Escola de Redes

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conformados, por exemplo, por pessoas em filas de ônibus não terão a permanência necessária para gerar uma dinâmica própria, capaz de empoderar seus elementos e processar coletivamente seus impulsos usinando programas replicadores, ou seja, unidades culturais imitáveis. De qualquer modo, tudo isso sempre envolve clusterização e emergência.

O local como cluster Como se pôde perceber, na nova visão sobre o desenvolvimento, do ponto de vista das redes sociais, desenvolvimento é um tipo de mudança que se processa na dinâmica das fluições em aglomerados. O desenvolvimento está, assim, intimamente relacionado ao que se chama de clustering. São os clusters (lato sensu, não os chamados APLs – arranjos produtivos locais ou outros sistemas socioprodutivos voluntariamente articulados para promover negócios com vantagens competitivas conseguidas na base da importação de capital social a baixo custo da sociedade) que constituem aquelas “regiões” da rede social onde se pode reduzir os graus de separação ou a extensão característica do caminho e é por isso que todo desenvolvimento é local. Local – do ponto de vista da rede – já é uma “clusterização”, que é um processo de “localização”, no sentido forte do termo, quer dizer, no sentido de redução do tamanho do mundo: em termos sociais, é claro, e não geográfico-populacionais. Do ponto de vista da rede social, portanto, todo desenvolvimento é um fenômeno local e significa uma nova dinâmica, uma nova efervescência social, característica de um cluster. Esse fenômeno, alterando o ritmo da fluição ou o volume e a freqüência dos trânsitos de mensagens no espaço-tempo dos fluxos, modifica os papéis sociais assumidos pelos atores: ora transformando-os em encruzilhadas-nodos de mais fluxos, vale dizer, em hubs, ora

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