Raquel de Almeira Moraes|125
CONCLUSÃO A pesquisa sobre a informática educativa desde as suas origens até a década de 1990, nos levou a perceber que nos planos e programas dessa política ainda se encontravam características sistêmicas e tecnicistas, agora neotecnicistas e produtivistas presentes na Educação a partir do Regime Militar pós-1964, tanto em nível da legitimação das propostas como no próprio mecanismo de tomada de decisões, já que ainda era restrito o elenco de atores e agentes envolvidos nesse processo decisório. Neste sentido, não havia, entre os especialistas da comunidade acadêmica que participavam das várias reuniões decisórias, docentes e pesquisadores que não fossem estritamente da área. Ou seja: não existiu a participação de outros segmentos da Educação e das Ciências Humanas, os quais poderiam, certamente, acrescentar aspectos novos e fundamentais ao processo decisório da informatização da educação. Ademais, as próprias associações e sindicatos de educadores não foram contemplados nesse processo decisório. Por fim, a decisão final cabia à cúpula ministerial e não ao Congresso Nacional, como deve ocorrer com toda política pública num regime democrático, sobretudo na educação, que requer somas consideráveis de recursos, os quais, afinal, é o povo quem paga mediante os impostos e produção/circulação de mercadorias produzidas pelas empresas. Assim sendo, ao longo deste livro desenvolvemos a tese de que na história da política de Informática na Educação brasileira até a década de 1990 sua gestão caracterizou-se como um