Recife Antigo, Recife Moderno - Edição 14

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SOLUÇÕES Parque Atlântico: Um novo bairro projetado para o pulmão do Recife BAIRROS História, tradição e bons serviços para os moradores das Graças MERCADO Moura Dubeux recebe prêmio nacional e reforça marca em Pernambuco

marco zero Passado e futuro no desenho de Cícero Dias





editorial

acreditar no impossível São Francisco de Assis escreveu o que podemos chamar de o grande incentivo para a mudança e uma excelente reflexão para o ano que se inicia: “Faça o necessário; depois o possível; e, quando menos esperar, estarás fazendo o impossível”. Assim como a ciência avança sobre os próprios erros, revendo e transformando as idéias que temos sobre o mundo, a história humana segue em frente pela superação de obstáculos que podem parecer, para muitos, intransponíveis. Foi com esse espírito e disposição que lançamos, no último trimestre, a segunda fase da campanha institucional criada em 2001. Com o slogan “Construir é Acreditar”, a campanha foi apresentada em grande estilo, numa avant-première que lotou uma das maiores salas do Box Cinemas, em Piedade. O evento do lançamento, que expressou o envolvimento da Moura Dubeux com o crescimento do Recife, é um dos destaques desta edição. Na ocasião, o consultor da TGI Francisco Cunha – que para a nossa honra também é colaborador desta revista – fez uma palestra esclarecedora sobre o potencial que se abre no horizonte de investimentos previstos para Pernambuco: até 2015, espera-se que mais de R$ 34 bilhões aportem no Estado. De acordo com cálculos da Ceplan, a economia pernambucana pode crescer, em média, 5% até o ano de 2030. Trata-se, segundo Francisco Cunha, da maior oportunidade dos últimos 50 anos – o que, mais uma vez, vem ao encontro da idéia que transforma a esperança de hoje no objetivo alcançado amanhã, por impossível que possa parecer.

A matéria de capa vai ao começo da história, no lugar em que se implantou a referência das distâncias na capital pernambucana: a Praça Barão do Rio Branco, onde se localiza o marco zero do Recife. Na época da mudança, a polêmica esquentou o debate e dividiu as manchetes. Mas não impediu o gênio Cícero Dias de desenhar ali a sua rosa-dos-ventos “sideral” em cores vivas, como lhe era peculiar. Hoje a praça é um local de encontro aberto na zona portuária, e não se pensa mais numa grande celebração no Recife que não seja na nova Praça do Marco Zero. Na seção Soluções, enfocamos a tendência urbanística apontada na união entre os bairros projetados e o conceito de desenvolvimento sustentável. Cada vez mais, a responsabilidade social e a consciência ecológica são vetores do desenvolvimento urbano – e o que se encontrará no empreendimento Parque Atlântico, que aliará o verde do Parque da Jaqueira ao mar da Avenida Boa Viagem, no terreno da antiga Fábrica da Bacardi. No desenho de diversidade e prestação de serviços que vem caracterizando a Recife Antigo Recife Moderno, a presente edição traz ainda as primeiras decisões que aguardam os novos condôminos antes e logo após a entrega do apartamento; os detalhes que fazem da indústria do casamento

um negócio em expansão em nosso Estado; as delícias da seção de Gastronomia; e a excepcional Praia dos Carneiros, na seção De Pernambuco para o Mundo. Vale citar dois destaques que abordam o empreendedorismo em lados opostos do planeta: o empresário Luiz Priori conta o que viu no impressionante crescimento chinês, comparando-o com os entraves que temos no Brasil; e o advogado Marcos Alencar assina artigo sobre o assunto, levantando a necessidade de uma maior valorização dos empreendedores no país. Temos ainda o prazer de compartilhar com os nossos leitores a conquista do prêmio Great Place to Work Brasil, em que a Moura Dubeux foi escolhida como uma das 100 melhores empresas para trabalhar no país, tendo sido a única oriunda do mercado imobiliário nacional. É assim que vemos os resultados de uma disposição de trabalho que muitas vezes torna possível o impossível, na soma do empreendedorismo com a responsabilidade.

Marcos Roberto Dubeux


Ano 4 - Edição 14 - Dezembro de 2006 A revista Recife Antigo Recife Moderno é uma publicação trimestral da Moura Dubeux Engenharia. MOURA DUBEUX ENGENHARIA Av. Domingos Ferreira, 467 10º, 11º, 12º e 13º andares, Boa Viagem Recife-PE. Fone: (81) 3087.8000 www.mouradubeux.com.br Diretoria Editorial Aluísio J. Moura Dubeux Gustavo J. Moura Dubeux Marcos J. Moura Dubeux Marcos Roberto Moura Dubeux Editor Geral Marcos Roberto Moura Dubeux mrd@mouradubeux.com.br Editor Executivo Fábio Lucas (DRT/PE 2428) fabiolucas@uol.com.br

Sumário 08 Recife Antigo Marco Zero une o passado e o futuro no desenho de Cícero Dias

13 Recife Moderno Graças volta a ter edifício de alto padrão

16 Bairros Verdes O crescimento desordenado das cidades e a pressão sobre o meio ambiente impõem nova tendência ao planejamento urbano

Coordenação e Atendimento Comercial Bruno Perrelli bruno@mouradubeux.com.br

24 Artigo: Marcos Alencar

Textos Carlyle Paes Barreto Fábio Lucas Joana Rodrigues Júlia de Almeida Paula Perrelli Roberta Jungman

Empreendedorismo é estratégico para criação de empregos

Colaboradores desta edição Francisco Cunha Luiz Priori Marcos Alencar Maria do Amparo Pessoa Ferraz Projeto Gráfico G Design Comunicação Diagramação Felipe Duque Fotografia Fotografics Tânia Collier Revisão Laércio Lutibergue Solange Lutibergue Impressão Gráfica Flamar Tiragem 8 mil exemplares Tiragem auditada por Macdata Processamento de Dados *Os artigos divulgados não refletem necessáriamente a opinião desta revista. *Os projetos imobiliários apresentados podem sofrer alterações após sua divulgação. A Revista Recife Antigo Recife Moderno foi feita pensando em você. Participe das próximas edições enviando suas críticas, sugestões e assuntos de seu interesse para o e-mail da nossa redação, o faleconosco@mouradubeux.com.br. Contamos com a sua colaboração.

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26 De Pernambuco para o Mundo Praia dos Carneiros: Cenário selvagem atrai turistas e novos hotéis

31 A Sacada da Gestão de Talentos Bernardinho, o mais vitorioso técnico de vôlei do país, diz como a profissionalização da gestão ajuda a formar grupos campeões

33 Recife Moderno II Edifícios Enseada do Mar e Maria Júlia consolidam investimentos imobiliários no Complexo Pina

36 Gastronomia

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Da tapioca da Tia Lu aos destaques dos cardápios do Bonaparte, do Mingus e do Pomodoro Café

39 Estilo de Vida A história exemplar da empresária Celinha Batista

42 Decoração Dicas das lojas Onda e Desiderato para um apartamento no Edifício Miriam Dubeux

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46 Recife Moderno III Edifício Clarice Roma Novo lançamento no Pina tem a localização valorizada pelo projeto de Carlos Fernando Pontual

48 A Indústria Charmosa do Casamento

Profissionais de gabarito e serviços de qualidade dão aos noivos pernambucanos a opção de casar com glamour e originalidade

54 Do Mundo para Pernambuco

Para compreender como a China cresce e o Brasil não sai do canto, no relato do empresário Luís Priori

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58 Condomínio: Primeiras Decisões

Um guia sobre as providências iniciais após a entrega das chaves

63 Bairros: Graças

A história do Recife contada em um passeio pelas ruas e logradouros de um bairro que tem tradição e serviços

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68 O Melhor Lugar Para Trabalhar

Entrega do Prêmio Great Place To Work no Brasil destaca a Moura Dubeux como única empresa genuinamente nordestina no ranking das 100 melhores do país

74 Mercado

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Construir é acreditar Campanha valoriza a história e a arquitetura moderna do Recife

78 Gestão Hoje Especial

Profissionalismo e gestão familiar

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a Praça do Marco Zero O local que guarda as marcas do tempo e do espaço no Recife hoje é uma praça cívica que traz no chão a obra de Cícero Dias Maria do Amparo Pessoa Ferraz Fotos: Fotografics

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espaço urbano onde hoje se tem o marco zero da cidade do Recife guarda a história da transformação urbanística da cidade, que no próximo ano comemorará seus 470 anos.

para modernização do porto do Recife e adaptação das vias de acesso terrestre para circulação de mercadorias em grande escala, imprimiram ao bairro uma mudança sem precedentes.

Base da ocupação holandesa, desde março de 1630, o Recife era apenas uma povoação de pescadores assentada na ponta de um estreito istmo — prolongamento de terra que descia das colinas ao sul da Vila de Olinda, sede da Capitania de Pernambuco — e que lhe servia de porto. Sua urbanização se fez livremente até o começo do século 20, quando as reformas urbanas,

Foi feita uma demolição em larga escala, envolvendo o casario, composto por cerca de 600 edificações, e mais a Igreja do Corpo Santo e os arcos da Conceição e de Santo Antônio, apagando do traçado urbano do bairro ruelas e becos formados a partir da ocupação urbana em mais de 250 anos. Foram traçadas ruas e avenidas mais largas e definidas as fachadas dos

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prédios que nos chegam até hoje. Definiu-se então uma nova praça no Recife, com o nome de Barão do Rio Branco, em homenagem ao diplomata brasileiro José Maria da Silva Paranhos, carioca nascido em 1845, além de um espaço pela convergência das novas avenidas, Barão do Rio Branco e Marquês de Olinda, no ponto de encontro com a Avenida Alfredo Lisboa, que margeia todo o porto. A praça então criada no mais autêntico cenário de nascimento da cidade do Recife posteriormente foi identificada como o local ideal para o início da marcação das distâncias


rodoviárias do Recife, ou seja, o local do marco zero. Foi de iniciativa e patrocínio do Automóvel Clube de Pernambuco a colocação de uma peça de concreto no ponto que representa o “zero”. Com o tempo e a difusão desse marco, a nova denominação se popularizou e a Praça Barão do Rio Branco passou a ser conhecida também como Praça do Marco Zero. É esta a praça que guarda as marcas de tempo e espaço da

história da cidade do Recife, garantindo presença na memória popular. Em virtude dessa importância urbana, dentro das comemorações nacionais dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral às terras que depois vieram a ser o Brasil, a Praça Barão do Rio Branco ou Praça do Marco Zero passou por uma reforma. Foi elaborado pelos arquitetos Reginaldo Esteves e Fernando Borba

Acima, a peça de concreto que representa o Marco Zero. Abaixo, panorêmica dos prédios em torno da Praça Barão do Rio Branco

um projeto arrojado que incluía, além da reforma física daquele espaço urbano, um reordenamento e o acréscimo de sua significação para a vida da cidade. Da sensibilidade deles brotou o convite ao pintor pernambucano Cícero Dias, então residente na

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Europa, para que deixasse a marca de sua obra no solo do Recife. A Praça Barão de Rio Branco foi redefinida para ocupar uma área de 6 mil metros quadrados, que permitisse a realização de “eventos de massa”. Criou-se, então, uma “praça cívica”, como tão bem propuseram seus mentores. Sensibilizados com a tarefa, fizeram ali se incrustar a obra de Cícero Dias, que criou a rosa-dos-ventos no chão recifense. No seu centro foi locado um disco de bronze do Marco Zero com a inscrição “km 0” e com as coordenadas da cidade, além da expressão “deste marco partem as distâncias para todas as terras de Pernambuco”. A antiga estátua de bronze do Barão do Rio Branco foi relocada, permanecendo testemunha de mais uma transformação no solo onde nasceu a cidade do Recife. A praça, com todas suas transformações, é um legado dos pernambucanos que o século 20 deixou e que o século 21 redesenhou, e precisa de todos nós na guarda do seu significado na nossa memória cultural.

No alto, a estátua do Barão do Rio Branco. No centro, a Praça do Marco Zero vista do mar. Ao lado, um antigo mapa do Recife

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recife moderno

alto padrão de volta às graças Carlyle Paes Barreto Foto: Fotografics Ilustrações: MV3D

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epois de vários anos, o bairro das Graças volta a receber um empreendimento de alto padrão. O Edifício Jardins do Capibaribe, cujo projeto de arquitetura e construção foi aprovado antes da lei municipal que diminuiu o potencial de edificação dos terrenos, é a última oportunidade de se adquirir uma unidade com essa característica em um dos mais nobres bairros do Recife. No ano 2000, a Prefeitura do Recife sancionou lei proibindo construções de edifícios com mais de três andares em 12 bairros da cidade, entre os quais as Graças. A área do terreno é superior a 3 mil metros quadrados. “O Jardins do Capibaribe retoma a possibilidade de quem gosta de morar bem no tradicional bairro das Graças e com o padrão clássico da Moura Dubeux, que não faz lançamentos na região há seis anos”, justifica o gerente comercial da construtora, Tony Vasconcelos. O Jardins do Capibaribe, que terá 31 pavimentos-tipo, está sendo negociado no sistema de condomínio fechado. Isso significa uma boa relação custo-benefício, além de garantir a valorização do imóvel. O cliente pode ainda escolher mais de um tipo de planta. “O projeto foi imaginado para ser um espaço trabalhado pelo próprio cliente”, destaca Tony. Para isso, o comprador pode aceitar as opções de planta recife antigo RECIFE MODERNO 13


já desenvolvidas pelo arquiteto Jerônimo da Cunha Lima, ou criar suas próprias mudanças e utilizar o serviço disponibilizado pela construtora. Cada unidade mede 185m2. São quatro quartos, sendo duas suítes. Uma delas master. A ampla sala comporta três ambientes. Tem ainda grande varanda, banheiro social, cozinha, copa e área de serviço completa. A área de lazer é outro diferencial, para quem procura conforto e praticidade. Há piscinas com deck, uma delas para crianças, sauna, salão de festa e quadra poliesportiva. “Sempre adotamos esse conceito de espaço de lazer completo em nossos empreendimentos. Hoje, quem mora em edifício quer ter esses itens, que proporcionam segurança”, ressalta o gerente comercial. Além disso, o Jardins do Capibaribe tem localização privilegiada. Ao lado da margem do principal rio que corta a capital pernambucana, tem nas proximidades toda a infra-estrutura urbana necessária: centro de compras, clínicas, supermercados, padarias e, ainda, o Parque da Jaqueira.

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JARDINS DO CAPIBARIBE 2 apartamentos por andar 4 quartos, sendo 2 suítes 185m2 de área privativa Sala para 3 ambientes Varanda 3 vagas de garagem Piscina/Sauna Salão de Festas Salão de Jogos

Na margem esquerda do rio, o bairro das Graças, na área onde ficará o edifício


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soluções

bairros verdes Sintoma de novos tempos, o planejamento urbano adota a conservação e restauração do meio ambiente Fábio Lucas Fotos: Acervo MD e divulgação

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ensar adiante, antecipar soluções de problemas previsíveis e trazer para o presente o debate acerca do que se deseja para o futuro: eis algumas das tarefas do planejamento. Neste cenário, o desafio dos planejadores urbanos, nas últimas décadas, tem sido imenso, pelo enfrentamento de questões econômicas e sociais, que se agravam, e pela escassez e degradação dos recursos naturais. No Brasil, o fenômeno da urbanização promoveu o crescimento desordenado da maioria das capitais e das cidadespólo no interior, gerando metrópoles inchadas e regiões metropolitanas


Terreno da antiga fábrica da Bacardi.

com altos índices de pobreza e violência e baixa qualidade de vida, sobretudo nas periferias. A pressão demográfica e o deslocamento da população rural na direção dos grandes centros, por sua vez, exigiram dos governantes e da sociedade a criação de espaços alternativos de moradia, convivência e trabalho. Uma das opções é a incorporação de territórios desocupados, um pouco afastados dos núcleos urbanos, em áreas vazias passíveis de expansão. De condomínios rústicos que remetem à vida tranqüila no campo, como no interior de São Paulo, até bairros planejados

em larga escala, formados por condomínios e shopping centers, como é o caso da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o que se busca é ofertar ao cidadão uma alternativa habitacional cujo maior atrativo seria, exatamente, a previsibilidade do crescimento do entorno, no horizonte de vizinhança. Em 1969, Lúcio Costa – o arquiteto e urbanista que, anos antes, juntamente com Oscar Niemeyer, idealizou Brasília – apresentou o planejamento prévio da Barra da Tijuca, com o objetivo de traçar as diretrizes para a ocupação da área, conciliando urbanização e preservação do meio ambiente. De acordo com a geógrafa Luciana Araújo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o plano original de Lúcio Costa foi, em grande parte, abandonado, principalmente pela alteração das taxas de ocupação previstas pelo arquiteto. Mas essa realidade está mudando, com o advento de uma maior consciência ambiental e a descoberta, pelas empresas, do marketing ecológico. “Atualmente, as incorporadoras imobiliárias querem se mostrar aliadas do meio ambiente. Elas perceberam que a melhora na qualidade de vida passa

por um meio ambiente equilibrado e que as pessoas que buscam essas áreas para morar, em sua maioria de classe média alta, preocupam-se com a preservação da natureza”, aponta Luciana. A perspectiva ambiental, deste modo, é agregada ao planejamento para “evitar aglomerados urbanos, a destruição dos ecossistemas e problemas com infra-estrutura, além de garantir um equilíbrio entre a ocupação e o meio ambiente”, define Luciana. Ela compara os casos das capitais fluminense e pernambucana: “Como forma de ocupar vazios urbanos, garantir uma expansão ordenada, principalmente em cidades litorâneas, como o Rio de Janeiro e o Recife, que necessitam estar em harmonia com a dinâmica dos ambientes costeiros, o planejamento proporciona uma visão integrada sobre como estabelecer as diretrizes para uma futura ocupação humana, aliada ao ambiente natural, de forma que possa haver uma integração entre eles, garantindo uma melhor qualidade de vida”.

Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro

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Luciana Araújo. Geógrafa da Universidade Federal Fluminense

Mesmo que a legislação seja respeitada e condições ambientais até melhores do que as que existiam resultem da implantação de um novo bairro, o objeto do planejador deve ser mais amplo. A opinião é da geógrafa Encarnação Sposito, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “A cidade tem que ser pensada em seu conjunto. Se um bairro tem boas condições de preservação ambiental, mas outros da cidade não têm, a atmosfera ou os cursos d’água que não se limitam a uma área da cidade, e mesmo a ela somente, serão alterados”, lembra a professora. Deste modo, a expansão urbana que cria um novo bairro pode configurar um vetor de oportunidade para a valorização ambiental, desde que o planejamento seja posto adequadamente em prática, elevando o espaço verde disponível para as pessoas e levando em conta os impactos – seja da ocupação humana, seja da intervenção no meio ambiente – sobre a cidade como um todo. Novo paradigma - Com a crescente exigüidade de espaço, a reutilização territorial é inevitável nas metrópoles. Alguns exemplos são imediatos, como Boston, nos EUA, e Lisboa, em Portugal. No Rio, a disputa da cidade para ser a sede dos Jogos Olímpicos em 2004 levou à concepção da revitalização do cais do porto, graças à construção de uma vila olímpica que teria, depois, suas unidades comercializadas à população. Em Pernambuco, o Complexo Urbanístico Recife-Olinda é o sonho visionário de uma equipe transnacional de planejadores urbanos, de feição pública e privada, composta por portugueses 18 recife antigo RECIFE MODERNO

e brasileiros. Os detalhes deste grandioso projeto que devolve a zona portuária à população foram descritos na ultima edição da Revista Recife Antigo Recife Moderno (RARM 13, Metrópole à beira-mar). Para o diretor do Centro de Ecologia Urbana e Regional da Escola de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade de Manchester, na Inglaterra, Joe Ravetz, os bairros planejados são uma boa idéia para os centros e para as periferias. “A escolha é muito simples: se queremos oferecer aos cidadãos as

melhores oportunidades – sociais, econômicas e ambientais –, então temos que pensar adiante e planejar os espaços”, adverte. Coordenador das melhores práticas de planejamento para o Dia Mundial do Habitat, no último mês de outubro (www.bestpractices,org), Ravetz cita a brasileira Curitiba e a alemã Friburgo como exemplos clássicos de cidades onde o conceito de sustentabilidade foi corretamente aplicado e abraçado pela população. Isso implica, na sua visão, no equilíbrio entre a pressão da globalização e o desenvolvimento local, com a mudança de paradigma: da quantidade de espaço, mobilidade e produtos, para a qualidade de vida baseada no trabalho e na comunidade.

Lisboa, Portugal


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Parque Atlântico Viver bem no pulmão do Recife No terreno onde era situada, até 1996, a fábrica da Bacardi, em plena transição do Centro para a Zona Sul, vai surgir o primeiro grande bairro sustentável da capital pernambucana. Projeto de ocupação gradativa, com previsão de construção de 32 prédios de apartamentos em um período de 8 a 10 anos, o Parque Atlântico tem como marca exatamente a produção de impactos positivos para a cidade – com valorização do meio ambiente, reapropriação social de área urbana degradada e geração

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de empregos e receita, na forma de impostos, para o município. As famílias que atualmente ocupam precariamente a área pública, formando uma favela de palafitas, serão relocadas para um conjunto residencial que será desmembrado da gleba. Na borda do estuário será criado um bosque, e o lago interno será liberado para uso público, no estímulo à preservação e à ecovivência. O projeto visa atender à premissa contemporânea do planejamento que reaproxima o cidadão de territórios subutilizados nas metrópoles, ao mesmo tempo que apresenta, no partido ambiental, uma de suas principais características. O desenho

minucioso do uso e ocupação do terreno, proposto pelo grupo JCPM e pela Moura Dubeux, em estudo coordenado pela Multiconsultoria, está em fase de análise pela Prefeitura do Recife e representa investimentos da ordem de R$ 400 milhões. Para se ter uma idéia, dos cerca de 213 mil m2 da gleba, 28 mil m2 serão doados ao município e destinados a equipamentos públicos, como parques e vias. Serão criados 2 km de vias internas e será ofertada uma área verde de 80 mil m2 para os estimados 11 mil residentes das 1.479 unidades de apartamentos que serão construídas. Para o Parque Atlântico, foram produzidos plano urbanístico,


memorial justificativo, modelagem jurídica, estudos de impacto – urbanístico, de meio ambiente, de transportes, de infra-estrutura e econômico – por diversos escritórios especializados. Somente os projetos de arquitetura envolveram a participação de 18 empresas pernambucanas. Além disso, como vimos, vale lembrar que o crescimento econômico pode ser aliado do meio ambiente e do desenvolvimento social: essa é a filosofia dos “bairros verdes” e da perspectiva da sustentabilidade, que não pode, por seu turno, ser dissociada da realidade local. No caso do Parque Atlântico, o caráter francamente metropolitano, na passagem entre o Recife e as cidades do litoral sul, garante ao empreendimento ampla possibilidade de repercussão em toda a Região Metropolitana. Somente durante o período de construção, estima-se que 12 mil empregos poderão ser gerados, resultando num impacto de R$ 363 milhões sobre a renda das pessoas e, conseqüentemente, sobre a economia local. O poder público – Estado e município – também terá o reflexo do incremento de receita, com os tributos proporcionados pelo empreendimento, podendo aplicar mais recursos na cidade e no Estado. O ICMS previsto para a execução da obra é de R$ 17 milhões. Na soma de impostos e previdência, terão sido gerados R$ 60 milhões ao longo da construção. Após a conclusão, serão produzidos cerca de R$ 5 milhões em IPTU anualmente, o que significa um

Localização do Parque Atlântico

impacto de 6% sobre a arrecadação municipal. Isso se deve tanto à sua localização quanto à dimensão do projeto, no coração da cidade, no ponto de ligação entre duas regiões que também estão se modernizando – o bairro do Pina e o Recife Antigo, que a cada ano ganham novos equipamentos urbanos talhados para o convívio, a moradia, o estudo e o trabalho, como prédios de escritórios, prédios residenciais e centros comerciais, de educação e de lazer.

Projeto urbanístico

Os números do projeto Área total do terreno: 213.000 m2 Área verde: 80.000 m2 Área de condomínio privativo: 184.000 m2 Área para equipamentos públicos: 28.000 m2 Área para equipamento de apoio de comércio e serviços: 1.500 m2 Unidades residenciais: 1.479, em 32 prédios Área total de construção das unidades residenciais: 385.000 m2 População estimada: 11.000 pessoas População flutuante: 1.600 pessoas Vagas privativas de estacionamento: 4.000 Extensão das vias internas: 2 km Investimento total: R$ 400 milhões Impostos e previdência durante a obra: R$ 60 milhões Aumento anual sobre o IPTU após a conclusão: R$ 5 milhões Empregos gerados durante a construção: 12.000 Período de implantação: 8 a 10 anos

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entrevista

a gestão do território Para consultor americano, o planejamento de bairros precisa estar integrado a um projeto para a cidade Entrevista: Craig L. Wilkins, arquiteto, consultor e professor da Universidade de Michigan (EUA) Fábio Lucas Fotos: Acervo pessoal do entrevistado

Onde o planejamento urbano é mais necessário? Em lugares como Detroit, nos EUA, e Liverpool, na Inglaterra, onde a perda de indústrias de base e a migração da população residencial se combinaram para criar o fenômeno de “encolhimento de cidades”, há uma grande necessidade por bairros e comunidades planejados. De fato, está provado que, enquanto muitos potenciais moradores almejam os prédios antigos e históricos, em abundância nestas cidades, ainda existe demanda para novas construções e novas formas de organização espacial, voltadas para um modo de vida mais moderno. E nas situações de crescimento puro e simples, o que ocorre? Nesses casos, o inverso também é verdadeiro. Com freqüência, na expansão urbana dirigida pelo capitalismo, por causa do abismo crescente entre os mais ricos e os mais pobres, a necessidade de crescimento planejado – e assim, de comunidades e bairros planejados – se torna extremamente importante. A realidade das regiões metropolitanas o requer. As prefeituras são simplesmente incapazes de prover a rápida expansão dos serviços que são de sua responsabilidade, como água e esgoto, sem falar no transporte. Ou seja, os bairros planejados são cada vez mais aplicáveis a variados tamanhos de cidades, bem como às periferias. 22 recife antigo RECIFE MODERNO

O papel do Estado, com o planejamento urbano, tem se alterado então? Claramente. Em primeiro lugar, a diminuição da base fiscal em muitas cidades pós-industriais – especificamente nos EUA, mas em geral em muitos países – não permite a implementação de visões de longo prazo, ainda mais quando os municípios se acham em permanente crise, atuando de maneira reativa em vez de proativa. Assim, o esforço de planejamento que as cidades são capazes de realizar é bastante limitado. Disso resulta um desnível na prestação de serviços para as populações carentes, que mais precisam deles. Qual foi a grande mudança? Nos últimos anos, esse desnível tem sido preenchido por organizações comunitárias de desenvolvimento (CDC, sigla em inglês para community development corporations). Tais entidades estão assumindo a missão de planejamento que cabia antes tradicionalmente aos governos municipais, estaduais ou regionais. A conseqüência é que as comunidades se envolvem muito mais na estratégia para o seu desenvolvimento – e sobrevivência – e se sentem mais donas do lugar onde vivem. É algo positivo, sobretudo em locais em que a interação social e a colaboração são difíceis.

Existe um lado negativo? Sim. Cada comunidade opera dentro de um vácuo. Elas enxergam pouco além de sua vizinhança, ou até dentro daquela esfera fechada. E têm dificuldade de ver além mesmo do projeto em ação naquele instante. É da natureza das CDCs uma monstruosa deficiência de revisão, síntese e integração de esforços. Noutras palavras, em vez de um plano municipal que abarca 100 bairros, você terá 100 planos comunitários que podem ou não constituir uma cidade. E mais: cada entidade muitas vezes repete o que está sendo realizado por outras em bairros vizinhos, o que significa que elas estão concorrendo entre si por recursos limitados. Neste cenário, não é difícil imaginar empreendedores que manipulam as CDCs uma contra a outra, apenas para auferir lucro. Como solucionar o problema que surge das dificuldades na gestão pública do território? É nesta arena que penso que os governos podem ter influência no processo de planejamento. O poder público deve, no mínimo, delimitar o espaço onde o planejamento comunitário seja integrado a um projeto para a cidade – e modificá-lo quando apropriado. Os governos, em seus vários níveis, também poderiam formular sugestões sobre a divisão dos recursos, bem como apoiar a implementação de projetos já aprovados pela comunidade e monitorar a intervenção privada de acordo com o planejamento maior, de âmbito municipal.


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artigo

Empregadores: uma espécie em extinção Marcos Alencar Fotos: Acervo pessoal

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ão muitos os que defendem que o Brasil é o país do futuro e que estamos no caminho certo, mas, quando o assunto é “bons empregos”, acordam para o triste e catastrófico cenário, que o rumo está errado. A esperança do povo brasileiro, principalmente do nordestino, é muito forte, e isso tem o ponto negativo de ficarmos esperando que as coisas caiam do Céu. O Brasil esquece o potencial intelectual que tem e passa a seguir modelos formatados pelas economias do Primeiro Mundo, como França, Alemanha, Holanda, por achar que eles estão no caminho certo. As notícias demonstram o contrário, cito como exemplo (recente), os conflitos nas ruas da França; o êxodo, por ano de 15 (quinze) mil trabalhadores, desse país, que vão trabalhar na Inglaterra; os problemas com a previdência alemã; a invasão das fronteiras americanas por imigrantes brasileiros; empresas gigantes desativando fábricas e demitindo milhares de trabalhadores; Verdade que, e em outros países, como a Espanha, a já citada Inglaterra e a China, o número de vagas vem crescendo ou está estável. Por que isso ocorre? Ora, o sinal mais evidente é que não adianta “superproteger” e rechear o contrato de trabalho com uma 24 recife antigo RECIFE MODERNO

infinidade de direitos e garantias aos trabalhadores, pois isso afugenta o empregador. Em paralelo, têm que existir políticas agressivas de incentivo a criação de empresas, pois emprego é um dos frutos que as empresas geram. O que o nosso governo tem feito pelos empreendedores do Brasil? Nada de estimulante. Todo

dia se fiscaliza mais, se tributa mais, se cria mais burocracia para se ter um negócio, por menor que ele seja. O discurso do atual governo e dos que se passaram é o mesmo: Gerar empregos! Mas, será que eles não enxergam que emprego é pura conseqüência? As empresas, empreendedores e


empregadores devem ser elogiados, em vez de serem apontados como vilões. Merecem a fama de heróis, isso mesmo, de heróis, pois renunciar as confortáveis e elevadas taxas pagas pelo sistema financeiro e investir na produção tem sido o papel de super-heróis brasileiros, que investem deixando claro que não importa só a remuneração do capital, mas também a satisfação de vencer desafios e se destacar no competitivo mercado globalizado. São poucos os empresários do quilate de Ricardo Brennand, João Santos e João Carlos Paes Mendonça, entre outros, que optam por esse caminho, pois atrativo nenhum há. É notório que são os empreendedores que pagam a conta (impostos) para suprir a máquina do Governo e seus programas sociais, que geram empregos, que dignificam a vida do homem perante seus pares na sociedade. Estamos no rumo errado quando nos deparamos com radicais e populistas de esquerda, discriminando investimento na produção, privatizações, criticando o lucro, o sucesso empresarial, a riqueza em si, como se dinheiro fosse colhido em árvores. Se uma empresa vai bem e se destaca no mercado, é alvo fácil para esse tipo de ataque. Temos que bradar aos quatro cantos do mundo que o maior direito do trabalhador é ter direito ao emprego, e esse direito está esquecido pelos governantes. A lei que impera no mercado de trabalho é a mesma dos outros mercados, a da oferta e da procura. Temos que criar mecanismos para estimular mais oferta, de forma natural e sem coação. É inadmissível que se proíba o investimento em novas tecnologias porque isso vai causar desemprego.

Nada deve ser forçado. O Governo que realmente quiser resolver o problema do desemprego tem que acordar para algumas regras básicas, que exemplificamos :

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Criar um modelo próprio, como fez a Espanha, reformular o contrato de trabalho para regras mais simples e objetivas, observando que temos uma legislação inspirada na doutrina européia e um mercado consumidor que segue o modelo americano, portanto, uma conta difícil de fechar.

2

4

Criar políticas para estimular o investimento na produção, com redução de impostos, para que o dinheiro atualmente investido no mercado financeiro seja aplicado na produção, invertendo assim a Lei da oferta e da procura, pois, se tivermos mais postos de trabalho, teremos empregos mais seguros e salários mais justos. Do contrário, teremos sim que elaborar um bom Manual de sobrevivência para esse novo Mundo sem empregos e distribuí-lo gratuitamente.

Partindo-se do valor que se arrecada atualmente, sobre as incidências da folha de pagamento, criar novas Leis que atrele essa fonte de recursos aos lucros líquidos, desonerando assim a folha de pagamento, pondo fim à certeza de que, quanto mais emprego e melhores salários, mais impostos terão no final do mês, pois são vinculados as folhas, não importa o lucro que se tenha ou prejuízo.

3

Campanhas publicitárias estimulando o empreendedorismo, tratando os bemsucedidos empresários como heróis, mudando assim a imagem que vem sendo plantada de que lucros é sinônimo de desonestidade, de exploração e de escravidão humana.

Marcos Alencar é advogado trabalhista.

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de pernambuco para o mundo

praia dos Carneiros: o Taiti é aqui Perspectiva de novos empreendimentos e melhoria da infra-estrutura se estendem no Litoral Sul Carlyle Paes Barreto Fotos: Acervo MD e divulgação

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A

Praia dos Carneiros, no Litoral Sul de Pernambuco, é a opção do momento para quem busca a beleza de uma praia quase selvagem com tranqüilidade e conforto. Por causa da areia branca, da extensa fileira de coqueiros e do mar cristalino, já foi chamada de Taiti brasileiro por publicações especializadas em turismo. Vizinha à não menos bela Tamandaré, banhada também pelo Rio Ariquindá, que a separa de Guadalupe, a Praia dos Carneiros vem se tornando o principal alvo de investidores, que já anunciaram a construção de resorts e condomínios de luxo. Por enquanto, a praia é praticamente selvagem, com poucas pousadas e bares rústicos. Com o acesso restrito, feito apenas por uma pequena estrada não asfaltada que vem de Tamandaré, a praia preserva sua maior beleza: a natureza. As piscinas naturais, a água


límpida, a areia branca e a fileira de coqueiros pelos sete quilômetros de extensão da praia são um convite a quem gosta da típica paisagem de cartão-postal do Nordeste. Sem falar na Igreja São Benedito, nas margens do rio, construída no século 18 pelos antigos proprietários da área, que já foi uma imensa plantação de coqueiros. A construção está preservada e é ponto obrigatório para fotos. A cerca de 100 quilômetros do Recife, a Praia dos Carneiros, no entanto, está bem perto de viver uma nova fase. Além da implantação de unidades de luxo, o local terá um novo acesso, que facilitará a chegada de turistas. Já está aprovada no Segundo Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur II) a construção de uma ponte, que ligará a região ao município de Rio Formoso, o que reduzirá o tempo de viagem para quem sai do Recife. A estimativa é que o percurso do Aeroporto dos Guararapes até a praia se dê em 50 minutos. Um dos projetos no local é da construtora Moura Dubeux. A localização é privilegiada, ao lado da igrejinha, às margens do rio. O Carneiros Resort terá nove hectares, onde haverá 148 bangalôs, com área variando de 73,81 m2 a 77,98 m2 cada. E flats com 1 quarto (14 unidades) e 2 quartos (14 unidades) com 49,54 m2 e 86,87 m2 respectivamente.

Igreja São Benedito

Para aproveitar ao máximo o potencial do lugar, o Carneiros Resort será voltado para o ecoturismo, proporcionando maior contato das pessoas com a natureza. Geograficamente bastante privilegiado, o empreendimento proporciona o acesso ao mar, ao rio e à mata atlântica preservada em seu entorno. O projeto arquitetônico também acentua essa característica ecológica por ser composto, na sua maioria, de bangalôs, o que produz a sensação de mais liberdade e privacidade. O Carneiros Resort será bem diferente do projeto do Beach Class Resort, na praia de Muro Alto. O Beach Class tem

um estilo mais americano, onde todas as possibilidades de lazer e entretenimento são encontradas dentro do resort. As acomodações são, em sua maioria, em blocos de quartos que margeiam o parque aquático até a praia. Descanso e aventura - Considerada uma das mais belas do Brasil, a Praia dos Carneiros é especial para uma temporada de descanso, abastecido pela rica culinária. Barracas rústicas encantam os turistas com pratos regionais, à base de frutos do mar. Mas a praia também é opção para quem gosta de aventura. Uma pequena barreira de corais, com

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um quilômetro de extensão, faz de Carneiros um dos principais pontos da costa pernambucana para a prática de mergulho sem equipamentos profissionais. Na apnéia, é possível ver a rica fauna e flora nas diversas piscinas naturais. Há ainda espaço para caminhadas em belas trilhas ou, para quem preferir, a adrenalina dos esportes náuticos. Algumas pousadas disponibilizam caiaques, esquis aquáticos e pranchas para windsurfe, sem falar nos imperdíveis passeios de barco e pelos manguezais. Carneiros mantém ainda o aspecto de campo, com a Fazenda Amaraji, um antigo engenho voltado para o turismo rural e ecológico. Lá funciona um hotelfazenda, com toda a estrutura para

receber os visitantes. A infra-estrutura é boa. O turista tem a oportunidade de se hospedar num casarão do século 18, com direito a todo encanto da vida rural, como tirar leite da vaca logo no início do dia. Outras opções de lazer são os passeio a cavalo e de charrete, visita à antiga senzala e até passeio de jipe 4x4 até a praia. SERVIÇO Bangalôs do Gameleiro: chalés com capacidade para até seis pessoas e uma casa-grande para oito hóspedes. Diárias, na alta estação: R$ 200. Fones: 9192-7296 e 3427-1808 Pontal dos Carneiros Beach Bungalows: Bangalôs duplex, para seis pessoas, com TV, DVD, cozinha completa, etc. Fones: 3676-2365 e 9974-8808. Diárias: R$ 500 Sítio da Prainha: Chalés com quarto e

sala, para quatro pessoas. Diárias: R$ 150. Fone: 9168-9518 Fazenda Amaraji: Pousada rural em Rio Formoso, com acesso pela PE-O60. Diárias entre R$ 200 e R$ 250, para casal, com pensão completa, exceto bebidas. Fone: 9933-6400 Bangalôs do Sítio Manga Rosa: Três chalés em sítio à beira-mar. Fones: 3304-6985 e 9989-4564. Diárias para casal: R$ 200, com café da manhã. E mais uma casa-grande, para seis pessoas: R$ 400. Preços para janeiro Bora-bora: restaurante de praia com 80 mesas. Culinária praeira criativa. Acesso limitado. Consumação mínima de R$ 20, por carro, em dias úteis, e R$ 30, nos fins de semana. Fone: 9232-1280 Jobar: culinária praieira. 20 mesas, com acesso limitado: Fone: 9192-7296. Anexo aos Bangalôs do Gameleiro Bar da Prainha: Culinária simples e praieira. Fone: 9992-1604 Localização do futuro Carneiros Resort

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pernambuco al mondo

praia dos Carneiros: il Tahiti è qui

C’è ancora spazio per un bel trekking,

Prospettive di nuovi imprendimenti e miglioramenti nell’infrastruttura si stendono nel Litorale Sud

L

oppure, per chi preferisce, l’adrenalina degli sport nautici. Alcuni alberghi offrono kayak, sci acquatici e tavole da windsurf, e le imperdibili gite in barca nelle mangrovie.

a Spiaggia Praia dos Carneiros,

per chi esce da Recife. La stima è che il

L’ingegnere Gustavo Dubeux spiega che

nel Litorale Sud del Pernambuco, è

percorso dall’Aeroporto dos Guararapes

l’area della Spiaggia dos Carneiros è stata

l’opzione del momento per chi cerca

fino alla spiaggia sia di 50 minuti.

più valorizzata dopo la costruzione di un

la bellezza di una spiaggia quasi selvaggia

Uno dei progetti per Carneiros è del

altro imprendimento del gruppo Moura

con tranquillità e conforto. Data la sabbia

gruppo Moura Dubeux. Il condominio

Dubeux a Muro Alto, anche nel Litorale

bianca, la lunga fila di palme da cocco

Praia da Barra do Tejucussu avrà nove

Sud: il Beach Class Resort Muro Alto.

e il mare cristallino, è già stata chiamata

ettari. Saranno 160 bungalows, ognuno

In questo imprendimento, il gruppo ha

il Tahiti brasiliano dalle pubblicazioni

misurando fino a 150m2. La localizzazione

investito R$ 40 miliardi. “Il resort di Muro

specializzate in turismo.

è privilegiata. A fianco la chiesetta, sulla

Alto è stato un successo. Gli investitori

Vicina alla non meno bella Tamandaré,

riva del fiume.

hanno avuto un lucro sostanziale”, garantisce Gustavo Dubeux.

bagnata anche dal Fiume Arinkindá, che la separa da Guadalupe, la Spiaggia dos

Riposo ed avventura – Considerata

Carneiros mantiene ancora l’aspetto di

Carneiros sta diventando il principale fuoco

una delle più belle spiagge del Brasile,

campagna, con la Fazenda Amaraji, una

degli investitori, che hanno già annunciato

la spiaggia dos Carneiros è speciale per

antica fattoria tornata al turismo rurale ed

la costruzione di resort e condomini

un periodo di riposo, fornita dalla ricca

ecologico. Li funziona un agriturismo, con

di lusso. Per adesso la spiaggia è

culinaria. Baracche rustiche incantano i

tutta la struttura per ricevere i visitanti.

praticamente selvaggia, con pochi alberghi

turisti con i piatti regionali, a base di frutti

L’infrastruttura è buona. Il turista ha

e bar rustici.

di mare.

l’opportunità di ospitarsi in una villa del

Con l’accesso ristretto, possibile solo da

Ma la spiaggia è anche un’opzione per gli

secolo XVIII, con diritto a tutto l’incanto

una strada non asfaltata che viene da

amanti dell’avventura. Una piccola barriera

della vita rurale, come prendere un

Tamandaré, la spiaggia preserva la sua

corallina, con un chilometro di estensione

bicchiere di latte appena munto la mattina

più grande bellezza: la natura. Le piscine

rende Carneiros uno dei principali punti

presto.

naturali, l’acqua limpida, la sabbia bianca,

della costa del Pernambuco per la pratica

Altre opzioni di divertimento sono le gite a

le palme nei sette chilometri di lungomare

del tuffo senza attrezzature professionali.

cavallo, in carrozza, visite all’antica senzala

sono un invito a tutti quelli a cui piacciono

Nell’apnea è possibile vedere la ricca

(capanna dove abitavano gli schiavi) e gite

il tipico paesaggio da cartolina del Nord-

fauna e flora nelle diverse piscine naturali.

in fuoristrada 4X4 fino alla spiaggia.

Est. Non dimenticando la Chiesa di São Benedito, sulla riva del fiume, costruita nel secolo XVIII dagli antichi proprietari della zona, che è già stata un’immensa piantagione di palme. La costruzione è preservata ed è punto obbligatorio per le foto. Circa 100 chilometri da Recife, la Spiaggia dos Carneiros, comunque, sta ben vicino di vivere una nuova fase. Oltre all’impianto di unità di lusso, il posto avrà un nuovo accesso, che renderà più facile l’arrivo per i turisti. È già stata approvata nel Programma di Sviluppo del Turismo (Prodetur II), la costruzione di un ponte, che collegherà la regione al comune di Rio Formoso, questo ridurrà il tempo di viaggio

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destaque

A sacada da gestão de talentos Campeão olímpico e mundial, Bernardinho gere seleção de vôlei como uma empresa Carlyle Paes Barreto Fotos: Divulgação CBV

M

edalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, campeão mundial em 2005 e duas vezes seguidas campeão da Liga Mundial. O carioca Bernardo Resende, 47 anos, não é apenas o treinador da seleção brasileira masculina de vôlei. É um gestor de talentos, comandando a geração mais premiada de todos os tempos do esporte. E os frutos não vieram à toa. Formado em economia, Bernardinho comanda suas equipes como se fossem empresas. “Ser um gestor de esportes é trabalhar com o capital somado ao fator humano e à tecnologia.” É assim que ele orienta seus grupos. Para o técnico, só recursos não levam a resultados. “Se fosse isso, o Real Madrid seria campeão sempre”, aponta. “O capital é necessário, mas não fundamental”, acrescenta. Ele ressalta que a tecnologia é importante no esporte (tem vários softwares que o ajudam antes e na hora dos jogos), mas é preciso o algo mais. “Gente comprometida, preparada, é o diferencial.”

Paralelamente ao trabalho com a seleção nacional masculina e com o Rexona, time feminino do Rio de Janeiro, Bernardinho promove palestras por todo o Brasil. Uma média de dez por mês, ao custo de R$ 30 mil cada um, aproximadamente. O foco principal é a motivação, a busca da excelência. “A motivação começa na escolha das pessoas. Nem sempre escolhemos os melhores. Escolhemos as pessoas certas para cada tarefa”, justifica. Os pré-requisitos básicos para escolher atletas ou profissional de qualquer outra área são quatro, segundo o treinador: genialidade, poder de atuar em grupo, determinação e, principalmente, a paixão pelo que faz. “Uma cravada maravilhosa

vale um ponto. Um ace espetacular vale um ponto. Aí o cara errou dois saques, escorregou em uma jogada e colocou a mão na rede em outras duas. Mas fez dois pontos sensacionais, reprisados pela TV várias vezes. Mas computando no final, ele fez dois pontos positivos e cinco negativos. Não foi produtivo para o grupo.” Gerir talentos é complicado. Mas Bernardinho consegue motivar seus jogadores, mesmo que já tenham atingido o ápice da carreira. “A função de um professor ou treinador é sempre tirar o algo a mais. A paixão. Para motivar, precisa-se sempre colocar mais obstáculos”, defende. “O sucesso é o somatório da determinação e do talento. Talento sem determinação é igual recife antigo RECIFE MODERNO 31


à frustração”, ensina o premiado treinador. Em suas palestras, como a que fez no Recife em setembro, Bernardinho cita diversos livros e personalidades históricas, como o estadista inglês Churchill, o general norte-americano Montgomery e astros do esporte, como Michael Jordan, Schumacher, Senna, Tiger Woods, todos vencedores e que deixaram alguma lição para o dia-a-dia. Um dos problemas em trabalhar com atletas de ponta é a quase inevitável mudança de comportamento pós-fama. O famoso “ego” é um dos focos do comandante. “O bom atua bem. O superatleta faz a diferença, compartilha com a equipe. O

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bom diz ganhei. O superatleta diz ganhamos.” O poder da coletividade é exemplificado pelo treinador. “Na temporada 2003/2004, oito dos 12 jogadores da seleção brasileira jogavam na Itália. Nenhum deles chegou à semifinal do Campeonato Italiano. Aí fiquei preocupado. Mas no final de 2004 fomos campeões da liga e olímpicos.” O técnico, famoso pela disciplina e pela cobrança dentro das quadras, mostra, assim, como a formação de um grupo vitorioso depende tanto da gestão das pessoas quanto da garimpagem de novos talentos - uma receita que pode ser transferida para a realidade de qualquer empresa.


recife moderno

o Pina cada vez melhor Enseada do Mar e Maria Júlia são os novos lançamentos no Complexo Pina, uma região que se valoriza velozmente Carlyle Paes Barreto Ilustrações: MV3D

C

omprovando a vocação em desenvolver novas frentes, a Moura Dubeux lança mais dois empreendimentos numa das áreas mais valorizadas do Recife: o Complexo Pina. Vizinho a Boa Viagem e bem próximo ao Centro, os Edifícios Enseada do Mar e Maria Júlia serão erguidos num local considerado uma pedra preciosa. “A nossa tradição é lapidar os diamantes brutos”, destaca Tony Vasconcelos, gerente comercial da construtora. A localização é mesmo o grande diferencial do Enseada do Mar e do Maria Júlia, que seguem os padrões Moura Dubeux de qualidade. De frente para a bela Praia de Boa Viagem, no primeiro trecho da avenida, e a cinco minutos do Centro do Recife. Sem falar na comodidade em não ter que enfrentar diariamente o trânsito tumultuado da Zona Sul. “O Complexo Pina fica eqüidistante do charme de Boa Viagem e do trabalho, até mesmo da Zona Norte”, ressalta Tony. “A Moura Dubeux foi pioneira no Pina, assim como foi no Primeiro Jardim, no Segundo Jardim, na beira-rio da Ilha do Retiro, nos dois píeres do Cais”, acrescenta, lembrando que pela localização é possível conciliar trabalho com almoço diário em família. Um luxo para poucos, nos tempos de hoje. Os empreendimentos vêm reforçar o interesse da empresa em consolidar a área do Pina. O Enseada do Mar ficará ao lado do Edifício Enseada da Barra, o primeiro da Moura Dubeux no complexo e que foi entregue Perspectiva virtual do Edifício Enseada do Mar

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Perspectiva virtual do Edifício Maria Júlia ao lado do Enseada da Barra (vencedor do Prêmio ADEMI 2006)

aos proprietários no final do ano passado, e do Maria Júlia, que teve seu lançamento no primeiro semestre deste ano. O Enseada do Mar também apresenta característica singular em relação aos edifícios de Boa Viagem: tem uma generosa área verde e de lazer. São mais de 2.200m2. Outro ponto forte é seu custobenefício. “O metro quadrado está sendo comercializado a R$ 2.500. E a perspectiva é que chegue a R$ 3.500”, analisa o gerente da empresa, lembrando que a comercialização é no sistema condomínio fechado, o que possibilita a personalização dos espaços e a diminuição dos custos. “É valorização certa”, garante. Os apartamentos seguem o padrão clássico, com unidades com 160m2, sala para três ambientes e quatro quartos, sendo duas suítes. São 27 pavimentos-tipo, sendo dois apartamentos por andar. Cada um com direito a duas ou três vagas na garagem. A área de lazer tem piscinas de adulto e infantil, com deck e espaçosa área de lazer, rodeada por jardins. Há ainda sauna e sala para musculação. O empreendimento de R$ 15 milhões, cuja fachada será toda de vidro, tem a assinatura do arquiteto Jerônimo da Cunha Lima. O Edifício Maria Júlia terá 16 andarestipo, com dois apartamentos em cada pavimento. Cada um com 118m2. Há ainda duas coberturas duplex, com 215m2 cada uma. Nos apartamentos-tipo, varanda, sala para três ambientes, três quartos sociais, sendo um deles com suíte, WC social, lavabo, cozinha e área de serviço completa. A área comum tem hall social, salão de festas com espaço gourmet e copa, piscina com deck e jardim.

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Edifício Enseada do Mar 27 pavimentos-tipo 2 apartamentos por andar Área de 160 m2 4 quartos (2 suítes) 2 ou 3 vagas na garagem Lazer com piscinas, jardins, sauna e academia de musculação

Edifício Maria Júlia 2 coberturas duplex 16 pavimentos-tipo 2 apartamentos por andar 3 quartos (1 suíte) 2 vagas na garagem Lazer com piscina, jardim, salão de festa com copa e espaço gourmet

Vista aérea virtual da região em que se localizarão os prédios


recife antigo RECIFE MODERNO 35


gastronomia

de dar água na boca Opções para todos os gostos, com simplicidade e requinte

1. Quem procura um lanche gostoso e adoraria apreciar uma vista privilegiada enquanto come já tem caminho certo: o Alto da Sé de Olinda. É lá que dona Lúcia Rosa do Nascimento, ou Tia Lu, vende as melhores tapiocas da cidade há mais de 45 anos. A tradição explica os convites para vender em outros Estados: “Já fui fazer um trabalho no Sul e, mesmo sendo uma comida que não é comum para eles, o povo gostou muito”, diz. E nós, claro, não duvidamos! Para ela, a especialidade da casa

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vai ser sempre a tradicional “coco e queijo”, mas a sugestão desta edição é a tapioca de banana, queijo, açúcar e canela, a famosa cartola. Com a massa levemente crocante nas pontas e um recheio que mistura o salgado e o doce, é o melhor pedido para um fim de tarde. 2. A rede de restaurantes Bonaparte tem um conceito interessante: proporcionar a seus clientes o sabor da cozinha à la carte ao preço de fast-food. Dentro dessa proposta, o prato medalhões Chambord

Joana Rodrigues Fotos: Tânia Collier

é certamente um destaque. Ele leva o nome de um imponente castelo construído por Francisco I, mecenas que ajudou a difundir o Renascimento francês. Curiosidades à parte, o que fica é o sabor. Os medalhões de filé mignon grelhados e enrolados em bacon são servidos com molho madeira e molho de mostarda. O cliente pode escolher três acompanhamentos a gosto. Sugestões: batata noizette, fettuccine ao alho e óleo e salada de tomate seco e presunto de Parma.


3. Com ambiente elegante, boa música

lido em voz alta, já aguça o paladar. A

experiência de sucesso que teve em

e um cardápio de admirável bom gosto,

combinação de ingredientes destaca o

Gravatá e oferece um cardápio com

o restaurante Mingus é um refúgio

sabor de cada elemento, e o resultado

pratos que fogem do lugar-comum.

para os amantes da boa comida e

é irresistível. Ponto para o requinte.

O penne di mare in cartoccio é a

do jazz. O nome é uma referência ao

Ponto para a simplicidade.

sugestão desta edição. Na receita, camarão e cogumelos ao vinho branco

baixista americano Charles Mingus, um dos mais influentes músicos do

4. Com o charme de uma típica

são cozidos com o cartoccio, uma

jazz moderno. O prato, steak au rôti

cantina italiana, o Pomodoro Café é

técnica que utiliza papel-alumínio

com brunoise de cebola e estragão

um especialista nas receitas do país

para preservar o sabor e a textura dos

ao tinto sobre minibatatas sauté e

das massas e molhos. Há três anos

pratos. Buon appetito!

espinafre tem um nome que, ao ser

no Recife, o restaurante repete a

Serviço: Tapioca da Tia Lu Alto da Sé, Olinda - PE

Mingus Rua Atlântico, 102, Boa Viagem, Recife - PE. Tel.: (81) 3465.4000 www.mingus.com.br

Bonaparte Nos principais shoppings, Aeroporto e Ilha do Leite. Tel.: (81) 2102.6666 www.bonaparte.com.br

Pomodoro Café Rua Capitão Rebelinho, 418, Pina, Recife - PE. Tel.: (81) 3326.6023 www.pomodorocafe.com.br

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estilo de vida

A Guerreira celinha Empresária Célia Batista comanda ao lado da filha, Patrícia, o sucesso da Arcádia Recepções

D

esde a criação da Arcádia, há 16 anos, o cenário de recepções em Pernambuco mudou de perfil, atingindo níveis de excelência e requinte que não deixam a desejar às mais badaladas festas do eixo Rio-São Paulo e até do exterior. Quem está à frente deste empreendimento, sinônimo de qualidade e perfeccionismo, é Célia Batista, uma obstinada pelo trabalho e amante da arte de receber desde jovem. Filha do deputado federal João Ferreira Lima e vinda de tradicional família da Bahia, Célia Batista, desde criança, ajudava a mãe a receber. Era considerada a filha prendada, que

gostava de decoração e tinha enorme talento para a cozinha. Em 1956, Célia casou-se com o médico Roberto Viana Batista, com quem foi feliz durante 43 anos e teve cinco filhos. No começo da vida a dois, ajudava o marido em suas atividades médicas, mas, com seu know-how, sempre era requisitada para fazer decoração e quitutes – fossem doces ou salgados – para as festas de familiares e amigos. Em 1990, diante do sucesso que fazia no ciclo de nomes conhecidos da sociedade pernambucana, resolveu profissionalizar o negócio. Junto com a filha Patrícia, que é sua sócia e mão direita até hoje – e a

Roberta Jungmann Fotos: Fotografics

nora Malu Viana – criou, na Rua dos Navegantes, em Boa viagem, um escritório e cozinha, que servia de ponto para a produção das recepções nos mais variados locais da cidade. O êxito foi tanto que, um ano depois, inaugurava sua primeira casa de recepções: a Arcádia de Casa Forte, na Praça de Casa Forte. Dois anos mais tarde, foi aberta a segunda unidade, a Arcádia de Apipucos, um belo casarão, no estilo colonial, que comporta 1.200 pessoas sentadas. Passaram-se sete anos, quando Celinha e a filha Patrícia viram que Boa Viagem, um dos bairros de maior poder aquisitivo do Recife, recife antigo RECIFE MODERNO 39


tinha uma lacuna no quesito casa de recepções. Ergueram, então, no endereço mais nobre da cidade, a Avenida Boa Viagem, a Arcádia Boa Viagem, que comporta 500 pessoas sentadas. Em 2004, resolveu instalar nova unidade no Centro do Recife, mais precisamente no último andar do Shopping Paço Alfândega, com uma bela visão panorâmica do Recife. A proximidade das Igrejas da Madre de Deus e Basílica do Carmo, onde casam as famílias tradicionais do Estado, logo fez com que a casa passasse a ser uma das preferidas para enlaces. Mas por estar no coração do Centro do Recife, também virou point de eventos empresariais e políticos. Celinha, no entanto, faz questão de falar de um dos seus maiores orgulhos, a central de abastecimento, na Imbiribeira, que congrega a cozinha industrial, a lavanderia, os caminhões frigoríficos para transporte das comidas e a área administrativa das três Arcádias. Realizada profissionalmente, Celinha ainda tem tempo para curtir os filhos e os 11 netos. Seu maior prazer, atualmente, é se refugiar na sua casa em Aldeia, onde planta e reflete sobre a vida. Sempre de olho no futuro e na qualidade do que investe, recentemente adquiriu dois apartamentos do Edifício Thereza Novaes, na Avenida Boa Viagem, para onde pretende se mudar em breve. E foi nesta fase de mudança, de casa nova, que essa apaixonada por antiguidades falou para a nossa entrevista/bate-bola. Eu me defino como: “Uma guerreira”. O melhor da minha profissão é: “Fazer amigos”.

Aonde ir nas férias: “O lugar não importa, depende com quem eu esteja”. Um presente inesquecível: “De Deus: minha filha Patrícia”. Sonho em consumir: “Antiguidades”. Sempre me esqueço: “De datas de aniversário”. Jamais me esqueço: “De minha filha Patrícia e de meus filhos Roberto, Ricardo e João”. Melhor lugar para se morar: “Perto do mar”. Minha casa é: “Meu mundo”. Um cantinho onde me encontro: “Com minhas plantas em Aldeia”. Um bom bufê é aquele que: “Combina fatores essenciais: planejamento, cozinha, ambiente, convidados, cardápio e atendimento”. O segredo de uma cozinha de qualidade: “Estrutura, equipe técnica, criatividade e o imprescindível tempero do amor”. O menu ideal: “Aquele que satisfaz o cliente e seus convidados”. Onde se come bem: “Wiella Bistrô”. Pecadinho da gula: “Cozido pernambucano”. Receber bem é: “Sempre estar feliz, dando sempre o melhor de si”. Uma festa completa é: “Aquela em que tudo dá certo”.

Uma recepção inesquecível: “O réveillon da virada do milênio na Arcádia Boa Viagem”. O segredo do sucesso: “Ser humilde e aprender a cada dia”. A decoração ideal de uma festa: “Quando existe harmonia em tudo”. O que me faz sorrir: “Meus netos”. Uma música para os meus ouvidos: “New York, New York, de Frank Sinatra”. O time do coração: “Seleção brasileira de qualquer esporte”. Pernambuco é: “Um tanto de mim”. Um nome que orgulha Pernambuco: “Prefiro citar dois entre tantos outros: Clementina Duarte e Janete Costa”. Pernambuco para apagar: “A pobreza”. Um recado aos nossos governantes: “Investir na educação e na saúde, visando a um futuro melhor para o povo pernambucano”. Pernambuco para mostrar: “Nosso potencial turístico de tantas belezas naturais e principalmente nosso patrimônio cultural e artístico”.

O que me inspira: “Realizar sonhos”.

Moura Dubeux por Celinha Batista: “Sinônimo de trabalho e credibilidade, inovação e ousadia na arquitetura, embelezando cada vez mais as paisagens da nossa Veneza Brasileira”.

Onde encontro a felicidade: “Nas coisas mais simples”.

Ao lado da filha Patrícia.

Luxo é: “Relativo, porque depende do desejo de cada pessoa”. Não dá para viver sem: “Amor”.

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recife antigo RECIFE MODERNO 41


decoração

funcional e

A

pós a expectativa da procura de um novo imóvel e de todo o processo de acompanhamento da obra do edifício, é chegada a hora dos retoques finais nos apartamentos. É justamente nesse momento que idéias sobre ambientação e dicas de decoração são muito bem-vindas. De olho nisso, a reportagem da revista Recife Antigo Recife Moderno saiu em busca de boas propostas que se encaixam no projeto arquitetônico do Edifício Miriam Dubeux, em Boa Viagem, com mais de 180 metros quadrados e quatro suítes. Apresentamos ao longo desta matéria de decoração opções variadas e as melhores novidades em móveis, objetos e tendências.

sofisticado Para simular a ambientação de um apartamento no Edifício Miriam Dubeux, visitamos as lojas Onda e Desiderato Paula Perrelli Fotos: Fotografics e divulgação

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42 recife antigo RECIFE MODERNO


Onda: conforto é fundamental

P

ara compor o projeto dos banheiros e lavabos do Mirian Dubeux, visitamos a Onda Banho e Acessórios. Localizada no Recife Trade Center, em Boa Viagem, oferece desde equipamentos e decorações para salas de banho até louças sanitárias das mais diversas marcas. Segundo a empresária Miriam Moura, os banheiros hoje são as vedetes dos arquitetos, visto que se tornaram um espaço fundamental na casa, onde as pessoas aproveitam para relaxar depois de um dia de trabalho. “Não é à toa que agora os lustres da sala de estar vão para as salas de banho”, destaca. A matriz da Onda está em João Pessoa.

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Os acessórios e equipamentos para banheiro também precisam estar na moda, por isso seguem as tendências sugeridas nas feiras de design de Milão, na Itália. Exemplo disso é este chuveiro quadrado, em linhas retas, fabricado pela marca Onda e adaptado para uso com sistema bolher.

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Rádios portáteis podem enferrujar com o uso contínuo no banheiro, por causa da excessiva umidade. Mas, com estes da foto, é impossível acontecer isso. Fabricados especialmente para uso no banheiro e até perto do chuveiro, os rádios portáteis trazem modelos com design variado e não esquecem a vaidade: muitos vêm até com espelho antiembaçante.

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Uma nova criação da Deca está chamando a atenção dos arquitetos. Com capacidade para sustentar até 150 quilos, tanto a bacia quanto o bidê são da linha Link e foram criados para instalação suspensa. Respeitando a tendência das linhas retas, esse conjunto pode ser uma opção para os banheiros do apartamento do Edifício Miriam Dubeux, pois mistura praticidade e beleza.

Uma opção divertida e curiosa para atrair os pimpolhos até o local do banho é um conjunto de acessórios para banheiro em forma de sapo, golfinho, pingüim e até pato. Coloridos e com olhos móveis, os artefatos alegram o ambiente da criançada. Com funcionalidade de saboneteira, porta-pasta de dente, portaescovas de dente, lixeiro e escovas para os pés, todos são produtos importados dos Estados Unidos.

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Os conjuntos de bancada não podem faltar na composição de um ambiente como o banheiro. De aço inox, esses vêm dispostos sob uma bandeja de vidro. O respeito às linhas retas dá beleza ao conjunto, que também pode ser de acrílico, porcelana, resina ou vidro. recife antigo RECIFE MODERNO 43


3

Desiderato: Design diferenciado e de alto padrão

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ara ajudar nas idéias de móveis e espaços sob medida, a reportagem visitou a loja de móveis Desiderato, também em Boa Viagem. Figurando como a primeira unidade industrial local de móveis de alto padrão, a Desiderato produz desde armários, closets e cozinhas até estantes, home theaters e mesas. De acordo com a empresária Lucy Lapa, as características dos móveis seguem as idéias das feiras de design de Milão, na Itália. “Seguimos uma tendência internacional que nos permite oferecer bem-estar e sofisticação ao cliente”, conclui.

Produto da Bergan, o lavatório Alpine pode ser a opção mais adequada ao lavabo do Miriam Dubeux. Com pés suspensos, o que facilita a limpeza, o equipamento mistura a madeira branca com a madeira escura e finaliza com uma pia de acrílico vermelho. Luxo e modernidade compõem esse modelo.

Esse closet é uma opção formidável para a suíte master do casal no Edifício Miriam Dubeux. Na formulação técnica, foram observados itens como larga espessura da estrutura, com 25 milímetros de puro MDF; acabamento em pintura especial, de alta resistência; ferragens austríacas e italianas, com garantia vitalícia. Sua leveza fica por conta de divisórias de acrílico e puxadores usinados (desenhados na própria madeira). O espaço pode ser customizado pelo usuário, que remove as prateleiras com facilidade. Esse móvel reúne beleza e funcionalidade para qualquer projeto.

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Respeitando a tendência de lavatórios individuais para casais, o modelo Gaya, da Bergan, combina o sucesso das linhas retas com a sobriedade da madeira. O espaço oferecido pelo equipamento, com três gavetas e acessórios de aço inox, garante uma opção moderna para a suíte master do apartamento no Edifício Miriam Dubeux. 44 recife antigo RECIFE MODERNO


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A pintura nas cores branca e berinjela segue a tendência da moda e dá alegria ao espaço ocupado pelas crianças. Gaveteiros com rodízio, divisórias de acrílico, uma bancada em linhas retas e cubos decorativos completam o ambiente. Um destaque deste quarto é a bicama. Quando armada, com pé de aço pintado, ela ganha altura e fica paralela à outra. Um diferencial arquitetônico que garante conforto aos visitantes.

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Este home theater reúne vantagens e diferenciais para o projeto do Miriam Dubeux. O painel de MDF, com a pintura branco-fosca, é fixado com ferragem apropriada para fácil remoção quando for necessária a troca de lâmpadas. O móvel segue as tendências de Milão, com a madeira teca, usada para linhas nobres. Com gavetas funcionais e detalhes de acrílico, próprios para dar leveza ao ambiente, o home theater é acompanhado de uma mesa de centro, conhecida como panca. Ela é também revestida com madeira teca e coberta com verniz de alto brilho.

A cozinha funcional traz a tendência de um ambiente com gavetas – grandes, largas, pequenas ou customizadas – garantindo praticidade na vivência do dia-adia de uma casa. Destaque para a pintura branco-fosca, que aumenta o ambiente, e divisórias específicas para cada função, como talheres e temperos. Outro detalhe substancial é o sistema blumotion, que permite o deslizamento das gavetas. Os puxadores, além de lindos e modernos, dão o acabamento a esta cozinha, que tem como sinônimo a acessibilidade.

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recife moderno

À beira-mar, perto de tudo Lançamento em uma das áreas que mais se valorizam na capital, o Edifício Clarice Roma é um compacto premium adequado ao melhor estilo de vida Fábio Lucas Fotos/Ilustrações: Fotografics e MV3D

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Moura Dubeux traz nova oportunidade para se morar bem, juntinho da praia, com requinte e qualidade de vida. A poucos metros do Edifício Maria Roberta, em Boa Viagem, será erguido o Edifício Clarice Roma. A exemplo do primeiro, um empreendimento que se destacou pelo rápido êxito comercial, o Clarice Roma se localiza numa das melhores regiões da Zona Sul do Recife, dotada de boa infra-estrutura de serviços e a poucos minutos do Centro da cidade. A vantagem de um trânsito leve, que proporciona o deslocamento mais fácil, é um dos atributos da localização especial, na esquina das ruas Raul Azedo e Frei Leandro, em Boa Viagem, logo na primeira quadra após a beira-mar. É lá que serão oferecidos apartamentos compactos, de 101 m2, com 3 quartos, 2 vagas de garagem e estrutura de lazer completa, no mezanino. “O tamanho é ideal para variados perfis familiares e estilos de vida”, afirma Tony Vasconcelos, gerente comercial da Moura Dubeux. O projeto arquitetônico leva em conta o caráter privilegiado do terreno para 46 recife antigo RECIFE MODERNO


Acima, o Edifício Maria Roberta, grande sucesso de vendas que, agora, terá ao seu lado o Clarice Roma. Ao lado, o local onde será construido o empreendimento, na primeira quadra após a beira-mar

Edifício Clarice Roma 18 pavimentos-tipo 2 apartamentos por andar Área de 101 m2 3 quartos (1 suíte) 2 vagas na garagem Lazer com piscina, sauna e salão de festas

valorizar a visão da praia, disponível para todos os ambientes e cômodos dos 18 apartamentos-tipo. De acordo com Carlos Fernando Pontual, autor do projeto, a volumetria rica em recortes do edifício busca colocar todos os ambientes do apartamento voltados para o leste e para o mar, conseguindo uma melhor ventilação. Pontual ressalta também a flexibilidade do projeto, que pode se adequar às necessidades específicas de cada morador. Como muitas famílias hoje preferem fazer uso de diaristas para os serviços domésticos, o quarto destinado aos

empregados pode ser agregado à suíte. Além disso, o terceiro quarto, caso se deseje, pode ser incorporado à sala, aumentando assim a área de estar. Outro detalhe do Edifício Clarice Roma é justamente o desenho da sala, que apresenta peitoril baixo em seguimento à varanda nas esquinas, configurando uma autêntica salavaranda, o que propicia o melhor desfrute da panorâmica da praia. Com o mesmo objetivo, toda a área de lazer comum se encontra no mezanino, em uma posição afastada da rua e com pé-direito alto. Desta

forma, o primeiro pavimento-tipo corresponde a um terceiro pavimento convencional, a nove metros de altura em relação ao meio-fio. A área comum e os apartamentos primam, portanto, pelo usufruto máximo da paisagem litorânea, com conforto e privacidade. Os apartamentos serão comercializados a preços que variam de R$ 340 mil a R$ 390 mil, com plano de desembolso em 60 meses, correção pelo INCC até a entrega da obra e pelo IGPM mais 1% ao mês após a finalização. O prazo de construção é de 36 meses. recife antigo RECIFE MODERNO 47


negócios

a indústria do casamento O glamour das festas e a oferta de serviços diferenciados fazem do Recife um pólo de destaque no país Paula Perrelli Fotos: Tânia Collier

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ara cada casal de noivos, cabe um sonho. E qualquer um desses sonhos pode ser realizado aqui no Recife. A capital pernambucana vem se consolidando como um organizado pólo de profissionais especializados na arte de assessorar noivas e noivos que desejam eternizar, com uma festa inesquecível, o momento da troca

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das alianças. De doceiras a estilistas, de cerimonialistas a maestros, de decoradoras a iluminadores, de assessores personalizados a fotógrafos, a quantidade de profissionais disponíveis no mercado é o indício de um negócio em franca expansão. Estima-se que esse mercado movimente mais de 30 segmentos da

economia nacional. Trata-se de uma indústria que arrecada em torno de R$ 3,5 bilhões por ano: no Brasil, a cada cinco minutos, sete casais trocam as alianças. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são aproximadamente 750 mil casórios por ano. De acordo com o cerimonialista André Wanderley, o tamanho e a importância dada a uma festa de casamento nos dias de hoje são resultantes de um fenômeno social que transformou a sociedade nos últimos anos. “Houve uma época em que os casamentos eram íntimos, só para os familiares. Mas, em paralelo, existiam os bailes nos clubes. Assim, as pessoas podiam compartilhar de momentos


sociais com mais freqüência”, recorda. “Com a queda desses eventos, restou naturalmente para o casamento a função de grande evento social. São momentos em que as mulheres saem para comprar vestidos, tiram as jóias dos armários e onde todo mundo se encontra”, argumenta Wanderley. Por causa da gama de profissionais que tem se destacado no trabalho para casamentos, esse fenômeno no Recife é expressivo. Bebeth Perman é decoradora e trabalha há 20 anos com o segmento. Também para ela, a mudança de hábitos sociais contribuiu para emprestar mais glamour à festa. “Novos desejos foram criados para tornar esse momento o mais importante. As festas em praias ou em hotéis de campo são exemplos perfeitos do que eu digo”, completa, em referência à mais nova tendência das cerimônias em Pernambuco. A diferenciação é o ponto-chave para Cristiana Lemos, produtora do empresário da música Alexandre Lemos. O fato de vários casamentos acontecerem ao mesmo tempo na cidade estimula os noivos a optar por formatos diferentes e novidades nunca antes experimentadas. “Há quem nos procure querendo oferecer um concerto de música clássica para os convidados. Em qualquer caso, é

tudo muito personalizado. Mas o que sinto é que os noivos querem que o casamento seja o acontecimento mais comentado da cidade. Seja diferente de todos os outros”, diz Cristiana. Idealizadora do espaço Personalité, Andréa Manzi considera o evento o mais importante da vida de um casal. “Em qualquer lugar do mundo, o casamento é festejado como uma nova etapa. É nisto que está o glamour. É neste fato que nos baseamos para projetar idéias criativas a cada dia, pois cada casal tem a sua história.” No Recife, a tendência das grandes festas contagia os apaixonados. Após as cerimônias religiosas, é quase certo que os noivos se esbaldem, ao lado de amigos e familiares, em comemorações que varam as madrugadas. Wilson Pimentel, fundador da Orquestra Veneza, diz que os casamentos são ocasiões animadíssimas para dançar. “Costumamos trabalhar com top hits dos anos 70, 80 e 90. A escolha

agrada aos convidados, que sempre dançam até de manhã”, conta o músico trompetista. Festas longas e requintadas - Isso exigiu flexibilidade dos bufês no planejamento da festa. Para Mônica Bezerra Cavalcanti, da Blunelle Recepções, as festas de casamento hoje atendem ao ritmo e aos desejos do casal, que sonha em compartilhar toda a alegria com os amigos. “As opções de serviço mudaram muito. Começamos a servir às dez da noite e é comum oferecermos até o café da manhã. Os casamentos estão ficando cada vez mais longos e também mais requintados”, frisa Mônica. “O pernambucano é muito detalhista e minucioso. Por isso, aqui as festas têm um tom todo especial. Contamos com ótimos profissionais que não deixam a dever a nenhum outro do eixo Rio-São Paulo”, completa Márcia Oliveira, gerente de vendas de Mano Iluminação, profissional que trabalha no segmento de iluminação de

Alexandre Lemos, empresário da música

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Lana Bandeira de Melo e seus docinhos

eventos há 18 anos. Detalhes e mais detalhes tornam esse mercado um dos mais segmentados da economia local. Serviços primários geram outras demandas, que se tornam fundamentais para o conjunto final da festa. Um exemplo é o convite de casamento. Um profissional especializado o produz com papel e tinta de qualidade; outro - o calígrafo - escreve o nome do convidado; e a embalagem, por sua vez, é finalizada por mais uma pessoa dessa cadeia produtiva. São três profissionais diferentes que ganham a vida com apenas um item do casamento. O mesmo podemos dizer dos docinhos. A empresária Lana Bandeira de Melo entrou no ramo quase sem escolher. Fazia doces de nozes para vender em sua loja de moda, em Boa Viagem, e o frisson que causava entre as clientes a impulsionou a iniciar o negócio, que já vai completar dois anos. Trufas de champanhe, docinhos de damasco ou chocolate suíço são algumas de suas especialidades. “O que faz os docinhos serem um grande atrativo nas festas são as embalagens, que podem ser de tecidos finos ou bordadas com cristais. É tudo muito fino”, adianta. As embalagens, por

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sua vez, são preparadas por outros profissionais. “Isso é o que garante que vamos ter total qualidade e foco nos produtos”, explica Lana.

Para todos os bolsos Uma das maiores provas de que o Recife é de fato representativo no setor de casamentos é que acontecem, ao longo do ano, três feiras de noivas - eventos que reúnem variada fatia de profissionais que disputam o mercado. “Não é por coincidência que temos tantas belas festas de casamento na cidade. Posso listar sem dúvidas, pelo menos, cinco ótimos e incomparáveis profissionais em cada segmento”, explica a assessora de noivas Beth Borges. Em seu trabalho, ela oferece às clientes uma orientação completa acerca de todos os detalhes que antecedem uma cerimônia e uma festa de casamento. “A relação termina sendo de muita cumplicidade, pois a gente trabalha com a felicidade”, ressalta Beth Borges, que acumula em seu currículo a co-autoria de seis edições do livro Noivas e Dicas e lançou obra

própria, Noivas por Beth Borges. Segundo ela, o planejamento de um casamento deve começar com bastante antecedência. A primeira providência é listar o que os noivos desejam ter em seu grande dia. Valores médios são levantados por alguns profissionais. “Pode-se fazer uma festa com R$ 15 mil, R$ 100 mil ou R$ 1 milhão. O céu é o limite para a realização de um sonho”, diz André Wanderley. Já Mônica Bezerra Cavalcanti compara: “Um casamento é como um carro - você pode comprar o básico, mas também pode comprar uma limusine, depende do seu desejo”.

Encanto das flores O que poderia ter sido um desastre se transformou numa profissão. No dia do seu casamento, em 1956, Tereza Rios foi à floricultura buscar o buquê que havia encomendado e, ao chegar lá, foi informada de que ele havia sido vendido. Prontamente, foi a um jardim, reuniu algumas flores e confeccionou o próprio buquê, poucas horas antes da sua festa. “E ficou lindo”, lembra. Assim esta história começou. Aos 73 anos, Tereza Rios continua encantando as noivas com o seu talento nato de lidar com orquídeas, tulipas, rosas ou outros tipos de flor. Segundo registros pessoais, entre janeiro de 1970 e dezembro de 2005, ela já cuidou dos buquês ou grinaldas de 6.117 noivas. “Trabalho com muito amor e sem medir o lucro.


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De glamour em O importante para mim é que a noiva considere o resultado perfeito”, comenta. Segundo ela, não é exatamente a indústria do casamento que lhe abre as portas para a clientela, mas sim os anos de serviços prestados às noivas do Recife. “Tenho gerações e gerações de noivas que já casaram com meus serviços. Peço a Deus que não me tire a função das mãos, para que eu continue fazendo o que mais amo: as minhas florzinhas.”

Serviço: Wilson Pimentel (música): 3423.3183/9961.2301 Márcia Oliveira (iluminação): 3471.5247/9226.4925 Lana Bandeira de Melo (doces): 3326.4726/9979.2531 Cristiana Lemos (música): 3221.9226/9132.8176 Bebeth Perman (decoração): 3441.4519/9977.2326 Mônica Bezerra Cavalcanti (bufê): 3427.0990/9977.9717 Andréa Manzi (casa de recepção): 3421.2210/9973.2094 André Wanderley (cerimonial): 3465.0909/9292.3558 Tereza Rios (buquê): 3221.4277 Beth Borges (assessoria de noivas): 3221.0857/9962.0860 Arcádia Recepções: 3301.5700 Maise Flores: 3327.5721 Cussy de Almeida (Orquestra personalizada): 3267.7077/9971.6896

Abaixo, Beth Borges, assessoria de noivas. Ao lado, André Wanderley, cerimonialista

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glamour, casa-se! Respeitados profissionais do ramo recordam casamentos inesquecíveis: “A noiva chega à igreja na Mercedes do pai. Recebe no altar um solitário de diamantes da Tiffany. Na saída da festa, o noivo dirige outra Mercedes, só que conversível.” (André Wanderley, cerimonialista) “Numa casa na praia de Toquinho, o casamento teve o tema de chita, com as toalhas da mesa e todos os detalhes naquele tecido colorido e rústico.” (Andréa Manzi, do Personalité) “O casamento teve três tons primordiais: rosa, lilás e verde. Reproduziuse isso nos pratos, com massas coloridas, para entrar no clima da festa. Até os palitinhos dos salgados respeitavam essas cores.” (Mônica Bezerra Cavalcanti, Buffet Blunelle) “Um casamento somente com bolo e champanhe, mas que teve um verdadeiro concerto na cerimônia, com 50 músicos. Os convidados foram a um concerto de orquestra clássica.” (Cristiana Lemos, Orquestra Alexandre Lemos) “Num armazém de açúcar, montou-se um casamento bem italiano. A decoração misturava muita luz, grandiosos lustres de flores, bolas em alguns ambientes e móveis antigos.” (Bebeth Perman, decoradora) “Todos os padrinhos receberam uma caixa de madeira decorada, cheia de docinhos finos. A volta para casa foi deliciosa.” (Lana Bandeira de Melo, doces finos) “De improviso, toda a banda tocou a música Marcha Nupcial para os noivos na saída deles para a noite de núpcias. De dentro da festa até a porta do carro.” (Wilson Pimentel, Orquestra Veneza) “Na Praia do Paiva, montou-se em plena areia uma pirâmide, toda iluminada. Lá aconteceu o casamento, com os coqueiros ao redor também iluminados.” (Márcia Oliveira, Mano Iluminação)


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do mundo para pernambuco

O segredo do capitalismo comunista Engenheiro relata visita à China e faz comparações com a economia brasileira Luiz Priori Fotos: Acervo pessoal e divulgação

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onvidado a participar da construção de um empreendimento em Pequim, decidi, antes de firmar qualquer compromisso, conhecer a China. Eu teria que passar um ano e meio no país, portanto seria aconselhável, primeiro, checar as condições de moradia e trabalho. Fui primeiro a Xangai visitar um amigo. É uma cidade impressionante, você não percebe que está na China, a não ser pelos chineses. A infra-estrutura é de uma metrópole americana. É a cidade mais iluminada que já vi. A prefeitura tem uma parceria com os prédios empresariais para pagar parte da eletricidade consumida na iluminação das fachadas. Há prédios de 60 andares com a fachada inteira como um imenso telão. A cidade é cortada pelo Huangpu River, um rio navegável repleto de bares e restaurantes às


Ao lado, uma vista da moderna Xangai e, abaixo, a Cidade Proibida, em Pequim.

suas margens. A parte antiga da cidade tem estilo europeu, pois foram os ingleses que construíram. É uma cidade de Primeiro Mundo, com muita gente ocidental. Nos pontos turísticos e nos bons restaurantes, você consegue facilmente se comunicar em inglês. Em seguida fomos a Pequim, e lá me deparei com uma realidade bem diferente. Pequim retrata tudo o que escutamos sobre a China. O crescimento econômico é espantoso: 40% dos guindastes do mundo estão na cidade, é um verdadeiro canteiro de obras. É possível ver quarteirões inteiros em construção. A qualidade de vida parece ser muito ruim, pois há muita poluição e o trânsito é horrível. A cidade está se preparando muito para receber as Olimpíadas. Pensando nisso, a prefeitura exigiu que nenhuma obra se inicie ate o fim de 2008, e as que estão em construção devem ser finalizadas para reduzir o trânsito de caminhões e a poluição, causada, em maior parte pelo fato de a matriz energética da China ser de carvão, além das tempestades de areia que vêm do deserto de Gobi. Algo muito interessante que pudemos observar em Pequim é o contraste que existe entre o desenvolvimento e a tecnologia e a historia milenar do lugar. Existem

construções que estão entre as mais antigas do mundo, como o templo de Heaven, lugar onde os imperadores rezavam aos deuses pedindo uma boa colheita para o campo, e a Cidade Proibida, local onde o imperador e suas mulheres moravam. Todos esses templos estão totalmente recuperados e são muito interessantes. A cerca de 60 quilômetros de Pequim podese visitar uma parte totalmente restaurada da Muralha da China.

teria problemas, a verdadeira comida chinesa nada tem a ver com a que comemos aqui, o tempero e seus ingredientes são bastante diferentes dos nossos. Sem falar dos seus pratos exóticos, como enguia e escorpião. Mas nem tudo é estranho. Eles têm bons restaurantes como o Pato de Pequim, que está no Guinness Book, como o restaurante que mais vendeu pato no mundo, com mais de 1 milhão de patos vendidos.

Para quem gosta de eletrônicos, lá estão as melhores marcas e os mais novos lançamentos. Os preços são bastante parecidos com os praticados nos EUA. No caso de roupas, a China foi invadida pelas marcas européias. Nota-se claramente que o modelo de beleza dos chineses hoje é ocidental: nas propagandas os modelos são todos ocidentais, e eles se vestem bem ao nosso estilo.

Política de mercado: regulação e atração de investimentos - O Partido Comunista é quem controla a economia. Um exemplo do seu poder é a forma como eles controlam a inflação: se um produto começa a aumentar muito de preço, eles aumentam o imposto sobre o produto ou baixam a alíquota de importação para que produtos de fora concorram com a indústria local, aumentando a oferta. O setor tem que negociar com o governo, para que ele aceite o aumento. No Brasil não seria simples adotar medidas como essas. Na China a política de mercado obedece a uma força unilateral, o que torna mais fácil administrar esse país do que o Brasil.

Com relação à alimentação, se não fosse pelas redes internacionais, como Pizza Hut e McDonald’s, ou os restaurantes de comida ocidental,

O crescimento da China tem atraído gente do mundo inteiro. Segundo o modelo adotado por eles, o crescimento se dá com empresas

Em Pequim há um contraste entre o desenvolvimento e a história milenar

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estatais fortes. Na China, existem centenas de empresas como a Petrobras. Eles incentivam esse modelo da seguinte forma: se uma empresa se instalar no pais sem um sócio local, terá que pagar aproximadamente 35% de imposto sobre o seu faturamento, mas se você se associar a uma empresa nacional, na maioria das vezes estatal, o imposto é de apenas 17% sobre o faturamento. O negócio da China é ter um sócio chinês. Com isso, o país criou potências estatais absorvendo a tecnologia das melhores empresas do mundo que estão se instalando no pais. Trinta anos atrás, ninguém conhecia as marcas japonesas de automóveis e eletrônicos, que hoje são as melhores do mundo. Mais recentemente, o mesmo aconteceu com as marcas sul-coreanas, como LG e Samsung. No futuro, imagino que vamos começar a ver marcas chinesas chegarem por aqui. A favor das empresas - No Brasil não existe uma política claramente voltada ao crescimento, pois uma política de crescimento é aquela que o Estado auxilia o empresário em todas as fases do negócio e incentiva o investimento, e isso não acontece. Para fazer uma comparação entre o mercado imobiliário dos dois paises, no Brasil, o empreendedor precisa negociar com os proprietários dos terrenos, um a um, para viabilizar um empreendimento. Caso não interesse aos proprietários dos terrenos, o projeto não sai do papel. Na China o empreendedor apresenta o projeto ao governo e o poder público analisa sob a ótica do desenvolvimento da cidade e da economia. Se houver interesse, ele desapropria a área construindo novas casas para os moradores em outra região, onde não existe a expansão imobiliária. Além disso, o governo não vende o terreno ao empreendedor, ele o arrenda por 56 recife antigo RECIFE MODERNO

Acima a famosa Muralha da China e, ao lado, o leão na entrada da Cidade Proibida.

um período que varia de 50 a 70 anos. Geralmente esse arrendamento é feito na forma de um pagamento mensal, ou seja, o governo se torna sócio do empreendimento. É um modelo inteligente que alavanca o crescimento imobiliário. Em seguida o próprio governo se encarrega de aprovar os projetos nos órgãos competentes. É um processo muito mais rápido do que vemos no Brasil. Esse modelo mostra um dos motivos da explosão imobiliária na China. O Brasil precisa dar um salto econômico, mas não conta com a “mão” que faça com que esse salto aconteça. O pais tem instituições fortes onde o foco parece estar mais no controle do que no incentivo. O controle e a punição são necessários, mas não devem ser para todos. Praticamente todas as empresas no Brasil têm alguma pendência a resolver com o Estado, na maioria das vezes por não conseguir cumprir com todas as regras, devido as leis não são serem claras e estarem constantemente mudando, formando um labirinto

que torna tudo mais demorado, muitas vezes desencorajando ações empreendedoras. A China também é muito interessante para quem procura novos negócios que utilizam tecnologias avançadas, pois existem empresas do mundo todo instaladas. Conheci um sistema de estrutura e cobertura metálica japonês bastante inovador, e com esse conhecimento estou implantando uma fábrica para produzi-lo no Brasil. Foi uma experiência muito interessante conhecer um pouco da realidade chinesa, e com isso poder ver que a oportunidade existe para quem souber aproveitar. Temos que acreditar e trabalhar para que todos os setores e classes de nosso país tomem ações que coloquem o desenvolvimento como prioridade.


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condomínio

as primeiras decisões A divisão de responsabilidades é a chave para um condomínio bem administrado e tem início ainda antes da ocupação do imóvel Júlia Nogueira de Almeida Fotos: Fotografics e acervo pessoal

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ormalmente, são quatro anos de espera pelo tão sonhado apartamento próprio, de alto padrão. Meses e meses de planos, contas para lá e para cá, projetos e idéias sobre decoração, móveis, contratação de arquiteto, marceneiro, pintor... Tudo parece estar perto de terminar e finalmente chega a hora de ocupar a casa nova. Ufa! Mas o trabalho ainda não acabou! Essa é a constatação à qual chega a maioria dos condôminos de edifícios residenciais. Além de todo o planejamento e investimento exigidos de quem quer montar uma casa nova – e tem como condição sine qua non morar bem - existe todo um arsenal de providências a serem tomadas em nome da organização coletiva dos condomínios. A RARM foi atrás de quem está vivendo essa fase para entender os detalhes que envolvem uma boa gestão de condomínios. Os depoimentos a seguir mostram que o esforço vale a pena. O compartilhamento de responsabilidades é a chave para uma administração competente e um saudável exercício de cidadania entre vizinhos. Nos últimos anos, a rotina de Adriana Bacelar de Vasconcelos, 58 recife antigo RECIFE MODERNO


Conselho fiscal do condomínio Parque da Jaqueira

35 anos, formada em turismo, foi alterada pela necessidade de participar de reuniões trimestrais entre os condôminos e a construtora do Edifício Parque da Jaqueira, no bairro dos Aflitos. Lá, além de moradora, ela responde pela função de subsíndica. Já na reta final, às vésperas da entrega do prédio, às terças-feiras pela manhã, Adriana e outras cinco moradoras, integrantes do conselho fiscal do condomínio, também se reuniam no local onde hoje funciona a sala de motoristas do prédio. A idéia era acompanhar o andamento da obra e discutir assuntos de interesse geral, visando ao bem-estar de todos, à manutenção da ordem e à conservação do patrimônio. Conciliar os interesses de 66 famílias repartindo um mesmo espaço, distribuídas ao longo de 33 andares, não é tarefa das mais fáceis. Mas ela e as novas amigas fazem um trabalho criterioso, que virou referência entre os condôminos. “Nós investimos nos detalhes e pesquisamos tudo: desde o sistema de segurança eletrônica, passando pela empresa fornecedora do parquinho infantil até a decoração do hall social. Contamos com a confiança dos outros moradores e, na medida do possível, todos colaboram”, explica. O trabalho de um conselho fiscal, geralmente formado por síndico, subsíndico e conselheiros (titulares e suplentes), consiste em cuidar da gestão do condomínio. Isso inclui fiscalização e acompanhamento das contas e demais rotinas do edifício. Mas, para quem está se mudando, a carga de providências a serem tomadas é maior no início. Fatores

como planejamento e transparência são fundamentais para que tudo corra bem. No entanto, como se está lidando com pessoas de diferentes valores e prioridades, é preciso contar com a possibilidade de imprevistos.

A segurança eletrônica é prioridade para a maioria dos condominios Sonho realizado – Além dos encontros trimestrais, em geral, antes da conclusão da obra, convocase uma reunião extraordinária com todos os condôminos e representantes da construtora. O encontro é simbólico e representa o fim de um ciclo e início de outro. É a concretização de um projeto, a realização de um desejo, muitas vezes, o sonho de toda uma família. Independentemente da classe social dos envolvidos, o “sonho da casa própria” ainda figura no topo da lista

de consumo dos brasileiros. O momento é de confraternizar e planejar. Na pauta da reunião, a escolha da empresa que vai administrar o condomínio (uma tendência cada vez mais freqüente), definição de taxas e entrega do manual do cliente – com dicas sobre manutenção periódica e preservação do padrão do imóvel. É também nesse encontro que ocorre a eleição de síndico, subsíndico e conselho fiscal, indicados pelo grupo. “No decorrer das reuniões, identificamos moradores com perfil adequado a integrar o conselho. Procuramos essas pessoas com antecedência, para que possamos começar a trabalhar antes mesmo da entrega do prédio. A partir da formação do grupo, discutimos investimentos, providências a tomar, quadro de funcionários e aquisições iniciais”, explica o empresário Francisco Cavalcanti, da RF Administradora de Condomínios, que acumula uma experiência de dez anos no ramo. De acordo com Cavalcanti, recife antigo RECIFE MODERNO 59


Edifício Parque da Jaqueira

a esmagadora maioria dos condomínios tem entre suas prioridades o investimento em sistemas de segurança eletrônica. Em tempos de altos índices de violência urbana, esses equipamentos estão cada vez mais sofisticados. Um exemplo de avanço da tecnologia, que se renova para atender usuários cada vez mais exigentes, são os sensores de presença capazes de reconhecer a placa do carro a alguns metros do portão. Mas não é só isso. As providências passam também pela definição do tipo de aquecedor (boiler) a ser utilizado, redes de proteção (preferencialmente pretas) e a tonalidade da película para as janelas (de acordo com o tipo de esquadria e a cor do vidro). Segundo Francisco Cavalcanti, na maior parte dos casos o uso de película é sugerido porque padroniza a fachada do prédio e assegura a preservação e durabilidade dos móveis, uma vez que ameniza os efeitos da incidência solar. Se a necessidade for fechar a varanda com vidro, o administrador esclarece que a construtora deve entregar um projeto com orientações para a realização do serviço. “Apesar de a maioria dos itens ser opcional, é preciso que haja uma padronização, até porque isso interfere na valorização da edificação como um todo”, ressalta. Na lista de encaminhamentos constam ainda aquisições de material para as áreas comuns, como piscina e salão de festas, equipamentos esportivos, gelágua, carrinhos de compras e de lixo, fardamento de 60 recife antigo RECIFE MODERNO

funcionários, acessórios para WC, mobiliário e sensores de presença para escada e corredores. No caso do Edifício Parque da Jaqueira, o custo inicial com esse tipo de material gerou uma despesa extra de R$ 10 mil. “Para não pesar no orçamento, dividimos esse valor em 12 parcelas entre todos os moradores. São muitos os detalhes, mas compensa. Afinal, estamos cuidando de algo que é nosso”, ressalta Adriana Vasconcelos.

Profissionais do segmento e síndicos experientes recomendam a compra de varais e aparelhos de ar condicionado (splits) de maneira coletiva. Apesar de serem uma opção de cada morador, se adquiridos em grupo, esses produtos podem ter seu preço final reduzido. O mesmo vale para os boilers. Uma dica: o condomínio pode solicitar da empresa responsável pela administração que faça a intermediação com fornecedores.


Finanças em questão – Segundo o diretor da RF Administradora, outro assunto do maior interesse entre os moradores é a definição de valores da taxa ordinária de condomínio. Sem falar das taxas extras, que costumam surgir. Pudera. Num período de tantos gastos com a casa nova, a possibilidade de ter uma mensalidade alta pode assustar. Para um prédio com 50 apartamentos, o custo médio atual da taxa de condomínio é de R$ 400. O valor mensal compreende os gastos com pessoal e encargos, concessionárias de luz, água, telefone e gás, contratos mensais (manutenção de jardins, elevadores, portões, interfones, antenas e grupo gerador), além de despesas periódicas variáveis, como limpeza de caixas e poços, dedetização, recarga de extintores e pagamento de seguro obrigatório. No caso do edifício Parque da Jaqueira, entregue no último mês de julho, o valor da taxa ordinária para os seis primeiros meses foi de R$ 315.

A padronização dos equipamentos valoriza a edificação como um todo Para evitar imprevistos com as tais despesas variáveis (não confundir com taxas extras, usadas para custeio de consertos, manutenções e outros sem caráter permanente), Francisco Cavalcanti adota uma base de cálculo simples. “Calculamos o valor dessas despesas variáveis com base num provisionamento anual e reservamos mensalmente 1/12 do valor total desse custo, como uma

reserva de caixa. Dessa forma nunca falta”, explica. Indicado para o cargo de síndico do edifício Jardim do Rosarinho, na Zona Norte do Recife, o administrador de empresas Erasmo Pintor de Lima Filho, 42, aceitou a incumbência sob a condição de não carregar sozinho toda a responsabilidade exigida pelo cargo. “Topei desde que todos participassem ativamente do dia-a-dia do prédio. No nosso condomínio não existe isenção de taxas para ninguém, e o síndico tem um papel de gerenciador de demandas rotineiras. Mas, na maioria dos casos, os assuntos já chegam para mim filtrados, porque passam primeiro pela empresa administradora. Antes mesmo de formarmos a nossa comissão, nós já realizamos reuniões com a administradora. Essa relação facilitou muito as coisas”, garante. Até agora, Erasmo não tem do que reclamar. Segundo ele, a convivência com os demais condôminos segue equilibrada e conta com a participação da maioria. Presença diária nas obras do prédio (que tem 35 andares e 70 unidades), ele foi identificado como “síndico em potencial” pelo grupo seis meses antes da entrega do prédio (que aconteceu em julho), justamente pela sua participação ativa. Esta, aliás, é uma das principais características que um síndico deve ter, segundo especialistas.

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62 recife antigo RECIFE MODERNO


bairros

um passeio pelas Graças Área residencial e de serviços que abriga importantes corredores de transporte, o bairro conta um pedaço da história do crescimento da capital Joana Rodrigues Fotos: Tânia Collier

G

eralmente quem mora na Zona Sul da cidade, Olinda ou Jaboatão, não sabe exatamente onde começam as Graças, onde termina a Jaqueira ou onde acabam os Aflitos. Para muitos, o bairro das Graças tem limites tênues. Mas a verdade é que o bairro é muito bem delimitado. Ao sul, pelo Rio Capibaribe e, nas outras direções, por duas das principais vias de acesso à região, a Rua Joaquim Nabuco e a Avenida Rosa e Silva. As ruas arborizadas e o clima familiar estão entre os principais motivos que fazem com que o bairro seja um dos mais valorizados da Zona Norte. E ao contrário do que se pode pensar, a grande quantidade de serviços não faz das Graças um bairro superlotado de estabelecimentos comerciais. A região é, na verdade,

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majoritariamente residencial e mantém o charme de tempos passados. Dona Zezé Borges Marques mudouse para o bairro quando tinha apenas 13 anos. Hoje, com 84, quase todos vividos nas Graças, ela é testemunha da transformação por que a região passou. “Antigamente a gente conhecia todo mundo, era um sítio do lado do outro, casas grandes. Hoje é impossível conhecer todos os que moram por aqui”, diz, referindose aos apartamentos que surgiram na área.

É com saudade que relembra os passeios que fazia ao então distante bairro de Casa Amarela, quando pegava o bondinho em frente a sua casa, na Rua das Pernambucanas. Hoje dona Zezé mora na Rua das Graças, a um quarteirão de distância da casa onde passou sua adolescência e a poucos passos da Igreja das Graças. “Eu sempre quis ficar perto da igreja e dos meus pais. Foi aqui que conheci meu marido, casei todos os meus filhos e tive uma ótima vida”, recorda. Quando o assunto é educação, as Graças também são conceito A. É no bairro que está localizado o Colégio São Luís Marista, um dos mais tradicionais da cidade. Gerações inteiras circularam pelos corredores desse colégio, que é reconhecidamente uma das melhores instituições de ensino de Pernambuco. E não é só ele. O Bureau Jurídico também está no bairro, além de estabelecimentos de ensino superior, como a Faculdade Maurício de Nassau, a Faculdade Marista e a unidade do Recife da Universidade Mackenzie, implantada no Colégio Agnes.

A Paróquia das Graças realiza missas de 3ª a 6ª às 16h30, aos sábados, às 18h30, e aos domingos, às 7h, 9h e 19h

64 recife antigo RECIFE MODERNO

Missas lotadas - Todos os finais de semana, a Igreja das Graças recebe centenas de visitantes, que assistem às tradicionais missas de sábado e domingo. O padre João de Oliveira Novais é quem comanda a celebração, que, nos últimos horários do dia, chega a ter a participação de mais de 400 pessoas. A missa faz parte da tradição do bairro. Conceição Ferreira trabalhou como secretária na Matriz das Graças por 28 anos. Hoje em dia, ainda cobre alguns horários quando a filha, que agora ocupa o cargo, tem que se ausentar. Com a propriedade de quem dedicou grande parte da vida à instituição, ela conta que viu pouca alteração na celebração das missas. “Quando cheguei aqui, a cerimônia não era mais em latim, então quase nada mudou.” Para os que se interessam por arquitetura, a visita à igreja é recomendável. Além do altar preservado e da própria fachada, pode-se apreciar os vitrais do artista Heinrich Moser, que foram instalados na matriz entre 1931 e 1932. A Paróquia das Graças oferece ainda serviços de assistência, como distribuição de cestas básicas, e de preparação para sacramentos, como batismo, primeira comunhão, crisma e casamento.


Museu do Estado

Um museu de portas abertas O Museu do Estado, na Avenida Rui Barbosa, é uma das atrações culturais mais importantes do bairro. Com um acervo de mais de 12 mil peças, abriga elementos de todas as etnias que já fizeram parte da história de Pernambuco. Destacamse entre elas o mobiliário, que faz um panorama desde o século 17 até o 20, as gravuras, retratando o período holandês no Estado, objetos de terreiros de cultos afro-brasileiros, além de uma reunião de artefatos indígenas feita pelo cientista, arqueólogo e antropólogo Carlos Estevão. Todo esse acervo só teve o reconhecimento do governo federal em 1938, quando o Museu do Estado foi tombado. Há três anos, a estrutura física do local passou por uma reforma, com a instalação de um sistema de climatização e elevadores, além do aumento do espaço destinado à exposição das peças. Hoje, recebe o público espontâneo e disponibiliza o serviço de visita guiada para grupos que agendem com antecedência a ida ao museu. Kleber Pedrosa é coordenador de arte-educação e responsável por algumas dessas visitas. Segundo

ele, as peças de maior valor histórico são duas pinturas de Frans Post que datam aproximadamente de 1630. “Algumas obras têm um valor histórico tão grande, que não poderíamos dizer quanto elas custariam em dinheiro”, ressalta. A casa que abriga o museu, sozinha, já é uma aula de história. A construção data do século 19, tendo pertencido ao Barão de Beberibe, grande comerciante da época áurea da cana-de-açúcar. Serviço: Museu do Estado de Pernambuco Avenida Rua Barbosa, 960 Tel.: (81) 3427-9322

Tudo começou no Sítio Capunga Com uma origem diferente da maioria dos bairros recifenses - que se desenvolveram a partir de antigos engenhos de cana-de-açúcar -, o atual bairro das Graças surgiu de um sítio localizado em torno do perímetro urbano da cidade chamado Capunga. No lugar do fértil solo de massapé, o Sítio Capunga tinha um areal a perder de vista que não cedia lugar à plantação, mas abriu espaço

para a formação de um dos bairros mais tradicionais da cidade. Segundo o historiador e escritor Leonardo Dantas, desde seus primeiros proprietários, o sargento Luís Ferreira Feio e a esposa Maria Correia Monteiro, a região ainda passou por algumas mãos. Em 1759 foi vendida pelo casal ao comerciante açoriano Guilherme Fischer, que morreu ainda no mesmo ano, deixando as terras para a Irmandade de São Pedro dos Clérigos do Recife. A propriedade, que começava na atual Avenida Rui Barbosa e ia até a Rua das Pernambucanas, foi dividida em duas, mais conhecidas como Capunga Velha e Capunga Nova. No século 19, com o crescimento da população, a área passou a ser loteada. O primeiro dos loteamentos data de 1835 e foi feito pelo francês Nicolau Gadault. Dez anos mais tarde, o bacharel Antônio Araújo Jacobina pediu à Câmara Municipal do Recife “licença para abrir ruas”, iniciando, assim, outro loteamento. Começava efetivamente a formação do bairro. Em 1849, foi inaugurada a primeira sorveteria do lugar e, cinco anos

Palácio dos Manguinhos

recife antigo RECIFE MODERNO 65


mais tarde, implantado um sistema de ônibus puxados por cavalos. Nesse período, embora grande parte da Capunga fosse propriedade da Irmandade de São Pedro dos Clérigos, a população sentiu a necessidade de ter uma igreja na qual pudesse assistir às missas e a outras cerimônias religiosas. Em abril de 1857, o tenente-coronel Francisco Carneiro Machado e a mulher, Cândida Tereza Vilela Rios, fizeram a doação de um trecho de seu sítio “entre a Estrada do Manguinho e a Capunga” para a construção de uma capela “consagrada ao culto de Nossa Senhora da Graça”, ainda no singular. A pedra fundamental foi lançada no mesmo ano, mas a obra tardou até fins de 1878. Com o tempo e o crescimento da importância da paróquia para a região, a localidade passou a ser chamada de Graças e depois adquiriu o status de bairro.

Entre os sítios históricos das Graças, podemos destacar: Palácio dos Manguinhos – Ao contrário do que se pode pensar, o Palácio dos Manguinhos não foi construído para ser a residência oficial do arcebispado do Recife e Olinda, como é hoje. O casarão era originalmente parte de um sítio e 66 recife antigo RECIFE MODERNO

somente em 1917 a arquidiocese o comprou. Foi nele que, em sua visita ao Recife na década de 80, o papa João Paulo II pernoitou. A Igreja dos Manguinhos, localizada ao lado do palácio, data de 1759. Praça do Entroncamento - Em 1867, a Capunga recebeu trilhos de maxambombas, fato que na época foi de extrema importância para o desenvolvimento urbano. Nas décadas seguintes, novas variantes de trilhos seriam instaladas e o ponto de intersecção entre as linhas viria a ser chamado de entroncamento, atual Praça do Entroncamento, hoje famosa por suas decorações natalinas. Ponte d’Uchoa – Foi provavelmente uma ponte de madeira que ligava o bairro das Graças ao outro lado do Capibaribe. Conta-se que foi construída pelo capitão e senhor do Engenho da Torre, Antônio Borges Uchoa. O objetivo da obra teria sido facilitar as visitas que o capitão e a esposa faziam a familiares que moravam na outra margem. Hoje a ponte não existe mais e, como homenagem, a pequena estação dos antigos bondes maxambombas localizada na Avenida Rui Barbosa ganhou o nome de Ponte d’Uchoa.


recife antigo RECIFE MODERNO 67


destaque

o melhor lugar para trabalhar Conquista de prêmio nacional confere à Moura Dubeux uma posição privilegiada, que ressalta a excelência da gestão praticada em Pernambuco Carlyle Paes Barreto Fotos: Assessoria GPTW e Fotografics

68 recife antigo RECIFE MODERNO

A

inclusão da Moura Dubeux na lista das 100 melhores empresas brasileiras para trabalhar é fruto da gestão profissional quem vem sendo implantada nos últimos anos. Prova disso é que a empresa é a única construtora na relação, divulgada no final de agosto pelo Instituto Great Place to Work, com sede nos Estados Unidos. Apenas duas empresas nordestinas fazem parte da lista, resultado da maior pesquisa de clima organizacional do Brasil. Além da MD, única genuinamente pernambucana, foi eleita a Refresco Guararapes, braço da Coca-Cola no Estado.


Marcos e Gustavo Dubeux, na cerimônia de entrega do prêmio

De acordo com Ricardo de Almeida, da TGI Consultoria, a relação entre o êxito empresarial e um bom ambiente de trabalho é inequívoca. “Com empregados e fornecedores satisfeitos, a expansão dos negócios é uma conseqüência natural do trabalho realizado em conjunto e com harmonia”, avalia. A participação da Moura Dubeux pela primeira vez na lista não foi surpresa para a direção da construtora. Segundo o diretor de planejamento e gestão da empresa, Marcos Roberto Dubeux, trata-se do fruto da modernização administrativa que vem sendo implantada desde 2003. “Nas outras análises tivemos boas médias, mas que não garantiram nossa presença. E isso serviu

para que pudéssemos identificar nossos pontos fracos e trabalhá-los melhor.” Entre as novas ações implantadas pela MD, destaca-se o reconhecimento profissional de seus funcionários. “Investimos em capacitação e em programas de educação e treinamento para o pessoal de produção. Isso cria uma cadeia virtuosa que gera mais eficiência e menos desperdício”, justifica Marcos Roberto. “Nos Estados Unidos, as empresas que aparecem como bons locais de trabalho também estão na lista das empresas mais valorizadas da Bolsa de Nova Iorque. Então, há uma relação direta entre o bom ambiente e a lucratividade das corporações”, observa.

Confiança e orgulho - Esta foi a décima edição do Great Place To Work no Brasil, que premia empresas pela qualidade do ambiente de trabalho. “Um bom lugar para se trabalhar é aquele em que os integrantes da organização confiam nas pessoas com quem trabalham, têm orgulho do que fazem e gostam dos seus colegas de trabalho.” Esse é o lema do instituto. Para escolher a lista das 100 mais, a GPTW realiza pesquisa que se baseia na avaliação de cinco dimensões: credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem nos locais de trabalho. recife antigo RECIFE MODERNO 69


Para se avaliar a credibilidade, os funcionários dão notas a questões como “Seus chefes agem de acordo com o que falam?”, ou “Eles cumprem o que prometem?”. Em relação ao respeito, são feitas perguntas do tipo “Seus chefes deixam você resolver assuntos pessoais em horário de trabalho?”. Ou mesmo em questão de camaradagem, “Existe sentimento de equipe, de família em seu ambiente de trabalho?”.

O modelo identifica três relações básicas no ambiente de trabalho:

O modelo baseia-se na definição de Levering . Segundo ele, um Great Place To Work é um lugar onde você :

Funcionário "Tem CONFIANÇA nas pessoas para quem trabalha, Direção da empresa

Funcionário tem ORGULHO do que faz e Emprego

Funcionário

“Nos Estados Unidos, as empresas que aparecem como bons locais de trabalho também estão na lista das empresas mais valorizadas da Bolsa de Nova Iorque”. O Instituto Great Place to Work é uma consultoria internacional especializada na transformação de ambientes de trabalho. Foi fundado em 1991 pelos norteamericanos Robert Levering e Amy Lyman. Desde então, desenvolve pesquisas com o objetivo de ajudar as empresas a melhorar o seu desempenho corporativo, com base na maior qualidade do ambiente de trabalho. Com sede na Califórnia, atua em mais de 60 países, com escritórios em 29 deles, na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia. O GPTW já realizou pesquisas com mais de 20 milhões de funcionários em todo o mundo, em mais de 10 mil empresas. 70 recife antigo RECIFE MODERNO

GOSTA das pessoas com quem trabalha" Outros funcionários

No alto, o modelo do Great Place To Work. No centro, um gráfico mostrando a rentabilidade das 100 melhores nos Estados Unidos. Ao lado, a placa entregue à Moura Dubeux


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entrevista

“As melhores têm

uma excelente relação de confiança entre chefes e subordinados” Entrevista: José Tolovi Jr., presidente do GPTW no Brasil

Como surgiu a idéia de fazer uma lista anual com as melhores empresas para trabalhar? Há mais de 20 anos, Robert Levering escreveu o livro “The 100 Best Companies to Work for in America”, que, imediatamente se tornou um best-seller mundial. Após esse sucesso, e tendo já fundado o Great Place to Work Institute, imaginou que atualizar a lista de melhores empresas de forma sistemática seria uma forma de mostrar ao mundo empresarial que é possível ter bons ambientes de trabalho em qualquer setor e em empresas de qualquer tamanho. Foi realizado um contato com a revista Fortune, que imediatamente abraçou a idéia. Quase simultaneamente, no Brasil, a primeira afiliada fora dos EUA, começava também um projeto com a Editora Abril. Assim surgiram as primeiras listas em 1997 no Brasil e em 1998 nos EUA. Hoje são 29 países com suas listas anuais publicadas em meios de expressão, como Financial Times e El Clarín. Como é feita a seleção? A escolha é basicamente feita com base na opinião dos funcionários, que vale 70% do total de pontos da 72 recife antigo RECIFE MODERNO

avaliação. Os outros 30% referem-se à avaliação das práticas de gestão de pessoas de cada empresa participante. Como é realizada a pesquisa? Os principais pontos avaliados são a credibilidade (como o funcionário vê seu chefe), o respeito (como ele se sente tratado na empresa), a imparcialidade (como são as “regras do jogo”), o orgulho (como o funcionário se sente em relação à empresa e sua imagem) e a imparcialidade (a relação entre colegas).

do desempenho da empresa. O que sabemos é que as melhores empresas em geral pagam salários de mercado e distribuem parte dos resultados como forma de reconhecimento ao bom trabalho dos colaboradores. A alta rotatividade de funcionários significa que a empresa não é lugar ideal para trabalhar? Não. A rotatividade depende essencialmente do setor. Contudo, dentro do mesmo setor, as melhores têm menor rotatividade.

Pagar bom salário e ter premiações basta?

Qual o diferencial para que a Moura Dubeux fosse a única construtora no Brasil presente na lista?

Não. Sabe-se de inúmeras pesquisas acadêmicas que salário não motiva as pessoas. É claro que, se ele não for razoável, poderá desmotivar. As melhores empresas, na verdade, têm uma excelente relação de confiança (representada pela credibilidade, pelo respeito e pela imparcialidade) entre chefes e subordinados. Pagar bem e dar premiações depende

A Moura Dubeux tem as características das melhores, que são melhores independentemente de setor. No entanto, é muito gratificante encontrar uma empresa do setor da construção civil entre as melhores. Isso seguramente incentivará outras empresas desse segmento a melhorar seu ambiente de trabalho, o que trará benefícios aos trabalhadores e ao país.


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74 recife antigo RECIFE MODERNO


mercado

construir é acreditar Nova campanha institucional consolida aposta na capital pernambucana Júlia Nogueira de Almeida Fotos: Acervo MD e Fotografics

U

ma sala de cinema lotada, 400 convidados de olho na tela grande, pipoca, refrigerante e novidades que introduzem, de forma definitiva, conceitos inovadores de comunicação e negócios para o mercado imobiliário e da construção civil na região Nordeste. Assim foi a sessão ‘Avant Premiere’ que marcou o lançamento da segunda fase da estratégia de comunicação institucional da Moura Dubeux, iniciada em 2001, quando a construtora comemorava seus 18 anos de existência, e retomada agora, no momento em que a empresa chega aos 23 anos e atinge a marca de mais 70 empreendimentos concluídos. O local escolhido para a apresentação da nova campanha publicitária a convidados, selecionados entre clientes, representantes do mercado, formadores de opinião e imprensa, foi uma das salas do cinema Box do Shopping Guararapes, em Piedade, no último dia 4 de outubro. O evento contou com uma palestra do consultor em gestão empresarial Francisco Cunha, da TGI Consultoria, que apresentou dados do livro Pernambuco Afortunado: da Nova Lusitânia à Nova Economia. Lançada

pelo Instituto da Gestão - INTG, a publicação propõe uma visão panorâmica do Estado, desde a colonização aos desafios do futuro.

A Moura Dubeux chega aos 23 anos com quase 2.000 colaboradores e mais de 70 empreendimentos concluídos Criada pela agência Giacommetti, a campanha possui quatro comerciais para TV e cinema, com 30, 60 e 90 segundos de duração. Todas as versões mostram belas tomadas da cidade, num mix de prédios e monumentos históricos com o que há de mais moderno em termos de arquitetura e urbanismo. A música Tanhäuser, considerada uma das mais emblemáticas obras do compositor alemão Wilhelm Richard Wagner, compõe a trilha sonora. A composição também faz a ‘ponte’ entre o filme lançado em 2001 (na 1ª fase) e as versões atuais. Nas duas ocasiões, a adaptação musical foi coordenada pelo maestro Alexandre Lemos.

A campanha 2006/2007 demandou um investimento de R$ 300 mil, e foi toda pautada em cima do verbo “acreditar” – em soluções inovadoras, em bairros esquecidos que podem renascer, no enorme potencial da capital pernambucana e, principalmente, acreditar que, muito mais do que morar, é possível encontrar formas surpreendentes de viver essa cidade. Segundo os diretores da Moura Dubeux, o novo conceito funciona como síntese do modus operandi da Construtora, uma organização socialmente inovadora e empresarialmente bem sucedida. O trabalho também surpreende pela inovação, ao revelar, numa das versões do comercial, imagens que surgem quase como mágica, de prédios ainda em construção, mas que já se tornaram clássicos antes mesmo de serem concluídos. Os efeitos visuais foram possíveis graças a técnicas de computação gráfica. Alguns dos prédios que aparecem são as torres Píer Maurício de Nassau e Píer Duarte Coelho, no Cais de Santa Rita, e o Brennand Plaza, em Boa Viagem. O primeiro comercial da série está dividido em duas partes. A primeira mostra flagrantes do dia-a-dia do Recife que, apesar das belas paisagens, muitas vezes passam despercebidos pelos moradores. A segunda destaca alguns dos empreendimentos concluídos pela Moura Dubeux nos últimos seis anos, como o edifício Enseada da Barra, no Pina, e o Beach Class Resort e Suítes, em Muro Alto. O segundo VT é o que traz perspectivas dos edifícios, numa animação criada por computação gráfica. Já o terceiro filme é uma variação do anterior, com o acréscimo do serviço Facilit +, que oferece um conjunto de facilidades e recife antigo RECIFE MODERNO 75


Hall do Cine Box Guararapes durante o evento de lançamento. Abaixo, o público assiste aos filmes

opções de pagamento diferenciadas para os clientes. Há ainda uma versão mais curta, com 15 segundos, com foco em empreendimentos específicos, destacando um edifício de cada vez. A última peça é uma homenagem aos funcionários da empresa. Após vencer por três anos consecutivos (2004, 2005 e 2006) o Prêmio Recall de Marcas do Jornal do Commercio, este ano a Moura Dubeux Engenharia foi a única construtora do Nordeste a conquistar o título de uma das “100 Melhores Empresas para se Trabalhar 76 recife antigo RECIFE MODERNO

no País”, concedido pelo Great Place to Work Institute, publicado pela Revista Época (leia matéria nesta edição). Além disso, até o final do ano, terão sido realizadas 11 obras, praticamente uma por mês. Para agradecer a cada um de seus 1.898 colaboradores, a Moura Dubeux mostra, pela primeira vez num comercial de televisão, alguns de seus funcionários em plena atividade, reforçando que o bemestar de sua equipe é tão importante quanto a satisfação dos clientes e a garantia de qualidade dos materiais

utilizados em suas obras. Além dos quase dois mil postos de trabalho, a Moura Dubeux gera oito mil empregos indiretos. A primeira fase da estratégia de comunicação foi lançada em 2001, com o objetivo de reforçar a imagem da marca e posicionar seus empreendimentos e produtos no mercado. Foi a partir daí que surgiu o projeto “Recife Antigo, Recife Moderno”, cuja peça principal foi um filme, também para veiculação em TV e cinema, costurado pela mesma música Tanhäuser, e produzido em 35 mm. A propaganda mostrava construções antigas presentes na paisagem do Recife, em perfeita harmonia com obras modernas, assinadas pela Moura Dubeux. A campanha se consagrou, conquistando elevados índices de lembrança espontânea. Passou, então, a ser o eixo da comunicação da Moura Dubeux, com a incorporação definitiva do termo ‘Clássico’ às ações da Empresa. Neste caso, ‘Clássico’ denota alta qualidade, criatividade, bom gosto, originalidade e formas perfeitas. Além, ainda, de encerrar em si os conceitos de inovação e respeito ao meio ambiente. A partir desse comercial também surgiram a revista Recife Antigo Recife Moderno e os seis serviços exclusivos para os clientes da Moura Dubeux, todos com nomes em latim: Lex, Domus, Via Net, Facilit, Persona e Vox. Também durante as sessões de cinema foram anunciadas ações do Clube do Corretor Moura Dubeux e a reformulação do site da Construtora (www.mouradubeux.com.br), feita pela empresa Cartello. Na saída, todos os participantes receberam um brinde: uma simpática caixinha de chocolates personalizados com a marca da MD.


recife antigo RECIFE MODERNO 77


artigo

Tão Familiar Quanto Profissional Francisco Cunha Foto: Lila Rodrigues e Tânia Collier

E

xiste um preconceito disseminado em relação à empresa familiar como se o fato de ser familiar fosse demérito. Esse preconceito é infundado porque praticamente todas as empresas privadas ou foram, ou são ou um dia serão familiares. Por certo, as empresas de controle familiar têm problemas que as empresas de outro tipo não têm. E, aí, o importante não é procurar saber quem é “melhor” ou “pior”, mesmo porque cada qual tem as suas características particulares. O importante é destacar que, ao contrário do que o senso comum terminou consagrando, a empresa familiar não é nenhuma aberração que precisa ser “combatida” e “tratada” como se seu caráter “familiar” fosse uma doença. Em épocas de crise, inclusive, a capacidade de reação da empresa familiar costuma ser mais consistente do que a de uma não familiar por causa da junção da “força” da preservação da empresa com a “força” da preservação da família. A observação da realidade cotidiana das nossas empresas, em sua maioria

78 recife antigo RECIFE MODERNO

de origem familiar, de forma nenhuma confirma a tese da sua inferioridade. Existem muitas empresas familiares bem-sucedidas, assim como existem empresas não familiares malsucedidas. A chave do sucesso ou do fracasso de uma empresa está menos ligada ao fato de ela ser ou não familiar e mais à condição de ela ser ou não profissional.

A empresa familiar não é uma aberração que precisa ser “combatida” e “tratada” Existem empresas familiares que conseguem ser profissionalizadas mesmo com a permanência dos familiares nos postos de direção e, com isso, aumentam muito suas chances de sucesso. Por outro lado, existem empresas familiares que, mesmo atuando em negócios promissores, não conseguem sair do círculo de giz dos seus problemas e viram campo de batalha de disputas “fraternas”, às vezes mais ferozes do que se seus integrantes não fossem parentes.

O problema da empresa familiar é que, segundo as estatísticas mundiais, somente 30% das empresas bemsucedidas sob gestão do fundador sobrevivem à mudança para a segunda geração. Dessas, só metade passa da segunda para a terceira geração. Por causa disso, uma questãochave da empresa familiar (e quanto mais cedo for enfrentada melhor) é a passagem da primeira para a segunda geração (que não é instantânea e pode durar décadas), de cujo sucesso dependem a sobrevivência e o sucesso futuro. Trata-se, na prática, da passagem de uma empresa com unidade definida de comando - controle do(s) fundador(es) - para uma sociedade de pessoas (sejam irmãos, primos ou outro tipo de parente) que não tiveram a liberdade de se escolher como sócios. Daí a necessidade de abordar a questão de forma estruturada e profissional, com ânimos desarmados e muita disposição para negociar acordos viáveis. No tratamento estruturado da problemática da empresa familiar, uma distinção que precisa ser feita logo de partida é entre as


três “dimensões” da sua realidade, geralmente “misturadas” na primeira geração: a dimensão da família, a dimensão da propriedade e a dimensão da gestão. Cada uma delas requer abordagens conseqüentes e específicas. Por exemplo: uma pessoa pode pertencer à família, ser herdeiro (participar da propriedade), mas não fazer parte da gestão da empresa; ou participar da gestão da empresa (um diretor contratado), não pertencer à família nem partilhar da propriedade; ou ser sócio minoritário (participar da propriedade), mas não pertencer à família controladora e participar da gestão. E assim por diante, com inúmeras variações. Saber lidar adequadamente com essas três dimensões da realidade na qual está inserida a empresa familiar é o que tem diferenciado aquelas que conseguem fazer a passagem de geração no comando, prosperam e são bem-sucedidas. Um problema adicional de nossas empresas familiares é que elas são muito jovens. Pouquíssimas têm mais de 25 anos (o tempo, por definição, de uma geração) e, portanto, ainda estão, na sua maioria, sob a gestão dos fundadores ou de seus descendentes diretos. A partir daí é que começam a enfrentar, de fato, o problema da sucessão de gerações no comando. E este é, sem dúvida, um momento delicado. É não só possível como desejável (os exemplos não são poucos) profissionalizar as gestões familiares e enfrentar com êxito o problema da sua sobrevivência na passagem das gerações. A prática tem demonstrado que é importante tomar alguns cuidados para facilitar esse trabalho, tais como:

1. Desenhar e por em prática a estrutura de gestão da empresa (definindo com clareza as responsabilidades diretivas dos membros da família e dos gerentes e/ou diretores contratados). 2. Estabelecer os mecanismos precisos de tomada de decisões (estabelecendo a forma de decisão individual e coletiva, assim como a sistemática de reuniões de direção e de acompanhamento do desempenho financeiro e operacional da empresa).

Encaminhando corretamente essas questões, as chances de orientação adequada da gestão no caminho da profissionalização e, portanto, da sobrevivência competitiva aumentam bastante para o bem das próprias empresas e da economia da região e do país como um todo. Isso porque, antes de ser um estorvo, a empresa familiar é um patrimônio e uma força empreendedora que precisa ser preservada. Basta, para isso, ser bem tratada. Não é fácil mas é possível e necessário.

3. Caracterizar a remuneração (especificando e cumprindo à risca as retiradas de cada um, inclusive no que diz respeito à participação em lucros e/ou resultados). 4. Disciplinar a entrada de familiares na empresa (definindo bem claramente os critérios de entrada e/ou participação na empresa de todo tipo de parente, sobretudo cônjuges e filhos). 5. Ter um acordo firme para que a condição de familiar não represente privilégio (subordinando-se todos aos compromissos coletivamente assumidos). 6. Equacionar o processo sucessório (explicitando com clareza a participação acionária ou de cotas de cada membro da família, ainda que na forma de doação com usufruto vitalício dos doadores).

Francisco Cunha é diretor da TGI Consultoria em Gestão.

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ANDAMENTO DAS OBRAS

Entregue Out/06

03

Entregue Out/06

03

Miriam Dubeux | Boa Viagem

181

4 Qts / 4 Sts

03

Mar/07

04

Laura Caúla | Madalena

191

4 Qts / 4 Sts

03

Mar/07

05

Luiz Numeriano | Casa Forte

257

4 Qts / 4 Sts

03

Out/07

06

Dolores Moura | Av. Boa Viagem

137

3 Qts / 1 St

02

Out/07

07

Teresa Novaes | Av. Boa Viagem

255

4 Qts / 4 Sts

03 e 04

Out/07

08

Luiza Ramos | Boa Viagem

82

3 Qts / 1 St

02

Out/07

09

Alameda dos Flamboyants | Torreão

188

4 Qts / 4 Sts

03

Nov/07

10

Engenho Poeta | Caxangá

232

4 Qts / 4 Sts

04

Nov/07

11

Mário Saraiva | Boa Viagem

165

4 Qts / 2 Sts

02 e 03

Mar/08

12

Antônio Espíndola | Rosarinho

150

4 Qts / 2 Sts

02

Nov/08

13

Joanna Dhália | Boa Viagem

157 / 167

4 Qts / 4 Sts

02 e 03

Set/09

14

Engenho Madalena | Madalena

200

4 Qts / 4 Sts

03

Dez/08

15

Reginaldo Araújo | Av. Boa Viagem

241

4 Qts / 4 Sts

03

Dez/08

16

Brennand Plaza | Av. Boa Viagem

412

4 Qts / 4 Sts

05

Ago/09

17

Alameda dos Pinheiros | Boa Viagem

173

4 Qts / 4 Sts

02 e 03

Ago/09

18

Pier Maurício de Nassau | São José

247

4 Qts / 4 Sts

03

Out/09

19

Pier Duarte Coelho | São José

247

4 Qts / 4 Sts

03

Out/09

20

Alice Queiroz | Rosarinho

132

4 Qts / 2 Sts

02

Dez/09

21

Casa Rosada | Rosarinho

22

Morada dos Navegantes | Boa Viagem

23

A. Trajano | Av. Boa Viagem

Item

Nome

177

4 Qts / 4 Sts

03

Out/10

94/95/103

3 Qts / 1 St

02

Dez/08

233

3 Qts / 1 St

03

Jun/09

Área (m2)

Quartos/ Suítes

Vagas Garagem

Previsão de entrega

24

Enseada do Mar | Pina

160

4 Qts / 2 Sts

02 e 03

-

25

Maria Júlia | Pina

118

3 Qts / 1 St

02

-

26

Jardins do Capibaribe | Graças

185

4 Qts / 2 Sts

03

-

27

Clarice Roma | Boa Viagem

101

3 Qts / 1 St

02

-

80 recife antigo RECIFE MODERNO

Entrega

03

4 Qts / 4 Sts

Entrega

4 Qts / 4 Sts

234

Acabamento

234

Margarida Pontes | Casa Forte

Acabamento

Guilherme Pontes | Casa Forte

02

Alvenaria

01

Alvenaria

Previsão de entrega

Estrutura

Vagas Garagem

Estrutura

Quartos/ Suítes

Fundação

Área (m2)

Fundação

Nome

Início das obras

Item

Início das obras

Lançamentos«

Construção«

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recife antigo RECIFE MODERNO 81


82 recife antigo RECIFE MODERNO


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