NoticiasLx 16Julho2022

Page 1

16 de Julho de 2022

Loures | Odivelas

Número 21


Pág. 2

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Indice

Polícia Municipal Sim ou então Demitam-se

2

Cultura de Inovação no Ensino Superior 3 A Câmara de Loures - Intervenções com Destaque

4

Requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão, em Moscavide. 5 Odivelas e a descentralização de competências 7 DESPORTO E ATIVIDADE FISICA 8 RASTREIO AO CANCRO DA MAMA

9

Loures assegura patrulhamento e vigilância contra incêndios 24 horas por dia 10 Polícia Municipal em Odivelas, sim ou não? 11 DEBATES PARLAMENTARES

13

HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO – Gestão pública ou privada?

15

Integrismo sem Fundamento

17

Polícia Municipal Sim ou então Demitam-se

Comecemos pelo princípio – As polícias municipais de Lisboa e Porto têm competências muito superiores às dos restantes municípios. Dito isto, debrucemo-nos sobre a realidade do que são competências da PM nos restantes municípios como Odivelas e Loures e, nada melhor que considerar como exemplo prático o Regulamento da Polícia Municipal de Loures.

Há muito quem opine sobre esta matéria sem nunca ter lido uma linha do referido regulamento, e aos interessados aqui deixo o link para ser descarregado AQUI: https://noticiaslx.pt/wp-content/ u p l o a d s / 2 0 1 9 / 0 6 / Re g u l a m e n t o - Po l i c i a municipal-de-Loures-resolucao-de-conselhode-ministros-14-2010.pdf Comecemos pelo Comandante: “O comandante do Serviço de Polícia Municipal deve ser uma personalidade com formação militar ou policial”. Ou seja, para quem insiste que a PM tem apenas funções de polícia administrativa, não estamos na presença de competências de chefe de repartição… O Regulamento é claro: “Formação Militar ou Policial” Artigo 7.º Divisão Operacional - À Divisão Operacional de Polícia Municipal competem as atribuições técnicas executivas no âmbito das seguintes áreas funcionais: a) Trânsito; b) Segurança; c) Comunicações. Artigo 11º 2 — A Polícia Municipal de Loures coopera com as forças de segurança na manutenção da ordem e tranquilidade pública e na protecção das comunidades locais. 3 — A Polícia Municipal apenas poderá actuar fora do âmbito das suas competências próprias quando seja solicitada a fazê -lo conjuntamente com outras forças de segurança, mediante autorização expressa do presidente da Câmara 6 — Sempre que, por motivos de manifesta necessidade ou interesse público, a Polícia Municipal de Loures ou um seu agente intervenha fora das competências específicas reservadas aos Serviços de Polícia Municipal, deverá limitar a sua acção até que a autoridade competente assuma o controlo da situação, devendo sempre produzir relatório circunstanciado do facto. Artigo 12º 3 — A Polícia Municipal exerce, ainda, funções nos seguintes domínios: a) Vigilância de espaços públicos ou abertos ao público, designadamente de áreas circundantes

de escolas, em coordenação com as forças de segurança; b) Intervenção em programas destinados à acção das polícias junto das escolas ou de grupos específicos de cidadãos; c) Guarda de edifícios e equipamentos públicos municipais, ou outros temporariamente à sua responsabilidade; Não vou continuar a referir artigos do Regulamento Municipal, quem for intelectualmente honesto, tem aqui razões mais do que suficientes para apoiar a criação da Polícia Municipal em Odivelas. Se é reconhecido por todos que a PSP não tem meios suficientes, a cooperação da PM com as forças se segurança Artº 11 nº2 seria já por si razão de peso para se considerar a sua existência mas o Artº 12 nº3 alínea a) “Vigilância de espaços públicos ou abertos ao público, designadamente de áreas circundantes de escolas, em coordenação com as forças de segurança;” deveria pesar na consciência de todos os eleitos que votaram contra a criação da PM no concelho de Odivelas. Como diria Humberto Delgado, se não são capazes de decidir a favor da População: Obviamente, Demitam-se! - António Tavares, diretor EDITORIAL

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Cultura de Inovação no Ensino Superior

A

entidade reguladora do funcionamento das instituições de ensino superior deverá implementar políticas que induzam as instituições a um processo de transformação da forma de conferir competências aos seus estudantes indo ao encontro das suas expetativas e, desta forma, potenciando a melhoria do seu sucesso académico e por outro lado, respondendo às expetativas e necessidades das entidades empregadoras, visando a melhoria da sua competitividade num mercado global cada vez mais agressivo, que exige produtos e serviços com um ciclo de vida cada vez mais curto. Por um lado, temos hoje a entrar no ensino superior uma geração de estudantes que cresceu envolvida pela “oitava maravilha” do mundo, a Internet, a que estão permanentemente ligados, utilizando permanentemente a informação disponibilizada por dispositivos móveis, o que lhes induz competências que têm que ser potencializadas no âmbito dos processos de ensino/aprendizagem utilizados, visando melhorias significativas no seu desempenho académico. Por outro lado, é frequente ouvir os empresários referirem que não sabem quem serão os seus concorrentes ao fim de horizontes temporais relativamente curtos, consequência do elevado gradiente de desenvolvimento tecnológico que hoje é observado, o que implica que as instituições de ensino superior sejam capazes de preparar os seus diplomados para desempenhar funções cujos requisitos não são conhecidos no momento da sua formação académica. Este desiderato impõe que sejam assumidos desafios políticos com impacto a longo prazo, a médio prazo e a curto prazo, visando uma transformação estrutural no funcionamento das instituições de ensino superior portuguesas, que acompanhe as tendências internacionais, mantendo-as competitivas e com capacidade para dar resposta aos desafios emergentes acima referidos. Muitos são os líderes de opinião convictos de que as instituições de ensino superior podem desempenhar um papel importante no crescimento das economias nacionais. Os Centros de Investigação das instituições de ensino superior são frequentemente caraterizados como incubadores de novas descobertas e inovações que afetam diretamente as comunidades locais e até mesmo atingir uma dimensão global. A fim de gerarem inovação e de se adaptarem aos desafios das economias, as instituições de

Pág. 3

ensino superior devem adotar um modelo de funcionamento estrutural que permita flexibilidade, estimulando a criatividade e o pensamento empreendedor. Há um consenso crescente entre muitos líderes de opinião relativamente a políticas para o ensino superior, de que a liderança institucional e os currículos poderiam beneficiar da adoção de modelos de inicialização ágeis. Muitas são as instituições em que se estão a desenvolver novas abordagens e programas baseados nestas últimas, visando estimular mudanças de cima para baixo que possam ser implementadas numa ampla gama de configurações institucionais. No mundo dos negócios, o movimento Lean Startup usa a tecnologia como um catalisador para promover uma cultura de inovação mais ampla e económica, fornecendo um modelo convincente a ser submetido à consideração dos líderes das instituições de ensino superior.

rior cresceu exponencialmente nas últimas duas décadas, com quase 25% dos estudantes que hoje frequentam o ensino superior a ambicionarem ser empreendedores. Embora esta tendência se tenha materializado muito gradualmente, o impacto positivo é evidente. Um estudo elaborado para a Comissão Europeia revelou que, em comparação com os seus pares, os antigos estudantes das instituições do ensino superior que participaram em programas empresariais conseguiram obter empregos mais rapidamente e estavam mais confiantes nas suas competências para inovar no local de trabalho e iniciar novos negócios.

O movimento Lean Startup foi criado e implementado em Silicon Valley, um dos maiores centros de inovação tecnológica dos Estados Unidos da América, com raízes nas instituições de ensino superior. Muitos graduados pela Universidade de Stanford, por exemplo, tornaram-se empreendedores de sucesso em consequência da experiência adquirida no desenvolvimento de estratégias de negócios com base numa estrutura curricular com uma componente prática muito acentuada. Empreendedores, ex-estudantes de Stanford, são responsáveis por uma receita global de cerca de 3 triliões de dólares por ano. Da mesma forma, no Reino Unido, o grupo de empresários formado por ex-estudantes da Universidade de Cambridge, contribuiu para a criação de empresas com um investimento de aproximadamente 100 milhões de libras, ao longo de um período de 15 anos. Muitos são os fatores determinantes na trajetória de carreira dos graduados, embora ela seja frequentemente influenciada pelas ofertas e estímulos das instituições que frequentam, sendo vital que as instituições de ensino superior promovam os princípios que desejam ver refletidos nos seus estudantes.

João Calado (Professor Coordenador c/ Agregação do ISEL) (ex-Vereador do PSD)

A força de trabalho contemporânea exige colaboradores ágeis, adaptáveis e inventivos, exigindo que as instituições de ensino superior reformulem as estruturas curriculares dos cursos que ministram visando a aquisição, por parte dos seus estudantes, das competências mencionadas. Somente nos EUA, o número de cursos formais de empreendedorismo no ensino supe-

As mudanças que estão a ocorrer nas instituições do ensino superior, um pouco por todo o mundo, estão a alterar a noção tradicional destas instituições, transformando o paradigma de como funciona o ensino pós-secundário.


Pág. 4

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

A Câmara de Loures - Intervenções com Destaque

Contratos-programa de desenvolvimento desportivo

Inaugurado hub de carregamento de veículos elétricos com nove postos na Bobadela

Loures atribui mais de 290 mil euros ao movimento associativo 11.07.2022

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão, em Moscavide. 08.07.2022 Foi apresentado, no dia 8 de julho, o estudo prévio relativo à requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão, em Moscavide. O conceito da intervenção, a realizar no espaço também conhecido por Jardim de Moscavide, assenta na criação de novas zonas verdes para usufruto da população, na colocação de novos equipamentos e de um piso confortável que favoreça a mobilidade, dando-se prioridade à circulação dos peões no espaço público e abrindo o jardim à envolvente. A sessão pública de apresentação do projeto foi da responsabilidade da Câmara Municipal de Loures, em conjunto com a União das Freguesias de Moscavide e Portela, e decorreu no Auditório Maria Margarida Inácio, no Centro Cultural de Moscavide.

A Câmara Municipal de Loures assinou, no dia 11 de julho, contratos-programa de desenvolvimento desportivo com mais de 80 clubes e coletividades do concelho, no âmbito do Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo (RMAA) e do Programa Municipal Mais Desporto. A cerimónia de assinatura dos contratos realizou-se no Pavilhão Paz e Amizade e teve como objetivo formalizar a transferência de verbas às entidades do movimento associativo concelhio que desenvolvem a sua prática desportiva regular, formal e informal no território de Loures. Todas estas entidades representam 5 698 praticantes, em que 26,8% são mulheres e 56,4% jovens com menos de 14 anos.

13.07.2022 Um hub de carregamento de veículos elétricos com nove postos foi hoje inaugurado na Bobadela, pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão. Instalado na Rua das Giestas, este hub (ou plataforma) é constituído por um posto de carregamento ultrarrápido (150 kW), três postos de carregamento rápido (60 kW) e cinco postos de carregamento normal (22 kW), permitindo o carregamento simultâneo de 14 veículos elétricos. Esta nova infraestrutura resulta de um protocolo entre a MOBI.E e o Município de Loures, sendo operado pela EDP Comercial. Com a sua inauguração, o concelho passa a dispor, de acordo com o presidente da MOBI.E, Luís Barroso, de “mais de 70 postos de carregamento”, dispersos pelo território. Para o presidente da Câmara Municipal de Loures, este constitui “um dia particularmente feliz para o concelho de Loures” que, com a instalação deste hub, dá mais um passo para garantir o seu lugar “na vanguarda da sustentabilidade ambiental”. “A mobilidade elétrica é, sem dúvida, o caminho que temos que seguir”, sustentou Ricardo Leão, acrescentando que os municípios devem ser vistos como “parceiros essenciais, para que se consiga atingir o desígnio nacional” de alcançar a neutralidade carbónica em 2050. Para tal contribuirá também, notou o presidente da Autarquia, a expansão do Metropolitano de Lisboa ao concelho de Loures.

O programa Mais Desporto tem como objetivo fomentar a prática desportiva regular, enquadrada pelo tecido associativo do concelho de Loures, nomeadamente, ao nível da formação e iniciação desportiva, da participação feminina e da prática das pessoas com deficiência, Também o ministro do Ambiente e da Ação Climática sublinhou a importância de se “descarpotenciando a inclusão, e o apoio na formação bonizar a economia ao ritmo que os cidadãos nos exigem”, acrescentando que a inauguração desta desportiva. manhã é mais um sinal de que “estamos no caminho certo, apesar de tudo o que nos resta fazer”. No âmbito do RMAA, os apoios estão direcionados para a aquisição de equipamentos desportivos, realização de obras e promoção de eventos especiais.

Segundo Duarte Cordeiro, existem hoje cerca de 5 500 postos de carregamento de veículos elétricos em todo o país, que servem um total de perto de cem mil veículos. Para o governante, há que continuar a apostar na construção de “uma rede pública de carregamento de acesso universal, que torne cómoda a aquisição de veículos elétricos”, objetivo para o qual se procurou igualmente contribuir com o reforço dos apoios disponíveis ao nível do Fundo Ambiental.

Na ocasião, o presidente da União das Freguesias, Ricardo Lima, avançou que “esta é uma das grandes prioridades de Moscavide, há muitos anos reivindicada”. “É um projeto da comunidade, da população, de todos nós: queremos manter um pouco do jardim antigo de Moscavide, mas dar-lhe alguma modernidade”, frisou. Já o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, falou de uma “mudança de paradigma da gestão pública: este é um projeto no qual há muito a Junta de Freguesia trabalhava e o apresentava à Câmara, sem que esta o pudesse realizar. Mas, finalmente, o Município

de Loures assume que as juntas são parceiros”. “Perante a conjuntura económica difícil que atravessamos importa priorizar o que já era prioritário. Isso consegue-se com parcerias com as juntas de freguesia. É importante para o concelho de Loures ter juntas de freguesia pró-ativas”, adiantou Ricardo Leão. “Quanto ao projeto para o Jardim de Moscavide, vemo-lo como um processo em aberto, capaz de albergar propostas e sugestões, no sentido de tornar este “um espaço de todos, aberto a todas as gerações, com novas valências, mais modernidade e maior segurança”, concluiu o autarca.

Pág. 5


Pág. 6

Teve início o programa de Ocupação de Tempos Livres (OTL) Loures Aventura-te Já teve início o programa de Ocupação de Tempos Livres (OTL) Loures Aventura-te, com mais uma edição destinada a crianças e jovens entre os seis e os 15 anos. Praia, piscina, graffiti, arborismo e passeios de tuk tuk são algumas das atividades lúdicas que compõem o programa do Loures Aventura-te, que se destina a jovens residentes no concelho, bem como a filhos de funcionários do Município de Loures, GesLoures, Loures Parque e dos SIMAR. Para assinalar o arranque da edição de 2022 do OTL, o presidente da Câmara Municipal de Loures marcou hoje presença no Parque da Cidade, em Loures, local onde, até ao dia 26 de agosto, partirão os grupos para as atividades. Em Sacavém, o ponto de encontro está marcado junto à Escola Artística de Música do Conservatório Nacional. Ricardo Leão desejou boa viagem às cerca de 50 crianças e jovens que hoje rumaram no Loures Aventura-te até às piscinas de Santarém. Recorde-se que o programa de OTL decorre em oito turnos semanais e está organizado em três grupos etários (A – 6 > 9 anos; B – 10 > 12 anos; e C – 13 > 15 anos), estando as crianças e os jovens acompanhados por monitores. A edição 2022 do Loures Aventura-te conta com um total de 480 participantes.

A Câmara Municipal de Loures promove, no dia 16 de julho, a partir das 15 horas, uma formação para tutores de cães adotados no Centro de Recolha Oficial de Loures (CRO), que terá lugar na Mata Urbana dos Jardins do Cristo Rei, em Moscavide. A formação Entenda o seu Cão, que conta com o apoio da associação Click Positivo, terá no seu programa os seguintes temas: compreender o cão, necessidades básicas, linguagem e comunicação canina, a importância de cheirar, passeio tranquilo e material de passeio. A iniciativa terá ainda, em simultâneo, a realização de campanhas de adoção e de sensibilização para a recolha de dejetos caninos, preservação do ambiente urbano e salubridade, utilização de trela em espaço público, e obrigações legais de registo, identificação eletrónica e esterilização. A participação está sujeita a inscrição prévia, através do endereço eletrónico cro@cm-loures.pt ou do telefone 211 151 195. A inscrição está igualmente aberta para detentores de cães em geral.

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Odivelas e a descentralização de competências

P

ortugal tem atualmente consagrado na sua Constituição os princípios da subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública.

A Associação Recreativa, Cultural e Desportiva de Vila de Rei, em Bucelas, celebrou o seu 70.º aniversário.

Para assinalar a data organizou um almoço convívio, seguido de uma sessão solene na qual marcou presença a vice-presidente da Câmara Municipal, Sónia Paixão. Na ocasião, a autarca lembrou que “são 70 anos de história, de homens e de mulheres ao serviço desta comunidade”, naquela que é “uma grande coletividade do nosso concelho”. A vice-presidente da Câmara Municipal afirmou ainda que o executivo camarário está empenhado em concretizar as aspirações da população no que respeita ao Posto da GNR em Bucelas, bem como em melhorar as condições ao nível da saúde, com a vinda de mais médicos para a freguesia. Na sessão solene marcou igualmente presença o presidente da Junta de Freguesia de Bucelas.

Sem qualquer tipo de pretensões académicas, impõe-se uma simples e breve referência sobre os princípios da subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública: Princípio da subsidiariedade – O Estado só deve assegurar funções que não possam de forma mais eficaz e adequada, ser exercidas, por exemplo, pelas autarquias locais, ou seja, a autoridade pública deve ser exercida ao nível das autoridades mais próximas dos cidadãos; Princípio da autonomia das autarquias locais – O direito de as autarquias regularem e gerirem, obedecendo ao princípio da legalidade, os interesses das respetivas populações, estando aqui também o direito de recusar soluções impostas unilateralmente pelo poder central; Princípio da descentralização democrática da administração pública – O Estado confia a prossecução de determinados fins públicos a diferentes pessoas coletivas que não dependam diretamente do Governo, onde se inserem, nomeadamente, as autarquias locais. Todos estes princípios devem ser articulados entre si de forma a não pôr em causa o preceito constitucional que consagra Portugal como um Estado unitário que não se pode demitir das suas competências funcionais de fiscalização e controlo sobre todas as funções e tarefas que vai descentralizando. Tendo em conta estes princípios em 2018, depois de dois anos de discussão com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), o Governo iniciou a transferência de algumas competências para as autarquias locais, que à época eram exercidas pelo Estado central. Do rol de competências a transferir, o Município de Odivelas já aceitou as seguintes: Educação; Habitação; Atendimento ao Cidadão; Património; Estacionamento Público; Vias de Comunicação; Jogos de Fortuna ou Azar; Proteção Civil; Policiamento de Proximidade; Segurança Contra Incêndios; Justiça; Arborização e Rearborização e Associações de Bombeiros. Do rol de competências a transferir, o Município de Odivelas ainda não aceitou as da Saúde

e as da Ação Social. Apesar do Município de Odivelas já ter aceitado, por exemplo, competências na área de Policiamento de Proximidade, tendo a responsabilidade pela participação, em articulação com as forças de segurança, na definição do modelo de policiamento de proximidade, não se vislumbram quaisquer melhorias nesta área, onde gangues se digladiam, até com armas de fogo durante a noite e na zona de certos bares, continuando a saga dos roubos, ao que acresce a PSP continuar sem meios de atuação na área geográfica do Concelho de Odivelas. Um outro exemplo de que, apesar da transferência de competências, tudo continua na mesma, diz respeito à Habitação em que o Município de Odivelas tem a responsabilidade pela gestão de programas de apoio ao arrendamento urbano e à reabilitação urbana, mas nada se vê de concreto para possibilitar arrendamento de custo acessível a jovens casais e também nada se vê para melhorar as condições de habitação de muitos dos munícipes do Concelho de Odivelas, nomeadamente, dos mais velhos que têm reformas de baixo valor, muitas delas abaixo ou no limiar de pobreza, mas que trabalharam toda a vida e que agora se vêm desamparados pelos poderes públicos. De acordo com uma das competências também já transferidas o Município de Odivelas tem a responsabilidade pelo apoio às equipas de intervenção permanente das Associações de Bombeiros Voluntários, reconhecendo nós que de facto há um apoio municipal nesta área, mas por razões que importa apurar de forma isenta e expurgada de interesses partidários, há uma notória falta de equidade nos apoios concedidos, bastando para tal analisar a situação dos Bombeiros Voluntários de Caneças que estão numa área, ainda com zonas rurais, mas em que o seu principal veículo de combate a incêndios tem 50 anos, sim não foi engano, são mesmo 50 anos, e está em fim de vida, ao que acresce a cobertura do quartel ser em fibrocimento que contém amianto. Para que esta descentralização seja eficaz e atinja os seus objetivos, importa que a transferência de competências seja acompanhada do respetivo envelope financeiro, de forma que os executivos municipais não se vejam obrigados a canalizar verbas para a assunção dessas novas responsabilidades, em prejuízo das despesas e

Pág. 7

investimentos decorrentes das suas competências originais. Uma das mais importantes e significativas competências já transferidas para o Município de Odivelas é a que diz respeito à Educação, mas acontece que o Executivo Municipal, já teve a necessidade de fazer um investimento de requalificação na Escola Secundária da Ramada, no montante de cerca de 750 mil euros, sem que essas verbas estivessem contempladas no envelope financeiro transferido do Estado. Faltando ainda que o Município de Odivelas aceite as transferências de competências nas áreas de Ação Social e da Saúde, importa que o Executivo local olhe para o exemplo de inúmeros outros municípios, alguns deles também geridos pelo PS, que estão a bater o pé à ANMP, exigindo-lhe mais firmeza e poder negocial junto do Governo no sentido de a transferência de competências ter o correspondente pacote financeiro, caso contrário estaremos perante um logro e não uma descentralização democrática. Veremos se o Município de Odivelas entra ou não no jogo de exigir ao Governo mais respeito pelas autarquias locais ou se vai à boleia, aproveitando-se do trabalho, das câmaras que querem liderar a indignação coletiva gerada pelas insuficientes verbas alocadas à descentralização para as áreas da Educação; Ação Social e Saúde. - Fernando Pedroso Deputado Municipal do CHEGA na AMO


Pág. 8

DESPORTO E ATIVIDADE FISICA

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

RASTREIO AO CANCRO DA MAMA

Pág. 9

Loures | B.V. Camarate – Primeira Corporação do Bombeiros do Concelho de Loures a fazer parte do projeto piloto iTeams “Demos mais um passo importante no que respeita ao melhoramento da capacidade de resposta no socorro pré-hospitalar”. Os Bombeiros de Camarate aderiram ao iTeams, uma plataforma desenvolvida pelo INEM e que muito os orgulha por serem os pioneiros deste grande projeto piloto no Concelho de Loures. Trata-se de uma ferramenta que permitirá dotar os nosso veículos com equipamentos tecnológicos, equipamentos de registo clínico e de suporte interativo entre o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e os nossos Bombeiros, que permite estratificar a gravidade clínica das ocorrências e assim contribuir para uma regulação médica efetiva nas situações de maior gravidade.

Assinatura dos Contratos-programa de Desenvolvimento Desportivo no âmbito do RMAA- Regulamento Municipal de Apoio ao

Continuaremos empenhados para no melhoramento do socorro a toda a população.

Associativismo e do Programa Municipal Mais Desporto em Loures.

A Câmara Municipal de Loures, promove no dia 17 de Julho de 2022, com início às 09h30, uma prova de atletismo em estrada, destinada a atletas federados ou não, nos escalões de Juniores a Veteranos +65 femininos e masculinos. Prova gratuita para os atletas inscritos no 37º Troféu “Corrida das Coletividades do Concelho de Loures”, que tenham participado em, pelo menos, três provas, devendo confirmar a sua participação até à data de 27 de Junho de 2022, através do formulário disponível em https://bit.ly/CorridaFestasLoures2022

A Liga Portuguesa Contra o Cancro vai realizar, de 22 de junho a 9 de novembro, um rastreio do cancro da mama junto à Câmara Municipal de Loures.

Os restantes interessados poderão efetuar a sua inscrição através do site da Xistarca (https://xistarca.pt/eventos/4a-corrida-festas-de-loures), pelo valor de 5,00€. A prova terá a duração máxima de 1h45. Após este período de tempo será restabelecida a circulação automóvel em todo o percurso, devendo os atletas em prova utilizar o passeio e terminar a prova em autonomia.

A iniciativa dirige-se a mulheres entre os 50 e 69 anos que não tenham sintomas ou alterações na mama, não possuam próteses mamárias, não tenham realizado mastectomia, nunca tenham sido diagnosticadas com cancro da mama e não tenham feito uma mamografia nos últimos seis meses.

A redação do NoticiasLX gostaria de apresentar no seu semanário, informação relativamente a eventos desportivos que se vão realizar e não informação de eventos que se realizaram. Aliás era suposto haver todo o interesse em informar com alguma antecedência os OCS Locais, até para promover junto da população os eventos desportivos. Aguardemos que, no futuro, a política de informação seja mais pro-activa e deixemos de escrever “ACONTECEU” para passarmos a escrever “VAI ACONTECER”.

O rastreio vai realizar-se através da unidade móvel da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Ao comparecer, poderá contar com uma equipa técnica especializada na área do cancro da mama e com equipamentos digitais novos que potenciam uma melhor qualidade do diagnóstico.

O exame é simples e gratuito e pode ser realiza do de segunda a sexta-feira, das 9h20 às 13h00 e das 14h00 às 17h40.


Pág. 10

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

MUNICIPIO DE LOURES

Loures assegura patrulhamento e vigilância contra incêndios 24 horas por dia 14.07.2022 A Polícia Municipal de Loures, os Sapadores Florestais e o Serviço Municipal de Proteção Civil estão a trabalhar de forma coordenada no terreno com reforço de meios, garantindo o patrulhamento e a vigilância contra incêndios durante 24 horas por dia. Este dispositivo foi acionado na sequência da declaração, feita pelo Governo, da situação de contingência em Portugal Continental, e continuará ativo pelo menos enquanto esta se mantiver. Em paralelo, como explica o coordenador municipal de Proteção Civil de Loures, Pedro Barbosa, as corporações de bombeiros do concelho reforçaram os meios humanos em prontidão e a PSP e a GNR incrementaram a vigilância no terreno. O responsável acredita que este trabalho conjunto pode ter contribuído para o facto de nos últimos dias se terem registado, em todo o território de Loures, apenas duas ignições, prontamente controladas: uma em Tocadelos, no domingo, e outra em Camarate, na quarta-feira. Hoje de manhã, operacionais da Polícia Municipal, dos Sapadores Florestais e do Serviço Municipal de Proteção Civil concentraram-se junto ao Posto de Vigia do Cabeço de Montachique para o briefing que tem antecedido as saídas para o terreno. A este local deslocou-se igualmente o presidente da Câmara Municipal de Loures, que se inteirou do ponto da situação e deixou palavras de agradecimento pelo trabalho realizado. Ricardo Leão destacou o facto de, até ao momento, não ter havido ocorrências graves, considerando que tal não seria possível se não houvesse “um sistema bem coordenado” e “sintonia” entre todos aqueles que o integram. “Quero agradecer o trabalho que têm feito na proteção de todos e dar-vos uma palavra de incentivo”, prosseguiu o autarca, lembrando que “estamos a viver um período complicado”, que

tendencialmente se irá agravar, com o fenómeno das alterações climáticas. Ricardo Leão deu ainda conta da dificuldade que representa, para a Autarquia, o facto de existirem no concelho “250 terrenos que não estão cadastrados”. Para resolver esta situação, que dificulta questões como a do cumprimento do imperativo legal de limpeza dos terrenos, vai ser criado, adiantou o presidente da Câmara Municipal de Loures, um grupo de trabalho com representantes de diversos serviços municipais.

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Polícia Municipal em Odivelas, sim ou não?

O

tema da insegurança e da hipótese de se constituir uma Polícia Municipal como forma de apoiar no combate a esta ameaça ressurge com as recentes notícias de jovens baleados, de uma idosa que terá sido vítima de assalto e que foi encontrada sem vida na sua habitação, em circunstâncias que ainda se desconhecem, e do recente assalto a três jovens em que um deles acabou esfaqueado, tudo isto nas últimas 2 semanas, em Odivelas. Importa referir que a Polícia Municipal não tem o estatuto de força de segurança e não pode exercer as competências que estão atribuídas à Polícia de Segurança Pública (PSP) ou à Guarda Nacional Republicana (GNR), nomeadamente nas suas funções de segurança dos cidadãos ou de investigação criminal. A Polícia Municipal tem maioritariamente competências administrativas que visam o cumprimento dos regulamentos municipais, de obras ou de fiscalização do trânsito. Assim sendo, pode ou não a Polícia Municipal prestar um contributo para melhorar, de um modo geral, a qualidade de vida no concelho de Odivelas e, em particular, a segurança das nossas populações? Penso que não podemos deixar de enaltecer a elevada consideração que temos pelas forças de segurança referidas, a PSP e a GNR, pelo trabalho competente que exercem no dia-a-dia, executado pelos seus muitos e bons profissionais! Este reconhecimento não me impede de constatar a luta destes homens e mulheres, que exercem as suas funções com brio e dedicação, apesar de, em muitos casos, se verem confrontados com péssimas instalações, viaturas sem manutenção ou até falta de toner e papel nas impressoras. Considerando a natureza destas forças de segurança que, como referido, visam em primeira linha garantir a segurança dos cidadãos e o combate à criminalidade, podemos concluir que estamos a desaproveitar as energias e os escassos recursos destas forças em situações cuja circunstância traduzem violações a regulamentos municipais ou de trânsito, maioritariamente de cariz administrativo. Estamos a desperdiçar recursos essenciais no combate à criminalidade e na proteção das

populações que, em vez de estarem concentrados no exercício das funções para as quais estas forças foram constituídas e para as quais os seus efetivos foram formados e treinados, e com toda a certeza mais motivados, estando dedicados a outras tarefas de cariz mais administrativo, como as de regulação municipal. E ao olharmos para as competências municipais e para a realidade, verificamos que muita da fiscalização fica por concretizar, sem que se possa pedir mais a estas forças policiais. Num exemplo simples de compreender, se houver uma denúncia de ruído num estabelecimento, pelas 22 horas, quem deverá executar essa função será a PSP, porque estaremos fora do horário de expediente da Divisão de Fiscalização Municipal. Ou se houver um alerta de uma descarga de entulho numa zona arborizada, às 18 horas, mais uma vez, será a PSP a ter que se dirigir ao local para dar conta da ocorrência, porque a fiscalização acaba às 17 horas! A realidade atual não se coaduna com uma Fiscalização Municipal que funcione “das nove às cinco” e a atenção a que as forças de segurança estão obrigadas a dedicar a estas áreas faz com que se tenham que dividir os recursos entre, por exemplo, a criminalidade violenta ou o incumprimento dos tais normativos municipais. E é aqui que a Polícia Municipal pode ter um papel determinante! A criação de uma Polícia Municipal, numa primeira fase, nem sequer representaria um custo adicional quanto aos seus efetivos. Olhando para o Mapa de Pessoal do Município de Odivelas (ano de 2022), nele constam 45 funcionários alocados à Divisão de Fiscalização Municipal. Para além destes, considerando as diversas áreas de atuação municipal e respetiva fiscalização associada, como o ordenamento, licenciamentos, projetos urbanísticos, obras, atividades económicas, ruído, ambiente, recolha de resíduos, monos, entulho ou veículos ao abandono, estacionamento, trânsito, etc., poder-se-iam transferir para esta nova polícia alguns funcionários dessas áreas específicas, que trariam o know-how associado aos regulamentos respetivos e que passariam a ser fiscalizados por esta nova Polícia Municipal. Olhando para os “nossos vizinhos”, os con-

Pág. 11

celhos da Área Metropolitana de Lisboa a norte do Tejo, constata-se que apenas Odivelas e Vila Franca de Xira não têm uma Polícia Municipal. Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Oeiras e Sintra, todos têm na Polícia Municipal uma força de apoio à sua gestão autárquica. Por alguma razão será! Um dos muitos receios das populações com esta polícia de proximidade, tem a ver com políticas instituídas por alguns executivos, nacionais ou locais, de “caça à multa”. E para quem conhece a realidade em Odivelas, considerando apenas o ordenamento do estacionamento ou o tratamento de resíduos realizado pelos SIMAR, é legítimo desconfiar se essa não viria a ser uma realidade. Mas as políticas não podem ser olhadas isoladamente e com certeza que, a tíulo de exemplo, se devem criar as condições de ordenamento do estacionamento ou de tratamento de resíduos capazes de dar resposta às populações antes de se poder exigir aos seus cidadãos o seu cumprimento e sancioná-los caso isso não ocorra. Odivelas deve ter uma Polícia Municipal! Não será, com certeza, a solução para a resolução de todos os problemas de insegurança no concelho, mas representará um contributo efetivo para complementar e aliviar o trabalho das forças de segurança, permitindo a estas dirigir as suas energias para melhor garantir a proteção dos cidadãos e combater os diversos tipos de criminalidade, sem representar um custo acrescido para o bolso dos munícipes e colocando à disposição da autarquia um melhor instrumento de gestão da fiscalização municipal, que tantas falhas tem. Por isso, um sim à Polícia Municipal! - David Pinheiro Iniciativa Liberal de Odivelas


Pág. 12

ATÉ 31 AGOSTO Prémio Internacional de Composição para clarinete e banda

junto de ateliês gratuitos para crianças e jovens que vão decorrer nas bibliotecas, galerias e museus municipais. Trata-se de um conjunto de atividades que visam incentivar a criatividade das crianças e jovens através da educação pela arte, dando a conhecer os equipamentos culturais do concelho e proporcionando-lhes tempo de qualidade fora do calendário escolar. Todas as atividades, apesar de gratuitas, estão sujeitas a marcação prévia até ao dia da sua realização, pelos telefones e endereços de correio eletrónico do local onde irão decorrer. Saiba mais em: https://www.cm-loures.pt/ spx?DisplayId=13443

Está a decorrer, até 31 de agosto, o prazo para entrega de composições a concurso ao Prémio Internacional de Composição para clarinete solo e banda, promovido pela Câmara Municipal de Loures, sob a égide de Loures Capital do Clarinete. Podem participar todos os compositores, nacionais ou estrangeiros, devendo as obras a concurso ser absolutamente inéditas e da exclusiva autoria dos concorrentes. São excluídas todas aquelas que tenham sido tornadas públicas, ou que tenham sido premiadas em qualquer outro concurso, até à conclusão da presente edição deste prémio. Serão atribuídos prémios às três melhores composições, no valor de 1500, 1000 e 500 euros. Para isso, serão tidos em conta critérios de qualidade técnica e artística, bem como a relevância da obra a concurso no panorama musical. Os interessados deverão entregar a composição a concurso, até 31 de agosto, em mão ou enviar pelo correio, por carta registada com aviso de receção. Normas de participação

António Lobo Antunes – 40 anos de Vida Literária – Exposição

De 5 de julho a 15 de outubro visite a exposição António Lobo Antunes – 40 anos de Vida Literária, que estará patente na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém, de terça-feira a sábado, das 10 às 18 horas. Há quarenta e três anos, em 1979, António Lobo Antunes publicava os seus dois primeiros romances: “Memória de Elefante” e “Os Cus de Judas”, ambos protagonizados por um médico e contados na primeira pessoa. Numa colaboração com as publicações Dom Quixote/Leya, a Biblioteca Municipal Ary dos Santos assinala esta data para recordar duas das obras mais memoráveis do autor, com uma instalação alusiva a estas publicações.

A C. M. de Loures vai promover, de 5 e 21 de . Um conjulho,

Férias em Cultura

Esta instalação esteve patente ao público na Fundação Calouste Gulbenkian aquando da

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Conferência “António Lobo Antunes: 40 Anos de Vida Literária”, na qual o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve presente e distinguiu o autor com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Pág. 13

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

DEBATES PARLAMENTARES

É

curioso como os partidos assumem posições tão distintas, em função das condições conjunturais, de cada momento, não tendo limites a criatividade das respectivas fundamentações, assistindo-se a boas razões para o sim, como para o não. Quando assisto ao argumentário para a questão do momento, na Assembleia da República, relativamente aos debates parlamentares regulares com a presença do Primeiro Ministro, fico sempre estupefacto com a amnésia politica que varre o espectro politico da direita á esquerda, com especial enfoque para o Partido Social Democrata. Imagino, o especial gozo de José Sócrates, ao ver o PSD, que por ele nutre um horror indisfarçado, a defender a sua “criação”, uma vez que foi Sócrates, o mentor e autor, da instituição dos debates quinzenais no parlamento. Mas vejamos o que lhe esteve na base, e como é hipócrata e oportunista a posição actual do PSD, como que passando uma borracha no passado. Tudo começou no consulado, longuíssimo, de Alberto João Jardim, PSD, lá na sua pérola do atlântico, cujo poder incontestado o levou a impôr a subalternização da assembleia legislativa regional, á qual apenas se deslocava 1 vez por ano, e porque a Lei a isso obrigava, por altura da aprovação do orçamento regional, e ainda assim, recusava-se a falar, para não ter que se justificar perante os deputados regionais, que considerava políticos menores, todos eles incluso os do seu PSD, e punha os seus secretários regionais a “aturarem” os deputados. A “coisa” era de tal monta que quando Cavaco Silva, então Presidente da República se deslocou á Madeira, em 2018, Alberto João Jardim, conseguiu a proeza de impedir que o Presidente da República se deslocasse à Assembleia Legislativa Regional, com o argumento que “aquilo é uma casa de loucos”, acabando Cavaco por receber os partidos no Hote onde se hospedou. Cavaco lá foi “autorizado” a visitar todos os municípios da região, mas Alberto João, cuja experiência política pedia meças a qualquer um, fazia questão de ser o primeiro a chegar a cada município, e por isso não acompanhava o trajeto presidencial, e ao chegar aos paços municipais de cada município, Alberto João recebia, em primeira mão a ovação popular, palmas e foguetes.

A chegada de Cavaco só era útil “para apanhar as canas”. Tudo isto sem uma palavra de condenação do PSD. Aliás para o PSD, sempre foi e é um herói. Entendam este introito como antecâmara para o que se segue, para se entender como as coisas foram evoluindo. Não tenho a menor dúvida que Alberto João Jardim, foi a fonte inspiradora para Cavaco Silva, quando este chegou ao poder como primeiro-ministro. Cavaco Silva, teorizando sobre as célebres “forças de bloqueio”, que eram as instituições que não conseguia controlar, como o seu companheiro de partido fazia na Região Autónoma da Madeira, tinha uma maioria absoluta a dar-lhe cobertura para, não só ignorar o poder de fiscalização da Assembleia da República, mas também, á semelhança do que fazia Alberto João, recusar-se ao seu escrutínio, sob a forma de debates parlamentares, e só ía 1 vez por ano ao parlamento, também porque a isso era obrigado aquando da apresentação do Orçamento. Assim o PSD, tanto na Região Autónoma da Madeira, como no território continental, tinha um diapasão comum – furtar-se aos debates parlamentares. Ir ao parlamento 1 vez por ano era suficiente, para o PSD, e mais do que isso era uma maçada, tanto para Aberto João, como para Cavaco Silva, ambos heróis do PSD. Para desassossego de um PSD traumatizado pelo regresso ás bancadas da oposição, na Assembleia da República, o PS, liderado por António Guterres, fez questão de mostrar que o parlamento é importante, e o escrutínio dos deputados é bem vindo, sobretudo quando não se tem nada a esconder, António Guterres leva o PS, na Assembleia da República a instituir os debates mensais, com a presença do Primeiro Ministro e respectivo governo. Claro que o PSD concordou, com algo que quando no poder abjurava, por achar ser uma oportunidade de se manter á tona da água. Assim não foi. António Guterres, como excelente tribuno que era, “ganhou” todos os debates realizados, para grande infelicidade do PSD. Na madeira Alberto João seguia incólume, e até conseguiu a proeza de António Guterres e Jorge Coelho lhe darem de presente, duas coisas que Cavaco Silva, seu companheiro de partido, lhe recusara quando primeiro ministro: o perdão da

divida da Região á República, e o dispendioso, mas necessário, alargamento do aeroporto da Madeira. Depois de António Guterres sair do governo, o sucessor PSD, lá foi mantendo os debates mensais, como uma boa prática, na Assembleia da República. Só quando o PS chegou, de novo, ao leme do governo da nação, é que as coisas se alteraram, e sob a batuta de José Sócrates, os debates mensais passaram a quinzenais, e mais uma vez o PSD “achou” ser uma oportunidade de “bater” no PS, e no seu líder, José Sócrates. Porém, não podia, o PSD, estar mais enganado – Sócrates, tal como Guterres, é um tribuno extraordinário, de tal forma que ganhou o epiteto para uns, apodo para outros, de “animal político”, porque arrasava tudo á sua frente, e não tinha páreo. Ironia das ironias, agora é o PSD quem clama pelos debates quinzenais, como o esfomeado clama por côdea de pão para a boca, esquecendo que no passado os seus dois maiores heróis, abominavam os debates, e um foi o todo poderoso governante da pérola do atlântico, durante mais de 4 décadas, e o outro foi 2 anos ministro das finanças, uma década primeiro ministro, e uma década Presidente da República. Dois protagonistas que repugnavam um modelo por que o PSD hoje tanto anseia. Se isto não é hipocrisia, então não sei mais o que será. Seriedade é necessário para credibilizar a política, as políticas e os políticos. Isto sou eu a “achar”, claro. - Oliveira Dias Politólogo


Pág. 14

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Pág. 15

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO – Gestão pública ou privada? Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures, é muito claro ao defender que a única coisa que importa é que o serviço prestado à população do concelho seja de qualidade e dentro dos padrões exigíveis. https://fb.watch/egYr2coW_L/ O actual executivo municipal não tem qualquer tipo de reserva ideológica quanto ao facto da gestão do Hospital Beatriz Ângelo ser pública ou privada; para nós a única coisa que importa é que o serviço prestado à população do concelho seja de qualidade e dentro dos padrões exigíveis. Posto isto, inquiri a senhora ministra da saúde sobre esta matéria, dando nota precisamente desse facto, quanto à possibilidade de reversão da gestão, passando a ser público-privada. O assunto irá ser avaliado e será tomada uma decisão relativamente ao mesmo. A gestão pública esbarra numa série de limitações que a gestão privada não tem; não se trata aqui, portanto, da qualidade dos gestores mas sim da facilidade operacional a que um e outro estão sujeitos. O governo está atento a esta situação e irão surgir soluções legislativas que permitam agilizar os processos e melhorar também as condições salariais e de contratação dos profissionais de saúde, de forma que se consigam captar e manter no serviço público. Aguardamos com ansiedade a normalização dos serviços do hospital e melhoria dos padrões de qualidade para níveis satisfatórios e em busca da excelência. – Ricardo Leão, Presidente da Câmara Municipal de Loures (PS)

19 de julho: Pirescouxe (21h30), São João da Talha (22h00), Bobadela (22h30), Moscavide (23h00) Entre os dias 18 e 21 de julho, um espetáculo de vídeo mapping vai percorrer o concelho para assinalar as Festas de Loures de forma descentralizada no território. Esta animação multimédia itinerante terá lugar entre as 21h30 e as 23h00, nos seguintes locais e horários: 18 de julho: Bucelas (21h30), Santo Antão e São Julião do Tojal (22h00), Fanhões (22h30) e Lousa (23h00)

20 de julho: Quinta da Fonte (21h30), Frielas (22h00) e Santo António dos Cavaleiros (22h30), Infantado (23h00) 21 de julho: Catujal (21h30), Camarate (22h00), Quinta do Mocho (22h30), Portela (23h00)


Pág. 16

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

CENTRO DE VACINAÇÃO DE MOSCAVIDE

Integrismo sem Fundamento

N

a antiguidade, com o surgimento das grandes correntes religiosas monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) foram introduzidos um conjunto de preceitos, ou se quisermos de Leis Morais, que visaram acomodar algumas preocupações com os costumes, nomeadamente com o decoro. No caso das mulheres, cedo surgiram preocupações com as suas indumentárias com o propósito de lhes garantir a protecção que a lei e os Estados como os conhecemos hoje não garantiam, evitando que a exposição destas as pudesse fragilizar, envergando pelos trajes a marca de mulheres honradas, castas a quem ninguém ousaria molestar. Importa não esquecer que a vida civil ou secular e a vida religiosa não se separavam em nada. Pelo que, daí a adoptarem-se regras de origem cultural foi um salto. Regras essas, que depois prevaleceram pela tradição e justificadas nos costumes assentes em credos religiosos.

O Centro de Vacinação Concelhio (CVC), instalado no Pavilhão do Oriente, em Moscavide, alterou o seu horário de funcionamento, passando a estar aberto, de segunda a sábado, entre as 9h00 e as 14h00.

Tal como no Velho Testamento, também no Alcorão se aconselham as senhoras à não exibição dos seus “adornos” em público, sendo aceitável que tal suceda em privado nas suas próprias casas e perante as pessoas mais chegadas. É defendida por muitos teólogos muçulmanos a ideia de que as mulheres podem manter o seu rosto e as suas mãos descobertas. Todavia, a Burka que cobre a mulher da cabeça aos pés, incluindo a face, é amplamente difundida no mundo islâmico.

Aos sábados, entre as 9h00 e as 10h30, este equipamento estará disponível para a vacinação de crianças dos 5 aos 11 anos. O CVC está localizado na Rua Adão Manuel Ramos Barata, junto à Unidade de Saúde de Moscavide.

A Câmara Municipal de Loures vai promover, no dia 16 de julho, pelas 15 horas, uma visita guiada ao antigo Convento Arrábido da Mealhada, em Santo António dos Cavaleiros, com apontamentos sobre o Franciscanismo no Memorial do Convento. Partindo do Centro de Interpretação da Rota Memorial do Convento, instalado no Museu Municipal de Loures, os participantes vão percorrer vários espaços do antigo convento, nos quais se evidencia a crítica à religião e a dessacralização do divino na obra “Memorial do Convento”, de José Saramago. A participação é gratuita, mas pressupõe marcação prévia, até dia 14 de julho, pelos telefones 211 150 175 e 211 151 507, ou através do endereço de correio eletrónico se_conventinho@cm-loures.pt.

Pág. 17

NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Desengane-se quem considera ser esta uma questão dos crentes islâmicos. O facto é que o uso destes trajes começou nas tradições judaicas e bizantinas, chegando até à Idade Média de matriz cristã. Só no século VI é que o uso destas vestes é instituído pelo Profeta Maomet numa tentativa de conferir às muçulmanas a mesma dignidade das seguidoras da Torá e dos Evangelhos. Note-se que Paulo, na I Carta aos Coríntios manifesta apoio ao uso do véu pelas mulheres cristãs nas reuniões de oração e nos cultos de adoração e louvores a Deus, aceitando ainda assim que tal decisão deveria ser sujeita à interpretação e à compreensão dos factores culturais. Qualquer ocidental atento e com mais de 40 anos certamente já testemunhou a práctica do uso do véu feminino durante cerimónias religiosas. No caso do catolicismo verifica-se que quer as suas missionárias quer as imagens das suas divindades femininas ou santas se socorrem constantemente deste tipo de vestimenta, onde só a cara e as mãos ficam a descoberto.

Na actualidade muitas mulheres muçulmanas usam Burka. Umas por coacção social ou familiar, outras de forma voluntária, como uma marca de tradição islâmica. Quando se fala deste tema tendemos a centrar atenções na Burka, contudo em matéria de trajes islâmicos temos também o Hijab de matriz africana e mui usado pelas muçulmanas residentes nos países ocidentais, o Chador de origem Persa (Turquia, Irão), o Niqab com origens na Península Arábica e finalmente a Burka de tradição afegã. Apesar de algumas correntes do islão pretenderem pelo uso dos chamados trajes islâmicos a afirmação da cultura e costumes do Islão, bem como a dignificação, moralização, e honra-

dez das muçulmanas, a verdade é que este trajar que cobre o rosto e corpo da mulher tem uma origem controversa e até antagónica a estas pretensões. Recuando no tempo encontramos a origem destas vestes muito antes do Islão. O culto à divindade Ashtart, deusa do amor, da fertilidade e da sexualidade, na antiga Mesopotâmia, impunha a todas as mulheres a obrigatoriedade de se sujeitarem uma vez por ano a rituais de índole sexual nos bosques sagrados em redor do templo da deusa. Acontece que as mulheres que o faziam passaram a usar um véu longo para ocultarem a sua identidade. Importa que estas correntes integristas que içam bandeiras sem fundamentação cuidassem melhor das suas doutrinas e da origem das coisas que dizem pretender defender. Por um outro lado aqueles que assistem não se sintam meros espectadores culturalmente altivos de um filme, para o qual o ocidente judaico-cristão tem igualmente participado.

Indubitavelmente esta questão das vestes atravessa-se de forma mais ao menos óbvia com formulações, também mais ou menos assumidos, de que a fragilidade das mulheres resulta da tentação que estas suscitam junto dos homens devido às suas vestes e entrejeitos. Ou seja, tudo isto está em muito relacionado com a factura que Eva terá deixado às mulheres, entes de pecado, que pela forma como se vestem muitas vezes “estão mesmo é a pedi-las”. A culpa e a salvação pelas obras mescladas com uma cultura machista e paradoxalmente misógina a servirem de agentes justificadores das mais tresloucadas, insanas e perversas acções de quem ainda não desceu da árvore e se fez urbano tem de ser enfrentada, pois sem isso a

violência de género, a violência doméstica, enfim a desconsideração de seres humanos persistirão. E tal, para quem visa o humanismo não pode ser aceitável, pelo que só com formação e informação se combate a ignomínia aqui deixei o meu contributo. - Paulo Bernardo e Sousa Politólogo


NoticiasLx, 16 de Julho de 2022

Pág. 18

Ficha Técnica Noticias LX - Diretor: António Tavares - Editor e Redação: Alameda Salgueiro Maia, Lote 4, 1º andar – Gab 8, 2660-329 Santo António dos Cavaleiros | NoticiasLx@sapo.pt Colunistas: Oliveira Dias, Paulo Bernardo e Sousa, Ricardo Henriques, Nuno Miguel Botelho, Fernando Pedroso, Ricardo Andrade, Maria Máxima Vaz, David Pinheiro, Filomena Francisco, Vitor Manuel Adrião, Pedro Almeida, João Calado, José Maria Pignatelli, Filipe Martins, Ricardo Helena. Inscrição na ERC: 127230 | Periodicidade Semanal Estatuto editorial: https://noticiaslx.pt/estatuto-editorial/ | Regras editoriais: https://noticiaslx.pt/regras-editoriais/ NoticiasLx: https://NoticiasLx.pt Distribuição nos meios digitais para uma audiência de 30.000 pessoas nos concelhos de Loures e Odivelas E.Mail Comercial: NoticiasLx-Pub@Sapo.pt


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.