Avoz da fatima 1922 1930 otimizados

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LEIRIA., 18 de Outu.bro clc 1.0.22

Ano I

(COM

AP.I?.O''V AçÀO ECLESXASTICA) .A.dmlnl,s-trador: PAOOE M. PEf?F.IRA DA SILVA

Diroo-tor, 'Proprio-torlo o Editor

REDACçÀo E ADMtNISTRAçAo

DOUTOR MANUEL MARQUES D0S SANTOS Composto e impresso nu Imprensa Comercial,

a Sé -

RU.A D- NUNO Leiria

H que "imos

Beato Nuno de Santa Maria (D. Nuno Hlnares Perelra)

SoLLICITADo desde a primeira hora

a

a prestar Voz da Fatima, na mais larga medida possivel, o concurso da mlnha alias humilde e despretenciosa collabora.;ào, nào posso deixar de acceder a tào honroso convite, ji pela gentileza e captivante insistencia com que me é feito, ja porque assim m'o impòe a indole particular desta revista que sem duvida vem preencher uma verdadeira lacuna e quf.' tào querida deve ser de todos os pvrlugul:'zes que amam entranhadamt:nte a Egreja e a Patria. Ninguem ignora hoje no nosso paiz que, ha precisamente 5 annos, urna sèrie de acontecimentos de todo o ponto extraordinarios e por emquanfo inexplicaveis se desenrolou em piena serra d'Ayre, a pouco mais de dois kìlometros da aldeia da Fatima, num locai conhecido pela designacao popular de •Cova da lria• e situado beira da estrada, que liga Villa Nova d'Ourern historica villa da Batalha e it pittoresca e g1aciC1<1a cidade do Liz. Nn dia treze de Maio de 1917, tres creanças, Lucia de Jesus, Francisco Marto e Jacinta Marto, respectivamente de dez, nove e sete anos de edade, andavam apasc~ntando um rebanho de ovelhas, quando, bora do melo-db solar, depois de rezarem em commurn o terço <lo Rosario, corno costumavam fazer, lhes apareceu de repente sobre uma peyuena azinheira um vulto de donzella de celestial beleza. ,A Appariçào, diz o auctor deste arllgo no seu livro 0s

episodios maravi/hosos de Fdtima, parecia nào tér mais de dezoito an11os de edade. O vestido era de urna alvura purissima de neve, ass,m corno o manto, orlado de ouro, que lht: cobria a cabeça e a maior parte do corpo. O rosto, lle 11111a 1101),eza d~ linhas lrreprehcn!-1vr.l e qu~ ti11ha um :iao sei qué <.h ::,,o brtinatu,al e divino, aprese11tava-M· serc;w e ~rave e c·w10 que toldadu Je uma leve sombra de tristeza. Das maos, juntas a ~ltura do peito, penJia-lhe, rema-

ma hora, no dia treze dos meses seguintes, alé Outubro. Nesses seis méses a concorrencia de devotos e curiosos ao locai das apparic,:0es fol augmenfando consideravelmente de mes para mes. Segundo os calculos mais exactos, estiveram presentes trinta mii pessoas em treze de Setembro e cerca de setenta mii em treze de Outubro. Durante a~ appariç~es esfabelecia-se entre a Visào e a Lucia um dialogo, em que aquella fazia inocente pastorinha diversos pedidos e promessas. Disse entre outras cousas, que recomendasse a todos a recitaç~o do terço e o arrependimento dos pecados para applacar a justiça divina e suspender castigos imminentes, communlcou um -segrcdo e pediu que se erlgisse uma capella em sua honra. Signaes extraordinarios no ceu e phenomenos meteorologicos de origem desconhecida attrahiam as attençòes da multidao ernquanto durava o colloquio my.sterioso, merecendo especfal referencla urna densa e formosa nuvem branca que envolvia a azinheira e as creanças e que s6 a certa distancia se tornava visive!. Entre as promessas ou prophecias ha urna a que se nao pode negar um valor excepcional, porque da parte da Visào 1inha evidentemente por objeclivo demonstrar a realidade das apparlç0es e o seu caracter sobrenatural. • A VisAo, logo nas prìmeiras appariç0es, annunclou que no dia treze de Outubro havla de operar um mllagre para que toda a gente acredl· tasse que era realmente a Senhora do Rosario, corno ella se intitulou nesse mesmo dia, que se dignava apparecer mais urna vez em terras de Portugal afim de tyodigalisar graças e bençàos a todos os que a ella recorressem. E de facto nesse dia entre todos hora do meioassaz memoravel, dia astronomico, depois do colloquio habitual, em presença de urna multidòo i1111umeravel composta de pessoas de todas as classes e condiç0es sociaes e procedentes de todos <1s pontos do palz, cujns sentimentos ~ traduziam, constltuindo por issò mesmo a mais authentica e tégitima re-

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.A:.LV.ARES PERE:r.R:A

(BEATO NU~O DE SANTA J\I\RIA)

a

N.0 1

Enando o loc11l da Co~a da Ha no antiD. Nuno Alvares Pere1r<1, e preci.samente naquele logar onde elle, segun 1o a traJ1çiin, estcve n or~r nas vespe ras da bHdlh ~ d.: Aljubarrota, tl11nJose 01 p·incip1<es fenomeno, na occasi5o cm quc Roma trntava de.elevar o Santo Con<lest 1vt:I é, honras <los Rltares e sendo elle a figura mais grandiosa ùd nossa h1stor1a, julgamo-1 nosso dever pagar-lhe este pequoà!nino tributo, implorando b.:nçaos para a nossa Patria, que r tambcm é a su~, e para a go Condado de Ourem, de

nossa rev1sta ,

tado por uma cruz de ouro, um lindo rosario, cujas cor:tas, brancas de armloho, pareciam perolas. De lodo o seu vulro, circundado de um esplendor m 1is brilhante que o ùo sol, ir-radiavam feixes de IÙ1, especial111ente do rosto, de uma formosura "1mpossivel de descrever e supenor a qualquer beleza humana•. A Appariç!\o pediu creanças que voltasscm aquelle sitio, A mes- ·

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