Diga sim ao Marques - Tessa Dare

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Ninguém sabia o que dizer. Clio pegou a mão de Rafe. “Eu tentei”, Rafe disse com a voz rouca. “Fiz o meu melhor, mas eu deveria saber...” Se Piers o ouviu, não respondeu. Ele apenas ajoelhou entre Rafe e Clio, separando-os. Aproximando-se do cachorro, ele ergueu a ponta do casaco. “Meu bom e velho Ellingworth. Você sentiu minha falta, amigão?” “Não adianta”, Rafe suspirou. “Ele se foi.” “Não, não. Nós fazíamos essa brincadeira o tempo todo. Ele só está se escondendo. Não está, malandro?” Debaixo do casaco de Rafe... alguma coisa se mexeu. A respiração canina cheia de chiados que tinha minguado até sumir... voltou. E começou a ficar mais forte. O cachorro levantou a cabeça, saiu debaixo do casaco e começou a lamber a mão de Piers. O toco de rabo ia de um lado para o outro. “Nossa!”, Bruiser exclamou. “Ele está vivo! O cachorro está vivo!” “É um milagre!” Daphne tirou o rosto do peito do marido. E talvez fosse mesmo. Ellingworth parecia um filhote, abanando o rabo não existente, pulando e cheirando a mão de Piers. “Esse é o meu garoto”, Piers riu enquanto coçava o cachorro revivido atrás das orelhas. “É bom ver você de novo. Já faz alguns anos.” “Ele está feliz de ver você”, Clio disse. “Parece mesmo que ele está feliz por eu ter voltado.” Os olhos de Piers encararam os dela. “E você está feliz por eu ter voltado?” “Eu...” Oh, Deus. Piers sempre foi atraente, mundano, assertivo... e o que quer que ele tivesse feito durante os últimos oito anos tinha pegado aquelas qualidades e as transformado em armas. A ausência de qualquer vulnerabilidade na atitude dele foi o que convenceu Clio de que as fraquezas dele deviam estar em algum lugar debaixo da atitude controlada. Ela sentiu isso quando ele a beijou. Ele não era mais um jovem diplomata arrogante, mas um homem que havia passado por provações e confrontado sua própria mortalidade. Um homem que talvez estivesse pronto para compartilhar as partes vulneráveis de sua existência com outra alma confiável. “Estou”, ela disse. “Estou muito contente em ver você, Piers. Você voltou no momento perfeito.” Ela estava feliz por Piers estar em casa. Ela estava feliz porque parecia que ele a queria. E estava feliz por ele a ter beijado – uma única vez, depois de tanto tempo. Porque ela então sabia, sem qualquer dúvida, que as escolhas em seu coração eram realmente dela. “Eu tenho uns documentos que você precisa ver”, Rafe disse. Com uma expressão sombria, ele se levantou. “Vou correr até o quarto para pegá-los, e então nós poderemos conversar.”


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