NoticiasLx 4Março2023

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4 de Março de 2023 Loures | Odivelas | Grande Lisboa Nº 36

Vai decorrer, durante o mês de março, mais uma edição do Março Jovem, com um programa de atividades nas áreas da cultura, desporto, ambiente, lazer, cidadania, associativismo, solidariedade e saúde mental.

Odivelas | PROGRAMA ESTOU AQUI! CRIANÇAS – Lançamento da edição 2023

Loures assinala Dia da Proteção Civil com um conjunto de atividades no Parque da Cidade

SIMAR: cada oportunidade, cada falhanço!

Opinião: David Pinheiro - IL Odivelas

Indice

O Jornalismo Fast Food 2

À descoberta do Paul das Caniceiras, em Santo Antão do Tojal 3

Ciclo Loures Educa+ 2023 4

Março Jovem já Arrancou 5

Loures - Município 6/7

Humanidade: A Utopia que Vale a Pena 8

Loures assinala Dia da Proteção Civil com um conjunto de atividades no Parque da Cidade, em Loures 9

Um ano de guerra da Rússia contra a Ucrânia 10

PARAFUSO E ROSCA NO JAPÃO! 11

A CULTURA 12/13

SIMAR: cada oportunidade, cada falhanço! 14

Plano Ferroviário Nacional deve potenciar sinergias com os modos activos de transporte 15

Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 16

Como as organizações se podem adaptar à Transformação Digital 17

Tojal O Jornalismo Fast Food

A Ditadura das Métricas

- Aquilo que os Cidadãos consomem na Internet é em grande parte resultado das pesquisas. Os grandes motores de indexação como o Google e o Bing impõem para uma boa propagação dos conteúdos noticiosos e não só, um conjunto de regras que os produtores de conteúdos têm de obedecer a bem da sua relevância no ranking da Comunicação Social.

Este conjunto de exigências dos grandes motores de busca impõem parâmetros que vão desde a qualidade e tamanho das imagens, estrutura, tamanho dos títulos…

A Ditadura dos Consumidores Fast Food

Os conteúdos em vídeo nas várias redes sociais são os mais vistos e superam em muito os artigos escritos. Os consumidores Fast Food preferem os vídeos, não gostam de ler e tudo o que seja mais de 3 minutos em vídeo não tem a propagação viral como acontece com os de duração inferior.

Num universo Internet em que muitos nem disponibilidade têm para um espírito crítico e delegam nos influenciadores para lhes apontarem o que devem ver e ouvir, a ditadura dos números tem especial relevância.

O Consumidor de Conteúdos nos Transportes É no vaivém diário dos transportes que muitos consomem nos telemóveis as “gordas” do dia aproveitando o tempo “morto” das viagens. Por contraste, quem procura a notícia completa e o artigo de opinião, prefere e tem oportunidade de o fazer em casa ou no trabalho.

Os Públicos das Notícias - O Fast Food e o Consumidor Desktop

As análises do google analytics são claras neste

aspeto - existem públicos distintos no Online –O Fast Food, o Desktop e o mix Mobile+Desktop sendo este último o que dá uma vista de olhos nas gordas e procura mais tarde aprofundar no desktop os conteúdos que chamaram a sua atenção. De qualquer modo se os conteúdos não se encaixarem nos parâmetros dos motores de indexação, nenhum destes consumidores terá oportunidade de encontrar, numa primeira consulta, notícias que não pertençam ao universo dentro da caixa dos motores de indexação.

O Jornalismo

Perante o enquadramento anterior, como é fazer Jornalismo nos tempos que correm?

Cada vez mais os Jornais têm de ter os seus leitores dedicados, que acedem diretamente ao site da publicação na Internet porque o consideram um Media de referência local ou nacional e aqui o trabalho a desenvolver será sempre o de ter conteúdos únicos e relevantes que sejam uma mais-valia para os seus leitores.

António Tavares, diretor EDITORIAL

À descoberta do Paul das Caniceiras, em Santo Antão

do

No passado sábado realizou-se mais uma atividade do programa “Há vida em Montachique… e não só!”, desta vez dedicada à descoberta do Paul das Caniceiras, em Santo Antão do Tojal.

A atividade iniciou-se junto ao Palácio dos

Arcebispos e Fonte Monumental, tendo seguido até à casa de Félix Avelar Brotero, um dos mais importantes botânicos portugueses, nascido em Santo Antão do Tojal, a 25 de novembro de 1744.

Foi feita uma analogia entre a conservação

Ficha Técnica Noticias LX - Diretor: António Tavares - Editor e Redação: Alameda Salgueiro Maia, Lote 4, 1º andar – Gab 8, 2660-329 Santo António dos Cavaleiros | NoticiasLx@sapo.pt

Colunistas: Oliveira Dias, Paulo Bernardo e Sousa, Ricardo Henriques, Nuno Miguel Botelho, Fernando Pedroso, Ricardo Andrade, Maria Máxima Vaz, David Pinheiro, Filomena Francisco, Vitor Manuel Adrião, Pedro Almeida, João Calado, José Maria Pignatelli, Filipe Martins, Ricardo Helena.

Inscrição na ERC: 127230 | Periodicidade: Semanal

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deste património cultural com a conservação do património natural como o Paul das Caniceiras, enquanto zona húmida, habitat de uma importante comunidade de avifauna e também de um peixe criticamente em perigo de extinção, a boga-de-boca-arqueada-de-Lisboa (ou boga de Lisboa).

Esta espécie foi descoberta em 2006 e oficialmente descrita em 2007, por uma equipa de investigadores, tendo o professor doutor David Santos, responsável pela sua descoberta, estado presente na atividade, para falar sobre esta espécie tão rara e em perigo, que encontra no Paul das Caniceiras o seu refúgio para se alimentar e reproduzir.

Durante a atividade foi também possível fazer observação de aves com binóculos e telescópios em dois pontos diferentes do Paul e ainda abordar a problemática das espécies invasoras, com especial enfoque para algumas que aqui ocorrem.

Fonte: CM Loures

Outras Atividades de Educação Ambiental e Ciência

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NoticiasLx, 4 de Março de 2023 Pág. 2 NoticiasLx, 4 de Março de 2023

Ciclo Loures Educa+ 2023

A Câmara Municipal de Loures promove entre 3 de março e 17 de maio, o Ciclo Loures Educa +.

Março Jovem já Arrancou

Arrancou mais uma edição do “Março Jovem”, iniciativa municipal que conta com um programa de atividades nas áreas da cultura, desporto, ambiente, lazer, cidadania, associativismo, solidariedade e saúde mental. Durante o mês de março, o programa

pretende proporcionar aos jovens de Loures um conjunto de atividades de cariz didático, cultural, desportivo e lúdico, envolvendo o movimento associativo juvenil e as associações de estudantes das instituições escolares do concelho.

“No mês de março o Município está virado para os jovens, para aquilo que vos podemos proporcionar”, afirmou a vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Sónia Paixão, na sessão de abertura do “Março Jovem”, que teve lugar hoje no Centro Cultural de Moscavide.

“A nossa programação é muito vasta e foi pensada para vocês, com diferentes momentos, da música ao teatro, da participação ao desporto. É nosso objetivo

que as atividades da próxima edição sejam melhores e isso só é possível quanto maior for a vossa participação. O nosso trabalho será tão melhor quanto mais próximo estiver dos jovens e será tão mais direcionado às vossas pretensões, quanto mais interagirem connosco”, sublinhou a autarca.

A primeira atividade do “Março Jovem” abordou a consciencialização sobre voluntariado e associativismo e foi dinamizada pela associação juvenil “Movimento Transformers”.

Neste workshop, na qual marcaram presença a diretora do Departamento de Juventude do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Sofia Pimenta, e o 1.º vogal da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, com os Serviços de Desporto, Juventude e Cultura, Tiago Batista, participaram mais de uma centena de alunos das escolas secundárias do Arco-Íris (Portela) e de Camarate, do Colégio Integrado Monte Maior e do IPTrans – Escola Profissional de Loures.

Programa do “Março Jovem” https://shre. ink/cj8f

Pág. 5 NoticiasLx, 4 de Março de 2023 Pág. 4 NoticiasLx, 4 de Março de 2023 Fonte: CM Loures

Loures - Município

Novo Parque de Estacionamento em Moscavide

Loures - Município II

Loures | ATÉ 30 DE ABRIL –Limpeza obrigatória de terrenos

De forma a minimizar o risco de incêndio, a Câmara Municipal de Loures recorda que deverá limpar a vegetação dos seus terrenos até ao dia 30 de abril.

Sabia que limpar a vegetação à volta das casas é a melhor forma de prevenir que um incêndio o atinja a si e aos seus bens? A legislação em território nacional indica que proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos, devem realizar anualmente um conjunto de ações de proteção e segurança com vista à mitigação de riscos de incêndio.

Assim, se é proprietário de um terreno rural (florestal ou agrícola) saiba o que deve fazer até dia 30 de abril de 2023.

10º Aniversário da Associação Pensamentos ao Vento

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, marcou presença no décimo aniversário da Associação Pensamentos ao Vento, que decorreu na Quinta de São José, em Sacavém.

Esta associação, que visa difundir a prática do

naturismo, desenvolve atividades nas mais variadas áreas, nas quais seja possível promover a cidadania para melhorar a sociedade e o ambiente, através de iniciativas desportivas, culturais e recreativas, para melhorar o bem-estar físico e psicológico do indivíduo, através de eventos naturistas e não naturistas, abertos a sócios e não sócios.

Fonte: CM Loures

Obras de beneficiação no Parque da Cidade

A Câmara Municipal de Loures está a desenvolver um conjunto de trabalhos e de empreitadas no Parque da Cidade, em Loures, integradas no âmbito do projeto “PAB_LivingLAB – Vive a descarbonização do Parque da Cidade”, que tem como objetivo reduzir a intensidade carbónica das atividades e serviços, através de soluções tecnológicas inovadoras.

Foi inaugurado um novo parque de estacionamento junto à rotunda da Avenida de Moscavide. Este parque, destinado exclusivamente para residentes com dístico válido, tem capacidade para 25 viaturas, incluindo um lugar para pessoas de mobilidade reduzida e outro para motociclos, e resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Loures e a União de Freguesias de Moscavide e Portela. Com um investimento de cerca de 70 mil euros, o parque de estacionamento vem assim transformar um espaço sem utilização e abandonado numa mais-valia para a população de Moscavide, beneficiando, simultaneamente o comércio, ao libertar mais lugares no centro da vila.

A inauguração contou com as presenças do presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, bem como do presidente da Junta de Freguesia de Moscavide, Ricardo Lima.

CM Loures

Se precisar de esclarecer alguma dúvida, contacte o Departamento de Ambiente, através da Divisão de Gestão de Parques e Floresta: 211 150 326 | dgpf@cm-loures.pt | GNR/SEPNA ct.lsb.dvfx.npa@gnr.pt.

este ano, subordinado ao tema Afirmação da Igualdade.

As comemorações vão decorrer de 8 a 12 de março, com uma programação cultural e desportiva descentralizada e aberta à população em geral.

Destaque para o espetáculo Monólogos da Vacina, com João Baião, que irá decorrer, no dia 8 de março, às 21 horas, no Pavilhão Paz e Amizade. Mas não se deixe enganar pelo nome!

Trata-se de um monólogo que rapidamente passa a uma eletrizante sequência de diálogos, coreografias, canções e cenas recheadas de humor que irão materializar a energia e o positivismo inerentes a João Baião.

Pode reservar o seu bilhete até dia 5 de março através do mail dac@cm-loures.pt ou dos telefones 211 150 660/211 151 173. A lotação é limitada.

Depois, é só consultar o programa e escolher entre debates, workshops, exposições e atividades desportivas, que vão desde aulas de zumba, pilates, hidroginástica e caminhadas.

Destaque para o “Projeto de Eficiência Hídrica”, através da reformulação integral de todo o sistema de rega, recuperando o abastecimento de água do poço existente e instalando um sistema de rega sensorizado e inteligente que permite, em tempo real, a deteção de fugas; a instalação de novos bebedouros; e a plantação de árvores, arbustos e herbáceas, que irão substituir as árvores em caldeira existentes no parque de estacionamento do parque.

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NoticiasLx, 4 de Março de 2023 Fonte: Fonte: CM Loures Fonte: CM Loures
A Câmara Municipal de Loures assinala o Dia Internacional da Mulher,

Humanidade: A Utopia que Vale a Pena

As migrações definem-se pela deslocação de pessoas ou de grupos entre os mais diversos locais.

Algo de antropológico e até mesmo de biológico se pode considerar nos processos migratórios, na medida que várias são as espécies de animais que se sujeitam a deslocações, umas mais sazonais do que outras.

As migrações podem ser de diferentes tipos.

Podem depender do local de partida e do de chegada, das distâncias e do tempo a serem percorreridas, da dimensão do período de ocorrência e das motivações que sustentam essas movimentações. Acresce ainda o carácter espontâneo e voluntário, ou a forma involuntária das causas que levam a essas migrações.

As migrações de carácter forçado ou visando ou refúgio são impelidas por factores externos à(s) pessoa(s).

Normalmente, este tipo de migração está associada a conjunturas políticas, sociais e/ou económicas, bem como a incidentes naturais e climáticos.

As migrações externas são as que implicam deslocação entre países, em que para o país de origem o migrante é um emigrante e para o país de chegada o migrante é um imigrante.

As migrações podem ser internas, tratando-se daquelas que acontecem dentro dos próprios países (Ex.: Êxodo Rural). Deste tipo existem as migrações intra-urbanas que se caracterizam pela mudança de habitação dentro dos limites de uma determinada área urbana. Com sazonalidade de alta frequência verificamse as migrações pendulares diárias, amiúde provocadas pelas deslocações, no mesmo dia, entre o trabalho/escola e a habitação.

Por razões laborais e também sazonalmente temos a transumância, muito comum na pastorícia e na lavoura onde os períodos migratórios estão correlacionados com condições ambientais.

Cada vez mais se assiste ao nomadismo, que é realizado por pessoas que não possuem uma residência fixa e estão em constante mudança de local, uns por razões culturais (comunidade cigana), outros por razões volvidas às novas profissões (nómadas digitais).

Sejam espontâneas ou forçadas, nacionais ou internacionais, considera-se que as migrações podem ter diversas origens. Os motivos económicos resultam, normalmente da vontade em melhorar as condições de vida, realizandose na procura de oportunidades de emprego com melhores salários. Não é estranho que esta vontade possa ser impelida pela(s) conjuntura(s) de crise no lugar de origem. Já os motivos políticos, surgem com maior incidência em contextos de crise, conflitos políticos e em autocracias, que podem gerar condições insustentáveis para pessoas ou grupos, que acabam migrando para garantir sua liberdade e segurança.

Os motivos políticos bem como os volvidos a

perseguições étnicas e religiosas, comummente resultam em migrações associadas ao Estatuto do Refugiado/Asilado muitas vezes sem perspectiva de retorno.

Não tão visiveis são as migrações sustentadas em motivações de identificação cultural e/ou religiosa.

Cada vez mais comuns são as migrações causadas por guerras e fenómenos naturais destrutivos (furacões, tsunamis, terramotos, erupções vulcânicas ou condições climáticas extremas).

Aqui chegados verificamos que na causa dos fenómenos migratórios podemos encontrar razões tão distintas, como a mera prática de turismo - cujo retorno à origem é agendadoaté aos perigos por motivos políticos, étnicos e religiosos no local de origem, que resultam na procura no destino pela obtenção do Estatuto do Refugiado/Asilado, a que acresce o facto de o retorno à origem raramente ser cogitável. As dimensões migratórias por razão económica ou forçadas por fenómenos ambientais tendem a perspectivar o retorno.

É sabido que em Portugal os movimentos migratórios de grande relevância, fossem internos, fossem para o estrangeiro, aconteceram nas décadas de 60 e 70 do século XX, onde muitos dos que seguiram a via do êxodo foram por motivos políticos, mesmo que não assumidos. Facto é que a saída de portugueses para o estrangeiro ou mesmo para territórios ultramarinos ou concessionados têm sido uma constante ao longo da História. Poder-se-ía afirmar que Portugal é um país de emigrantes. Contudo, o volte-face começa a surgir durante os anos 90 do século XX e a primeira década do século XXI, muito por força de algum desenvolvimento económico, que embora timido abrandou os impulsos de saída e até incrementou processos imigratórios. Contudo, no período de intervenção da troika (de 2011 a 2014) voltou a assistir-se a um fluxo migratório em crescendo. De acordo com o constante no Relatório Estatístico Anual 2021, do Alto Comissariado para as Migrações com dados do INE o saldo migratório em Portugal remete-nos para um cenário em que são mais os estrangeiros que nos procuram do que os portugueses que saem. A tal não é alheia a tendência evolutiva de estrangeiros residentes em Portugal, de 2015 a 2020: Esta reflexão importa para facilitar a observação

dos motivos que levam outros seres humanos, como nós a deixar tudo o que conhecem para trás e passarmos a reconhecer que, tal como nós quando estamos na diáspora, os imigrantes trazem riqueza, desde logo pelo número que nos acrescentam, que abafa os níveis de natalidade, que nos garante mão-de-obra e ganhos nos sistemas de previdência e fiscais, além de novos conhecimentos e de novas formas de abraçar a vida, algo que há mais de nove séculos perseguimos e que nos dá a robustez de ser este povo cuja capacidade de receber é reconhecida pelos migrantes turísticos como por aqueles que escolhem aqui vir viver. Assim sendo, fará sentido repudiar quem chega, maltratar e até escravizar? Fará sentido limitar entradas? Ao invés de rápidas e vãs desculpas como a inexistência de recursos para que eles e nós consigamos uma vida dotada do que merecemos, não seria mais justo e sensato pugnar por uma efectiva distribuição da riqueza produzida neste rectângulo e deixarmos os fados da impossibilidade apontando o dedo, mesmo que não frontalmente, a quem nos procura? Não são os estrangeiros que nos chegam que estão a mais, o que é demais é a parca distribuição da riqueza em Portugal. Fazer milhares de quilómetros, correr riscos de morte em lagos e mares e depois ter à espera a escravidão a quem se proclama cristão, fará sentido? Ao invés de visarmos fechar as portas a estes nossos irmãos humanos, porque não combater as causas na origem e fazer a ajuda ao desenvolvimento algo de credível, dinamizando as economias de origem, desprezando e não compactuando com os déspotas locais, rejeitando olhar para as regiões donde estes migrantes provêm como meras fontes de recursos, patrocinando firmemente o desenvolvimento local?

Não receemos a utopia de sermos humanos!

Paulo Bernardo e Sousa, Politólogo

Loures assinala Dia da Proteção Civil com um conjunto de atividades no Parque da Cidade, em Loures

(GIPE), bem como para a interligação do Sistema Integrado de Gestão Municipal de Operações e Socorro (SIGMOS) com o software de Gestão de Corporações de Bombeiros (GESCORP).

Loures assinalou no dia 1 de Março, o Dia da Proteção Civil com um conjunto de atividades no Parque da Cidade, em Loures, e a formalização de protocolos de apoio financeiro de mais de 2 milhões de euros às associações de bombeiros do concelho e à Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide.

Estes protocolos visam conceder apoios às associações de bombeiros no âmbito do associativismo e voluntariado em bombeiros, à manutenção dos Grupos de Intervenção Permanente

Foi ainda aprovado outro protocolo que visa permitir o abastecimento de combustível aos veículos de socorro no posto de abastecimento da Câmara Municipal de Loures que, de acordo com presidente Ricardo Leão, foi a forma encontrada para “minimizar o impacte do aumento dos combustíveis, podendo abastecer os veículos até um limite de 50 mil euros, dividido pelas sete corporações de bombeiros”.

No protocolo com a Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide, que tem como objetivo a criação de uma rede alternativa de operadores de comunicações ao dispor do Serviço Municipal de Proteção Civil, Ricardo Leão considerou que o aumento de 36% no apoio, “reflete o reconhecimento do trabalho que tem vindo a

ser desenvolvido pela associação, mas também a importância deste serviço para o Município”. O presidente lembrou ainda que, apesar de um final de ano difícil em que Autarquia teve que despender cerca de 2,5 milhões de euros (10% do orçamento municipal), para apoiar as vítimas do mau tempo de dezembro, o executivo não quis “deixar de continuar a dar como prioridade o trabalho das nossas associações de bombeiros e, por isso, aumentámos os apoios”. “Tudo isto faz com que o orçamento para 2023 ultrapasse já os 3 milhões de euros de apoio aos bombeiros”, concluiu.

Formalizados os protocolos, houve ainda tempo para uma visita à exposição do Dia da Proteção Civil,

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Apoio financeiro de mais de 2 milhões de euros às associações de bombeiros do concelho e à Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide.
Fonte: CM Loures

Um ano de guerra da Rússia contra a Ucrânia

No passado dia 24 de fevereiro completou-se um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Para não haver quaisquer dúvidas sobre o meu posicionamento pessoal sobre esta guerra, faço uma declaração prévia de que sou daqueles que entendem que a Rússia invadiu a Ucrânia, país soberano e independente, à revelia do direito internacional público, sem confusão entre os países, sendo um o invasor e o outro o invadido.

Vladimir Putin para justificar a guerra em larga escala que unilateralmente iniciou, escuda-se em questões nunca provadas de que a Ucrânia estava a perpetrar um genocídio contra cidadãos de origem russa nas regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, mas o que havia, desde 2014, naquela região, era um conflito armado promovido por grupos pró-russos, que pretendiam a independência.

De salientar que Vladimir Putin, só uma semana antes de iniciar esta guerra em larga escala, é que reconheceu a independência das autoproclamadas Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk, dando também a conhecer que considerava que os limites destes territórios se estendiam a áreas significativas sob o controlo e administração da Ucrânia.

Para compor o ramalhete Vladimir Putin ainda acrescenta às razões para iniciar esta guerra a necessidade de desmilitarizar e afastar o nazismo da Ucrânia, mas é a própria Rússia que obriga os seus prisioneiros civis, sem qualquer preparação militar e proibidos de voltar ao seu país, a ingressarem nas fileiras da milícia Wagner, sendo autêntica “carne para canhão” na frente de combate.

Apelar à luta contra o nazismo dá sempre jeito em termos de propaganda interna na Federação Russa, onde a imprensa livre está amordaçada e subjugada, não havendo, por isso, informação independente e imparcial sobre a guerra na Ucrânia.

Vladimir Putin socorre-se de um eufemismo para apelidar de operação militar especial, uma guerra de larga escala com massivos bombardeamentos, que cobardemente patrocina e apoia, que atingem indiscriminadamente populações civis inocentes e indefesas.

Em termos do direito internacional público, de acordo com as Convenções de Genebra, de que tanto a Rússia como a Ucrânia são partes, estamos perante um conflito armado internacional e não uma operação militar especial.

PARAFUSO E ROSCA NO JAPÃO!

Aliás, logo no início desta guerra, em votação na Assembleia Geral das Nações Unidas, 141 países votaram contra a guerra iniciada pela Rússia e apenas 5 países votaram a favor, sendo de destacar a abstenção da China.

Esta denominada operação militar especial já provocou, na população ucraniana mais de 8 mil mortos civis, entre os quais mais de 400 crianças, bem como mais de 13.000 feridos, dos quais cerca de 900 também são crianças, ao que acrescem os 13 milhões de refugiados que saíram das suas zonas residenciais, com deslocações internas forçadas ou até para o estrangeiro, dos quais 55.500 estão em Portugal.

A este arrepiante número de mortos na população civil ucraniana há a acrescentar, no primeiro ano de guerra, como mortos ou feridos, cerca de 180 mil soldados russos e cerca de 100 mil soldados ucranianos.

São estes os números em perdas e danos nas vidas humanas que impendem sobre o déspota Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, que patrocina e dirige um regime político autocrático, repressivo e cleptocrático.

O que verdadeiramente motiva Vladimir Putin são as suas ambições de conquistas imperiais, ambicionando a recomposição territorial da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ao que acresce a todo o custo evitar a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), e à União Europeia.

Contudo, Vladimir Putin esquece-se que a Ucrânia como país independente, no uso da sua soberania plena, tem todo o direito a definir a que organizações internacionais deve ou não pertencer, independentemente de ter fronteiras com a Rússia ou com qualquer outro país.

Aliás, esta guerra iniciada pela Rússia já teve como consequência inevitável o imparável processo de adesão à NATO, com pleno apoio das respetivas opiniões públicas, da Suécia e da Finlândia, tendo, aliás, este último país, fronteira com a Federação Russa, mas nestes casos Vladimir Putin, como normalmente os cobardes e os fanfarrões fazem, não reage por saber que não tem força suficiente para afrontar dois membros da União Europeia, apesar das ameaças de guerra nuclear que constantemente propala.

A atual configuração da NATO que integra países que fizeram parte da URSS (Estónia; Letónia e Lituânia), bem como de outras nações livres que

fizeram parte do Pacto de Varsóvia (Roménia; Eslováquia; Chéquia; Polónia, Albânia, Bulgária e Hungria) resulta de uma clara vitória do Ocidente sobre o Bloco de Leste, e essa é uma das razões pelas quais Vladimir Putin, um dos derrotados da Guerra Fria, não se conforma, tendo o sonho imperial de voltar às anteriores fronteiras da União Soviética e a partir daí aumentar a esfera de influência da Federação Russa.

Com o que Vladimir Putin, nesta sua cruzada de expansão imperialista, não contava era com a resistência, a tenacidade, o sacrifício e a abnegação de todo o povo ucraniano e do seu líder, Volodymyr Zelensky, não esperando também o apoio incondicional à Ucrânia por parte da União Europeia e das suas opiniões públicas, bem como da NATO.

A opinião pública portuguesa tem demonstrado um inegável apoio ao povo ucraniano, apesar das patéticas posições assumidas pelo Partido Comunista Português (PCP), no seu indisfarçável suporte a Vladimir Putin e à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Veremos se o PCP sobrevive politicamente, em próximos atos eleitorais, face a este seu anacrónico e desajustado saudosismo da extinta URSS.

Uma simples, mas importante, visita de estudo na qual a minha filha mais nova, de 13 anos, participou, á fundação Oriente, através do agrupamento de escolas da António Gedeão, Odivelas, suscitando-lhe um inusitado interesse pelas matérias orientais, impulsionou este meu escrito, convencido que estou do muito daquilo que Portugal foi e fez, por este mundo fora, permanece fora dos curricula escolares, e também dos museus e afins. É uma constatação. Talvez critica também.

Embalado com o relato entusiástico da minha filha, enquanto andávamos às compras no supermercado, perguntei-lhe onde tinha sido a visita de estudo, e à resposta de “foi na fundação Oriente”, agarrei numa embalagem de bacalhau que acabara de colocar no carrinho e exclamei “…sabias que esse edifício no tempo em que trabalhei no Porto de Lisboa, era o armazém frigorifico do bacalhau, era para onde iam todos os bacalhaus que chegavam, a Portugal…”, coincidências.

Enfim, ali a minha filha aprendeu muitas coisas e saciou a sua curiosidade, e em complemento falei-lhe da circunstância do salto tecnológico que o Japão deu na sua história se dever a uma tecnologia que os portugueses aportaram para lá , estendendo-se a toda a Ásia – o parafuso e a rosca, então, no século XV, desconhecidos por aquelas bandas.

Isto, com muita pena minha, não se aprende nos bancos das escolas portuguesas, isto aprende-se com o empenho, esforço e abnegação, de portugueses com letras grandes, a quem tarda o reconhecimento pátrio, como tantas vezes sucede em Portugal, falo do Rainer Danhardt, com quem tive o privilégio de gravar programas, na saudosa TVL, que reputo de únicos, dado o interesse das matérias abordadas, em especial aquelas em que Rainer nos dá a conhecer um manancial de informação histórica que devia vingar nas nossas escolas.

Num desses programas, gravámos “A introdução da arma de fogo pelos portugueses na Ásia” ( https://www.youtube.com/watch?v=ZRF-

JZLFLoRU ) onde Rainer explica dois factos que impactaram a história mundial, através da avançadíssima tecnologia subjacente: A introdução da rama de fogo pelos portugueses no Japão e na Ásia, e a tecnologia do parafuso e da rosca, que à época, em 1540, eram totalmente desconhecidos naquelas paragens.

Muitas vezes os “entendidos”, daqueles que se esforçam por menorizar tudo quanto se deve a Portugal, invocam a autoria chinesa da invenção da pólvora, em detrimento da iniciativa portuguesa, porém esquecem-se que essa invenção chinesa teve por consequência apenas o seu uso pirotécnico, ou seja, os chineses utilizam a pólvora para fazer barulho e efeitos luminosos, mas a arma de fogo avançada, utilizada para disparar projecteis, essa deve-se mesmo aos portugueses.

A arma de fogo, explica Rainer, surge em Nuremberga, no século XV, de forma incipiente e pouco avançada, e pela mão dos austríacos segue pela rota da seda até á Turquia, e chega à India e outras paragens asiáticas, mantendo-se até ao século XIX.

Quando os portugueses pulverizaram a rota da seda, ao atingirem a India por mar, Vasco da Gama, nos confrontos que chegou a ter, deparou-se com esse tipo de arma.

Porém os portugueses têm nas suas mãos um tipo muito avançado de espingarda oriunda da Boémia, chega a Lisboa, vai para Goa, onde é muito melhorada, passa a Ceilão, Bangladesh, Malaca, onde é novamente melhorada, e chega finalmente ao Japão. No século XV, o Japão era governado por inúmeras famílias de Shoguns, guerreando-se entre si, sem que se evidenciasse um poder centralizador.

Um português, em 1540/3, ofereceu uma espingarda de mecha (arma portuguesa muito avançada para a época, sem páreo á altura) a um dos chefes militares do Japão, o Príncipe Tanegashima, nome com que foi baptizada a arma portuguesa, a partir da qual foram replicadas milhares de armas, dando uma vantagem tecnológica tão grande, porque nela se incorporava, também, a rosca e o parafuso, que logrou derrotar todos os demais Shoguns, unificando o Japão que se tornou um País imperial, e ainda conquistaram a Coreia com essa arma.

Esqueçam lá a história do filme protagonizado por Tom Cruise, (O último Samurai) que reescreve a história para dar os louros aos americanos.

O salto tecnológico, devido á introdução da arma de fogo portuguesa na ásia e no Japão, foi tal que o dono da maior fábrica de parafusos do mundo, um Japonês, escreveu um livro sobre

parafuso e rosca, portuguesas, e erigiu, em Nagasaki (célebre por duas coisas: por ter sido fundada por portugueses, e por ter sido destruída pela segunda bomba atómica dos americanos) um museu dedicado a esta tecnologia e honrando os portugueses portadores da mesma para o Japão, e chega mesmo a declarar “o que seria de nós (Japão) se os portugueses não nos tivessem dado a conhecer esta tecnologia do parafuso e da rosca, presentes na espingarda de mecha portuguesa”.

Rainer fez questão de enviar a esse japonês um parafuso português do século XVI de um elmo com uma dupla função de rosca, maravilhando-o d etal forma que montou uma sal dedicada àquele parafuso, convidando Rainer a ir conhecê-la.

Para termos uma noção do que estamos a falar convido o leitor a imaginar todo o tipo de maquinaria japonesa presente nas nossas casas e não só, em cuja montagem o parafuso e a rosca, cujo emprego não se ficou pelas armas de fogo obviamente, são vitais, para se perceber o impacto desta tecnologia na história do Japão, país a quem se reconhece estarem na frente de todo o tipo de maquinaria, robotização, etc, tudo isso não seria simplesmente possível sem … os portugueses.

Segundo Rainer, no Japão qualquer criança sabe isto, sobre os portugueses … já a inversa não nos podemos de orgulhar de ser uma realidade. Até quando?

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- Fernando Pedroso Deputado Municipal do CHEGA na AMO Oliveira Dias, Politólogo

A CULTURA A CULTURA

Exposição Arte+Jovem

A Câmara Municipal de Loures convida a participar na inauguração da exposição Arte+Jovem – Proteger a Vida Marinha, a realizar no dia 3 de março, às 15 horas, na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures.

Arte+Jovem é uma iniciativa que promove a criação artística de jovens dos 14 aos 22 anos de idade nas escolas da Área Metropolitana de Lisboa. Tem como objetivo incrementar a proximidade do Município com as escolas, alunos e professores, bem como promover o conhecimento das artes visuais e a produção artística no seio da comunidade escolar. Este ano o tema Proteger a Vida Marinha insere-se no 14.º objetivo dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A exposição estará patente até dia 1 de abril, na Biblioteca Municipal José Saramago, e de 10 de abril a 20 de maio, na Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe, em Santa Iria de Azóia.

Fonte: CM Loures

450 Anos - Convento do Espírito Santo

O Museu Municipal de Loures está a assinalar os 450 anos da fundação do Convento do Espírito Santo de Loures (1573-2023) com um programa comemorativo com várias atividades, entre elas palestras, exposições, ciclos de debates, música e visitas guiadas.

As atividades decorrem ao longo de todo o ano no Museu Municipal de Loures, na Quinta do Conventinho, em Santo António dos Cavaleiros.

Consulte o programa AQUI

Fonte: CM Loures

Exposição Aceita o Risco

A Câmara Municipal de Loures convida a participar na inauguração da exposição Aceitar o Risco, de Roselyn Silva e Blackson, a realizar, no dia 3 de março, às 17 horas, na Casa da Cultura de Sacavém.

Integrada na programação da Galeria de Arte Pública, a exposição da dupla de artistas Roselyn Silva (designer de moda) e Blackson Afonso (artista plástico), expande os horizontes e os propósitos culturais das atividades municipais e projeta a representatividade, identidade e cultura de artistas de origem africana. Blackson retrata pessoas, realidades e causas sociais, nas suas telas coloridas, esculturas e instalações de arte de vanguarda, desconstrói (pre)conceitos e propõe uma reflexão sobre arte e sociedade, num contexto pós-colonial e pós-global.

A exposição poderá ser visitada até dia 15 de abril de 2023, nos dias úteis das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h00, bem como aos sábados das 10h00 às 17h00. Encerra aos domingos e feriados.

Fonte: CM Loures

A Câmara Municipal de Loures, em parceria com a Direção-Geral do Património Cultural, convida para a inauguração de uma mostra e de uma exposição sobre Eduardo Nery, no Museu de Cerâmica de Sacavém, no dia 2 de março, às 12 horas.

A iniciativa inclui a inauguração de uma exposição, bem como de uma mostra documental sobre o painel de azulejos, da autoria do artista plástico, existente no passeio ribeirinho da foz do rio Trancão.

Patente até dia 2 de setembro, esta mostra surge no âmbito do protocolo assinado entre o Município de Loures e a Direção-Geral do Património Cultural, e é uma evocação da memória e do legado artístico de Eduardo Nery (falecido em 2013), que irá decorrer, ao longo dos próximos meses, entre o Museu de Cerâmica e o Forte de Sacavém, através de vários eventos. Com esta iniciativa pretende-se celebrar e valorizar a doação ao Museu de Cerâmica de Sacavém, pelo próprio artista, de peças (protótipos) para um serviço de mesa, de chá e de café, bem como de diversas publicações.

Poderá visitar o Museu de Cerâmica de Sacavém de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

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SIMAR: cada oportunidade, cada falhanço!

Até ao final de 2023, todos os municípios terão de implementar um modelo de recolha e tratamento dos biorresíduos, nos quais se incluem restos alimentares ou resíduos dos jardins.

Em Odivelas, para responder a esta imposição legal, os SIMAR anunciaram a campanha intitulada “Os orgânicos devolvemos à natureza” e, pelo que se tem visto, dificilmente vamos ter um modelo eficaz de recolha destes resíduos.

Este projeto-piloto iniciou-se em outubro de 2022 e abrange apenas cerca de 20 mil habitantes de Loures e Odivelas. Em Odivelas, esta operação foi iniciada em bairros como o Casal dos Apréstimos, Quinta Nova, Jardim da Amoreira, SolVillas, São Sebastião, Moinhos do Cruzeiro, Casal Novo ou Quinta das Comendadeiras, apenas para referir alguns dos mais representativos.

Resumidamente, foi distribuído um caixote de 7 litros a estes moradores e 1 contentor de 120 litros nos prédios respetivos e, à semelhança do vidro, do papel e do plástico, cabe às famílias a separação dos resíduos alimentares e orgânicos nas suas habitações, colocando-os posteriormente no contentor que foi disponibilizado para o seu prédio. O lixo orgânico aí depositado, supostamente, é recolhido pelos SIMAR duas vezes por semana. E aqui começam os proble-

colha destes resíduos orgânicos, optou-se pela implementação de novas rotas e de novos contentores, sobrecarregando um serviço disfuncional, manifestamente ineficaz e com falta de meios e de recursos humanos.

Essa circunstância leva a que os moradores destes bairros vejam o lixo orgânico a decompor-se durante vários dias no átrio do seu prédio ou logradouro, causando odores desagradáveis e que podem pôr em causa a salubridade deste prédios e respetivas residências.

É por isso evidente que, passados cerca de 5 meses desde a implementação deste modelo de recolha de biorresíduos e apesar de não haver dados oficiais sobre a eficácia deste sistema, há o sentimento geral de uma fraca adesão na separação do lixo orgânico doméstico, justificada pelas circunstâncias descritas e agravada pelo relato de múltiplas falhas nas rotas definidas pelos SIMAR.

Para além disso, antevê-se um agravamento na fatura a pagar pelos odivelenses.

O Regime Geral de Gestão de Resíduos (Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro) prevê uma Taxa de Gestão de Resíduos aplicada às entidades responsáveis por sistemas de gestão de resíduos urbanos municipais ou multimunicipais, neste caso os SIMAR, que a devem repercutir até ao produtor dos resíduos. Esta taxa será maior ou menor em função da eficácia de um conjunto de indicadores, onde se inclui a recolha e o tratamento dos biorresíduos.

Plano Ferroviário Nacional deve potenciar sinergias com os modos activos de transporte

de bons resultados.

Um dos sistemas mais práticos e que tem vindo a ser implementado por concelhos vizinhos (Mafra e Cascais, por exemplo), é o exemplo de um sistema de triagem por leitura ótica que distingue os sacos de cor diferenciada e permite às populações depositar o seu lixo orgânico num contentor de lixo comum.

Com o tal balde que foi entregue em alguns bairros de Odivelas e a disponibilização de sacos com uma cor diferenciada seria possível colocar os resíduos orgânicos no contentor do lixo comum, em qualquer dia, evitando a acumulação de odores nas casas ou prédios. Evitava-se, ainda, a necessidade dos SIMAR terem de criar rotas específicas para esta função.

O investimento num equipamento de leitura ótica dos sacos de cor diferenciada, permite a automatização da separação destes resíduos, cumprindo de forma mais eficaz esta incumbência e com muito maior conforto para as populações.

Poderão haver outras possibilidades, mas estando esta já implementada em concelhos vizinhos e com resultados reconhecidos seria, com certeza, uma boa opção.

Aqui por Odivelas, a gestão dos SIMAR, exercida por políticos de carreira e não por profissionais com conhecimentos na matéria, tem-nos mostrado como é possível falhar em cada oportunidade que vai surgindo, frustrando as hipóteses de fazermos algo melhor pelas nossas populações!

Pela sua dimensão, longevidade, custos e impactos na vida de milhões de portugueses, o Plano Ferroviário Nacional deverá estar integrado com, e contribuir para, as estratégias de mobilidade sustentável em todas as escalas territoriais. Lamentavelmente, a proposta colocada em consulta pública ignora por completo a intermodalidade da ferrovia com a mobilidade activa. A intermodalidade da bicicleta, em particular, com o comboio constitui uma ferramenta fundamental para substituir viagens quotidianas em automóvel, reduzir emissões e melhorar a qualidade de vida nas cidades.

A MUBi congratula-se que Portugal tenha um plano para a infraestrutura ferroviária nacional e do material circulante para fazer face às necessidades emergentes da mobilidade sustentável e ser um pilar do combate às alterações climáticas. Mas lamentamos profundamente que a intermodalidade da ferrovia com a mobilidade activa seja totalmente ignorada neste plano.

Recomendações Estratégicas

sinergias que permitem ao utilizador alcançar a flexibilidade, conforto e fiabilidade necessárias. O transporte ferroviário e a mobilidade activa complementam-se em contexto urbano e suburbano se permitir uma interface simples, rápido e eficaz de regime de intermodalidade. Na Área Metropolitana de Lisboa (2,9 milhões de habitantes), por exemplo, apenas 26% das pessoas residem a menos de 10 minutos a pé de uma estação ferroviária. Mas este valor quase triplica, para 72%, quando se considera um raio de 10 minutos em bicicleta das mesmas estações.

Recomendações Genéricas

De acordo com a Federação Europeia de Ciclistas (ECF, na sigla em inglês), da qual a MUBi é membro, as condições para um utilizador de bicicleta usar a ferrovia com sucesso são[2]:

Informação específica e clara relativa à possibilidade de transportar a bicicleta em viagens, quer nos de divulgação e informação em meios online quer nas estações; E ter informação e sinalética para facilitar a identificação dos percursos ou vagões para transporte de bicicletas;

Nomeadamente nos interfaces garantir a circulação e acesso por rampas em escadas, devidamente enquadradas para permitir espaçamento no manuseamento das mesmas. Bilhética para bicicletas: Possibilidade universal nos comboios de longo curso de reservar/ comprar bilhetes de viagem para utilizador e bicicleta, sendo passível de escolha de lugares na carruagem mais perto da bicicleta; não deixar ao arbítrio dos revisores a possibilidade de a transportar no comboio. Possibilidade de levar bicicletas em TODOS os comboios, inclusive os Alfas: acabar com serviços de comboios onde não é possível levar bicicletas, todos os comboios devem ser capacitados para poderem transportar bicicletas. Não faz sentido um utente da ferrovia ter de fazer um downgrade para um Intercidades quando quer levar a sua bicicleta própria para o destinoneste momento só é possível fazer Braga-Faro sem ligações usando o Alfa que não permite o transporte da bicicleta.

mas!...

É de todos conhecida a dificuldade dos SIMAR em cumprir as rotas antes existentes. Para este incumprimento contribui o facto de existirem múltiplos tipos de contentores, que obrigam à existência de diferentes tipos de carros e respetivos meios humanos para completar essa recolha.

Mas, ao invés de se procurar um modelo que tentasse otimizar as rotas já existentes para a re-

E é aqui que os odivelenses percebem que “estão em maus lençóis”, porque a ineficácia do modelo escolhido pelos SIMAR faz antecipar uma majoração das taxas e do valor que pagamos pela nossa fatura da água.

Esta situação deveria levar já a uma ponderação séria sobre todas as possibilidades disponíveis para cumprir esta atribuição, pelo que não podemos deixar de questionar: teriam os SIMAR outras opções?

É claro que há outras opções! Bem melhores e já testadas, com mais tempo, e com evidência

Nota: Não posso deixar de mencionar o artigo de Paulo Bernardo e Sousa, escrito no início do ano aqui no NotíciasLX (link), com referência ao enquadramento legal dos biorresíduos e ao ónus que o modelo escolhido pelos SIMAR impõe aos destinatários desta medida.

Um Plano Ferroviário Nacional, pela sua dimensão, longevidade, custos e impactos na vida de milhões de portugueses ao longo de muitos anos, deverá obrigatoriamente articular-se com outras estratégias nacionais de transportes e mobilidade sustentável, nomeadamente a Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável 2020-2030[1] e a Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Pedonal 2030, com os planos locais de mobilidade, com instrumentos estratégicos nacionais em outras áreas, nomeadamente ambiental e climática, saúde pública e desenvolvimento sustentável, e integrar desígnios de instrumentos internacionais relevantes como os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda Urbana das Nações Unidas.

Um Plano Ferroviário Nacional só poderá ser verdadeiramente bem sucedido se estiver integrado em, e contribuir para, estratégias de mobilidade sustentável em todas as escalas territoriais. A MUBi recomenda que o desenvolvimento do Plano Ferroviário Nacional promova a realização e implementação de Planos de Mobilidade Urbana Sustentável por todos os municípios com estações ferroviárias nos seus territórios, promovendo, por exemplo, a eliminação ou redução do estacionamento automóvel junto às estações ferroviárias em áreas urbanas densas, a acessibilidade em modos activos e transportes colectivos e a intermodalidade do comboio com estes. A intermodalidade da bicicleta, em particular, com o comboio constitui uma ferramenta fundamental para substituir viagens em automóveis, pois permite conjugar as vantagens de ambos os modos de transporte, criando

Preços e bilhética por viagem desde início e fim de percurso, e não por linha de comboio;

Possibilidade de garantir reserva de lugar para bicicleta e lugar para passageiro perto das bicicletas nas carruagens;

Acessibilidade no acesso às estações, dentro das estações, nos apeadeiros, nas portas de acesso aos comboios com as bicicletas;

Capacidade de albergar bicicletas de todos os tipos e tamanhos, inclusive ter capacidade de facultar tomadas para carregar bicicletas elétricas, ter espaço de manobra dentro das carruagens, ter rampas para bicicletas especiais como cargo ou tandem;

Existência de parques de estacionamento de bicicletas nos principais interfaces e estações de comboio;

Criação de sinergias de bilhética e protocolos com sistemas de bicicletas partilhadas para clientes que viajem sem bicicleta para destinos onde existam bicicletas partilhadas.

Recomendações Operacionais

As recomendações operacionais da MUBi para o Plano Ferroviário Nacional, que deverão ser rapidamente implementadas, passam assim por:

Investir no conforto e segurança do espaço público em torno das Estações, porque é fundamental fomentar a intermodalidade entre a Ferrovia e a mobilidade activa.

Estacionamentos para bicicletas nos interfaces, seguros e cobertos: nos grandes interfaces intermodais haver parques de estacionamento para bicicletas cobertos, vigiados e seguros, que permitam deixar a bicicleta em movimentos pendulares[4].

Melhorar a acessibilidade no acesso aos comboios, por quem transporte uma bicicleta.

Mais lugares de bicicletas nas carruagens: todos os comboios devem ter carruagens com espaço dedicado para transporte de bicicletas, e nestas um mínimo de 8 lugares para bicicletas “normais” - não considerando dobráveis, ou cargo/tandem - seguindo assim as diretivas da UE[3].

Um sistema de bicicletas partilhadas dentro dos grandes interfaces intermodais, com tarifas diária e mensal, que permita ao utilizador da rede ferroviária servir-se da bicicleta como meio de transporte na cidade de destino. A CP deverá operar um sistema de bicicletas partilhadas nacionais, a exemplo da OV-Fiests operada pela Nederlandse Spoorwegen dos Países Baixos. Categorias de bicicleta: equiparar o transporte de bicicletas dobráveis como bagagem pessoal, como uma mala;

A ergonomia dos equipamentos dentro dos vagões/carruagens serem adaptados para permitirem espaçamento para levar as bicicletas. Preparar o material circulante para ter espaços para estas bicicletas de pequenas dimensões distintos dos espaços de bicicletas, para facilitar os movimentos pendulares;

Rui Igreja, dirigente da MUBi, disse que «é necessário que seja fácil e seguro combinar o uso da bicicleta com o comboio, como acontece em outros países europeus. A bicicleta aumenta significativamente a área de captação das estações, e esta é uma das principais soluções para reduzir a elevada dependência do uso quotidiano do automóvel em Portugal. Pela sua dimensão e como elemento estruturante para a mobilidade, o Plano Ferroviário Nacional não pode deixar de potenciar as sinergias com os outros modos sustentáveis.»

Fonte:MUBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta

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Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética – Conjunto de entidades propõe melhorias e um plano de ação mais eficaz

A atual proposta ainda é vaga, superficial e pouco quantificável e não apresenta um alinhamento com a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE).

No dia 3 de março, encerrou a consulta pública da “Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2022-2050”. Após quase 2 anos de “silêncio” por parte do governo, a Estratégia foi apresentada novamente a uma segunda consulta pública, o que é um atraso lamentável para um tema que é prioridade nacional.

A pobreza energética ganhou espaço na agenda política, europeia e nacional porque afeta milhões de cidadãos e cidadãs, nomeadamente no contexto atual da Guerra na Ucrânia que acentuou a crise energética. A relevância do tema, a nível nacional, uniu entidades envolvidas em iniciativas de combate à pobreza energética, como o CENSE-FCT/NOVA, a Coopérnico, a DECO, a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, o OBSERVA/ICS-ULisboa, Lisboa E-Nova, a S.ENERGIA e a ZERO, que, em conjunto, submeteram um parecer com pontos importantes a considerar para a melhoria da Estratégia apresentada.

A Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética apresentada a consulta pública é um passo inicial com linhas orientadoras de atuação, apresenta alguma contextualização do cenário atual e enquadramento político europeu e nacional, bem como uma caracterização da situação nacional no que diz respeito às principais causas e algumas das consequências da pobreza energética. Desenvolve uma metodologia para a identificação da população em pobreza energética, propõe um conjunto de medidas diversas e abrangentes, incidindo em diferentes áreas de atuação e envolvendo uma rede alargada de intervenientes nacionais. Não obstante as suas valências, identificámos vários pontos passíveis de melhoria:

– Alinhar estratégias com metas e objetivos nacionais: a atual proposta peca pela falta de

Como as organizações se podem adaptar à Transformação Digital

um alinhamento com a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE). É necessário que haja coordenação efetiva com outras políticas (como: habitação, combate à pobreza, alterações climáticas, saúde, entre outras).

– Estabelecer indicadores de concretização claros: as escalas escolhidas e a fragmentação dos impactos e metas tornam a estratégia confusa e imprecisa, pelo que seria importante estabelecer claramente ligações entre impactos e metas que sejam simples e de fácil leitura do que se pretende. Neste sentido, seria importante identificar indicadores de concretização de cada medida por cada ano (por exemplo, quantificar ações de informação ou formação profissional no ano 2023, e assim por diante).

– Visão holística dos objetivos da Estratégia: os objetivos não devem ser definidos pelo montante a gastar, nem pela implementação da medida em si, mas sim associados às metas a atingir e ao impacto na mitigação de pobreza energética.

– Inovar os apoios financeiros: é importante delinear mecanismos que conjuguem financiamento público, privado e formatos inovadores, através da investigação de melhores práticas, para que seja possível comunidades de cidadãos desenvolverem projetos de renovação do edificado, melhoria da eficiência energética e produção de energia renovável, envolvendo todos os interessados, independentemente da capacidade financeira de cada um.

– A medida “Vale Eficiência” deve ser melhorada a vários níveis, como através do reforço do montante, do alargamento da escala da intervenção a nível do bairro e da inclusão dos arrendatários (e não só os proprietários).

– Priorizar medidas passivas: é fundamental que a Estratégia de Combate à Pobreza Energética reconheça a renovação da envolvente passiva dos edifícios como prioritária (paredes, coberturas e janelas/vãos envidraçados, exposição solar e sombreamento, ventilação), uma vez que o fraco

desempenho destas componentes é apontado como uma das causas principais da pobreza energética. Consequentemente, é fundamental uma abordagem que não se limite à fração do edifício, mas que, ao invés, considere o edifício no seu todo.

– Comunicação e promoção da literacia: são dois pilares que devem ser transversais às medidas dirigidas aos cidadãos, pois quando não existe uma comunicação eficiente poucas pessoas têm conhecimento dos programas, e quando existe falta de literacia até podem conhecer os programas, mas não implementar as medidas mais adequadas à sua situação. Para isto, devem intensificar-se as campanhas de comunicação e aproveitar-se os balcões do munícipe e similares para adicionar a valência energética aos apoios prestados.

– Monitorização da situação nacional: esta monitorização deve ter várias escalas, desde o nível do alojamento, envolvendo para isso as autarquias, até ao nível nacional, envolvendo o INE num estudo periódico e regular. Devese também inovar nos indicadores utilizados, nomeadamente através da inclusão de indicadores individuais objetivos e não apenas subjetivos.

As entidades esperam que a futura estratégia tenha a ambição e ação necessária para um combate real à pobreza energética e que traga resultados positivos para toda a população, nomeadamente para os mais vulneráveis.

Fonte: ZERO.ONG

5 de março de 2023 (Dia Mundial da Eficiência Energética)

A pandemia resultante da doença COVID-19, por um lado, forçou o encerramento dos escritórios das empresas e organismos públicos em todo mundo em 2020 e, por outro lado, impulsionou a digitalização de processos intrínsecos à sua atividade como forma de assegurar a sobrevivência das organizações. Embora se tenha observado uma rápida capacidade de adaptação a uma realidade que ocorreu repentinamente e para a qual ninguém estava preparado, induzindo uma acelerada transformação digital das organizações, na generalidade das empresas e dos organismos públicos, o processo está ainda longe de estar consolidado. Com o fim da pandemia seria legítimo perspetivar uma desaceleração neste processo o que, em conformidade com os dados que têm sido reportados, não se está a verificar.

Todavia, as organizações que não estão preparadas para a transformação digital provavelmente terão dificuldades acrescidas para se adaptar aos desafios que, naturalmente, emergem na gestão de recursos humanos a trabalhar remotamente. Embora este processo de adaptação tenha que acomodar desafios específicos das organizações e por isso tenha inevitavelmente durações variáveis de umas para outras, há etapas que as organizações podem seguir para garantir que o processo seja o mais tranquilo possível.

Para que a implementação de uma estratégia de transformação digital de uma organização seja bem sucedida, deverá ser construída tendo por base as seguintes premissas:

- Será fundamental efetuar uma definição clara de uma visão focada nas necessidades dos clientes, assegurando a adesão da equipa da organização a essa visão;

- As lideranças de topo devem garantir que a visão para a transformação digital engloba as necessidades de todos os que têm interesses na organização, incluindo funcionários e, no caso das empresas, os seus acionistas, assegurandose que essa visão está subjacente a todas as decisões de negócio que tomarem;

- Será de primordial importância identificar e caraterizar a tecnologia, infraestrutura e os recursos exigidos para a transformação digital da organização, bem como identificar a existência de competência internas para a sua implementação ou a eventual necessidade de recurso a parceiros externos;

- Deverão ser analisados os procedimentos intrínsecos a processos internos e externos e, eventualmente, reformulados em consonância

com os requisitos da transformação digital da organização;

- Deverão ser fomentados um ambiente e cultura de inovação permanentes focados em corresponder às expectativas dos clientes e que induzam o aparecimento de novos modelos de negócio e oportunidades.

Em conformidade com estudos que têm vindo a ser realizados e cujos resultados têm vindo a ser reportados, relativamente ao estado-da-arte da transformação digital das organizações nos países desenvolvidos, podem identificar-se as quatro realidades a seguir indicadas:

- Embora a consciência para a necessidade da transformação digital das organizações visando a sua sustentabilidade e melhoria da competitividade se tenha iniciado antes da pandemia, as restrições de circulação que foram impostas, aceleraram o ritmo do subjacente processo. Por outro lado, de acordo com informação que tem sido reportada, após o fim da pandemia, 80% das empresas reforçaram os seus orçamentos para fazer face a despesas acrescidas com o processo de transformação digital, o que permite concluir não haver um abrandamento na implementação da correspondente estratégia.

- São muitas as situações em que os funcionários que foram forçados a realizar a sua atividade profissional remotamente durante a pandemia continuam a exercê-la em modo remoto, incluindo situações de desenvolvimento de produto. À medida que as configurações de trabalho remoto continuam e o uso da Internet aumenta, os funcionários precisam de mais largura de banda para realizar com eficácia a sua atividade laboral. Em consequência, as organizações precisam de incluir nos seus orçamentos os custos inerentes a ferramentas e recursos indispensáveis à desejável produtividade dos trabalhadores remotos;

- Com o aumento do número de funcionários a trabalhar a partir de casa, os departamentos de tecnologias de informação das organizações terão que começar a monitorizar a segurança das redes domésticas e assegurar a formação dos seus trabalhadores em conceitos básicos de cibersegurança;

- Trabalhar em casa tem vindo a fazer emergir constrangimentos ao desenvolvimento da atividade profissional dos funcionários de muitas organizações, que não existiam antes da pandemia. Estes constrangimentos resultam essencialmente da falta de espaço físico para uma configuração adequada do posto de

trabalho, necessidade de cuidar de crianças durante o dia de trabalho e ainda da invasão da videoconferência no seu espaço privado. Tradicionalmente, os líderes das tecnologias de informação concentravam-se essencialmente em questões técnicas, no entanto, com um número crescente de funcionários a trabalhar remotamente, exige-se que se inove na forma como os trabalhadores podem desenvolver a sua atividade colaborativamente em modo virtual, visando mitigar os efeitos negativos dos constrangimentos acima mencionados.

A transformação digital de uma organização é um processo de inovação incremental que, como todos os processos de inovação, levará algum tempo, o qual está muito dependente da maturidade da organização para esta realidade que será inevitável num futuro relativamente próximo. Todavia, a adoção de boas práticas potencializa o sucesso, garantindo um percurso sustentável e tranquilo até se atingirem os objetivos delineados.

Entre outras iniciativas que facilmente podem ser encontradas na Internet, o IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers desenvolveu um programa constituído por cinco cursos, com a designação “Digital Transformation: Moving Toward a Digital Society”, com o objetivo de promover a discussão sobre como a transformação digital poderá ser aplicada em vários setores de atividade e fornecer conhecimento e competências básicas de como implementar nas organizações ferramentas digitais de forma sustentada.

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NoticiasLx, 4 de Março de 2023 NoticiasLx, 4 de Março de 2023 João Calado (Professor Coordenador Principal do ISEL) (ex-Vereador do PSD)

Distribuição nos meios digitais para uma audiência de 50.000 pessoas nos concelhos de Loures e Odivelas

E.Mail Comercial: NoticiasLx-Pub@Sapo.pt

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