A rede aprende toda a vez que é obrigada a se auto-regular. A rede aprende toda vez que gera nova ordem, toda vez que o fenômeno da emergência se manifesta.
Capital social Em breve, a metáfora do “capital” social já poderá (ou deverá) ser abandonada. Usar a expressão “capital social” é – como se diz na roça – “bater na canga pro boi ouvir” (o boi, no caso, são os policymakers que tiveram suas cabeças feitas pelos economistas ou, então, aqueles sociólogos cujo maior desejo é serem levados a sério pelos economistas). Dizer que aquela externalidade que é conotada pela expressão “capital social” é um capital – em sentido metafórico – significa chamar a atenção das pessoas para o fato de que se está diante de um recurso para o desenvolvimento tão importante como se fosse o capital (propriamente dito, físico ou financeiro). A metáfora, como qualquer metáfora, não é perfeita, pois o chamado capital social é um recurso público que costuma assumir um papel inverso na equação do desenvolvimento quando é privatizado, como ocorre, por exemplo, no familismo amoral mafioso, coisa que não acontece com outros capitais em sentido estrito e mesmo em sentido metafórico, como o “capital humano”, talvez com exceção do “capital natural”. Tem gente que, por motivos ideológicos, rejeita a noção de capital social. Muitos acham que é uma tentativa neoliberal de mercantilizar relações sociais e, não raro, confundem capital com capitalismo e cometem outras besteiras semelhantes. Não é por consideração a essas posições que se deve ir abandonando a metáfora e sim para avançar na compreensão da natureza desse novo recurso político que foi aventado há tanto tempo (desde Tocqueville, pelo menos), mas que só se tornou presente
160