Naturale 11a edição

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Naturale 11a edição Dezembro/Janeiro - 2012

2 2012 - O início de uma nova era? 4 A Era de Ouro 7 Atividade solar e suas implicações na Terra

Caro leitor Chegamos ao final de mais um ano e gostaria de agradecer a todos que o trilharam conosco, nossos parceiros, amigos, colaboradores e você que nos tem acompanhado a cada edição. Final de ano para muitos é sinônimo de reflexão, de fazer balanços, de estruturar novos projetos, enfim... Chegamos ao ano de 2012! Muitas profecias referem-se a esta época e despertam o interesse ou o receio de muitas pessoas, por isso nesta edição contatamos o Professor Marcelo Lambert, especialista na Cultura Maia, os escritores Carlos Torres e Silvia Zanquim e o astrônomo Dr. Enos Picazzio do Instituto de Astronomia da USP para tratar deste tema e nos proporcionar dados para que possamos chegar a nossas próprias conclusões. Vivemos em uma época muito importante, onde as informações chegam muito rapidamente, mas também podem ser manipuladoras. Tudo depende de como estamos sintonizados. Há uma antiga frase de sabedoria que diz o seguinte: “a verdade existe independentemente de acreditarmos que ela seja verdadeira”. Desde que me entendo por gente ouço falar no final dos tempos e tive acesso à vasta literatura com vários pontos de vista e isso me ensinou que a verdade é algo que reconhecemos com o coração, há muitas coisas que ainda não foram cientificamente comprovadas e outras tantas que desafiam o modo de pensar de nossa cultura, mas somente dentro de nós, no nosso coração é que sentimos, ou melhor, sabemos, reconhecer onde está a verdade. Conhecer culturas antigas e suas profecias é de suma importância para que possamos refletir sobre o nosso presente, as profecias em si servem como um sinal do que pode vir a ocorrer e se nos foram reveladas antes é porque nos trazem a possibilidade de mudar esse destino. Por isso, parece-me mais acertivo não nos fixarmos em datas, mas sim no que elas nos trazem de mensagem, de reflexão e de alternativas. Voltarmos nossa atenção também para a vida do sistema solar nos abre novos caminhos, pena que estas informações sobre a vida planetária, sobre o que os cientistas já descobriram sobre a dinâmica desta vida maior não sejam amplamente divulgadas. Quanto ao final dos tempos, acredito sim que estamos vivenciando o adentrar de uma nova era, que transformações irão ocorrer dentro de um prisma evolutivo, que está aberta à humanidade uma nova porta, para um novo entendimento e modo de vida. Nesta caminhada, a cada passo que damos temos que estar presentes, conscientes, gratos pelo caminho que percorremos, mas cientes que o passo dado já ficou para trás e o próximo depende da direção que queremos tomar, não só como indivíduos mas como humanidade, e isso temos a oportunidade de exercitar a cada dia. Que 2012 traga a todos muito amor e muita luz e que a sabedoria interna nos conduza todos os dias, que a cada ato estejamos unidos com a vida planetária e possamos assim dar um sentido mais amplo e amoroso a tudo que nos rodeia. Feliz Ano Novo! Boa leitura! Elaine Pereira

9 Curativos bioativos para cicatrização de feridas: uma esperança que vem do mar 12 Ética nas organizações 13 Verde que te quero Verde... 14 Enchente: um desastre natural 15 A importância da Radiologia na Odontologia 16 Os dentes são o nosso cartão de visita 18 Cirurgia plástica - muito além que um simples afago à vaidade 20 Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas: 10 anos construindo o desenvolvimento turístico regional

expediente Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG) Colaboradores Articulistas: Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Carlos Torres, Célio Gentil, Dr. Enos Picazzio, Dr. Fernando Ayres, Dra. Gracia Costa Lopes, Marcelo Lambert, Dra. Maria Virgínia Guimarães de Brito, Paulo José Braz Rosas, Sueli Zanquim. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira Capa: Amanhecer, fotos: NASA e arquivo pessoal Vendas: Diagrarte Editora Ltda Impressão: Resolução Gráfica Ltda Tiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte. Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos. Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem. Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: revistanaturale@diagrarte.com.br Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

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2012 O início de uma nova era? Por Marcelo Lambert

21 de dezembro de 2012 é apenas uma data emblemática? Uma mudança de ciclo calendárico? Final dos tempos? Vamos pensar um pouco sobre essas questões e buscar coerência em nossa análise. Os Maias, filosoficamente, pensavam e viviam sob a perspectiva circular e não retilínea, a questão do tempo era fundamental para essa civilização. Pensar o tempo era buscar a consciência da vida e da morte, principalmente buscar a constante superação humana em relação ao fatalismo da matéria imposta pela vida cotidiana. A sociedade Maia possuía vários calendários lineares e circulares, sempre constituídos para atender necessidades sociais, políticas e principalmente religiosas. É importante ressaltar que os Maias se constituíram como uma civilização ritual, sendo assim é fundamental afirmar que o universo religioso era determinante em seu cotidiano, a vida para os Maias era a busca constante pelo sagrado, através da matemática, astronomia, filosofia e seus ritos que iam ao encontro de sua cosmogonia. Outra questão a ser registrada é o fato de que o conceito de “mundo” para os Maias significava ciclo, portanto, o final do “mundo” significava final de ciclo e dentro da perspectiva de circularidade do tempo, todo ciclo ou mundo significava objetivamente final e início de um novo tempo. Desta forma podemos afirmar que 2012 é o final de um ciclo e início de novo tempo. Pensando desse modo, podemos analisar algumas questões de suma importância no contexto de 2012. Sabemos que os Maias enquanto civilização, colapsaram por volta do ano 900 de nossa era. Assim temos que avaliar alguns dos possíveis causadores desse fato:

principalmente como estamos tratando o nosso planeta e os seres humanos. Outra polêmica quanto às profecias, entre os especialistas, é o fato de que elas tenham uma referência direta aos eventos que desencadearam o colapso da civilização no final do período clássico, portanto, 900 de nossa era e não a profecias que remetem ao nosso tempo ou especificamente a 2012. Todas as teorias que hoje são discutidas quanto à estrutura física e mecânica de nosso planeta e sistema solar passam ainda por profundas divergências científicas, não nos dando subsídios concretos e consistentes que determinem uma visão apocalíptica de nosso planeta. Hoje, através de documentos, pesquisas, monumentos e a fabulosa escrita Maia, não foi encontrada nenhuma citação clara quanto ao fato dos Maias terem afirmado que o mundo acabaria em 2012, muito menos nos calendários cíclicos desse povo. Para uma melhor compreensão dessa contagem de tempo, seguem os principais ciclos que normatizavam toda a sociedade Maia: Calendários Circulares Ciclos Haab (civil): 18 meses x 20 dias = 360 + 5 dias = 365 dias. Tzolkin (sagrado): 13 meses x 20 dias = 260 dias. Convergência dos Dois Ciclos 52 anos x 365 dias = 18.980 dias – ciclo de 52 anos. 73 anos x 260 dias = 18.980 dias – ciclo de 52 anos.

 Crises ambientais e climáticas;  Superpopulação;  Crise na agricultura;  Guerras entre cidades-estado;  Doenças e pestes;  Crise e ruptura de fé nas instituições religiosas.

Observem que os possíveis eventos causadores do colapso da civilização são extremamente contemporâneos, nos levam a uma profunda reflexão sobre o momento que a nossa humanidade está vivendo, talvez um dos alertas que os Maias nos deixaram foi exatamente a necessidade de perceber para onde estamos caminhando com nossa civilização, e

Calendário Tsolkin e Haab Pirâmide Kukulcán (Serpente emplumada) nome de uma das maiores divindades da civilização Maia. Ela também representa um calendário Haab - possui 91 degraus de cada lado (pontos cardeais), somando os quatro lados 364, mais o patamar superior somando 365 dias. Fica na cidade de Chichén Itzá, Peninsula do Yucatán, México.

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Fotos: arquivo pessoal

Observatório Astronomico de Mayapan, Peninsula do Yucatán, México. Prof. Dr. Carlos Viera da Universidad Autonoma de Yucatan e Marcelo Lambert.

Diante disso afirmo, que a maior parte dos pesquisadores aceita o fato de que o calendário de longa duração que iniciou seu último ciclo em agosto de 3113 a.C para terminar 5125 anos e 132 dias depois, no solstício de inverno de 21 de dezembro de 2012, compõe a data mais polêmica do tempo Maia, pois partindo dessa data teríamos o início de um novo ciclo, tendo como o último katum (unidade de tempo que compõem 7200 dias), o período de maiores transformações para o Planeta. Essa data seria do ano de 1992 até dezembro de 2012. Claro que se observamos a nossa civilização de 1992 para o momento atual, vamos encontrar vários subsídios quanto às problemáticas sociais, ambientais, políticas e humanas, que vivenciamos e experimentamos em nosso mundo globalizado, mas em hipótese alguma sob a luz da civilização Maia, muito menos sobre a perspectiva de seus calendários, podemos efetivamente afirmar que o final dos tempos será em 2012, mesmo porque se observarmos a história da humanidade, vamos encontrar constantes situações em que o mundo parece estar à beira do caos e de seu fim. Pensem no que foi o século XX, definitivamente os 100 anos mais extremos que a humanidade passou, vivenciando guerras, revoluções, golpes, crises sociais, econômicas, políticas e ambientais, sem contar as grandes mudanças de paradigmas que estavam cristalizados há séculos. Gostaria de compartilhar uma experiência interessante que tive na minha última expedição (EXPEDIÇÃO ODISSEIA NO MUNDO MAIA – www.mundomaia. com.br), durante as pesquisas feitas pela rota Maia. Fiz várias entrevistas e conversei muito com pessoas de ascendência Maia, inclusive anciões de alguns povoados por onde fiquei trabalhando. Aprendi profundamente com essas pessoas e sempre perguntava quanto à questão do ano 2012. As respostas eram várias, mas quase todos respondiam que

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a maior preocupação era se iria chover para um bom cultivo e colheita, se eles teriam melhores condições sociais, se teriam maior participação política na sociedade e alguns até se teriam como viver com dignidade no próximo ano de 2012. Nas muitas reflexões sobre isso, conclui que, sem dúvida, o mais importante para eles é a manutenção real de sua cultura, tradições e principalmente de buscar condições mínimas para suprir suas necessidades humanas. Entendo que estamos passando por grandes transformações em nosso planeta, também acredito que a mudança de ciclo sob a perspectiva do calendário Maia em 2012, trará profundas reflexões e mudanças para nossas vidas, mas como será isso? Em minha opinião, o maior legado deixado pela civilização Maia para nós é um grande SINAL, ou melhor, um ALERTA, pois o mundo hoje “pensa” 2012, cada um da sua forma e maneira, mas essa reflexão está levando um grande número de pessoas a avaliarem os nossos problemas humanos e planetários. Tenho certeza de que as grandes transformações pelas quais a humanidade passou ao longo da história, foram pautadas por ideias que produziram uma energia tal, que movimentou e mudou o mundo. Outro aspecto importante é dizer que temos que viver em uma sociedade em que haja a possibilidade do SONHO, pois é terrível viver em um mundo fadado a terminar. Pensar que 2012 será o fim, nos faz deixar de viver o hoje e principalmente de lutar por um mundo melhor para todos. Tirar das pessoas a possibilidade do amanhã é matar o hoje. Definitivamente temos que entender e acreditar, que 2012 será o advento de um novo tempo para todos nós, um tempo sem guerras, sem explorações e principalmente um tempo onde os verdadeiros valores sejam os humanos e não do capital. Marcelo Lambert, especialista na cultura Maia, historiador, escritor e palestrante. contato@marcelolambert.com


A Era de Ouro Por Carlos Torres e Sueli Zanquim

O ano de 2012, independente das profecias divulgadas atualmente, já se tornou um marco para a mudança planetária que está por vir, ou como dizem, a transição planetária. Podemos entender esse marco como o ponto que separará definitivamente o “Velho Mundo” do “Novo Mundo”. A mente coletiva, ou seja, a força mental da população mundial, já determinou conscientemente que a data de 2012 será a data da grande transição, o ponto ômega. Como autores do livro “2012 A Era de Ouro”, publicado pela editora Madras no Brasil em 2008, nos baseamos no zodíaco de Dendera do antigo Egito, quando fizemos nesse mesmo ano, uma peregrinação desde o Sul do Egito até Jerusalém em Israel. No sul do Egito, às margens do Rio Nilo, encontramse o enigmático Templo de Hathor e no terceiro piso desse templo, no teto, dentro de uma sala ao lado do terraço onde os sacerdotes da escola de mistérios do Olho de Hórus estudavam as estrelas e o cosmos, está o Zodíaco de Dendera, o mesmo que foi roubado por Napoleão Bonaparte quando ele invadiu o Egito no séc. XVI. Esse zodíaco

tem aproximadamente três metros de diâmetro e está hoje exposto no Museu do Louvre em Paris (no templo de Dendera no Egito, foi construído e colocado no mesmo local original, uma réplica feita em pedra). O zodíaco mostra o movimento da órbita do sistema solar ao redor do centro da galáxia e todas as Eras zodiacais que conhecemos atualmente, ou seja, a astrologia atual é baseada nesse zodíaco egípcio. O movimento descrito do sistema solar é cíclico e demonstra exatamente onde está o sistema solar, hoje.

Zodíaco de Dendera - Egito

O giro total do sistema solar ao redor do Sol Central da Galáxia, marca as 12 grandes Eras zodiacais, ou seja, as constelações pelas quais o sistema solar passa durante a sua trajetória. Nós estamos na periferia da Via Láctea, o nosso sistema solar está exatamente na ponta de um dos cinco braços da grande espiral. Estamos exatamente no limiar entre a Era de Peixes que foi de 142 a.C. a 1992 e entrando na Era de Aquário, que começa em 2012. Cada Era dura 2160 anos,

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mas para haver a passagem completa de uma Era para outra, é necessário um

Via Láctea

período de transição de 20 anos, esse período é o que os Maias chamavam de “O Tempo do Não Tempo”, ou o Tempo das Sombras. Estamos vivenciando esse “Tempo do Não Tempo”, o chamado Amanhecer da Galáxia, o amanhecer da Nova Era, um novo dia galáctico. Veja, a luz do dia não surge de repente, de um segundo para outro, como se alguém tocasse o interruptor. Não é assim que funciona no Universo, para vermos o nascer de um

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novo dia é preciso um período para que a noite saia e dê lugar para o amanhecer e a luz do Sol. Essa penumbra que ocorre antes do amanhecer é um pequeno período de sombras. Assim também acontece com o amanhecer das Eras, mas o ciclo galáctico é bem maior que o amanhecer na Terra. O amanhecer de uma Era necessita não de 20 minutos, mas sim de 20 anos para acontecer. É por esse motivo que as pessoas estão apreensivas, desconfortadas, inquietas, sem rumo, e sem saber o que está por vir. Isso acontece porque estamos exatamente no final desses 20 anos de sombras, estamos nos preparando para presenciar o amanhecer da nova Era, a Era de Aquário. Esse período é realmente inquietante e cansativo, afeta a consciência, o físico, a psique e as emoções das pessoas. Mas por que isso? Porque a maioria não sabe se está ainda vivendo o tempo das sombras que já se foi ou se já está vivendo o tempo da luz que está por vir. Mas a Era de Peixes já se foi, estamos prestes a presenciar o nascimento da Era de Ouro, a Era de Aquário, a Era da verdade que iluminará toda a humanidade. Não haverá caos, mas sim esclarecimento e iluminação. A palavra apocalipse não significa fim dos tempos, tão pouco está ligada a ideia de catástrofes e desastres naturais, a palavra apocalipse, escrita por João, o Evangelista, significa Revelação, esse é o seu verdadeiro significado. Essa revelação está por chegar, é a luz da verdade, a luz espiritual que esclarecerá e confortará as almas da Terra. Nossos descendentes verão maravilhas acontecendo. Estamos somente no inicio de todo esse processo. Por isso as pessoas devem parar de acreditar nas ideias sobre o fim dos tempos e das catástrofes, pois na verdade estamos vi- venciando algo extraordinário e total- mente contrário ao que está sendo divul- gado em todos os meios de comuni-ca ção. Estamos sim esperando o nascimen- to de uma Era, um novo mundo está nascendo, o mundo está grávido de outro mundo. Não estamos próximos do fim, estamos sim, no inicio dos tempos. A física quântica já comprovou que o pensamento humano, ou melhor, a intenção, é capaz de modificar a matéria e interagir com todos e com tudo que nos rodeia. Isso já foi comprovado cientificamente através de processos repetidos

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em laboratório. Descobriram que o ser humano é capaz de criar a sua própria realidade através da sua forma de pensar, através das suas intenções e do foco da sua atenção. A isso damos o nome de Formas-Pensamento. O poder da crença é a coisa mais poderosa que existe. Partimos da premissa que tudo o que se acredita, se tornará real na sua vida, seja algo positivo ou negativo, não importa, o Universo sempre responde e atende às solicitações da mente humana, ou seja, os pedidos são sempre atendidos. O que você pensa, você sente, o que você sente, você vibra, o que você vibra, você atrai para a sua vida. Essa é a base da Lei da Atração, tema de nosso primeiro livro publicado em 2006. Fica fácil compreender então que temos um grande poder, o poder mental. Visto isso, conclui-se que uma pessoa é capaz de criar céus ou infernos para a sua própria vida através da sua força mental, através da força do seu pensamento e das suas intenções. Se uma pessoa acredita piamente que é capaz de conseguir aquele emprego que ela tanto deseja, através do poder da sua crença ela pode conseguir. Imagine então bilhões de pessoas juntas pensando e acreditando em algo e potencializando esse algo constantemente e sendo bombardeado através da mídia e dos meios de comunicação. Imagine se bilhões de pessoas ao redor do mundo inteiro acreditarem realmente que o fim do mundo está próximo e que todos os seres humanos estão fadados a morrer sob a ação maléfica das catástrofes naturais? Criemos, pois, uma massa crítica de positivismo e confiança com o maior número de pessoas. É por este motivo que nós escrevemos livros como esses e que muitas pessoas trabalham para que outras possam despertar ao redor do mundo. Temos que ajudar a egrégora energética do planeta e ajudar a transformar esses padrões negativos em padrões positivos. Toda e qualquer ação positiva é exponencial e edificante, porque a ação positiva trabalha em função da lei do amor, a mais poderosa e perfeita lei da natureza. Só de ler esse artigo, acredite, você já está fazendo parte dessa grande corrente de amor. Veja, se a população mundial acreditar num futuro catastrófico, talvez assim


ele se apresente, se acreditarmos e ficarmos batendo na tecla que o mundo vai acabar e focarmos a nossa atenção no medo e no fracasso da humanidade, então poderemos sim, vivenciar tudo isso. Vejam como a decisão está em nossas mãos e não nas mãos dos outros, vejam como não podemos mais terceirizar as decisões e deixar que somente nossos governantes resolvam as coisas e ficarmos só reclamando. Vejam como está na hora de agirmos pró ativamente. Esqueçam a ideia que Deus julga e castiga e que o planeta está enraivecido e vai se vingar de nós, tudo isso não tem ligação com os ditames amorosos do Universo. O amor é a energia suprema que comanda a criação, não é o medo que está no comando. A vida evolui pelo prisma do amor, tudo é criado por ele e para ele. O planeta Terra é um corpo cósmico que tem vida. A Terra é um planeta servidor, serve os humanos e todos os seres vivos há milhões de anos e não reclama nunca. Ela é como uma grande mãe que nunca nega seus suprimentos para seus filhos. Vamos mudar o foco e mudar nossa conduta perante nossa querida Mãe. Se assim fizermos, estaremos mudando automaticamente e sem perceber, a nossa própria conduta interna. Vamos começar a dizer. “Eu amo o planeta”, “Eu amo a vida”, “Eu amo a mim mesmo e agradeço por tudo o que a natureza me dá”, “eu faço parte da Terra, pois sou filho dela”. “Eu sou ela e ela sou eu”. Somos iguais ao planeta, somos réplicas perfeitas e moduladas dele. Temos a percentagem igual de água e de mineral no nosso corpo, somos exatamente igual ao planeta. Quando fizermos isso, começaremos a despertar o verdadeiro sentimento ecológico que há dentro de nós. Por enquanto

ainda somos um tanto quanto hipócritas, repetimos atos pouco úteis e queremos provar que somos ecologicamente corretos apenas separando o lixo orgânico do lixo sintético, comprando produtos modernos com embalagens bonitas, recicláveis, sustentáveis e com etiquetas verdes, somente para dizer que estamos de acordo com as regras propostas atualmente para a proteção do meio ambiente. Tudo bem, é bom que façamos isso, mas não é o suficiente, ser um real protetor do meio ambiente, ser um ecologista de verdade é sentir o amor verdadeiro da Terra dentro de si, é aceitar que ela nos serve constantemente e nos mostra o tempo todo, que é um grande exemplo para nós. Sim, a Terra é um exemplo vivo de justiça e de caridade. Se prestarmos atenção e olharmos com os olhos do coração, veremos que temos que fazer como ela faz, temos que aprender a servir o outro para que possamos ser felizes. Caso contrário, sozinhos e mergulhados num mundo egoísta e individualista, estaremos fadados a infelicidade. Esse é o grande despertar da Era de Aquário. Quando compreendermos que não poderemos ser felizes sem que os outros também sejam, aí sim estaremos vivendo definitivamente a grande verdade da Era de Ouro da humanidade. A era do compartilhamento. A Era do “Nós” e não mais a Era do “Eu”. Esse é o destino humano. O mundo deverá ser compartilhado. Vamos deixar de lado a ideia de que a Terra está prestes a sucumbir às ameaças dos seres humanos. Quem pode sucumbir, somos nós mesmos e não o planeta. O planeta é forte o suficiente para aguentar qualquer coisa, nós seres humanos é que somos fracos. O ser humano precisa parar de ser arrogante e achar que é superior a tudo. Uma nova lei está para ser instituída num futuro próximo, ela não será imposta, mas sim proposta. Essa lei é a lei do compartilhamento. Não é uma lei humana, mas sim uma lei Universal. A lei que mudará radicalmente o mundo e a relação entre as pessoas e as riquezas do mundo. Através dessa lei, a miséria se extinguirá, a abundância se fará presente a todos, e a bem aventurança se tornará definitivamente a escatologia do homem moderno. Assim é e assim será. Obrigado! Carlos Torres e Sueli Zanquim, autores dos livros “A Lei da Atração” e “2012 A Era de Ouro.” Best Sellers no Brasil com mais de 60.000 livros vendidos. leidaatracao@terra.com.br

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Atividade solar e suas implicações na Terra Pelo Dr. Enos Picazzio

Dentre as estrelas, o Sol é considerado uma estrela anã de temperatura moderada (5.500ºC). Mas, se comparado ao nosso planeta, ele é enorme: seu diâmetro é aproximadamente 109 vezes maior e sua massa equivale a de quase 333 mil Terras. Sozinho, ele concentra 99,9% de toda a matéria do Sistema Solar. Como as demais estrelas, o Sol produz energia transformando hidrogênio em hélio. A cada segundo, ele converte 600 milhões de toneladas de hidrogênio em 596 milhões de toneladas de hélio e libera energia equivalente a 40 bilhões de milhões de toneladas de TNT.

A produção dessa energia ocorre no núcleo do Sol e ela pode gastar cerca de 1 milhão de anos para chegar até a parte externa visível do Sol, que denominamos fotosfera (palavra de origem grega que significa esfera de luz). Olhar para o Sol sem a proteção adequada de um filtro solar pode causar danos irreversíveis aos olhos. Um dos fenômenos característicos da fotosfera é a mancha solar. Ela é mais escura porque sua temperatura é menor que a da fotosfera. As manchas estão associadas a campos magnéticos bem mais intensos que o campo magnético terrestre nos polos.

Fotosfera solar com algumas manchas. Coroa solar no eclipse de 01/08/2008. (http://xjubier.free.fr/si(Marshall Space Flight Center) te_stickers/solar_corona_shape/2008_08_01_Druckmuller.jpg)

Durante um eclipse solar total, o disco lunar encobre a fotosfera e expõe a atmosfera solar. Ela é composta de duas partes. A baixa atmosfera é de cor avermelhada, por isso é denominada cromosfera (esfera colorida). Sua temperatura pode chegar a 25.000°C. A alta atmosfera, denominada coroa solar, é muito mais quente. Sua temperatura ultrapassa 1.000.000°C. Durante um eclipse solar, a coroa é vista sem auxílio de instrumento e sua cor é branca. Não há perigo em se observar a coroa solar durante a totalidade. Aparentemente o Sol é um astro calmo. As diferenças nas condições climáticas durante as estações sazonais não são provocadas pela variação da

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luminosidade do Sol, nem pela variação anual da distância da Terra ao Sol. As estações sazonais são consequência da variação na distribuição da insolação provocada pela inclinação do eixo de rotação da Terra. No entanto, quando a análise da variação climática é feita em longa escala de tempo nota-se uma correlação entre as variações climáticas e o comportamento do Sol. Além de luz e calor, o Sol emite elétrons e prótons em quantidades iguais e, em menor escala, hélio e outros elementos químicos de maior massa. Esse fluxo de matéria ionizada (portanto portadora de carga elétrica) é denominado vento solar. O vento solar permeia o espaço e incide sobre a Terra e os demais

planetas. Uma das consequências dessa interação é vista na Terra como auroras polares: aurora boreal no hemisfério norte e aurora austral no hemisfério sul. As auroras variam em intensidade e ocorrência durante um ciclo de aproximadamente 11 anos. Durante esse ciclo a quantidade de manchas solares também varia entre um máximo e um mínimo. Quando a quantidade de manchas é máxima, as auroras são mais frequentes e mais intensas. Nessa época o Sol está em máxima atividade. Na época de atividade solar mínima há poucas manchas solares, ou mesmo nenhuma, e as auroras polares são mais raras e pouco intensas. A variabilidade cíclica do número de manchas já é conhecida desde o século XVII, mas foi em 1843 que Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875) comprovou o ciclo após 17 anos de observação. Em 1849 Rudolf Wolf (1816-1893) propôs uma fórmula para avaliar a quantidade de manchas solares, que ficou conhecida por Número de Wolf. O ciclo entre 1755 e 1766 analisado por Wolf foi definido como “ciclo 1”. Atualmente estamos no ciclo 24, que começou em 2008 e terminará em 2019. O estudo do ciclo solar relativo ao período anterior ao analisado por Wolf pode ser feito avaliando a quantidade de carbono 14 (14C), usado para datação de fósseis) em troncos de árvores de grande longevidade. O 14C é produzido quando raios cósmicos (núcleos de elementos químicos, principalmente de hidrogênio e hélio, que se movimentam pelo espaço cósmico com velocidades próximas a da luz) colidem com o nitrogênio 14 (14N) na atmosfera. A quantidade de raios cósmicos que penetram a atmosfera terrestre é maior quando o Sol está em baixa atividade e diminui à medida que o Sol vai se tornando mais ativo. Quanto mais intenso for o vento solar, mais ativada ficará a magnetosfera, dificultando ainda mais a penetração dos raios cósmicos.

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O ciclo solar influencia significantemente o clima na Terra. Quando o Sol está no período de atividade mínima as temperaturas médias são mais baixas. Temperaturas médias mais elevadas estão correlacionadas com ciclos solares mais longos. Entre 1645 e 1715 o número de manchas ficou bem abaixo do normal. Essa anomalia ficou conhecida como Mínimo de Maunder, em homenagem a Edward W. Maunder, que estudou como as latitudes das manchas solares mudam com o tempo. A Pequena Era Glacial pode estar (pt.wikipedia.org/wiki/Minimo_de_ Maunder) relacionada a essa calmaria so- lar. Nesse período, a vegetação da Groenlândia passou de verdejante a tundra. Finlândia e Islândia perderam parte significativa de sua população. Na Inglaterra, o Tamisa congelou, assim como os canais holandeses. As geleiras nos Alpes cobriram aldeias inteiras, matando milhares de pessoas. O mar em torno da Islândia ficou recoberto por gelo. Em período de alta atividade, as tempestades solares são mais frequentes e bem mais intensas. Explosões violentas ejetam grande quantidade de matéria coronal (gás aquecido e magnetizado, conhecido como plasma) que permeia o espaço interplanetário. Ao chocar-se com a magnetosfera terrestre, esse plasma pode provocar a indução de

correntes elétricas altíssimas que podem repercutir de forma dramática nas atividades cotidianas como comunicação por satélites, sistemas de posicionamento por GPS, rede de transmissão de energia elétrica e outros. Por conta de um fenômeno desses, em 1989 a província de Quebec sofreu um apagão que durou cerca de nove horas. Esses fenômenos tendem a ocorrer em regiões mais próximas dos pólos terrestres, onde o campo magnético terrestre é mais intenso.

Ejeção da matéria coronal, vista em 02/12/2002. (Observatório Espacial SOHO, ESA/NASA)

Visto da superfície terrestre, não temos consciência da hostilidade do ambiente espacial, mesmo nas proximidades da Terra. No solo estamos protegidos pela atmosfera e pela magnetosfera. Apesar de ser uma fina camada

de gás, a atmosfera protege a vida absorvendo a radiação ultravioleta solar, aquecendo a superfície através da retenção de calor (efeito estufa) e reduzindo variações bruscas de temperatura entre o dia e a noite. Embora a magnetosfera terrestre possa estar ajudando as partículas energizadas do Sol a eliminar uma fração diminuta da atmosfera, ela atua como um escudo protetor contra a ação devastadora do vento solar. Marte já teve atmosfera densa e a perdeu porque não possuía uma magnetosfera estável e duradoura. Essas características terrestres associadas a outras e à distância da Terra ao Sol é que possibilitaram o surgimento dos primeiros seres e a diversidade da biosfera. Mas as condições de habitabilidade não devem durar para sempre. Na medida em que envelhece, o Sol tornase mais brilhante, mais quente e mais ativo. Em futuro muito distante as condições ambientais na Terra serão inóspitas à vida. O Sol está na metade de sua vida. Quando entrar na fase de declínio final, daqui a quatro e meio bilhões de anos, ele expandirá e se tornará uma estrela gigante e avermelhada. Nesse momento a Terra estará imersa nele, aquecida a milhares de graus Celsius. Este será o destino do nosso planeta. Dr. Enos Picazzio, Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP

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Curativos bioativos para a cicatrização de feridas:

uma esperança que vem do mar Pelo Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa

O mar sempre foi alvo da fascinação dos seres humanos. Inicialmente apresentava uma fonte de mitos, lendas e histórias, não raramente cheias de terror inexplicável, espaço de onde na Antiguidade Clássica emergiam os deuses e onde, segundo a imaginação dos homens da Idade Média, residiam monstros temíveis. Com a evolução dos conhecimentos humanos, o mar foi se convertendo numa origem de riqueza singular, graças às avançadas tecnologias de exploração do fundo do mar. De maneira geral, pode-se dizer que o desenvolvimento da pesca no mundo acompanhou o ritmo do desenvolvimento tecnológico e do crescimento populacional da humanidade e vem acelerando-se bastante a partir da Segunda Grande Guerra. Além da explosão demográfica, alguns avanços tecnológicos desempenharam um papel importante no intenso crescimento observado na produção pesqueira mundial, com destaque para o advento das fibras sintéticas (poliamida, poliéster, polipropileno), o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de equipamentos eletrônicos de suporte à navegação e à pesca (ecossonda, sonar, radar), a mecanização da atividade pesqueira e o aprimoramento dos métodos de conservação do pescado a bordo das embarcações (sistemas de refrigeração e fabricação de gelo). A importância dos recursos vivos do mar, contudo, não advém apenas de sua exploração com a finalidade de produção de alimentos, sob enfoque de recursos pesqueiros, mas também de sua biodiversidade, como patrimônio genético gigantesco e como fonte potencial para utilização na biotecnologia. Os recursos vivos do mar fazem parte de um sistema produtivo complexo, com componentes bióticos e abióticos de alto dinamismo, sendo imperativo, portanto, para sua adequada conservação, que se tenha presente o papel diversificado de todos os seus componentes. O Brasil é o detentor da maior diversidade biológica do planeta, contando com pelo menos de 15-20% de toda a biodiversidade mundial. Essa riqueza está distribuída em vários biomas, tais como a Amazônia, a Mata Atlântica, as Florestas de Araucárias e os Campos Sulinos, a Caatinga, o

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Cerrado e o Pantanal e a Zona Costeira e Marinha. Considerando a Zona Costeira e Marinha, o Brasil possui outra Amazônia, cuja existência é ainda tão ignorada por grande parte dos brasileiros quanto o foi a Amazônia terrestre por muitos séculos. Trata-se da Amazônia Azul, uma gigantesca área de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, que acrescenta ao nosso país uma área equivalente a mais de 50% de sua extensão territorial. Nossa Amazônia Azul é inimaginavelmente rica em sua diversidade biológica onde microscópicos vegetais, os fitoplânctons, flutuando na superfície da água renovam o oxigênio e outros gases vitais de nossa atmosfera. São as florestas invisíveis aos olhos humanos que sustentam a vida nos oceanos e funcionam como o verdadeiro pulmão do mundo. Atualmente, os cientistas voltaram seus olhos para o fundo dos oceanos à procura de substâncias com propriedades medicinais. Aliados a dezenas de empresas farmacêuticas localizadas, em sua ampla maioria, ao norte do Equador, estão mapeando as águas dos cinco continentes para delas extrair cobiçosamente amostras dos mais variados organismos de vida marinha. Como resultado da corrida ao mar, nos últimos anos surgiram vários medicamentos, destacando-se por exemplo, as ecteinascidinas extraida de um animal marinho, o tunicado Ecteinascidia turbinata, encontrado no mar do caribe. As ecteinascidinas têm apresentado potente atividade antitumoral contra uma variedade de tumores humanos, incluindo sarcomas, câncer de mama e de ovário. Outro fármaco de origem marinha é o ziconotida, conhecido comercialmente com o nome de Prialt®, um potente analgésico que é uma versão sintética de um princípio ativo natural encontrado no molusco denominado Conus magus, uma espécie de caracol marinho que produz uma das toxinas mais fortes do mundo. É indicado principalmente para o tratamento da dor. Estima-se que o princípio ativo extraído do Conus magus é cerca de 1000 vezes mais potente que a morfina e parece não causar vício associado ao consumo contínuo. O primeiro teste clínico com o Prialt® em pacientes com dor severa ocorreu em

1995 e em 2004 a agência norte-americana FDA (Food and Drug Administration) para controle e aprovação de medicamentos e alimentos, aprovou este fármaco para o controle da dor severa, incluindo aqueles pacientes refratários a tratamentos com opioides. A Tabela 1 ilustra a relação entre os organismos marinhos e seus princí- pios ativos produzidos com potencial ação farmacológica. Em breve muitos medica- mentos extraídos desses organismos ma- rinhos estarão nas prateleiras das farmácias. Nessa aventura subaquática, os pes- quisadores do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) sob a coordenação científica do prof. Dr. Alvaro A. A. de Queiroz, estão concen- trados na utilização da biomassa marinha para a produção de curativos destinados à área da saúde com o objetivo de se regenerar a pele lesada por enfermidades ou acidentes. Uma importante fonte de biomassa marinha são os crustáceos (camarão, siri, caranguejo, lula) cujo exoesqueleto é rico em quitina, um biopolímero precursor da quitosana. Os pesquisadores tem extraído e purificado a quitina de crustáceos, efetuado sua transformação em quitosana através de várias etapas, entre elas a desmineralização, a desproteinização, a descoloração e a modificação de sua estrutura química. Uma vez obtido o biopolímero quitosana modificado, ele é utilizado na produção de membranas para o tratamento de queimados e feridas de diabéticos. O tratamento das queimaduras sempre foi um desafio não só pela gravidade das lesões apresentadas por estes pacientes, como também pelas muitas complicações. As queimaduras representam um importante agente causador de danos que não só ameaçam a vida, mas que representam aos sobreviventes de lesões térmicas estigmas funcionais e estéticos importantes. Por outro lado, as feridas de diabéticos atingem cerca de 10% da população adulta no Brasil e tem como uma das principais complicações a dificuldade na cicatrização de feridas. O produto inovador oferece uma al- ternativa de baixo custo e eficaz no tra-

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tamento dos ferimentos de queimados e diabéticos. Uma membrana bioativa e ob- tida por técnicas da nanotecnologia é per- meável ao vapor de água e oxigênio e impermeável a bactérias devido à existência de poros de dimensões nanométricas. A membrana atua absorvendo o exsudato en- -quanto libera princípios ativos que promovem a cicatrização da ferida. A membrana sintetizada possui nanopartículas de prata depositadas em sua superfície que atua como um poderoso agente bactericida. Os microorganismos não apresentam resistência às nanopartículas de prata mesmo através de mutações, método pelo qual ocorre a resistência contra a maioria dos antibióticos. A Figura 1 ilustra as membranas de quitosana desenvolvidas na UNIFEI.

Os ensaios em animais no laboratório indicam que a membrana obtida reduz significativamente o tempo para a cicatrização de feridas de queimados e diabéticos relativamente aos curativos existentes no comércio. Os bons resultados obtidos indicam a viabilização num futuro próximo da fabricação de curativos de baixo custo para utilização em hospitais mantidos pelo SUS. Os sistemas apresentados se encontram em fase avançada de estudos de modo que atualmente estamos estudando a aplicação da membrana de quitosana bioativa na reconstrução da pele, convertendo-se assim em uma película que servirá de suporte para as células epiteliais e que devido às suas características umectantes e bactericidas será muito útil para pessoas com queimaduras graves.

comercial. A História nos mostra que a exploração econômica das riquezas naturais com fins egoístas geralmente leva à opressão das pessoas, uma vez que tiram impiedosamente vantagens, apossam-se do que podem e finalmente, de modo cruel e arrogante; deixam as pessoas de lado quando não podem pagar pela tecnologia desenvolvida. Por si só, o livre-mercado não produzirá tecnologia amigável aos pobres. O poder da ética deve ser exercido por governantes, ambientalistas, empresários conscientes e cientistas, todos trabalhando em conjunto de forma a utilizar sabiamente o poder da ciência em favor da causa comum da justiça social.

Tabela 1 - Organismos marinhos e a química submersa: o mar é uma grande fábrica de fármacos. Composto bioativo Organismo produzido Antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos e compostos com atividade antitumoral com possível aplicação no combate ao câncer e AIDs.

Esponjas do mar

Anticoagulantes que protegem contra trombose e problemas cardiovasculares. Pepino do mar Compostos com atividade antitumoral para o combate ao câncer. Já é utilizada amplamente na cosmética e indústria alimentícia.

Alga Figura 1. Ilustração das membranas de quitosana com propriedades bioativas para o tratamento de feridas de queimados e diabéticos. As micrografias obtidas por Microscopia Electrônica de Varredura (MEV) ilustram os nanocristais de prata e os nanoporos presentes nas membranas de quitosana.

A quitosana bioativa obtida nos laboratórios da UNIFEI (Fig. 1) vem sendo utilizada com sucesso no desenvolvimento de pele artificial para o tratamento de queimados, na obtenção de curativos com a capacidade de se deter hemorragias, e membranas que previnem infecções e aceleram a cicatrização no tratamento de feridas de diabéticos. Iniciada na década de 60, a química de produtos naturais extraídos do mar é recente em todo o planeta. Essa área de investigação começa agora a despontar no Brasil, que guarda uma gigantesca biodiversidade em suas águas oceânicas. É um patrimônio importante que pode trazer importante desenvolvimento econômico e social, mas que precisa ser explorado com responsabilidade, de maneira sustentável para que não seja degradado. Nesse sentido, é importante destacar que o ser humano deve utilizar os recursos marinhos

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com sabedoria, devendo dominar a natureza não pela força, mas pela compreensão. É esta a razão pela qual a ciência conseguiu alcançar êxito onde a magia falhou. Os alquimistas e os magos da Idade Média pensavam que a natureza deveria ser dominada por um instrumento que ultrapassasse as suas leis. Entretanto, em cerca de 400 anos, desde a Revolução Científica em 1543, quando Copérnico, talvez no seu leito de morte recebesse a versão impressa de seu livro; o ser humano aprendeu que consegue os seus fins apenas com as leis da natureza. Nascemos pelo mar, deixamos de valorizá-lo por muito tempo e agora o eixo do desenvolvimento, do futuro e da potencialidade de crescimento se volta outra vez para ele, como no início da nossa história, desta feita com mais intensidade. Entretanto, como toda riqueza, o mar acaba por se tornar objeto de cobiça e egoísmo

Antiinflamatórios e anticancerígenos. Corais Remédio contra doenças de Parkinson e de Alzheimer Bactérias marinhas Produz ecteinascidinas, representando um dos primeiros compostos de origem marinha para o tratamento do câncer já em fase clínica de estudos. Tunicados Fonte de biomassa marinha, rica em quitina que pode ser transformada em quitosana que possui elevado valor agregado Crustaceos (camarão) na área farmacêutica. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coordenador Científico do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados, UNIFEI.

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Ética nas organizações Por Célio Gentil

Estamos vivendo num período conturbado cheio de inovações e avanços científicos, característicos da nossa era contemporânea. Em todas as organizações, há mudanças e avanços. Gestão de Qualidade, Sustentabilidade, Gestão por competência, Governança Corporativa, Ética nos Negócios e nas Empresas, Gestão de Pessoas, Balanço Social, Kaizen, Grau de Reputação, Empresa Cidadã, Responsabilidade Sócio-Ambiental, Marketing Relacionado a Causas e tantas outras que proporcionam avanços nas instituições e organizações, principalmente nas empresas privadas. Nosso título trata de um tema ainda crítico, porém, indispensável na visão de grandes estudiosos do meio acadêmico e empresarial. Para compreensão da palavra “ética”, faremos algumas considerações lembrando resumidamente seu conceito e resgatando sua origem que vem do grego “ethos” que significa uso, comportamento ou costume. Esta matéria tem como propósito contribuir para o dia- a-dia dos Empresários, Executivos, Gestores em Geral, Empreendedores e Profissionais que atuam no mundo dos negócios a pensar sobre esta questão em seu ambiente de trabalho. A ética, sem qualquer questionamento, têm sido tema e alicerce de grandes discussões, cujo objetivo, é a evolução sadia de uma sociedade mais justa e um Estado mais eficiente e eficaz. Conceitualmente, a “Ética Empresarial” pode ser compreendida como o “Valor da Organização”, que assegura sua sobrevivência, sua imagem ou sua reputação, consequente- mente, seus bons resultados. Para alguns autores, “Ética Empresarial” é o comportamento da organização lucrativa quando ela age respeitando os princípios morais, regras de boa conduta aceitas pela coletividade. A ética profissional ou das organizações é um fator importantíssimo para a sobrevivência futura, tanto para as pequenas quanto para as grandes empresas. Quando observamos, na prática, as mudanças organizacionais nas décadas passadas consideradas pós-modernas, muitas empresas ainda tratavam a ética como adversária, contudo, não existe uma causa única e explicação lógica deste movimento, mas é possível que a concorrência entre empresas, aliadas às crescentes exigências de mercados e consumidores

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menos tolerantes com os abusos, estejam forçando as empresas a dar mais atenção a este tema. A “Ética do Lucro” é parte crítica e sensível de uma organização exigindo cuidados no momento do planejamento para atingir suas metas. Isto significa que ser antiético, enganando seus clientes, não é uma boa cultura para a empresa que deseja crescer e desenvolver perante sua concorrência. Os valores éticos de uma organização são ações que norteiam gestores e funcionários a tomar decisões de acordo com os princípios da organização, e se bem implementados, tenderá a especificar a maneira como a organização administrará seus negócios e consolidará as relações com todo seu Stakeholders — Fornecedores, Clientes, Sociedades, Governos, Sindicatos e etc... Percebemos que já é comum nas grandes organizações, em especial do setor privado, tratar deste assunto juntamente com os demais temas relacionados às metas empresariais, incorporando no processo de melhoria continuada, um instrumento criado para orientar o desempenho em suas ações e na interação com seus diversos públicos. Para a eficácia deste re- lacionamento, é necessário que a empresa desenvolva o con- teúdo do seu código de ética, com objetividade e clareza, tornando-o acessível para entendimento dos seus colaboradores. Diante deste conceito, a ideia é mostrar que a ética não deve ser entendida como ameaça ou obstáculo em seus negócios, mas como alavanca para multiplicar a força e impulsionar o sucesso da empresa. Entender, compreender e aceitar esses novos paradigmas ou optar pela autodestruição, são as vertentes discutidas no meio empresarial, e já é determinante para a maioria dos líderes que acreditam que podem manter padrões éticos nas práticas dos negócios. Inúmeros empresários e gestores têm discutido a concepção da “Ética Empresarial”, e esta discussão resulta em ações críticas e concretas dentro das empresas, principalmente ações de auditorias, onde as respostas justificam estas ações, fortalecendo cada vez mais, sua posição no contexto da Responsabilidade Social Corporativa. Finalizo, lembrando o pensador David Hume, que viveu no século XVIII e foi um grande defensor das questões da ética, e afirmou que estas questões e os conflitos causados por ela, estão sempre presentes nas sociedades. Muitos filósofos e estudiosos contemporâneos das diversas áreas da ciência e do conhecimento também defendem este pensamento, regis- trando que “o homem está condenado a decidir sobre seu pró- prio destino”. Também há registros de grandes nomes que definem o homem como um “ser que valora”, logo, um “ser ético”. Destes conceitos concluímos que a ética está relacionada à ação prática dos homens, não a discursos ideológicos bem intencionados, mas longe da realidade do mundo e da necessidade da vida humana.

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Verde que te quero

Verde... Por Elaine Pereira

Vamos dar um passeio no jardim e colher folhas frescas na horta? Ah, sem esquecer do temperinho e das folhas para o chá... Você pensou que estamos em um sítio? Pois é, hoje em dia podemos cultivar nosso jardim e nossa horta em espaços pequenos, no quintal de casa ou na varanda do apartamento. Projetos de paisagismo bem elaborados atrelam a funcionalidade, o bom gosto e o prazer de conviver com as plantas mesmo em uma área pequena. Eles não só trazem conforto e harmonia para o interior da casa, como também ao seu exterior. Hoje fazem parte importante dos empreendimentos, um imóvel vende mais rápido se tem um bom projeto paisagístico atrelado. Esse fato se estende também para empreendimentos maiores, como centros de convenções, praças públicas, clubes, etc. Desse modo o mercado paisagista tem ampliado e muito seu campo de atuação, os fornecedores estão se profissionalizando, e os produtores de plantas ornamentais oferecem também vegetação de grande porte e fitosanidade adequada, ponto de grande importância no que se refere à rápida execução dos projetos. Já os fabricantes de insumos, de móveis para exterior, de vasos e artesãos de produtos decorativos têm ampliado bastante seus negócios. Sem falar dos movéis, cercas e decks de madeira plástica, que duram muito mais sem desmatar a floresta, e reciclam o plástico de forma nobre e duradoura, além, é claro, da vasta gama de materiais em fibras vegetais. Nas casas de jardinagem encontramos além das plantas e flores tudo mais que precisamos para a execução do projeto. Mas lembre-se, é importante contratar um profissional especializado que saiba estudar seu espaço, verificar condições de iluminação, acessos, sua preferência por aromas, cores, formas, e, se quer ter junto uma horta, sua preferência por hortaliças, ervas e temperos. O tempo que terá para lidar com seu jardim também é importante, para que possa lhe indicar plantas adequadas que farão companhia a você neste novo espaço. Afinal, as plantas também são seres vivos, merecem e retribuem à sua atenção. Ah, compre sempre em lojas de sua confiança!

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Enchente: um desastre natural Por Paulo José Braz Rosas Quando os fenômenos naturais atin- gem áreas habitadas pelo homem, causan- do-lhe danos, passam a se chamar desastres naturais. Eles podem ser originados pela dinâmica interna e externa da Terra. Os decorrentes da dinâmica interna são os terremotos, maremotos e vulcões. Já os fenômenos da dinâmica externa envolvem tempestades, furacões, enchentes, desliza- mentos, erosões e estiagens prolongadas. Em teoria, os perigos naturais ameaçam igualmente qualquer pessoa, mas na prática, proporcionalmente, atingem os mais desfavorecidos, devido a um número maior de população de baixa renda, vivendo em moradias frágeis, em áreas mais densamente povoadas e em terrenos de maior suscetibilidade aos perigos. Os desastres naturais foram responsáveis pela morte de cerca de quatro milhões de pessoas no mundo ao longo do século XX, sendo os terremotos os que mais causam vítimas fatais, enquanto as enchentes são responsáveis por grandes perdas econômi- cas. Aproximadamente 66% dos desastres naturais ocorridos no mundo estão vinculados às instabilidades atmosféricas. As en- chentes são comuns, sendo que 70% ocor- rem nos países em desenvolvimento. No Brasil, os principais fenômenos relaciona- dos a desastres naturais ocorrem devido a eventos meteorológicos intensos e pro- longados nos períodos chuvosos que cor- respondem ao verão na região sul e su- deste e ao inverno na região nordeste. À medida que construirmos em locais de en-

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costas íngremes, em terrenos de grande instabilidade, na planície aluvial dos rios ou em áreas de influência dos córregos, estaremos correndo o risco de perder os nossos investimentos e as nossas vidas. Dados fornecidos pelo Serviço Geológico do Brasil indicam que 1.413 cidades brasileiras estão sujeitas a enchentes, das quais 267 têm maior risco de ocorrências de catástrofes na população urbana. Com o objetivo de amenizar estes problemas o governo brasileiro, através do Ministério da Ciência, Tecnolo- gia e Inovação (MCT), está implantando o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), responsável por gerenciar as informações emitidas por radares, pluviômetros e previsões climáticas. O Cemaden está sendo instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde reúne especialistas em meteorologia, sensoriamente remoto, mudanças globais e modelagem computacional, que são áreas fundamentais para se fazer um monitoramento eficaz. Conta também com o supercomputador “Tupã” – que pode rea- lizar 258 trilhões de cálculos por segundo – para aplicações meteorológicas, climáticas e ambientais e é capaz de prever eventos extremos com mais precisão, como chuvas intensas, secas, geadas e ondas de calor com prognóstico com até seis dias de antecedência. O Sistema de Alerta do INPE estará totalmente implantado nos próxi- mos quatros anos, um investimento estimado em R$ 250 milhões. As inúmeras enchentes ocorridas no

passado têm contabilizado sérios prejuízos à economia e progresso da nossa próspera região sul do Estado de Minas Gerais. Itajubá, em particular, tem sofrido intensamente com este fenômeno climático desde os pri- mórdios de sua fundação. A ocupação desordenada nas áreas baixas e alagáveis tem ocasionado enormes prejuízos à população, comércio e indústrias. Embora os fenômenos meteorológicos não possam ser eliminados, há porém como evitar que eles se tornem catástroficos, através da adoção de medidas preventivas com a execução de obras estruturais e não-estruturais. A construção do Barramento no bairro Freire, para a contenção das cheias do rio Sa- pucaí, por exemplo, é considerada uma im- portante obra estrutural. Dentre as medidas não-estruturais temos o Sistema de Monitoramento de enchentes, instalado pela Unifei, em parceria com a Copasa, que através de 18 estações telemáticas de coletas de dados hidrológicos permite a elaboração, com algumas horas de antecedência, do mapeamento das áreas de risco. Com este suporte técnico, a Defesa Civil, em par- ceria com o Corpo de Bombeiros, Policia Militar, Prefeitura e outros órgãos da sociedade, poderá articular com eficiência um plano de contingência, trazendo benefícios para as populações das cidades de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre. “Os desastres naturais não são riscos ... Eles tornam-se riscos por causa do homem, de sua ignorância ou sua negligência.”

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A importância da Radiologia

na Odontologia Pela Dra. Maria Virgínia Guimarães de Brito

Imagens cedidas pela Clínica Sul Mineira/Tomosul

A radiologia odontológica encontrase em fase de desenvolvimento devido aos melhoramentos técnicos nos últimos anos. As vantagens de aparelhos digitais são a facilidade e rapidez para a execução dos exames e a diminuição do impacto causado pelos produtos químicos na natureza. A radiologia tem seu destaque em todos os campos da odontologia, desde procedimentos mais simples aos mais complexos, complementando o diagnós- tico. Além dos exames serem de fácil obtenção, são também “acessíveis” à população. A radiografia panorâmica mostra uma completa reprodução da dentição e estruturas relacionadas e possibilita maior visualização do complexo maxilo-mandi- bular numa só tomada radiográfica. É indicada para levantamento geral da saúde bucal, fornece maiores subsídios radiográficos para procedimentos cirúrgicos, ava- liações inicial e final do tratamento ortodôntico, avaliações de erupções dentárias, patologias, processos condilares (ATM) e presença de corpos estranhos.

ta incidência, observamos as estruturas ósseas e também as partes moles em perfil. É utilizada principalmente na or- todontia, para realização de análises ce- falométricas (avaliação dento-esqueléti- ca-facial e crescimento do crânio e da face). A Telerradiografia Frontal também é utilizada para realização de análise cefalométrica. Indicada para visualização de assimetrias faciais e para planejamento de cirurgias ortognáticas.

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2 Radiografia Periapical (1) e Interproximal (2). Ambas realizadas no aparelho de periapical Spectro 70x Seletronic da Dabi Atlante – Sistema de Radiografia Digital RVG 6100 da Kodak.

A Tomografia Computadorizada apresenta um padrão-ouro para avaliação óssea, tendo muita importância na implantodontia e na cirurgia bucomaxilofacial (fraturas, dentes inclusos e supranumerários). Na odontologia podem ser utilizados dois tipos de Tomografia Computadorizada: Cone-Beam (Feixe Cônico) ou Fan-Beam (Feixe em Leque — Tomografia Computadorizada Espiral — Singleslice e Multislice). A Tomografia Computadorizada Multslice é a mais recente e moderna permitindo um escaneamento rápido e uma reconstrução de imagem de alta resolução 3D.

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2 Telerradiografia Lateral (1) e Telerradiografia Frontal (2) . Ambas realizadas no aparelho PAX 400 – Vatech – Gnatus

2 Radiografia Panorâmica Digital (1) e Radiografia Panoramica Modificada para ATM (2). Ambas realizadas no aparelho PAX 400 – Vatech – Gnatus

A Radiografia Panorâmica Modificada para ATM destina-se ao estudo dos tecidos “duros”, principalmente fossa mandibular, eminência articular, espaço articular e cabeça de mandíbula. A Telerradiografia Lateral é uma ra- diografia extrabucal lateral do crânio. Nes-

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Já as radiografias periapicais (radiografias intrabucais) nos possibilitam uma visão “detalhada” dos elementos dentais e do tecido ósseo adjacente. São indicadas para pesquisa de cárie, relação dos dentes permanentes com dentes decíduos (“dentes de leite”), entre outras. Também denominadas de bite-wings, as radiografias interproximais permitem a visualização das coroas dos dentes supe- riores e inferiores, simultaneamente. Indicadas para pesquisa de cárie, adaptação de coroas e restaurações.

Imagem obtida no Tomógrafo Multislice Somaton Emotion – Siemens – 16 canais / Software Syngo Dental CT

Ressalta-se a importância da comunicação entre o clínico e o radiologista para informações que auxiliem na realização do diagnóstico, beneficiando ainda mais o tratamento do paciente. Dra. Maria Virgínia Guimarães de Brito, es- pecialista em Radiologia Odontológica pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).

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Os dentes são o nosso

cartão de visita Pela Dra. Gracia Costa Lopes

Dentes alinhados proporcionam uma melhor higiene bucal, aumentando suas chances de mantê-los naturais por toda a vida. Dentes alinhados são menos propensos ao desenvolvimento de cárie, uma vez que acumulam menos placa bacteriana, menos propensos a traumas. Quando os dentes são desalinhados e salientes, eles tornam-se mais suscetíveis a quebras ou fraturas após um trauma. Com o alinhamento dos dentes temos uma melhora na mastigação, na fonação e deglutição, gerando um melhor equilíbrio entre maxila e mandíbula prevenindo problemas periodontais, desgastes dentários excessivos, problemas em músculos responsáveis pela mastigação e problemas na ATM (articulação temporo-mandibular). Alguns hábitos adquiridos na infân- cia podem levar a problemas ortodônticos, como:  Respiração bucal, que surge devido a problemas alérgicos ou presença de adenóides, acarretam problemas na formação do esqueleto facial. O indivíduo

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apresenta um aspecto de face alon- gada, o rosto estreito e com pouca expressão, lábios entreabertos, mordida cruzada, palato profundo (céu da boca), e olheiras acentuadas. Necessitando de um tratamento multidisciplinar com otorrinolaringologista, alergologista, ortodontista e fonoaudiólogo.  Dormir com as mãos apoiando o rosto durante a fase de crescimento, pode acarretar o desenvolvimento de uma mordida cruzada;  Chupar dedo, morder canetas, roer unhas, perda de dente de leite preco- cemente e o mal posicionamento da lín- gua, também influenciam para a má oclusão, além dos problemas heredi- tários (dentes apinhados ou separados demais, falta ou excesso de dentes, etc...) Muitos desses problemas podem ser evitados ou amenizados se forem observados precocemente pelos pais. Portanto, é de fundamental importância a visita a um dentista, para que ele possa diagnosticar e orientar o melhor tratamento.

O tratamento ortodôntico é usado para corrigir a má oclusão (dentes apinhados e tortos) melhorando a distribuição de forças exercidas sobre os dentes. O tratamento ortodôntico pode ser dividido em duas fases:

 A primeira fase ocorre antes de completar a erupção dos dentes per- manentes, através do uso de aparelhos removíveis ou ortopédicos, que estabelece um correto relacionamento entre bases ósseas do maxilar e mandíbula.  Na segunda fase, normalmente uti- liza-se um aparelho fixo metálico, cerâ- mica ou invisível pelo sistema Invisalign. Um bom tratamento ortodôntico leva o paciente a ter uma boa mastigação, melhorando a saúde, facilitando a higienização e prolongando a vida dos dentes, além de promover a estética pa- ra manter um bom relacionamento social, interferindo diretamente em sua autoestima.

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Cirurgia Plástica Muito além que um simples afago a vaidade Pelo Dr. Fernando Ayres

É característico da natureza humana a busca do aprimoramento em todos os aspectos da vida. A preocupação com a beleza do corpo, a ausência de deformidades e o seu perfeito funcionamento vem de tempos remotos, razão pela qual a cirurgia plástica é uma das mais antigas manifestações da medicina. O primeiro registro de uma cirurgia plástica ocorreu na Índia. Há dois mil anos, quem cometia o adultério naquele país e era descoberto tinha que carregar uma marca para o resto da vida. A condenação era amputar o nariz de quem fosse pego em delito. Mais tarde, cirurgiões indianos tentavam reconstruir a ponta do nariz das vítimas, utilizando um retalho da face interna do braço e também pontas de orelhas. Este tipo de cirurgia foi descrito no livro de Sushruta. Para melhor conceituar cirurgia plástica é clássico distingui-la nos seus dois ramos principais: a cirurgia plásti- ca reparadora ou reconstrutiva e a cirurgia plástica estética ou cosmética. A cirurgia reparadora compromete-se com a reparação de tecidos,

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reposição de substâncias perdidas, reabilitação das funções dos órgãos, em geral decorrentes de traumas, doenças ou defeitos congênitos. Já a cirurgia plástica estética é aquela com a qual se pretende trazer as variações da normalidade para o mais próximo possível daquilo que se concebe como padrão de beleza de uma cultura em um determinado momento, além de corrigir as alterações evolutivas do tempo, promovendo o rejuvenescimento. O limite entre essas duas definições é bastante tênue, já que é muito comum a ocorrência de situações em que distúrbios da função são acompanhados de grandes alterações estéticas. O cirurgião plástico, no intuito de alterar as formas e corrigir a função, também produz cicatrizes. O mérito está em fazer dessas cicatrizes as mais delicadas e escondê-las em reentrâncias e pregas naturais ou, ainda, em locais em que possam ser dissimuladas pelo cabelo ou pelas vestes, de tal forma a torná-las minimamente aparentes. A importância da cirurgia plástica é revelada nas palavras de Gaspare

Tagliacozzi, 1597, quando faz menção ao tratamento dos pacientes com mutilação nasal: “Nós restauramos, reparamos e fazemos um todo das partes... que foram criadas pela natureza e arrancadas pelo destino, não tanto a ponto de trazer deleite aos olhos, mas de forma a enaltecer o espírito e auxiliar a mente dos aflitos”. Embora enunciada há tantos anos, esta frase pode ser facilmente transposta aos dias atuais. Se os benefícios produzidos pela reconstrução de uma função alterada ou pela reparação de grande deformidade congênita ou traumática nos saltam os olhos, maior sensibilidade é necessária para se perceber as benesses para o bem estar dos pacientes conferidas pelos procedimentos esté- ticos de mudanças de forma e rejuvenescimento. E elas existem e não se restringem a um simples afago na vaidade. Podem, sim, produzir profundas transformações nas vidas dessas pessoas, trazendo de volta a confiança, a autoestima e a alegria de viver. Dr. Fernando Ayres, cirurgião plástico

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Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas 10 anos construindo o desenvolvimento turístico regional

O Caminhos do Sul de Minas, funda- do em 13 de dezembro de 2001, no muni- cípio de São José do Alegre, é pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, estruturada como uma associação de pessoas físicas e jurídicas, de direito público e privado. Esta estrutura foi estimulada pelo Estado de Minas Gerais através de oficinas nas macrorregiões, onde os municípios se agruparam em microrregiões turísticas, considerando sua proximidade e similaridades culturais, econômicas e sociais. Os associados fundadores foram em- presários, empreendedores e prefeituras dos municípios de Brazópolis, Conceição das Pe- dras, Cristina, Dom Viçoso, Itajubá, Maria da Fé, Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, São José do Alegre e Wenceslau Braz – municípios até então não considerados turísticos. A Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (SETUR MG) estimulou, orien- tou e aprovou o surgimento do Circuito Tu- rístico Caminhos do Sul de Minas. O SE- BRAE MG está presente desde a fundação, comprometido com a execução de projetos para o cumprimento da Política Pública de Turismo do Estado de Minas Gerais. Entre 2001 e 2005, a meta foi a legalização da entidade, a sensibilização dos se- tores público e privado dos municípios fun- dadores e o início das atividades de capacitação e qualificação para o turismo. Os trabalhos foram voluntários, sem custo para a entidade, utilizando a estrutura das prefeituras e a boa vontade dos associados. Em 2006 teve inicio a contribuição associativa para o custeio da entidade, onde os municípios são os maiores colaboradores. Assim, foi possível estabelecer a sede, comprar equipamentos, contratar o Gestor, o Auxiliar Administrativo e as Assessorias Contábil e Jurídica. A partir da certificação do Circuito

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Turístico pela SETUR MG, começamos a receber suporte do Estado na sinalização rodoviária, equipamentos para a sede e cursos de capacitação e qualificação. A SETUR MG promoveu, vários Encon- tros de Presidentes e Gestores dos Circui- tos Turísticos, o que proporcionou um gran- de avanço na Política Pública de Turismo do Estado, como o fortalecimento dos Circuitos Turísticos, a formação da Federação dos Circuitos Turísticos do Estado e o ICMS Turístico. Ainda em 2006, elaboramos, o primei- ro Plano Plurianual de Desenvolvimento do Turismo Regional (2007-2010), contemplan- do as diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo do Ministério do Turismo e da Secretaria de Estado de Turismo, que se delineavam naquele momento. O projeto de roteirização, realizado em parceria com o SEBRAE MG teve como conclusão a Vitrine Caminhos do Sul de Minas, promovida em São José dos Campos/SP, que mostrou a potencialidade e atratividade dos produtos e roteiros do Circuito. Em 2009, Brazópolis se desligou e Del- fim Moreira, Marmelópolis e Santa Rita do Sapucaí passaram a integrar o Circuito. Aplicamos o projeto “Oficina de Estruturação do Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentável do Turismo”, iniciado em Santa Rita do Sapucaí para fins de aprovação do município nos critérios do ICMS Turístico. Ao mesmo tempo, a SETUR MG esta- beleceu sua missão, visão e metas, forta- lecendo as associações dos Circuitos Turís- ticos e disseminando o turismo como ati- vidade econômica e ferramenta de desenvolvimento local e regional. Executou o projeto “Roteiros do Sul de Minas”, integrando mais dois Circuitos da região, Serras Verdes do Sul de Minas e Terras Altas da Mantiqueira. Em 2010, a SETUR MG instituiu os “destinos indutores” de Minas Gerais, Maria da Fé foi contemplada como indutora do turismo na região pela produção artesanal

de qualidade. Também implantamos o setor de Comunicação. Em 2011, o município de Maria da Fé foi desligado do Circuito. Promovemos a construção participa- tiva do Plano Plurianual para o Desenvol- vimento Sustentável do Turismo Regional (2011-2014), com três projetos estruturado- res: Produção Associada ao Turismo - parce- ria SEBRAE MG (2011-2013); Território Man- tiqueira - Presidência da República, Ministé- rio do Turismo e região italiana da Toscana; Negócios e Sustentabilidade do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas. A aprovação do novo Estatuto estabe- leceu a missão, de: “orientar e estimular os associados para atuarem na construção do desenvolvimento sutentável do turismo lo- cal e regional” e configurou a estrutura ad- ministrativa. Descreveu as atividades econômicas secundárias que o Circuito pode assumir para sua sustentabilidade e criou o banco de profissionais e de projetos, valorizando e proporcionando oportunidades de trabalho e renda para seus associados. O Circuito Turístico implantou o projeto “Mercado Caminhos do Sul de Minas”, com seis edições este ano. Em parceria com as prefeituras, leva aos municípios associa- dos uma estrutura de exposição e comercialização de produtos e roteiros turísticos, criando oportunidade de negócios. O Plano Plurianual indicou para 2012 a estruturação do Circuito Turístico para alcançar a sustentabilidade financeira; a es- truturação dos municípios para desenvolver atividade turística, atentos aos critérios estabelecidos na lei do ICMS Turístico; e a estruturação da iniciativa privada para atender às exigências do mercado. O Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas tem muito para comemorar! Ao completar 10 anos, reconhece a importância e agradece o envolvimento dos associados e parceiros, públicos e privados, que acreditam na atividade turística como alternativa do desenvolvimento sustentável.

Naturale

dezembro/janeiro - 2012


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