Naturale 29 ed

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Naturale 29a edição Outubro/Novembro - 2014

ISSN 2237-986X 2 A importância do tratamento multidisciplinar do câncer de mama 3 Novembro Azul: alerta para o câncer de próstata

Caro leitor Iniciamos esta edição com duas campanhas importantes em favor da Vida. Outubro Rosa em prevenção ao câncer de mama e Novembro Azul em prevenção ao câncer de próstata. Nossa saúde é o bem mais precioso que temos, por isso devemos colocá-la em primeiro plano. Muitos ainda são os casos de câncer diagnosticados tardiamente, o que diminui a possibilidade de cura. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o de próstata, o segundo tipo que mais acomete os brasileiros. Todos temos que tomar consciência e quebrar o preconceito de efetuar os exames preventivos, pois quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais chances de cura. Se marcarmos o nosso próprio exame e estimularmos uma pessoa próxima a fazê-lo, contribuiremos e muito com a prevenção! Você já fez o seu? Deixo aqui um agradecimento especial à equipe do IBCC (Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer) que desde 2013 é parceira da Naturale nesta conscientização, com artigos importantes, e neste ano estará em Itajubá para proferir uma palestra. Agradeço e parabenizo às equipes de Saúde, através de seus secretários(as), dos municipios de Conceição das Pedras, Cristina, Wenceslau Braz, Piranguinho, Piranguçu, Itajubá e São Bento do Sapucaí (SP) que tanto se empenham na realização desta campanha, bem como à ACIEI e as empresárias da Câmara da Mulher Empreendedora de Itajubá. Trazemos outras boas notícias: a Anvisa validou métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas; Projetos de empresas que têm transformado a vida de pessoas; "Projeto Conservador das Águas" uma ação efetiva em favor do meio ambiente, e uma reflexão para que encontremos prosperidade fazendo o que mais amamos. Por que não dizer que nesta edição comemoramos a Vida? Boa leitura! Elaine Pereira Apoio para distribuição:

4 Outubro Rosa 5 Um olhar sobre o desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento do câncer 8 Na UTI 9 Instituto Helibras alegrou Asilo Vila Vicentina no Dia V 10 Projeto Vou Ser Mãe 12 São Bento do Sapucai realiza Projeto Turismo de Base Comunitária 14 Anvisa valida métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa 16 Tarifa de serviços públicos 17 Que tal tornar-se um produtor de água? 18 Certificação Digital, você sabe o que é? 19 É possível ter prosperidade fazendo o que você mais ama 20 A saúde começa pela boca, Sorriso bonito e Coração saudável

expediente Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda-ME CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG) Colaboradores Articulistas: Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Débora Montezello, Dr. Eduardo Esber, Giselly Fernanda Silva Manso, Dra. Gracia Costa Lopes, Dr. Ivo Bucaresky, Dr. Marcelo A. Calil, Dr. Mauro Press Maksuri e Walkyria Ferraz. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira Capa: Elaine Cristina Pereira Vendas: Diagrarte Editora Ltda-ME Impressão: Resolução Gráfica Tiragem: 3.000 exemplares impressos e 20.000 eletrônico

Distribuição Gratuita - impressa e eletrônica Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte. Faça parte da Naturale e integre esta corrente pela informação e pelo bem.

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A importância do tratamento multidisciplinar do câncer de mama Por Débora Montezello

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, correspondendo a 22% dos novos casos a cada ano, segundo dados atualizados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Além de todas as mudanças que um tratamento oncológico acarreta na vida da pessoa doente e de seus familiares, o câncer de mama possui outras especificidades. Uma delas é que a doença pode interferir na autoestima da mulher, devido à mutilação ou quando os cabelos caem (alopécia) durante o tratamento quimioterápico, podendo causar depressão. A mulher exerce um papel fundamental no núcleo familiar e no trabalho, e quando fica doente, todas as suas atividades ficam desestruturadas. Por isso, oferecer um tratamento multidisciplinar é uma das grandes condições na área da Saúde. Esses profissionais enxergam o paciente de forma individualizada, de acordo com as suas necessidades. Criam um vínculo de aproximação, respeitando os momentos de expectativa, ansiedade, desejos e insegurança. A humanização do paciente oncológico ajuda a promover o alívio da dor física e emocional e de outros sintomas e situações estressantes pelos quais o paciente passa, como o próprio enfrentamento

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da doença e o tratamento cirúrgico, radioterápico e quimioterápico. O profissional, ao prestar atendimento, age de forma holística, visa a promoção da saúde e o bem-estar da paciente, dos familiares e acompanhantes integralmente, minimizando o sofrimento da hospitalização e o impacto do diagnóstico da doença. Os enfermeiros, por exemplo, podem esclarecer dúvidas e orientações sobre o tratamento em geral, bem como realizar cuidados específicos que a prática da enfermagem permite. Já os nutricionistas podem indicar os melhores alimentos para aliviar os sintomas da quimioterapia, como as náuseas, vômitos, entre outros. Os psicólogos e terapeutas ocupacionais, podem auxiliar as mulheres na aceitação do processo, recuperação da autoestima e reintegrando-as às atividades do cotidiano. A equipe de fisioterapia é responsável pelo trabalho de recuperação dos movimentos do membro próximo à mama operada, além de prevenir linfedemas (inchaço crônico). Já os assistentes sociais possuem todas as informações sobre os direitos do paciente e também são responsáveis por integrar a equipe e garantir a eficiência e a qualidade dos serviços prestados. A Pastoral da Saúde oferece suporte espiritual e religioso.

As pacientes devem procurar, dentro do hospital no qual fazem o tratamento, por estes profissionais para receber todas as orientações necessárias e serviços de apoio para ajudá-las no enfrentamento e superação da doença. Fique atenta aos sintomas

Os sintomas para o câncer de mama são saliências que ocorrem nas mamas e axilas, alterações do tamanho e formato das mamas, retrações na pele e no bico do seio e secreções papilares espontâneas. O melhor método para se diagnosticar o câncer de mama é o exame mamográfico. Por meio dele, é possível identificar a doença antes mesmo do desenvolvimento de um nódulo. A mamografia é um exame indicado, principalmente, para as mulheres acima de 35 anos, isso porque em mulheres mais jovens a imagem mamográfica não apresenta boa definição. Nesses casos, o médico pode solicitar outros exames, como a ultrassonografia. A constatação será obtida apenas por meio da biopsia. Se a doença for confirmada, o tratamento será indicado de acordo com o estadiamento do tumor. Enfermeira Débora Montezello, diretora de Serviços Assistenciais do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).

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Novembro Azul: alerta para o câncer de próstata Por Dr. Marcelo A. Calil

Criado em 2003, na Austrália, o movimento Novembro Azul tem como objetivo conscientizar e alertar os homens sobre o câncer de próstata. Este movimento se expandiu tomando proporções internacionais e, nos dias de hoje, tornou-se uma campanha de referência mundial no que diz respeito à conscientização do câncer de próstata. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma. A próstata é uma glândula muito pequena que apenas o homem possui. Ela está localizada abaixo da bexiga e à frente do reto e também envolve a porção inicial da uretra. Este órgão é responsável por produzir parte do sêmen liberado durante o ato sexual. O câncer de próstata se dá quando as células deste órgão passam por alterações e começam a se multiplicar sem nenhum controle. Alguns fatores podem aumentar as chances de desenvolver a doença, como a idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Outro fator importante para o qual deve ser dada atenção especial é o histórico familiar. Para se ter uma ideia, um homem que já teve parentes com câncer de próstata tem de duas a dez vezes mais chances de desenvolver o câncer do que um homem que não possui nenhum histórico desta doença. Os indícios deste tipo de câncer variam conforme sua fase. Inicialmente, a doença é assintomática, os primeiros sintomas podem ser dificuldades para urinar e necessidade de urinar mais vezes ao dia. Já no estágio mais avançado, pode-se provocar dor nos ossos e insuficiência renal, entre outros. Estimativas do Inca mostram que este ano haverá 68.800 novos casos de câncer de próstata no Brasil. Por isso, é importante fazer o exame preventivo uma vez ao ano e junto a isto unir uma boa alimentação e exercícios físicos de pelo menos 30 minutos diários. A melhor idade para fazer a primeira consulta com um urologista é a partir dos 45 anos, mas, se o paciente tiver históricos familiares da doença, é importante visitar o médico antes disso. O câncer de próstata pode ser rastreado por meio de exames, como o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o toque retal. Caso seja necessário, o profissional pode pedir exames-diagnósticos mais detalhados, como a ultrassonografia com biópsia. Os tratamentos variam de acordo com o estágio do

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Exame de biópsia - sonda de ecografia

Exame retal

câncer. Quando detectado precocemente é feita uma cirurgia radical denominada de prostatectomia. A Quimioterapia e/ou Radioterapia podem fazer parte do tratamento. Campanhas como o Novembro Azul são de extrema importância para conscientizar a população que muitas vezes deixa este assunto de lado. Todo cuidado deve ser aplicado e quanto mais cedo o diagnóstico, maiores serão as chances de cura. Dr. Marcelo A. Calil, Diretor-médico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC)


Outubro Rosa Por Elaine Pereira

Programação

O movimento Outubro Rosa surgiu em 1990 nos Estados Unidos e tornou-se uma campanha mundial para a “Prevenção do câncer de mama”. O mês de outubro passou então a veicular campanhas de conscientização da Saúde da Mulher, com esforços concentrados na prevenção do câncer de mama e de colo do útero. A revista Naturale abraçou esta causa a partir de 2013, oferece informações em suas edições, e estimula e apoia Secretarias Municipais de Saúde em suas campanhas. Com a Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Itajubá (ACIEI) através da Câmara da Mulher Empreendedora (CMEI) participa da organização da Caminhada Rosa. Neste ano, o evento se ampliou e trará palestras proferidas por integrantes do IBCC (Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer) e de um mastologista. Veja, ao lado, a programação de eventos das cidades parceiras. De modo geral, as Secretarias de Saúde farão a conscientização da importância do autoexame, efetuarão marcação de exames de mamografia para mulheres de 45 a 60 anos. Cada cidade deixará sua marca Rosa, pois além dos eventos pontuais que contará com outras atividades em atenção à mulher, darão continuidade à campanha nos Postos de Saúde.

Dia 3 e 4/10 – Pedralva Passeata no centro da cidade De 13 a 24 e 31/10 São Bento do Sapucaí (SP) 13 a 24, na Zona Rural 31, no Centro de Saúde II Dr. Vitor Monteiro Dia 18/10, das 13h às 16h Piranguçu Na Quadra Poliesportiva Dia 21/10, das 8h às 16h Conceição das Pedras Na Praça da Saúde

De 24 a 26 /10 – Cristina 24, das 8 às 16h, na Praça José A. Barros 25, das 8 às 16hs, na Praça Sto Antônio 26, após as duas missas da manhã, na Praça Santo Antônio Dia 25/10, das 8h às 12h Piranguinho Na Praça Coronel Braz Dia 25/10, às 10h – Itajubá 2ª Caminhada Rosa Na Praça Getúlio Vargas Dia 28/10, às 9h - Wenceslau Braz Na Praça Joaquim Francisco da Costa

Dia 23/10/2014, às 19h, no auditório da FEPI em Itajubá Palestras: "Prevenção e detecção precoce do câncer de mama”. “Tratamento cirúrgico do câncer de mama”. Ressaltamos aqui o convite para as palestras que ocorrerão no dia 23/10/2014, às 19h, no auditório da FEPI em Itajubá. A entrada é gratuita. Destinada a toda população, além dos profissionais e estudantes da área da Saúde. “Prevenção e detecção precoce do câncer de mama”, será proferida pela Enfermeira Débora Montezello, Diretora de Serviços Assistênciais e Andrea Temple, Enfermeira da Educação Continuada do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer (IBCC). “Tratamento cirúrgico do câncer de mama”, pelo mastologista Dr. Floriano Pardo Calvo. Lembre-se que toda informação é importante. Convide as mulheres de seu círculo familiar e de amizade, pois quanto mais pessoas estiverem conscientes da importância da prevenção do câncer de mama, mais pessoas poderão se beneficiar de sua ajuda e poderemos criar assim uma corrente virtuosa em favor da vida. Participe!

Em 2013

Itajubá

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Conceição das Ped

ras

Wenceslau Braz

Piranguinho

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Um olhar sobre o desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento do câncer “Esperamos pela Luz, mas contemplamos a escuridão.” Isaías 59:9 Por Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

O aumento significativo na incidência do câncer ao redor do mundo já atinge impactos econômicos intoleráveis para o sistema público de qualquer país, seja qual for sua classificação segundo seu índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Entretanto, relativamente aos países com elevado IDH, as regiões do planeta com maior desigualdade social parecem padecer mais da enfermidade. Recentemente, em um congresso da ASCO (American Society of Clinical Oncology – Sociedade Americana de Oncologia Clínica) onde se reuniram nos EUA oncologistas, pesquisadores e representantes dos grandes laboratórios farmacêuticos, revelou-se que o número de casos de câncer em 2030 deverá ser cerca de 75% maior que na atualidade. Nos países pobres a previsão não é muito otimista; o número de casos de câncer subirá aos níveis alarmantes de aproximadamente 93%. A escalada do câncer no mundo também vem sendo constantemente alertada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), agência especializada das Nações Unidas, destinada às questões relativas à saúde mundial. A OMS divulgou, recentemente, que em 2008 houve a incidência de cerca de 12 milhões de novos casos de câncer. A mortalidade por câncer nesse mesmo ano foi de aproximadamente 7,6 milhões de pessoas. As estatísticas são cruéis e apontam que são esperados para 2020 mais de 15 milhões de novos casos de câncer com um nível de mortalidade estimado de aproximadamente 13,2 milhões ao redor do mundo. Embora o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2013 (RDH “A Ascensão do Sul: Progresso Humano num Mundo Diversificado”) aponte que, durante a última década, todos os países aceleraram o seu progresso nos domínios da educação, da saúde e distribuição de rendas; deve ser observado que de modo geral o desenvolvimento de tecnologias para o tratamento do câncer não tem acompanhado em escala a evolução do IDH no globo terrestre. Neste momento, grandes dificuldades já despontam no horizonte das terapias e diagnósticos do combate ao câncer. Independente do IDH de cada país, as estimativas apontam que 5 milhões de novos pacientes a cada ano exigem radioterapia e fármacos (drogas). Entretanto, a falta de pessoal qualificado, a insuficiência de investimentos para o desenvolvimento de novas drogas, técnicas de tratamento e equipamentos se constituem em um grande obstáculo para tratar o câncer de forma eficaz. As pesquisas apontam que no caso da radioterapia, seriam necessárias atualmente cerca de 5.000 máquinas para atender todos os pacientes. Entretanto, o número dessas máquinas nos países em desenvolvimento, ultrapassa pouco mais de 2.000. No caso do Brasil, o dilema atual que o SUS parece enfrentar é compatibilizar a restrição do orçamento com

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a necessidade de se incentivar as pesquisas acadêmicas com fundos e redes de pesquisa multidisciplinares adequadas e, ao mesmo tempo, avaliar e incorporar as novas tecnologias criadas no próprio país. É um fato constatado pela história da evolução humana que a ciência e a tecnologia são fundamentais para a sobrevivência. O exemplo dos trabalhos de Pasteur, Koch, Sabin e tantos outros que salvaram milhões de vidas humanas, poderiam ser utilizados na afirmativa de que a ciência e a tecnologia servem à toda humanidade. Quando bem administradas, ciência e tecnologia alavancam o desenvolvimento da sociedade, vencendo a superstição, ignorância e imprimem maior racionalidade às ações humanas. É o ambiente de escassez de recursos e o elevado número de tecnologias importadas na área da saúde em nosso país que tem despertado o interesse de pesquisadores do Grupo de Polímeros Bioativos e Biomiméticos da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) na busca de desenvolvimento de tecnologia nacional para o tratamento do câncer de fígado, também denominado de carcinoma hepatocelular (CHC). Anualmente são diagnosticados mais de 600.000 novos


casos de CHC no mundo. A incidência de CHC tem aumentado preocupantemente nos EUA e praticamente dobrou nos últimos 20 anos. Atualmente é considerada a quinta neoplasia mais comum e a terceira causa de morte por câncer no mundo. As principais causas de CHC são as hepatites pelos vírus B e C, e a doença hepática alcoólica. Infelizmente o tratamento do CHC não é barato. Considerando o tratamento com o composto Sorafenib (Nexavar), o preço de uma caixa com 112 comprimidos (200 mg/comprimido) na prateleira da farmácia é de aproximadamente US$ 7.300 na China, US$ 5.400 nos EUA, US$ 5.000 no Brasil, € 3.562 na França, e US$ 1.400 na Coreia (http://www. worldgastroenterology.org/assets/downloads/pt/pdf/guidelines/24_hepatocellular_carcinoma_pt.pdf). Vale ressaltar que a posologia recomendada do medicamento para o tratamento de pacientes adultos é de 400 mg (dois comprimidos de 200 mg) duas vezes ao dia (equivalente a uma dose diária total de 800 mg). Se combinado com outros quimioterápicos, a exemplo da doxorubicina, o custo do tratamento será mais elevado. Vários efeitos colaterais são observados no tratamento com Sorafenib destacando-se tromboembolismo, hipertensão arterial, toxicidade dermatológica e eventos hemorrágicos importantes. A estratégia inicial adotada nas pesquisas do grupo de Polímeros Bioativos e Biomiméticos da UNIFEI foi o desenvolvimento de microesferas transportadoras de fármacos e partículas magnéticas para o tratamento do CHC através da técnica de quimioembolização transarterial (QMT) associada ao tratamento por magnetohipertermia (MGH). A QMT é uma técnica que combina a embolização transarterial com a quimioterapia. No procedimento por QMT um cateter é inserido numa artéria do paciente através de um pequeno corte na coxa até chegar à artéria hepática (Figura 1).

Figura 1. Fundamento da técnica QMT. Microesferas são injetadas através da artéria ilíaca até atingir a região tumoral obstruindo o fluxo de sangue e liberando quimioterápicos localmente. Adaptado de: http://www.cpmc.org/advanced/liver/patients/topics/liver-cancer-profile.html

Quando o cateter está na região tumoral, pequenas partículas (microesferas) são injetadas na artéria para obstruí-la, reduzindo ou bloqueando o fluxo de sangue para as células cancerígenas presentes no Fígado (Figura 2). Na QMT, as microesferas transportam também quimioterápicos que podem ter um efeito sinérgico no tratamento, aumentando sua eficiência.

Figura 2. Exemplo clínico da técnica QMT. A imagem angiográfica à esquerda ilustra uma hipervascularização típica de CHC. A imagem à direita ilustra o resultado após a QMT. Adaptado de: Forner, A., et al., Treatment of hepatocellular carcinoma. Critical Reviews in Oncology/ Hematology, 2006. 60(2): p. 89-98.

Por outro lado, a MGH é um procedimento terapêutico que utiliza um campo magnético para proporcionar aumento de temperatura na região do fígado onde se localiza o tumor com o objetivo de causar a lise das células cancerosas. Seu princípio de funcionamento se baseia no conhecimento empírico de que a elevação da temperatura local na região tumoral para 41°C-42°C tem o efeito de destruir diretamente as células cancerígenas, uma vez que estas são menos resistentes a aumentos bruscos de temperatura do que as células normais circunvizinhas. O aumento de temperatura requerido pela MGH pode ser atingido pelo uso de nanopartículas magnéticas (NPM´s). Após a administração das NPM´s, o paciente é submetido à ação de um campo magnético externo (Figura 3). As NPM´s são aquecidas elevando a temperatura na região tumoral causando assim a destruição do tumor.

Figura 3. Paciente sendo submetida a tratamento por magnetohipertermia (http://www.medgadget.com/2005/03/bsd2000_hyperth.html). Em (1) é mostrado as bobinas do campo magnético. O Brasil não possui ainda máquinas para a terapia clínica utilizando a MGH.

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Nas pesquisas desenvolvidas na UNIFEI foram obtidos novos materiais que poderão vir a ser utilizados no tratamento de pacientes portadores de CHC através da técnica QMT associada à MGH, proporcionando assim uma melhor eficiência no tratamento da neoplasia maligna. Os novos materiais são microesferas ocas (Figura 4) que transportam agentes quimioterápicos e NPM´s. Ao chegarem à região tumoral, as microesferas promovem a interrupção/redução do fluxo de sangue no tumor e ao mesmo tempo, libera de modo gradual o quimioterápico produzindo um efeito prolongado do medicamento, sem a necessidade de se tomar repetidas doses diárias, o que reduz seu efeito colateral. Ao mesmo tempo, o paciente é submetido à ação de um campo magnético externo (Figura 3) causando aquecimento e eliminação das células neoplásicas residuais. As microesferas para utilização na QMT e MGH desenvolvidas nos laboratórios da UNIFEI são fabricadas a partir de um polímero biocompatível com o organismo humano e o mesmo utilizado na fabricação das lentes de contato, o poli (metacrilato de 2-hidroxietila) (PHEMA). O PHEMA é muito utilizado na medicina em implantes cardiovasculares, substitutos de cartilagens, lentes de contato e dispositivos para liberação de fármacos.

Figura 4. As microesferas de PHEMA obtidas nos laboratórios da UNIFEI são ocas (direita) o que permite que funcionem como sistemas transportadores de quimioterápicos e NPM´s. A barra na figura à esquerda indica um tamanho de 30 µm. As NPM´s são compostas basicamente de óxido de ferro e Ítrio (YFeO) e ficam no interior das microesferas, junto com o quimioterápico. As microesferas foram obtidas pelo aluno Esdras Duarte dos Passos durante a realização de seu mestrado em Materiais para Engenharia da UNIFEI.

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O processo de síntese das microesferas para QMT/MGH foi desenvolvido no trabalho de mestrado do aluno Esdras Duarte Passos (Curso de Pós-Graduação em Materiais para Engenharia) nos laboratórios da UNIFEI e estão ilustradas na Figura 4. O processo constitui uma importante etapa na introdução de novas tecnologias para o tratamento do câncer em nosso país. O desenvolvimento de tecnologias de cunho nacional para o tratamento do câncer é importante devido ao envelhecimento da população. O envelhecimento é um fenômeno biológico que atinge o ser humano na plenitude de sua existência. O organismo humano envelhece como um todo, enquanto que os seus órgãos, tecidos, células e estruturas sub-celulares tem envelhecimentos diferenciados e parece estar ligado à hereditariedade. Constituído por cerca de 100 trilhões de células, o organismo humano atua como um organismo único, integrado, graças a um intenso fluxo de sinais oriundos do contato direto entre moléculas de cadeias complexas; em sua maior parte proteínas. Cada célula possui seu próprio tempo de vida. As alterações genéticas ocorridas ao longo da existência podem perturbar o processo de sinalização celular perdendo-se sinais moleculares importantes para o controle de proliferação, morte e diferenciação que governam a comunidade celular causando assim, o câncer. Os conhecimentos atuais dos aspectos epidemiológicos da doença mostram que a idade é um dos principais fatores de risco para seu desenvolvimento. Ou seja, o câncer é uma doença relacionada com a idade, ocorrendo mais frequentemente em pessoas idosas. Por isso, sob a ótica da ciência é natural que, com o aumento progressivo da expectativa de vida média das pessoas, a incidência de câncer tende a aumentar. Mas, não devemos nos assombrar com a ra-

cionalidade científica e mergulhar na escuridão que parece tomar conta do mundo, onde explicações e procedimentos pseudocientíficos ocupam cada vez mais espaço nos meios de comunicação. Os recursos da ciência, tecnologia e também os avanços nas políticas de saúde desenvolvidos ao longo do último século promoveram uma profunda alteração quanto à qualidade de vida e oportunidade da cura de pacientes com câncer. A análise conjunta destes recursos permitiram uma melhor compreensão do comportamento na hierarquia bioquímica de cada neoplasia no que diz respeito à sua agressividade e riscos estatísticos de recidiva. Os progressos atingidos são uma reafirmação plena do poder positivo e benéfico da ciência e da tecnologia, em permanente transformação. Como no aforismo de Heráclito de Éfeso, por onde a ciência passa o ser humano se transforma. Mas, os progressos científicos e tecnológicos seriam a resposta definitiva aos males que afligem o ser humano? Observando a ciência sob um olhar da sociologia, observamos que seus produtos tecnológicos estimulam a competitividade e contribuem para o crescimento econômico do país detentor da patente. Consequentemente, a competitividade é erigida como um valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana. A mesma ciência que prolonga a vida, principalmente daquele que pode pagar pela tecnologia parece esquecer que o mais longo período da história da vida humana foi orientado pela cooperação, solidariedade e, sobretudo a compaixão; valores fundamentais para a sobrevivência da espécie. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Professor do Instituto de Física e Química e Pesquisador Associado do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais e Biotecnologia da Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI.

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Na UTI De todos os pacientes internados em UTIs, cerca de 30% adquirem a chamada pneumonia nosocomial, que é a pneumonia adquirida em ambiente hospitalar. Destes, infelizmente, 80% vêm a falecer em decorrência dessa pneumonia e não em decorrência da doença original, que foi a causa básica da internação. É um fato que chama a atenção e que deve ser tratado com cuidado, pois qualquer um de nós, ou nossos familiares, pode vir a precisar de cuidados intensivos numa UTI e adquirir a pneumonia nosocomial. Vale ressaltar que isso é um fato que ocorre em ambiente hospitalar, porém não tem relação com a quantidade de cuidados que podem ser dispensados pela equipe médica. Mesmo com a observância de todos os protocolos recomendados para o bom tratamento do paciente internado, a pneumonia nosocomial é um risco que está sempre presente, mas que deve ser minimizado ao máximo. A saúde começa pela boca e pode terminar por ela. Já foram identificadas aproximadamente 500 espécies distintas de bactérias na cavidade oral, que ficam dispostas sobre os dentes e tecidos moles. É o chamado “Biofilme oral”. Para se ter uma ideia, na gengiva, apenas em seu Biofilme cervical, aquele próximo do seu início, existem cerca de 100 bilhões de microorganismos. Teoricamente, qualquer microorganismo desse Biofilme pode começar a se multiplicar, expandir o seu território, ir avançando pelo palato duro, palato mole, ganhar a orofaringe e alcançar os pulmões, onde irá se alojar e causar a pneumonia. Vários outros mecanismos atuam como facilitadores e

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Ilustração: World Wide Web

Por Dr. Eduardo Esber

aceleradores desse processo. Na multiplicação bacteriana, a cada 30 minutos o número de colônias bacterianas simplesmente dobra! Num indivíduo normal, isso não chega a alarmar porque a higienização bucal é constante e o sistema imunológico atua de maneira competente. Já num paciente internado numa UTI, onde não se pode realizar uma higiene bucal da mesma maneira que num paciente sadio e onde o seu sistema imunológico está geralmente comprometido, a situação merece atenção. O corpo é refém da boca. Não obstante o processo acima descrito, as bactérias da cavidade oral podem invadir o sulco gengival, penetrar “por baixo da gengiva” e iniciar a formação de um outro tipo de Biofilme, que será colonizado por tipos específicos de bactérias que, através da produção de enzimas, podem destruir a camada de epitélio da gengiva, avançar e alcançar os vasos sanguíneos, ganhando o sistema circulatório. Uma vez na circulação, essas bactérias passam a ter acesso a qualquer parte do organismo, a qualquer órgão, e podem se alojar em qualquer estrutura.

E sempre estarão se multiplicando... Em pacientes imunossuprimidos, como são aqueles internados em UTIs, o quadro é preocupante. Em pessoas sadias, o seu sistema imunológico pode conseguir combater tais bactérias circulantes, mas mesmo nessas pessoas, em virtude da existência do foco infeccioso não tratado, que constantemente está a gerar novas bactérias, esse combate pode ser prolongado e isso vai causar uma “Carga Inflamatória Sistêmica Crônica”, com consequente injúria e disfunção endotelial, variados efeitos deletérios para o organismo, comprovadamente entre eles a insuficiência renal crônica. A cavidade bucal é o campo de trabalho dos cirurgiões-dentistas. A presença de um odontólogo capacitado, treinado e habilitado para atuar dentro de uma UTI, é fator primordial para a redução da taxa de pneumonia nosocomial e para a prevenção de infecções sistêmicas com origem em focos infecciosos da cavidade bucal. O odontologista habilitado atua em consonância com toda a equipe de saúde, contribuindo para reduzir o tempo de internação dos pacientes atendidos. Já é ultrapassado o conceito de que o dentista apenas trata os dentes. Dada a extrema importância da cavidade bucal no contexto geral de saúde de todas as pessoas, fato que vem a cada dia ganhando novas comprovações, a Odontologia Hospitalar, como é também conhecida essa importante vertente, passou a ser vista como uma área de atuação extremamente importante e que pode salvar vidas, inclusive a sua. Dr. Eduardo Esber, Odontologista.

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Transformando a vida de muitas gestantes e familiares de Itajubá e região, o Curso de Gestantes do Projeto Vou ser Mãe, trabalho social realizado pela empresa Casa Joka, comemora em 2014, 15 anos de existência. Em toda sua trajetória, o Curso de Gestantes da Joka, que é oferecido gratuitamente, já atendeu a mais de 1200 gestantes e conta com o apoio de empresas de renome no mercado de produtos para bebê. Seu reconhecimento se dá através da estrutura dinâmica e diferenciada, que traz palestras ministradas por profissionais da área da Saúde, agregando conhecimento para um período gestacional tranquilo e saudável e momentos práticos e de relaxamento e interação, aumentando o contato afetuoso entre mãe, filho e familiares. Nestes 15 anos de história, o Curso de Gestantes traz em sua bagagem histórias de vida únicas, como o de vivenciar a emoção de ver uma criança nascida de uma de suas turmas tornar-se mãe, permitindo servir duas gerações de uma mesma família.

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As gestantes que já participaram, entendem que o curso além de informar, traz uma nova perspectiva materna, assim como os desafios, novidades e as responsabilidades. “Durante no-

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Imagens: Arquivo Casa Joka

Para o Dr. Roger William Moraes Mendes, Ginecologista e Obstetra, parceiro do projeto, a gestante que procura se informar e se preparar para a chegada do bebê, está mais segura e confiante para o parto. “Todas as gestantes, se tiverem oportunidade, precisam fazer o curso, pois é uma ferramenta muito esclarecedora neste momento especial de suas vidas. É clara e notória a diferença que percebemos quando recebemos uma parturiente que fez um bom pré-natal e um bom Curso de Gestantes, porque ela e a família chegam muito mais tranquilas, esclarecidas e confiantes. Falar do Curso de Gestantes da Joka é fácil, pois é uma parceria que deu certo. Me sinto muito à vontade e feliz por poder estar passando um pouco do que sei às gestantes que tanto necessitam de esclarecimento neste momento de suas vidas”.

ve meses de muitas dúvidas e felicidade, pude ter o prazer de fazer o Curso de Gestantes da Casa Joka, que para mim, foi essencial para sanar inúmeras dúvidas e medos. A cada encontro, quão surpreendente era o carinho e a atenção dos organizadores. Jamais esquecerei tudo o que aprendi, até porque, coloco em prática diariamente grande parte deste aprendizado e assim, me torno aos poucos a mãe que meu filho Murilo possa se orgulhar”, diz Rebecca Gomes, mãe e participante da 29ª turma do curso de gestantes.

“Nestes 15 anos, reunimos, além de aprendizado contínuo na convivência com todos que participam, a gratidão pela confiança e credibilidade depositadas à nossa empresa, a emoção por compartilhar de momentos tão mágicos da vida de cada família e principalmente, a responsabilidade em tornar o curso, cada ano, mais profissional. Isso só se concretiza devido ao amor e à dedicação de todos que trabalham no curso”, afirma Marta Kallás Pinto, idealizadora do projeto.

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São Bento do Sapucaí realiza Projeto Turismo de Base Comunitária Bairro do Cantagalo: “Um mundo rural a descobrir” Por Walkyria Ferraz

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lares e experiências de sucesso de outras regiões do Brasil e do mundo, criou-se o projeto intitulado “Turismo de Base Comunitária”. Em parceria com as instituições SENAR-SP, SEBRAE-SP e CATI, além do apoio e mobilização da comunidade, o Bairro do Cantagalo – bairro mais distante do município (18 km do centro) – abriu as portas para a inserção desta iniciativa. Como “pontapé” inicial foi ministrado o curso de “Turismo Rural” para os moradores locais, esclarecendo sobre o que é o Turismo e como ele poderia ser desenvolvido no local. Reunidos no bairro, 28 alunos, que nunca haviam sequer pensado nessa possibilidade – uma vez que cresceram envolvidos nos afazeres do campo – estavam ávidos por conhecimento e estimulados com as ideias apresentadas. Aos poucos os participantes foram compreendendo como o local, tão pequeno e distante da cidade,

poderia receber – e bem – os turistas; e mais, compreenderam que o projeto visava utilizar todo o potencial natural e cultural que o local possui como forma de desenvolvimento, ressaltando a geração de emprego e renda de forma sustentável. Com o término do curso, o ar do local ainda era o mesmo, ameno e calmo, porém, a dona de casa já não era mais a mesma. Havia se transformado em dona de hospedaria, café da roça, doceira e artesã. Homens do campo se tornaram monitores locais e microempresários.

Imagens: Arquivo pessoal

São Bento do Sapucaí é uma Estância Climática paulista que faz divisa com o estado mineiro. Com pouco mais de 10 mil habitantes, o município possui uma veia turística bastante forte, oferecendo atrativos que abrangem desde a suntuosa Pedra do Baú até artesanatos, atrativos naturais, históricos, culturais, entre outros. O município possui, além disso, uma grande potencialidade na área rural, sendo que uma grande parcela da população reside nos muitos bairros e promove a renda familiar através da agropecuária. Sendo assim, a Prefeitura, através da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, iniciou em 2010 um trabalho que busca ascender esses locais para o turismo, projetando para os próprios munícipes e visitantes o que a região sambentista e o seu entorno têm de melhor. Com referências em trabalhos simi-

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A partir daí o bairro conta com 2 hospedarias (com alimentação); 2 monitores locais; 1 café da roça; 1 loja de doces caseiros e 1 loja de artesanato; sendo que todos os empreendimentos ainda preservam suas características. As hospedarias são nas casas; as refeições feitas no fogão a lenha; o que é oferecido para a alimentação em sua maioria é plantado e colhido no local; os monitores são moradores que tem propriedade para apresentar e falar sobre o bairro; enfim, o visitante pode não só conhecer esta área rural, bem como vivenciá-la. É um turismo rural, um turismo de experiências. Recentemente o bairro recebeu a soma de uma propriedade que se transformou em uma agroindústria de azeite, que está agregando valor ao projeto. É uma fazenda com mais de 8 mil pés de Oliveiras e que possui todo o maquinário necessário para a extração do óleo. Os visitantes podem conhecer as plantações e todo o processo. Contudo, hoje o visitante pode passar um dia diferente só para tomar um café na roça, almoçar ou fazer uma trilha,

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bem como um final de semana inteiro, pois atividades não faltarão no local. Basta reservar com antecedência para garantir sua estada agradável e completa. Porém, a iniciativa do projeto não para nesta comunidade. A intenção é que o bairro piloto colha os frutos gradativamente, permitindo que o trabalho seja implantado em outras áreas rurais do município, sendo uma ação que acrescenta e fomenta o turismo sambentista e regional.


Anvisa valida métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa Por Dr. Ivo Bucaresky

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, foi criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999. A instituição é uma autarquia sobre regime especial que tem a função de promover e proteger a saúde da população e intervir nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária. As ações, coordenadas com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal – de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde – têm por objetivo a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Entre as incumbências da Agência, estão a regulamentação, a avaliação, o controle e a fiscalização de produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública. Neste contexto, ao longo dos 15 anos de existência, a Anvisa sempre pautou a análise de risco dos produtos pelo estabelecimento de normas, de modo que se obtenham as melhores evidências de qualidade, focada principalmente na segurança e eficácia dos produtos e serviços sob sua responsabilidade. Para o cumprimento de muitas das suas funções, a Anvisa, assim como qualquer outra agência congênere ao redor do mundo, necessita de informações sobre a segurança e a eficácia de produtos de uso humano ou daqueles que podem gerar riscos à saúde. Mesmo com toda a evolução da ciência, ainda hoje, o desenvolvimento de medicamentos, vacinas e outros produtos de interesse para a saúde dependem de dados que são obtidos por diversas metodologias. Em algumas delas se faz o uso de animais “in vivo”, testes “in vitro” e avaliação “in silício” – estudos esses chamados não clínicos –, além de ensaios em humanos (ensaios clínicos), pelos quais se obtém predições que permitem prognosticar efeitos farmacológicos, eventos adversos, limites de tolerância e prever condições

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A Diretoria Colegiada da Anvisa deliberou pela aceitação de 17 métodos alternativos validados ao uso de animais nas petições para registros e controle de serviços e produtos sujeitos à vigilância sanitária.

de segurança no uso de produtos para o diagnóstico, terapia ou prevenção de doenças em seres humanos. Nas Resoluções da Agência, há a indicação clara e inequívoca de que os ensaios exigidos que envolvam animais devem ser pautados pelos princípios de bem estar animal de acordo com a legislação nacional: a Lei 11.794/2008, o Decreto 6.899/2009 e as Resoluções do Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (Concea), além da necessidade de atenderem ao preconizado nos Guias de Boas Práticas de Laboratório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). As orientações visam a utilização do menor número possível de animais a cada experimento, bem como a substituição por outra estratégia sempre que tecnicamente viável. Na década de 80, com evolução técnico-científica, iniciou-se o desenvolvimento de modelos experimentais alternativos em substituição ao uso de

animais. Os métodos alternativos, desenvolvidos inicialmente para responder corretamente às necessidades de pesquisa em farmacologia, também foram contemplados para a avaliação de efeitos toxicológicos. A ideia de ensaios alternativos é muito mais abrangente do que a simples substituição do uso de animais, incluindo também a questão da redução e refinamento na utilização dos mesmos. O princípio dos 3Rs, que representa o refinamento, redução e substituição (raffinement, reduction e replacement), tem como estratégia, minimizar o uso de animais e favorecer seu bem estar, sem comprometer a qualidade do trabalho científico que está sendo executado e que busca, em um futuro, a total substituição de animais por modelos experimentais alternativos. Os métodos alternativos podem ser divididos em dois: métodos alternativos válidos – técnicas que não necessariamente tenham passado pelo processo com-

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pleto de validação, mas para as quais existe quantidade de dados suficientes provando sua relevância e confiabilidade – e métodos alternativos validados – para os quais a relevância e confiabilidade estão estabelecidas para um propósito particular de acordo com critérios determinados por órgãos oficiais. Conforme Decreto 6.899/09, que regulamenta a Lei 11.794/2008, os métodos alternativos são “procedimentos validados e internacionalmente aceitos que garantam resultados semelhantes e com reprodutibilidade para atingir, sempre que possível, a mesma meta dos procedimentos substituídos por metodologias que: não utilizem animais; usem espécies de ordens inferiores; empreguem menor número de animais; utilizem sistemas orgânicos ex vivos; ou diminuam ou eliminem o desconforto”. Em consonância com a tendência mundial pela redução, substituição ou mesmo o banimento do uso de animais em ensaios não clínicos, a Anvisa apoia e promove iniciativas concretas para o desenvolvimento de métodos alternativos ao uso de animais, através da cooperação com o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a criação do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam), e tem participação efetiva na Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama). A Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol) deliberou pela aceitação de 17 métodos alternativos validados ao uso de animais nas petições para registros e controle de serviços e produtos sujeitos à vigilância sanitária. A deliberação, ocorrida no dia 21 de agosto, foi motivada pelo Concea, que solicitou formalmente a manifestação da Agência. O Diretor de Gestão Institucional da Anvisa, Ivo Bucaresky, assumiu com a anuência da Diretoria Colegiada, a condução do tema por entender a importância do atual estado da arte de ensaios não clínicos, e o quanto contribuem para o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Esse tema também remete ao princípio ético dos 3Rs, preconizados internacionalmente, contribuindo assim, no refinamento, substituição e redução do uso de animais,

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tema relevante para a sociedade brasileira. Ao longo dos últimos meses, as áreas da Agência avaliaram os métodos alternativos validados pela OECD e propostos pelo Concea à aceitação da Anvisa. Os 17 métodos alternativos validados pela Diretoria da Agência abrangem diferentes áreas da Agência. Os métodos foram reconhecidos para potencial de irritação e corrosão da pele, como teste de resistência elétrica transcutânea, teste da epiderme humana reconstituída, teste de barreira de membrana “in vitro” e teste de irritação cutânea “in vitro”. Também foram validados métodos para potencial de irritação e corrosão ocular, substituindo teste de permeabilidade e opacidade de córnea bovina; teste de olho isolado de galinha e de permeação de fluoresceína (córnea de cão). A Dicol também validou procedimentos para fototoxicidade, absorção cutânea, sensibilização cutânea; toxicidade aguda e genotoxicidade. Dos 17 métodos alternativos propostos, dois métodos, o OECD GD 129 e o OECD TG 487, continuam em análise em áreas técnicas para completa validação. Estes métodos alternativos são recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e vem sendo utilizados em diversos países. E ao longo dos últimos dois meses todas as áreas da Agência avaliaram a aplicabilidade dos métodos alternativos validados pelo Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (CONCEA), para suas capacidade e eficácia na predição de resultados. A Anvisa vem adotando outras medidas de incentivo e desenvolvimento e validação de novos métodos alternativos, como o apoio à criação do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz), assim como a efetiva participação na Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama), que tem o objetivo de desenvolver novos métodos alternativos. Dr. Ivo Bucaresky, Diretor de Gestão Institucional da Anvisa.


Tarifas de serviços públicos:

o uso da composição de custos na busca pela excelência da gestão pública Por Giselly Fernanda Silva Manso

É visível a necessidade de mudanças a forma da administração pública brasileira para compreender e promover o desenvolvimento de seu modelo de gestão. Nesse sentindo, cabem propostas de aproveitamento de projetos e conceitos praticados com sucesso na iniciativa privada e que podem também ser inseridos no âmbito público. Diante do processo evolutivo da opinião pública, da transição de seus padrões de exigência, quanto ao atendimento de suas necessidades e expectativas, bem como ao próprio desenvolvimento técnicocientífico e cultural, percebemos a necessidade do Aparelho do Estado em dar respostas mais efetivas a essas exigências. Ilustrando este cenário, cabe citarmos o caso dos reajustes de preço dos transportes coletivos que ocorrem periodicamente e que no último ano se tornou um ponto de discussão com amplitude nacional: Afinal, quanto custa o serviço de transporte coletivo hoje? O reajuste de R$ 0,20 foi muito ou muito pouco? De um lado, temos os usuários do transporte público e do outro as empresas prestadoras do serviço, ambos insatisfeitos com o preço da passagem. E quanto aos gestores públicos? Qual é de fato o papel destes na hora de decidir pelo valor a ser cobrado do cidadão? Pois bem, não obstante essa realidade, temos ainda os serviços de transporte público individual: os serviços de táxi, que por sua vez, sendo um serviço público, tem suas tarifas, por competência constitucional, definidas pela gestão pública municipal. É importante esclarecer que o serviço de táxi é um serviço público, onde o Estado

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permite por meio de licitação, que alguém o preste em seu próprio nome e nas condições fixadas pelo Poder Público. Obviamente que é necessária a existência de um equilíbrio econômico-financeiro onde o permissionário (taxista) receba pela exploração do serviço e em geral essa remuneração acontece por meio de tarifas cobradas diretamente dos usuários do serviço. Vale ressaltar ainda, que quem ganha uma permissão não tem o direito de propriedade, pois não é um patrimônio, ou seja, o taxista não é dono da permissão. Voltando ao assunto sobre o valor das tarifas de táxi, comumente encontramos tarifas produzidas a partir de cópias de outras tarifas. Ou seja: um município copiando para si os valores praticados pela categoria em outro município, não levando sequer em consideração a economia local, a capacidade de pagamento dos usuários ou tão pouco os custos que envolvem a prestação dos serviços de táxi. Quando falamos em valor da prestação de serviços, é essencial, no momento de definição do “preço”, conhecer os custos que compõem aquele determinado serviço, só assim o responsável pelo negócio saberá se está perto do lucro ou do prejuízo da atividade quando recebe por seu trabalho. Quando esse preço a ser definido é de um serviço público (no caso, o táxi), torna-se ainda mais relevante a apuração dos custos operacionais, isso porque a “tarifa” a ser cobrada, diferente da iniciativa privada, não carrega o fator “lucro” pois deve alcançar indiscutivelmente todas as classes sociais, ao mesmo tempo que deve garantir a sustentabilidade e a continuidade da

prestação do serviço por seus profissionais. Neste sentido, o uso da apuração do sistema de custos contribui, significativamente, para a eficiência da gestão pública na tomada da decisão com relação às tarifas de transporte, já que estas devem ter como base a análise de todos os custos pertinentes ao serviço, bem como o ambiente que estas serão aplicadas. Recentemente, a Proteção e Defesa do Consumidor – Procon do município de Itajubá, vivenciou uma experiência que podemos usar como exemplo para o assunto em pauta. O órgão foi consultado para opinar sobre os valores das tarifas de táxi que estariam para ser decretadas pela gestão municipal. Após análise, o Procon verificou que as tarifas propostas haviam sido aproveitadas de outro município e se propôs a desenvolver um estudo para que os valores praticados no taxímetro tivessem como base a composição do custo do serviço e assim ter como resultado, tarifas com valores coerentes, equilibrados e sustentáveis visando atender usuários, permissionários e ainda fornecer subsídios que permitirá ao gestor público, futuramente, analisar os reajustes com base em dados estatísticos e reais, atualizados de acordo com o avanço do mercado. Vejamos a seguir as principais etapas do estudo realizado pelo Procon e que por consequência também permitiu conhecer a participação percentual de cada custo no preço dos serviços de táxi para Itajubá/MG: ªª Reuniões estratégicas de interação entre taxistas, o órgão responsável pelo trânsito e os executores do estudo;

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ªª Pesquisa de dados junto aos taxistas como o consumo de combustível, pneus, manutenção, demanda de serviço entre outros; ªª Identificação do veículo predominante da atual frota sendo este definido como “veículo referencial” para a composição dos custos; ªª Estruturação da planilha de custos sendo esta composta por custos fixos e variáveis: combustível, lubrificantes, rodagem, manutenção mecânica, depreciação, limpeza, remuneração do investimento, remuneração do condutor, despesas legais e obrigatórias e reserva de contingência; ªª Pesquisa de preço dos produtos e serviços do “veículo referencial” no mercado varejista local; ªª Análise dos custos apurados e definição de critérios para o cálculo tarifário considerando para tal os parâmetros de produtividade que relativizem os impactos nos preços dos serviços e peças. É importante por assim dizer, que os parâmetros de produtividade ou eficiência, devam ser identificados à luz da realidade produzida no município em que esteja sendo realizado o estudo, afim de que não haja distorções entre o custo do serviço apurado e a realidade econômica do mercado consumidor. Convém frisar, por fim, que o exemplo da metodologia ora apresentada tem como objetivo dar sustentação aos estudos de apuração de custos e proposições de tarifas a serem praticadas num serviço de táxi e ser uma ferramenta das decisões políticas que envolvem esse importante serviço público que deve funcionar sempre como alternativa, principalmente ao usuário do transporte individual e com isso contribuir para a almejada melhoria da mobilidade urbana sustentável. Sendo assim, concluímos que, não só é possível e viável, mas, principalmente desejável o uso dos conceitos de gestão e de composição de custos na formação de tarifas no setor

público, como forma de incentivo e elemento colaborativo ao processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento, visando uma gestão de qualidade e eficiência, cabendo, porém, aos gestores públicos a decisão de fazer uso dessa ferramenta em prol, principalmente, da sociedade a qual representa. Giselly Fernanda S. Manso, Administradora de Empresa, Especialista em Administração Pública, MBA em Gestão Tributária (Fundace - FEA/USP). É orientadora do SENAC e membro do Procon Itajubá/MG.

Que tal tornar-se um produtor de água? Em tempos de estiagem, não há pergunta melhor para se fazer aos produtores rurais. A cidade de Extrema, localizada no Sul de Minas, implantou o Projeto Conservador das Águas em 2005, que paga a produtores rurais por Prestação de Serviços Ambientais. O projeto, idealizado pelo secretário de Meio Ambiente, Paulo Henrique Pereira, tem como objetivo manter a qualidade dos mananciais e promover a adequação das propriedades rurais. Assim, restaura e preserva matas que circulam nascentes e áreas de mananciais, bem como cria novas áreas de mata e corredores ecológicos. Neste período de estiagem verificou-se uma diminuição de apenas 40% na água de córregos e riachos onde foi feito reflorestamento, enquanto que em outras regiões eles secaram. O projeto executado totalmente pela prefeitura conta com apoio e parcerias de órgãos governamentais, Ongs, empresas e universidades que fazem o monitoramento do clima, do solo e d'água. O projeto consiste em demarcar com o produtor que quer aderir ao projeto, uma área de reflorestamento entorno de nascentes e áreas de manancias, esta área é cercada, são plantadas árvores nativas, é feito todo o manejo necessário (adubação, poda, coroas) e o produtor ganha R$ 221,00/ano por hectare. Segundo o gerente do projeto Arlindo Cortez, valor maior do que o produtor receberia se arrendasse o espaço. O ganho para a propriedade, para o município e para o meio ambiente é imensamente maior, pois a preservação d'água é premissa básica para a perpetuação de todas as espécies, lembrando que a água produzida em Extrema também abastece o sistema Cantareira em São Paulo. O projeto ainda contempla criação de bacias de contenção nos morros, o que evita erosão e propor-

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Foto: Maria Paula Feichas/CTCSM

Por Elaine Pereira

ciona que a água penetre abastecendo o lençol freático. Hoje, há 170 produtores cadastrados e uma fila de espera de proprietários que querem aderir ao projeto. O Projeto ganhou vários prêmios, inclusive da ONU e é referência para todos gestores municipais que estejam realmente empenhados com a preservação dos manancias e áreas verdes de seus municípios. Vale ressaltar que além deste projeto há também outros implantados na cidade com o objetivo de preservar o meio ambiente. Com a intenção de estimular esta prática nas cidades associadas ao Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas (CTCSM), o presidente da entidade, Zeca Maurício, organizou uma visita técnica à cidade de Extrema para que gestores municipais e associados conhecessem mais de perto o projeto. A comitiva contou com representantes municipais de Piranguinho, Wenceslau Braz, Itajubá, Delfim Moreira, Marmelópolis e da revista Naturale. Quer ser um produtor de água? Estimule seu município a adotar esta prática! Inicie em sua propriedade!

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Certificação Digital, você sabe o que é? O Certificado Digital é um documento eletrônico que contém o nome, um número público exclusivo denominado chave pública e muitos outros dados que mostram quem somos para as pessoas e para os sistemas de informação. A chave pública serve para validar uma assinatura realizada em documentos eletrônicos. Desta forma, há proteção nas transações on-line e na troca virtual de documentos, dados e mensagens, conferindo validade jurídica a tudo que é assinado por seu intermédio. A Certificação Digital instituída pela MP 2.200/2 de 24/08/ 2001 “Institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), transforma o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação em autarquia, e dá outras providências. Art. 1o Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras”. A certificação ICP-Brasil é a ferramenta tecnológica que garante aos documentos em meios eletrônicos os mesmos efeitos legais do documento em papel. Hoje, além do Certificado Digital para pessoa física (e-CPF) e jurídica (e-CNPJ), o sistema também é utilizado para profissionais da saúde (e-CRM), nas carteiras para estudantes e pela OAB. O e-CPF é a versão eletrônica do CPF. Ele permite realizar

operações de pessoa física e, caso o titular represente uma empresa na Receita Federal, também poderá realizar operações em nome dela (pessoa jurídica). É utilizado para o SPED Contábil, SISCOMEX, Conectividade Social. O e-CNPJ é a versão eletrônica do CNPJ da empresa, que permite realizar operações de pessoa jurídica, como transmitir dados e informações à Receita Federal e acessar o Conectividade Social, SPED Fiscal. Você sabe onde é utilizada a Certificação Digital? ªª No Sistema de Saúde, com a Tecnologia de Informação e Comunicação de Saúde (CFM), que fornece Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) e Registro Eletrônico de Saúde (RES). Na atualização de Informações e consulta de dados do paciente é obrigatório o uso da Certificação Digital (e-CRM). As informações apresentadas são seguras e podem ser compartilhadas por outros profissionais. ªª No INSS para os contribuintes solicitarem o auxíliodoença, para afastamentos limitados a 60 dias. Estes são dispensados de realizarem a perícia médica desde que o interessado encaminhe eletronicamente para o INSS o Atestado Médico assinado por Profissional com o Certificado Digital (e-CRM). Se tudo estiver em conformidade, o seguro deverá ser liberado no prazo de 24 horas. ªª No Simples Nacional e no SIMEI todos os atos de exclusão ou inclusão só poderão ser realizados pelas Prefeituras, Estados e pela Receita Federal do Brasil mediante a utilização da Certificação Digital. ªª Carteira Nacional Estudantil – O documento tem certificação digital e só poderá ser emitido pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), pelos diretórios centrais dos estudantes (DCEs) das instituições de ensino superior e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Os beneficiários desse programa são os estudantes regularmente matriculados nos ensinos Infantil, Fundamental, Médio e Técnico, nível Superior e Pós-graduação.

ªªCaixa Econômica Federal exige certificado digital para acesso a Conectividade Social. É por meio desse canal que são enviados o recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e prestação de informações à Previdência Social. ªª Com a assinatura digital, fica dispensado reconhecimento de firma, bastando a comprovação dos poderes de representação legal. Com o objetivo de dar celeridade e segurança aos processos internos ou para prestar informações sensíveis ao cidadão, o Governo Federal brasileiro adotou a certificação em várias iniciativas. Veja alguns exemplos: Programa Universidade para Todos (PROUNI); Sistema Integrado de Informações Previdenciárias (SIPREV); Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), entre outras. Para saber quais outros órgãos utilizam a Certificação Digital acesse www.beneficioscd.com.br.

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É possível ter prosperidade fazendo o que você mais ama Por Mauro Press Maksuri

Provavelmente você já identificou o que mais ama fazer. Ou encontrou até mais necessária para suprirem suas necesside uma atividade. E talvez esteja em dúvida se é possível se dedicar a isto sem ficar dades e realizarem seus sonhos. Estes tutores foram exemplos vivos destes preocupado se conseguirá ou não gerar sua autonomia ou liberdade financeira. É possível que você já tenha desistido de tentar e se adaptou a um trabalho que princípios e os direcionaram ao mesmo não ama (ainda que goste um pouco) em troca de uma (suposta) segurança financeira. nível de realização. É certo que a maioria das pessoas Você já percebeu à sua volta quantos casos semelhantes a este, de adaptação por preguiça, medo, falta de confiança ou dúvida, acabam se materializando recebe desde criança outro tipo de menno que mais estas pessoas temiam? Igualmente passaram dificuldades econômicas. sagem que acaba ficando gravada no Igualmente foram demitidas (inclusive empresários são “demitidos” por seus cola- subconsciente: a de que o mundo é um boradores ou seus clientes) porque entregaram um trabalho medíocre ou não tão lugar de sofrimento; que a vida é injusta; que o trabalho é um fardo, uma obrigaextraordinário quanto o dos concorrentes. ção, um mal necessário; que é preferível Você já investigou os “casos de su"Existem milhares de pessoas ter um salário fixo baixo ou mediano em cesso” no sentido de serem pessoas que que prosperaram fazendo o que troca de segurança; que é bom ter um se dedicaram ao que amam e conseguiamam. A maioria delas precisou salário alto mesmo se você não faz o que ram ser bem sucedidas financeiramente? ama, se não contribui com o mundo, se Que pelo menos geraram o suficiente confrontar e redesenhar suas vira escravo do seu trabalho e acaba para suas necessidades básicas, para increnças e emoções a respeito tendo problemas de saúde ou de relaciovestir em seu desenvolvimento e para ter de si mesmas, do trabalho, do namentos. tempo de qualidade com suas famílias, Mas é possível purificar, limpar a seus amigos e para apoiar a sociedade? dinheiro e do mundo. Precisou mente destas crenças e das emoções neInvestigue e vai se surpreender. Em investir um tempo em se gativas associadas (medo, raiva, tristeza, primeiro lugar, no mundo atual existem experimentar e se conhecer, insegurança, inveja, etc.). milhares de casos de pessoas que prosEntão, vou entregar 4 passos para para saber ao certo quais peraram fazendo o que amam. A maioria você que realmente deseja e está comdelas precisou confrontar e redesenhar eram seus talentos, dons, prometido em conquistar um “trabalho suas crenças e emoções a respeito de virtudes, valores, missão, que ama e lhe dê prosperidade”. Em casi mesmas, do trabalho, do dinheiro e sonho, para então alinhar e da passo ou etapa você vai precisar da do mundo. Precisou investir um tempo orientação de um (ou mais) especialista. em se experimentar e se conhecer, para canalizar tudo isto." 1) Desintoxicação: é a primeira etapa e saber ao certo quais eram seus talentos, dons, virtudes, valores, missão, sonho, consiste em se purificar a nível físico, emocional, mental e espiritual. Você vai precisar do apoio e orientação de terapeutas de vários tipos, em especial dos “integrais” que para então alinhar e canalizar tudo isto. Uma minoria nasceu em “berço de têm a visão ampla e ferramentas que abarcam sua totalidade. E vai precisar muito do ouro”, ou seja, seus pais ou educado- apoio e amizade da natureza, fonte de energia vital e harmonia. res lhes transmitiram desde pequenos a 2) Autodesenvolvimento: é a etapa de se conhecer, descobrir seus valores e princícrença positiva de que nasceram para se- pios, ativar e desenvolver suas fortalezas e neutralizar suas debilidades, descobrir e rem felizes e canalizarem suas fortalezas se comprometer com sua missão e seu sonho mais amado (algo que vá além do seu através do trabalho para contribuirem ego e tenha a nobreza de beneficiar aos demais), investigar no mercado e no mundo com o mundo, em troca da prosperidade as oportunidades para você e planejar como irá se realizar. Também é a etapa de

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desenvolver as atitudes e competências que lhe faltam para triunfar. Você vai precisar do apoio e orientação de coaches, consultores e instrutores. 3) Autorrealização: é a etapa de realizar sua missão e visão, usando ao máximo suas fortalezas e honrando seus valores. Também é a etapa de trabalhar em equipe e parceria com pessoas afins para multiplicar sua capacidade de obter resultados. Sem esta etapa, as anteriores não valerão de nada. Aqui você vai materializar o que já é real em sua mente e espírito. Vai precisar do apoio e orientação de um coach e de um mentor. 4) Ensinar: é a etapa de passar adiante o que você aprendeu por experiência própria. Apoiar e orientar a outros que estão buscando o mesmo que você buscou e encontrou. Tornar-se coach, consultor, instrutor e/ou mentor. Nesta etapa é quando você mais vai aprender, e vai sentir a maior felicidade de fazer outros felizes. Vai obter ainda mais prosperidade ao ensinar outros a serem prósperos. Você vai precisar do apoio e orientação de um mentor de mentores. Uma das partes mais importantes de todo este processo é descobrir, ativar e desenvolver seus talentos, porque como diz meu mentor Suryavan Solar, fundador de Condor Blanco Internacional, “seus talentos são seu maior tesouro e custodiam seu poder pessoal”. A combinação de seus talentos indicam claramente em que tipo de atividades profissionais você mais pode se destacar e contribuir. É possível (e necessário) mapear a “configuração” de cada talento, ou seja, em que condições produz um desempenho melhor (lugar, ferramentas, pessoas, horário, temas etc.). Se você fizesse uma lista de todas as atividades que já realizou em sua vida, tanto no campo profissional quanto fora dele, e marcasse com uma cor diferente aquelas que amou fazer... que % teriam? E se marcasse as atividades em que teve naturalmente um ótimo desempenho e resultados? Que % teriam as atividades onde estivessem unidos “amor ao que faz” e “desempenho naturalmente fora do comum”? Pois estas atividades seriam os campos dos seus talentos, onde mais pode crescer, contribuir, ganhar dinheiro e ser feliz. Então afirmo que é possível ser próspero fazendo o que você ama e deixando sua marca brilhante no mundo, seu legado. Há certamente um trabalho interno e externo a fazer, o qual dá o sabor da conquista. Anime-se, faça um plano de ação para seu desenvolvimento integral e busque quem possa lhe apoiar a realizá-lo. Faça o seu coração cantar! Faça outros corações cantarem! Ser feliz é o que importa, e o que diferencia a felicidade de um prazer ou satisfação passageira é que a felicidade vem do autoconhecimento e autodesenvolvimento e passa pela compaixão e generosidade. Dr. Mauro Press Maksuri, Médico Homeopata, pós-graduado em Psicologia Junguiana, Diretor da Talt Coaching Treinamentos e da Academia de Talentos Condor Blanco. Autor do livro "A Era dos Talentos". (contato@talentoscb.com)

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A saúde começa pela boca, Sorriso bonito e Coração saudável Os cuidados com a higiene bucal vão muito além de um belo sorriso e de um hálito fresco. Muitos não sabem, mas hoje temos várias pesquisas que mostram a ligação de uma má higiene bucal com doenças do coração. Pela Dra. Gracia Costa Lopes

De acordo com a American Dental Association (ADA), problemas bucais, como doença crônica gengival (gengivite e periodontite), podem acarretar inclusive males no coração e nos pulmões. Diversas doenças sistêmicas – aquelas que eventualmente afetam todo o organismo – podem ter origem em infecções orais. “Um exemplo é a arritmia e a endocardite bacteriana, infecção grave das válvulascardíacas ou das superfícies do coração, cuja bactéria causadora do problema pode ser proveniente de falta de cuidados com a higiene oral, como não escovar os dentes, e de doenças bucais existentes”. O Instituto do Coração (Incor) realizou uma pesquisa em São Paulo e constatou que 45% das doenças cardíacas tinham origem na cavidade bucal, devido a cáries profundas e doenças gengivais. As bactérias como as da bolsa periodontal migram por bacteremia, ou seja, entram na corrente sanguínea através da boca e vão para o coração e lá se alojam. Entre os problemas bucais mais comuns na população brasileira está a gengivite, que, quando não tratada, pode evoluir para a periodontite. Conforme a Associação Brasileira de Odontologia, menos de 22% de adultos e 8% dos idosos têm as gengivas totalmente saudáveis. As complicações surgem quando a placa bacteriana não é removida e, assim, inicia-se a inflamação da gengiva. Suas características mais conhecidas são a vermelhidão, inchaço e o sangramento. Para manter uma boca saudável é necessário escovar bem os dentes no mínimo três vezes ao dia, principalmente após as principais refeições, fazer uso do fio dental e quando indicado, de enxaguatórios bucais. Também é fundamental ir regularmente ao dentista. As visitas periódicas são importantes para todos, principalmente para cardiopatas, diabéticos, hipertensos e imunossuprimidos. Dra. Gracia Costa Lopes, Especialista em DTM e Dor Orofacial, Especialista e Doutoranda em Ortondontia.

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