ou dividendos.

Mas se para este que vos escreve é claro que se estas acumulações ocorrem apenas o é porque a Lei o permite, também deve ser evidente que nada obriga a que quem é colocado neste tipo de situações não tome a decisão correcta.

Com em tudo na vida, prefiro ser criticado por ter ideias firmes e claras ( mesmo que não sejam as politicamente correctas ) do que ser alguém cujas ideias mudam ao sabor dos ventos do poder.

E sim, acho pouco sério que se tente tapar o sol com uma peneira ou lançar cortinas de fumo escondendo a realidade indubitável que é o facto de quem não está nos cargos para se servir deles, não precisa nem de justificações elaboradas para tentar maquilhar interesses pessoais, nem necessita de se tornar agressivo e pouco humilde quando confrontado com posições públicas coerentes e honestas acerca da acumulação de cargos públicos.

Como em tudo na vida, prefiro a previsibilidade das atitudes do que a incerteza dos argumentários moldáveis pelos interesses umbiguistas.

Ao longo da minha vida pública tive várias vezes oportunidade de ser confrontado com escolhas. Ao longo do serviço público que fui prestando e presto aos meus vizinhos ou colegas de trabalho sempre me regi por valores e princípios dos quais não abdico. Ao longo de uma caminhada em que desempenhei e desempenho várias funções públicas nunca deixei de fazer opções e de demonstrar nos cargos onde estive ou estou que o meu foco deveria ser concentrado no cumprir os compromissos que assumia e de fazer as minhas palavras coincidirem com os meus actos. Sei que não podemos jamais esperar ( infelizmente ) que todos façam o que julgamos mais correcto. Mas também sei que não podemos encher a boca para falar sobre relações de confiança entre eleitores e eleitos quando não nos esforçamos para sermos merecedores dessa enorme responsabilidade.

Como em tudo na vida, prefiro mil vezes ser parte de uma solução do que uma peça na engrenagem de um problema que apenas ajuda a matar a democracia.

Ricardo Andrade “Licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais”


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CULTURA E JUVENTUDE

22 ABRIL A 6 MAIO Profissionaliza-te – Mostra de Cursos Profissionais

Composição para clarinete

A Câmara Municipal de Loures promove, entre os dias 22 de abril e 6 de maio, mais uma edição do Profissionaliza-te – Mostra de Cursos Profissionais.

Prémio Internacional de solo e banda

O objetivo é divulgar a oferta profissional disponível, junto dos alunos do 9.º ano, sejam eles cursos profissionais das escolas secundárias e profissionais do concelho ou de centros stá a decorrer, até 31 de agosto, o prazo de formação profissional, contribuindo, assim, para entrega de composições a concurso para facilitar o processo de tomada de decisão ao Prémio Internacional de Composição quanto ao percurso escolar a seguir. para clarinete solo e banda, promovido pela Câmara Municipal de Loures, sob a égide de Esta mostra vai estar disponível virtualmente aqui, entre os dias 22 de abril e 6 de maio. Loures Capital do Clarinete. Podem participar todos os compositores, nacionais ou estrangeiros, devendo as obras a Nos dias 29 e 30 de abril, a mostra estará aberconcurso ser absolutamente inéditas e da ex- ta a visitas presenciais, no Pavilhão do Oriente, clusiva autoria dos concorrentes. São excluídas em Moscavide. todas aquelas que tenham sido tornadas públi- O dia 29 de abril é reservado a escolas do cas, ou que tenham sido premiadas em qual- concelho, entre as 9h30 e as 17h30, e no dia 30, quer outro concurso, até à conclusão da pre- a mostra está aberta ao público em geral, no período entre as 9h30 e as 13h00. sente edição deste prémio. Serão atribuídos prémios às três melhores composições, no valor de 1500, 1000 e 500 euros. Para isso, serão tidos em conta critérios de qualidade técnica e artística, bem como a relevância da obra a concurso no panorama musical. Os interessados deverão entregar a composição a concurso, até 31 de agosto, em mão A Câmara Municipal de Loures vai inaugurar, no ou enviar pelo correio, por carta registada com dia 22 de abril, na Casa da Cultura de Sacavém, a exposição de pintura Only aviso de receção. Normas de participação: https://app1.cm-lou- Good Colors, dos artistas C’Marie e Egrito. res.pt/.../premio.../premio-2020-normas/ A exposição, que será inaugurada às 17 horas, traz até aos visitantes luz, cor e boas energias. Os artistas João Margarido, mais conhecido por Egrito, e Constança Bettencourt, que prefere ser chamada de C’Marie, levam até à Casa da Cultura de Sacavém 12 personalidades que marcaram o Mundo, lutando para fazer dele um sítio melhor (Gandhi, Mandela, Martin Luther King, entre outros).

E

22 ABRIL A 22 MAIO Exposição Only good colors

NoticiasLx, 23 de Abril de 2022 Egrito e C’Marie são a dupla de artistas visuais portugueses que formam o coletivo Dúbio. Trabalham em conjunto desde 2014, unindo ilustração e design, na elaboração de pintura de murais e de projetos para empresas e entidades. Sempre que possível, trabalham com as comunidades, acreditando que a experiência dos envolvidos democratiza o conceito da arte e acrescenta valor ao produto final. Na sua prática, e de forma simbiótica, procuram combinar as diferentes linguagens plásticas – entre rostos e expressões –, contrastando fundos de cores fortes e formas orgânicas. A exposição poderá ser vista nos dias úteis, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h00, e aos sábados, entre as 10h00 e as 17h00. A entrada é livre.

26 ABRIL 4.º Meeting de Agricultura Biológica em Loures A Câmara Municipal de Loures, em parceria com a AGROBIO, promove, no dia 26 de abril, o 4.º Meeting de Agricultura Biológica em Loures. O evento, que terá lugar no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, em Loures, tem como objetivo refletir e discutir as oportunidades e os desafios das redes colaborativas e das biorregiões para o desenvolvimento da agricultura biológica, partilhando boas-práticas, com a participação de produtores locais e diferentes entidades. Serão abordadas as tendências atuais, respostas emergentes, bem como as oportunidades e sinergias que podem potenciar e consolidar o cluster da agricultura biológica, em Loures, e promover a economia local. O encontro terá também transmissão via YouTube.

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NoticiasLx, 23 de Abril de 2022

TECNOLOGIAS

Cavalo-vapor é universal… Mas não é unidade de medição reconhecida

intuito de retirar água das minas de carvão que se encontravam inundadas, mas que apesar da sua genialidade apresentava a desvantagem de utilizar vapor em alta pressão que muitas vezes originava acidentes por explosão do equipamento naquela época demasiado frágil para suportar maiores pressões.

Motor com 1 CV pode não significar o mesmo que ter um cavalo

T

odos aprendemos que os cavalos de potência são uma unidade de medida que expressa a força do impulsor de um determinado automóvel, ou seja, do seu motor.

Em termos de rendimento e numa perspectiva meramente teórica, ter uma motorização com 1 CV de potência seria o igual a ter um cavalo. O matemático e engenheiro James Watt fez vários ensaios e verificou que um cavalo poderia levantar 33 mil libras de água (equivalente a 14 968,536 quilogramas), a uma altura de 1 pé (0,3048 metros), em 1 minuto. Ou seja, um cavalo-vapor equivaleria a 33.000 libras-pés por minuto. Esta unidade de medida foi apelidada como “horsepower”, o termo em inglês que significa, literalmente, “força de cavalo”. (Para que não subsistam dúvidas uma libra é igual a 0,453592 quilogramas. Enquanto 1 pé equivale a 0,3048 metros). Conquanto, a unidade de medida seja equivalente ao cavalo-vapor, as duas são diferentes: 1 hp = 1,0138697 cv = 745,6999 W; 1 cv =0,98632 hp =735,4987 W ou 0,7355 kW Homenageando o escocês James Watt, devemos referir que 1CV de potência corresponde a 735,5 W e, por outro lado, 1 hp equivale a 745,6 W.

O que nem todos percebem é a razão por que se utiliza esta designação, desde quando é usada, a sua origem e o que esta unidade de medida em boa verdade tem de relação com um cavalo. Os cavalos de potência é uma das unidades mais conhecidas mundialmente, para associar a potência do motor de um automóvel e expressa-se sob a abreviatura “CV” ou “cavalo-vapor”. Mas por estranho que pareça, esta unidade de medição não é reconhecida no Sistema Internacional de Unidades, ainda que se mantenha indemne na gíria popular, incluindo nas estratégias de comunicação e marketing da indústria automóvel. Impôs-se ao longo de décadas. E não se afigura que mude.

Cavalo versus Watt Mas como se sabe, na sua generalidade, o termo cavalo-vapor passou a ser a principal unidade para medir a potência dos motores e é mundialmente utilizada. De qualquer modo, “Watt” – o sobrenome do inglês James Watt – foi a designação utlizada como medida de potência pelo Sistema Internacional de Unidades criado em 1882, pelas contribuições daquele engenheiro no desenvolvimento do motor a vapor, determinante para a Revolução Industrial. Convém fazer um parêntesis para explicar que a ideia de uma bomba a vapor data de 1698 e é da autoria do inglês Thomas Savery. No essencial, Savery criou uma bomba hidráulica com o

Um moto-gerador para arrancar um motor elétrico 2CV, precisa de 4.500 Watts, e após a inércia, volta a consumir somente 1.500 Watts (2CV x 750 W).

Acabou por ser James Watt o responsável pelo desenvolvimento do motor a vapor tal como o conhecemos, resultando na construção de locomotivas e consequentemente no incremento do transporte ferroviário, decisivo no período que se tornaria conhecido como revolução Industrial. Assim, Watt acabou por apelar à compreensão do seu público e dos seus seguidores: elegeu uma unidade de medida ao usar como referência figurativa a força dos cavalos. Simplesmente recorreu a um termo com que qualquer um, universalmente, se pudesse familiarizar. Considera-se uma original estratégia de “marketing” para a época que prevalece ainda hoje. Obviamente que do ponto de vista meramente matemático não podemos relacionar simplesmente os números, ou seja que, por exemplo afirmar que 80 CV de potência são precisamente iguais à força de 80 cavalos, equivalente à “carga de força” de 58.840 W de potência ou capazes de movimentarem 2.640 libras-pés por minuto. Os argumentos da física são obtidos de um modo singular e em dispensatório de investigação. Existem sempre factores que exteriorizam resultados desiguais entre modelos cuja potência seja equivalente: estas variáveis obedecem à mecânica utilizada por cada construtor, o peso e o estado emn que se encontra o veículo e também as condições do piso, climatéricas e altura acima do nível do mar onde o automóvel circula. – por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)


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NoticiasLx, 23 de Abril de 2022

O posto da GNR de Bucelas vai A HERANÇA DA CDU REALPOLITIK avançar e vão ser retomados “Para lá de compromissos assumidos e não pagos no valor de 29 milhões de euros, os Contratos Locais de O 25 de Abril foi o tema deparámo-nos ainda com outra desagradáSegurança, com Loures a vel surpresa; a Câmara Municipal de Loures para o Debate na LouresTV arrancar em primeiro lugar. tinha as contas penhoradas.” “Contas Penhoradas O apregoado rigor de contas da gestão CDU não passa disso mesmo; um pregão! Após a tomada de posse, no resto do ano de 2021, não fizemos mais nada que não fosse pagar, pagar e pagar as contas por pagar deixadas pelo anterior executivo da CDU, sem margem para gerir o que fosse.

No dia 19 de Abril o Debate semanal na LouresTV foi sobre o “25 de Abril”. Este debate contou com a participação de: Jorge Santos do CDS, Luís Direitinho do CHEGA, João Calado do PSD e Pedro Almeida do IL. Para ver e ouvir aqui: https://fb.watch/czzADiKFof/

O Estado da Democracia em Odivelas na OdivelasTV

Para lá de compromissos assumidos e não pagos no valor de 29 milhões de euros, deparámo-nos ainda com outra desagradável surpresa; a Câmara Municipal de Loures tinha as contas penhoradas.

“O encontro que mantive com as forças de segurança do concelho (PSP, GNR, Bombeiros), e cuja anfitriã foi a comandante Luísa Monteiro, foi particularmente útil para todos estabelecermos um relacionamento de parceria.

Foi esta a situação que herdámos e que iremos contrariar, com rigor e gestão criteriosa das prioridades e necessidades da população do nosso concelho”. - Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures

O reforço da Polícia Municipal, quer em número de efetivos, quer em meios, quer na melhoria de instalações é por isso prioritário. Tal como deve ser a colaboração com a PSP e a GNR para que se contornem dificuldades.

Na passada sexta-feira, 22 de Abril, a OdivelasTV promoveu o debate “O Estado da Democracia em Odivelas. Ana Isabel Gomes do PSD, Fernando Pedroso do CHEGA e Filipe Martins do Iniciativa Liberal foram os membros do painel presentes. Para ver e ouvir aqui: https:// fb.watch/czAe_xUuQR/

O posto da GNR de Bucelas vai avançar e vamos retomar os Contratos Locais de Segurança, com Loures a arrancar em primeiro lugar. Um projeto que já esteve no terreno e que merece ser recuperado”. - Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures

A democracia em Portugal está doente? -

N

um estudo divulgado no início de 2021 pelo The Economist, em 2020, Portugal desceu de categoria no Índice de Democracia, deixando de ser um “país totalmente democrático” para regressar à categoria de “democracia com falhas”. Uma descida dos anteriores 8.03 para 7.90 (em 10), para a qual não só contribuíram as medidas restritivas impostas pela pandemia, mas também a redução dos debates parlamentares ou a falta de transparência no processo de nomeação do presidente do Tribunal de Contas. No final do ano passado, o Relatório Global sobre o Estado da Democracia revelou que Portugal foi o único país da Europa Ocidental que registou uma queda em três dos parâmetros que medem a qualidade das democracias: o da independência judicial, ausência de corrupção e igualdade perante a lei. Esta constatação demostra a fragilidade na aplicação da justiça e no esforço do combate à corrupção em Portugal. Com certeza que toda a série de investigações judiciais recentes que revelaram problemas graves de corrupção que envolvem juízes e altos responsáveis políticos tiveram impacto nas avaliações do relatório.

O trabalho dos que zelam pela segurança dos munícipes do concelho é muito importante para nós na Câmara Municipal de Loures.

Nesta ocasião tive ainda oportunidade de dar boas notícias resultantes de uma reunião que tive com o MAI:

NoticiasLx, 23 de Abril de 2022

Para ver e ouvir aqui: https://fb.watch/ czBruzpeHX/

Este relatório, elaborado pelo Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Social (International IDEA), com sede em Estocolmo, mede o desempenho democrático de 158 países desde 1975 e concluiu que, de uma forma geral, o mundo está a tornar-se mais autoritário e que os governos democráticos estão a retroceder, recorrendo a práticas repressivas e enfraquecendo o Estado de Direito. Na Europa Ocidental, Portugal é o único a retroceder nos parâmetros avaliados. Quando, em 1974, os Capitães de abril levaram a cabo a Revolução, fizeram-no com um

objetivo muito claro: devolver o poder ao povo. Mas esse poder do povo foi de imediato sequestrado por um outro grupo de oportunistas, que tentaram conduzir-nos a uma nova ditadura, dessa vez totalitarista de esquerda, de estilo estalinista, e que ainda conseguiu durante um verão quente tomar de assalto propriedades privadas, nacionalizar empresas e levar a cabo uma descolonização irresponsável, em que deixámos povos amigos entregues a guerras internas, alimentadas pelas fações da guerra fria. Felizmente, o povo estava atento, percebeu as intenções dos comunistas e teve a sorte de ter militares heróis que voltaram a devolver a liberdade, no dia 25 de novembro. A massiva afirmação de que aquele era o tempo da liberdade está expresso nas primeiras eleições livres, quando 91,5% da população decidiu exercer o seu direito de voto. Em 2022, nas últimas eleições legislativas, apenas 51,42% dos eleitores decidiram ir às urnas. Mas, em outros atos eleitorais, já foram registados piores valores, como as Eleições Europeias de 2014, em que apenas um terço das pessoas foram votar, com a abstenção a atingir os 66,2%. Sendo a Democracia o regime político em que a soberania é exercida pelo povo, esse exercício é feito pelos cidadãos confiando parte desse poder ao Estado para que possa organizar a sociedade e gerir os seus destinos. Apesar de não ser um sistema perfeito, está instituído para dar a palavra aos cidadãos e se estes preferem estar ausentes da decisão, porque nele não se reveem, é porque o sistema não está a cumprir o seu propósito. Os cidadãos perderam a crença nos partidos políticos e, independentemente das suas identidades ideológicas, a falta de transparência e a corrupção são as bases desta frustração, existindo uma convicção negativa de que políticos estão acima do povo e das leis que regem a população. Lamentavelmente, ao longo dos anos, muitos são os casos que alimentam esta descrença, alguns dos quais hoje retratados em complexos processos judiciais. Menos complexos, mas mais recentes, vêm-nos à memória o da deputada bloquista Mariana Mortágua que acumulou o salário que recebe no Parlamento em

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regime de exclusividade com uma remuneração enquanto comentadora televisiva, ou o do uso de uma password pessoal do deputado social democrata José Silvano pela colega Emília Cerqueira, para fazer o seu registo de “presença fantasma” no plenário da Assembleia da República ou, ainda, o do ex-Ministro das Finanças João Leão que aprovou no final das suas funções um subsidio de quase 5 milhões de euros a favor do ISCTE, instituição de ensino superior para onde, passados dois dias após a sua saída do governo, foi ocupar o lugar de vice-reitor. O ISCTE é aliás uma espécie de incubadora de líderes, ministros, secretários de estado e um presidente da Assembleia da República do PS e tem uma forte representação no atual Governo, do qual cerca de 20% dos membros estudaram ou têm ligações ao ISCTE, destacando-se 3 dos ministros do atual governo: Mariana Vieira da Silva, Helena Carreiras e Pedro Adão e Silva. Este último faz-nos recordar o contrato que tinha assinado com o anterior governo, com direito a receber, até 2026, o valor de 4.500 € por mês, para organizar cerimónias que terminavam dois anos antes, a 25 de abril de 2024, e para quem aquele feliz dia de 25 de novembro de 1975 não devia entrar nas comemorações, pois, na sua opinião, apesar de marcante, divide os portugueses e diz pouco à sociedade. Se não vencermos a guerra da falta de transparência, da corrupção, da demagogia e da descrença no sistema partidário corremos o risco de ver vingar um Bolsonaro, um Trump ou um Maduro na nossa democracia. Por isso, temos que encontrar uma trajetória que possa recuperar o acreditar das pessoas na política, criar condições para garantir a sua participação e envolvimento nas decisões, sobretudo para uma juventude mais interessada e consciente, com políticos mais próximos dos cidadãos e empenhados na tomada de decisões que conduzam ao crescimento de Portugal e ao reforço da sua democracia e das liberdades dos cidadãos. Filipe Martins Membro da Iniciativa Liberal de Odivelas


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DESPORTO E MOVIMENTO ASSOCIATIVO 43ª Corrida da Liberdade Quartel da Pontinha Entrada Livre, sujeita a inscrição aqui: http://www.accl.

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Vergonha Alheia...

FESTA ANUAL DA A.H. Dos BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE FANHÕES

com.pt/corrida/

A prova maior, dos 11.000 metros, terá início na Pontinha, no próximo dia 25 de abril pelas

E 1, 8, 15 E 22 MAIO + Saúde em Loures

10h30m.

SINTRENSE - SPORTIVO DE LOURES 24 de Abril, Domingo, às 16h:00 Estádio do Sport União Sintrense

Rastreios, avaliações, aconselhamento médico e promoção da atividade física são algumas das ações que irão decorrer em Bucelas e Sacavém, no âmbito do projeto + Saúde em Loures. O projeto + Saúde em Loures visa prestar informação à população sobre fatores de risco que influenciam a qualidade de vida, alertando para a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis. O objetivo é promover a mudança de comportamentos e atitudes prejudiciais à saúde. Assim, entre os dias 1 e 8 de maio, o projeto + Saúde em Loures irá estar no Largo Espírito Santo, em Bucelas, e depois, entre 15 e 22 de maio, no Largo 5 de Outubro, em Sacavém, com a dinamização de rastreios e avaliações.

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NoticiasLx, 23 de Abril de 2022

m semana de presença do Presidente da Republica Ucraniana em sessão solene da Assembleia da Republica, com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo Sousa e do Primeiro Ministro, António Costa, assistimos ao episódio mais triste, provavelmente desde o 25 de Abril, nessa mesma Assembleia: a não participação do Partido Comunista Português nessa sessão. Não pela ausência em si, mas sim pelo esmagamento do seu passado e da defesa do humanismo, como pilar essencial de uma sociedade... Após a sessão, ouvindo o comentário de Paula Santos (atual líder parlamentar do PCP), nos microfones da comunicação social presente, na Assembleia da Republica, percebemos que o PCP está fechado em si mesmo, enclausurado numa retórica de ódio e raiva, perante a liberdade dos portugueses e dos povos europeus, de não terem escolhido (democraticamente) o caminho da “liberdade” que o PCP defende e que tanto foi inibida no passado… Este, constante ajuste de contas, de altivez moral do regime, com as escolhas dos povos, através do voto (não só em Portugal) continua a impedir o PCP de “evoluir” numa sociedade onde imperam as liberdades e direitos iguais para todas as pessoas e para todos os povos. Temos assistido, desde 24 de Fevereiro, à posição mais hipócrita, desrespeitosa e nauseante que o PCP poderia ter tido. E, confesso que, apesar dos constantes erros estratégicos políticos dos últimos tempos (desde a “criação” da gerigonça, até aos erros primários na gestão municipal em Loures) fiquei muito surpreendido por esta postura. Aprendi, ao longo da minha vida, a respeitar o PCP, o seu passado, os seus militantes (alguns meus amigos) e apoiantes, e, mais importante, o papel decisivo que teve

no combate, permanente, contra um regime ditatorial, que se viveu em Portugal, durante o Estado Novo. Enalteço o papel de Álvaro Cunhal, durante o PREC, que por muitas vezes, evitou um derramamento de sangue, ou mesmo o inicio de uma guerra civil; Carlos Brito (histórico militante comunista, que foi líder parlamentar do PCP e que divergiu de Álvaro Cunhal em 1990), em Março de 2021 disse, ao jornal Diário de Noticias, “...não admira que esteja nas páginas mais brilhantes, mais inovadoras e mais mobilizadoras do partido… estava permanentemente atento à conjuntura e à procura de saídas para ela... como em pleno Verão Quente de 75, em que se demarcou do gonçalvismo e das forças mais à esquerda… permitiram ao PCP integrarse no processo de democratização do país ”, o que por si só é demonstrativo, do que foi Álvaro Cunhal, não como comunista, mas como estadista e verdadeiro humanista e defensor dos direitos e liberdades de todos os portugueses… E essa imagem, penso, ser partilhada pela grande maioria dos portugueses que viveram esses tempos… Mas, esse respeito que sempre tive pelo PCP, está a desaparecer… E, deduzo, que se Álvaro Cunhal ainda fosse vivo, estaria constrangido e, direi mesmo, envergonhado por este PCP… Pelo menos eu estou envergonhado… tenho vergonha alheia por estes dirigentes do PCP…. Tenho vergonha alheia por esta forma de ver o mundo… tenho vergonha alheia, como português, que “este” partido comunista exista em Portugal… Na última reunião de câmara, em Loures, o PCP tentou limpar esta imagem, com uma moção de pesar, intitulada, “Pelas vitimas da guerra na Ucrânia”, moção essa, que aparentava uma inflexão de posição… mas não, além de hipócrita, a moção é absurda e ainda agudiza a vergonha alheia, que tenho “deste” PCP, com frases “maravilhosas” como estas: “...travar o aproveitamento da guerra e das sanções como pretexto para agravar as condições dos trabalhadores e dos povos…”… mas não devemos todos, como humanos e defensores da paz, fazer esforços, mesmo económicos e financeiros, para minimizar o sofrimento do povo ucraniano?; ou ainda “… o que exige que seja na garantia da integridade e respeito pela vida e não pela instrumentalização das vítimas de conflitos que se concentrem no esforços de todos os que defendem a paz.” … mas então, a denúncia pela comunicação social, e por ONG´s no terreno, das atrocidades realizados pelos militares russos (assassinatos de civis, violações de crianças e jovens, violência sobre idosos, ou desrespeito pelo corpo dos mortos, colocandoos em valas comuns), com a conivência de Putin, devem ser ignorados, por aqueles que defendem a paz?? Isto é instrumentalizar as vitimas?;… ou

ainda quando apelida os crimes de guerra em Bucha, Kramatorsk e outros como “…operação de manipulação desencadeada por forças ucranianas…” ao arrepio de todas as provas recolhidas no terreno por ONG´s e entidades judiciais internacionais?… É esta a forma de o PCP apresentar um moção de pesar, intitulada “Pelas vitimas da guerra na Ucrânia”… O PCP, encontra-se numa espirial sinistrógira histórica, que, infelizmente para aqueles que lutaram pela democracia, comunistas ou não, vai acabar na implosão suicidaria do mesmo… E eu, como português, sinto uma vergonha alheia pelo que estão a fazer ao legado de Álvaro Cunhal, ao legado de vários que perderam a vida pelo nosso país, ao legado deixado pelo meu pai e pelo meu padrinho de coração, que lutaram nas faculdades, nas associações de estudantes, ou mesmo nas antigas colónias, e, sinto vergonha alheia, pelos meus familiares que viveram, apoiaram e festejaram (e festejam, os que ainda estão vivos) o 25 de abril e por tantos outros que lutaram, nos seus locais de trabalho, nas manifestações ou ainda na clandestinidade pela liberdade que tenho hoje, e pela liberdade, que espero, as minhas filhas e netos continuem a ter… Até breve! Nuno Miguel Botelho Ex Vereador do PSD (2009 2021)


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