Informática educativa no Brasil: das origens à década de 1990

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52|Informática Educativa no Brasil: das origens à década de 1990. justamente superar o egocentrismo humano, a posse de tudo e de todos e que passa, necessariamente, pela questão das novas tecnologias na sociedade. Ademais, os estudos de Vigotski acerca do desenvolvimento social e cultural da mente não encontraram moradia no Educom. Foi nos projetos Gênese e Eureka que a perspectiva histórica de construção dos conhecimentos, e não somente a sua dimensão psicogenética, teve assim acolhimento. Por outro lado, um enfoque epistemológico, como a do filósofo e educador Paulo Freire, que leva em conta que o homem é ao mesmo tempo criador e criatura da cultura, também deve considerar o domínio que certas culturas e povos exercem uns sobre os outros. Neste sentido, a superação do egocentrismo, da moral heterônoma e centrada no “eu” pode e deve ser considerada como componente do projeto político-pedagógico da escola. Assim sendo, a educação se tornará transformadora, crítica e criativa, e não apenas reprodutora das relações sociais vigentes. Mesmo com o uso das mais modernas tecnologias da informação e comunicação, se não for implementado um projeto político-pedagógico que busque um equilíbrio entre o cognitivo e o afetivo, o individual e o social, a escola continuará reproduzindo o egocentrismo, o qual, a meu ver, está na base da dominação humana.

Projeto Eureka O Projeto Eureka (RIPPER, 1990) foi concebido em 1990 como uma proposta da Unicamp em conjunto com a rede públi-


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