NA'AMAT

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Sustentabilidade

NA’AMAT PORTO ALEGRE ANO 2023 / NÚMERO 6 em revista
REVISTA IMPRESSA COM PAPEL RECICLADO
na prática Sustentabilidade na prática

EXPEDIENTE NA’AMAT PORTO ALEGRE

PRESIDENTE: Suzete Suslik Zylbersztejn

1ª VICE-PRESIDENTE: Eliane Kives

2ª VICE-PRESIDENTE: Ligia Maria R. Schukster

DEPARTAMENTO DE DIVULGAÇÃO

COORDENADORA: Marili Scliar Buchalter

COMISSÃO DE PATROCÍNIOS

Raquel Toba Spritzer (Coordenadora)

Eliane Kives

DEPARTAMENTO FINANCEIRO

Marta Fiterman

Zelda Prikladnicki

CONSELHO EDITORIAL

Eliane Kives

Lúbia Scliar Zilberknop

Marili Scliar Buchalter

Mylene Ryba

Patrícia Dagnino Chiwiacowsky

Raquel Toba Spritzer

Sônia Unikowsky Teruchkin

Suzete Suslik Zylbersztejn

REVISORA: Lúbia Scliar Zilberknop

CAPA/ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Rodrigo Vizzotto

SECRETÁRIA: Ilana Treiguer

JORNALISTA: Janaína Capeletti - Reg. Prof. MTB 9869

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:

Comunicação Impressa

TIRAGEM: 800 exemplares e Versão Digital DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

TRABALHO VOLUNTÁRIO

NA’AMAT PORTO ALEGRE

Rua Gen. João Telles, 329, 3º andar CEP 90035-121 /Porto Alegre/ RS

FALE CONOSCO: naamatportoalegre@gmail.com

www.naamat.org.br

SIGA-NOS NAS REDES SOCIAIS:

@naamatportoalegre

Na’amat Porto Alegre

O conteúdo dos artigos publicados representa o ponto de vista dos próprios autores e não a posição oficial da NA’AMAT em Revista.

PALAVRA DA PRESIDENTE DO EXECUTIVO NACIONAL

NA’AMAT com Sustentabilidade

PALAVRA DA PRESIDENTE PORTO ALEGRE

A trajetória de conquistas da NA’AMAT Brasil

EDITORIAL

O futuro do planeta depende da sustentabilidade

GRUPO BERTA SIMINOVICH

Projeto Fios que Aquecem em Quadradinhos

GRUPO TZEDAKÁ

Uma nécessaire para quem precisa

09

CORAL ZEMER

O que pensamos...

GRUPO AHAVÁ

Não Hesite, Apite!

REPORTAGEM

Sustentabilidade ao alcance de todos

ARTIGO

As cidades e a crise climática

ARTIGO

Precisamos, podemos e vamos resolver a crise climática

ARTIGO

Governança & Sustentabilidade

ARTIGO

Sustentabilidade e o Keren Kayemet LeIsrael - Um Compromisso com o Futuro

ARTIGO

Resíduos para a vida

ENTREVISTA

Marcos Weiss Bliacheris: Múltiplos olhares para a sustentabilidade

ARTIGO

Judaísmo e Meio Ambiente

ARTIGO

A sustentabilidade do planeta não é tema fácil de ser entendido

LINHA DO TEMPO

24

NA’AMAT Brasil de 1948 a 2023

Eventos NA’AMAT 2022-2023

APOIADORES

Categoria de atividades e de serviços de patrocinadores

PATROCINADORES

VITRINA Patrocinadores da NA’AMAT em Revista

52 Apoiadores e patrocinadores da NA’AMAT em Revista

54

ATIVISTAS

JOVENS PATROCINADORES

Apoiadores e patrocinadores da NA’AMAT em Revista

EM MEMÓRIA

Pessoas queridas que nos deixaram

SUMÁRIO 04
03 05 06 07 08 10 12 15 16 17 18 19 20 22 23 26 36 51
53 em revista
Foto: KKL-JNF
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

NA’AMAT com Sustentabilidade

Temos várias formas de ser sustentáveis, começando a ensinar as crianças a escovarem os dentes fechando a torneira, separarem o lixo reciclável, entre outras lições.

Mas não é só. Existe, também, a Sustentabilidade Social, que tem tudo a ver com o trabalho que a NA’AMAT desenvolve, pois se trata de um conjunto de ações que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas, para tentar diminuir as desigualdades sociais, ampliar os direitos e garantir plenamente uma cidadania digna.

Este ano, estive visitando Israel para participar de um encontro mundial da NA’AMAT com chaverot (voluntárias) de todo o mundo. Além de interagirmos e trocarmos experiências do trabalho que cada uma desenvolve em seu país, também visitamos alguns de nossos projetos, entre eles o MESHANOT, o mais novo projeto da NA’AMAT Israel.

Trata-se de um local destinado a efetuar trabalhos com a população em geral, voltado, basicamente, à prevenção da violência doméstica e ao respeito à igualdade de gêneros, os dois grandes pilares da NA’AMAT.

Ideias sustentáveis, ou melhor, inovadoras da nossa Organização, lá você pode conhecer e se inspirar com as histórias de mulheres que fizeram a diferença em Israel. Mas o foco principal desse projeto é ser um local para receber a população em geral, para que discutam assuntos voltados à mulher e, assim prevenir, ou mesmo aprender, como se defender ou se portar diante de qualquer tipo de discriminação ou violência. É um trabalho que nos enche de orgulho e que devemos propagar por aqui também.

Somos, sim, uma organização sustentável, não só por usar materiais reciclados e sim por tentar reciclar o modo de pensar das pessoas para que se construa um mundo melhor, com mais respeito às mulheres.

A trajetória de conquistas da NA’AMAT Brasil

Neste ano, a NA’AMAT está completando 75 anos de existência no Brasil. Surgiu em 1948, com a fundação do Estado de Israel e a missão de lutar pelos direitos de igualdade da mulher, de realizar a Tzedaká (justiça social) e preservar a cultura, os valores e os princípios judaicos.

A história da NA’AMAT é feita de ações e pessoas. Sua trajetória resume as nossas conquistas e os nossos sonhos sempre na busca do melhor para o nosso futuro e o futuro de nosso legado. Somos uma entidade judaica beneficente e solidária, voltada às lutas femininas e atenta a quem se encontra em vulnerabilidade socioeconômica.

75 anos

senvolvimento.

Este ano, a NA’AMAT Brasil está de cara nova nas mídias sociais, mais moderna e atualizada, com postagens que valorizam a mulher, desde as nossas matriarcas, até as que nos inspiram diariamente, posicionando-se contra qualquer fato que possa ferir os nossos princípios, sempre defendendo a igualdade de gênero, o empoderamento feminino e abominando qualquer tipo de desrespeito.

Muito me orgulha fazer parte desta Organização, que está espalhada pelo mundo, lutando pelo respeito e a valorização de nós, mulheres!

Conto com vocês para continuar este trabalho, porque juntas somos mais fortes! Shalom!

O mundo em transformação nos fez executar ações como o I Torneio de Beach Tennis, com renda doada e projetos de solidariedade e de coletivismo; “Fios que Aquecem em Quadradinhos”; “Uma Nécessaire a quem Precisa”; Não Hesite, Apite”; campanhas de arrecadação de tampinhas plásticas, óculos, alimentos, etc. São novas maneiras de nos relacionarmos e de reinventarmos a nossa entidade, eminentemente feminina, e que se soma a outras parcerias, como o Ministério Público, as Varas de Violência da Mulher, as entidades gaúchas, judaicas ou não. Desde agosto de 2022, fazemos, com muito orgulho, parte do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do RS e do Instituto Avon.

Somos uma entidade judaica beneficente e solidária, voltada às lutas femininas e atenta a quem se encontra em vulnerabilidade socioeconômica

Cada parte é fundamental ao longo da nossa existência. Então, aproveito este espaço para agradecer a todas as nossas voluntárias, à Diretoria, aos grupos, às coordenadoras de departamentos e a toda a equipe editorial desta Revista que realizam, vibram e vivem a NA’AMAT todos os dias. Comprometimento, seriedade, ética, paixão, sonhos, cultura, criatividade e amor ao próximo são os ingredientes que têm constituído a NA’AMAT ao longo destes 75 anos.

Nossos agradecimentos se estendem também aos apoiadores, colaboradores e patrocinadores que nos têm acompanhado em toda esta caminhada. Somos imensamente gratas pela contribuição de cada um de vocês.

Portanto, quando olhamos para trás, temos orgulho do que conquistamos, enxergando o caminho com esperança. Olhemos para a frente: em todos os ciclos, manter a essência, abrindo-nos sempre para o novo, pois isso nos fará ainda mais protagonistas nos próximos anos.

Na Revista da NA’AMAT deste ano, escolhemos um tema desafiador: SUSTENTABILIDADE. É algo que está movendo o mundo e em que acreditamos, pois só a consciência de todos e a inovação poderão protagonizar mudanças importantes e desenhar um novo futuro, reforçando assim os nossos valores e o compromisso com uma vida ética e sustentável. Que os próximos anos sejam voltados para o crescimento sustentável, com resultados que agreguem qualidade de vida e de -

Um viva à NA’AMAT e a todas as suas conquistas!

Às vésperas do ANO NOVO JUDAICO (R OSH HASHANÁ ), em que celebramos 5784 anos de existência, desejamos um período de muita PAZ, pleno de oportunidades, realizações e, principalmente, que a compreensão e o amor ao próximo estejam presentes na vida de todos nós.

SHANÁ TOVÁ UMETUKÁ!

* Presidente do Centro Porto Alegre

* Presidente da NA’AMAT Brasil
PALAVRA DA PRESIDENTE EXECUTIVO NACIONAL
É um trabalho que nos enche de orgulho e que devemos propagar por aqui também
em revista 04
Suzete Suslik Zylbersztejn* PALAVRA DA PRESIDENTE PORTO ALEGRE
05
revista
em

O futuro do planeta depende da sustentabilidade

Esta revista é um dos projetos da NA’AMAT POA, uma organização judaica, feminina, com objetivos, basicamente, assistenciais, sociais e culturais. Uma organização que atua há 75 anos e busca, antes de mais nada, acompanhar a evolução da sociedade, através da inovação.

Já há alguns anos, nós nos preocupamos com a reciclagem e o aproveitamento de alguns itens possíveis. Por exemplo, já fizemos uma campanha para arrecadar caixas de leite, que, após abertas e higienizadas, podem ser aproveitadas em revestimento e isolamento de moradias. Outra campanha que temos é a das tampinhas de garrafas plásticas. Há pouco, fizemos doações para o Educandário São João Batista e para a ONG Pedal da Inclusão, que constrói bicicletas acessíveis a pessoas que têm limitações físicas de diversos tipos. No Fios que aquecem, um outro projeto da NA’AMAT, as artesãs também aproveitam restos de lãs. Pensando nessas ações, escolhemos para esta edição um tema que desafia o mundo: SUSTENTABILIDADE.

Em breves palavras, o que significa sustentabilidade? Originada do latim, e de acordo com o mestre Aurélio, significa o poder de manter, suportar e sustentar. Para especialistas da Universi -

GRUPO BERTA SIMINOVICH

Projeto Fios que Aquecem em Quadradinhos

dade da Califórnia, a sustentabilidade pressupõe que os recursos são finitos e devem ser usados de forma conservadora e sensata, tendo em vista as prioridades de longo prazo e as consequências da forma como os recursos são usados. Ou seja, é nossa obrigação preocuparmo-nos com o planeta que deixaremos para os nossos descendentes.

Assim, nesta revista, abordamos, em vários artigos, as ações de sustentabilidade em nosso meio, mostrando que somos responsáveis pelo futuro do planeta: preservar o meio ambiente, reciclar, usar energias renováveis, dar preferência a materiais biodegradáveis são alguns dos exemplos que temos. Deste modo, esta é a nossa contribuição e alerta para os riscos que corre o planeta se não o cuidarmos. Vamos arregaçar as mangas e agir? Reciclar, Reformar e Reutilizar. Isso implica, entre outras alternativas, mudanças de hábitos, como o consumo adequado da água e da energia elétrica, ou mesmo usar outras fontes de energia, o uso de transporte público (vocês já se deram conta de quantos carros se dirigem ao litoral no verão em vez de ônibus?). Fica aqui o nosso convite para pensar e atuar logo.

Aproveitando a proximidade do Rosh Hashaná (ano novo judaico) de 5784, desejamos a todos Shaná Tová Umetuká, um ano novo bom e doce, com o nosso Shalom (paz em hebraico)!

* Coordenadora do Departamento de Divulgação

Este é o 5° ano do projeto que muito orgulha nossa NA´AMAT! Os números expressivos dizem tudo: 42 instituições beneficiadas, 2.242 mantas doadas, 67.260 quadradinhos produzidos! Levamos e elevamos o nome de nossa instituição a muitos lugares!

São tantas as mãos envolvidas! Uma rede enorme de disposição, afeto, satisfação e contentamento. Essa trajetória de cinco anos vem estimulando e viabilizando o desenvolvimento de práticas de trabalho voluntário, atividade manual com claro efeito terapêutico, promovendo elevação da autoestima e os sentimentos de produtividade e pertencimento.

Nossa principal demanda – a lã – vem cumprindo, inclusive, um papel importante de reciclagem dessa matéria-prima: a rede de troca, doação e reaproveitamento é significativa, entretanto, suprindo parcialmente nosso alto consumo.

Fios que Aquecem em Quadradinhos é um projeto que nasceu e segue percorrendo o caminho sempre claro e objetivo do voluntariado, o caminho de fazer o bem!

PORTO ALEGRE

• Shopping João Pessoa - Espaço Fios que Aquecem em Quadradinhos

• Lavanderia Bela Vista @belavistalavanderia - Rua Passo da Pátria, 73

• Loja Ana Arteira @anaarteiraartesanato - Av. Cel. Lucas de Oliveira, 1903

• Loja Caixa de Costura @caixa.de.costura - Jardim Verde ShoppingAv. Eduardo Prado, 1954

• Loja DiBike @lojadibike - Av. Ipiranga, 2525 - em frente ao Planetário

• Loja Manus @manus.poa - Rua Fernandes Vieira, 658

CANOAS E CACHOEIRINHA

Entrar em contato com Patrícia - Fone/Whatsapp (51) 99683-7646

SÃO LEOPOLDO

• Seu Estilo Barbearia @seuestilobarbearia - Rua Lindolfo Collor, 395Centro

Envio pelo CORREIO: Identificar para FIOS QUE AQUECEM EM QUADRADINHOS Av. Ipiranga, 2525 - Praia de Belas - Porto Alegre – RS CEP 90160-093

EDITORIAL
É nossa obrigação preocuparmo-nos com o planeta que deixaremos para os nossos descendentes
06
em revista Ações que constroem e transformam vidas! Grupos: Ahavá – Any Rerin – Avodá – Berta Siminovich – Chai – Clarinha Milman
Kaplan – Hatikva – Iachad – Kidma – Kineret – Morashá – Paulina Cuperstein –Tzedaká
/ naamatportoalegre@gmail.com Rua Gen. João Telles, 329/3ª andar 33110822 Faça parte da NA’AMAT
Elisheva
www.naamat.org.br
Foto: Divulgação/ Assoc. Educ. Ben. Emanuel
em revista 07
Entrega de mantas para a Associação Educ. Benef. Emanuel Grupo Berta Siminovich Foto: ArquivoNA’AMAT
Faça sua doação!

Uma nécessaire

para quem precisa

Dizem que “não se mexe em time que está ganhando”... É o sentimento que invade o grupo Tzedaká, da NA’AMAT Porto Alegre, a propósito do projeto UMA NÉCESSAIRE PARA QUEM PRECISA.

Como já se sabe, trata-se de uma iniciativa muito bem sucedida e que tem, por objetivo principal, o aumento da autoestima de mulheres em situação de vulnerabilidade social, amparadas pela lei Maria da Penha.

Tais nécessaires contêm produtos de qualidade para higiene pessoal e beleza. O êxito desse movimento pode ser avaliado pela satisfação das beneficiadas e pelas entidades participantes.

O grupo Tzedaká se orgulha de ter contribuído para este sucesso da NA’AMAT Porto Alegre. O que é especialmente notável é que o mesmo projeto, graças aos resultados anteriores, está sendo reeditado, integrando o calendário anual das atividades da nossa entidade.

Dessa forma, nós, do grupo Tzedaká, conclamamos vocês para que “arregacem as mangas” e trabalhem para uma maciça adesão. Temos certeza da boa vontade de todos, para que, mais uma vez, este projeto alcance o sucesso de sempre! Instituições beneficiadas em 2023:Associação Intercomunitária de Atendimento Social – AICAS; Brigada Militar – Patrulha Maria da Penha; Casa Viva Maria Família Atos 29.

OCoral Zemer é uma iniciativa da NA’AMAT Porto Alegre desde abril de 2004. O coral iniciou suas atividades como um coro feminino e hoje se tornou um coro misto, composto por 14 cantores. Sob a regência do maestro André Munnari, o principal objetivo do grupo é divulgar a cultura judaica através da música tradicional, em hebraico, iídiche e ladino.

Perguntamos ao nosso regente e cantores: Por que gostas de pertencer ao Coral Zemer? Estas foram as suas respostas:

“Nós fazemos a música judaica viver”.

(Silvia Maria Rocha)

“O Zemer me faz bem para a alma”.

(Jane Beatriz Cantergi Guidalevich)

“Adoro cantar nossas tradições no Zemer”.

(Sonia Krimberg Dranoff)

“O Zemer para mim é vida, integração e saúde mental”.

(Maksym Terner)

“Cantar no Zemer nos faz entender e vivenciar melhor o judaísmo”. (Frida Enk Kaufman)

“O Zemer faz meus dias mais felizes. Cantar é divino”.

(Ana Luíza Araújo da Rosa)

Apresentação realizada no Hotel Hilton, na Capital

“No Zemer, revivemos as tradições judaicas”.

(Dora Olga Berger)

“Zemer: música judaica com afeto”.

(Lúbia Scliar Zilberknop)

“No Zemer, temos uma convivência de união e paz”.

(André Munnari)

“Cantar encanta o Zemer e a todos, permanece a tradição”.

(Beatriz Fishman Osório e Carlos Antonio Saraiva Osório)

“Amo cantar com vocês: colegas e maestro”. (Cristina Santana)

JUNTA-TE A NÓS, VEM CANTAR CONOSCO!

CORAL ZEMER
Fotos: Arquivo Coral Zemer em revista
O que pensamos...
GRUPO TZEDAKÁ
Foto: ArquivoNA’AMAT
Entrega dos kits para representantes da BM
em revista

Não Hesite, Apite!

Omovimento “NÃO HESITE, APITE!,” iniciado com a Associação das Advogadas, Estagiárias e Acadêmicas de Direito do Estado de São Paulo, chegou ao sul do Brasil em meados do ano de 2018 e início de 2019, por iniciativa do grupo AHAVÁ, da NA’AMAT Porto Alegre, como forma de desenvolverem-se ações de proteção à mulher, um dos objetivos do grupo.

Desde o início, contou-se com a parceria do Ministério Público do RS, realizando verdadeira união entre a sociedade civil e a Instituição, parceria essa que permanece e rende frutos até hoje.

Diversas foram as atividades realizadas e outras ainda serão. Mas, com certeza, a mais marcante e emocionante ocorreu nas areias da praia de Capão da Canoa, balneário gaúcho localizado a 140 km de Porto Alegre, no verão do ano de 2019, quando mulheres de profissões diversas, componentes do AHAVÁ e Promotoras de Justiça, em duas oportunidades, em dias muito quentes e ensolarados, deixaram suas atividades diárias para, juntas, colocarem, literalmente, o pé na areia, distribuindo apitos e divulgando a ação e a possibilidade de proteção para outras mulheres.

O movimento vem sendo amplamente aceito pela sociedade civil e divulgado pela imprensa, tendo recebido, no ano de 2021, o prêmio Miguel Velasquez de Direitos Humanos, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que objetiva homenagear personalidades da sociedade em geral, em razão dos serviços prestados na defesa dos direitos humanos e proteção à infância e juventude.

Atualmente, o movimento está sendo atualizado e reestruturado para que novas atividades sejam realizadas, diante da necessidade de permanente enfrentamento do assédio e da violência contra a mulher.

GRUPO AHAVÁ
Fotos: ArquivoNA’AMAT 10
Iniciativa foi premiada pelo MPRS
em revista
Ações foram realizadas em Capão da Canoa e Capital Voluntárias unidas contra a violência de gênero

Sustentabilidade

Acada notícia sobre crise climática, desastre ambiental ou acontecimento trágico provocado pela natureza ou por mãos humanas, imputa a todos a sensibilização, ou quem sabe, indignação que induz a refletir sobre como minimizar os impactos causados em nosso meio. Até despertamos por iniciativas ecológicas com a disposição de transformar o que está ao nosso alcance. O fato é que, independente de qualquer motivo externo de grande proporção, torna-se necessário adotar posturas sustentáveis com pequenos atos em nosso cotidiano. Seria possível?

Mais do que modismos, propaganda, intenções momentâneas ou alarmismos exacerbados, o tema sustentabilidade se impõe de forma recorrente, experimentado do meio corporativo a sua origem ecoambiental. Mas o termo não cabe em si. E tampouco é exclusivo ao meio ambiente. Transita por questões sociais desde a adoção de posturas proativas, como neutralizar emissões poluentes em nossa mobilidade, repensar hábitos de consumo em excesso, racionar recursos naturais sem desperdício e, claro, repensar ou mesmo reciclar o nosso comportamento diante das imposições que o mundo contemporâneo oferta ou retira.

Mesmo os cinco “Rs”que acompanham a cartilha da sustentabilidade –‘repensar’, ‘recusar’, ‘reduzir’, ‘reutilizar’ e’ reciclar’ – sinalizam escolhas e mudanças. A ruptura com velhos ciclos de estagnação e a transferência de responsabilização para terceiros ou gestores públicos são os primeiros passos para assumirmos o nosso comprometimento socioambiental.

E o consumo consciente é um dos fatores essenciais que pode ser incorporado à rotina diária para, quem sabe, aproximar-se de um ideal sustentável. De acordo com o coordenador de comunicação do Instituto Akatu, Felipe Seffrin, as pequenas transformações de comportamento podem fazer a diferença quando levados em conta o excedente de consumo e o desperdício. O ser humano pode adotar práticas para reduzir custos e trazer benefícios significativos ao meio quando deixa de gastar mais do que necessita. Em média, 28% dos alimentos em uma casa são desperdiçados. “Adotar a prática de armazenar, evitar compras em excesso, diminuir o consumo exagerado

de alimentos e o seu descarte é uma maneira de reduzir o impacto ambiental”, indica.

Sob o ponto de vista sustentável, é na alimentação – e no consequente desperdício - um dos setores que mais provocam ao longo de sua cadeia, desde a produção ao descarte, implicações negativas, pois mesmo a decomposição desnecessária provoca a emissão de gases de efeito estufa, acelerando repercussões climáticas severas. Atualmente, no Brasil, o desperdício de alimentos por pessoa é de 41,6 kg por ano. A somatória é expressiva quando os números são ampliados. Seffrin exemplifica que, se 1/3 da população no país reduzir, pela metade, o seu desperdício em 1 ano, deixaremos de descartar quase 1,5 milhão de toneladas de comida, equivalente a 112 milhões de cestas básicas (ou 12 cestas básicas, uma por mês, para cerca de 9 milhões de famílias).

O mesmo indicativo vale para uma família que deixa de usar sacolas plásticas e adota as retornáveis, evitando o consumo de 260 sacolas plásticas por ano. Ou seja, a referência do comportamento individual pode fortalecer práticas coletivas, estimulando, por exemplo, o hábito de optar pelo consumo de produtos com embalagens biodegradáveis ou praticar a reciclagem.

“A perspectiva de uma ação individual é muito poderosa e maior do que a gente imagina”, diz Seffrin. Dados do Akatu indicam que, em um ano, a população mundial consome 60% mais recursos naturais do que o planeta é capaz de se restaurar. “É insustentável extrair mais do planeta sem dar tempo de o ambiente regenerar-se”, destaca.

12 REPORTAGEM ao alcance de todos
em revista
Foto: Akatu/Divulgação 13
O consumo consciente é um dos fatores essenciais que pode ser incorporado à rotina diária
Seffrin: ações individuais são muito poderosas Rodrigo Vizzotto* em revista

Sustentabilidade é também ter um olhar para os aspectos sociais

Falar de sustentabilidade é também ter um olhar para os aspectos sociais e socioambientais, salienta a diretora de capacitação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IBDS), Melissa Curi. Qualquer produto ou serviço deve minimizar o uso de recursos naturais, materiais tóxicos, emissão de poluentes ou a geração de resíduos. Nesse sentido e na prática, é possível adotar várias medidas em favor da sustentabilidade, desde a separação do lixo, o reúso de embalagens – especialmente de vidro –, compostagem em pequenos ambientes urbanos, como apartamentos, o uso racional de água e energia, com reaproveitamento a partir de captação para outra utilização. “Se o consumidor optar por produtos que têm essa preocupação de sustentabilidade ambiental, começa cada vez mais a forçar as empresas e instituições a adotarem também medidas de sustentabilidade”, evidencia.

Mas os novos tempos são preocupantes, sobretudo no contexto da condição social. “Entendo que a falta de estrutura, a desigualdade social, a carência de saneamento básico ou não ter o mínimo de subsis-

tência prejudica que a pessoa faça as suas práticas sustentáveis”, alerta Melissa.

Outra premissa com tom desafiador é a falta de consciência. Mas a perspectiva vem com um atenuante. “Talvez a gente não tenha entendido a urgência dessa mudança. As novas gerações já estão conectadas a uma outra realidade, onde a formação ecológica e a noção de sustentabilidade estão mais presentes nos meios educacionais”. E completa: “Mas existe também a visão otimista de que é possível reverter. Se houver essa consciência, começa com certeza uma transformação, sempre localmente, em nossas casas, no bairro, na cidade, até ampliar isso em larga escala”. Outra importante situação que recai sobre o indivíduo, mas que entra em um processo de coletividade, é o exercício de trabalhar como cidadão para reivindicar, junto ao Poder Público, as questões de sustentabilidade. “Cabe a nós também, como indivíduo e como coletividade, nos mobilizarmos e pedirmos políticas públicas voltadas à sustentabilidade; e que o Estado possa prover isso para que possamos fazer a nossa parte. É uma via de mão dupla”, avalia.

equilíbrio transcende propósitos e fronteiras socioambientais

Tomar uma atitude consciente e proativa, e colocá-la em prática, ainda pode ser o cerne para a questão sustentável. No entanto, a conveniência de utilizar a lógica da sustentabilidade e municiar o modismo de ocasião, ou provocar pela indução do marketing, o chamado greenwashing (maquiagem verde), acarreta, invariavelmente, em processos de produção antiecológicos no segmento corporativo que acobertam a finalidade original, acabando por impulsionar como mero instrumento das organizações para a venda.

Para o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), Heverton Lacerda, o próprio termo sustentabilidade, que vem de uma derivação emblemática da questão ambiental na sua origem, ganhou forma e força, inclusive para outras áreas, como a economia, gestão e negócios. Sem exclusividade, subverteu até mesmo para outras finalidades que não a ambiental.

Porém a amplitude da sustentabilidade estabelece um equilíbrio que transcende a propósitos e frontei-

ras, englobando resoluções socioambientais. E, nesse ponto, Lacerda é taxativo quando iniciativas desta ordem geram resultados comprometidos com o impacto social. “Não basta apenas proteger os oceanos, as florestas e os recursos naturais se as pessoas morrerem de fome. A temática social é muito importante, e o discurso ecológico está atrelado a essa questão”, aponta. Lacerda considera que não seria necessário apenas ampliar o crescimento e as riquezas sem promover a ruptura com a desigualdade social. Segundo ele, é preciso praticar o consumo consciente, pois não estamos produzindo o nosso próprio alimento de forma equilibrada, apenas esgotando os recursos e consumindo de forma desordenada, provocando, por outro lado, a fome e, por consequência, práticas devastadoras ao meio ambiente. Acompanhe, ao longo desta edição, os drops informativos da NA’AMAT com exemplos de práticas sustentáveis.

Enchentes mais intensas e frequentes que castigam, sobretudo, comunidades vulneráveis; secas que afetam o fornecimento de água e o preço de alimentos; deslizamentos de terra com perdas de vidas e de lares; ondas de calor que causam emergências sanitárias. Esses são alguns dos impactos que a crise climática já vem causando nas cidades brasileiras e que vem se tornando cada vez mais comuns ano a ano. As cidades têm um papel fundamental na crise climática – cerca de 75% das emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento do planeta, são emitidas em cidades, especialmente, pela queima de combustíveis fósseis para abastecer automóveis, o uso de energia em edificações e a decomposição de resíduos orgânicos.

Num mundo crescentemente urbano, onde se estima que 70% da população mundial viverá em cidades até 2050, ou seja, em que dois bilhões a mais de pessoas viverão em centros urbanos, qualquer solução para a crise climática dependerá de como escolheremos viver nas grandes metrópoles, ao redor do mundo, nas próximas décadas. Apesar de o problema ser global, sabemos que nem todos vão ser impactados da mesma maneira: pobres, mulheres, a população negra, povos originários são muito mais afetados negativamente pelos impactos climáticos, ou seja, o clima pode exacerbar as desigualdades econômicas, raciais, sociais e de gênero.

A primeira boa notícia é que já sabemos quais são as soluções tecnológicas para reduzir drasticamente essas emissões e nos prepararmos para os impactos: priorizar o transporte público e a mobilidade

ativa, expandir o uso de energia renovável como a solar e a eólica e a eficiência energética de edifícios, aumentar a cobertura verde e renaturalizar as cidades, recuperar e revitalizar os rios e corpos hídricos, eletrificar as diferentes frotas de veículos em nossas ruas, implementar a coleta seletiva e a gestão sustentável dos resíduos e implementar um planejamento urbano integrado que permita que as pessoas vivam próximas do trabalho e dos serviços básicos, como hospitais e escolas.

A segunda boa notícia é que hoje sabemos que todas essas ações não só representam soluções para a questão do clima como também fazem de nossas cidades melhores lugares para se viver, melhorando a qualidade do ar e da saúde, gerando empregos de qualidade, aumentando o conforto térmico tanto dentro de edifícios como nos espaços públicos, a produtividade dos trabalhadores e até o número de turistas. No entanto, não temos mais tempo a perder: a ciência é inequívoca em alertar que a janela de oportunidade para evitar o aumento catastrófico da temperatura média global está se fechando rapidamente. Isso significa que a transição de nossas cidades para um futuro de baixo carbono tem de ser drástica e que cada um tem o seu papel nessa transição: as prefeituras, o setor privado, a sociedade civil, a academia, outros níveis de governo e os cidadãos no seu âmbito individual.

As cidades, certamente, são uma das invenções mais ricas, complexas e únicas que a humanidade já criou. E é nesses espaços, marcados pela diversidade, pelas maiores obras da engenhosidade humana, que está a chave para a superação da ameaça climática e da construção de um mundo mais inclusivo e sustentável.

As novas gerações já estão conectadas a uma outra realidade, onde a formação ecológica e a noção de sustentabilidade estão mais presentes
14
REPORTAGEM *
em revista
Jornalista
O
* Diretor Regional para América Latina C40 Cities Ilan
A crise de uma geração e a oportunidade única de criar cidades melhores e mais inclusivas
ARTIGO em revista 15
As cidades e a crise climática

Governança & Sustentabilidade

eceio de mais um ciclone chegando. Preocupação com as pessoas mais pobres, que terão suas casas levadas pela enchente. Preparação para ter bateria caso falte energia. Perplexidade por ver, pela cidade, muitas árvores no chão. Incomodação pelos mosquitos, que seguem vivendo mesmo com o frio. Essas são algumas das sensações que sinto hoje em dia. Ser adulta, nestes tempos, significa conviver com um desafio posto para todos os meus colegas humanos deste mundo: a crise climática.

Em 2017, trabalhando com sustentabilidade e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, um deles me chamou a atenção: Ação contra a Mudança Global do Clima, o ODS 13. Fui atrás de conhecimento para entender melhor a crise, suas causas, consequências e possíveis soluções, e nunca mais me desvinculei deste assunto.

Como diz Al Gore, meu professor e criador da ONG onde trabalho, nós precisamos, podemos e vamos resolver a crise climática.

Precisamos resolver esta crise, pois, há anos, os cientistas afirmam, com unanimidade, que os gases do efeito estufa, provenientes de atividades humanas, estão aumentando a média da temperatura do nosso planeta. Neste “papo”, vale ressaltar que a mudança da temperatura é um fator natural, porém a velocidade, cujo aumento estamos vendo nos últimos séculos, não. A espécie humana é reconhecida como principal causadora, a ponto de a ciência estudar um novo nome para este período geológico: o antropoceno. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), já aumentamos a média da temperatura em 1,1º. O desafio é que, para continuarmos vivendo do jeito que vivemos hoje, preservando a linda biodiversidade do nosso planeta, é preciso limitar esse aumento em 1.5º.

Se fomos nós, seres humanos, que desencadeamos essa crise, podemos resolvê-la! Para a nossa alegria, já temos toda a tecnologia, ferramentas e conhecimento necessário para isso. Conhecemos alternativas para acabar com o desmatamento, para praticar uma agricultura de baixo carbono, sabemos como regenerar ecossistemas, como gerar energia sem utilizar combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás), como criar sistemas de transporte público eficientes e eletrificados, como implementar a economia circular, como adotar um estilo de vida menos consumista que irá demandar menos recursos do planeta, entre tantas outras soluções. Temos acesso à informação de qualidade e à educação climática, o que nos dá o conhecimento necessário para realizar pequenas ações em nossas casas e, ao mesmo tempo, cobrar os grandes poluidores a se descarbonizar com rapidez. Com tudo isso, nós vamos resolver a crise climática? Vamos conseguir parar o aquecimento em 1,5º e viver num planeta que não mudará muito, ou estamos indo em direção a um planeta completamente diferente, em que muitas espécies não conseguirão se adaptar e os impactos sociais e econômicos serão dramáticos? Veremos pessoas pobres e negras morrendo em eventos climáticos extremos que são cada vez mais frequentes? Muitos compromissos esperançosos já foram feitos, porém a janela de oportunidade para a resolução desta crise é curta. O mundo precisa reduzir, pela metade, as emissões nos próximos sete anos e chegar a zero nos próximos 27, ou seja, esta é uma tarefa para nós, seres humanos que já estamos vivos. Em nome das crianças que estão nascendo, das belezas que a natureza nos oferece, das bonitas histórias que estão por vir, sejamos todos ativistas pela solução da crise climática.

No mundo empresarial, está em voga o ESG, sigla que, em inglês, o “E” significa Environmental (=ambiental), o “S”, Social e o “G”, Governança. Esse acrônimo ganhou força a partir de uma abordagem do mercado financeiro para a sustentabilidade das organizações.

O “E” vai além da mera conformidade das questões de natureza ambiental com aquilo que já está previsto na legislação em vigor e que hoje já é mandatório. O “S” extrapola a benemerência, no sentido de fazer o bem, que entendemos seja nosso dever individual como cidadãos. Quando falamos em ESG, o “E” e o “S” devem estar conectados ao objeto social da organização, propondo uma nova forma de pensar, reformulando modelo de negócio para que integre e conecte o E e o S na estratégia. Por isso, o “G”, de governança, é o fundamento de toda essa conjectura, a mola propulsora e o que dá o tom de uma linha de atuação.

A governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, incentivadas e monitoradas, convertendo princípios da transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, em estruturas, documentos e práticas. Isso, claro, respeitando a ética e a integridade, permeando todas as relações que emanam da organização, incorporando, na diretriz do negócio, um olhar que considere os interesses dos seus sócios, e, também, o das demais partes interessadas. Nesse sentido, é importante destacar que, no entorno de uma organização, orbitam não apenas os sócios da empresa, mas também os administradores, empregados, clientes, consumidores, fornecedores, governo, comunidade, associações de classe, sindicatos e, como não poderíamos deixar faltar, o meio ambiente.

Mas, afinal, como saber se uma organização adota uma “estratégia sustentável”? Uma série de métricas e indicadores podem ser utilizados para mapear, medir e

reportar essa estratégia, comunicando, de forma consolidada, as ações implementadas, os impactos gerados e os compromissos assumidos, com base em padrões e critérios internacionais. Como resultado, relatórios de sustentabilidade. No mercado, também existem índices e certificações conferidos a partir de processos que seguem critérios específicos, emitidos por diferentes organizações que atestam e monitoram o cumprimento desses critérios. Convém também pontuar que existe um risco quando uma organização apela para campanhas de marketing e comunicação, noticiando ações sem ter elementos concretos e substanciais. Por fim, pensar, genuinamente, em ações pró-sustentabilidade é pensar na repercussão de cada decisão tomada pela alta liderança, no âmbito da governança - e nos impactos que ela vai trazer para toda essa cadeia de partes relacionadas. É pensar na continuidade, no futuro, em perpetuidade. É estar consciente da escassez dos recursos de todo o gênero. É saber que é preciso inovar para otimizar processos, manter-se competitivo, desenvolver novos produtos e serviços, adaptar-se a um mundo cada vez mais complexo. É entender que trabalhar a cultura da organização e contar com um time plural de pessoas na alta liderança, congregando um mix de diversidades e competências complementares é fundamental para viabilizar um ambiente propício e receptivo à inovação.

Encerro, convocando os leitores a embarcarem nessa jornada de governança, deixando uma provocação: a alta liderança da sua organização está (re)pensando o modelo de negócio a partir desse novo contexto?

R * Coordenadora no The Climate Reality Project Brasil
Resolver a crise climática é uma escolha que será feita pelas pessoas que já estão vivas, de forma consciente, nos próximos 27 anos
ARTIGO 16 em revista
Precisamos, podemos e vamos resolver a crise climática
* Especialista em Governança Corporativa. Diretora Regional da Better Governance, Conselheira de Administração. Coordenadora Geral do IBGC/RS
ARTIGO
Michelle Squeff *
Por fim, pensar, genuinamente, em ações pró-sustentabilidade é pensar na repercussão de cada decisão tomada
Imagem: Freepik
pela alta liderança
em revista 17

Sustentabilidade e o Keren Kayemet LeIsraelUm Compromisso com o Futuro

Ao comemorarmos o Rosh Hashaná, somos impelidos a refletir sobre o passado, o presente e o futuro. O KKL, ao longo dos seus mais de 120 anos de existência, vem atuando com o objetivo de transformar Israel num lugar mais verde e sustentável, uma verdadeira ação de Tikun Olam – reparação do mundo. Como presidente do KKL Brasil, tenho a honra de compartilhar com vocês alguns de nossos projetos e avanços nessa área.

A participação do KKL na COP27 foi um marco na demonstração de nosso compromisso com o meio ambiente. Nesse evento, apresentamos nossas iniciativas inovadoras, como a implementação de tecnologias avançadas para a conservação de água e energias renováveis, e compartilhamos nosso sucesso com outras nações do mundo. Nosso trabalho, entretanto, não se limita aos grandes palcos internacionais. Temos um papel fundamental no desenvolvimento sustentável em Israel, especialmente, nas regiões Norte e Sul do país com o desenvolvimento de parques, trilhas de bicicletas e apoiando a economia verde. Simultaneamente, promovemos a educação ambiental, capacitando a população local a se tornar guardiões do meio ambiente. Este ano, pudemos ampliar nossos projetos no Brasil, fortalecendo os vínculos de nossa comunidade com Israel. A fim de estreitar esses vínculos, promovemos atividades educativas em todo o país com escolas e movimentos juvenis. A título de exemplo, em conjunto com o Colégio Israelita Brasileiro, promovemos um estudo de meio para alunos do 7° ano, na região de Laguna, em Santa Catarina, com o objetivo de mostrar a sustentabilidade na prática. Também levamos para Israel educadores da rede judaica de todo o Brasil para conhecerem mais as ações do

Resíduos para a vida

KKL na promoção da sustentabilidade em Israel e se tornarem embaixadores do sionismo verde no Brasil. Nossa abordagem tem sido sempre equilibrar os avanços tecnológicos com o respeito e o cuidado da natureza. Estamos convencidos de que é por meio dessa harmonia que poderemos criar um futuro sustentável para Israel e para o mundo.

Neste Rosh Hashaná, ao refletirmos sobre o ano que passou e ao olharmos para o futuro, convido todos a se juntarem a nós na busca por um mundo mais sustentável. A sustentabilidade não é apenas uma palavra da moda, é um imperativo moral e uma necessidade prática para a sobrevivência do nosso planeta. Conecte-se com o KKL Brasil nas redes sociais e torne-se um apoiador. Contamos com a sua parceria para seguirmos em nossa missão de construir um mundo mais justo e verde!

Shaná Tová! Que este seja um ano de paz, saúde e sustentabilidade para todos nós.

Para viver, precisamos, entre muitas outras coisas, de abrigo, alimentos, conforto. Para isso, precisamos de produtos, e a compra e o uso desses produtos chamamos de consumo. Para suprir cada uma dessas necessidades, além de gastar dinheiro, geramos resíduos. Ao tempo em que aumentamos nosso consumo (e quando esse está além das nossas necessidades), damos o nome de consumismo. O consumismo tem aumentado e, nesta última década, demos um salto de produção per capita, por ano, de 348.3 Kg em 2010, para 379.2 Kg em 2019. Não consigo nem imaginar como será a nossa geração de resíduos daqui a algumas décadas.

Como resolver o problema? Para começar, devemos nos perguntar de onde vêm e para onde vão os resíduos que geramos. Com essa pergunta, podemos pensar em como consumir e destinar, adequadamente, os nossos resíduos; e é isso que me proponho neste pequeno texto.

Os resíduos, assim como tudo o que tocamos, vêm da natureza. Eles são a transformação da natureza, aliada ao trabalho, conhecimentos e tecnologias empregadas, para transformá-la em produto. Basicamente, o vidro vem da areia, o plástico vem do petróleo, o papel vem de árvores e os minerais vêm da terra. Logo, é preciso perfurar a terra, derrubar árvores, mudar a geografia dos rios para fazer produtos, sendo que muitos deles são descartados já no seu primeiro uso. Pense nas garrafas de refrigerante, nas sacolinhas, nas latinhas de cerveja. Elas ficarão menos de uma hora em nossas mãos e milhares de anos poluindo a natureza se não forem recicladas.

Enquanto os resíduos são um grande mal, gerador de prejuízos ambientais e econômicos, os catadores enxergam isso como uma oportunidade. Para isso, porém, é preciso que cada gerador separe adequadamente, em três frações, os secos para a coleta

seletiva e a reciclagem, os orgânicos para a compostagem e os rejeitos para a coleta convencional da prefeitura.

Com a coleta seletiva, as nossas cooperativas, formadas majoritariamente por mulheres, trabalham na separação e na reciclagem desses resíduos, separando-os em mais de 70 qualidades diferentes e recebendo, por isso, muitas vezes, menos de um salário mínimo. Não temos nenhum pagamento pelos serviços que fizemos. Apenas recebemos pela venda dos materiais, que é controlada por um mercado que poucos conhecem. Logo, o preço quem dá é o comprador, uma lógica de extrema exploração. Fazemos 90% do trabalho da reciclagem, ou seja, de cada garrafa nos mares, evitamos outras 9 de estarem lá, apesar de ficarmos com apenas 10% das riquezas geradas. A reciclagem é a melhor forma de reaproveitarmos os resíduos. O ideal seria não gerar, mas precisamos viver. E, se este é o objetivo – gerar resíduos para a vida –, precisamos pensar também nas gerações futuras. Evite, portanto, gerar resíduos. Recicle o que gerou e apoie os catadores.

* Presidente do Keren Kayemet LeIsrael no Brasil Rudi Solon *
A sustentabilidade não é apenas uma palavra da moda, é um imperativo moral e uma necessidade prática para a sobrevivência do nosso planeta
Foto: KKL-JNF 18 em revista ARTIGO
* catador e antropólogo @alexcatador
ARTIGO
Alexandro Cardoso *
Enquanto os resíduos são um grande mal, gerador de prejuízos ambientais e econômicos, os catadores enxergam isso como uma oportunidade
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Ilustração: Rafael Martins da Costa

Múltiplos olhares para a sustentabilidade

Pensar em sustentabilidade é pensar em múltiplas dimensões.

Esse olhar transversal guia a atuação de Marcos Weiss

Bliacheris, advogado da União, mestre em Ambiente e Sustentabilidade (UERGS) e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência

Bliacheris fala sobre a sustentabilidade na gestão pública e como enfrentar o capacitismo, preconceito contra as pessoas com deficiência. Atuando na área ambiental há 25 anos, o advogado cita os estudos do economista polonês Ignacy Sachs para uma compreensão da multidimensionalidade da sustentabilidade. Sachs cunhou o termo desenvolvimento sustentável e propôs oito dimensões para o tema: social, cultural, ecológica, ambiental, territorial, política internacional, política nacional e econômica.

NA’AMAT – Qual é a importância da sustentabilidade na gestão pública? E como se dá essa gestão da sustentabilidade nas instituições?

Bliacheris – Na administração pública falamos, que as questões ambientais são divididas em duas formas: Para fora, o poder público vai trabalhar como um poder regulador, fazendo as leis que vão regular essa questão dentro da sociedade. Ao mesmo tempo, seria incoerente se nós não fizéssemos o dever de casa. Assim, a administração pública também tem que se pautar por valores ambientais. Então se criam programas para fazer com que o dia a dia da administração seja mais sustentável, seja mais responsável e seja um exemplo.

NA’AMAT – Quais os principais desafios da gestão pública para implementar esses projetos sustentáveis?

Bliacheris – A grande dificuldade é entender a sustentabilidade além do ambiental. Nós não podemos, hoje, fazer a sustentabilidade em instituições que sustentam e reproduzem atitudes racistas, machistas, capacitistas. Se quisermos abraçar sustentabilidade,

temos que ter um olhar aberto para todas as outras questões sociais que vão interferir nesse processo. Também a criação de parâmetros claros, de protocolos é importante para a implementação dos projetos.

NA’AMAT – Como começou a tua atuação na militância pelos direitos das pessoas com deficiência?

Bliacheris – A questão dos direitos da pessoa com deficiência começou pelo meu filho mais velho que é autista. E, quando tem alguém que foge a um padrão dentro da tua família, e no caso específico das pessoas com deficiência, a gente encontra muitos obstáculos e acaba tendo os direitos desrespeitados. A maior parte dos ativistas dos direitos da pessoa com deficiência não são pessoas que quiseram ser ativistas, se tornaram ativistas porque tiveram que lutar pelos seus direitos e, ao lutar por direitos, encontramos uma nova rede. Essa militância nasce na prática.

NA’AMAT – Dentro da administração pública quais são as iniciativas que estão sendo realizadas nessa questão dos direitos das pessoas com deficiência?

Bliacheris – As iniciativas existem, mas há um caminho longo para percorrer. Nós já temos cotas para pessoas com deficiência. Nós temos possibilidade de contratar associações de pessoas com deficiência. Costumamos falar, dentro dos estudos sobre as pessoas com deficiência, que a deficiência surge do encontro de uma pessoa que tem alguma limitação física ou sensorial com as barreiras que a sociedade impõe. O trabalho de incluir é o de eliminar essas barreiras, que existem de várias formas. São barreiras de comunicação, como não ter libras; tem as barreiras atitudinais que são das atitudes das pessoas. Não basta um ambiente estar preparado se as pessoas não estão. Não adianta termos um local para o cadeirante passar na rua, se alguém estaciona na frente. Trabalhamos muito essas questões de educação, de sensibilização, conscientização das pessoas. Nos aspectos que dependem de legislação, o governo, os estados, a União estão fazendo a sua parte. Hoje, nós buscamos uma visão mais interseccional, juntando as questões de deficiência com as demais questões sociais, pois é muito diferente uma pessoa rica ser deficiente do que de uma pessoa pobre com deficiência.

NA’AMAT – Seguindo neste tema, o que significa o termo capacitismo?

Bliacheris – O capacitismo é um termo relativamente novo, utilizado para designar o preconceito contra a pessoa com deficiência. É um preconceito que tem muitas faces, inclusive, algumas que passam por bondosas. As pessoas com deficiência não eram vistas como pessoas com direitos, com deveres, com ideias, com vontades. Então, o capacitismo é um termo que acaba sendo meio esquisito em português, vem do inglês ableism, da ideia de que a pessoa é medida pela sua capacidade de produzir riqueza. Quem não tem essa capacidade, como crianças e idosos também, é visto como uma pessoa menor. Isso é o capacitismo, uma das formas de tratar as pessoas como de menor valor que as demais. O capacitismo não se resume em uma atitude individual. Está nas estruturas sociais. Vemos isso nos impedimentos que as instituições têm, às vezes, de aceitar as pessoas com deficiência ou de colocá-las em cargos importantes. Não só a falta de atenção para acessibilidade, para uma tradução em libras, como também tratar a opinião da pessoa com deficiência como se não fosse importante.

NA’AMAT – Como é que a sociedade pode enfrentar o capacitismo?

Bliacheris – Combater o capacitismo passa por combater todos os tipos de discriminação. Uma sociedade que permite a discriminação sistemática de um grupo abre essa porta para outros. Passa por questões de educação, porque nós somos educados de um modo capacitista, racista e machista. E passa pelo que hoje nós chamamos de uma ética do cuidado. Existe um princípio de que todo judeu é responsável pelos outros, que tem que se ajudar como justiça e não como caridade. Eu acho que é incorporar essa ética de responsabilidade de um pelo outro. É algo que está presente nas ideias da NA’AMAT e de outras instituições, mas é uma ideia mais ampla ainda que nós devemos trabalhar. A comunidade judaica tem que entender que ficar fechada a esta agenda afasta as pessoas jovens. Quando uma pessoa com deficiência é afastada, a comunidade perde toda a família. As dificuldades para trazer de volta vão ser maiores depois que essa pessoa já foi afastada. Então a própria sobrevivência da comunidade depende da adaptação para ela ser mais inclusiva.

Foto: Arquivo Pessoal ENTREVISTA 20 em revista
Foto: Arquivo Pessoal
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Eu acho que combater o capacitismo passa por combater todos os tipos de discriminação. Uma sociedade que permite a discriminação sistemática de um grupo abre essa porta para outros

Judaísmo e Meio Ambiente

Ojudaísmo tem uma ligação indissociável com a natureza. O respeito por ela é uma preocupação central da fé judaica e de sua prática, já que a crença de que o mundo é uma criação divina significa que o meio ambiente precisa ser respeitado e preservado. Este princípio já aparece no primeiro livro da Torá e continua em outros livros da Bíblia e no Talmud. O livro de Gênesis começa narrando a criação do mundo e o lugar que os seres humanos e os animais nele ocupam. A história do dilúvio fala do casal dos diferentes animais que devem ser levados na arca de Noé para serem salvos e dar continuidade a todas as espécies. Podemos ver aí o embrião da crença na importância da biodiversidade. O Shabat, dia sagrado de descanso, simboliza a comunhão com a natureza. Neste dia é proibido trabalhar e realizar atividades que signifiquem danos ao meio ambiente. Este é um momento de respeitar e de reconectar-se com a natureza. É também um momento de reflexão.

A Torá também prescreve a mitsvá da Shemitá, preceito de a cada sete anos deixar a terra de Israel ter o seu Shabat e descansar. Nesse período não se pode semear o campo, podar a vinha, ceifar o que nascer da terra cultivada e colher uvas da vinha não podada. Do ponto de vista ecológico, este preceito faz todo o sentido na medida em que permite a renovação do solo e sua consequente manutenção.

A Bíblia tem referências constantes ao mundo natural, o que transparece nos feriados judaicos. Há uma série de dias festivos como Sucot, Tu Bishvat e Shavuot que envolvem o meio ambiente. A Sucá simboliza a fragilidade da habitação humana. Tu Bishvat celebra a importância das árvores e das florestas. Shavuot, por sua vez, comemora as colheitas que a natureza propicia.

Para o judaísmo, todos os seres vivos têm um propósito. Assim, embora alguns animais possam ser usados como alimento humano, há regras muito claras de como devem ser criados e consumidos, já que eles também contribuem para a harmonia do mundo. Seu abate deve ser feito de tal forma que não produza sofrimento desnecessário.

Um princípio fundamental do judaísmo é o do Bal Tashchit, que prescreve o “não destruir” e que proíbe o desperdício ou destruição de qualquer coisa útil. Neste sentido, todo alimento deve ser tratado com respeito. Este princípio é modernamente interpretado como uma ética ambiental que pensa nas gerações futuras e evita a exploração excessiva e o esgotamento de recursos naturais.

A preocupação com a natureza e o meio ambiente tem sido uma constante nos ensinamentos do judaísmo. Estes princípios que lidam com o meio ambiente, formulados há muitos séculos, continuam válidos atualmente. Se considerarmos como hoje o mundo se depara com questões como a poluição, o desmatamento, o aquecimento global, o desperdício, o consumo desenfreado e outros fenômenos, veremos como os ensinamentos do judaísmo continuam válidos.

ORelatório da ONU sobre as condições de sustentabilidade do planeta (Brundtland, 1987) deixou claro que vivemos num ecossistema em equilíbrio instável, onde os principais componentes, água, terra e ar, interagem com a vida animal e vegetal, compondo um conjunto onde as partes colaboram tanto para a saúde como para enfermidades do ecossistema. O Relatório Brundtland diagnosticou enfermidades do planeta que se instalam de forma silenciosa e se desenvolvem quando falta controle, principalmente, sobre a relação entre as atividades econômicas e a ocupação do solo urbano e rural. Por sua natureza silenciosa, não são facilmente percebidas pela sociedade. Muitas evidências sobre as conclusões do Relatório se alicerçam em dados quantitativos e de difícil compreensão para a comunidade leiga. Embora os problemas advindos do desequilíbrio da relação homem-natureza sejam rotineiramente veiculados, é notório que as relações de causa-efeito dos problemas não são descritas de maneira acessível. De fato, é muito difícil demonstrar e/ ou descrever uma cadeia de eventos que contenha fenômenos não totalmente visíveis. A exemplo da medicina, que identificou a enfermidade através de componentes do corpo humano não visíveis a olho nu, a saúde do planeta passou a ser descrita e reconhecida a partir de dados não visíveis, porém quantificáveis e atuantes. Por sua natureza sistêmica, ela depende da ação síncrona de toda a sociedade: a percepção de que todos pertencem ao mesmo planeta e de que não existem territórios independentes das transformações ambientais levou nações do mundo a pensarem em ações conjuntas, voltadas para conferir maior sustentabilidade e resiliência à ocupação de todos os territórios do globo terrestre.

As sucessivas conferências de cúpula sobre o meio ambiente, como a Rio 92 (1992) e a Rio+20 (2012), levaram a ONU a divulgar, em 2015, a Agen-

da 2030 com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas voltadas para aspectos sociais, ambientais, culturais e econômicos. Hoje, mais de 65% da população mundial vive em cidades, cifra que no Brasil já supera os 85%. A Nova Agenda Urbana definiu objetivos e metas para prover um habitat urbano mais responsivo às questões ambientais, propondo uso de indicadores e sistemas de monitoramento da “saúde” urbana. Tais indicadores e metas já vinham sendo utilizados em alguns países, através de sistemas de certificação ambiental, como o LEED, BREEAM, e outros que conferem graus de “compliance” de edificações com padrões de sustentabilidade e resiliência ambiental. Sistemas de certificação ambiental são hoje utilizados por cidades que desejam divulgar a qualidade de vida dos seus espaços, equipamentos e infraestruturas urbanas. Quando dados ambientais são compartilhados em linguagem acessível, tornam-se poderosos veículos de conscientização sobre problemas que podem ser superados com a participação de toda a comunidade.

A ONU-Habitat procura disseminar o uso desses indicadores em todo o mundo, através do City Prosperity Index: Buenos Aires, Bogotá e Cidade do México estão nas primeiras colocações do ranking. Infelizmente, nossos Planos Diretores ainda não incorporaram as principais métricas contidas nos indicadores de “saúde urbana”. Discussões sobre Planos Diretores, no Brasil, via de regra envolvem mais as questões relacionadas à verticalização do que às infraestruturas de mobilidade e de saneamento ou sobre a qualidade dos espaços públicos.

Na falta de uma visão sistêmica, continua-se a ver perigo apenas nos edifícios altos como a causa principal das mazelas ambientais. Não se trata de comunicação fácil: nos últimos duzentos anos, a humanidade procura entender, de forma intensa, os fatores causadores de disfunções do organismo humano e da natureza. Quanto melhor sua educação, maior a chance de que a sociedade possa acelerar este processo.

* Professor Titular de Antropologia da UFRGS e membro da Academia Brasileira de Ciências
ARTIGO
Arte: FreePik
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Um princípio fundamental do judaísmo é o do Bal Tashchit, que prescreve o “não destruir” e que proíbe o desperdício
* Arquiteto e professor do Departamento de Arquitetura da FA-UFRGS, coordenador do Núcleo de Tecnologia Urbana da UFRGS
ARTIGO
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A sustentabilidade do planeta não é tema fácil de ser entendido
em revista
Quando dados ambientais são compartilhados em linguagem acessível, tornam-se poderosos veículos de conscientização sobre problemas

LINHA DO TEMPO

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NA’AMAT Brasil de 1948 a 2023

EM 11 DE SETEMBRO DE 1948, FOI FUNDADO, EM PORTO ALEGRE, AQUELE QUE SERIA O PRIMEIRO CENTRO DA NA’AMAT BRASIL

1948

Primeiro registro fotográfico, na década de 1940, com a presença das fundadoras*

1978

Comemoração dos 30 anos da NA’AMAT, em 1978, no Centro Israelita

1970

em revista

Confraternização dos grupos Dor Hemshech (Geração Continuidade), em 2012

Anos 50 Anos 80 2017

Registro fotográfico da década de 1950

1969

Bazar Anual, realizado no Círculo Social Israelita (hoje, Hebraica/RS), na década de 1970

2011

despediram da Sra. Arminda Kapel, que emigrou para Israel

Doação do Bazar Anual para o Instituto Santa Luzia

1998

Comemoração dos 50 anos da NA’AMAT, no Hotel Plaza São Rafael

Chalá Beach Kids (oficina de pão trançado para crianças), em Xangri-Lá, em 2017

2018

Apresentação do Coral Zemer, no Theatro São Pedro, em 2011 no Porto Alegre Country Club

60º Bazar Anual, na Associação Leopoldina Juvenil, em 2019

2019

Prêmio Miguel Velasquez de Direitos Humanos, concedido pelo Ministério Público/ RS à NA’AMAT, em 16/12/2021

* Sentadas (da esquerda para a direita): Celina Lisak, Sarita Cantergi, Ester Bariach, Berta Siminovich, Fany Sinovetz e Clara Libel; em pé (da esquerda para a direita): Rosa Coster, Sara Cutin, Sara Katz, Berta Shenkel, Maria Siminovich, Maria Kuperstein, Clarinha Milman e Geni Shmukler.

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2012 25

Eventos NA’AMAT 2022-2023

Esta editoria “mostra nossa cara”, isto é, através dos cards e fotos, convidamos os leitores para acompanhar a ampla gama de atividades que fizemos em nossa entidade, sejam elas sociais, culturais ou beneficentes. Mostra nossos grupos, departamentos, projetos e as atividades com parceiros.

Beach Tennis em parceria com o IMAMA

Em parceria com o IMAMA, foi realizado, no Cais Embarcadero, um campeonato de Beach Tennis que atraiu um bom público e aficionados por este esporte. Parte da renda foi doada para o IMAMA (Instituto da Mama do Rio Grande do Sul) que tem, como objetivo, o trabalho na prevenção do câncer de mama (como, por exemplo, a realização de mamografias) e apoio às mulheres em tratamento.

VITRINA
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Reunião na Sucá
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Foto: NA’AMAT

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NA’AMAT presente na Primavera Cultural

Evento organizado pela Federação Israelita do Rio Grande do Sul, com apoio do Consulado Geral de Israel, que convidou várias entidades para participar, entre elas, a NA’AMAT. Aconteceu na praça Maurício Cardoso, no bairro Moinhos de Vento. Nossa organização promoveu uma exposição dos nossos produtos que estavam à venda. Houve apresentação de filmes israelenses e, entre outras atrações, danças e músicas.

Tu B’Shvat em Capão da Canoa com a Sinagoga Tu B’Shvat no Lar Israelita Maurício Seligman

Foto:

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Foto: NA’AMAT em revista Foto: NA’AMAT
Confraternização final de ano do Clube de Leitura
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Comemoração final de ano da NA’AMAT Doação da NA’AMAT para Instituto Espírita Dias da Cruz
Há muito anos, a NA’AMAT, em parceria com a sinagoga da União Israelita, promove a cerimônia do Shabat na praia. Este ano, o evento ocorreu na residência de Ceres e Marcelo Bin, que recepcionaram os participantes com um kidush. Em Capão da Canoa, em parceria com a sinagoga União Israelita e o KKL, plantamos, por ocasião de Tu B’shvat, árvores na praça Estado de Israel. É o nosso exemplo de sustentabilidade, ao cuidar do meio ambiente. Também no Lar Israelita Maurício Seligman, em POA, houve a plantação de flores, com apoio do KKL. NA’AMAT
Cabalat Shabat no litoral gaúcho

Confraternização no Dia

Internacional da Mulher

No dia 08 de março, data que homenageia as mulheres, tivemos o início de nossos trabalhos de 2023, em POA, no salão de festas da presidente, Suzete Zylbersztejn. Um expressivo número de ativistas participou do evento que contou com a palestra de Jane Kruger, psicopedagoga, que abordou o tema essência da mulher.

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Doação de kits de higiene

O grupo Tzedaká, responsável pelo projeto “Uma nécessaire para quem precisa”, realizou sua campanha anual, doando kits com material de higiene e beleza para mulheres que sofreram violência doméstica e recebem apoio de várias instituições como ATOS 29, Casa de Acolhimento Viva Maria da prefeitura de POA e Patrulha Maria da Penha.

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NA’AMAT Foto: NA’AMAT Foto: NA’AMAT
Doação de necéssaire para ATOS 29
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Retorno às reuniões presenciais

Com representantes dos grupos e departamentos e outras chaverot, sempre nos reuníamos, desde 1948, nas terças-feiras. Eram tratados assuntos relacionados às atividades dos grupos, departamentos, outras entidades da comunidade e assuntos gerais. Durante os anos da pandemia (de 2020 a 2022), as reuniões foram virtuais, sempre com boa afluência de participantes. Enfim, em 07 de março de 2023, retomamos as reuniões presenciais, quando tivemos a alegria de reencontrar as nossas ativistas.

Festa da Rua

Há muitos anos, anualmente, na Rua Gen. João Telles, é realizada, em fins de maio, a tradicional Festa da Rua, que comemora a independência do Estado de Israel, este ano, no 75° aniversário de sua criação. É organizada pela Organização Sionista do Rio Grande do Sul e conta com a participação de quase todas as entidades judaicas. A NA’AMAT promoveu a venda de strudel, um tradicional doce da culinária judaica, cuja renda beneficia várias ONGs. Como sempre, houve apresentações de danças folclóricas e música entre outras atrações.

Grupo Berta

Siminovich – projeto

Fios que Aquecem em Quadradinhos –doação para a Secretaria do Desenvolvimento

Social da PMPA –

Setor CRAM

(Centro de Referência à Mulher Vítima da Violência

Departamento de Turismo: Passeio a Nova Petrópolis

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Foto: NA’AMAT Foto: NA’AMAT Foto: NA’AMAT
Grupo Morashá: doação de almofadas para o Lar M. Seligman

TIKUN OLAM e TZEDAKÁ

TIKUN OLAM, em hebraico, significa ‘reparação do mundo’, ou seja, uma aspiração para comportar-se e agir de forma construtiva e benéfica. Outro conceito que nos orienta é a TZEDAKÁ, que traduz do hebraico como ‘justiça social’. Esses são os dois princípios que guiam o nosso trabalho. Na foto, doação da NA’AMAT para a Associação Costura do Bem.

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Doação de tampinhas para a ONG Pedal da Inclusão
Foto: NA’AMAT 35 em revista
Chá do Dias das Mães
Foto: NA’AMAT
Doação do Grupo Berta Siminovich para EMEI Mundo Encantado
Foto: NA’AMAT Foto: NA’AMAT Foto: NA’AMAT
NA’AMAT comemorou os 99 anos de Sarah Gerber

ACESSÓRIOS DE MODA

ADM. DE CONDOMÍNIO/PROJETOS/CONSTRUÇÃO

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em revista
APOIADORES em revista
ALIMENTAÇÃO/GASTRONOMIA

ARTE / CULTURA

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APOIADORES em revista
43 ESTÉTICA em revista APOIADORES 42 CONTABILIDADE em revista
COMUNIDADE

JOALHERIA/ÓPTICA

MEDICINA E SAÚDE

em revista 61 em revista
APOIADORES
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em revista APOIADORES 46 em revista
PSICOLOGIA SERVIÇOS

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48 APOIADORES

Apoiadores da

Alice B. Sukiennik

Ana Paula T. Sukiennik

Ariela Mester

Berta Jovegelevicius

Betina Kasper Glasser

Bruna Tellini Vontobel Bin

Clara Bertha Maltz

Clarícia Fischmann

Dafne Kives

Daniel Mester

Daniela Maltz Raskin

Danielle Kasper Glasser

Débora Sibemberg Turik

Débora Sirotsky Dvoskin Paiva

Dênis Maltz Bin

Eduarda Jovegelevicius

Eduardo Kives

Eduardo Maltz Raskin

Eliam Reu Beal Fuentes

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Henrique Lerrer Terner

Jaques Isdra

Jayme Caon Jovegelevicius

Julia Adam Perez Raskin

Júlia Cuptchik Bin

Lais T. Sukiennik

Laura Kives

Marcela Fischer Friedman

Mariana Naiditch de Souza

Melina Wegbraid Bin

Mira Kupper

Moacyr Schukster

Nelson Sirotsky Dvoskin

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Rafaela Fischer Friedman

Rebecca Finkler Schneider

Roberto Maltz Raskin

Roni Maltz Bin

Ruth Suslik

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Sami Maltz Bin

Sônia Pacheco Sirotsky

Suzana Naiditch

Tanise Sirotsky Dvoskin Dutra

Vivian Suslik Zylbersztejn

PATROCINADORES
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NA’AMAT

Ativistas da

NA’AMAT

Adelina Naiditch

Adriana Ribeiro

Ana Olchik

Andrea Wurzel

Anna Grossmann

Annita Wolf

Aurea Regina D. Nudelman

Beatriz Fischmann Osorio

Beatriz Finkler Schneider

Beky Macadar

Bela Tvorecki

Berta Saltz

Carolina Heller Pereira

Cecília Sukiennik

Celi Maltz Raskin

Céres Maltz Bin

Clary Dulcy Rubman

Cláudia Lucci da Motta

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Débora Gensas Mester

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Elaine Rodrigues

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Ena Raskin

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Ester Knijnik Engelman

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Fani Ratinecas

Fanny Lavinsky

Frida Enk Kaufman

Geni Sibemberg

Gladis Raquel Melamed

Gladis Stein

Helena Rosenfeld

Helenita Scaletsky

Hilda Pechanski

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Jacqueline Spumberg

Jane Altschieler

Jane Guidalevich

Janete Cantergi

Joceli Kupper Terner

Joice Nhuch

Laura Varga Levy

Leia Weismann

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Lígia Maria Ricardi Schukster

Lisete Mainfeld

Lúbia Scliar Zilberknop

Magaly Ferrari

Malvina Beresniack

Márcia Fischmann

Marcia Turik

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Maria Cristina Jovegelevicius

Maria d Fátima d Rosa Martinez

Maria Helena Finkel

Maria Helena Lerrer

Maria Madalena Gerchmann

Marilene Stein

Marili Scliar Buchalter

Marília Goldman Quites

Mariza Sztiler

Marlene Kapel

Marli Procianoy Rapoport

Marta Fiterman

Marta Nemetz

Miriam Tolpolar

Miriam Zeltzer Fialkow

Mônica Cohen

Mylene Ryba Siegmann

Noemia Litvin

Noemia Nestrovski

Patrícia Beal Fuentes

Patrícia Dagnino Chiwiacowsky

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Rachel Tamar Gurski

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Regina Bliacheris

Rejane Glasser

Renata Fischer

Rita Siminovich

Rosa Sapoznik

Rosana Engelman

Rosanne Platcheck

Ruth Schwartz Coifman

Sandra Leistner

Sara Berger Carangache

Sara Zuckermann

Sarah Gerber

Sarina Zouvi

Sarita Guerchman

Sheila Heller Medeiros

Sheila Maltz

Sílvia Cantergi de Cantergi

Simone Robim Levemfous

Sofia Barth

Sonia L. Reichert Rovinski

Sônia Unikowsky Teruchkin

Suzete Zylbersztejn

Suzette Levy Nunes Teixeira

Tânia K. Wladimirsky

Tania Steren

Vera Schwarcz

Vivian Fischer

Zelda Prikladnicki

Zulamar Pipkin

Jovens patrocinadores da PATROCINADORES NA’AMAT

Adam Bin

Adam Guidaly Lavinsky Roisen

Alice Altschieler Tessler

Ana Luisa Tonatto Melamed

Antonia Zouvi

Arieh Tzvi Lavinsky

Arthur Knorst Macadar

Arthur Prochnow Pipkin

Arthur Silveira Ryba

Artur Zouvi

Barel Ytzhak Lavinsly

Benjamim Zylbersztejn

Bernardo Dias Coifman

Bernardo Martins Berdichevski

Bernardo Trois Nhuch

Betina Diamante Wajntraub

Betina Ryba Siegmann

Bibiana Lopes Prikladnicki

Bruna Wainstein Grossmann

Bruna Zouvi

Caio de Andrade Gurski

Carolina Olchik Cantergi

Caroline C. de Cantergi Gonçalves

Catarina Chiwiacowsky Lemos

Catarina Diamante Mafessoni

Catarina Sirotsky Dvoskin Dutra

Catarina Zouvi

Cecília Osório Ughini

Clovis Espindola Neto

Dafne Fiterman Moscovici

Dan Gurski Carraveta

Daniel S. Turik Isdra

Davi Piovesan Buchalter

David Krenzinger Nhuch

Débora Pipkin Flôres

Eduarda Diamante Mafessoni

Eduardo Buchalter Libanio Dias

Eduardo Zylbersztejn

Eduardo. D. Rodrigues

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Érico Martins Berdichevski

Evelyn Tonatto Melamed

Felipe Fiterman Moscovici

Felipe Piccoli Saute

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Francisco H.B. Castilhos

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Gabriela S. Rodrigues

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Gal Bin

Guilherme Piccoli Saute

Guilherme S. Rodrigues

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Gustavo Schwarcz Berlim

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Hadassa Michaela Beal Fuentes

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Hannah Shagorodsky Terner

Henrique de Mattos Eifer

Henrique Mobus Nhuch

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Isabela Naiditch Berger

Isabella Cantergi Ghidalevich Muller

Isabelle Wainstein Grossmann

Jonas Pipkin Flôres

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Lia Vered Lavinsky

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Luiza Perez Raskin

Marcelo H. B. Castilhos

Maria Antonia S. Dvoskin Paiva

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Marina Rosenfeld

Martina Schwarcz Machado

Martina Zouvi Gerber

Mauricio Prikladnicki Agranonik

Maurício Sirotsky Dvoskin Dutra

Maya Gurski Carraveta

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Nicole Diamante Wajntraub

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Noah Piovesan Buchalter

Paula Guterres Roisenberg

Pedro Becker Fiterman

Pedro Coifman Szalanski

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Rachel Bella Lavinsky

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Rafael Zouvi

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Rafaella Cantergi Ghidalevich Muller

Rebecca Bin

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Rodrigo Lerrer Terner

Rodrigo Lopes Prikladnicki

Roger Rozenfeld Olchik

Sarah Guterres Roisenberg

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Shai Bin

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Sofia Sirotsky Dvoskin Dutra

Sophia Coifman Gross

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Theo Cohen

Thomas Zylbersztejn Snerson

Vicente Osório Ughini

Vicente Teruchkin

Victor Becker Fiterman

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PATROCINADORES 52
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Pessoas queridas

Adálio Lavinsky

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Alexandre Szapiro

Amália (Mocke) Lechtmann

Ana Nemetz

Andre Riograndino Fischer

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Aron Enk Kaufman

Arturo Pescarolo

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Berko Kaufman

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que nos deixaram

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Sara (Surale) Katz

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Sarita Golstein Cantergi

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Smil Cuperstein

Sophia Nemetz Maltz

Szyfra Berger

Waldemar Cantergi

Waldomiro Schukster

EM MEMÓRIA 54
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