O que é uma prisão? Percepções ambientais em uma penitenciária

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89 4.2 Me conte sua experiência Nesta sessão são apresentados e discutidos os dados colhidos por meio das entrevistas narrativas (Fase 2). O material coletado foi divido em dois grupos distintos, sendo o primeiro grupo formado pelos discursos dos internos e o segundo pelos discursos dos agentes penitenciários. Este material coletado foi submetido à análise de conteúdo (Bardin, 1977), acrescido de discussões que tomam por base o referencial apresentado. Como detalhado no capítulo da metodologia, as entrevistas foram direcionadas pela abordagem de quatro temas, que constituíram as categorias principais – Ambientes, Experiências, Sentimentos e Anseios. Essas categorias foram analisadas e de cada uma delas emergiram subcategorias ou classes identificadas nos discursos dos entrevistados. É importante atentar para as identidades dos participantes. Compreende-se que as atividades que o ser humano exerce fazem parte da construção de sua identidade (Felipe & Kuhnen, 2012). Dessa forma, muitas das falas que surgiram nos discursos dos colaboradores podem ser justificadas pela apreensão de quem eram antes e de quem são agora as pessoas que falam. Assim, no decorrer desta análise, os participantes não serão identificados por nomes, mas por alguma característica marcante de sua identidade, a partir de suas narrativas. Os internos serão, portanto, identificados como: o Vigilante, o Estrangeiro, o Aviador, o Motorista, o Cozinheiro e o Filho Querido. E os agentes como: o Experiente, o Cientista, o Idealizador, o Polivalente, o Ex-Policial e o Administrador. Ressalta-se que as pautas dessas identidades tiveram origem a partir do próprio discurso dos entrevistados, com o cuidado de impossibilitar o reconhecimento dos sujeitos reais. Seguem as análises.


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