Murca: Histo¦üria, Gentes e Tradicições

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O interior confirma-nos a sua ligação à arquitectura barroca do mesmo modo que o Retábulo do Altar-Mor nos estabelece a ligação com o estilo barroco-jesuítico, aparecendo ainda alguns pormenores na ornamentação que nos ligam ao estilo Manuelino. Na pesada nave surgem o presbitério e dois altares laterais de talha dourada juntamente com o acolhedor Coro dos Frades. O tecto abobadado mostra-nos uma deteriorada pintura a fresco, onde é dominante a figura do Rei David, já que nos surge como constante de salmos ao som da melodiosa harpa. O facto de se apresentar alinhada na lista dos imóveis de interesse público, não tem merecido foros de qualquer tipo de regalias voltadas para a sua conservação. A evidente deterioração e os actos de vandalismo têm contribuído para que os oportunistas do alheio de vez em quando a desfalquem de alguns dos seus valores. O desaparecimento do maravilhoso Cristo em marfim, que estava colocado por cima do Altar-Mor e que desapareceu misteriosamente, sendo mais tarde substituído por outro esculpido em madeira, é uma das notas trágicas na vida deste monumento. (56)

Igreja Paroquial de Murça A Igreja Paroquial de Murça, no entender de Correia de Azevedo,“ é um templo sem qualquer particularidade arquitectónica”. (57) De facto, no exterior não se vislumbram traços arquitectónicos de particular importância, o mesmo acontecendo de uma maneira geral no interior. No entanto Reinaldo dos Santos considera a existência de alguns elementos arquitectónicos anteriores ao Séc. XVII, como é exemplo a pia de água benta, reflexo de um estilo manuelino tardio. Relativamente à sua antiguidade, somos levados a admitir que a sua construção teve lugar no ano de 1707, se consideramos ser verídica a inscrição numérica existente na parte superior da fachada principal.

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