Crescer On-line - julho de 2017

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Padre Rotondi: um Sim que transforma realmente a vida (II) O evangelista Lucas apresenta-nos Maria solícita e diligente que se dirige apressadamente para casa da prima Isabel (1,39ss); reflexiva e sábia que “conserva todas as coisas no coração, meditando” (2,19.51). Aprendamos dela a refletir, a meditar, a deixarmo-nos ajudar por uma pessoa sábia e perita nas coisas de Deus, para discernimos o melhor. A última decisão diz-me respeito a mim, sou eu que tenho de decidir se digo “Sim” ou “Não posso”. Tenho de avaliar se, ao dizer Sim, transcuro os meus deveres de estudante, a minha profissão, as responsabilidades em família…; tenho de avaliar também se, ao dizer Sim, cultivo no outro – nos outros – a apatia, a indolência, a falta de responsabilidade… Também digo Sim às irmãs e aos irmãos prevenindo – antecipando – pedidos explícitos, como Maria na Visitação, como Maria em Caná. Maria, “o nosso modelo não superado e não superável” convida-nos também a nós a fazermos tudo aquilo que Jesus nos disser. É Jesus o ideal a contemplar para nos deixarmos apanhar por Ele. O “padre” imergia na contemplação de Jesus que: ● ao entrar no mundo, diz: “Eu venho, Senhor, para fazer a tua vontade” (Hb 10,9); ● ao dirigir-se aos apóstolos, declara: ”Não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mt 20,28); ● ao agonizar no Getsémani, ao sofrer até ao suor de sangue, depois de uma oração cheia de confiança e familiaridade, ajoelhando-se, reza: "Pai, que quiseres, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22, 39-42). Para nos ajudar a meditar na adesão firme e total à vontade de Deus, o “padre” mandou imprimir a reprodução de um quadro que representa Jesus no Getsémani, colocado na tribuna direita da capela de Villa Sorriso. Jesus caminha decidido rumo à Cruz, enquanto os apóstolos continuam a dormir. Pensemos novamente na vida de Jesus: nos seus “eis-me” grandes e pequenos, nas escolhas do seu ministério, nos seus Sins e aos seus Nãos, nas encruzilhadas em que foi chamado a reconhecer e escolher a vontade de Deus. Repito, não é tão fácil dizer: eis-me, eu venho…; eis-me, Sim. E voltar a dizê-lo em cada dia, em cada momento da nossa vida: ao Senhor quando pede e quando dá; como quer que o peça; como quer que o dê. O “padre” explicava-nos que cada momento da nossa vida podia – e, se podia, devia – ser um Sim. Muitos instantes, outros tantos Sins. Aquele Sim que muda a vida porque, como escreve São Paulo: “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. O padre Rotondi fazia calar na nossa mente e na nossa alma esta realidade estupenda e admirável, sublinhando com força que apenas importava uma coisa: “que seja Jesus a viver a nossa vida. Que seja Ele a pensar na nossa mente, com a nossa mente; a querer na nossa vontade, com a nossa vontade; a agir nos nossos sentidos, com os nossos sentidos”. Convido-vos a rezar assim a oração do Oásis: «Jesus, pelas mãos de Maria, tua e minha Mãe, ofereço-te a minha mente para os teus pensamentos; ofereço-te a minha vontade para os teus desejos; ofereço-te os meus sentidos para as tuas obras. Faz que vivendo de Ti, trabalhando por Ti, eu me transforme em Ti. Jesus, Rei divino, que, sofrendo e morrendo na Cruz, salvaste o mundo”. Nesta oração está tudo. O “padre” repetia-o frequentemente quando, com o passar dos anos, se detinha no essencial. É verdade, a nossa oração oferece-nos um caminho exigente, mas simples, humilde e alegre. Ali está tudo. Está o caminho difícil e belo da fé, que se encontra com a virtude indispensável da esperança e se realiza no testemunho da caridade, o serviço por amor. Maria Pia

Crescer on-line - Julho de 2017 - Página nº 2


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