Raquel de Almeira Moraes|9
INTRODUÇÃO Solidamente acampada nas baterias de computadores de todos os tamanhos e de muitas “gerações”, a informática é a prima dona das novas tecnologias. Ela é onipresente e onicompetente, movimentando o campo econômico e as relações sociais, a língua e o intelecto, o nós e o eu. Mereceria ela, no entanto, ter lugar entre as grandes revoluções da história humana? Jean Chesneaux
A disseminação da tecnologia de informática na educação brasileira, propulsionada pelo Estado a partir dos anos 1970, apresenta questões fundamentais referentes não só às necessidades e benefícios e/ou prejuízos que esta tecnologia pode trazer ao ensino, como também às ideias que têm norteado essa inserção e suas consequências sociais: Por quê? Para que e para quem? Como? Por quanto tempo? No que resultou? Que perspectivas temos? Em nosso livro, Informática na Educação (Moraes, 2000), analisamos as origens, os atores 1 e os interesses envolvidos na introdução da informática na educação brasileira no período compreendido entre 1937 e 1989.
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Conceito de ator: Segundo Luciano Martins (1977, p. 7) “[…] atores são todos aqueles capazes de articular interesses, formalizar reivindicações, convertê-las em iniciativas e prescrever soluções, promover sua sanção ou impedir que essas decisões sejam implementadas”.