P a u l K l e e
PaulKleenasceuem1879,emBerna naSuíça,edevidoanacionalidadedo pai, obteve cidadania alemã. Nasceu em uma família muito musical, sua mãeeracantoraeseupaidavaaulas de música. Eles ensinaram Paul a tocar violino desde cedo A música e a pintura tinham a mesma importânciaparaPaul
A avó Anna Catharina Rosina Frick despertou muito cedo em Paul Klee
o prazer de desenhar e preservou o uso da mão esquerda. Posteriormente, o próprio artista definiu seus primeiros desenhos como ilustrações de cenas e contos fantásticos.
A obra de Paul Klee tem suas imagens difíceis de serem classificadas. Geralmente, ele trabalhava isolado da vista dos demais, e interpretava as novas tendências artísticas de sua própria maneira Extraordinariamente incentivo em seus métodos e técnicas
técnicas, Klee trabalhou com vários materiais diferentes: tinta a óleo, aquarela, tinta preta, rascunho e outros
Na maioria das vezes, ele combinava esses materiais em uma só obra. Ele usava tela, estopa, musselina, linho, gaze, papel cartão, limalha, tecido, papéisdeparede,epapel jornal Klee fazia uso de pintura a esguicho (spray),recortescomfacas,carimbos e verniz, e misturava, por exemplo, óleo com aquarela ou aquarela com caneta e tinta indiana Ele usa uma grandevariedadedepaletasdecores, que seguem desde o quase monocromático até ao altamente policromático. Usa frequentemente formas geométricas, além de letras, números, e setas, e as combina com figuras de animais e de pessoas Algumasobraseramcompletamente abstratas.
Ele usa uma grande variedade de paletas de cores, que seguem desde o
o quase monocromático até ao altamente policromático. Usa frequentemente formas geométricas, alémdeletras,números,esetas,eas combina com figuras de animais e de pessoas. Algumas obras eram completamenteabstratas.
Grande parte de suas obras e seus títulos refletem seu humor seco e seus ânimos variados; algumas expressam convicções políticas. Suas obras aludem frequentemente, à poesia, à música e aos sonhos, e, às vezes, incluem palavras ou notações musicais. Suas últimas obras são distintasporsímbolos“hieroglíficos”.
Rainer Maria Rilke escreveu sobre Klee em 1921: “Mesmo se você não tivesse me contado que ele toca violino, eu teria adivinhado isto em várias ocasiões em que seus desenhos eram transcrições da música”.
C o r e s
Umdoselementosmaisimportantes na obra de Paul Klee é a cor No início,elelidavacomascoresapenas sob uma perspectiva teórica Mais tarde, porém, ele descobriu também aqualidadeemocionaldascores.
“A cor me possui [ ] Eu e a cor somos um [...] Sou pintor”, escreveu Klee em seu diário durante sua viagem à Tunísia. Essa viagem representouumaviradanasuaobra.
Paul Klee dizia, a respeito das cores, emsuasaulasnaescoladeBauhaus, entre 1921 e 1922: "A diferença entre um tom vermelho e uma cor que não contém nada de vermelho é imensa. Por isso, não me interessa o que o tom vermelho contém. A mim interessa muito mais o que o vermelhonãocontém."
Uma determinada cor, na opinião de Klee, não é comparável a uma voz, mas, sim, a uma espécie de acorde de três vozes Os pais de Klee eram músicos, ele próprio era um excelente violinista e, como se não bastasse,
excelente violinista e, como se não bastasse, ele era casado com uma pianista.Nãoé,portanto,deadmirar, que em seus ensaios teóricos e nas suas aulas falasse em polifonia das cores, acordeão de cores e partitura decores
A descoberta da cor
NaspoucastelasqueKleepintouno início de sua carreira artística, ele usou as cores com moderação. Suas aquarelas mostram que o valor do matiz de um tom em uma escala de cores o interessava mais do que o seuefeitopsicológico
"No início, Paul Klee trabalhava principalmente com as diversos matizes, especialmente de tons avermelhados. Tons de marrom e verde eram mais difusos Isso só mudou depois que ele próprio declarou ter descoberto as cores " , esclarece o historiador da arte MichaelBaumgartneràSwissinfo Entre 1913 e 1914, Klee utiliza pela primeiravezcoresintensas."Ascores primárias vermelho, amarelo e azul ganham em importância, assim como as cores contrastivas complementares, e isso dentro de toda a escala de cores, " declarou Klee Ele via um novo mundo, como tonsmenoscinzentos.
A i n t e n s a l u z d o s o l
Neste aspecto, Klee foi fortemente influenciado por Robert Delaunay, cujoartigo“LaLumière” Aluz ele traduziu em 1913 Um ano mais tarde, Klee viaja para a Tunísia e lá, sobaintensaluzdosul,eledescobre a força emocional das cores Esta experiência foi muito marcante para ele Até então, Klee tinha trabalhado sempre com desenhos e gravuras. Quando pintava, fazia aquarelas Depois desta viagem, porém, Klee absorveu as ideias de Delaunay, ampliou as e transformou as na sua própria linguagem visual, com característicasmuitoespecíficas.
Sob a influência de Delaunay, Klee teveaideiadetrabalhardiretamente com o espectro de cores. segundo Klee,oarco írisestáacimadetudoo que tem cor. “O arco íris é emprego, elaboração e combinação abstrata de cores ” Curiosamente, a nova relação de Klee com as cores fez com que ele desenvolvesse mais as suastécnicasdepinturaaóleo.Suas composições tornam se mais abstratas, as linhas, mais livres Os títulos das telas passam a refletir, muitas vezes, experiências e vivências pessoais. Surgem na sua arte conceitos como dinâmica do movimento e relação entre a energia individual e a energia cósmica.
Alguns anos mais tarde, Klee desenvolve, a partir dessa base, uma teoriaderomantismoque,emvezde se orientar pelo classicismo, se orientapelaliberdadedeexpressão.
da natureza
a forma
A r t i s t a e p e s q u i s a d o r
Com suas descobertas sobre as cores e seus efeitos, Paul Klee enriqueceu a arte moderna não apenas como pintor, mas também comoteórico.
“Ele reinterpretou a teoria da luz e cores de Robert Delaunay, transformando a em uma pintura poéticaprópria Paralelamenteaisso, ele realizou experimentos com o objetivo de ampliar a escala de combinação de cores, por exemplo de cores complementares contrastivas e de cores quentes e frias”,explica nosBaumgartner.
No trato com as cores, o artista Klee deixava seguiarpelaintuiçãoepelos sentimentos. Por outro lado, estruturava o seu metodicamente, o que, ao mesmo tempo, favorecia os seusminuciososestudosteóricos
P r o p o s t a e d u c a c i o n a l
Após os estudos sobre o artista Paul Klee, iniciaremos, então, uma proposta didática dividida em uma sequência de 6 aulas de 45 minutos de duração cada, voltada para turmas de infantil, dando ênfase nos alunosde4e5anosdeidade.
Esta proposta refere se aos estudos de recorte e colagem, pintura, desenho e autorretrato, usando como referência a obra Senecio (1922),intitulando sePaulKlee:uma construção de repertório a partir do autorretrato.
* as imagens utilizadas ao final dos planos de aula são referentes à turma K4 (4 anos) da Educação Infantil da Sphere International School,noanode2021.
AULA 1 - PAUL KLEE: Uma construção de narrativas a partir do autorretrado
SEQUÊNCIA DIDÁTICA FORMAS GEOMÉTRICAS, REFERÊNCIA PAUL KLEE DESENHOEXPERIMENTAL
RODADECONVERSA
Representação das formas geométricas concretas(blocossólidos)
atividadecoletiva
PROCESSODEINVESTIGAÇÃO
1. 2. 3
sobre o papel no chão entregar os blocos (uma forma por vez para conversaredepoisrepresentar desenho com caneta permanente preta pintura
conversa sobre como vêem as formas, suaestrutura
MATERIAIS
blocos sólidos, caneta permanente preta, tinta guache nas cores primárias diluída emáguaepincelredondo
SUPORTE
2mdepapelkraftpintadodebranco
AULA 2 - PAUL KLEE: Uma construção de narrativas a partir do autorretrado
SEQUÊNCIA DIDÁTICA FORMAS GEOMÉTRICAS, REFERÊNCIA PAUL KLEE IMPRESSÃODASFORMAS
criarpinturasapartirdacomposiçãocom os carimbos de formas geométricas, usandoascoresprimárias
RODADECONVERSA apresentação do artista e fruição das obras
PROCESSODEINVESTIGAÇÃO
1. 2 3.
atividadeindividual conheceroartistaeapreciarobras pintura do fundo base, cada aluno escolhesuacor impressão dos carimbos criando composiçõesinspiradasemSenecio
MATERIAIS formas em carimbos, tinta guache nas cores primárias, rolinho de espuma e panoúmido
SUPORTE
2papéiscansonA3poraluno
AULA 3 - PAUL KLEE: Uma construção de narrativas a partir do autorretrado
SEQUÊNCIA DIDÁTICA FORMAS GEOMÉTRICAS, REFERÊNCIA PAUL KLEE
CRIAR RETRATOS DA FAMÍLIA INSPIRADOSNAOBRADOARTISTA
explorar formas geométricas para servir desuporteparaaspróximasaulas
atividadeindividual
PROCESSODEINVESTIGAÇÃO
1. 2.
desenho da família em caneta permanentepreta recortar formas geométricas diferentes, criando um repertório coletivoA4
RODADECONVERSA
relembrar a conversa sobre formas geométricas
MATERIAIS tesoura, tintas guache nas cores primárias e branco, pincel redondo grande,rolinhodeespumaepanoúmido
SUPORTE
1 papel canson A3 por aluno e papéis cansonA4
AULA 4 - PAUL KLEE: Uma construção de narrativas a partir do autorretrado
PROCESSODEINVESTIGAÇÃO
1. 2.
RODADECONVERSA apresentaçãodaaquarela
MATERIAIS pincel redondo, aquarela, pano úmido, caneta permanente, copo de água, tesoura
SEQUÊNCIA DIDÁTICA FORMAS GEOMÉTRICAS, REFERÊNCIA PAUL KLEE CONTINUAÇÃO DOS RETRATOS DE FAMÍLIA pinturadasformas atividadeindividual desenho para os alunos que não fizeram pintura das formas explorando as misturasdecorescomaaquarela
SUPORTE 1 papel canson A3 por aluno e papéis cansonA4
AULA 5 - PAUL KLEE: Uma construção de narrativas a partir do autorretrado
SEQUÊNCIA DIDÁTICA FORMAS GEOMÉTRICAS, REFERÊNCIA PAUL KLEE
ESTUDOS SOBRE AS PARTES QUE COMPOEMOROSTO desenhodasformasdorosto
atividadeindividual
PROCESSODEINVESTIGAÇÃO
1. 2. 3.
apresentação de slides sobre as partesdorosto desenho das partes separadas do rosto pintura com rolinho do fundo base A3
RODADECONVERSA
entender que forma geométrica representacadapartedorosto
MATERIAIS caneta permanente preta, rolinho de espuma, tinta guache cores diversas, panoúmido
SUPORTE canson A3 e formas recortadas da aula passada
AULA 6 - PAUL KLEE: Uma construção de narrativas a partir do autorretrado
SEQUÊNCIA DIDÁTICA FORMAS GEOMÉTRICAS, REFERÊNCIA PAUL KLEE
FORMAÇÃODEAUTORRETRATO
construção do autorretrato a partir das formastrabalhadasnasaulaspassadas
atividadeindividual
PROCESSODEINVESTIGAÇÃO
1. 2. 3
sobre o papel canson pintado na aula anterior criar uma forma oval grande como formato do rosto e recortar colaroovalnopapelpretoA3 compor com as formas das partes dorostoumretrato
RODADECONVERSA
fazer uma demonstração na roda explorandoaspossibilidades
MATERIAIS
tesoura, cola bastão e caneta permanente preta, formas trabalhadas nasaulaspassadas
SUPORTE
papel preto A3, canson A3 pintado na aulaanterior
Entre mineira e joseense, licencianda de Artes Visuais pela Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) com apenas22anos.
Utiliza como referência as carnes e víscerasdeAdrianaVarejãoefissuras de Lúcio Fontana, produzindo atravésdetodosostiposdetécnicas que vê a frente, tudo lhe causa curiosidade,logo,tudoexplora Dessa forma,torna seinsistentenaideiade uma produção catártica, etérea. Surtindo,talvez,performáticaemsua maneira
A fim de catalisar emoções, suas ou dosoutros,eternamentenesselimbo suspeito de doses homeopáticas de sensações Para além disso, procura expor ao mundo suas fraquezas, estas que são, na realidade, sua armadura para encarar a vida frente a frente, no intuito de abrir os olhos alheios para fruir de suas próprias insignificânciascommaiscarinho.
insignificânciascommaiscarinho.
Na educação, encanta se pelo segmentoinfantil,masexploratodas as vertentes. A ludicidade atrai, permeia e, a partir dela, procura trabalhar a criação do repertório infantil a partir do experenciar das sensações,texturaselinguagens.
Procura levar isso adiante de forma sutil mas que chegue longe, a todos
A partir da disposição de materiais didáticos e criação de turmas regulares no contexto pós pandêmico, para emergir crianças apresentando lhes oportunidades
para que, individualmente, cresçam suasvivênciascriativas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
O AVESSO DO VISÍVEL: POÉTICA DE PAUL KLEE
Maria Beatriz da Rocha Lagôa, 2005.
PAUL KLEE
Rafaela Xavier, 2016.
PAUL KLEE - EQUILÍBRIO INSTÁVEL
Taisa Palhares, s/d
SOBRE A ARTE MODERNA E OUTROS ENSAIOS: PAUL KLEE
Reclam Verlag Leipzig, 1987