Naturale 2a edição

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Jair Antonio

Carta ao leitor Antes de mais nada gostaria de agradecer a todos os parceiros, amigos e leitores pela grande repercussão e acolhimento que Naturale teve em sua primeira edição. Agradecemos o carinho, o incentivo e todas as cartas, e-mails e telefonemas que recebemos, além da ampliação de nossa distribuição. A revista impressa e a versão eletrônica alçaram voos bem mais longínquos do que o previsto para nossa região. Naturale chegou a quase todas as capitais do país, além do Distrito Federal e de várias cidades do interior, e foi enviada também para sete países: Itália, Alemanha, França, Jordânia, Estados Unidos, Senegal e Argentina. Isso nos mostra o interesse que se tem por informações de nossa região e como um veículo sério de comunicação pode difundir o que temos de riquezas, sejam elas ambientais, educacionais, intelectuais, culturais, turísticas e de pesquisa, além de promover todas as empresas parceiras e coligadas com os propósitos de Naturale. Especial agradecimento a toda equipe e todos os nossos colaboradores que enriquecem Naturale com seus artigos, textos, fotos, e a nossos parceiros, que além de divulgarem suas empresas, investem na promoção de toda uma conscientização e informação que Naturale leva a seus leitores de maneira gratuita. Nesta segunda edição a distribuição será ampliada, Naturale estará também em salas vips dos Aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Vira Copos (Campinas), além de alguns helipontos particulares espalhados pelo país, graças a uma nova parceira. Deixamos o convite a você para ser nosso parceiro, pois a presença de sua empresa, instituição, poder público ou privado na revista será muito importante para sua marca e para a ampliação da Naturale, que teve em sua primeira edição a felicidade de alçar um lindo voo, o qual pretendemos ampliar. Abordaremos nesta segunda edição, entre outros temas, a sustentabilidade e as certificações. O “Espaço do leitor” abre caminho para que nossos leitores possam partilhar seus pensamentos, e com o poema do presidente da Accademia Internazionale Il Convívio, de Castiglione di Sicilia – Itália, iniciamos um intercâmbio que traz à Naturale pessoas coligadas com seu propósito, independente de seu local de origem. Desejamos a todos uma ótima leitura! Elaine Pereira

2 Lançamento Naturale / Espaço do leitor 3 Ações que fazem a diferença 4 Transição ao baixo carbono 6 Da maneira certa 8 Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal 9 Madeira Certificada? 10 Consumo responsável e economia ambiental 12 O modelo ISO 9001:2008 14 Sustentabilidade: fale menos, faça mais! 15 Educação à altura 16 Norma OHSAS 18.001 18 O que é saúde ocupacional / Câncer de próstata 20 Um sorriso com cuidado especial 22 Hummm.... o friozinho vem chegando... 24 Unifei faz teste de centrífuga para tratamento

de água e óleo

26 Em sintonia com a natureza 28 Terra nossa de cada dia

expediente Editora: Elaine Cristina Pereira Jornalistas: Claiton Cesar (Mtb 40.981-SP) e Eduardo Silva (Mtb 17.721-SP) Revisão: Claiton Cesar Colaboradores: Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende, Dr. Arlei Xavier, Carlos Eduardo Sanches da Silva, Célio Gentil, Conrado Navarro, Dra. Gracia Costa Lopes, Gustavo A. Santana de Sá, Héctor Gustavo Arango, Luiz Otávio Coutinho, Maria de Lourdes M. Gonçalves, Mateus V. Storino e Dr. Ricardo Ciancio Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira Fotos: Geraldo Gomes (35) 9837-7810 e Jair Antonio (35) 9940-0223 Vendas: Claiton César e Elaine C. Pereira Tiragem: 2.000 impressos mais mídia eletrônica (aprox.10 mil contatos) Impressão: Novo Mundo Gráfica e Editora Distribuição Gratuita Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos. Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem. Contate-nos: (35) 3622-7406/9982-1806/8875-1975 e-mail: revistanaturale@diagrarte.com.br


Lançamento da revista Naturale tem grande repercussão Um sucesso. Assim pode ser descrito o lançamento da revista Naturale, que aconteceu no dia 25 de março, durante as comemorações dos 45 anos da FACESM – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas, em Itajubá (MG). O evento aconteceu nas dependências da faculdade e reuniu autoridades regionais, imprensa, empresários, terceiro setor, comunidade acadêmica e membros da sociedade local.

Jornalista Claiton Cesar e a editora Elaine Pereira apresentam a revista Naturale

Fotos: Michele Diaz

Durante a apresentação, a editora de Naturale, Elaine Pereira, e o jornalista Claiton Cesar destacaram um dos principais objetivos da revista, que é informar as ações e projetos desenvolvidos em prol da defesa do meio ambiente no Sul de Minas e Vale do Paraíba. “Naturale se propõe a ser um veículo de comunicação das empresas, instituições de ensino e pesquisa, do terceiro setor, poder público e de membros da sociedade para que informações de projetos e ações desenvolvidos na região cheguem a um maior número de pessoas e possam assim proporcionar maior integração e parcerias.”, explicou Elaine.

Auditório da FACESM

Claiton Cesar salientou a importância da revista em revelar o que a região tem de melhor em belezas naturais e seu elevado potencial turístico, que devem ser preservados. “Muitas vezes esquecemos que somos privilegiados em viver em um lugar belíssimo, com uma natureza exuberante, e não nos damos conta da

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Claiton Cesar, Elaine Pereira, Edméia Guimarães (Secretária de Educação de Delfim Moreira) e o Prof. Dr. Héctor Arango (Diretor Geral da FACESM)

responsabilidade em cuidar dele. Naturale nos faz lembrar dessa importância não somente ao mostrar essa beleza, mas trazendo informações úteis que nos levem a este senso de preservação”, concluiu. Além de meio ambiente, Naturale também trata de diversos assuntos nas áreas de turismo, saúde, educação e cultura, com articulistas de renome. Durante o evento todos os convidados foram presenteados com um exemplar de Naturale, que repercutiu positivamente. “Parabéns a equipe de Naturale, pois a revista está belíssima, e mostra que será um diferencial em nossa região”, apontou José Mauro Ferraz, professor da FACESM. “A equipe de Naturale está de parabéns, pois produziu uma revista de grande qualidade. Desejo êxito a este novo empreendimento”, disse o diretor geral da FACESM, Professor Dr. Héctor Arango. “Não tenho dúvidas que Naturale já é um sucesso, um trabalho belíssimo e bem desenvolvido, que só vem a enriquecer a mídia de Itajubá e região. Parabéns a toda a equipe da revista”, declarou Otávio Scofano, diretor do site Conexão Itajubá. Naturale também foi assunto na mídia, com notícias na Rádio Jovem FM, Jornal Itajubá Notícias, Canal 20, Conexão Itajubá e Informativo da Academia Itajubense de Letras. Com distribuição gratuita por meio impresso e eletrônico, Naturale ultrapassou os limites da região e chegou a várias cidades e capitais do país, além de ter seguido também para sete países, o que reflete a importância de um veículo com informações da região. Confira mais depoimentos na seção Carta do Leitor.

Naturale

Espaço do leitor Caro leitor, a partir deste número a Naturale abre espaço para sua participação, é só nos enviar um e-mail revistanaturale@diagrarte.com.br. Prezada Editora Elaine Cristina Pereira Saudações Quando percebemos que nova folha surge no espaço literário de nossa cidade, agradecemos à editora e aos componentes da equipe que a forma. Ao nascer Naturale, apoiada no magnífico conteúdo de Março/Abril, 1ª Edição - Ano1, quero desejar-lhe sucesso e externalhe minha admiração pela árdua realização. Naturale ressalta a beleza das “Montanhas de Minas” onde o turismo, a ecologia, a educação, a saúde, a cultura e a história dos municípios mineiros são os alvos principais. Parabéns aos colaboradores, articulistas, cronistas e fotógrafos, pelo brilho das matérias reunidas nas páginas de excelente leitura: – Um roteiro visual para deleite do leitor atento. Que os 2.000 exemplares iniciais se multipliquem, na objetividade de suas mensagens e beleza de sua composição gráfica. Meus parabéns, extensivos a equipe! Terezinha Ofélia Nascimento Rennó Presidente da Academia Itajubense de Letras Para a revista Naturale Nesta manhã de sol, recebo: – “Naturale” começando pela foto da capa com a imponente Serra da Mantiqueira, orgulho de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, monumento perene da natureza, também recheada de bons artigos. Seu número 1, recebe cumprimentos à editora Elaine Cristina Pereira, com temas atualizados. Abraço fraterno. Jorge Fregadolli, Editor da Revista TRADIÇÃO. Maringá/Paraná Olá, amiga Elaine! Parabéns a vc e a todos que estão à frente desse maravilhoso trabalho. Saiba que além da Itália, estou encaminhando a revista para a Embaixada do Brasil em Paris e na Jordânia, onde tenho amigos. Também mandarei para Alemanha e USA, além de todos os meus cadastrados. Cordialmente, Gilberto Quadros, Vitória/ES Prezo amigo Claiton, é com grande prazer, que venho cumprimentá-lo, pelo brilhante trabalho feito em prol da imprensa de nossa cidade, com o lançamento da revista “Naturale”. Um trabalho de profissionais, voltado para a nossa realidade ambiental. Desejamos uma longa vida para a revista que sem dúvida vai sempre divulgar as belezas da nossa Mantiqueira. Geraldo José Canha Ex-vereador de Itajubá/MG maio/junho - 2010


Espaço do leitor

Ações que fazem a diferença Por Elaine Pereira

Gentile direttrice, Invio su inviato di Maria de Lourdes Maia Gonçalves una poesia che ha come tema l’ambiente e l’aberrazione della scienza di cui l’uomo ne fa un abuso, per la rivista. Cordiali saluti. Louise Brown Homo abilis, foemina abilis, uomo-donna indissolubile binomio duniversale esistenza umana, animale o vegetale. Gameti maschili, gameti femminili: yoni e linga, polline, sperma, fecondazione: elementi dun miscuglio che Natura-Dio capovolge, unisce, separa. LUomo-Dio genera ora in provette miracolose. Il frutto che vedi è una mela non raccolta da Eva né mangiata dAdamo, ma il Dottor Edwards ha messo in provetta semi di uomo e semi di donna (ovuli-sperma), et voila! la vita, magico mistero. Nome finto. Futuribile aspirazione dumanità per evitare la traumatica fatica del nascere. Sconfiggere Eva che partorisce la Morte, abbattere il sudore dAdamo. Louise Brown: figlia di nessuno, figlia di tutti. Brutte risonanze di sillabe. Meglio nomi matematici, geometrici, algebrici, alfabetici, logaritmici, equazionali, esponenziali: Bx, Zeta Ypsilon, A²C, Sen x, calcoli triangolari. Non più persona, non più spirito o senso: Superuomo, Superdonna: determinazione del sesso, dellintelligenza, dei caratteri genetici, futuro previsto in provetta e alterato da cellule clonate. Perfezione assoluta, ma senza umanità, senza persona, senza storia, senza passato, senza futuro. Solo presente. È questa la felicità promessa allhomo intelligens? Un attimo di pausa. Luomo vincitore può risultarne sconfitto. Angelo Manitta Accademia Internazionale Il Convívio Castiglione di Sicilia - Itália Veja a tradução ao lado

98,7 Mhz

Já dizia o ditado: “a união faz a força”, e que na prática temos visto render bons frutos. É o caso do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo GT Sapucaí (Grupo de Trabalho do Sapucaí) uma rede de entidades ambientalistas da bacia do Sapucaí que se reúne com frequência buscando soluções para as questões ambientais de nossa região. Em seu último encontro, foi proposto um estudo sobre quais os municípios de nossa região que possuem uma lei ambiental, o que rege esta lei municipal e em quais cidades ela é aplicada. Este estudo vai gerar uma “carta de intenções” para as autoridades locais para que a lei seja revista, aplicada ou implantada, a depender do caso, e para que possa ter uma melhor aplicação e fiscalização nos municípios. O trabalho conjunto com o poder público visa melhorar a preservação e qualidade de vida na região. A boa notícia é que a FACESM (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas) está lançando o MBA em Gestão de Organizações Sustentáveis, o que traz a oportunidade tanto para o poder público, privado e terceiro setor aprimorarem seus conhecimentos. A FACESM, em parceria com o Gru-

po GAMA e a revista Naturale, promove um seminário sobre Responsabilidade Social e Empresarial e renúncia fiscal, onde o GT Sapucaí irá propor a carta de intenções a ser entregue às autoridades locais. Vemos agora uma ampliação do GT Sapucaí, pois ter uma instituição de ensino ligada a questões de interesse da sociedade é, não só, um enriquecimento, como também o fortalecimento para boas propostas de desenvolvimento.

Louise Brown

Louise Brown: filha de ninguém, filha de todos. Feias ressonâncias de sílabas. Melhor nomes matemáticos,

Homo-abiblis, Femmina-abilis Homem-mulher indissolúvel binomio de universal existencia humana, animal ou vegetal. Gametas masculinos, gametas femininos: Yoni e Linga, pólen, esperma, fecundação: elementos de uma mistura que a Natureza-Deus envolve, une, separa. O homem-Deus gera em provetas milagrosas. O fruto que vê é uma maçã não selecionada por Eva nem comida por Adão, mas o Doutor Edwards colocou em proveta semente de homem e semente de mulher (óvulos-esperma). et voila! A vida, mágico mistério. Nome falso. Aspiração futurista da humanidade para evitar o cansaço traumático de nascer. Supera Eva que pari.

geométricos, álgebros, alfabéticos, logaritmos, equações, exponenciais: Bx, Zeta, Ypsilon, A2C, Sen X, cálculos triangulares. Não mais pessoa, não mais espírito ou sentido Super-homem. Super-mulher: determinação do sexo, da inteligencia, das características genéticas, futuro previsto em proveta e alterado de células clonadas. Perfeição absoluta, mas sem humanidade, sem pessoa, sem história, sem passado, sem futuro. Apenas presente. É essa a felicidade prometida ao homo intelligens? Um momento de pausa. O homem vencedor pode acabar perdedor.

A morte, abate o suor de Adão.

A rádio do jeito que você gosta!

Traduzido por Anna Beatriz Burza Maia Médica Pediatria. Milão - Itália

(35) 3622-4649

Sempre levando até você notícias relevantes e músicas de qualidade. www.jovemfm.com.br (programação ao vivo pela internet e atualização diária de notícias) e-mail: jovemfm@jovemfm.com.br maio/junho - 2010

Naturale

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Transição ao Baixo Carbono: “sequestrando algumas informações” Por Gustavo A. Santana de Sá

• Protocolo de Kyoto: com início das negociações em 1997, na cidade de Kyoto, no Japão, o protocolo foi ratificado dois anos mais tarde, em 1999. Como as articulações para adesão deveriam conduzir a um número mínimo de países, foi somente no ano de 2005 que o protocolo entrou em vigor.

É bom destacar que este fato histórico, assim como outros, surgiu de iniciativas que tiveram início em meados dos anos 70, em pesquisas e discussões por razões que vão desde a segurança energética até as questões ambientais, cuja força e evolução são cada vez mais presentes no cotidiano. • Acordos do protocolo: os países que aderiram ao protocolo foram divididos em grupos, de acordo com critérios que visam à redução gradativa nas emissões de gases do efeito estufa (GEE´s), onde a situação e perspectiva econômica tiveram papel chave. O Brasil, assim como a Argentina, o México e a Índia, não tiveram, momentaneamente, metas para redução de emissões, podendo abrigar projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). A partir daí, países signatários do protocolo desenvolveram ou propuseram métodos que envolviam a redução nas emissões de carbono ou projetos que visavam à estocagem de carbono, gerando assim o termo sequestro de carbono (medido em Toneladas de Carbono Equivalente - t CO2 eq.). De forma a reduzir o nível de CO2 na atmos-

Foto: Geraldo Gomes

Enquanto participamos da elaboração e aguardamos o lançamento da Norma Internacional de Responsabilidade Social ISO 26.000, cuja previsão é dezembro de 2010, aproveitamos para refletir sobre as questões econômicas, ambientais e sociais, bem como atentarmos para a relação entre elas. Dessa forma, teremos a chance de relacionar as atividades de responsabilidade socioambiental desenvolvidas na atualidade com a questão do sequestro de carbono, na busca pelo cumprimento das legislações vigentes e obtenção de certificações, abrindo novos mercados e possibilidades de negócios. Mas afinal, o que é o sequestro de carbono e qual o foco de sua aplicação? Para responder esta questão, temos que refletir sobre alguns acontecimentos que nos trazem ao tema:


fera, tais países desenvolvem teses e propõem modelos de sequestro de carbono como, por exemplo, através da vegetação. Daí a corrida desenfreada pelos plantios de árvores, muitos deles divulgados pela mídia, cuja proposta ressalta-se saudável, porém em sua maioria equivocados e com foco puramente ilustrativo. Estas atividades criam situações onde não somente os consumidores recebem informações inconsistentes, mas também dão margem para que o setor comercial e industrial sejam alvos de especulação e manobra por oportunistas ou pessoas desinformadas, visando lucro pessoal. Em contraponto ao mercado de carbono obrigatório, temos o mercado voluntário, cuja gestão é marcada por normas menos rígidas, principalmente quando comparadas às normas passíveis de auditoria. Tal mercado voluntário funciona como uma estratégia corporativa em busca de novas vantagens competitivas, com manutenção da imagem de um empreendimento perante o mercado, seus parceiros e colaboradores. Afinal, como proceder para que as atividades sociais e ambientais ligadas ao Protocolo de Kioto, o qual tem o ano de 2012 como referência no balanço das reduções propostas, sejam cumpridas pelo setor Público, Privado e pelo Terceiro Setor? Um bom exemplo foi dado através do poder Legislativo de Minas Gerais, conforme entrevista publicada na edição n° 29 da revista PCH Notícias (2006), onde um representante da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais noticiava a criação de uma Comissão Especial para discutir a questão do Protocolo de Kyoto. Em data mais recente, precisamente no mês de dezembro de 2009, enquanto os brasileiros já preparavam suas roupas brancas e voltavam suas atenções para a chegada do bom velhinho, entravam em vigor: a Lei Federal nº 12.187/09 – Plano Nacional de Mudanças Climáticas e a Lei Federal maio/junho - 2010

nº 12.114/09 – Fundo Nacional de Mudanças Climáticas. Sendo considerado por especialistas como o quarto colocado no ranking de emissões de dióxido de carbono, talvez por este mesmo motivo o Brasil posiciona-se com liderança e propósitos inovadores no contexto internacional do mercado de créditos de carbono. Assim sendo, as Leis Federais relacionadas com as mudanças do clima devem ser encaradas como ferramentas poderosas para a maximização de trabalhos que conduzam o tripé sócio-econômico-ambiental “mercado afora”. Os processos de neutralização e compensação ambiental devem ser encarados como atividades extremas de uma cadeia de processos, onde as tomadas de decisão devem considerar uma seqüência lógica: EVITAR / REDUZIR / SUBSTITUIR / COMPENSAR. Na dinâmica dos projetos de neutralização de carbono (sequestro), através de programas de compensação ambiental,

Quem pode neutralizar através de plantios?

empreendimentos do setor comercial, industrial e autarquias do poder público podem seguir alguns passos básicos, conforme o quadro resumo abaixo*. Uma opção de atividade que o setor comercial ou industrial pode desenvolver é a neutralização de carbono através de projetos que envolvam a comunidade, representada por entidades do Terceiro Setor devidamente qualificadas e com interfaces com o setor acadêmico (Pesquisa & Desenvolvimento). As entidades poderão, por exemplo, dar suporte na implementação de projetos de compensação ambiental através de plantios de árvores coordenados e registrados, bem como no combate ao desmatamento. Percorrendo um caminho de registros e legalidade, com parcerias consistentes e pró-ativas nos projetos de compensação, o empreendimento poderá neutralizar emissões de carbono, utilizando-se de mecanismos de incentivo e renúncia fiscal, gerando ativos em seu balanço social e ambiental – BSA.

Passos para desenvolver a neutralização

1. Elaboração de inventário de emissões; Indústrias Comércios Autarquias do poder público

2. Determinar estratégias de trabalho e parcerias; 3. Implementar projeto de neutralização adequado; 4. Acompanhar e promover melhorias contínuas.

Contrapartida do investimento em projetos de neutralização Cumprimento de legislações; Possibilidade de certificações; Interface com a comunidade; Utilização de renúncia fiscal; Ativos no balanço social; Maximização de resultados; Posicionamento favorável no mercado.

Gustavo A. Santana de Sá, Engenheiro Ambiental Presidente do Conselho de Administração do GAMA

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Da maneira certa Trabalho de demarcação de terras traz esperança aos pequenos produtores rurais afetados pela proposta do Parque Nacional Altos da Mantiqueira Por Claiton Cesar

No bojo da discussão em torno da criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira – o qual tem se revestido de polêmica – está a definição do perímetro da área que está sendo desenhado a fim de estabelecer os limites do parque. A fim de garantir menor impacto socioeconômico aos municípios, especialmente no que se refere aos pequenos proprietários rurais, foi criado em março um grupo de trabalho chamado o GT Mantiqueira. Fazem parte deste grupo representantes e técnicos das prefeituras dos municípios afetados pela proposta, sindicatos rurais, ONGs, proprietários rurais e consultores contratados. O objetivo do GT é avaliar o projeto e elaborar uma contra-proposta

de demarcação da área. Para isto, tem sido feito um trabalho de levantamento junto aos proprietários rurais em parceria com as prefeituras. É o caso de Marmelópolis (MG), que através da iniciativa do prefeito José Valmir Alves, tem-se obtido informações a fim de redesenhar a proposta, retirando as áreas produtivas de dentro dos limites do parque. O mesmo trabalho foi feito em Guaratinguetá (SP) e em outros municípios empreendido por lideranças comunitárias. O Instituto Oikos de Agroecologia, com sede em Lorena (SP), reuniu estas e outras informações, referentes a estudos e documentos técnicos colhidos nos últimos três anos, apresentandoas em uma reunião do GT Mantiqueira

em 30 de março deste ano, refutando os argumentos contrários a criação do parque. O instituto é o responsável técnico pela estruturação do projeto e uma das 29 organizações que apoiam o ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – idealizadora do parque. Críticas permanecem – Mesmo com as justificativas positivas à criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira por parte dos órgãos governamentais, vários prefeitos e proprietários de terra ainda são contra à sua instalação. E isso ficou claro na última audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada no dia 15/04 em Passa Quatro (MG).

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É notícia

Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal Foi publicado no Diário Oficial da União em maio de 2010, Decreto nº 7167, que regulamenta o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF). O Serviço Florestal Brasileiro será o gestor do Fundo, que tem como fonte principal de recursos os valores pagos à União pelas concessões florestais. “O FNDF é um instrumento específico para a promoção do setor florestal a partir de prioridades sintonizadas com as políticas públicas e estratégias do Governo, e demandas identificadas pela sociedade”, afirma o gerente de Fomento do Serviço Florestal, Marco Conde. O orçamento inicial do Fundo é de R$ 1 milhão, valor que aumentará com a ampliação das áreas sob concessão. Estima-se que até 2015 o FNDF opere R$ 15 milhões por ano. O Fundo foi criado pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06).

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representantes dos governos federal, estadual e municipal, e de representantes do setor empresarial e da sociedade civil, envolvendo movimentos sociais, organizações ambientalistas e comunidades tradicionais. “A regulamentação do FNDF permitirá ao Serviço Florestal Brasileiro cumprir com o seu papel de órgão de fomento ao desenvolvimento florestal sustentável, com transparência e efetivo controle social”, afirma o gerente de Planejamento Florestal Marcus V. Alves. Os recursos do FNDF – que também podem vir de doações nacionais e internacionais – serão destinados somente a projetos de órgãos e entidades públicas ou de entidades privadas sem fins lucrativos. Sua operação se dará por meio de convênios, além da contratação direta para fornecimento de bens e serviços. (Fonte: MMA)

Da maneira certa

Os participantes criticaram duramente a proposta, considerada autoritária e sem a devida escuta à sociedade. A maior preocupação é quanto aos produtores rurais, que podem ter suas terras desapropriadas, ficando à mercê dos processos de indenização. Vários prefeitos criticaram a forma como o projeto de criação do parque foi conduzido e querem a suspensão da proposta. O deputado Dalmo Ribeiro (PSDBMG) propôs a criação de uma comissão especial da Serra da Mantiqueira. Ficou acertado também um prazo de 70 dias para que propostas de demarcação do perímetro do parque fossem apresentadas antes da assinatura do decreto pelo Presidente da República para sua implantação. Alguns apostam no adiamento da assinatura deste decreto para depois das eleições, e um pedido formal deverá ser feito para que este decreto seja transferido para o início de 2011.

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Os recursos financiarão projetos em oito áreas principais, como pesquisa e desenvolvimento tecnológico em manejo florestal, assistência técnica e extensão florestal, recuperação de áreas degradadas com espécies nativas e aproveitamento econômico racional e sustentável dos recursos florestais. Também serão atendidos projetos em controle e monitoramento das atividades florestais e desmatamentos, capacitação em manejo florestal, educação ambiental, além de proteção ao meio ambiente e conservação dos recursos naturais. Transparência – O FNDF contará com um Conselho Consultivo com a função de opinar sobre a distribuição dos recursos e avaliar sua aplicação, que será orientada por um Plano Anual de Aplicação Regionalizada elaborado pelo Serviço Florestal. O Conselho será formado por

De acordo com o Instituto Oikos, as críticas sobre a criação do parque não são fundamentadas. O instituto as rebateu através de um comunicado de esclarecimento publicado em seu site. “Até aqui só ocorreram discursos inflamados e com viés estritamente político, somados a acusações sem provas e tentativas de invalidar o processo, ou de postergá-lo ad infinitum. Nenhuma informação trazida pelas prefeituras até o momento estão embasadas em fatos, em documentos ou em dados que os comprovem e justifiquem as reações contrárias à proposta. Não será mediante a tentativa de descaracterizar e desqualificar as legítimas iniciativas de proprietários e comunidades, que estão propondo ao ICMBio novos limites para o parque, que o processo participativo se concretizará”, diz o comunicado. Em entrevista à Naturale, o pre-

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feito de Marmelópolis, José Valmir Alves, que tem feito trabalho de demarcação junto aos produtores rurais e em parceria com o próprio Instituto Oikos, declarou que não é contra a preservação, mas acredita que a retirada das famílias da área rural irá gerar um impacto social. “A cidade não possui habitação nem empregos disponíveis para eles e, até que sejam indenizados ou contratados para trabalharem no parque, isto gerará um problema social. Como professor e prefeito, sou a favor da preservação do meio ambiente com o homem permanecendo no campo, sem o êxodo rural”, defende. Com relação ao turismo, Valmir diz que Marmelópolis já tem sua área 100% dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) da Mantiqueira e não vê aumento no turismo com a criação do parque por já estar numa área de preservação. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa - MG)

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GRUPO EXCURSIONISTA PEDRA BRANCA PEDRALVA — SUL DE MINAS

GEPB Geraldo Gomes

Exemplo de sustentabilidade e cidadania

Madeira certificada? Por Mateus Vieira Storino

Atualmente, diante de tantos problemas ambientais, todos já ouviram sobre o assunto “madeira certificada”. No entanto, o conceito ainda é confuso para o consumidor e até para o próprio agente de decisão política. Aparentemente, para um consumidor nada diferencia uma madeira certificada de uma não certificada, então qual é a diferença? A diferença está na sua origem. A certificação garante que a madeira foi extraída através de um plano de manejo sustentável, ou seja, a exploração foi feita visando o mínimo de impacto ambiental para a floresta. No plano de manejo se decide, por exemplo, as espécies a serem extraídas, quais árvores serão derrubadas e quais serão preservadas para garantir a regeneração natural da floresta, assim como técnicas usadas para derrubar e arrastar a árvore, para não matar outras árvores menores nas proximidades. Essa certificação é dada através de um selo verde chamado FSC (Forest Stewardship Council), ou Conselho de

Selo FSC maio/junho - 2010

Manejo Florestal, em português. O FSC atua de três maneiras: desenvolve os princípios e critérios (universais) para certificação; credencia organizações certificadoras especializadas e independentes; e apóia o desenvolvimento de padrões nacionais e regionais de manejo florestal, que servem para detalhar a aplicação dos princípios e critérios, adaptando-os à realidade de um determinado tipo de floresta. O FSC é o selo verde mais conhecido no mundo, no Brasil ele foi criado em 2001, e compete ao Conselho Brasileiro de Manejo Florestal a sua emissão. Muitas empresas hoje em dia exigem o selo verde de seus clientes; por exemplo, para exportar uma madeira é necessário que a mesma seja certificada. Quando se identifica o selo FSC no produto, sabese que a floresta da qual ele é oriundo está sendo explorada de acordo com todas as leis vigentes e de forma correta do ponto de vista ecológico, social e econômico. Isso diferencia o produto de outros similares e agrega valor. Por fim, entendemos que compete ao IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) fiscalizar e exigir que madeireiras possuam o selo verde, mas nós como cidadãos conscientes, devemos ser os maiores fiscalizadores da natureza, sempre exigindo produtos certificados. Mateus Vieira Storino Engenheiro Ambiental

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O Grupo Excursionista Pedra Branca (GEPB) é uma associação sem fins lucrativos criada no ano de 1995, na cidade de Pedralva/MG, para promover o montanhismo e excursionismo na região. Como sempre realizaram atividades ligadas à natureza, os integrantes do GEPB começaram a demonstrar interesse pelas questões ambientais. E foi aí que o Grupo se lançou na luta pela preservação ambiental, em especial na Serra da Pedra Branca, onde participou do Projeto Adote uma Montanha, iniciativa da Federação de Escalada e Montanhismo de Minas Gerais (FEMEMG), denunciou o caso da pedra que foi rolada no Camelinho II, fixou placas de educação ambiental e plantou mudas de espécies nativas da nossa flora junto com alunos da Escola Estadual Comendador Mário Goulart Santiago. E na pedra do Pedrão, onde lutou judicialmente contra a extração de rocha. O GEPB também realizou várias palestras de educação ambiental, principalmente em escolas públicas, e pesquisas científicas. Em 1996, o GEPB foi reconhecido como de Utilidade Pública Municipal pela Câmara de Vereadores de Pedralva, Lei Municipal 1.041. Em 2010, o GEPB pretende, ao longo do ano, conhecer melhor a comunidade e a partir daí planejar suas ações futuras. Atividades de criação de unidades de conservação, projetos de recuperação de áreas degradadas, parcerias na criação de eventos ecologicamente responsáveis (PEDROCK, em processo de certificação), arborização urbana e projetos de educação ambiental são algumas das pautas que atualmente estão sendo trabalhadas pelo GEPB. Blog: www.grupoexcursionistapedrabranca. blogspot.com GEPB: gepedrabranca@gmail.com Esta coluna é patrocinada por:

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Consumo responsável e economia ambiental Prof. Dr. Héctor Gustavo Arango A sociedade capitalista pós-industrial criou um modelo de comportamento baseado no consumismo. Na verdade, este comportamento é o que corresponde às necessidades de um modelo de economia baseado exclusivamente na busca do retorno máximo possível dos investimentos. Nesta linha de raciocínio, quanto maior a taxa de retorno do capital destinado pelos investidores ao processo produtivo, melhor para estes, que estarão dispostos então a aumentar o seu investimento nesse tipo de negócio, gerando mais produção, mais retornos, mais empregos, mais produtos. Também estará diminuindo os preços em função da redução dos custos decorrentes da economia de escala e, ainda, gerando mais impostos, beneficiando, desta forma, o conjunto da sociedade. Naturalmente, para que toda esta engrenagem funcione adequadamente, é fundamental a participação do consumidor. Afinal, é exatamente ele quem deverá alimentar o ciclo de consumo. Neste sentido, este modelo cria um paradigma de que o consumo está associado à felicidade ou ao bem estar das pessoas. Assim, quanto mais consumo, maior o bem-estar do indivíduo. Os argumentos para sustentar o consumismo não possuem muitos escrúpulos. Uma das maneiras de sen-

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sibilizar os consumidores de que devem comprar tudo aquilo que é colocado no mercado utiliza comparações entre o bem estar que os indivíduos proporcionam ou não às suas famílias. Em se tratando de pessoas boas, bem intencionadas e amorosas, este tipo de estratégia constitui uma armadilha da qual a maioria das famílias não consegue escapar.

A questão do modelo atual de consumo vem sendo revista e repensada por vários setores ligados ao que se denomina desenvolvimento sustentável, um conceito originário da Economia Ambiental.

Obviamente, conceito do bem estar em função do consumismo está equivocado, mas uma boa parte da humanidade age até hoje como se isso ainda fosse à máxima das verdades. Desvincular a felicidade da posse material parece um exercício de filosofia, sem a menor conexão com a realidade ou a vida prática. Mas não é somente o artifício do consumismo que parece estar sendo percebido como equivocado por uma

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parte da sociedade. O próprio modelo econômico que o produziu também dá mostras de esgotamento. Assim, a questão do modelo atual de consumo vem sendo revista e repensada por vários setores ligados ao que se denomina desenvolvimento sustentável, um conceito originário da Economia Ambiental. A mudança de paradigma está relacionada com a percepção de que o consumo de determinado bem, implica em uma série de conseqüências que estão além do tempo e do espaço da compra do mesmo. De fato, a cadeia produtiva acionada para atender o produto ou o bem demandado em determinado instante, possui um impacto ambiental antes, durante e depois da sua aquisição, bem como afeta outros locais além daquele onde é consumido. Considere senão o impacto do consumo de uma simples folha de papel. Ao demandar esta folha, inicia-se um ciclo de reposição deste produto (pois é sinalizado para o produtor que existe demanda para o mesmo). Assim, árvores serão cortadas posteriormente para a produção de celulose e produtos químicos empregados no processo produtivo serão solicitados aos fornecedores. As máquinas que produzem o papel deverão ser alimentadas com

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energia, que, qualquer que seja a fonte, implica no uso de recursos com algum impacto no meio ambiente. Se for energia renovável, como a hidroelétrica, no mínimo terá sido necessária a inundação de alguma área. Se for eólica, no mínimo haverá o efeito da poluição visual. Ou será que alguém acha estético os enormes moinhos que produzem este tipo de energia? Haverá ainda que transportar o papel por algum meio, assim será demandado óleo diesel, ou energia elétrica. Haverá propaganda, para que você não se esqueça de usar a folha de papel X, que é a mais ecológica do mercado! Poderia continuar, mas creio que pelo que foi exposto pode se compreender que a visão dos economistas, enquanto cientistas sociais, considera hoje outras dimensões além da mera obtenção de direitos pela exploração da atividade produtiva. A equação da felicidade ficou bem mais complexa. Cabem nela hoje variáveis como o res-

peito ao meio ambiente e o respeito ao próprio ser humano. Neste novo equacionamento, o consumismo não desempenha um papel fundamental. Muito pelo contrário, parece ser uma característica de uma sociedade que ainda não evoluiu do ponto de vista do seu comportamento e nem do seu modelo econômico. Salve o novo paradigma: da economia sustentável. Salve a discrição, a moderação, a tolerância e a inteligência. Professor Dr. Héctor Gustavo Arango Economista formado pela FACESM, Mestre e Doutor em Ciências da Engenharia pela Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI. Autor de mais de 40 artigos. Membro da ABE, Associação Brasileira de Estatística, da Sociedade Brasileira de Econometria, SBE, e da NYAS, New York Academy of Sciences. Professor de Economia Monetária, Econometria e Estatística da FACESM. Atua como professor de Modelos Estocásticos e Previsão no programa de Pós-graduação MBA em Gestão Empresarial e Negócios PPG-GEN. É Diretor Geral da FACESM. Desde 1986 atua como consultor de grandes empresas no Brasil junto a grupos de pesquisa da UNIFEI e da USP.

Educação continuada Por Elaine Pereira

A busca pela tecnologia limpa, por soluções de baixo impacto durante toda a cadeia produtiva, incluindo a redução dos impactos e da poluição resultante do início ao descarte final dos produtos e a gestão dentro das empresas ganham hoje outro olhar. Não mais o de ambientalistas x crescimento, mas ambos de mãos dadas para desenvolverem a melhor forma de gestão. Por tudo isso, vemos hoje que, independente da área de atuação, todos estão na busca por formação que integre conceitos sustentáveis com o desenvolvimento das empresas, sejam elas nas áreas siderúrgica, civil, médica, de produtos, administrativa ou entretenimento. Muito se tem investido em pesquisas e vemos que o olhar para uma boa formação não passa apenas pela graduação, mas pelo continuo estudo que integre o meio com a produção. Somos convidados a olhar o modus operandi de outra forma, se quisermos atuar como profissionais de sucesso.


O modelo ISO 9001:2008 Prof. Dr. Carlos Eduardo Sanches da Silva Dando continuidade ao artigo anterior, vamos descrever como a norma NBR ISO 9001:2008, publicada em 28/11/2008, prescreve um padrão para a gestão da qualidade. Lembramos que a ISO 9001 é um referencial internacional de gestão da qualidade, aplicável a todas as organizações, independentemente da dimensão ou setor de atividade. A ISO 9001 é baseada em oito princípios de gestão da qualidade. Princípios são o que acreditamos e servem para pautar nossas decisões e ações. Os princípios da ISO 9001 são: • Foco no cliente: Organizações dependem de seus clientes e, portanto, é recomendável que atendam às necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder as suas expectativas; • Liderança: Líderes estabelecem a unidade de propósito e o rumo da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização; • Envolvimento de pessoas: Pessoas de todos os níveis é a essência de uma organização, e seu total envolvimento possibilita que as suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização; • Abordagem de processo: Um re-

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sultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados como um processo; • Abordagem sistêmica para a gestão: Identificar, entender e gerenciar os processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia e eficiência da organização no sentido de atingir os seus objetivos; • Melhoria contínua: Convém que a melhoria contínua do desempenho global da organização seja seu objetivo permanente; • Abordagem factual para tomada de decisão: Decisões eficazes são

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baseadas na análise de dados e informações; • Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores: Uma organização e seus fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos aumenta a capacidade de ambos agregarem valor. Pense em uma empresa onde o vendedor, ao ser indagado pelo cliente quanto ao prazo de entrega, consulta o dono da empresa, que diz que apesar de muito pouco provável de ser atendido o prazo, a venda deva ser realizada. O tempo passa e o cliente não recebe o produto no prazo acordado. O

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cliente liga para o vendedor, que relata algumas desculpas e promete atender o mais breve possível. Finalmente, depois de muitos conflitos entre cliente, vendedor e produção, com vinte dias de atraso, o produto é entregue. Quais princípios da qualidade foram negligenciados? A existência dos princípios da qualidade, aplicados na empresa, teriam contribuído para mudar o comportamento dos seus funcionários? Qual a postura dono da empresa frente aos princípios da ISO 9001? O modelo do sistema de gestão da qualidade prescrito na ISO9001 é visualizado na figura 1 (página 12). Vamos entender a figura 1. Tudo se inicia com o cliente e a identificação de seus requisitos, normalmente oficializadas em um contrato ou pedido. Estas informações constituem informações de entrada para a realização do produto (por exemplo: quanto produzir? quando entregar? quais especificações o produto deve atender?). Como podemos saber se o produto que foi realizado satisfaz os clientes?

A ISO 9001 é um referencial internacional de gestão da qualidade, aplicável a todas as organizações,

de melhoria. Os resultados obtidos após a implementação das ações de melhoria são medidos pelo indicador. Para se implementar as melhorias faz-se necessário identificar quem é o responsável pelo problema. Se as reclamações foram devido à organização — não cumprir os prazos estabelecidos, e a análise de dados —, identificar que o foco é a quebra de máquina, o responsável pela causa (quebra de máquina) é o coordenador da manutenção. Veja na figura 1 que temos a responsabilidade da administração, se estabelece como responsável pelas ações que eliminem a causa “quebra de máquina” o coordenador da manutenção. As ações identificadas são: treinamento dos operadores para uso adequado da máquina; lubrificação diária da máquina; e limpeza da máquina. Para implementar estas ações identificadas, fazem-se necessários recursos, tais como capacitação dos operadores, meios para se realizar a lubrificação (lubrificante, aplicador, máquina parada para ser lubrificada), material e tempo para que o operador realize a limpeza da máquina. Verifique que a gestão de recursos propicia a realização do produto. No próximo artigo veremos quais são os documentos exigidos pela NBR ISO 9001:2008, bem como seus registros. Prof. Dr. Carlos Eduardo Sanches da Silva Bolsista do CNPq - DT2, Diretor Científico da ABEPRO, Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, Instituto de Eng. de Produção e Gestão – IEPG, Núcleo de Manufatura Avançada e Tecnologia da Inovação - NEMATI.

independentemente da dimensão ou setor de atividade. A organização deve medir o produto e a satisfação dos clientes. Toda medição pode ter seus dados convertidos em um indicador. Por exemplo, como podemos avaliar se o cliente está satisfeito? Por exemplo, podemos medir os orçamentos convertidos em vendas, as reclamações dos clientes, os cancelamentos, pesquisa de satisfação com os clientes. Normalmente estas medições são convertidas em indicadores. Um possível indicador é, por exemplo, número de reclamações em um dado período de tempo dividido pelo total de vendas realizadas. Sejamos mais objetivos: uma empresa teve 20 reclamações em um mês onde foram vendidos R$ 200.000,00. Fazendo a divisão (20 dividido por 200.000) teremos 0,010%. Este valor é bom ou ruim? Para respondermos esta pergunta, necessitamos de compará-lo com o valor esperado, conhecido como meta. No exemplo, se a meta for menor ou igual a 0,005%, o valor obtido está ruim pois é superior a meta (0,010% > 0,005%). Temos assim um problema: não atendimento da meta de 0,005% do indicador reclamações sobre total de vendas realizadas. Estes valores podem ser registrados em um gráfico ao longo do tempo. Como existe um problema identificado pelo indicador, medir é apenas uma parte, faz-se necessário analisar este indicador. Quais clientes reclamaram? Por que reclamaram (prazo, qual não conformidade do produto)? A análise busca identificar as causas e posteriormente propor ações maio/junho - 2010

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Sustentabilidade: fale menos, faça mais! Por Conrado Navaro

Com razão, o tema do momento é a sustentabilidade e seus desafios. Interessante notar, porém, que a maioria dos cidadãos não tem consciência do que representa o ato de tomar decisões sustentáveis, especialmente quando se trata das finanças cotidianas e dos investimentos. Para muitos, pensar de forma sustentável é apenas valorizar a reciclagem do lixo e materiais tóxicos, bem como valorizar iniciativas que não se beneficiem da exploração de áreas verdes e trabalho infantil. Ser sustentável é muito mais que isso. Tomemos por exemplo a questão do consumo. Você tem o hábito de pes­­quisar preços, condições comerciais e características dos produtos e fornecedores? Estas atitudes podem oferecer a você e sua família condições mais interessantes diante de uma negociação (bom para o bolso) e também uma visão mais sistêmica da cadeia produtiva do bem adquirido — se a empresa trata bem a natureza, se tem uma política de investimento sustentável etc. Em que condições o produto foi fabricado? Seus componentes contém material tóxico e de difícil decomposição? A empresa oferece meios dignos de trabalho aos seus funcionários e de­mais fornecedores? Repare como as questões extrapolam o simples ato de comprar, que é apenas o ato final de toda uma relação entre natureza, cidadania e economia. Porque soa hipócrita discutir sustentabilidade quando pouco a praticamos. Quanto você está realmente engajado? Isso significa que você deve procurar detalhes sobre as práticas que vão além da negociação, valorizando

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empresas e prestadores de serviços que oferecem atenção e recursos à comunidade onde se insere, bem como às iniciativas relacionadas ao consumo consciente. A sustentabilidade tem que ser transformada em ações e atitudes no dia a dia, não apenas uma prática usada como diferencial e marketing por grandes corporações. Pense agora como um investidor, alguém afim de investir recursos na luta por um mundo melhor. Ora, se você se preocupa de verdade com fatores sustentáveis e pretende alocar seus esforços em empresas/produtos que sejam, reconhecidamente, agentes de mudança ligados ao meio ambiente e aos meios de vida eficientes, você precisa se certificar de que tais empresas mereçam sua atenção. A primeira coisa a ter em mente é que um investimento sustentável normalmente visa o longo prazo. Mudanças importantes e capazes de alterar nossa realidade tendem a surgir com o passar dos anos e depois de muita insistência. Além disso, o retorno nem sempre será medido em termos financeiros, mas também em satisfação pessoal e implementação de melhorias no dia a dia de comunidades e países. O retorno é poder fazer a diferença. Neste sentido, além do consumo consciente, as ações podem ser:

• Investimento em movimentos sociais coordenados: você pode fundar uma Organização Não Governamental (ONG) ou decidir apoiar aquela que já trabalha com os ideais que você valoriza. Você pode mobilizar vizinhos e amigos com o objetivo de questionar Associações Comerciais e Industriais e cobrar-lhes comprometimento com a comunidade, a natureza e o futuro dos cidadãos; • Investimento em eficiência: você pode começar em casa, economizando energia com pequenas ações, como desligar os aparelhos que ficam em standby, tomar banhos menos demorados, evitar o desperdício de alimentos e água etc. O fato é que a sustentabilidade não pode ser apenas uma meta de governos ou nações. Mas, como você percebeu, manter-se comprometido com as melhorias sociais, econômicas e ambientais dá trabalho. Precisamos mudar nossos hábitos, incorporando atitudes pregadas com tanto entusiasmo em nosso cotidiano. Fazer mais, falar menos. Ser sustentável é agir, decidir mudar. E mudar. Ou tudo volta a ser uma simples demagogia. Conrado Navarro, educador financeiro, autor dos livros Vamos falar de dinheiro? (Novatec) e Dinheirama (Blogbooks) e sócio-fundador do Dinheirama – http://dinheirama.com. Atua como professor, consultor e palestrante. Contato: navarro@dinheirama.com

• Investimento em empresas que adotam práticas de sustentabilidade: você pode optar por investir em empresas de capital aberto cujas ações sociais e ambientais sejam reconhecidas e valorizadas. A BM&F Bovespa mantém uma referência às empresas com este tipo de objetivo através do índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE);

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Educação à altura Projetos sociais mudam o cenário da FEPI Referência no Sul de Minas, com 2 mil alunos, 14 cursos de graduação além dos dez de pós-graduação, a FEPI (Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá), também conhecida como Universitas (Centro Universitário de Itajubá) passou a utilizar apenas a nomenclatura FEPI. Criada em 1963, merece destaque pelo bom ensino, mas também pelos projetos sociais que estão a pleno vapor. A sucessão desses trabalhos em desenvolvimento dá a dimensão exata da eficiência, que começou a mudar o cenário da instituição. De acordo com o reitor, Erwin Rolf Mádisson Júnior, as clínicas de psicologia, fisioterapia e nutrição atendem à população em geral. Já o núcleo de práticas jurídicas encontra-se em fase de implantação. “O tribunal modelo começará a funcionar em 2011. Haverá

um júri, cujo objetivo é criar situações simuladas para que os futuros profissionais de Direito vivenciem a realidade dos processos.” Os resultados desses projetos sociais em outras áreas, como medicina veterinária – que teve investimento de 1 milhão de reais – provam a ascensão da entidade. “Em nossa região, a área de veterinária está carente e nosso atendimento vem crescendo pela própria necessidade. Cirurgias, raio X e exames são feitos em animais de pequeno e grande portes. Nosso serviço sempre é acompanhado por professores, profissionais reconhecidos de sua área.” Há outras ações sociais também consideradas relevantes. É o caso do projeto de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência. Recentemente, os alunos do curso de Engenharia Civil, sob a coordenação dos professores de

Por Eduardo Silva

Arquitetura e Urbanismo, foram convidados a andar no calçadão da cidade com os olhos vendados para sentirem a dificuldade que enfrentam aqueles que apresentam algum tipo de deficiência visual. Mais: segundo Mádisson, a FEPI tem condições de atender às necessidades de deficientes físicos com infraestrutura capaz de preencher os requisitos necessários. Na FEPI, projetos sociais aliados à eficiência educacional andam juntos. Sob a coordenação do professor Luis Barreiro, responsável pela pósgraduação da instituição, o projeto de um fogão com energia solar, desenvolvido por um grupo de alunos da Engenharia Civil, além de um convênio com o SEBRAE, que visa implantar um programa de qualidade total em busca da ISO 9000, são outros exemplos que significam um avanço à instituição.


NORMA OHSAS 18.001 Projetos de Responsabilidade Social nas Empresas Por Célio Gentil Na primeira edição desta revista, que por justiça temos que reconhecer e elogiar seu sucesso, divulgamos os princípios que norteiam mundialmente a Responsabilidade Social em especial nas organizações. Lembramos também que Responsabilidade Social Empresarial é a capacidade das empresas em atender as expectativas de seus diversos públicos – stakeholders, sendo eles: funcionários, acionistas, fornecedores, clientes, governos, sindicatos e comunidades. Neste número gostaríamos de destacar um tema fundamental que tem sido sucesso nas organizações e, de forma especial, direcionado aos “funcionários”, conhecidos também como colaboradores. Inúmeras empresas reconhecendo suas dificuldades, reflexos negativos e problemas legais com acidentes de trabalho, optaram por uma “Política de Segurança e Saúde”, com objetivo de melhorar os postos de trabalho e a qualidade de vida de seus colaboradores. Para viabilizar e sedimentar uma política eficaz, as empresas tem implantado um “Sistema de Gestão de Segurança e Saúde – SGSS”, com uma padronização em conformidade com a “Norma OHSAS 18.001” – Occupational Health and Safety Assessment Series, que em português significa: Séries de Avaliações de Saúde e Segurança Ocupacional. Esta Norma tem como objetivo a melhoria do desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho através do controle dos riscos de acidentes, levando em consideração os três princípios básicos que são: a legislação aplicável, a política de Segurança e Saúde no Trabalho e os objetivos da empresa. Sabemos que os perigos são as fontes

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geradoras de danos, e os riscos são as consequências da exposição a um determinado perigo. Através da identificação destes perigos, avaliação dos riscos e adoção de medidas de controle, podemos eliminá-los ou reduzi-los. O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho permite que a organização controle seus riscos de acidentes e doenças ocupacionais, melhorando de maneira mensurável, seu desempenho. Com a implantação do SGSS, a empresa passa a ter documentado e padronizado seus “Procedimentos, Manual do SGSS, Instruções de Segurança do Trabalho – IST, Formulários de Identificação e Avaliação de Perigos e Riscos”. Para melhor entendimento, podemos citar exemplos dos perigos e riscos.

PERIGOS

RISCOS

Ruídos

Redução da Audição

Eletricidade

Choque Elétrico

Trabalho em Altura

Quedas

Produtos Químicos

Intoxicação

Máquinas sem Proteção Produtos Inflamáveis

Acidentes Incêndio/Explosão

Manuseio de Peças

Cortes

Altas Temperaturas

Queimaduras

Operação Empilhadeira Cargas Suspensas Posturas Inadequadas

Colisões Queda de Cargas Lesões Ergonômicas

Quanto aos controles para os riscos, temos:

•Permissão para Trabalhos Especiais – PTE

•Equipamento de Proteção Individual – EPI

•Procedimento de Bloqueio e Travamento de Energias Perigosas - PBTEP

•Equipamento de Proteção Coletiva – EPC

•Programa de Proteção Respiratória – PPR

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•Programa de Proteção Auditiva – PPA •Programa de Proteção de Riscos Ambientais – PPRA •Programa Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO Conforme determina a Legislação Brasileira, as empresas são obrigadas, de acordo com seu porte, estruturar com profissionais especializados, uma área denominada “SESMT — Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho”. Apesar da estruturação desta área, as empresas buscam definir uma política de conscientização, comprometimento e responsabilidade de todos os colaboradores, considerando que “todos somos responsáveis pela segurança”, num processo de melhoria contínua. Hoje, a “Segurança e Saúde” no trabalho é parte integrante dos princípios de negócios da organização. Como “Política de Segurança e Saúde no Trabalho” propomos: •Atender a Legislação Vigente de Se-

gurança e Saúde no Trabalho e outros requisitos legais aplicáveis. •Melhorar continuadamente a performance de Segurança e Saúde no Trabalho. •Preservar a integridade física e a saúde dos colaboradores, funcionários con­­­­­tratados e demais pessoas envolvidas na organização. •Identificar perigos, avaliar os riscos e efetuar controles para eliminação ou redução dos mesmos. •Gerenciar a Segurança e Saúde no Trabalho através da atuação hierárquica da gerência, supervisão e liderança. •Considerar no mesmo nível de importância os “sistemas” de Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde. •Incentivar o comprometimento de todos com relação à Segurança e Saúde no Trabalho, através do treinamento, conscientização e competência. •Buscar sempre a segurança para os processos e atividades.

Termos e definições conforme Norma OHSAS 18.001 ACIDENTE

Evento não planejado que resulta em doença, morte, lesão, dano ou outra perda.

PERIGO

A Norma OHSAS 18.001 é uma ferramenta indispensável na administração atual, que veio para ajudar de forma estratégica a Gestão de Segurança e Saúde, e fortalecer o cuidado que as empresas preconizam com seus colaboradores, atendendo parcialmente, um dos requisitos da Responsabilidade Social Empresarial. Ser uma empresa socialmente responsável requer de seus diretores, gestores e colaboradores uma grande dedicação para reconhecer e implantar as ferramentas e projetos necessários, sabendo também, que o caminho é longo e dependerá de uma série de requisitos. Para as empresas que pretendem implantar ou conhecer a Norma OHSAS 18.001, encontrarão no mercado empresas de consultoria para implantação do processo com certificação periódica. Outros projetos, programas ou políticas estabelecidas pelas empresas buscando atender seus públicos, serão apresentados em outras oportunidades nas próximas edições. Célio Gentil CG – Consultoria Empresarial e Recursos -Humanos

Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, danos ao

meio ambiente, danos ao local de trabalho ou uma

combinação destes. RISCO

Combinação da probabilidade de ocorrência e das conseqüências de um determinado evento perigoso.

SEGURANÇA

Isenção de riscos inaceitáveis de danos.

AVALIAÇÃO DE RISCOS

Processo global para estimar a magnitude dos riscos e

decidir se um risco é ou não tolerável. RISCO TOLERÁVEL

Risco que foi reduzido a um nível que pode ser suportado

pela organização, levando em conta suas obrigações legais

e sua própria Política de Segurança e Saúde no Trabalho.

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Anuncie aqui Qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. Faça parte desta corrente de informação e formação. (35) 3622-7406/9982-1806 revistanaturale@diagrarte.com.br

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O que é

Saúde Ocupacional?

Poucos conhecem o que é Saúde Ocupacional, qual sua finalidade ou qual é sua real função. Muitos apenas acham que é o exame que se faz para ser admitido ou sair de uma empresa, outros vêem como apenas um documento que deve-se ter arquivado para caso de fiscalização do Ministério do Trabalho. Saúde Ocupacional é uma obrigatoriedade que o Ministério do Trabalho impôs a todas as empresas, visando observar e resguardar a qualidade de vida dos trabalhadores. Mas essa legislação não é somente mais um custo que as empresas devem tabular ao fim do mês. Saúde Ocupacional é um benefício tanto para o empregado quanto para o empregador. Ao proporcionar aos funcionários de uma empresa um ambiente qualificado e sadio para a realização de suas tarefas, a empresa recebe um funcionário que estará mais motivado a produzir, e em seu

trabalho não haverá influências ambientais para interromper sua produção. Com uma avaliação clínica especializada na saúde do trabalhador, é possível constatar se o candidato à vaga está em totais condições para exercer as funções que se dispõe ou se, após um período de afastamento, o funcionário está realmente apto a voltar às atividades e até mesmo verificar se a condição física do funcionário é qualificada para exercer novas funções. Deve-se, com uma periodicidade relevante a cada função, analisar as condições da saúde de cada trabalhador, e ao fim da parceria entre empresa e funcionário verificar se a saúde dele continua da mesma forma com a qual foi contratado. Todos esses exames servem para acompanhar a saúde dos trabalhadores e para resguardar a empresa em eventuais solicitações legais. Todos os empregadores devem obser-

Por Dr. Arlei Xavier

var atentamente o ambiente físico de suas instalações, tomando sempre medidas necessárias para colocar seus empregados o mais distante possível de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Para saber realmente quais são esses riscos, deve-se realizar uma vistoria com profissionais especializados em Segurança do Trabalho, que levantarão quais os riscos existentes em todos os ambientes de sua empresa e indicarão ações a serem tomadas para evitar a ocorrência de acidentes. Estas ações vão desde mudança de lay-out da empresa até utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI – que devem ser elaboradas por Técnicos de Segurança do Trabalho inscritos nas DRT de sua região e Engenheiros de Segurança do Trabalho filiados ao CREA. Dr. Arlei Xavier – Contínua CRM-MG 44424

Câncer de próstata Por Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende Segunda causa de morte por câncer entre os homens, só perdendo para o de pulmão, o câncer de próstata registra 128 casos novos por dia, de acordo com estimativa do Inca — Instituto Nacional do Câncer. Só que, com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, há uma tendência ao aumento do número de casos diagnosticados na mesma proporção. Abordagem conservadora O tratamento vai depender de cada caso e pode ser feito com radioterapia, cirurgia ou hormonioterapia. Os fatores que definem o tipo de tratamento são muito pessoais — alguns escolhem terapias agressivas que retiram parte da próstata em torno da uretra, enquanto outros optam por abordagens mais conservadoras. Urologistas reconhecem que aumentou o número de homens que procuram os consultórios especializados para realização do exame diagnóstico precoce da doença. No entanto, é importante incentivar os homens de meia idade a deixarem o preconceito de lado e

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fazerem exames para descobrir possíveis anormalidades na glândula. Exame periódico De acordo com os especialistas, existem três tipos de prevenção. Primária, quando se consegue determinar agentes causais ou predisponentes, e afastandoos se evita a doença. Secundária, quando o diagnóstico precoce permite que se tomem medidas curativas. Terciária, quando a enfermidade já avançada impõe apenas atitudes que evitam ou reduzam as complicações. No câncer de próstata tão somente os dois últimos tipos de prevenção podem ser acionados. Também só é possível pensar em cura quando o tumor se encontra restrito à próstata. Para especialistas, praticamente todos os homens terão câncer de próstata se viverem o suficiente para isso. Trata-se de uma doença comum em idosos, mas a preocupação maior é com a agressividade com que ela ataca o órgão. Assim, muitos pacientes vivem vinte anos com formas lentas da doença, que tendem a ocorrer em ho-

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mens mais idosos. Nos mais jovens, a enfermidade se torna mais agressiva, tornando-se, também, mais letal. Sintomas Presença de sangue na urina; necessidade freqüente de urinar, principalmente à noite; jato urinário fraco; dor ou queimação ao urinar. A próstata é um órgão do tamanho de uma noz, mas com consistência de uma castanha. Sua função é controlar a velocidade, força e freqüência da micção e da ejaculação. Assim, regula o fluxo de urina e do sêmen para o pênis. Se o tecido interior da próstata crescer (hipertrofia), o caminho, já estreito, torna-se ainda mais imprensado, dificultando o ato de urinar. Quando isso acontece, a bexiga não se esvazia totalmente, por isso a urina pode voltar para os rins, causando infecções e lesões. Apesar de sua gravidade, o câncer de próstata pode ser tratado, preservando a qualidade de vida do homem. Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende Médico radiologista — Unimagem maio/junho - 2010



Um sorriso com cuidado especial Dra. Gracia Costa Lopes O tratamento ortodôntico tem por finalidade melhorar a saúde geral da boca e conseguir um equilíbrio e harmonia entre os dentes e o rosto, produzindo um sorriso bonito e saudável. Um sorriso agradável aumenta a auto-estima e pode melhorar a qualidade de vida das pessoas. Uma dentição bem alinhada facilita a escovação e, consequentemente, reduz a tendência de cáries e também o desenvolvimento de doenças da gengiva e dos alvéolos (osso). O mal alinhamento dos dentes pode causar um estresse adicional aos músculos de mastigação ocasionando dores de cabeça, síndrome da ATM (articulação têmporo mandibular) além de dores na região do pescoço, dos ombros e das costas. O tratamento ortodôntico torna a boca mais saudável, proporcionando uma aparência mais agradável e dentes com possibilidade de durar uma vida inteira. Tipos de aparelhos ortodônticos:

Aparelho Alinhador (Aparelho Invisalign) Invisalign é a nova maneira invisível para alinhar dentes sem aparelhos. Usa-se uma série de alinhadores transparentes e removíveis para gradualmente alinhar dentes sem metal ou fios.

Invisalign usa tecnologia de imagem 3-D para descrever o plano completo do tratamento, desde a posição inicial até a posição final desejada para produzir cada série de alinhadores “customizados”.

A ortodontia lingual é uma técnica para correção ortodôntica onde a aparatologia é fixada na face lingual dos dentes (interna, do lado da língua),

Aparelho Metálico Os aparelhos fixos metálicos são muito eficientes para movimentações dentárias, alinhando, nivelando e engrenando os dentes. possibilitando assim que o aparelho não seja visto. Proporciona uma correção das maloclusões com um “aparelho invisível”, evitando o desconforto visual do aparelho metálico convencional para aqueles que desejam seu uso.

Aparelho Ortopédico

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Aparelho Lingual

Aparelho fixo:

Aparelho móvel: Os aparelhos de ortopedia maxilar são muito úteis para o tratamento ortodôntico em caso de desarmonia esqueletal. Os aparelhos devem ser usados integralmente, para que se obtenham alterações neuromusculares e ósseas. Este tipo de aparelho atua durante o período de crescimento, inibindo ou estimulando o desenvolvimento das bases ósseas, ou ainda, redirecionando uma tendência de crescimento desfavorável.

sua vez estão colados nos dentes. É assim que o arco movimenta os dentes. Usando acessórios (molas e elásticos) e dobras no arco, o ortodontista consegue fazer com que os dentes se movimentem, corrigindo os problemas estéticos e funcionais da boca. Um tratamento com aparelho ortodôntico fixo dura em média de 24 a 36 meses, dependendo da reação individual do organismo do paciente. Alguns casos mais complexos, ou no caso de respostas biológicas individuais lentas ou desfavoráveis, é comum se estender.

O aparelho fixo movimenta os dentes pela aplicação de força. A peça que é colada no dente é chamada de braquet, é ele que permite que o ortodontista aplique uma determinada força nos dentes através dos arcos e acessórios. O arco é aquele fio metálico que passa pelos braquetes e é o principal responsável pela movimentação dentária. Os arcos podem ter calibres diferentes e ser de ligas metálicas diferentes também, dependendo da função. As ligaduras são aquelas borrachinhas coloridas que servem para fixar o arco aos braquetes, que por

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Aparelho Estético Hoje em dia existem aparelhos (braquetes) fabricados com safira laboratorial, policarbonato ou o policabonato reforçado com cerâmica, que se assemelham com a coloração do dente natural. Estes são fabricados com os mesmos parâmetros dos metálicos e podem ser usados normalmente para tratar todos os problemas ortodônticos.

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Hummm.... o friozinho vem chegando... Por Dr. Ricardo Ciancio As baixas temperaturas do inverno sul mineiro refletem não só em nós humanos como também nos animais. Muitas vezes esses reflexos são negativos, pois deprimem o sistema imunológico deixando os animais vulneráveis aos micro-organismos (bactérias, fungos, vírus) causadores de diversas doenças. Cães e gatos são espécies comumente abaladas pelo frio, e é frequente o aumento da incidência de algumas doenças nestes animais durante o inverno, principalmente as que atingem o aparelho respiratório. Seus sinais clínicos lembram o resfriado humano como tosse, espirro, falta de apetite e febre. Entre os cães o perigo é conhecido como “tosse dos canis” ou “gripe canina”, denominada cientificamente traqueobronquite infecciosa canina. A melhor forma de prevenção da traqueobronquite é por meio da vacinação anual. Os filhotes sofrem mais com a traqueobronquite e se não tratados podem chegar a desenvolver pneumonia. No mercado existem vacinas com valencia para os agentes envolvidos na traqueobronquite infecciosa canina, especificamente a Bordetella bronchiseptica e o vírus da parainfluenza canina. No caso dos felinos deve ser citada a rinotraqueíte. Alguns cuidados simples podem ajudar o seu bichano a se proteger

da doença. Nas noites frias, por exemplo, deixe-o dormir dentro de casa ou ofereça um abrigo que seja quente e que o proteja do frio e de ventos. A vacinação, vacina felina Tríplice, é a melhor maneira de evitar transtornos maiores, como uma pneumonia bacteriana. O sistema respiratório pode ser tido como o mais sensível às mudanças climáticas, porém não só as doenças respiratórias são comuns no inverno. Por exemplo, a parvovirose, ou enterite canina parvoviral, é uma doença com maior incidência no inverno, pois as características climáticas desta estação favorecem a presença deste vírus no ambiente. Esta doença se estabelece principalmente no sistema digestivo, eleva a temperatura, causa vômito e diarréia escura, sanguinolenta e fétida. A melhor maneira de prevenir seu animal da parvovirose também é através de vacinação. Para a prevenção da paravovirose são administradas vacinas especificamente preparadas, classificadas como de vírus vivo atenuado e conhecidas como V-8 ou V-10. Esteja sempre atento aos seus animais e caso notar tosse/espirro, corrimento nasal, secreções oculares, perda de apetite ou de peso, febre ou qualquer outra alteração ou comportamento anormal, leve seu animal ao médico veterinário. Para possibilitar uma relação amigável e saudável entre proprietário e seu animal é muito importante manter os animais bem alimentados, bem abrigados, vermifugados e vacinados. Dr. Ricardo Ciancio CRMV-MG 10.894

A Resgacti (Rede Solidária entre Grupos Ambientais, Culturais e Trabalhos Intelectuais) está com a Campanha “Tratar de animal é legal”. A campanha visa a adoção de cães e gatos, bem como arrecadação de fundos para castração, vacinação e vermifugação dos animais recolhidos da rua. Participe desta corrente pelo bem! Informações: (35) 3622-7888 / 9945-0494

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UNIFEI faz teste de Centrífuga para tratamento de água e óleo Por Luiz Otávio Coutinho

Pequenas ações individuais são a maior força transformadora que se conhece. Ter uma atitude consciente em relação aos nossos hábitos de consumo é a melhor (e talvez única) maneira de se mudar o mundo. Economize água, luz, recicle seu lixo, faça a sua parte e ajude a construir um futuro para todos. Que você consiga transformar tudo o que está dentro e fora de você.

Apague todas as luzes que não utiliza, abra as janelas, desligue o ar condicionado e utilize conscientemente o chuveiro e o ferro de passar. Viva melhor! Fábio Yabu

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O professor Marcos Aurélio de Souza, da Unifei, junto a centrífuga de fluxo contínuo para a limpeza de águas oleosas, a primeira disponível no mercado nacional.

O Núcleo de Separadores Compactos (Nusec), do Instituto de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), composto pelos professores Marcos Aurélio de Souza e Luiz Fernando Barca, está desenvolvendo uma centrífuga de fluxo contínuo para a limpeza de águas oleosas, sendo a primeira disponível no mercado nacional. O equipamento vem sendo estudado nas instalações da UNIFEI em parceria com a Petrobrás, cujo convênio vigora desde 1996, permitindo a qualificação em diversas áreas operacionais, com diferentes tipos de óleos pesados, bem como um estudo para melhor desempenho com o petróleo nacional. Para o meio ambiente o equipamento também é importante, pois ele separa o óleo da água e a devolve para a natureza três vezes mais pura do que o necessário para descarte, além da valorização comercial do óleo que fica mais limpo. A fase atual consta do desenvolvimento de potenciais fornecedores do equipamento para a Petrobras, uma vez que a tecnologia de separação centrífuga aplicada ao processamento primário é bem conhecida pelo grupo da UNIFEI. Os anos de atividades ligadas ao processamento de petróleo levaram a formação e consolidação de um grupo multidisciplinar de professores e alunos da Universidade com alta capacitação em experimentos com sistemas dispersos, óleo pesado / água, particularmente na geração controlada e na caracterização de emulsões de óleo em água e água em óleo. Também estão envolvidos áreas de controle, aquisição de dados e medição dos diversos parâmetros no desenvolvimento e avaliação de sistemas de processamento primário, pontos fortes da equipe de pesquisadores da UNIFEI.

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Terra nossa de cada dia Maria de Lourdes Maia Gonçalves Pare um pouco... Pense na beleza e grandiosidade do Universo. Na infinidade de astros que se movimentam em suas órbitas com absoluta precisão a caminhar em diversas velocidades, sem, no entanto, se chocar uns nos outros. Imagine o planeta Terra na vastidão imensurável do espaço cósmico a girar, ininterruptamente, em torno de si mesmo, em torno do sol e, ao mesmo tempo, atento ao limite de sua trajetória no espaço que lhe foi reservado na Via Láctea. Isto é maravilhoso! Imagine os continentes, seus países, o que sentem os filhos da Terra na condição de viajantes espaciais, moradores de um planeta dominado pelas águas, que abriga em seu solo um paraíso preparado com o esmero de uma mãe amorosa.

Foto: Geraldo Gomes — Retiro das Pedras/MG

Imagine ainda, como cada habitante se sente diante do estrago feito ao planeta azul. Você deve imaginar que alguns se sentem incomodados e nada mais do que isto; outros negligenciam os cuidados com a preservação ambiental e, por consequência, com sua própria vida. Todavia, existem aqueles que estão interessados em proteger o planeta e os seres que nele fizeram sua morada. Descontente você pergunta, na ânsia de obter uma resposta. — Por que algumas pessoas demonstram total indiferença em relação à crise ecológica que tende a se agravar, a indicar a urgência de um trabalho amplo de educação ambiental? As alterações provocadas pelos maus tratos à Terra não preocupam tais pessoas? Continuarão a ter as mesmas atitudes insensatas, como se a natureza fosse apenas uma fonte de recursos a suprir inesgotáveis cobiças?

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A preocupação com o desenvolvimento sustentável vem à tona e você faz um alerta. — A tecnologia precisa se unir à natureza! — E mesmo que não se queira pensar em questão de tamanha importância em âmbito global, há de se entender que a natureza de seu bairro, de sua cidade, de seu país não pode mais esperar. Corrigir o que se fez de maneira equivocada faz-se necessário e urgente. Pense nisso. Verá que os impactos ambientais negativos produzidos pelo homem se repetem diariamente. Verá que em sua cidade, em seu país e no mundo, existem os negligentes, os céticos; existem aqueles que veem os recursos naturais como meras fontes de recursos a serem exploradas e que jamais se esgotarão. É uma pena... Você se encoraja e faz um apelo. — Filhos da Terra, o belo e sofrido planeta azul pede socorro! Depois, suplica em alta voz, para o mundo inteiro ouvir. — Moradores do planeta azul, dediquem à Terra o mesmo zelo que dispensam aos seus lares; o amor que sentem pela terra natal e o sentimento cívico com que reverenciam suas nações. Porque a Terra é o solo natal de todos os seres que com ela caminham pelo espaço, numa sequência de luzes e de sombras, com a certeza dos dias e das noites. E dirá, com emoção, a grande verdade da qual jamais deveríamos nos esquecer. — Somos parte do Universo e a Terra é a nossa casa! Maria de Lourdes Maia Gonçalves. Autora do livro Frestas. Membro titular da Academia Itajubense de Letras e do Clube dos Escritores de Piracicaba. Premiada em concursos literários, destacam-se: 8ª e 9ª Edições do Concurso Internacional de Poesia, Prosa e Arti Figurative da Accademia Internazionale Il Convivio – Itália; 25ª e 26ª Edições do Concurso Internacional Literário das Edições AG - São Paulo/SP; Concurso de Contos do Instituto Popular de Arte-Educação - Porto Alegre/RS; entre outros.

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