Rebelde 5

Page 1

ão n-

da. da. no áe uue m cê

ri-

ma am e de te o

m

o te ir ja as

a.

JUN / JUL 2015

nº. 5 www.namaste.com.br

O Rebelde

Rua da República, 528 - Porto Alegre - Fone:51 3286.7485 Versão Online: www.namaste.com.br/rebelde


1

PAI & MÃE

É

a fonte inicial de nossa vida. Você chegou nesse planeta completamente aberto, sensível, vulnerável e amoroso. Muito amoroso. Você já percebeu que qualquer criança é fascinante por sua amorosidade? As pessoas gostam de

POR PREM MILAN Nos lugares mais insípidos, menos férteis, as árvores são torcidas, é gritante a diferença, não tem aquele verde reluzente, não tem aquele frescor. Assim como os animais, eles tem uma beleza espontânea, mas quando estão no cativeiro perdem a sua graciosidade. Quando são maltratados mais ainda, vivem com medo, sempre em posição de alerta, prontos para receber um ataque. Ora, talvez o ser humano tenha passado por essas privações. Você foi uma criança dessas, você sabe sua historia. Talvez você lembre pouco. Qual o sentido de não lembrar? Talvez você tenha passado por muita dor, por muita mágoa e prefere esquecer e criar uma fantasia de que foi tudo lindo e maravilhoso. A relação dos pais com os filhos deixa muito a desejar. Eu não falo em tese, olha pra tua estória. Quem olha para uma criança com a mesma amorosidade que ela tem?

estar com crianças, principalmente mais novinhas, é uma energia muito boa. Como é espontânea a criança, a inocência é simplesmente encantadora. Não tem porque isso não ser o início. Uma semente tão boa, tão linda, acaba se transformando num adulto tenso, entediado, frustrado, não espontâneo, não inocente, não verdadeiro. Eu me pergunto como isso é possível? O que aconteceu com aquela semente maravilhosa, aquela coisa incrível, para se tornar num adulto desse jeito que nós somos? Crescimento para mim deve significar um aprimoramento dessas qualidades, um amadurecimento. Tem alguma lógica não ser assim? Tem algum sentido não ser desse jeito? Eu olho tudo na natureza, eu vejo uma flor, uma planta, um animal… também tem essa inocência e quando cresce no habitat natural, com condições, mantem uma beleza e uma fascinação. Conheço árvores onde eu moro, que eu vi crescerem e se tornaram frondosas, grandes, lindas, belas. Qual o sentido do ser mais evoluído desse planeta? A regra parece oposta. Existe algum sentido nisso? Agora também vejo, se eu pegar uma árvore dessas e maltrata-la, colocá-la numa terra sem alimento, faltando água, ela não vai se desenvolver bem.

O que eu vejo normalmente é os pais “curtirem” os filhos porque estão carentes e sedentos por aquela energia fresca e amorosa. Mas a maneira como tratam é outra, impondo regras que não deram certo nem para eles próprios, reprimindo, criando a competição, não respeitando em hipótese alguma a naturalidade da criança. Como uma árvore, a criança necessita ser tocada, abraçada, validada e estimulada a aprender. E ela faz de tudo pra conseguir isso. Se ela não está com vontade de sorrir, sorri para que os pais a aprovem e aí começa a não ser ela mesma. Se o bebê está chorando, ninguém olha se é uma necessidade dele extravasar aquele excesso de energia que ele tem. Logo dão um melzinho na chupeta, ficam balançando para parar de chorar. E logo a


de ter o nível de satisfação sexual que seu pai e sua mãe tiveram na vida? Se a resposta for sim eu sou um trouxa, mas se a resposta for não, leia com carinho essas palavras. Eu não quero ser igual a meu pai, não quero ter o nível de satisfação que ele teve na vida em hipótese alguma, nem da minha mãe. Mas eu os amei, eu os amo muito, mas não vou seguir os seus caminhos. Porque não deram certo nem pra eles. Eu olho para eles e não vejo um exemplo pra mim, mas reafirmo: eu os amo, não queria ter outros pais. Mas eu enxergo a tristeza e a frustração de suas vidas, e isto me dói. criança recebe aquela mensagem: tuas emoções não são boas, é ruim chorar, ficar sensível não é bom. E se ela estiver com raiva, meu deus… fazem de tudo para aniquilar com a raiva. Isso é uma necessidade da criança, expressar sua raiva, pra desafogar a sua própria energia. Começa aí a limitação da criança e vai avançando na infância. A estupidez começa a ficar mais forte e pesada. A criança necessita de expansão, quer brincar e muito com os pais, mas eles nunca tem tempo, nunca podem, não sabem brincar, apenas fingem que brincam, mas não tem uma alegria interna. E a criança vai aprendendo que esse mundo é sério, cheio de compromissos e regras. E mesmo sendo pouco, logo os abraços e os carinhos terminan. Mas também tem o outro lado, de mães e pais que ficam tão em cima da criança, que a única fonte da vida delas é o filho, e isto, vira um sufoco. Sem contar a sexualidade que é horrível do jeito que é tratada. Cheia de preconceitos, medos. E os pais normalmente são frustrados sexuais. Talvez você ache demais. Ah é?? Eu te faço uma pergunta: você gostaria

No passado eu me sentia culpado por isso, como se eu fosse o responsável por suas angústias e infelicidades, que por minha causa eles trabalhavam muito, que tinham muito estresse. Ao longo da vida descobri que era mentira, porque quando nós, os filhos, crescemos eles trabalharam mais ainda, então isso não é verdade. Que os pais ficaram juntos por nossa causa? Se meus pais se separassem iria doer, mas doeu muito mais a infelicidade deles, do que qualquer separação. Então essa justificativa furada de os pais ficarem juntos pelos filhos é uma grande mentira. Meu pai não tinha coragem de se separar de minha mãe porque de uma forma ele transformou ela na mãe dele e vice-versa, e aí dava uma pseudo- segurança para a vida. Então eles não estavam juntos por minha causa, eu era a desculpa. E me enchiam de culpa. Lembro muito da minha mãe, ela queria me amar sim, mas o conceito de amor dela era muito estranho. Ela rezava por mim, mas me punia severamente, me surrava. Me abraçar, huu, never, fazer um carinho no rosto, huu, quanta falta fez. Olhar para mim, ficar feliz com minhas travessuras, minhas vontades, criar desafios, estimular a alegria e brincadeira, não. Como ela poderia fazer isso se a maior parte do tempo ela não teve isso? Ela achava que amar era fazer uma boa comida, pão doce! Então se eu vacilar eu fico uma porca de gordo. Associo muito afeto com doce, com comida boa, bucho cheio. Mas não tapa o buraco emocional, só aumenta a tristeza ao ver o meu corpo fodido. A intenção dela era boa, mas de que adianta intenção? Os meus momentos mais felizes era quando ela sentava conosco pra ver o filme “Viagem ao fundo do mar” (de XXXXX, de XXXXXXXXX), isto era raro, uma vez por semana. Lembro eu e meus irmãos felizes porque ela parava uma hora na frente da televisão pra ver esse filme, é muito pouco para esse ser de luz se desenvolver.

2


3

Meu pai também queria me amar, mas ele achava que amar era me ensinar a fazer negócios. Lembro-me muito de quando nós íamos para a praia, que ele parava, olhava uma casa e falava: será que essa casa está para vender? E nós todos caminhando, então ele parava e dizia: vocês vão… e ele ia para aquelas casas, conversar com as pessoas. Eu odiava isso porque eu queria tomar banho de mar com ele, jogar um futebol com meu pai na praia, sedento de vontade e ele lá naquelas casas. Eu estranhava de vez em quando essa atitude dele. Hoje em dia eu tenho a plena consciência de que ele era um caçador nato. Na real ele ia naquela casa, porque talvez tivesse uma mulher bonita, meio carente, bimba. Mas eu não estava interessado nisso se ele viesse para a praia e brincasse com a gente. Aí ele chegava, ficava 15 minutos, jogava a gente um pouco na água, a gente ficava feliz achando que iria rolar… hora de ir pra casa. Você acha que com essa miséria, aquele serzinho lá do início, inocente e amoroso, iria se transformar em quê? Em um adulto medroso, cheio de inseguranças, e que foi desistindo da alegria e da brincadeira. Mas eu nunca liguei “fio com pavio”, a gente não paga

imposto pra ser boca aberta. Trouxa então ganha até gratificação. A minha sorte foi que eu tive contato com trabalhos terapêuticos porradas, gente não cooptada pelo sistema. Aí eu pude me resgatar, mas então descobri que meu coração “era um pote até aqui de mágoas”, como diria Chico Buarque. Não foi fácil esvaziar esse pote, porque eu estava viciado em sofrimento. Nós somos craques em lidar com sofrimentos, com angústias, ficamos meses… alegria é fugaz, muito rápido, passa de avião a jato, o sofrimento vem a carreto de boi, passo por passo. Chorei aos borbotões, tive muita raiva deles. E a grande dor era ter perdido aquela minha espontaneidade, aquela coisa de o pensamento não tomar conta. Aquele espaço de harmonia que acontece depois de uma grande transa de amor.

Aquele estado natural que eu era, eu tinha por alguns momentos da vida. Depois de toda essa raiva e essa dor, eu reconectei com esse amor de novo, com essa inocência, inclusive o meu amor natural pelos meus pais. Mas tive que trabalhar com força, não era fazendo mantrinha, um grupinho melzinho na chupeta. Olhe para tua vida e se dê conta, a tua origem, a tua essência é de uma capacidade estonteante de amar, ter alegria, prazer, poder, ter força, tesão. Isso não acontece nas nossas vidas, porque nós não fomos devidamente alimentados. Nossos pais passaram pela mesma coisa, os pais deles também eram do mesmo jeito. Mas a minha conta não é com meus avós, é com meus pais. Eles podiam ter sido diferentes, eles não tiveram a coragem de enfrentar suas dores, de encarar seus pais para transformar. E aí acham que são diferentes porque tem um visual diferente, uma linguagem diferente. Mas a essência emocional é a mesma, o resultado é o mesmo. O pior de tudo é que eles têm que se convencer que estão certos, por medo de olhar para trás e ter de chorar muito, sentir muita dor pela vida pobre que se leva. Bob Marley fez uma música que dizia: “não se preocupe, tudo vai dar certo, don´t worry…”, muito bonita para quando você está chapado. Na vida real essa não preocupação virou uma desconexão para não olhar. Se você quer resgatar aquilo lá de trás vai ter que


4

Canto do Ser

passar por isso. Aí, você vai cantar o Raul: “enquanto você se esforça para ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real… eu vou ficar, ficar com certeza maluco beleza.” Mas gente, Raul é só pra cantar e ouvir, o resto esquece.

O amor se renova em cada canto, em cada canto de voz que eu ouço, e cada canto do ser que se abre, que acabe, com esse pálido costume de sobreviver E nesse encontro de amor se rebele e reverbere, em cada canto profundo do ser, Esse ser que transborda de êxtase ao dançar, que quer tocar, quer amar Que é o tempo bom e é tempestade É brisa e é vendaval E não precisa de aval Ele não nega o seu instinto Urra, berra! É animal Ma Anand Dhriti

Vida em familia (diretor Ken Loach, Reino Unido, 1971). Janice Baildon tem 19 anos e vive em Londres com seus pais, que a tratam de maneira abusiva. Ela é considerada uma filha rebelde e está grávida, porem seus pais a forçam a interromper a gravidez. A jovem passa a viver de maneira mais agressiva e, consequentemente, sofre maus tratos cada vez piores até ser considerada esquizofrênica e receber tratamentos psiquiatricos extremos.


5

VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ

T

odo mundo da minha família toma antidepressivo para ser normal, e eu, que não tomo nada, e vivo feliz, sou considerada a louca. Há seis anos faço bioenergética. Há cinco anos e meio saí da casa da minha mãe. Há cinco moro na Comunidade Osho Rachana e há seis minha mãe e toda a família me consideram fora da casinha. E garantem! Assim que eu me der mal, elas estarão de braços abertos para me resgatar. Repito, assim que me der mal! Porque incentivar e ajudar para aonde está indo bem, nunca é a proposta. Com a bioenergética descobri uma capacidade de vida e alegria dentro de mim que nunca havia explorado. Fiquei mais feliz, parei de ficar bêbada em todas as festas, nem bebia mais, consegui trabalhar com o que eu gosto, viver uma história de amor, compartilhar amizades mais profundas. Minha mudança é

nítida e apesar da minha mãe enxergar tudo isso, ela continua afirmando minha loucura, principalmente por não estar junto com a família. Confrontar a roda viva do destino que a família me insere foi o primeiro passo para mudanças, pois o caminho do antidepressivo está ali, me esperando salivante. Tive muitas dificuldades ao sair do Rio de Janeiro para

POR ANANDINI vir morar em Porto Alegre numa Comunidade. A principal delas foi descobrir que não sabia viver sozinha, sem as coordenadas e a aprovação da minha mãe e o pior, que ela estaria sempre ali, sedenta para me amparar. Dormi com minha mãe até os 8 anos de idade, mãe solteira, não se relacionou com mais ninguém. Fui sua companheira e salvadora de todos os homens ruins que existem na face da Terra. Não me deixava fazer nada e não me estimulava em nada. Meu pai não fez parte da minha infância, mas quando o conheci na minha adolescência me deparei com um homem covarde, fisicamente detonado e infeliz. Tinha uma filha dois anos mais nova que eu, para quem também exercia um exemplo e uma influência em nada satisfatória. Meus avós também contribuíram com a receita do bolo, fazendo tudo para mim, sem me incentivar a fazer nada. Emocionalmente dependente, até as coisas mais simples se complicam extraordinariamente. Atrasos constantes, deixava louças e coisas espalhadas por aí, arrumar meu armário, minha cama, comprar roupas novas ou simplesmente conseguir ganhar minha grana, passou a ser coisa para super-herói. Trabalho

desde os 17 anos, ganhar dinheiro não era o problema, morrer de fome não era possível, mas a sensação de insegurança e incapacidade era constante. Os trabalhos nunca davam certo, relacionamentos amorosos passaram a não acontecer mais e a única saída era voltar para os braços de mamãe. Tive a sorte de estar morando com amigos que me impulsionaram a atravessar essa loucura. Estar feliz e realizada é um confronto às escolhas deles, é mostrar a possibilidade que eles não


conseguiram alcançar porque em algum momento não tiveram a coragem de confrontar seus próprios pais. Minha mãe, seus irmãos, minhas primas e primos, todos, ou bebem demasiadamente, ou tomam antidepressivo. Inclusive minha sobrinha de 9 anos e outro sobrinho da mesma idade que toma ritalina. Minhas primas que cresceram comigo, como irmãs, estão muito bem casadas, gordas e deprimidas, jovens, da minha idade. Toda vez que vou ao Rio e vejo isso fico com o coração na mão, mas para eles sou uma ameaça, que é muito melhor ser considerada louca do que uma opção de mudança. Não é para todos a coragem de enfrentar a família. Para mim mesmo é um exercício diário que muitas vezes ainda me vejo caindo por aí.

PAI, EU PAREÇO CADA VEZ MAIS COM VOCÊ... POR NADISH

Meus olhos são parecidos As minhas mãos são as suas Tu eras energético(driftig), raivoso e eu era também Achamos nossa calma Sentados ao lado um do outro Não falamos muito Coisas que tu faz Eu faço similar Pai, eu pareço cada vez mais com você ... Tu eras estritamente Meu Deus, eu te odiava às vezes Mas as tuas palavras Ficaram nos meus lábios Não credito em Deus Quero amar todas as mulheres Me tornei o que tu não querias Mas pai, eu pareço cada vez mais com você ... Pai, te amo cada vez mais Stef Bos

E

sta é parte da letra de um cantor holandês sobre seu pai. Muito bonito o cara se dar conta de que mesmo que faça coisas diferentes do seu pai ele ainda parece com ele, e exatamente por isso, aprendeu a amá-lo. Me trabalhei muito emocionalmente e escolhi caminhos bem diferentes do meu pai. Mas, mesmo assim, quando o bicho pega, faço as mesmas coisas que ele. Aprendi com ele né? Era meu pai, sabia mais que eu, acabo por fazer a mesma coisa! Quando veio a puberdade, me rebelei. Comecei a fazer o oposto que ele fazia. "Agora ele vai saber!" Saí da igreja. Ele trabalhava muito, então fiz questão de vagabundear. Depois fui morar numa comunidade 'hedonista', 'espiritual'. Coisas que ele odiava. Como fiquei diferente… Só que não.

6


7

uma preferência bem clara por dois irmãos meus, então acabei acreditando que sou pior que os outros. Mais feio, menos interessante. Fui me comportar assim pra dar razão a ela.

Quando me sinto inseguro, me isolo como ele. Quando acho que posso usar minha força pra conseguir alguma coisa, manipulo pra chegar aonde eu quero. Igualzinho a ele. Pra me sentir seguro, fico no controle, também como ele. Tenho dificuldade de me soltar com alegria.

As coisas ruins que os nossos pais disseram sobre nós quando éramos crianças já são ruins e, além disso, a gente precisa dar razão pra esta invalidação! A gente vai se comportar igual para comprovar a merda que a gente engoliu. Para que nossos pais tenham razão sempre! Se comportar diferente é uma grande invalidação a eles e isso a gente não quer fazer. A gente prefere sofrer a mostrar que eles estavam errados. Ou a gente sofre pra comprovar que eles estavam errados. É a mesma coisa.

Ele me criticava muito pra fazer as coisas certas, trabalhar direito. O resultado foi que sou habilidoso em várias coisas, sou autodidata. Mas faço estas coisas pra me validar. Por que aprendi assim com ele. “Se fizer bem as coisas, as pessoas vão te amar (eu vou te amar)”.Assim ele me ensinou. A minha mãe me ensinou outras coisas: mulher é pra casar e deixar ela cuidar de ti. Ela limpa a casa e tu trabalhas. Sexo é sujo. As mulheres não gostam de sexo, quem gosta é puta. Além dos valores, a mensagem dela me prejudicou em outras coisas. Ela tinha

Deveria ser uma coisa boa adotar coisas dos meus pais, que, afinal, era legal eles me ensinarem. Só que não é. Tem coisas boas sim, mas olhando para vida que meus pais viveram, fica muito claro. Para a maioria das coisas que eles me ensinaram digo: "Não quero isso!" Trabalhar como cachorro, casamento sem amor, sem sexo. O único prazer da vida é comer e assistir a um programa de televisão. Poucos amigos. A vida já planejada até o fim. Sem diversão, sem criatividade. Não quero mesmo! Na prática, a minha vida é muito diferente da deles, mas emocionalmente fica mais difícil afirmar isso. Como já indiquei: quando o bicho pega, minha resposta emocional acaba sendo muito similar a deles e todo santo dia preciso decidir fazer diferente. Mas apenas com esta busca posso ser livre. É bom se dar conta do quanto que as coisas que te fazem mal podem estar ligadas a atos antigos dos teus pais. Faça este exercício comigo: pensa em três coisas que tu não gostas no teu pai, se for homem ou da tua mãe, se for mulher. Agora, veja se não faz a mesma coisa ou o oposto. Estou te dizendo… Estas coisas, tu aprendeu dele ou dela e não estão te fazendo bem. Precisa se livrar disso para ser feliz, com mais tesão, criativo, com amor. Sem isso, não existe liberdade! É escravidão emocional.


8

ESPÍRITO LIVRE POR VANMALLI

H

á quase três anos fui fazer um curso de fotografia em uma comunidade na zona rural de Porto Alegre a convite de uma amiga. Lá fiquei encantada com as pessoas e seu modo de vida, com a amorosidade que eles tinham uns com os outros. Naquela época eu cursava jornalismo e só conseguia reclamar das cadeiras e professores. Não conseguia ter mais que poucas transas casuais, e amigos de verdade eu tinha dois ou três. Eu não achava que tivesse algum problema (na verdade não estava consciente de nenhum), achava que tudo estava normal (e infelizmente, estava), mas quando conheci aquele lugar comecei a mudar tudo. Essa comunidade, que hoje é minha casa, se chama Osho Rachana e trabalha com terapia bioenergética, meditações ativas e ensinamentos do Osho. Essas três “ferramentas” serviram como alicerce para as mudanças que fiz em minha vida. Com elas percebi que estava tomando o rumo de meus pais, levando vida que eles queriam que eu levasse e não a que eu queria realmente.

Fui criada só por minha mãe em uma educação mãode-ferro. Não havia argumentação, eu tinha que fazer o que ela mandava e pronto, se não ia conversar com a havaianas ou a cinta. E eu era a filha perfeita, quietinha, estudiosa, comportada. Isso fez com que hoje, na vida adulta, seja muito difícil me colocar quando eu fico braba, se eu deixar, engulo muito sapo, e me coloco na posição de inferior com as pessoas, assim como eu fazia com ela. Com a terapia e as meditações eu consigo superar esse sentimento, mas eu preciso estar sempre ativa. Sexualmente eu agia da mesma forma que minha mãe. Transava pouco, não me envolvia com ninguém,

mas vivia a espera do príncipe encantado. Me apaixonava perdidamente por todos os caras que eu ficava, me frustrava e depois jurava ódio a todos os homens. Eu nasci de uma história do tipo: minha mãe era apaixonada por meu pai e sonhava tirar ele das drogas, para ele, era só uma transa amiga. Ela engravidou e ele não quis saber. Desde então não se relacionou com mais nenhum homem. Passou 12 anos sem transar e falava isso de boca cheia, orgulhosa. Quando criança eu amava cantar e desenhar, vivia o tempo todo fazendo essas duas coisas. Minha mãe nunca estimulou que eu fizesse aulas de música e falava para eu parar de cantar porque estava esganiçada e isso ia estragar minha voz. O desenho ela estimulava dando livros-curso, mas me cobrava que eu fizesse direito as atividades. Meu pai é desenhista, mas nunca fez mais do que me mostrar seus materiais de trabalho. Quando parei de falar com ele, aos 7 anos, parei completamente de desenhar. Na adolescência voltei a fazer os dois como hobby porque tive amigos que me incentivaram e validaram meus talentos (que eu achava que não existiam), mas só agora que eu considero levar essas atividades para a esfera profissional. Fui treinada para passar no vestibular, virar uma


9

acadêmica e ter uma vida completamente intelectual e insossa. Desde muito criança minha mãe falava que eu tinha que estudar para tirar notas boas para entrar em uma universidade. Isso sempre esteve incutido na minha cabeça. Eu era uma máquina de estudar e tirar notas altas. Tinha uma rotina de estudos e não a questionava nunca. Só depois de cursar dois anos de jornalismo e odiar, trocar mais duas vezes de curso e continuar odiando é que me dei conta que essa vida não era a que eu queria. Então criei coragem para abandonar a faculdade e começar uma formação em terapia bioenergética. E sinto que essa é a escolha que mais vai a favor do que eu amo e não do que me foi dito que eu deveria amar. Nessa escolha eu sou obrigada a confiar na minha intuição e a acreditar que eu não era errada como sempre fui ensinada. Ter escolhido meu próprio caminho me prova todos os dias que ser frustrada e infeliz foi a escolha inconsciente que eles tiveram e não tem nada a ver comigo. Prova que por mais que meu espírito tenha sofrido tentativas de ser apagado, ele continua vivo. É só eu escolher por ele.

Rebelde Sempre uma corrente, borbulhando sobre a pele uma luz muito insistente, iluminando a direção se o mistério é o eterno companheiro nao ha nada que cale essa canção. Sou discípulo da vida, do destino imperador, sou rebelde, sou menino não escondo a minha dor, Se o presente é meu mestre verdadeiro, eu sou sim, eu sou não sou raiz e coração Nao sigo os passos de ninguém, abro minhas asas, alço vôo eu nao guardo o ouro Sou vulcão e o que explode é a criação, a liberdade é meu sabor e a verdade é o meu amor. (música Gincana Namastê)


amor da mente está fadado a ser um movimento entre os dois pólos opostos de ódio e amor. Com a mente, a dualidade fatalmente estará presente. Assim, se você está amando alguém com a sua mente, você não pode escapar do outro pólo. Você pode escondê-lo, você pode reprimi-lo, você pode esquecê-lo – as assim chamadas pessoas educadas estão sempre fazendoda isso. Mas, então, elas té hoje o cenário família me atordoa. se tornam entorQuando visito meus pais e parentes, sempre pecidas, mortas. me pergunto: como as pessoas ainda Se você não conseguem suportar esse massacre emocional? pode brigar com seu amado, se Parece tudo perfeito: pais casados, casanão própria, carro você pode

VALORES FAMILIARES

A

na garagem, escola de tradição, plano de saúde, religião católica e espírita, TV porentão, assinatura, cachorro a autenticino quintal, almoço de domingo, férias na praia e por dade do amor é aí perdida. vai. Só que dentro o papo é outro porqueSeo você vazio é reprimir sua raiva, foda, e não existe birita ou bagulho que dê conta do essa avós repressão da recado. Lembro da casa de meus constanteraiva se tornará mente cheia em almoços de domingo, regados a uma parte vocêda muita bebida e bate-boca que durava até de a hora e essa da raiva repri- as missa. Toda vez era aquela loucura grossa, mida não lhe pessoas despejando em mim uma cachoeira de permitirá uma entrega total ao amar. Ela estará desesperos, frustrações, carências, expectativas, ódios sempre presente. Você a está segurando; você a e tantas merdas parecidas que, pra sobreviver, me reprimiu. isolei no meu mundinho, me escondi na solidão para Se eu estou com raiva e a reprimo, então, nãoquando sentir oeu roloestiver compressor. amando, a raiva reprimida estará presente e isso matará o meu amor. Se eu

E digo um rolo compressor não fui autêntico em minha porque raiva, euem nãoqualquer posso família não se pode sair do controle, seré espontâneo, ser autêntico em meu amor. Se você autêntico, então,ou você é autêntico emtudo ambos. Se você regrado, não é aberto impulsivo. Está cercado, autêntico em um, você pode ser autênticoou limitado. É preferível um não filho/filha deprimido no outro. viciado dentro de casa, cumprindo as expectativas chamados ensi-um Pore dando todo o continuidade mundo, os assim dos pais à tradição do que namentos a civilização, a cultura –, enfraquece“porra louca”–sem lenço nem documento se desafiram o amor completamente. E nome do ando na vida. A segurança não pode em ser questionada, amor, isso aconteceu. Eles dizem: “Se você ama que blasfêmia! Por exemplo, escolherfalso nãosesevocê casarestá e não ter um emprego estável vai com raiva. Então, não brigue; magoar ou gerar um ódio profundo nos pais e então, não odeie.”.

amando, como você pode odiar? Assim, nós eliminamos a parte que odeia. Mas, com a eliminação da parte que odeia, o amor se torna impotente. É 10 como se você tivesse cortado uma perna de um homem e, então, dissesse: “Agora, ande! Agora, você pode correr, você está livre para correr.”. Mas você cortou uma perna; assim, o homemPOR nãoJEEVAL pode andar. Ódio e amor são dois pólos de um fenômeno. Se você cortou o ódio, o amor estará morto e impotente. É por isso que toda a família se tornou impotente. E então, você se torna temeroso de se entregar. Quando você está amando, você não pode se entregar completamente, porque você está com medo. Se você se entregar completamente, a raiva, a violência, o ódio que estão escondidos e reprimidos podem aparecer. Então, você tem de forçá-los para baixo continuamente. Bem no fundo, você tem de lutar com eles continuamente. E lutando com eles, você não pode ser natural e espontâneo. Então, você apenas representa que está amando. Você aparenta e todo mundo sabe: sua esposa sabe que você está representando sabe que sua esposa uma está repreparentes.e você É uma traição à família, faca nas sentando. Todo mundo está representando. Então, costas dos pais depois de tanto empenho e investitoda a vida se torna falsa. mento na tua criação. Como pode ter a ousadia de É necessário ir além da mente. Primeiro, entre afundar todas as expectativas, de negar as heranna meditação e, então, toque o nível da não-ças conquistadas pelos Você que daria esse Vocêantigos? terá um amor não mente dentro de você. desgosto à sua família? possui nenhum pólo oposto, não tem oposição.

Isso tudo pode parecer viagem, que hoje em dia os casamentos e as religiões são mais alternativas e os pais são new age, liberais, mas reflita quantas raivas ou choros são engolidos, quando até as tuas vontades mais simples são reprimidas? Quantas vezes bate a culpa por querer falar uma verdade aos pais e parentes e eles ficarem ofendidos? Por não acreditar que as pessoas estão felizes em um almoço de domingo, que na real está todo mundo muito fodido, mas mesmo assim você continua sendo agradável e participando dessa conveniência. Quantos sonhos ficaram pra trás ou quantos amores e tesões foram enterrados porque no fundo não cabiam na aprovação dos teus pais? E graças a tamanha engrenagem familiar, a sociedade avança para níveis de loucura cada vez maiores. A depressão continua aumentando entre adultos e crianças, assim como o número de dependentes químicos, os casos de suicídio e as mortes causadas por ciúmes e outras aberrações emocionais. Parar essa loucura significa encarar a família e seus valores e querer saber a própria verdade, quem é você e o que tem vontade de viver. É confiar no que está sentindo, mesmo com tanto medo, preconceito e abafamento entranhados ao longo da vida. É arriscar ser além do que aprendeu com seus pais.


Você tem todo potencial do mundo para viver uma

11 vida mais plena. Você tem uma capacidade energética

que nem sonha! Devido ao sistema social e a estrutura da nossa família tivemos que nos moldar, nos abafar para obedecer aos pais, aos juízes, políticos, médicos, autoridades. O custo disso é que nos adaptamos à uma vida onde não somos felizes, nos satisfazemos pouco sexualmente. Mas tudo isso pode ser diferente, porque agora você é adulto e pode tomar as rédias de sua vida. Este workshop é a grande chance de você dar um salto em relação à isso. Um final de semana inteiro para você, longe da cidade, utilizando técnicas como Bioenergética, Meditações Ativas e outras. Não perca essa oportunidade de retomar a sua energia!

PALESTRA ABERTA 01 DE JULHO - 19h

DE 03 A 05 DE JULHO

PRA VALER A VIDA AME, SEJA INTEIRA NÃO SE ENGANE POR CHAITANYA

N

asci numa família portuguesa burguesa, considerada normal. Sou filha única de um empresário e de uma enfermeira, criada também com os meus avós maternos. A minha infância foi um vazio de afeto, de alegria, de experiências, de relações reais, de espontaneidade, de vida. Não tive grande estímulo, tudo era controlado e cuidado para mim. Quase não podia sair de casa e brincar com outras crianças ou expressar livremente, experimentar, estravasar, rir, chorar, zangar-me. Era tudo insípido, chato e sem graça. A minha mãe cuidava de tudo em casa, na escola, na doença. Tudo cuidado, mas sem alegria e sem grande afeto. Tudo era feito para que não desse problema, nem criasse conflito. O meu pai era um homem controlador, agressivo, invalidava-me constantemente e não dava apoio nem carinho. Era um sedutor e por isso querido por muitas pessoas. Ninguém imaginaria que em casa ele batia em mim, descarregava a raiva na sua única filha. Aparentemente éramos a família perfeita. Tínhamos dinheiro, status, imagem! Superficialmente era isto. No fundo éramos infelizes! Nossas relações eram


O

12

superficiais, podres e pobres. Eu sentia a frustração dos meus pais, a desconexão, o medo e a falta de rumo do meu pai, a falta de alegria e a ilusão da minha mãe, que procurava segurar as pontas da família. Um vazio sem amor real. A minha mãe nunca confrontava realmente o meu pai ou qualquer outra pessoa. Era uma mulher medrosa e submissa, que manipulava, mas não bancava o que queria e o que não queria. E assim tornei-me também uma sedutora bem manipuladora, crente de que não poderia bancar o meu poder, expor-me, colocar-me, falar claramente o que queria e o que precisava. A minha infância foi tão vazia de conteúdo e tão reprimida que eu tinha de desconectar para sobreviver. Passava muito tempo a viajar num mundo criado por mim. No meu imaginário eu podia tapar o meu buraco, fazer qualquer coisa, experimentar, viver tudo o que não me era permitido. Podia brincar com muitos amigos, podia namorar, experimentar, criar. Mas na verdade eu era uma criança muito tímida e medrosa, com dificuldade de brincar na escola e de trocar com as outras crianças. Sentia-me sempre excluída, insuficiente, trapalhona, sem poder e muito desconectada do meu corpo. Sonhava que um dia eu iria crescer e tudo iria ser diferente... No futuro eu iria ser feliz. O meu dia a dia era escola, casa, escola, ballet, piano, conservatório, inglês... Uma correria sem fim para fazer o que era suposto eu fazer, para um dia me tornar uma "grande mulher", ou seja, uma profissional competente, ter dinheiro, casar e ter filhos.

Cumprir as expectativas e ser bem sucedida para os meus pais, família, sociedade. Bem sucedida, frustrada e infeliz. É, quase consegui repetir todo o meu sistema familiar. Quase casada com o namorado certo, assistente social, especializada, reconhecida pelo seu trabalho, bonita, cuidada, os amigos certos, a casa, o carro, as férias, as festas, enfim toda a imagem estava lá. Dentro sentia que algo não batia certo e que me faltava o essencial. Um amor real em que eu me confrontasse com a verdade, que me ajudasse a conectar com a realidade humana da vida. Esse é o verdadeiro amor, aquele que me desafia e faz crescer, a ser mais verdadeira, real, poderosa e amorosa. E um lado meu queria esse amor, mas outro lado morria de medo de conectar com esse espaço dentro de mim. Todo o medo que vivi na minha infância, toda a detonação que senti do meu amor pelos meus pais, criaram um padrão forte de desconexão da realidade. É muito mais fácil arranjar algo que tape esse buraco, iludir-me e criar novamente um mundo de fantasia. Mais fácil, mas não me preenche, nem me leva a lado nenhum. É agora uma escolha minha e um desafio em cada momento conectar-me com o que é real e humano na minha vida. E sim conectar-me é também sentir a raiva e a dor que existe dentro de mim por conta de tudo o que tive de reprimir para sobreviver ao meu sistema familiar. Como poderia eu na altura ter bancado toda a raiva que senti de tudo o que vivi ou do pouco que me foi permitido viver? Como é que eu, enquanto criança, poderia confrontar os meus pais? Ao mínimo gesto meu


13

apanharia do meu pai e teria de suportar o mau humor da minha mãe, que não confrontava ninguém, mas vivia o tempo todo de cara fechada.

PAIS E FILHOS

S

Mais, perceber que tal como foi para os meus pais, para mim ainda é difícil viver uma sexualidade plena ligada ao coração. Para mim agora é muito mais fácil ter sexo e ter prazer. Difícil é largar mão da sedução e amar realmente, entregar-me a um amor, sair do controle sem virar uma criança dependente do homem. Mover a minha vida, ser realmente poderosa, preencher-me com o que amo, fazer e bancar o que eu gosto, ter prazer e alegria para além de um relacionamento com um homem, é um desafio para mim e tudo aquilo que a minha mãe não ousou fazer. Por isso agora, em cada momento na minha vida, procuro fazer escolhas que me levam além do medo, em direção a uma vida mais amorosa, preenchida e acima de tudo mais real.

OSHO

er pai e mãe é uma grande arte. Dar nasci mento a uma criança não é nada - qualquer animal é capaz de fazer isso. É um processo biológico instintivo. Dar nascimento a uma criança não é nada de mais, nada de especial nisso; mas ser pai e mãe isso sim é algo extraordinário. Pouquíssimas pessoas são realmente capazes de ser um pai ou uma mãe. E o critério é que os verdadeiros pais darão ao filho liberdade. Eles não irão impor as suas verdades a criança, não irão cercear sua capacidade de expressão. Desde o início seus esforços serão de ajudar a criança a ser ela mesma. Eles a apoiarão, eles a sustentarão, mas sem impor suas idéias, nem os seus devem ou não devem. Eles não criarão escravos. Mas é isso que os pais tem feito por todo o mundo:

Por Quem os Sinos Dobram Ernest Hemingway Esta comovente história, cujo pano de fundo é a Guerra Civil Espanhola, narra três dias na vida de um americano que se ligara à causa da legalidade na Espanha. Hemingway conseguiu que seus leitores sentissem que o ocorrido no país ibérico em 1937 era apenas um aspecto da crise do mundo moderno. Hemingway começou a escrever o livro em 1939, em Cuba, onde morava. Publicado em 1940, foi sucesso de crítica e público. Por razões políticas, no entanto, deixou de receber o Pullitzer, prestigiado prêmio literário dos EUA, apesar de eleito por unanimidade pelos jurados.


14

fazendo o mesmo com seus próprios filhos. Isso segue por gerações e gerações. Nós continuamos criando doenças, continuamos infectando as crianças com idéias que não irão promover suas vidas. Trata se de um mundo estranho. Você não conhece verdadeiramente as pessoas, tudo o que se conhece são máscaras.(...) Os pais continuam a comandar seus filhos, continuam a decidir por seus filhos. Eles não são autênticos com seus filhos. Eles não confessam a seus filhos que falharam; pelo contrario, eles continuam afirmando que suas vidas foram um sucesso. E que querem que seus filhos vivam do mesmo modo que eles viveram. Se seus pais estão desapontados com você e porque você optou por um caminho próprio e não deu vazão aos interesses deles, claro que eles ficarão desapontados com você, mas não se sinta culpada por isso, senão sua alegria será destruída, seu silencio será destruído, seu crescimento também. Continue seu caminho.

todos os seus esforços são em realizar suas próprias ambições nos seus filhos; os pais são muito confusos . Eles sabem que a morte está próxima e eles mesmos não conseguirão realizar suas próprias ambições, seus desejos ainda não foram realizados. Eles sabem que falharam, estão certos que morrerão de mãos vazias - do mesmo modo como nasceram. Agora todo o seu esforço é em implantar suas ambições nos filhos, eles partirão, mas seus filhos estarão dando continuidade as suas ambições, e finalmente seus sonhos serão realizados por seus filhos. Isso não acontece. O que acontece é que as crianças continuam frustradas como seus pais e acabam

Não se sinta culpada. A vida é sua e você vive de acordo com sua própria luz. Quando você alcançar sua própria profundidade sua própria alegria, sua própria graça, então você poderá compartilhar. Eles ficarão com raiva - espere porque a raiva nunca é algo permanente, ela vem e vai. Espere! Vá até eles quando estiver certa que estão mais calmos e estão em condições de retribuir com amor ao invés da raiva. Este será um ótimo caminho para ajudá-los." Osho em I am That - Talks on the Isha Upanishad

Pai e Mãe

processo primal de 15 de julho a 02 de agosto O Pai e Mãe é um workshop de imersão com duração de 18 dias. Neste período você embarca numa jornada de resgate da tua infância. Você vai lembrar situações que te influenciaram em muito na tua capacidade de sentir, de se expressar, de ter poder, de se relacionar, de compreender, de viver. Conecte-se com a espontaneidade da criança, quebre padrões de comportamento e volte a sonhar!


FACE ORIGINAL, UMA BELA OPÇÃO POR PAVITA

beleza. Seu amado, sua amada compreenderão quando você estiver realmente com raiva – auten-

S

também semanais para aprofundarem seus conheciabe o que acontece quando a gente mentos. ou uma falsa não-raiva, não pode ser perdoada. mergulha fundo em quem a gente O valor cobrado pelas sessões do Face é um realmente é e começa a viver a partir disso? Somente uma face falsa nãoOriginal pode ser perdoada. pouco menor do que e,aquele pelos Vem uma vontade de compartilhar esse espaço Seja autêntico então, praticado você será autêntico no terapeutasamor mais também. experientes, assim a chance a Essedando amor autêntico compensará e tão rico e profundo com o mundo inteiro! É por desse viver vocêase tornará satuquem tematravés o orçamento mais autêntico, curto de fazer terapia. isso que estes buscadores, com todo entusiasmo rado. Você chegará a se surpreender com o que do seu coração integram o Projeto Face Original. fazendo – por que você Além da formação mente nãode háterapeutas oposição a do nada. Além da entrarvocê Para comoestá cliente do face Original você é apenas um Eles passaram pela pêndulo movendo-se de um pólo ao outro? Você mente, tudo é um. Dentro da mente, tudo está precisa passar por uma entrevista com um terapeuta Namastê e estão cheios de gás pra compartilhar a dividido emcom dois. Mas, se avocê beleza da bioenergética que estiver fim. está dentrododaNamastê, onde vai falar de si e ver se é elegível decidir mover-se além da mente e além da polarimente, é melhor ser autêntico do que ser falso.para o Projeto. A partir daí, você começa com dade. Assim, seja autêntico quando você sentir raiva sessões individuais e em grupo, uma vez por Como estão começando a atender, tem supervisão de seu amado, ou de sua amada. Seja autêntico semana, numa jornada inesquecível em muito boa semanal com os terapeutas mais experientes e quando você está com raiva e, então, sem nenhucompanhia! participam de de quando estudos oe momento reuniões do amor ma grupos repressão, chegar, quando a mente se mover para o outro

com a mente, tome a luta como uma parte dela. É o próprio dinamismo da mente, funcionar em pólos opostos. Assim, seja autêntico em sua raiva, seja autêntico em sua luta; então, você será autêntico em seu amor também. Assim, para os amantes, eu gostaria de dizer: sejam autênticos. E se vocês forem autênticos, um dos de todo esse absurdo de se movimentar em pólos opostos. Mas sejam autênticos; do contrário, vocês nunca se tornarão saturados. Uma mente reprimida nunca deixa a pessoa se tornar realmente consciente de que ela está agarrada em pólos opostos. Ela nunca está realmente com raiva, ela nunca está realmente amando; assim, ela não tem experiência real da mente. Assim, eu sugiro ser autêntico. Não seja falso. Seja real! E a autenticidade tem sua própria

TERAPEUTAS FACE ORIGINAL

CHAITANYA

Seja um homem autêntico, ou seja uma mulher autêntica. Não permita nenhuma falsidamento é bom. O sofrimento é realmente um treinamento, uma disciplina. Sofra! Sofra a raiva e sofra o amor e sofra o ódio. Lembre-se somente de uma coisa: nunca seja falso. Se você não sente amor, então, diga que você não sente amor. Não

ANANDINI

você está com raiva, então, diga que está com Existe uma possibilidade de um amor que não tem oposto a ele, mas esse amor pode vir somente quando você vai além daquele amor. E para ir além, eu sugiro que você seja autêntico. Seja autêntico – no ódio, no amor, na raiva, em todas as

VANMALI

JEEVAL

somente uma realidade pode ser transcendida. Você não pode transcender coisas irreais.

NADISH Rua da República, 528 - Porto Alegre - Fone: 51 32867485 www.namaste.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.