As palavras que não couberam nas páginas transbordaram para esta capa. São náufragas que tentam respirar e se agarram no tronco da lombada. Ou são restos de vento que aqui se assentaram. Se infiltraram para dentro do papel porque era um dia quente de verão. Há sombra sobre o guarda-sol dos parágrafos. Crianças correm com pipas amarradas em linhas tortas. Se buscar a sinopse não encontrará. Isto não é um livro. Este já é o resumo de uma vida. Não a minha, não a sua. Um verso ou uma rima do pulso de quase toda coisa
nenhuma.
Logo,
tampouco
poderá
guardá-lo na estante. feito de instantes. Acima de tudo, não há de ser indicado ou convocado para servir à ordem das críticas e mistérios. Não
tem
nome.
Foi
abandonado
ainda
incompleto em seus primeiros meses de vida. Os moradores do bairro ouviram o choro e ofereceram mosaicos para construir uma casa provisória. Passará assim despercebido até encontrar repouso sob a grama do tempo. Contando este, poderá passar o mais longo dos meses em doses homeopáticas. Fevereiro tem carnaval. boa leitura. me escreva. Afinal, 30. Ainda resta algum espaço.../...Nichollas Alem.