Naturale 14a edição

Page 1



Naturale

Caro leitor Nesta edição celebramos a vida que brota de cada semente e parabenizamos a Mãe Terra e a todas as Mães. O reino vegetal traz em si não só o equilíbrio do planeta, a harmonia, belas flores e cores, ele cumpre seu ciclo de vida e deixa as sementes para que um novo tenha início, nos fornece alimento e se desfaz na terra em adubo para revigorá-la e nutrir a planta que nasce. Com o aumento populacional vimos uma produção de alimentos em escala industrial que de certa forma alterou o ciclo harmoniozo da Natureza. Com a monocultura em larga escala, a terra foi perdendo seus nutrientes em função inclusive da forma de plantio, não se respeitou o tempo de absorção das plantas que terminaram seu ciclo, a rotatividade de culturas para ajudar em sua nutrição, e para acelerar a produção, vários insumos e agrotóxicos foram adicionados a ela. Assim, vieram as doenças decorrentes deste desequilíbrio no reino vegetal e animal, e novas plantas foram geneticamente alteradas para se tornarem resistentes. Vemos tudo isso junto ao desperdício de alimentos e à fome que se alastra pelo mundo. Se o respeito à terra tivesse sido mantido e todo o alimento fosse aproveitado, considerando a planta como um todo, certamente as pessoas seriam mais saudáveis e não haveria fome. A agricultura orgânica e o cultivo para manter os bancos de sementes puras (não alteradas geneticamente, também chamadas de crioulas), tem sido de suma importância. Neste momento o retorno aos processos naturais se faz emergente, para que a vida possa prosseguir de forma equilibrada para acolher as novas gerações. Muito se tem falado sobre o início da Nova Era, e para isso o planeta não precisa entrar em colapso, mas nossas escolhas enquanto indivíduos e humanidade influenciam diretamente os acontecimentos. Bem, o planeta já vivenciou um dilúvio e como tudo evolui seria interessante que uma mudança na consciência do ser humano o levasse a alcançar esta nova fase da vida planetária sem grandes desastres. A sabedoria divina que a tudo conduz vem trabalhando a milênios para que esta transição possa ocorrer com harmonia, haja vista tantas profecias anunciadas por diversas culturas durante os tempos para que o homem tenha consciência de seus atos e para que evolua. Como foi anunciado por muitos instrutores espirituais e agora comprovado por vários cientistas e pesquisadores, a partir da década de 60/70 começaram a nascer crianças com características especiais, com grau de consciência superior, ligadas a assuntos da espiritualidade, da conservação do planeta. Estes nascimentos se tornaram frequentes nas décadas de 80/90 e estudos científicos ligados ao comportamento viram que não se trata exatamente de crianças superativas ou com déficit de atenção e sim crianças com características próprias que foram denominadas Crianças Índigo e a partir de 2000 um novo grupo foi identificado como Crianças Cristal. Nesta edição trazemos um artigo de Tereza Guerra, que criou em Portugal a Fundação Casa Índigo, e tem três livros publicados sobre o tema, nos proporcionando um melhor entendimento sobre estas crianças que trazem novos valores e que necessitam de compreensão e estímulo para que cumpram sua missão. Aproveito para apresentar nossos novos parceiros: o Circuito Turísco das Águas de Minas Gerais e o Grupo Escoteiro de Itajubá. É com gratidão que vemos a cada edição a Naturale expandir sua distribuição e ganhar novos grupos e leitores. Como dissemos no início, esta edição celebra a vida, parabéns à Mãe Terra e a todos os seres. Que sejamos todos, sementinhas a desabrochar e vivenciar com sabedoria as transformações que estes tempos nos proporcionam. Boa leitura! Elaine Pereira

14a edição Abril/Maio - 2012

ISSN 2237-986X

2 Consumir orgânicos ajuda na

conservação da natureza

4 Banco de sementes 6 Circuito das Águas 7 Plantas ornamentais 8 Estou chegando... 9 Fisioterapia durante a gestação 10 Crianças Índigo e Cristal, uma nova geração 12 Itajubá tem Grupo Escoteiro 13 Curso G9 e Ameducação oferecem curso de robótica para crianças e adolescentes 14 Conhecendo e curando a criança interna 15 Bioinspiração da esperança: venenos que curam 17 Conversando com Dr. Marcos Fonseca 18 Novidades tecnológicas na Ortodontia 20 Lâmpadas fluorescente / Reciclar é preciso

expediente Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG) Colaboradores Articulistas: Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Bill Souza, Dra. Gracia Costa Lopes, Elias Peixoto Nogueira, Eloisa Lopes, Menotti Chiaradia Filho, Paulo José Braz Rosas, Ricardo de Souza Oliveira, Tereza Guerra e Vladimir Ricardo da Rosa Moreira Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira Foto capa: Cleber Miranda, Produtos Orgânicos Santa Luzia Vendas: Diagrarte Editora Ltda Impressão: Resolução Gráfica Ltda Tiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte. Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos. Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem. Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: revistanaturale@diagrarte.com.br Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

Apoio para distribuição


Foto: Jair Antônio

Consumir orgânicos ajuda na conservação da natureza

Fotos: Orgânicos Santa Luzia

Por Ricardo de Souza Oliveira

A agricultura orgânica surgiu como um movimento de reação à rápida modernização da agricultura ocorrida após a segunda guerra mundial. Várias tecnologias desenvolvidas no início do século XX passaram a ser utilizadas em larga escala como ferramentas ou insumos agrícolas. A revolução industrial e os avanços na química vão para os campos de produção, com a utilização de tratores e aviões e também a utilização de adubos solúveis, principalmente através da síntese da amônia, descoberta em 1910, na Alemanha, por Fritz Haber. Denominada como Revolução Verde, a modernização da agricultura ocorre através da aplicação conjunta de adubos químicos solúveis, utilização de sementes melhoradas geneticamente, do uso generalizado de máquinas para o cultivo e na utilização de produtos químicos na proteção de lavouras e consequentemente, na utilização da monocultura como sistema de produção caracterizando a chamada agricultura convencional. Todo este pacote tecnológico passou a ser definido como a solução para o problema postulado pelo demógrafo e economista inglês Thomas Malthus, que previa o agravamento da escassez de alimentos no mundo; segundo ele, o crescimento da população segue uma projeção geométrica enquanto a produção de alimentos segue uma projeção aritmética. Baseados nesta premissa, as empresas capitalistas e também os órgãos oficiais de extensão rural e assistência técnica no Brasil passaram a difundir este modelo como saída para o possível problema.

É necessário entender que este modelo foi o grande responsável pela projeção mundial da produção agropecuária brasileira e também pelo grande implemento na produção mundial de alimentos, apesar dos seus efeitos colaterais, pois ocorre uma contaminação gradativa dos mananciais derivada da utilização de agroquímicos; a desertificação ocasionada pelo uso excessivo da mecanização; a grande erosão genética, tanto das espécies cultivadas quanto das espécies nativas, devido ao avanço do cultivo sobre áreas de floresta. A agricultura orgânica origina-se em vários locais do planeta também no pós-guerra através de experiências isoladas de agricultores que perceberam que o sistema produtivo é uma relação de muitas variáveis sendo que todas têm a mesma importância e o sucesso é baseado no equilíbrio entre elas. Assim surge a agricultura Natural de Mokiti Okada no Japão; a Biodinâmica de Rudolf Stainer na Alemanha; a agricultura Biológica de Claude Aubert na França; a agricultura Orgânica de Albert Howard na Índia; a Permacultura de Bill Mollison na Austrália e a Agroecologia de Miguel Altieri na América Latina. Todas estas escolas colaboraram com o que hoje denominamos de forma genérica de agricultura orgânica. No Brasil, a produção orgânica teve início na década de setenta através de experiências isoladas. Na década de oitenta, a ideia de se fazer uma agricultura mais equilibrada é defendida por pequenos grupos nas principais universidades brasileiras do setor agrícola,

sendo então denominada de agricultura alternativa. Nos anos noventa, marcados pela ampliação dos debates sobre a questão ecológica a nível global, ocorreu uma maior conscientização da população sobre os benefícios para a saúde individual e coletiva desta forma de agricultura. Consequentemente se multiplicam no país as organizações ligadas à produção orgânica, com grande aumento da produção em quantidade, qualidade e diversidade na oferta de produtos orgânicos brasileiros. A partir da virada do século, os órgãos oficiais de pesquisa reconhecem o modelo de produção orgânica como possível e viável e a produção crescente chega às gôndolas dos supermercados das grandes redes e em lojas especializadas das grandes cidades do centro sul do país. Porém, mesmo com o aumento da produção, o consumo de orgânicos ainda tem muito a ser desenvolvido, pois o consumidor paga muito caro pelo produto orgânico e o produtor recebe muito pouco deste valor final; de 20% a 30% do valor pago pelo consumidor retorna para o produtor. Isto ocorre devido a problemas de logística e distribuição dos produtos que dificultam a comercialização direta entre produtor e consumidor. Hoje temos tecnologia suficiente para produzir orgânicos com qualidade superior aos produtos convencionais, a um custo competitivo, mas um questionamento se faz necessário: se é possível produzir e o mercado consumidor é comprador, porque ainda não encontramos produtos orgânicos por toda parte? O Brasil tem uma legislação mo-


derna que regulamenta o setor, porém o produtor é quem paga o processo de certificação da produção que garante a rastreabilidade do produto. Paga todos os riscos da produção, da embalagem do produto e por fim paga o transporte ao mercado consumidor. Com todos estes custos, o produtor fica achatado na base do negócio e a remuneração muitas vezes não é suficiente para a ampliação da produção. Por outro lado, o consumidor acha caro o produto orgânico que acaba direcionado para nichos que pagam melhor, normalmente nas grandes cidades. Como consumidores temos que entender que somos os principais atores, capazes de influenciar o mercado. Seria possível um grande aumento na produção local de produtos orgânicos se ocorresse também uma maior demanda por estes produtos que poderiam ser comercializados de forma direta com os produtores. Assim, apesar de parecer um modelo utópico, como muitos querem difundir, a produção orgânica é uma real alternativa de desenvolvimento sustentável, pois é um sistema que visa à

produção com um mínimo impacto, para conservar e aumentar a biodiversidade das propriedades rurais, respeitar a legislação ambiental sem o uso de produtos químicos sintéticos que são potenciais poluidores de nossos mananciais. Na prática, os solos conduzidos de maneira orgânica são cada vez melhores e mais férteis se manejados adequadamente. Trata-se de uma mudança de paradigma, que não é fácil, mas o consumidor consciente da sua função saberá escolher produtos que possam transformar a realidade ao longo do tempo. Ainda vivemos momentos de abundância de recursos naturais, mas mudanças de atitude nos são cobradas constantemente quando percebemos que o equilíbrio do planeta está comprometido. Termino tomando emprestada a frase de Gandhi: “A terra provê o suficiente para a satisfação das necessidades de cada homem, mas é incapaz de saciar a ganância de todos os homens.” Ricardo de Souza Oliveira, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitotecnia pela UFLA (Lavras), Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Delfim Moreira.

Como produzir orgânicos? O Brasil possui um moderno aparato legal que regula o setor (consulte www.prefiraorganicos.com.br). Este é um esforço do ministério da agricultura no sentido de divulgar e dar transparência ao sistema orgânico de produção. Existem dois sistemas de certificação da qualidade da produção orgânica: o Sistema Participativo de Garantia (SPG) e o sistema por auditoria. No sistema participativo SPG, a certificação é feita através de um organismo representativo regional denominado Organi-zação Participativa de Avaliação da Conformidade (OPAC) que é auditado e regulado pelo Ministério da Agricultura. Já no sistema por auditoria são contratadas certificadoras como o IBD — Instituto Brasileiro de Biodinâmica ou a Ecocert que são organizações reguladas pelo INMETRO e têm a res-

ponsabilidade de fazer a inspeção nas propriedades que produzem ou pretendem produzir orgânicos. Em ambos os sistemas, a referência é a lei nº 10831 de 23 de dezembro de 2003 e a Instrução Normativa nº 64 de 18 de dezembro de 2008 que estabelece o regulamento técnico para os sistemas orgânicos de produção animal e vegetal. Estes e outros documentos poderão ser integralmente acessados através do site citado. O processo se inicia com a primeira inspeção da propriedade onde são verificados e registrados todos os processos de produção, a adequação à legislação ambiental, as possibilidades de contaminação de fontes externas como vizinhos e água de rios e córregos, etc. Após esta primeira inspeção, a propriedade entra no Período de Conversão que varia de 12 a 18 meses de acordo com a cultura ou criação a ser certificada. Durante este período, os produtos ainda não têm direito de uso do selo padrão de identificação e só o terão após a conclusão do período de conversão que será devidamente auditado. O sistema é baseado na rastreabilidade, tanto da produção, através de registros da aquisição de insumos, das datas de plantio, dos tratos culturais, das colheitas; como da comercialização através do registro das vendas. Assim, se é detectada a contaminação de um produto num ponto de venda, será possível saber de onde veio este produto e assim identificar o responsável.


Banco de sementes Por Vladimir Ricardo da Rosa Moreira A perda da biodiversidade é imensa nos dias de hoje, pois engloba plantas domesticadas, polinização aberta (não híbridas plantas selvagens e animais. As principais causas são: a expansão da fronteira agrícola; o desmae não transgênicas) são materiais tamento; a introdução de espécies e doenças exóticas; o uso de monocultura na agricultura; a que os agricultores podem replancontaminação do solo, da água e da atmosfera por poluentes e mudanças climáticas. tar safra após safra. Desta forma, Alguns exemplos podem ser citados, sendo os principais com três cultivos importantes: o as sementes vêm sendo melhoramilho, a batata e o arroz. das nas comunidades pelo método Em Sierra Juarez na região de Oaxaca no México, um dos berços de domesticação do milho, de seleção massal e estão muito foram domesticadas 12 mil variedades e se constituiu em uma das mais importantes reservas geligadas ao clima local, tolerando néticas do mundo. Após a introdução de milho transgênico nesta área ocorreu a contaminação em alguns casos doenças, pragas desta reserva genética, pois o milho tem fecundação cruzada e o vento é responsável por levar o e fatores bióticos como secas e pólen de uma planta a outra. enxurradas. Em São José do Aymara no Peru, foram domesticadas perto de 5 mil variedades de batata Um fator importante é que e hoje ocorre a substituição por variedades modernas e homogêneas (batata Inglesa). As varieos agricultores possuem soberania sobre os materiais a serem dades antigas eram cultivadas de plantados em sucessivas safras, maneira diversificada e apresentanão ficando assim dependentes de vam resistência natural à requeima sementes que apresentam um alto (Phytophthora infestans), causada por valor de mercado e que não estão um fungo e considerada uma das adaptadas às realidades locais. piores doenças da cultura. O cultiDevido à erosão genétivo com sistemas uniformes acabam ca, muitos bancos de sementes perdendo estas características dos e mudas foram criados em todo materiais antigos e a doença se mao mundo, sendo que na Noruenifesta em grandes proporções. ga, próximo ao polo norte, está Um outro exemplo cataso maior banco de sementes do trófico ocorre na Ásia, onde a mundo, o chamado Banco Internahumanidade domesticou 140 mil cional de Sementes de Svalbard, variedades de arroz. Somente nas que tem o objetivo de conservar Filipinas foram trabalhadas 30 mil até 4,5 milhões de amostras de variedades desta cultura e hoje se Sr. Célio ao lado da produção de sementes de rúcula. sementes e 2 bilhões de sementes cultivam apenas 10 variedades, sendo que, 80% da área com uma única apenas. Hoje, em algumas de todas as espécies cultivadas. Este banco, segundo alguns pesquicomunidades, uma semente de uma variedade que está desapare- sadores, será o estoque de sementes para o futuro, se ocorrer uma grande catástrofe. cida tem o mesmo valor de uma grama de ouro. Existem bancos de sementes mantidos por instituições púA perda de diversidade favorece a homogeneização nos plantios e a consequência é a entrada de doenças e pragas dizi- blicas de pesquisa, empresas particulares e universidades, mas mando as plantações em vários locais do mundo e favorecendo também possuem um papel fundamental no incremento da diversio aparecimento das ditas plantas invasoras. Além da questão de dade os bancos formados em comunidades de agricultores em todo perdas produtivas ocorrem perdas ligadas a valores culturais, re- o mundo. Estes conservam espécies de múltiplas funções culturais, ligiosos e gastronômicos. Muitas das variedades desaparecidas religiosas, gastronômicas e produtivas, mantendo assim valores que estão intimamente ligadas a tais fatores, como o caso de deter- estão acima de meros valores produtivos. Um importante benefício minadas espécies que são utilizadas na alimentação básica de dos bancos comunitários quando comparados com outras formas de bancos de sementes, é que os agricultores realizam o plantio secomunidades rurais. As perdas neste âmbito ocorrem através da introdução de guidamente acompanhando assim o processo de coevolução entre sementes melhoradas, sem as mesmas qualidades nutricionais e as plantas e o ambiente (de extrema importância nos dias de hoje). No Brasil, os bancos de sementes comunitários surgiram na culturais das que eram utilizadas, sendo muitas delas híbridas e década de 70, estimulados pela Igreja Católica junto às comunimais recentemente por sementes transgênicas. Esta substituição é uma estratégia imposta por grandes dades de pequenos agricultores (ALMEIDA E CORDEIRO, 2002). A empresas multinacionais da área de sementes, pois no caso de finalidade foi formar bancos para conservar espécies e variedades sementes híbridas, em cultivos posteriores, acabam reduzindo a locais mantendo assim a diversidade de sementes importantes para sua produção a cada replantio devido à perda de vigor híbrido, o dia a dia dos agricultores. O banco de sementes tem a função de promover a armazepodendo ser cultivada uma única vez. Já as sementes transgênicas que podem ser híbridas como no caso do milho, a dominação é nagem de sementes de um ano para outro mantendo um estoque ainda maior, pois as empresas cobram royalties dos agricultores disponível para as próximas safras. Também favorece a troca de pelo uso do invento que está dentro da semente que na verdade materiais entre agricultores promovendo assim o aumento da diversão genes de outros organismos inseridos nela, tornando-se um sidade de plantas cultivadas entre eles. Os bancos são gerenciados de diversas formas e interessante é o empréstimo de sementes com evento passível de cobrança pelo seu uso. As sementes crioulas, as tradicionais ou as variedades de o compromisso de devolução para manter os estoques.

4

Naturale

abril/maio - 2012


No Brasil, pode-se salientar o belíssimo trabalho realizado na Paraíba com bancos comunitários de sementes crioulas, o chamado Banco de Sementes da Paixão, criado a partir de 1993. Hoje já existem cerca de 225 bancos ligados à Rede de Articulação do Semi-Árido. No sul de Minas Gerais estão sendo implementados bancos de sementes com agricultores Orgânicos e Biodinâmicos da Associação de Produtores de Agricultura Natural de Maria da Fé (Apan Fé), da Associação de Agricultores Orgânicos e Biodinâmicos Serras de Santana em Sapucaí Mirim e da Associação de Produtores Orgânicos e Biodinâmicos Serras Verdes em Córrego do Bom Jesus. Estes grupos recebem assessoria da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica para o desenvolvimento de produção de sementes a nível local. Estes bancos estão interligados e a grande troca de materiais favorece o incremento de diversidade. Os agricultores estão sendo treinados com ênfase em técnicas de produção de sementes que vão desde o plantio, técnicas de isolamento quando em culturas passiveis de cruzamento entre espécies e variedades, passando por seleção de plantas, além de manejos de colheita, secagem, armazenagem e beneficiamento de sementes. Estas técnicas são importantes em um sistema de produção de sementes assim como na sua longevidade pois ficarão armazenadas posteriormente. Em março do ano passado ocorreu a Primeira Festa da Semente no Sul de Minas Gerais em Maria da Fé, organizada pela Apan Fé, e contou com a presença de agricultores dos grupos que realizam esse trabalho. Muitas das sementes produzidas por eles foram levadas para exposição. Nesta atividade foi realizada uma avaliação da importância dos bancos de sementes e uma feira para troca, bem como a visita a uma propriedade em que o agricultor José Amarildo Luz pertencente à Apan Fé já produz cerca de 80% das suas sementes. O interessante nestas feiras é promover o encontro entre os agricultores que doam sementes, com os agricultores que as recebem e assim promovem o intercâmbio cultural entre ambos. O trabalho que a humanidade vem desenvolvendo a mais de 10 mil anos com a domesticação e dispersão das sementes tem que ser valorizado e a importância dos bancos de sementes nas comunidades é vital para a manutenção da agricultura familiar, responsável por alimentar muitos países em desenvolvimento como os latinoamericanos. No Brasil, segundo Tedesco (2001), a agricultura familiar produz 96,98% da produção de alface, 59% de batata, 87% da cebola, 60% do milho e 80% do feijão. Uma grande parte desta produção é realizada com sementes próprias dos agricultores. Fomentar os Bancos de Sementes nas Comunidades é um papel fundamental de soberania alimentar. Vladimir Ricardo da Rosa Moreira, Engenheiro Agrônomo com especialização em Agricultura Biodinâmica e Produção de Sementes Agroecológicas e Biodinâmicas. Consultor em propriedades orgânicas e biodinâmicas, Assessor da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica em Produção de Sementes e Hortaliças.

Naturale abril/maio - 2012


Circuito das Águas Com a maior concentração de águas minerais do planeta, o Circuito das Águas, formado pelos municípios de Baependi, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Heliodora, Lambari, São Lourenço e Soledade de Minas, situado na encosta da Serra da Mantiqueira (trecho da Estrada Real), e entre o eixo Rio de Janeiro – São Paulo – Belo Horizonte, no Sul de Minas. Destaca-se pela diversidade de fontes e balneários, águas revitalizantes, riquezas naturais, clima saudável e povo acolhedor. O cultivo de café em terras de altitude é responsável pela excelência na qualidade do produto, considerado o melhor café especial do mundo. Além de oferecer diversas opções de lazer ao ar livre, o Circuito das Águas se caracteriza como destino turístico para os que apreciam o bem-estar, o contato com a natureza, o artesanato e a culinária típica. Baependi, cidade remanescente do Ciclo do Ouro, possui atrativos históricos, culturais, religiosos e ecoturísticos. Ca- choeiras, trilhas nas montanhas e esportes de aventura: trekking, canyoning, rapel e montanhismo, além do Santuário da Conceição, onde está o túmulo de Nhá Chica “Serva de Deus”, cujo processo de beatificação se encontra em tramiti no Vaticano. Cambuquira é cercada por Floresta remanescente da Mata Atlântica, que garante a qualidade e a magnitude da melhor água mineral do mundo. Suas fontes com poderes curativos e terapêuticos estão localizadas dentro do Parque das Águas. A cidade também se destaca por seu artesanato, pela fabricação de doces e queijos, bem como o turismo esportivo com a prática de voo livre na rampa do Piripau e das trilhas, cachoeiras e mirantes. Em Campanha, o Museu Regional do Sul de Minas reúne peças de arte sacra

6

do século XVIII, oratórios, livros, objetos litúrgicos, peças utilizadas na tortura de escravos, o acervo de ciências naturais de mineralogia e de ofícios. Outro museu que merece ser visitado é a Casa onde nasceu o cientista Vital Brasil, descobridor do soro antiofídico e criador do Instituto Butantan, em São Paulo. Os tapetes feitos em tear manual, arte sacra entalhada em madeira, utilitários domésticos e peças de decoração compõem o artesanato local. Carmo de Minas exibe montanhas e paisagens de tirar o fôlego, além de grande vocação para o turismo rural associado à cafeicultura. A excelência na produção de cafés especiais confere ao município o título de “Capital do Café Especial”. Os mirantes de altitude, as fazendas tradicionais de café e criação do gado Girolando, bem como as construções de valor histórico-cultural, os aromas, saberes e fazeres de seu povo acolhedor a torna um destino turístico certeiro. Caxambu é considerada a mais tradicional Estância Hidromineral do país. São 12 fontes com diferentes propriedades jorrando ininterruptamente, com poderes medicinais, unindo bem estar e qualidade de vida. Todo este manancial está concentrado em uma área de 210.000m² no Parque das Águas, tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais e que possui balneário, teleférico, um moderno SPA para banhos relaxantes, massagens e tratamentos hidroterápicos. Conceição do Rio Verde possui um ótimo clima, o que possibilita a atividade agropecuária. Suas águas minerais foram classificadas como uma das melhores do país. É um lugar aconchegante, com mon- tanhas, cachoeiras, rios, corredeiras e trilhas para aprazíveis caminhadas. Em Heliodora, cidade serrana com

clima ameno, encontramos montanhas, cachoeiras e grutas, cenário admirável. Para praticantes de alpinismo, há o Pão de Açúcar, o Pedrão e a Pedra do Ovo. Em Lambari, no Parque das Águas, encontram-se piscinas e fontes minerais com propriedades terapêuticas: a gasosa, a alcalina, a magnesiana, a ligeiramente gasosa e a ferruginosa. Outras atrações da cidade são: Palácio Dom Cassino, Fonte Luminosa, Serra das Águas Virtuosas, Toca da Onça, duchas, além de cachoeiras e trilhas no Parque Estadual Nova Baden (Reserva Florestal). São Lourenço tem o turismo como principal atividade econômica, uma das mais importantes estâncias hidrominerais do Brasil e polo comercial do Circuito das Águas. Apta a atender aos mais exigentes clientes, tem o segundo maior parque hoteleiro do estado. Seus principais atrativos são o Parque das Águas, que oferece fontes minerais, banhos e massagens e o Trem das Águas que liga a cidade à Soledade de Minas. De acordo com o IBGE, São Lourenço possui o segundo melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Minas Gerais e recebe anualmente cerca de 600 mil visitantes. Soledade de Minas localiza-se no centro do Circuito das Águas e oferece a seus visitantes a tranquilidade e a segurança das cidades mineiras, a simpatia e amizade de seu povo e as delícias de sua cozinha. Como toda a região, está iniciando a prática do turismo rural. Destaca-se também por seus trabalhos artesanais de palha da taboa, argila, bordados, mel de alta qualidade e doces caseiros, que podem ser encontrados na Feira de Artesanato. Bem, agora é só se programar e aproveitar tudo de bom que estas cidades oferecem.

Naturale

abril/maio - 2012


Plantas ornamentais Por Menotti Chiaradia Filho

Plantas ornamentais distinguem-se pelo florescimento, forma ou colorido das flores e forma ou aspecto geral da planta. São usadas na arquitetura de interiores e no paisagismo de espaços externos. Há indícios, desde os primórdios da humanidade, de que algumas espécies eram cultivadas para esse fim. Existem milhares de espécies que podem ser consideradas ornamentais, no entanto, é importante conhecer as necessidades da planta para saber as possibilidades de cultivá-la. Em geral precisam de muito sol e água ou de sombra e umidade para um cultivo de sucesso. As ornamentais formam diversos grupos quanto ao efeito que podem proporcionar — em conjuntos ou isolados. Segundo a estrutura podem ser árvores, arbustos, trepadeiras, herbáceas e forrações. Árvores: vegetação lenhosa com tronco, copa definida e tamanho adulto superior a 4 m, ornamenta, produz sombra, controla ventos, ameniza poluição sonora e do ar, atrai e abriga pássaros e pequenos animais. Arbustos: vegetação lenhosa, com bifurcação e baixa estatura, ornamenta, delimita visão, orienta circulação de pessoas, proporciona privacidade, destaca ou esconde linhas arquitetônicas, protege contra vento, pó e ruído, forma sebes e cercas vivas. Trepadeiras: vegetação lenhosa que precisa de algum suporte ou tutor para crescer. Classificam-se em volúveis, sarmentosas, cipós e escandentes. Ornamenta, destaca detalhes arquitetônicos, cobre muros, forma pergolados, caramanchões. Herbáceas: caule não lenhoso ou semi-lenhoso podendo adquirir altura e efeitos de um arbusto. Podem ser terrestres folhosas ou suculentas, ou aquáticas. Ornamenta, substitui arbustos em locais sombreados, forma maciços ou quando isoladas servem como ponto focal. Também usadas como bordaduras para contornos em geral. Forrações: com crescimento predominantemente horizontal, serve para cobrir a superfície do solo diferenciando-se dos gramados por não suportar pisoteio. Ornamenta, protege o solo contra erosão, quebra monotonia de extensos gramados formando desenhos, emblemas ou manchas com diferentes texturas e cores valorizando o paisagismo. Na escolha de plantas que irão ornamentar seu jardim, é interessante lembrar que muitas podem trazer visitantes bem vindos, como beija-flores e pássaros, principalmente as que frutificam, borboletas e odores agradáveis. Contemplar e sentir a beleza das plantas não é só uma atividade prazerosa; esta prática alivia o stress e traz benefícios à saúde. Menotti Chiaradia Filho, graduado em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal de Lavras, especializado em Agricultura Alternativa, pós-graduado em Paisagismo Ecológico. Estagiou em Kew Gardens, Londres, na muultiplicação de plantas tropicais e manutenção de ornamentais.

Naturale abril/maio - 2012


Fotos: Arquivo Casa Joka

Foto www.annegeddes.com

Ter uma gestação tranquila, saber e compreender as mudanças no corpo e como isso influi na gestação é de suma importância. Os cuidados diários compartilhados entre os pais, sem medos e sobressaltos, cria uma atmosfera mais amorosa para receber o novo integrante da família. Pensando nisso, a Casa Joka sob a coordenação de Marta Kallás Pinto, iniciou em 1999, o projeto “Vou ser mãe”, um curso gratuito para gestantes com uma gama de conhecimentos científicos e práticos ligados à gestação e aos cuidados com o bebê, ministrado por uma equipe multidisciplinar composta por Enfermeira, Nutricionista, Fonoaudióloga, Pediatra, Ginecologista/Obstetra, Odontopediatra, Fisioterapeuta, Psicóloga e membro do Corpo de Bombeiros. Em 2012, em sua 25ª turma, o curso já proporcionou a mais de 700 mulheres a oportunidade de desenvolverem uma gestação tranquila e sentirem-se prontas para receberem seus bebês. O curso conta com dez encontros semanais com duração de 1h30 cada, totalizando 15h, realizados no Auditório da Casa Joka (7º andar). Para participar é necessário fazer inscrição no Departamento de Bebê e Primeiros Passos. Este projeto é uma das Ações Sociais da Casa Joka, que desta forma, retribui a Itajubá e região o prestígio e a credibilidade depositados em seus anos de existência. Em seu primeiro formato, em fevereiro de 1999, o Curso para Gestantes teve grande aceitação tanto pelo seu conteúdo quanto por sua proposta de contribuição à sociedade. Com um novo formato, em 2002, recebeu importantes contribuições; a participação da enfermeira Adriana Lucia de Medeiros Martins, médicos e profissionais especializados e o apoio do Ceam Brasil, tornando o curso mais rico e profissional. Há 11 anos junto de Marta Kallás na organização das palestras, a enfermeira Adriana diz que “o projeto tem como objetivo principal romper a Tríade: Tensão, Medo e Dor e favorecer a soma do Saber, Fazer e Divulgar o CERTO”. Para Marta, “é muito gratificante esta troca, receber de todos que participam o

carinho e a confiança. Tudo gira em torno do bem mais precioso que uma mãe pode ter: o filho. Por isso, nossa responsabilidade se torna cada dia maior”. Segundo o Dr. Marcio Gomes Viana (Ginecologista e Obstetra), “muitas vezes, durante uma consulta, o médico não tem tempo suficiente para explicar para a paciente as alterações que ocorrem no seu corpo e mente durante o período gestacional, parto e pós parto (puerpério). Isto aliado a falta de hábito de ler do nosso povo, abre brecha para que curiosos encham a cabeça das grávidas de mentiras e mitos infundados, gerando principalmente MEDO. Baseado nisso, acho fundamental os cursos rápidos de informação objetiva e de fácil entendimento. Ações como da Marta Kallás e Casa Joka, é o que o Brasil precisa. É um trabalho que dá resultado. Participo com muito orgulho do projeto que compartilha deste momento único da mulher, que é a reprodução de um ser, a experiência mais maravilhosa de sua vida”. O sargento Anderson Souza Esteves, do Corpo de Bombeiros ressalta a importância do curso dizendo que “o responsável pela sua segurança é você, não há ninguém melhor para prevenir do que você mesmo, porém existem fases da vida que todo ser humano depende do outro. O recém-nascido tem como segurança a família, por isso os pais devem estar preparados para recebê-lo com afeto e carinho, e com responsabilidade e atenção para agir de maneira correta em momentos de acidentes domésticos. Pensando nisso abordamos temas de prevenção e o que fazer na hora “H”, quando ocorre algum acidente. Notamos que muitos pais, no momento do problema, entram em desespero e acabam não fazendo nada, deixando de ganhar minutos preciosos, ou o que é pior, realizam procedimentos que agravam ainda mais a situação”. Para Andreza e Rodrigo, pais de Valentina, hoje com cinco meses “o curso de gestante foi de muita importância para

nós ‘pais de primeira viagem’, a cada dia uma descoberta, a quebra de vários mitos que avós, pais e amigos nos falam, tudo valeu a pena, pois a cada dia que nossa filha cresce, em determinada situação, nos faz lembrar de um detalhe dito no curso, e o mais importante foi quando conseguimos desengasgá-la usando a técnica que o bombeiro nos ensinou! Agradecemos a Casa Joka por este aprendizado porque a prática, bom... ela está sendo utilizada! Franciele Monteiro, que fez o curso duas vezes por ocasião da gestação de Samira (5 anos) e Ravi (1 ano), relata: “aprendi muito, troquei experiências, tirei todas as minhas dúvidas. O curso trouxe valiosas informações que me ajudaram a ter confiança e tranquilidade em minhas atitudes durante a gestação e depois como mãe colocando em prática os ensinamentos adquiridos, aprendendo cada vez mais com a rotina do dia a dia. Fazer o curso por duas vezes não foi repetitivo, pois, foram dois momentos diferentes em minha vida. Na minha opinião é um curso muito importante para os pais (ambos) e para o bebê, aumentando ainda mais os laços de carinho, cuidados e amor. Se fosse para fazer o curso pela terceira vez faria com o maior gosto. Indico o curso, o qual avalio com nota 10”. Como podemos ver, iniciativas como esta mudam e proporcionam qualidade de vida a muitas pessoas e este é um diferencial da Casa Joka. Marta e Adriana finalizam dizendo: “o Curso se tornou um projeto de amor, pois é realizado com muita dedicação e carinho. Que venham muitos bebês para encherem o mundo de alegria! Às mães, nossos parabéns pelo preparo e cuidado amoroso para a chegada destes novos seres, que estejam sempre envoltos de paz, amor e saúde!


Fisioterapia durante a gestação Pelo Dr. Elias Peixoto Nogueira

Sabe-se que o parto é o momento mais aguardado e preocupante na vida das gestantes. É sem dúvida uma atividade física e emocional intensa. Por isso, é importante que ela esteja preparada e treinada para o momento do parto. Um acompanhamento específico nesta etapa que respeite a ansiedade e os medos da futura mãe, além de ajudar, pode facilitar muito o trabalho de parto, que dará a ela mais segurança, controle emocional, confiança e a capacidade de tomar decisões com serenidade diante das dificuldades que aparecerem. Atualmente, o privilégio de ser mãe ficou mais fácil e agradável, devido aos avanços da medicina, recursos tecnológicos (exames) e também pelo acompanhamento da equipe multidisciplinar durante o parto. Equipe esta composta por ginecologista, pediatra, enfermeira, fisioterapeuta, nutricionista e psicóloga. Os objetivos desta equipe baseiam-se em cuidados com a gestante e o bebê (pré-natal, prevenção de doenças e alterações decorrentes da gravidez, orientações sobre o aleitamento materno e como ter um parto humanizado e natural). Hospitais e instituições de saúde que possuem esta equipe multidisciplinar e que prestam assistência à gestante poderão ter a chance de receber o título de “Hospital amigo da criança”, os quais recebem uma verba para remunerá-la. Ao longo dos anos a atuação do fisioterapeuta vem conquistando um lugar de destaque nesta equipe e também neste período tão importante na vida da mulher. A assistência fisioterapêutica é responsável pelos cuidados com a gestante no que diz a respeito às três fases da gestação: pré, peri (durante) e pós-parto, prestando um suporte adequado e global, como serão destacados abaixo: Trabalho Postural e Respiratório Aborda a prevenção de dores na coluna vertebral, compressões articulares ocasionadas pelo peso corporal (mãe e bebê) e das mamas e a capacidade respiratória que se apresenta diminuída (se cansa facilmente). É realizado com técnicas de percepção articular e corporal; exercícios posturais de alongamento e relaxamento; liberação e normalização das tensões musculares somatizadas no corpo e exercícios respiratórios, através de Pilates, RPG, osteopatia, acupuntura, shiatsu, yoga, bola suíça. Reeducação do Assoalho Pélvico Através de exercícios físicos de fortalecimento e alongamento da musculatura do períneo e do assoalho pélvico (músculos adjacentes), de relaxamento e mobilização das articulações da pelve envolvidas no momento do parto, na manutenção da continência urinária, entre outros. Trabalho Preventivo Enfatiza à prevenção de distúrbios circulatórios como: edema e varizes nos membros inferiores. Exercícios que facilitam o retorno venoso (bomba circulatória), de elevação das pernas, drenagem linfática (massagem), meias compressivas, o uso adequado de sutiãs com alças largas (eliminam dores no

Naturale abril/maio - 2012

pescoço, ombros e coluna vertebral) e de calçados confortáveis, são fortes aliados neste processo preventivo. Importantes são as orientações que a mãe recebe do fisioterapeuta no decorrer dos nove meses, como as posições corretas para amamentar o bebê (deitada, sentada, amamentar gêmeos, dormir, entre outras). O auxílio do pai neste processo é de fundamental importância para amparar não só a mãe, como o bebê. Sem dúvida, é bom lembrar da individualidade biológica de cada gestante, afinal, os sinais e sintomas de cada paciente podem ou não manifestar-se durante a gestação, sendo fatores importantes que irão interferir na sua qualidade de vida. Fica a sugestão para as futuras mães, que procurem uma equipe de profissionais devidamente capacitados para acompanhar sua gestação. Tenho certeza que diante desta equipe a mãe terá um parto mais tranquilo, programado e humanizado sem maiores preocupações e medos que cercam esta fase linda da vida de uma mulher. Parabenizo as futuras mães e desejo um feliz parto!!! Dr. Elias Peixoto Nogueira, especialista em neurologia funcional, RPG, osteopatia, Pilates, estética e uroginecologia.


Akiane Kramarik, nasceu em 9 de julho de 1994, em Illinois, Estados Unidos, filha de uma dona de casa lituana, ateísta, e de um chef de cozinha americano, é considerada uma criança Índigo. Começou a desenhar espontaneamente aos 4 anos e foi-se aprimorando através de sua aguda observação. Aos 7 escrevia poesias e aforismos com tal fluência que não precisavam ser corrigidos. Fala quatro idiomas: lituano, russo, inglês e a linguagem dos sinais. Akiane revela que “sua inspiração para arte e literatura vem de suas visões, sonhos, observações das pessoas, da natureza e de Deus. Sua arte tem como meta inspirar os outros e exercer o dom dado por Deus”. Acorda às 4h da manhã para iniciar suas pinturas. Estuda pelo método homeschooling (educação escolar em casa), raramente vê televisão e comenta: “Adoro estudar só em casa. Assim, tenho mais tempo para orar, pintar, escrever, passar tempo com minha família. Todas as manhãs e todas as noites, converso com Deus. É como se fosse uma voz na minha mente conversando comigo”. O autorretrato acima, ela visualizou logo após seu aniversário de 11 anos, já a pintura ao lado intitulada “O Jovem sábio” fez aos 15. Vale conhecer sua obra pelo site www. akiane.com

10

Naturale

abril/maio - 2012


Akrit Jaswal nasceu em 23 de abril de 1993, numa família pobre em Himachal Pradesh, Índia. Desde a infância, Akrit demonstrou habilidades incomuns: começou a falar com 10 meses, aos 2 anos lia e escrevia apenas olhando as páginas dos livros, aos 5 anos, começou a ler livros de poesia, peças de Shakespeare e desenvolveu uma paixão precoce por livros de medicina, anatomia e cirurgia. Possuidor de uma formidável memória fotográfica, aos 6 anos fazia discursos altamente complexos sobre temas de Medicina, Biologia e Cirurgia, e debatia com médicos adultos qualquer tipo de tema ligado à ciência médica. Aos 7 anos, tornou-se o cirurgião mais jovem do mundo, quando a família de uma menina da aldeia solicitou a sua ajuda para realizar uma cirurgia. Ela havia sofrido um acidente e queimado os dedos que ficaram colados; Akrit apiedou-se da menina e realizou uma cirurgia bem-sucedida, que foi filmada e surpreendeu os médicos de todo o Mundo. Akrit aos 16 anos afirmou que “pode criar novos remédios e novas tecnologias para a cura do cancêr e da AIDS, mas que para isso precisa antes formar-se oficialmente e criar um Centro Filantrópico de Estudos, para tratar gratuitamente os milhares de doentes”. As crianças índigos vêm com propósitos de vida bem claros, sempre visando o benefício da humanidade. (Colunas: textos adaptados por Elaine Pereira)

Naturale abril/maio - 2012

11


12

Naturale

abril/maio - 2012


Curso G9 e Ameducação oferecem cursos de robótica para crianças e adolescentes Por Bill Souza

O Curso G9 e a Ameducação ampliaram a parceria, iniciada no ano passado, e passam a oferecer cursos de robótica para crianças de 6 a 9 anos: é o Programa Genius Robotics. Também houve mudança no Programa Líder, destinado a jovens de 10 a 15 anos, que ampliou a carga horária para contemplar duas aventuras. Ambos fazem parte do Programa de Incentivo à Ciência e Tecnologia (PICT). “Nosso programa foi todo reformulado para melhor atender aos alunos que sentem necessidade e têm curiosidade de se aprofundar em temas ligados à ciência e tecnologia”, explica o sócio-diretor da Ameducação, Nilton Sérgio Joaquim.

Para o diretor de Planejamento do Curso G9, professor Giovanni Henrique Faria Floriano, os dois programas não são exclusivos aos alunos do colégio. “A participação também está aberta aos alunos das demais escolas de Itajubá”, disse. Os dois programas serão desenvolvidos no Curso G9, sempre no contra-turno das atividades curriculares. “O Genius Robotics, com carga horária de 32 horas, inicia a criança no universo da tecnologia e, sem dúvida, favorece o processo de aprendizagem”, ressalta. Cada turma terá até 12 alunos, que serão divididos em quatro equipes de três membros cada.

Já o Programa Líder é um curso de preparação obrigatório para os alunos que pretendem participar do Torneio Mineiro de Robótica. As turmas são compostas de no mínimo 10 e no máximo 12 alunos e os encontros são semanais, com carga horária diária que varia entre 2 e 4 horas, durante as quais serão realizadas ações para um aprendizado significativo, buscando desenvolver várias características, tais como: liderança, empreendedorismo, trabalho em equipe, empatia, tomada de decisão, entre outras. Mais informações sobre os dois programas podem ser obtidas pelo telefone (35) 3623-1877 ou pelo site www.curso-g9.com.br.


Conhecendo e curando a nossa criança interna Por Eloisa Lopes

Todos temos uma criança dentro de nós. Ao longo da vida, fomos crescendo, viramos adultos sérios, competentes e nos esquecemos dela. Mas de vez em quando sentimos que há alguma coisa estranha com a gente, algum tipo de distanciamento da vida, algo que, muitas vezes, nem identificamos como dor. Então ficamos muito hábeis em criar defesas como proteção a essa dor não sentida. Criamos doenças, depressões e também figuras muito respeitáveis, imagens que se superpõem e que se colocam a nossa frente como cães fiéis e protetores, guardiães da nossa “sanidade” por vezes tão ameaçada de escorrer pelas valas da vida e pelos cantinhos do nosso quarto. Aquela criança, então, nem sabemos mais onde está, não percebemos sua presença. Às vezes sentimos suas lágrimas quentinhas no travesseiro, às vezes num ataque de raiva e vingança — quando ela dá as mãos ao nosso eu inferior —, às vezes ao espelho, quando percebemos o sorriso meio tristonho, o rosto desanimado, os olhos sem brilho... (A terminologia aqui utilizada “eu inferior” vem do Pathwork e significa um “eu” criador de nossas atitudes e sentimentos negativos, decorrentes da nossa separação com a totalidade da vida). E aí, o que fazemos? Provavelmente escondemos mais ainda esse material de nós mesmos. Lá vamos nós a trabalhar mais, a beber mais, a comer mais (principalmente doces), a nos “divertir” mais, a nos exigir mais, a comprar mais, a qualquer coisa mais... Até o próximo round, quando tudo recomeça! O fato é que sentimos vergonha dela, a vaga sensação de que “ela não deveria estar aí, não me deixa ser feliz, vivo e competente como adulto”. Mas é exatamente o contrário! Todas essas coisas “vergonhosas” estão aí para chamar nossa atenção, para trazermos para a

14

consciência e vivenciarmos os elementos que nos causam receio; para trazermos à luz do sol os lugares de sombra e medo. Entrando em contato com esse material que emerge, vamos liberando os espaços criativos, antes ocupados energeticamente em esconder e disfarçar, em rotular e cobrar, em fingir e reprimir. Vamos entender bem uma coisa: a criança interna não é infantil; infantil é o nosso adulto que não cresceu. A criança interna retém nossa vivacidade, espontaneidade, a abertura para a vida, para a alegria. Mas ela está ferida! Por que está ferida? Bem, essa ferida é antiga... Por mais queridos e amorosos pais que tenha tido, ela se feriu profundamente e, sentindo dor, foi devagarzinho se fechando e se defendendo, criando suas pequenas defesas — que logo se tornaram nossas pesadas armaduras, máscaras, defesas. Sentia raiva, mas não podia expressá-la. “Criança bonitinha e bem educada não tem raiva”, diz o meio social. Sentia pesar e era instada a brincar. Sentia medo e não conseguia se sentir acolhida. Sentia medo de “ser ruim”, de não ser boa o bastante para ser amada. Não se sentia aceita. E lá vamos nós com essa imensa demanda, sem saber que só nós mesmos podemos mudar isso. Vamos conhecendo e trabalhando tudo isso a cada passo, até que um dia percebemos que já temos condições de sentir a própria dor sem nos despedaçarmos, a partir do próprio esforço do autoconhecimento. Ao entrar em contato com nós mesmos, os balões vão se esvaziando, desinflando e liberando aqueles tais espaços criativos que falávamos, para uma vida mais verdadeira. Nesse momento, com a ajuda do nosso ser real (que podemos chamar de Eu Superior), o adulto em nós pode começar a acolher a própria criança, compassivamente, percebendo e respeitando seus sentimentos, conhecendo os aspectos frágeis e debilitados, os potenciais de luz e amor, sendo responsável por ela.

Perfeição? Não, apenas trabalho interno. Fazemos isso tudo de uma tacada só? Não, acredito que vamos caminhando nesse aprendizado, nos acontecimentos da vida, ao longo de todos os dias. Enquanto houver vida, há oportunidade de crescimento. Grande palavra-chave: aceitação. Como diz o Guia do Pathwork, “vamos caminhando para a realidade e a maturidade com alegria e paciência”. E Sri Aurobindo, mestre indiano, coloca quatro verbos essenciais que nos ajudam nesta tarefa: encarar, aceitar, suportar e conquistar. No nosso trabalho de Terapia Energética, trabalhamos muito com o corpo. Ele é nosso veículo precioso, que contém informações verdadeiras sobre nós mesmos. Ele guarda nossos segredos, não apenas no formato, mas na pele, nos movimentos. “O corpo não mente; a mente, mente”, explicando e racionalizando tudo. E não adianta só conhecer, só saber, precisamos trabalhar tudo isso na energia, acolhendo a criança, aceitando e transformando o eu inferior, conhecendo e abrindo mão das defesas do eu idealizado, exigente e controlador, entrando em contato com esses vários “eus” e chegando mais perto da nossa essência, de quem somos realmente, do nosso eu real. Em qualquer desconforto e malestar físico, emocional, mental, temos boas pistas das direções a seguir. A música e o movimento são nossos grandes aliados nesse processo. No trabalho terapêutico, ambos ajudam a acessar um lugar mais verdadeiro dentro de nós, abrindo espaços para percepções novas através de “sentir os próprios sentimentos”. Nós próprios desenhamos nosso caminho de cura para uma vida mais integrada e mais feliz. Eloisa Lopes, musicista pela Universidade Federal da Bahia, massoterapeuta pelo Senac, terapeuta pelo Instituto de Core Energetics.

Naturale

abril/maio - 2012


Bioinspiração da esperança:

venenos que curam “... Sede prudentes como as serpentes...” (Mat 10:16)

Pelo Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

A serpente, considerada uma antiga divindade da Sabedoria no oriente e na região do mar Egeu, representa em várias mitologias, entre elas a Maia, o símbolo universal da renovação e a regeneração que pode conduzir para a imortalidade. Na Antiguidade clássica, com o avanço da alquimia, Mercúrio foi reconhecido como o protetor dessa arte e de outras informações ocultas, em geral conhecidas como “Herméticas”. E foi assim que a Química e a Medicina associaram o bastão de Hermes com os discípulos de Esculápio (em latim: Aesculapius), o bastão envolvido por uma serpente tornou-se o moderno símbolo da medicina (Figura 1). Durante a Reforma Protestante, a iconografia de Cosme e Damião foi completamente substituída pela de Esculápio entre os países reformados, e o bastão com a serpente enrolada se implantou definitivamente como o símbolo da Medicina em todo o ocidente.

(B) (A) Figura 1. Estátua de Esculápio (Aesculapius) no museu do Teatro de Epidauro, Grécia (A). Seu bastão se tornou o símbolo da Medicina na contemporaneidade em grande número de países do mundo e está presente na bandeira da Organização Mundial da Saúde (B).

Naturale abril/maio - 2012

Os conhecimentos da Biologia Molecular e da Engenharia Genética aplicados à obtenção de novos fármacos e medicamentos têm proporcionado uma revolução nas ciências da saúde nas últimas duas décadas. A utilização de ferramentas de bioinformática, clonagem gênica e as purificações de proteínas de fluidos biológicos têm permitido um avanço significativo na obtenção de novos compostos com atividade terapêutica, particularmente para o tratamento do câncer. Embora muitas proteínas terapêuticas possam ser produzidas utilizando equipamentos denominados fermentadores (Figura 2), é nítido que o processamento microbiano não se mostra completamente adequado para a produção de um grande número de proteínas bioativas em escala industrial. Isso ocorre devido à incapacidade das bactérias realizarem reações de modificações pós-sintéticas, requeridas para a atividade biológica plena. Diante disso, para a síntese de uma série de proteínas de interesse terapêutico, há a pertinência do uso de células animais, para que as modi- ficações adequadas sejam realizadas. Nesse cenário, a utilidade das serpentes na produção de novos fármacos a partir de seu veneno surge como uma perspectiva promissora pa- ra a produção de compostos com atividade (A) (B) biológica altamente se- Figura 2. Biorreatores do Centro de Estudos e Inovação em letiva para algumas Materiais Biofuncionais Avançados da UNIFEI para o cultivo de das enfermidades que células animais ou vegetais para a produção de compostos para afligem o ser humano a biomedicina (A). Em (B) são mostrados biorreatores em escala deste século, entre elas industrial. o câncer. A quimioterapia convencional para tratamento do câncer gera intensos efeitos colaterais e isso tem estimulado a busca de novos compostos capazes de combater a proliferação incontrolada das células tumorais. A química do veneno de serpentes (Figura 3, página seguinte) tem atraído a atenção dos pesquisadores e são particularmente interessantes, devido à sua forte atividade farmacológica e seletividade para tumores. Os venenos de serpentes contêm um grupo importante de substâncias denominadas peptídeos que possuem atividade citolítica sobre uma grande variedade de células tumorais, que podem ter valiosa utilidade terapêutica.

15


Figura 3. Extração do veneno de uma serpente. A pequena gota amarela observada é uma rica fonte de moléculas bioativas que podem ser de grande utilidade para o tratamento de várias enfermidades que afligem a humanidade do século XXI, destacando-se o tratamento do câncer.

A crotoxina (CT) é a principal toxina presente nos venenos das serpentes da América do Sul (Crotalus durissus terrificus) e representa quase 50% do peso seco do veneno sendo a primeira neurotoxina animal a ser purificada e cristalizada (Figura 4). Demonstrou-se que esta toxina com atividade de fosfolipase (PA2) possui atividade antitumoral capaz de combater a proliferação incontrolada das células tumorais. A complexa mistura química presente na crotoxina/PA2 do veneno da cascavel tem demonstrado uma significativa atividade contra uma grande variedade de linhagens celulares de tumores de origem humana sendo observado uma atividade particularmente importante nas linhagens de células de câncer de pulmão e mama.

(A)

(B) Figura 4. A serpente Crotalus durissus terrificus, conhecida popularmente como cascavel (A) e a simulação computacional da estrutura da proteína fosfolipase (PA2) (B) responsável pela atividade antitumoral da crotoxina.

16

Os estudos da literatura têm apontado efeitos antitumorais significativos da crotoxina com efeitos terapêuticos significativamente superiores aos quimioterápicos tradicionais, sendo já observadas algumas patentes registradas por pesquisadores brasileiros, destacando-se entre elas, as de pesquisadores da Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI (INPI: PI0704648-0, 2007/2012). Com a finalidade específica de minimizar os efeitos colaterais indesejáveis associados à utilização da crotoxina no tratamento do câncer, pesquisadores da UNIFEI tem sintetizado microesferas e nanoesferas transportadoras da toxina (Figura 5). As nanoesferas (ou microesferas) são ocas, o que permite o transporte de uma elevada concentração de crotoxina até a região tumoral. Uma vez atingida a célula neoplásica, a parede porosa das micro/nanoesferas propicia uma liberação controlada e contínua da crotoxina, o que permite a manutenção da qualidade de vida do paciente devido à minimização dos efeitos colaterais durante o tratamento. É a verdadeira engenharia bioinspirada ou seja, imita-se as biomoléculas transportadoras existentes no corpo humano, as micro/nanoesferas comportam-se como sistemas biomoleculares que mimetizando as células biológicas levam a dose terapêutica adequada da crotoxina até o tecido doente. As micro/nanoes- feras transportadoras da proteína crotoxina são sistemas inteligen- tes com superfície cui- dadosamente projeta- da para atuar como uma verdadeira “bomba” de crotoxina e contêm em sua superfície, receptores para (B) (A) células tumorais além de possuírem uma per- Figura 5. Microesferas sintetizadas no Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados da UNIFEI para a meabilidade controla- liberação controlada de crotoxina (A) e exemplo ilustrativo da da. O sistema transporredução do tumor após aplicação da crotoxina imobilizada nas tador de crotoxina é micro/nanoesferas em modelo de experimentação animal (B). O inteligente no sentido sistema está patenteado no INPI (INPI: PI0704648-0, 2007/2012). de responder a pequeAtualmente estão buscando a patente internacional. nas variações do meio fisiológico no qual se encontra e ao mesmo tempo, é biocompatível. Pode-se dizer que o sistema transportador gerado pelos pesquisadores da UNIFEI é uma revolução significativa para a biomedicina contemporânea. A biomedicina contemporânea é um tema que gera muita esperança para a classe menos favorecida de nossa sociedade. Seus avanços levarão ao alívio do sofrimento, ao desenvolvimento de medicamentos mais efetivos e seguros, à cura de condições hoje intratáveis e, sobretudo, ao desenvolvimento de tecnologias amigáveis aos pobres. Entretanto, devemos recordar que a maior causa da falta de saúde em nosso planeta é codificada pela Organização Mundial da Saúde como Z59,5, uma doença terrível que assola o planeta cuja “arma” é o ego humano. Na Classificação Internacional de Doenças Z59,5 significa pobreza extrema. Em pleno século da bionanotecnologia cerca de 12 milhões de crianças com menos de cinco anos, quantidade essa igual à soma da população da Noruega e Suécia, morrem nos países menos desenvolvidos. Milhões e milhões de anos de evolução permitiram que a Natureza desenvolvesse uma assombrosa diversidade de soluções de elevada complexidade que viabilizam a vida em nosso planeta. Na solidão dos laboratórios, observa-se a Criação com o olhar de um cientista. Entretanto, a bioinspiração virá somente se, aliado a esse olhar; a humildade e o amor incondicional pela vida biológica desse planeta estiverem presentes. Nossas universidades públicas estão cheias desses seres. Esses seres não mudarão o mundo, não encontrarão nenhum novo Éden, mas estarão sempre a serviço do bem da humanidade. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coordenador Científico do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados, UNIFEI.

Naturale

abril/maio - 2012


Conversando com Dr. Marcos Fonseca da Clínica Sul Mineira sobre a Elastografia, um novo exame para o diagnóstico de câncer

Dr. Marcos Fonseca é o médico responsável pela Clínica Sul Mineira de Ultrassonografia, formado pela Faculdade de Medicina de Itajubá (1980), especialista em Diagnóstico por Imagem pelo Hospital Base do IPSEMG (BH/MG), possui título de Especialista em Radiologia pela AMB. (Associação Médica Brasileira), título de Especialista em Ultrassonografia pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia), é membro titular da Sociedade de Radiologia de Minas Gerais e do Colégio Brasileiro de Radiologia, participou de diversos cursos de ultrassonografia em hospitais, congressos e jornadas de diagnóstico por imagem, é professor auxiliar de diagnóstico por imagem da área de ultrassonografia na Faculdade de Medicina de Itajubá.

Dr. Marcos o que é Elastografia? Trata-se de uma técnica de diagnóstico que utiliza o ultrassom para medir a “dureza” de uma estrutura, por exemplo, um nódulo. Se for mais “duro” a possibilidade de ser maligno aumenta, se for mais “mole” aumenta a possibilidade de ser benigno. Também mede a dureza de um órgão, como por exemplo, o fígado sendo possível identificar se está desenvolvendo cirrose, mesmo em fase inicial. A elastografia não substitui a biópsia, mas indica o que deve ser biopsiado. Às vezes a alteração é pequena ou incompleta na mamografia e no ultrassom convencional e bastante visível na elastografia.

Exemplos de exames de elastografia.

(2)

(1) As imagens da esquerda nas figuras 1 e 2 foram feitas pela ultrassonografia convencional, são “escuras” em ambas as figuras. Na elastografia a imagem da direita é “clara” na figura 1 (indicando que o nódulo é “mole”) e “escura” na figura 2 (indicando que o nódulo é “duro”). A biópsia deve ser feita apenas no nódulo da figura 2.

A elastografia substitui a mamografia e o ultrassom com Doppler colorido? De maneira alguma! São métodos complementares e quando usados em conjunto aumentam em muito a capacidade de se fazer o diagnóstico. Além disso, é necessário saber que a elastografia é realizada após ter sido levantado a suspeita por uma alteração vista na mamografia ou na ultrassonografia. Como é feito o exame? Da mesma forma da ultrassonografia, não tem contra indicação, nem dor. Quais outros exames de ultrassonografia são realizados na clínica? Ultrassonografia em geral; Doppler colorido; 3D/4D e Biópsia de Mamas, Tireóide e Próstata.

Naturale abril/maio - 2012

Gostaria de dizer algo mais? Sim. Tenho ainda a dizer que junto com os modernos aparelhos e a nova sede das Clínicas, temos profissionais qualificados para prestar o melhor atendimento a quem nos procura. Nossos atendentes estão em frequente treinamento, o setor de gerenciamento está em busca constante de melhorias, nosso quadro médico é formado por profissionais qualificados em residências médicas e estágios (com pelo menos três anos de duração), em Hospitais como Beneficência Portuguesa (SP), Felício Rocho (BH), Hospital Escola da AISI (Itajubá), Hospital de Base do IPSEMG (BH), Santa Casa de Misericórdia (SP), Santa Casa de Misericórdia e Hospital do Fundão (RJ). Nossos profissionais, tanto da área médica como de outras áreas, estão sempre dispostos a trabalhar da melhor maneira em prol de nossos pacientes. Obrigado.

17


Novidades tecnológicas na Ortodontia Pela Dra. Gracia Costa Lopes

A Ortodontia é uma especialidade odontológica que lida particularmente com a estética do paciente. A estética facial inclui diversos tratamentos, entre eles, o tratamento ortodôntico que se preocupa com as más oclusões e a movimentação dos dentes em direção a posicionamentos funcionais, estáveis ou mesmo estéticos. O ortodontista tem como objetivo focar seu trabalho em um plano de tratamento elaborado de acordo com a necessidade de cada paciente, já que o sucesso depende de um diagnóstico bem feito. Hoje, são encontradas muitas novidades na área ortodôntica e uma delas são os aparelhos cujos brackets são mais modernos e com maior tecnologia — os brackets autoligados tipo Damon System, da ORMCO e o In-Ovation, da GAC. Esse tipo de aparelho dispensa o uso de borrachinhas ou metais para prender o arco no brackets. Os aparelhos autoligados possuem um design mais estético, significativamente menor, apresenta uma redução no acúmulo de alimentos principalmente devido a ausência da ligadura elástica e menos agressivo a mucosa bucal por não necessitar de amarrilhos metálicos, este sistema representa um conforto a mais para o paciente. Este aparelho utiliza forças leves e objetiva a diminuição de atrito. Permite que o fio trabalhe livremente na canaleta do brackets, reduzindo o atrito clássico, melhorando a eficácia do emprego das biomecânicas de deslize. Dessa forma, o Aparelho Autoligado possui a vantagem de reduzir cerca de 40% do tratamento ortodôntico.

Em resumo, com o aparelho autoligado temos:  Maior rapidez em relação a aparelhos convencionais;  Redução significativa da força exigida para movimentação

dentária (1,19g no aparelho convencional contra 1,07g no aparelho autoligável);  Diminuição na sensibilidade dolorosa do tratamento;  Algumas consultas terão intervalos de até 120 dias, ideal

para empresários e pessoas que viajam muito e não tem tempo para ir ao dentista com relativa frequência;  Diminuição no número de visitas ao dentista;  Com um lindo sorriso há um ganho de qualidade de vida, um

aumento da autoestima e melhor confiança, motivando momentos mais saudáveis plenos de satisfação.

os 25 aernruptos inint

r no a re semp o m o ec a! meir a pri

98,7 Mhz

A rádio do jeito que você gosta!

(35) 3622-4649

Sempre levando até você notícias relevantes e músicas de qualidade.

www.jovemfm.com.br (programação ao vivo pela internet e atualização diária de notícias) e-mail: jovemfm@jovemfm.com.br

18

Naturale

abril/maio - 2012



Lâmpadas fluorescente Por Paulo José Braz Rosas

As lâmpadas de mercúrio de baixa pressão, também conhecidas como lâmpadas fluorescentes, criadas por Nikola Tesla em 1938, são de uso doméstico, comercial ou industrial, e responsáveis por 70% da luz artificial no mundo. No Brasil são comercializados cerca de 200 milhões de lâmpadas por ano e, se não forem bem cuidadas, poderão produzir sérios impactos ambientais. A lâmpada fluorescente, ao contrário da lâmpada por filamento, possui grande eficiência ao emitir mais energia eletromagnética em forma de luz do que calor. São cada vez mais usadas pelo baixo consumo de energia e pela longa vida útil. Elas chegam a economizar até 80% de energia e durar seis vezes mais do que as lâmpadas incandescentes. A lâmpada fluorescente é composta por tubo selado de vidro, preenchido com gás argônio e vapor de mercúrio a baixa pressão. O interior do tubo é revestido por uma camada de pó fosfórico e uma lâmpada contém 25mg de mercúrio. Na indústria, o mercúrio é usado na fabricação de termômetros, barômetros, lâmpadas, espelhos, tintas e plásticos. O mercúrio é um metal que não ocorre de forma natural em nenhum organismo, e não desempenha qualquer função nutricional ou bioquímica em animais ou plantas. Sua presença nos seres vivos é prejudicial em qualquer concentração. Os danos causados pelo mercúrio são graves e quase sempre irreversíveis, podendo provocar repercussões no sistema neurológico, cardiológico, imunológico e reprodutivo. Um caso clássico de intoxicação ocorreu no Japão, em 1953, quando 80 pessoas morreram ao

20

consumirem peixes contaminados por mercúrio. Outro caso famoso ocorreu no garimpo de Serra Pelada onde garimpeiros inalaram vapor de mercúrio que era usado para purificar o ouro. Quando uma lâmpada fluorescente se rompe, o mercúrio é liberado sob a forma de vapor que é invisível e sem cheiro, e poderá ser inalado sem a pessoa perceber. O impacto gerado sobre o meio ambiente, decorrente de uma única lâmpada fluorescente, poderia ser considerado desprezível. No entanto, o descarte anual de 70 milhões de lâmpadas, apenas no Brasil, representa um sério problema de contaminação do ar, solo, lençóis freáticos e rios. A reciclagem das lâmpadas de mercúrio é a única solução capaz de evitar o descarte inadequado desses produtos e, consequentemente, evitar a contaminação do meio ambiente. Para reciclar uma lâmpada tem-se um gasto de aproximadamente 20% de seu custo. O problema é definir quem se responsabiliza por este custo adicional. O Brasil, ainda não possui uma legislação especifica para o descarte de lâmpadas que contém mercúrio. A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos procura atribuir o custo e a responsabilidade pelo descarte e reciclagem das lâmpadas aos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores, definindo como crime ambiental a sua destinação inadequada. Enquanto não tivermos uma regulamentação bem clara a respeito do descarte dessas lâmpadas, a população vai continuar misturando-as com o lixo domiciliar, causando prejuízos ao meio ambiente.

Reciclar é preciso! Participe você também! O apoio de consumidores cada vez mais conscientes sobre a necessidade de se fazer o descarte adequado de produtos recicláveis, vem contribuindo para a preservação do Meio Ambiente. Hoje, o estímulo para se voltar a ter hábitos como o do uso da própria sacola feita de tecido ou as chamadas retornáveis, tem ocasionado um benefício enorme tanto para a saúde dos aterros sanitários, como pela diminuição de sacolas espalhas pelas ruas, o que também entope bueiros que podem ocasionar enchentes. Esta prática já está regularizada por lei em vários municípios, e em Itajubá, está em vigor desde janeiro de 2012. A Lei Municipal 2861, dispõe sobre a substituição do uso de saco plástico de lixo e de sacola plástica por saco de lixo ecológico e de sacola ecológica – a Lei das Sacolinhas. Ela determina que os estabelecimentos comerciais de Itajubá não distribuam mais sacolas plásticas aos consumidores, sob pena de notificação, multa, interdição e até cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento. Tem-se estimulado também a coleta de oléo de cozinha, feita nas escolas municipais e igrejas, bem como a coleta de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes, no Centro Administrativo. Todos nós somos agentes de transformação em benefício do local onde vivemos e do planeta. Faça você também o descarte correto dos materiais recicláveis e estimule seu círculo familiar e de amigos a aderirem a esta prática do bem! A humanidade agradece!

Naturale

abril/maio - 2012




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.