Revista Plural - Edição 20

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2014 Samuel Oliveira e Álvaro Bezerra de Mello falam sobre os preparativos para a Copa SOLUÇÕES Voos internacionais para o Nordeste

da França

para o Recife Arquitetura europeia na capital pernambucana

HABITAÇÃO Parceria com a Caixa traz investimentos para a região DECORAÇÃO Dicas especiais para cinco ambientes





editorial

stockdale: uma lição para o Nordeste e o Brasil

Q

uando reunimos o conselho editorial para montagem do conteúdo desta edição, e analisamos o momento econômico mundial da última edição (final de 2008/primeiro trimestre de 2009) e comparamos com o cenário atual, e vimos que foi acertado, mesmo em meio a tantas manchetes de pessimismo mundial e “doutores catástrofes”, lembrar os diversos fatores e bases sólidas que fazem e se confirmam para o futuro econômico do Brasil, em especial do Nordeste. Esses acontecimentos recentes me fizeram lembrar um livro interessante do autor Jim Collins, hoje considerado o sucessor de Peter Drucker como grande pensador da área de negócios, sobre a história de um almirante americano, que ele chama de Paradoxo de Stockdale. O militar Jim Stockdale, uma figura da mais alta patente americana, foi torturado e viveu preso no campo de prisioneiros na Guerra do Vietnã durante oito anos. Segundo os ensinamentos do almirante, que sobreviveu e triunfou como o primeiro oficial da Marinha americana a receber as três principais estrelas de reconhecimento, o que diferencia as pessoas não é a presença ou ausência de dificuldades, e sim a forma como elas lidam com as inevitáveis dificuldades da vida. O que Collins chama de Paradoxo Stockdale vem a ser a capacidade de pessoas e instituições manterem a fé no êxito, ao mesmo tempo que lidam de forma realista com os fatos como eles se apresentam. Neste período, vimos o Governo Federal agir com medidas anticíclicas em todos os setores da economia, da redução de IPI dos automóveis ao programa habitacional. E ainda em 2009 vemos com muita satisfação as manchetes afirmarem que o mercado imobiliário brasileiro lidera a retomada do setor no mundo, e também pesquisas revelarem que o nosso mercado consumidor é o mais otimista.

Em pesquisa do Latin Painel divulgada em agosto, 63% dos brasileiros declararam que a crise teve pouco ou nenhum impacto sobre sua vida, sendo esta a visão mais positiva na América do Sul. Reportagem do jornal Valor em setembro chamou a atenção para a importância do mercado interno na retomada da economia, sobretudo no Nordeste. Para o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, a esta altura não resta dúvida: a região é protagonista de uma nova etapa do desenvolvimento nacional. Por outro lado, dados do Ministério da Fazenda informam que o país aplica apenas 2% do PIB no crédito imobiliário, enquanto o volume total de crédito nacional atinge 41% do PIB – ou seja, há muito espaço para crescimento no setor imobiliário, como tem frisado a presidente da Caixa. Nesta edição apresentamos nossa modesta contribuição para este contexto e o que já foi feito até este ponto do ano. Em especial, uma entrevista com a Presidente da Caixa Econômica Federal sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida, com dados e as metas específicas para a Região Nordeste, além do anúncio da parceria com a MD, que vai proporcionar investimentos e geração de emprego em grande parte da região, como Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Alagoas e Ceará. Outro destaque desta edição diz respeito à parceria firmada entre a MD Urbanismo, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes e o Governo de Pernambuco, que possibilitará a concretização da primeira Zona de Processamento de Exportação do Nordeste, localizada em Jaboatão. A ZPE Suape/Jaboatão ficará às margens da BR-101 Sul, no caminho para o Complexo de Suape, e dará competitividade às empresas da região, além de atrair empresas com atuação no mercado global. Trata-se de mais um bom exemplo de investimento público-privado com amplo rebatimento sobre o

desenvolvimento nordestino. Recente levantamento da consultoria Cushman & Wakefield indica que o preço dos aluguéis está em tendência de alta no Brasil. Segundo a pesquisa, somos disparadamente o país, dentro do grupo de países emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), com os aluguéis mais baratos. Assim sendo, duas opções de investimento despontam nesta edição da Plural: o Condomínio Logístico Galpões de Suape, a 10 quilômetros do Porto e a 15 quilômetros do Aeroporto dos Guararapes; e o International Trade Center, na Av. Antônio de Góes, numa área do Recife que se valoriza rapidamente como polo comercial de primeira linha. A escolha de quatro cidades nordestinas (Recife, Salvador, Natal e Fortaleza) entre as 12 que vão sediar a Copa de 2014 foi um fato marcante em 2009. Para analisar as oportunidades e os desafios que se descortinam desde já, trazemos duas entrevistas especiais sobre o assunto, com o secretário de Turismo do Recife, Samuel Oliveira, e com o presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Álvaro Bezerra de Mello. Assim como o militar americano se manteve confiante no futuro durante anos como prisioneiro de guerra, o Nordeste passou décadas como uma região de desempenho econômico contido, com crescimento abaixo da média nacional por um longo período, apesar das sementes lançadas em muitos Estados. Neste momento especial, em que várias dessas sementes encontram-se germinando, num contexto nacional favorável, a persistência típica do homem nordestino é recompensada. Sem temer as dificuldades, e com a coragem de apostar no sucesso, levamos ao pé da letra a lição de Stockdale: “Enfrentar a realidade nua e crua e ao mesmo tempo manter a fé inabalável de que a vitória chegará ao final”. Há muito ainda o que fazer, mas, no cenário pós-crise, o Brasil e o Nordeste parecem ter aprendido essa lição.

Marcos Roberto Dubeux


73 Ano 6 - Edição 19 - Outubro de 2009 A revista Plural é uma publicação semestral da Moura Dubeux Engenharia.

Sumário 08 História Urbana

MOURA DUBEUX ENGENHARIA Av. Domingos Ferreira, 467 Piso P2, 12º e 13º andares, Boa Viagem, Recife-PE. Fone: (81) 3087.8000 - www.mouradubeux.com.br

Traços característicos da arquitetura francesa integram a paisagem e a história do Recife

Diretoria Editorial Aluísio J. Moura Dubeux Gustavo J. Moura Dubeux Marcos J. Moura Dubeux Marcos Roberto Moura Dubeux

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Editor Geral Marcos Roberto Moura Dubeux mrd@mouradubeux.com.br Editor Executivo Fábio Lucas (DRT/PE 2428) fabiolucas@uol.com.br Coordenação e Atendimento Comercial Bruno Perrelli bruno@mouradubeux.com.br Coolaborador Editorial Marcos Alencar Textos Carlyle Paes Barreto, Cecília Dalla Nora, Fabiana Gonçalves, Fábio Lucas, Júlia Nogueira de Almeida, Mariana Costa Mendes, Mariana Miranda, Mariana Queiroga, Maíra Passos, Roberta Jungmann. Colaboradores desta edição Francisco Cunha Verônica Machado Projeto Gráfico Felipe Duque e G Design Comunicação Diagramação Felipe Duque Fotografia Agência Renata Victor, Fotografics, Tânia Collier, Verônica Machado, Joice Ribeiro, Carlos Pantaleão, Sergio Figueiredo, Rodrigo Bertoli, Wilton Marcelino, Peter Dejeborn, Germana Soares. Capa: Fotografics. Tradução para inglês James Dubeux Raffety Revisão Laércio Lutibergue e Solange Lutibergue Impressão Gráfica Flamar Tiragem 8 mil exemplares *Os artigos divulgados não refletem necessáriamente a opinião desta revista. **Os projetos imobiliários apresentados podem sofrer alterações após sua divulgação. A Plural foi feita pensando em você. Participe das próximas edições enviando suas críticas, sugestões e assuntos de seu interesse para o e-mail da nossa redação, o faleconosco@mouradubeux.com.br. Contamos com a sua colaboração.

Secretário Samuel Oliveira diz como a cultura e a Copa de 2014 estimulam o turismo na capital pernambucana

16 Soluções

Nordeste ganha novas rotas internacionais, que ampliam o fluxo de turistas e abrem perspectivas de negócios

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25 O Brasil na Vitrine

Álvaro Bezerra de Mello, presidente da ABIH nacional, e as boas perspectivas para a Copa de 2014

28 Cidade Moderna: Recife

Localização privilegiada em área de expansão empresarial acelerada é um diferencial do ITC

30 Artigo

Marcos Alencar escreve sobre a necessidade de saber defender e atacar nos momentos de crise

32 Cidade Moderna: Maceió

Solaris e Terrazzos levam a marca Vivex aos bairros do Poço e Farol

36 Relato de viagem

O Taj Mahal, o rio Ganges e Nova Déli pelas lentes e palavras de Verônica Machado

40 Cidade Moderna: Natal

Edifícios Moacyr Maia e Natal Brisa são lançados na capital potiguar

43 Gastronomia

O sabor contemporâneo da cozinha nordestina com tempero internacional

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46 Vinho

A sommelière Fabiana Gonçalves dá dicas de harmonização da bebida com o chocolate

50 Negócios

Condomínio Logístico Galpões de Suape, às margens da BR-101, será concluído em 2010

52 A ZPE de Suape Zona de Processamento de Exportação é lançada em Jaboatão dos Guararapes

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56 Estilo de vida

Roberto Leite, da Gráfica Flamar, está sempre em busca de novos empreendimentos

60 Decoração

Dicas de arquitetos renomados para cinco ambientes do apartamento

66 Tecnologia

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Evolution Shopping Park mostra como a inovação pode chegar ao canteiro de obras desde a fundação

70 Negócios

Estaleiro de lanchas Ecomariner aumenta produção de olho no mercado em crescimento

72 Habitação

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Parceria entre a Moura Dubeux e a Caixa traz R$ 200 milhões em investimentos para o NE

73 A Caixa do otimismo

Entrevista com a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho

76 Gestão Hoje Especial

Crescimento nordestino se mantém estável apesar da crise mundial

78 Andamento das Obras

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história urbana

traços da França embelezam o Recife Durante a celebração do Ano da França no Brasil, a capital pernambucana se destaca pela influência da arquitetura francesa Maíra Passos Fotos: Fotografics Agência Renata Victor e divulgação

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França influenciou o Brasil em diversos aspectos e, em 2009, uma série de eventos espalhados pelo território brasileiro comemora a mistura cultural entre esses dois países. É fácil identificar o país francês aqui, principalmente nos monumentos históricos. Mas 08 PLURAL

a influência também passa pelos campos da medicina, engenharia, sociologia e literatura. A maior presença da França no país ocorreu no século 19, devido à abertura dos portos, considerado o primeiro passo do Brasil rumo à globalização. E foi nessa época que houve a

transição da arquitetura colonial para uma arquitetura neoclássica, ou classicismo imperial. O professor de arquitetura Maurício Rocha, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), comenta que nesse período se adquiriram os modelos europeus,


particularmente franceses. “Portugal, por exemplo, enviou um grupo de artistas e pesquisadores ao Brasil para melhorar o país, visando dar ‘ares’ de modernidade”. Na verdade, desde que a família real portuguesa se transferiu para a colônia brasileira, em 1808, a cultura europeia passou a fazer parte ainda mais do cotidiano da sociedade local, acelerando o processo de modernização. As mudanças aconteceram tanto no campo da política como da cultura. “Mas as ideias inovadoras da França já vinham ao Brasil desde a Revolução Francesa ‘clandestinamente’, pois não havia a imprensa oficial na região”, explica a historiadora Rita de Cássia Araújo, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Mas, segundo a historiadora, foi em 1822, ano da Independência, que a modernidade despontou no Brasil. “Duas grandes nações europeias tinham influência direta no mais novo império: Inglaterra e França”. Dos ingleses vinha a tecnologia de ponta. Já os franceses aplicaram aqui a engenharia, arquitetura, medicina, literatura, culinária, vestuário, perfumes, política e teatro. As cidades portuárias mais influentes na época eram Rio de Janeiro, Salvador e Recife – foi a partir delas que a cultura europeia se difundiu por todo o território brasileiro.

Pouco depois, em 1940, a França trouxe novas idéias para Pernambuco com uma espécie de missão francesa. O então governador do Estado, Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista, contratou técnicos franceses de diversas especialidades, como o engenheiro e arquiteto Louis Vauthier, que deixou traços neoclássicos na construção de importantes monumentos históricos.

As ideias inovadoras da França já vinham ao Brasil desde a Revolução Francesa ‘clandestinamente’ A contribuição se deu em vários campos, como na melhoria das estradas do interior para a capital. “Com as estradas se aceleraria o transporte de mercadorias, que antes era somente feito através da navegação por rios”, comenta Rita de Cássia Araújo. Assim, era preciso uma reestruturação por causa da dinamização da economia açucareira. O lixo urbano e a construção de cemitérios também foram outras prioridades, além de obras de

infraestrutura pensadas pelo grupo de técnicos franceses. Do Marco Zero ao Santa Isabel – O Centro do Recife foi um dos lugares que receberam forte influência da arquitetura francesa. O Marco Zero é um dos pontos onde a semelhança com Paris é perceptível, com o formato das ruas se abrindo a partir de um ponto central. A avenida Rio Branco e a rua Marquês de Olinda originam-se no Marco Zero, num traçado muito semelhante ao traçado da capital francesa da época de Georges-Eugène Haussmann, conhecido como Barão Haussmann, responsável pela reforma urbana de Paris no século 19. O Mercado de São José – mais antigo edifício pré-fabricado de ferro no país, inaugurado em 7 de setembro de 1875, inspirado no Mercado de Grenelle, em Paris – é outro exemplo dessa influência. O prédio perdeu um pouco de sua arquitetura original após passar por reformas, quando foram colocados combogós de cimento, em substituição às venezianas originais

No Marco Zero, a disposição das ruas é semelhante a Paris

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A Ponte Princesa Isabel é exemplo da influência francesa

de madeira e vidro, mas a estrutura de ferro está intacta. O Palácio do Campo das Princesas, a Praça da República e o Palácio da Justiça também tiveram como base os traços utilizados na França. De acordo com a urbanista Virgínia Pontual, doutora e professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE, a arquitetura da época se baseava nos padrões retangulares, “predominando os traços retilíneos na horizontal”. Ela ressalta que esse modelo, chamado de classicismo imperial, entrou no Brasil através dos mobiliários – dos móveis das casas e repartições – e só depois o estilo se expandiu para a arquitetura e a engenharia. A Ponte Princesa Isabel, a Casa da Cultura, o Cemitério de Bom Jesus (atual Cemitério de Santo Amaro), a Casa do Arcebispo, a Academia Pernambucana de Letras (antiga mansão do Barão Rodrigues Mendes) e a antiga casa do Tribunal Regional Eleitoral, estas duas últimas localizadas na avenida Rui 10 PLURAL

Barbosa, foram também importantes construções com referências francesas. Ainda temos a Ponte Pênsil (Caxangá), os casarios da rua da Aurora e a reforma do antigo convento dos frades Oratorianos, transformado no edifício da Alfândega, que foram baseados em projetos de técnicos da França. Já o Teatro Santa Isabel foi uma das construções mais importantes do século 19 em Pernambuco, pois criou um novo hábito: a ida ao teatro. Assim a mudança não aconteceu somente na arquitetura, mas também na cultura geral da população. “A assimilação ocorreu também nos costumes, uma verdadeira aculturação francesa, longa e forte”, diz Maurício Rocha. O Santa Isabel, planejado por Louis Léger Vauthier, foi inaugurado em abril de 1869 e é hoje um dos 14 teatrosmonumento do país reconhecidos como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – título que ganhou em 1949. Sua história tem páginas repletas de óperas, dramas, concertos, comédias, torneios de oratória, solenidades cívicas e políticas, bailes, festas e jantares. O Santa Isabel foi durante muito

tempo o palco do Recife, em todos os aspectos: político, social e cultural. Ele foi construído pelo trabalho não escravo, uma inovação na época, e com recursos financeiros provenientes de loterias, da companhia de acionistas e do tesouro provincial. O teatro já passou por três reformas e tem agora sua arquitetura neoclássica do início do século 19 aliada a novos recursos tecnológicos implantados. Ainda não existe uma publicação científica específica sobre a influência francesa na arquitetura brasileira, mas há pesquisas dos dois países nessa área. Em outubro deste ano, acontecerá o Colóquio Internacional Interdisciplinar Louis Léger Vauthier, um engenheiro francês no Brasil. A realização é da UFPE, através do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU), a Fundaj, a Universidade Paris X (Nanterre, França) e a Universidade Rennes 2 (Haute Bretagne, França). Considerando a influência da França na formação cultural brasileira, tanto no campo técnico da engenharia como no da arquitetura e do urbanismo, serão promovidos, além do colóquio, exposições e lançamento de livro.


O legado de Vauthier O engenheiro e arquiteto francês Louis Vauthier chegou ao Recife no ano de 1840 e trouxe com ele as ideias de progresso e de reformas sociais que fervilhavam nas escolas de engenharia francesas. Foi pioneiro no uso de novas técnicas de construção e de novos materiais, como o ferro. Na funçao de chefe da Repartição de Obras Públicas realizou, além do planejamento de fornecimento de água potável, obras de engenharia sanitária, como aterros de mangues e alagados, construção de estradas, pontes e edificações públicas. O Teatro de Santa Isabel é uma das obras de destaque na cidade pensadas por Vauthier. O engenheiro e arquiteto introduziu novas técnicas de construção e materiais utilizados nos mercados públicos e na arquitetura de parques, jardins, pontes e teatros do final do século 19. Segundo Virgínia

Pontual, Vauthier fez uma ruptura nos padrões urbanísticos até então. “Ele introduziu as ideias socialistas e futuristas.” Outro feito de Vauthier foi o alargamento e alinhamento das ruas. “Infelizmente, esse projeto do engenheiro foi perdido e não temos nenhuma documentação sobre o plano”, explica a urbanista. E, mesmo após os franceses terem partido, muitos engenheiros e arquitetos recifenses foram influenciados pelas obras desse europeu, como o engenheiro militar e arquiteto José Tibúrcio. Um dos seus grandes projetos de forte caráter neoclássico foi a Assembleia Legislativa de Pernambuco, desenhada em 1870.

Monumentos históricos que fazem parte do cotidiano recifense: o Teatro Santa Isabel e a Assembleia Legislativa

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entrevista - Samuel Oliveira

o recife investe no turismo cultural Secretário municipal aponta elevação da qualidade dos serviços como meta da gestão e diz que até a Copa de 2014 a cidade receberá R$ 1 bilhão em novos hotéis Carlyle Paes Barreto Fotos: divulgação

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raias e mulheres bonitas. Quase sempre com poucas roupas. Essa era a imagem que o Brasil tinha no exterior até pouco tempo atrás. Agora, de forma integrada, o país está mudando o conceito, vendendo algo mais que praia, samba e mulatas. No Recife, a meta para os próximos quatro anos é incrementar o turismo de sol e mar, mas também centrar esforços na divulgação da cultura da capital pernambucana. O secretário municipal da pasta, Samuel Oliveira, projeta um boom no número de turistas, especialmente por causa da Copa do Mundo de 2014. Para ele, a cidade vai ganhar muito com a realização de jogos em sua Região Metropolitana. “Os jogos acontecerão em quatro ou cinco dias em São Lourenço e, durante o resto dos dias, o Recife será o polo de entretenimento dos turistas, que lotarão nossos hotéis”, aposta. Neste segundo semestre, a prioridade é melhorar a qualidade dos serviços. Será o primeiro passo para aumentar o número de visitantes. Em entrevista à Plural, Samuel Oliveira também fala sobre a integração do turismo no Nordeste e sobre a modernização da rede hoteleira na cidade. A Prefeitura do Recife decretou 2008 como o ano do turismo. Quais os dividendos dessa promoção? O Ano do Turismo no Recife mobilizou a cidade e provou que nós

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temos atrações para todos os gostos nos sete dias da semana. Acabamos com o mito de que no Recife não há o que fazer. Durante o projeto, executamos mais de 2,3 mil horas de música recifense. Foram 1,1 mil eventos no período, uma média de três por dia. Criamos oportunidade para mais de 1,5 mil artistas, entre músicos, passistas de frevo, dançarinos de diversos estilos e quadrilhas juninas. Aproximadamente 230 mil pessoas conferiram as atrações culturais. Dessa forma, posicionamos a cidade como um destino cultural com diversas opções de diversão para moradores e turistas. Aliás, em 2008, a Veja - O Melhor do Brasil classificou o Recife como o principal destino cultural da região devido ao seu rico patrimônio histórico e arquitetônico. Quais as metas para esta nova gestão? Lançaremos no segundo semestre um projeto cuja meta é a qualidade total. Para isso, efetuamos um planejamento com orçamento e ações para os próximos três anos. Pretendemos qualificar 30 mil profissionais até 2012. Estamos articulando parcerias com a iniciativa privada para que todos os funcionários dos estabelecimentos participem. Iniciamos a edição 2009 do Recife Te Quer, programa de premiação para agentes de viagens, agências e operadoras. Implantamos um novo critério de participação do programa, que vai de 1º de julho a 31 de dezembro. O diferencial são as metas estipuladas, o “Vendeu, Ganhou”, em que o que o agente de viagem vende de pacotes para o Recife é revertido em pontos e prêmios. Há várias faixas

de premiação. A ideia é que mais gente saia ganhando. Além disso, teremos a primeira plenária exclusiva do setor de turismo no Orçamento Participativo (OP). Qual a importância da participação no OP? Antes o turismo dividia as atenções com as ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Em 2008, o turismo ganhou mais força na plenária com o Ano do Turismo e a mobilização das comunidades e estudantes. Um dos projetos vencedores da plenária foi O Turismo na Comunidade. Sentimos a partir daí que a população já estava consciente da importância do turismo para a geração de emprego e renda. Dessa forma, envolvemos a sociedade com o turismo. O Estado vai sediar a Copa do Mundo de 2014, mas a arena deve ser construída em São Lourenço da Mata. Mesmo assim, como o Recife pode ganhar com o evento? Na Copa da Alemanha, Frankfurt, que é uma das mais ricas cidades

daquele país, teve apenas cinco jogos durante quase 30 dias do campeonato. Aqui no Recife não será diferente. Teremos o pré e o pós-Copa, momentos em que os turistas que estiverem em Pernambuco poderão conhecer os atrativos de nossa cidade, que será o principal polo de hospedagem para torcedores, jornalistas, dirigentes futebolísticos e formadores de opinião que circulam na Copa do Mundo. Os jogos acontecerão em quatro ou cinco dias em São Lourenço. No resto dos dias o Recife será o polo de entretenimento dos turistas, que lotarão nossos hotéis. Como a Prefeitura está se preparando? Dentro do planejamento que estamos traçando para a Copa, pretendemos apresentar os nossos produtos nessa vitrine incomparável. Não encaramos a Copa do Mundo apenas como um produto a ser vendido. É uma maravilhosa e gigantesca vitrine. Outro fato importante a ser lembrado é que a Copa é mais vista fora dos campos que nos estádios. Na Alemanha, PLURAL 13


Modernização da cadeia hoteleira deve duplicar sua capacidade até a copa de 2014

despedem da Copa nos primeiros 15 dias. Para onde irão seus torcedores após a derrota de suas seleções? Temos que ter uma política promocional agressiva para trazêlos para a cidade. A festa não acaba nos 15 primeiros dias. Será com um planejamento estruturado, pensando cada detalhe, que teremos sucesso na Copa.

três milhões de pessoas viram os jogos nos campos e 18 milhões de pessoas em telões espalhados pelas cidades. Há também a disputa por investimentos publicitários. As empresas, mesmo as que não estão na lista de patrocinadores oficiais da Fifa, usam a Copa para promover relacionamento com seus clientes, funcionários, vendedores. Podemos atrair essas ações promocionais para o Recife. Também estaremos na mídia nacional e internacional. Não esqueçamos que 16 países se 14 PLURAL

O senhor acredita que o Governo do Estado poderia ter definido o Recife como sede, apesar de as partidas serem em São Lourenço, como se faz em outras metrópoles que sediam grandes competições? Acho que cabe a nós recifenses também estimular a promoção de nossa principal marca. Temos que aproveitar cada espaço para promover o produto Recife. As marcas que promoveremos na Copa são decisivas. O nome da subsede pode aparecer dezenas de bilhões de vezes em TVs, jornais, sites, além de ser pronunciado em 200 idiomas, o que o tornará uma marca extremamente reconhecida. Além disso, a marca Recife é curta, fácil de ser pronunciada em qualquer idioma. A Embratur promove sistematicamente o Recife nas feiras internacionais. Essa é uma estratégia de sustentação da marca. Quem não lembra que o Brasil jogou na Copa de 70 em Guadalajara? Quase 40 anos depois a marca sobrevive. Esse é o único aspecto que queremos firmar. É difícil fazer uma parceria com algumas das capitais do Nordeste, como um destino integrado? Esse é o nosso desejo, inclusive com a proximidade da Copa, em que teremos a duplicação da BR-101 e uma grande circulação de pessoas

pelas subsedes de Natal, Fortaleza e Salvador. As obras em direção a João Pessoa também estão em andamento, o que vai facilitar muito a mobilidade entre a capital paraibana e o Recife. Qual a principal imagem do Recife em outros países? Sol, mar e cultura. Além do verão e das praias, agregamos a cultura como o grande diferencial perante os demais destinos nordestinos. Nossa principal marca é o turismo cultural, graças a uma diversidade de influências que estimulou a produção artística e é evidenciada nas nossas principais festas, como o Carnaval e o São João. Sem dúvida, nossa marca internacional é o nosso Carnaval de rua, descentralizado, espontâneo e gratuito. O Galo da Madrugada, por exemplo, tem apelo internacional, sendo até registrado no Livro dos Recordes, o que nos trouxe ainda mais visibilidade. Além disso, temos nossa rica gastronomia, que tem feito sucesso nos eventos de que participamos, inclusive no exterior. Vale lembrar que o Recife é o maior polo gastronômico do Nordeste e o terceiro do Brasil. Como está a internacionalização da venda do destino Recife? Como mencionei, a Embratur, em parceria com a Secretaria de Turismo do Recife, promove o Recife nas principais feiras e eventos internacionais de turismo do mundo. Além disso, estamos planejando para este ano uma ação em Lisboa para lançamento do Carnaval 2010. Como fazer para melhorar o turismo interno? Como o recifense pode dar mais valor aos pontos


Um hotel da rede Ibis será construído em Recife

turísticos locais? Esse é um trabalho que temos realizado gradativamente como forma de aumentar a autoestima do recifense, mostrando os diversos atrativos internos e estimulandoos a conferir nossas autênticas atrações locais através de projetos de promoção dos mercados públicos, de circuitos como o da Poesia, Burle Marx, o Recife Holandês, entre tantos outros. Um dos projetos que realizamos para estimular o recifense a conhecer a cidade é o Recife Receptivo, que capacitou cerca de cinco mil profissionais, entre garçons, camareiras e barraqueiros da orla. Retratamos toda a potencialidade da cidade e apresentamos os principais pontos turísticos em visitas técnicas com city tour pelo Recife. A ideia é que os profissionais do setor possam indicar os passeios aos turistas em conversas informais, de modo que cada trabalhador do segmento seja um promotor da cidade. Outro projeto que contribuiu para incrementar o turismo interno é o Recife Praticante, voltado a estimular o recifense a viver a sua cidade, consumindo e divulgando os produtos e serviços turísticos, de modo a assegurar a sustentabilidade e a ampliação dos produtos no mercado. A falta de limpeza urbana no Recife, a ausência de sinalização eficiente e a falta de educação da própria população são os principais obstáculos para o incremento do turismo na capital pernambucana? Em recentes pesquisas realizadas com a parceria da iniciativa privada e de universidades locais, descobrimos que tais questões não afetam o turismo na nossa cidade. Isso porque

o Recife conquista pela simpatia dos recifenses, pelo aconchego que os turistas encontram quando por aqui aterrissam, pelo atendimento cordial. A questão da sinalização já estamos trabalhando com a implantação de placas de sinalização e o lançamento de um novo mapa turístico do Recife, com distribuição de mais de 200 mil exemplares em postos de informações, hotéis e no aeroporto, em parceria com o Shopping Recife.

São esperados investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão na construção de novos hotéis Para isso, fizemos pesquisa em 87 mapas de cidades turísticas de todo o mundo. Com ele, pode-se facilmente encontrar museus, teatros, bares, restaurantes, campos de futebol, hotéis, igrejas, hospitais, feiras, mercados públicos, centros de compras, locais para mergulho e passeios na cidade. Além disso, temos convênios com o Ministério do Turismo para a sinalização dos principais equipamentos turísticos com placas interpretativas, direcionais, de rua e painéis com mapas, seguindo um padrão internacional. No total, estão sendo investidos cerca de R$ 2 milhões.

Alguns dos principais hotéis de Boa Viagem foram ou estão sendo vendidos a construtoras para se transformar em prédios residenciais. Isso prejudica o turismo? Não. A recuperação da cadeia hoteleira já é uma realidade com novos empreendimentos das redes Ibis, Beach Class e da própria Moura Dubeux. Além disso, já ocorre a recuperação da rentabilidade dos equipamentos, pois os hoteleiros conseguiram melhorar o valor da tarifa. Observamos também um aumento da permanência e da qualidade da ocupação dos turistas. Até 2014, ano da Copa, nossa expectativa é que a oferta hoteleira duplique na cidade com os novos empreendimentos. São esperados investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão na construção de novos hotéis. O melhor é que teremos nossa rede totalmente modernizada, despontando novamente no cenário nacional e principalmente nordestino como uma das cidades mais modernas no quesito hotelaria. Além disso, vivemos um dos momentos mais positivos para a cadeia hoteleira. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco (ABIH-PE) tem registrado cerca de 80% de ocupação, com o maior gasto médio do Nordeste, girando em torno de R$ 250. Nos últimos dois anos, foram aplicados aproximadamente R$ 100 milhões em investimentos. PLURAL 15


soluções

nordeste na rota do turismo internacional Desembarques estrangeiros devem crescer 25% ao ano, impulsionando novos negócios Fabiana Gonçalves Fotos: Joice Ribeiro, Carlos Pantaleão, Sergio Figueiredo, Rodrigo Bertoli e divulgação

V

iajar para o exterior partindo do Nordeste está cada vez mais fácil. Quem frequenta os aeroportos da região deve ter percebido, nos últimos tempos, uma maior movimentação de voos internacionais. Só no Recife, duas novas companhias aéreas norteamericanas passaram a operar no Aeroporto Internacional dos Guararapes-Gilberto Freyre. Os 16 PLURAL

voos para Miami e Atlanta, iniciados desde o final do ano passado pela American e pela Delta Airlines, respectivamente, devem representar, segundo o Governo de Pernambuco, um incremento anual de 25% no número de turistas internacionais que chegam a Pernambuco. Além do Recife, a American Airlines está operando em Salvador, com voo para Miami. Já a Delta Airlines

contempla a capital baiana e Fortaleza, no Ceará, ligando-as à cidade de Atlanta. “Os novos voos consolidam o Nordeste como um importante portão de entrada para o turista estrangeiro”, afirma Emília Silva, presidente da Bahiatursa, órgão oficial de turismo da Bahia. No início deste ano, representantes da Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Amazonas se reuniram


Silvio Costa Filho e Wellington Santos

com membros da Embratur, em Brasília, para apresentar ações com o objetivo de reforçar a promoção de roteiros conjuntos brasileiros nas principais cidades norteamericanas. “Os roteiros integrados são fundamentais para apresentar o Brasil. Uma ação em conjunto passa uma imagem positiva para o mercado internacional”, diz ela. Para o secretário de Turismo de Pernambuco, Sílvio Costa Filho, a operação dos novos voos vindos do exterior tem um grande significado. “Há vários tipos de público nos Estados Unidos e cidades como Miami, Atlanta e Nova Iorque estão entre os maiores portões de embarque e desembarque do mundo. Ter duas companhias norte-americanas operando em Pernambuco é um desafio para qualquer gestor, porque as cobranças são imensas”, comenta. Por outro lado, segundo ele, o fato representa uma conquista significativa, chamando para o Estado a atenção de toda a cadeia turística nacional e internacional. De acordo com estatísticas da Empetur, no último mês de maio, do total de estrangeiros desembarcados no Recife, 17,2% representava o mercado norteamericano. O superintendente do Aeroporto Internacional dos GuararapesGilberto Freyre, Wellington Santos, afirma que o trade turístico tem feito a sua parte na atração de voos e deve voltar os esforços para a Espanha, complementando as rotas oferecidas nos aeroportos que não contam com esse destino. Para ele, o início das operações da American Airlines ligando cinco dias por semana Salvador e o Recife a Miami e da Delta Airlines, com três voos exclusivos por semana de Recife e Fortaleza para Atlanta, tornou o ano de 2008 muito promissor. “A Condor iniciou em maio voos vindos de

Frankfurt uma vez por semana para o Recife e a TAM ampliou suas opções de destinos com um voo diário partindo do Recife para Buenos Aires. Este é o ano da consolidação desses voos”, comemorou. Para o segundo semestre, é esperada uma nova rota para a América do Sul, do Recife a Lima, de acordo com o cônsul honorário do Peru para o Nordeste, Pedro Alberto Rodriguez. As novas linhas também passam a ser uma oportunidade para firmar o Nordeste na rota dos destinos turísticos e de negócios do Brasil. Com a inclusão das três novas cidades brasileiras na rede da American Airlines (Belo Horizonte também foi contemplada com um voo direto para Miami), a empresa se firma como a companhia aérea líder nos Estados Unidos em operações para a América Latina, com o total de 27 diferentes destinos. “Voar para o Nordeste brasileiro é a realização de um antigo desejo da American Airlines”, afirmou Frances Pina, gerente de vendas da American Airlines para o Rio de Janeiro e Nordeste. O primeiro passo da companhia nesse sentido foi pôr um funcionário em Salvador, em 1996, com o objetivo de se aproximar do trade turístico local. Hoje, o voo diário que liga o Recife e Salvador a Miami possui aproveitamento superior a 65% (número referente a janeiro e fevereiro). Bons números - Segundo a Infraero, a capital baiana ficou em primeiro lugar na movimentação internacional de passageiros em 2008 no Nordeste, embarcando e desembarcando 385.602 pessoas. Fortaleza veio em seguida, com 242.908 viajantes. O Recife ocupou o terceiro lugar no ranking, com 219.426 pessoas. Os números totais, incluindo as capitais do Rio Grande do Norte e Alagoas, chegaram a 1.034.842 passageiros

- o que significa uma parcela de 8% nos números de toda a rede de aeroportos operados pela Infraero no país. No último mês de janeiro, época de alta estação no Brasil, as posições foram mantidas. Salvador embarcou e desembarcou 40.428 passageiros internacionais, acompanhada por Fortaleza (27.266), Recife (26.349) e Natal (17.577). As negociações para a retomada de uma ligação direta, após dez anos, entre o Recife e os Estados Unidos foram anunciadas pelo embaixador norte-americano no Brasil, Clifford Sobel, em julho de 2008. Com a PLURAL 17


Aeroporto Internacional do Recife Gilberto Freyre

concretização das novas operações, a Câmara Americana de Comércio (Amcham) promoveu uma missão, juntamente com a Secretaria de Turismo e da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), levando para Miami, via American Airlines, uma comitiva de mais de 20 empresários e executivos com negócios em Pernambuco. A mobilização foi baseada na divulgação dos benefícios que uma ligação direta para os Estados Unidos poderia trazer para a economia do Estado. “O país norteamericano foi o principal parceiro comercial do Brasil. Exportamos em 2008 para eles cerca de US$ 27 bilhões em produtos e compramos outros US$ 26 bilhões”, informou Paulina Sarubbi, gerente regional da Câmara Americana de Comércio no Recife (Amcham-Recife). De acordo com Paulina, a missão teve um caráter institucional e o objetivo principal foi aproximar os executivos e empresários do Estado com o mercado econômico dos Estados Unidos. “Vamos apoiar e 18 PLURAL

auxiliar as tentativas da Secretaria de Turismo de prospecção de redes hoteleiras americanas para o Estado, já que a ligação direta com os Estados Unidos pode despertar o interesse dessas empresas de investir na construção de novos hotéis em Pernambuco”, disse ela. Uma questão antiga e preocupante ainda é a falta de infraestrutura adequada na região para receber o turismo. As administrações públicas e o empresariado vêm despendendo esforços para que o visitante sinta-se bem durante sua estada no Nordeste.

Pernambuco deverá investir R$ 500 milhões em infraestrutura e R$ 80 milhões na promoção dos seus destinos. Em Pernambuco, por exemplo, existe uma mobilização para solucionar o problema. “Já investimos quase R$ 80 milhões em obras de infraestrutura no litoral, via Prodetur II. Asseguramos

mais US$ 125 milhões para obras, beneficiando as quatro mesoregiões de Pernambuco. Com esses recursos vamos construir novas estradas, recuperar parte do patrimônio histórico, melhorar os acessos, sinalizar os pontos de visitação e qualificar mão de obra”, diz o secretário Sílvio Costa Filho. “Estamos atraindo mais empreendimentos, pois as grandes empresas reivindicam o mínimo de estrutura para fazer suas instalações num destino. Temos três grandes resorts em fase de construção e, com o anúncio das sedes da Copa acredito que mais empresários vão manifestar interesse em investir aqui”, completa. O secretário ainda afirmou que o governo vem se esforçando para profissionalizar suas ações, equilibrando os recursos de maneira racional. “Estamos divulgando Pernambuco como um cenário de grandes e diversificadas belezas naturais, porque queremos atrair mais um tipo de público, além de reforçar a imagem de nação cultural. Isso, claro, aliado à boa imagem que o Brasil passou a desfrutar no exterior”, disse Sílvio Costa Filho.


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MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE PASSAGEIROS EM 2008 Fortaleza..............................242.908 Maceió.....................................22.793 Natal.........................................164.113 Recife.....................................219.426 Salvador..............................385.602 Total do Nordeste: 1.034.842 Total da Rede Infraero: 13.281.286 Participação do NE no total da Rede: 8%

Copa de 2014 – Com as cidades de Fortaleza, Natal, Salvador e Recife (São Lourenco da Mata) escolhidas para serem subsedes da Copa de Mundo de Futebol de 2014, o Nordeste deverá figurar dentro em breve na “vitrine” do turismo internacional. Mais de 15 mil jornalistas irão divulgar em todo o mundo não só os jogos mas também os destinos por onde passarão as delegações. Estima-se que apenas no mês do evento haja um incremento de 500 mil turistas no fluxo nacional. “As experiências de outros países nos mostram que o incremento turístico para quem recebe um Mundial é de pelo menos 15%, além de toda a exposição na mídia destes locais”, afirmou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, após o anúncio oficial da FIFA. O Estado deverá investir R$ 500 milhões em infraestrutura e R$ 80 milhões na promoção dos destinos pernambucanos. “Grandes grupos hoteleiros estão interessados em investir na nossa região, o que indica a criação de diversas oportunidades de trabalho”, disse o secretário Sílvio Costa Filho. Para isso, 50 mil profissionais deverão ser capacitados em Pernambuco para receber bem os turistas durante a competição. Bons aeroportos - Segundo o superintendente do Aeroporto Internacional dos GuararapesGilberto Freyre, a Região Nordeste 20 PLURAL

é privilegiada com relação à infraestrutura aeroportuária. “As principais portas de entrada da região, o Recife e Salvador, possuem terminais modernos e que atendem com ótimo nível de conforto a essa demanda em crescimento.” Mas, além disso, continua ele, “a Infraero trabalha ininterruptamente para manter o nível de conforto dos passageiros, cuidando de detalhes que às vezes não aparecem para o grande público, porém fazem a diferença para quem utiliza os serviços”. Ele cita como exemplo os fraldários, com itens de higiene e limpeza para crianças, ou ainda o serviço de Perdidos e Achados, onde os pertences deixados nos terminais de passageiros ficam guardados em segurança, aguardando pelos proprietários (se estão identificados, o setor mantém contato para a devolução).

Estima-se que apenas no mês da Copa haja um incremento de 500 mil turistas no fluxo nacional. “Nessa busca de excelência, são realizados investimentos, agregada tecnologia de ponta, treinadas as equipes e realizadas manutenções preventivas e corretivas - todo

um trabalho de bastidores que é realizado e o passageiro nem percebe, quando despacha suas malas com conforto nos check-ins das companhias aéreas, utiliza os espaços de lojas e alimentação, desfrutando de opções de compra disponíveis a partir de um mix cuidadosamente estudado pela área comercial da empresa, podendo embarcar e desembarcar em segurança e sem transtornos”, diz Wellington Santos. A mais nova realização da Infraero no Aeroporto dos Guararapes é a construção da segunda etapa do conector do terminal de passageiros, que permitirá a instalação de mais quatro pontes de embarque. A obra conta com recursos no valor de R$ 8,75 milhões, incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Ao final dos trabalhos, que estão previstos para durar 15 meses, o aeroporto passará a contar com um total de 11 pontes para operações de embarque/ desembarque, oferecendo mais conforto e segurança aos viajantes nos horários de pico e reduzindo o número de operações que necessitam do apoio de ônibus para o transporte dos passageiros no pátio de manobras das aeronaves. Bons negócios - Mesmo com as deficiências existentes na região, as companhias internacionais têm visto o mercado nordestino com


Paulina Sarubbi, gerente regional da AMCHAM-Recife

bons olhos. “O potencial turístico do Nordeste é inquestionável, com recursos naturais de rara beleza. Acompanhamos também o desenvolvimento na área industrial e de combustíveis na região com muito otimismo”, assinala Frances Pina, da American Airlines. Já a Amcham tem feito um trabalho no auxílio do processo de internacionalização de empresas instaladas no Estado, especialmente para as interessadas em inserir seus produtos e serviços no mercado norte-americano. O Departamento de Comércio Exterior da câmara vem fornecendo informações sobre o segmento de alimentação para o Grupo Bonaparte, rede pernambucana de restaurantes e franquias de fast-food, que deve abrir até o fim deste ano duas unidades nos Estados Unidos. Outra empresa do local que contou com auxílio da Amcham no processo de internacionalização foi a Hebron Farmacêutica. “Com nosso apoio técnico, eles finalizaram no fim de 2008 o processo de abertura jurídica da Hebron USA”, comentou Paulina Sarubbi. A perspectiva do laboratório farmacêutico é ter 20% do faturamento advindo de exportações. Segundo a Amcham, Pernambuco estava carente de conexões diretas com países de importância econômica e turística. “Os Estados Unidos são o maior mercado consumidor do mundo e o turista americano possui um gasto médio superior ao do europeu. Enquanto a média geral de gastos por dia de turistas fica entre R$ 165 e R$ 180, um americano tem média de gasto de R$ 210 por dia. Portanto, uma conexão direta com esse país traz impactos positivos ao trade turístico e também grandes possibilidades de negócios entre os dois mercados”, garante Paulina Sarubbi.

the Route to International Travel Departs from the Northeast International Departures should increase 25% annually in Pernambuco, stimulating new businesses and industries

I

nternational Travel to and from the Northeast of Brazil has never been easier. Those that frequent the Northeast´s regional airports should have noticed an increase in international flights. In Recife alone, Delta and American Airlines have begun operating new flights with direct routes from Atlanta and Miami. These new flights, according to the State of Pernambuco, represent an increase of 25% in the number of tourists arriving to Pernambuco. In addition to Recife, American Airlines operates a direct flight from Salvador to Miami, and Delta is preparing direct flights from its Atlanta hub to Salvador and Fortaleza. “The new flights consolidate the Northeast region as an important gateway for foreign tourists,” affirms Emília Silva, president of Bahiatursa, the official tourism organization of the State of Bahia. Early

this year, representatives of Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, and Amazonas met with members of Embratur, in Brasilia, to present new proposals with the objective of strengthening the promotion of new routes linking Brazilian cities with important North American hubs. According to Emília Silva, “Integrated international routes are fundamental for representing Brazil. Acting as a partnership representing several states provides a positive image for the international market.” For Sílvio Costa Filho, Tourism Secretary of Pernambuco, the operation of new international flights will have a large impact on the region because “the travelers on these flights are very diverse as a result of cities like Miami, Atlanta, and New York being among the largest hubs for international travel around the world. Having two international airlines of such a large caliber challenges every sector as the expectations are tremendous.” On the other hand, establishing these international flights represents a significant achievement of which the state must continue to pay close attention to the relationships of international and national tourism. The Superintendent of the Recife/

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Natal, Rio Grande do Norte

Guararapes Gilberto Freyre International Airport, Wellington Santos, affirms that “the strength of the tourism trade contributed significantly in attracting international flights and should continue its efforts to develop flights to Spain, complementing other airports that currently do not offer routes to Spain. The start of American Airlines´ flight schedule linking Salvador and Recife to Miami daily and Delta´s flight schedule linking Salvador and Recife to Atlanta four times a week, made 2008 a very promising year. “In may, Condor airlines started flights from Frankfurt to Recife once a week and TAM expanded their destination options with a daily flight to Buenas Aires departing from Recife. This is the year to solidify international travel departing from Recife.” For the second half of the year, there are hopes for a new flight for South America, linking Recife and Lima, in accordance with the arrival of the honorary Peruvian Consul to the Northeast, Pedro Alberto Rodriguez. The new flights promise an

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opportunity to strengthen the Northeast as a destination for Tourism and Business in Brazil. With the addition of the three new Brazilian cities to American Airlines´network, Belo Horizonte was also considered as a direct flight to Miami, the company strengthens its influence in the region as the leading American airline with operations in Latin America, with twenty-seven different destinations. “Flying to the Brazilian Northeast has always been one of American Airlines´goals,” affirmed Frances Pina, American Airlines sales manager for Rio de Janeiro and the Northeast. The first step to accomplish this was establish an office in Salvador in 1996, with the interest of tapping into the local tourism industry. Today, the flight connecting Recife, Salvador, and Miami has a booking rate of 65%, based on figures from January and February. Promising Statistics - According to Infraero, the Brazilian Aviation regulatory

agency, in 2008 the capital of Bahia was first in terms of the traffic of international passengers, disembarking 385,602 passengers. Fortaleza was second with 249,908 passengers, and Recife was third with 219,426 passengers. The total figure for the Northeast, including passengers from the capital cities of Rio Grande do Norte and Alagoas reached 1,034,842 passengers, representing 8% of the total number of international passengers disembarking in Brazil. For this past January, the peak of tourism for the Northeast, the rankings remained consistent with Salvador embarking and disembarking 40,428 passengers, Fortaleza with 27,266, Recife with 26,349, and Natal with 17,577. The negotiations to resume the direct link, after ten years, between Recife and the United States were announced by US Ambassador Clifford Sobel, in July of 2008. With the realization of the new operations, the American Chamber of Commerce, AMCHAM, with the Secretary of Tourism of Pernambuco and the Pernambuco Tourism Enterprise (Empetur), has set a goal of taking twenty business representatives and executives with American business relationships to the United States. The goal is based on the potential benefits of strengthening business ties between Pernambuco and the United States. “In 2008 Brazilian exports to the US totaled $27 billion and Brazilian imports from the US totaled $26 billion,” informed Paulina Sarubbi, Regional manager of the American Chamber of Commerce in Recife (AMCHAM- Recife). According to Paulina, the mission´s interests were at the institutional level, and the principal objective was to introduce business executives from the state with the economic market of the United States. “We will support the interests of the Secretary of Tourism in proposing new American hotel networks for the state, now that the direct international link to Pernambuco could spark new interests in investments in construction of new Hotels in Pernambuco,” she said. A worrying and typical concern is the lacking infrastructure in the region appropriate for hosting international tourists. But public administrators and businesses are spending a great deal of effort to make visitors feel welcome during their stay in the Northeast. In Pernambuco, for example, there


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passengers during peak hours and reducing the need to attend to some passengers using busses to meet passengers on the tarmac beside the terminal.

has been a lot of effort and progress in addressing these concerns. “We have already invested almost R$80 million in infrastructure projects along the coast. We have secured an additional US$ 125 million for projects benefitting the four main tourist regions of Pernambuco. With these resources we will build new roads, recover historical sites, improve access, improve signage for popular visiting destinations, and improve the quality of construction of the projects,” says Secretary Silvio Costa Filho. “We are attracting more enterprises as the largest enterprises emphasize a minimum level of infrastructure before moving to a new location. We have three large resorts being constructed and the announcement Pernambuco as one of the host sites for the 2014 World Cup, I believe more companies will manifest their interests in investing here.” The secretary also affirmed that the government continues to work to develop the professionalism of their actions, balancing resources in a rational manner. “We are promoting Pernambuco´s grand and diverse natural beauty because we want to attract an additional group of tourists, in addition to promoting the image of a nation of culture. This, of course, in alliance with the positive image Brazil posses abroad,” said Silvio Costa Filho.

for people using the services.” For example, family restrooms with personal hygiene products for children, and the lost and found service for items left at the terminal so that they can be stored securely, if the owner was not able to be identified and contacted, make a great difference for passengers. In this search for excellence, investments are realized, technology kept up to date, teams are trained, and corrective and preventative maintenance completed. All of this is accomplished without the passenger noticing while checking in their baggage at airline ticket counters, utilizing the retail and dining space, enjoying a great diversity of options for shopping carefully selected after extensive research, and embarking and disembarking safely, all without confusion,” said Wellington Santos.

Modern Airports - According the superintendent of the Gilberto Freyre Airport of Recife/Guararapes, the Northeast region has a very developed airport infrastructure. “The principal gateways to the region, Recife and Salvador, possess modern terminals capable of catering to this growing demand.” Beyond this, “Infraero works continuously to maintain the comfort level of passengers, taking care of details that are not apparent to the general public but make a difference

The newest project of Infraero is the construction of the second stage of the connection of the passenger terminal, which will allow for the installation of an additional four embarking gates. The project relies on resources of R$ 8,75 million, included in the Federal Government´s Accelerated Growth Program(PAC). Upon completion of the construction, expected to last fifteen months, the airport will have eleven gates for embarking and disembarking, offering more comfort and security for

24 PLURAL

In 2008 Brazilian exports to the US totaled $27 billion and Brazilian imports from the US totaled $26 billion

Business Opportunities - Even with existing challenges in the region, international companies view the Northeast region with optimism. “The potential tourism to the Northeast is unquestionable, with its natural resources and beauty. We are also following the developments of industry and bio-fuels in the region with great optimism,” said Frances Pina of American Airlines. Amcham has already begun working to assist in the internationalization of businesses located in the state, especially those with a desire to launch their products and services in the North American market. The Department of Exterior Commerce of the Chamber has supplied information regarding the food industry to the Bonaparte Group, a network of fast food restaurants in Pernambuco that hopes to open two locations in the United States by the end of the year. Another company that received assistance from Amcham in the process of internationalizing themselves is Hebron Pharmaceuticals. “With our technical assistance in 2008, they finalized the legal process of incorporating Hebron USA,” commented Paulina Sarubbi. The goal of the pharmaceutical laboratory is for 20% of their supply be for export. According to Amcham, Pernambuco was aware of the importance of direct connections with countries of economic and tourism importance. “The United States is the largest consumer market in the world and the American tourist possesses a greater disposable income for tourism then European tourists. While the average daily amount spent by tourists is between R$ 165 to R$180, an American spends on average R$210 per day. As a result, a direct connection with the United States brings many positive impacts to the tourism industry and great business opportunities for both markets, guarantees Paulina Sarubbi.


entrevista - Álvaro Bezerra de Mello

a extraordinária vitrine da Copa A infraestrutura é um desafio, mas o Nordeste poderá sair de 2014 como o portão de entrada para o Brasil Fábio Lucas Fotos: divulgação

P

residente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e do Conselho de Administração do Grupo Othon, o pernambucano Álvaro Bezerra de Mello esteve recentemente em Frankfurt, na Alemanha, para ouvir uma série de palestras e colher informações sobre a experiência daquele país, que sediou a Copa do Mundo de Futebol em 2006. Nesta entrevista, ele diz quais os principais problemas que o Brasil deverá enfrentar até 2014 e ressalta como o evento é de suma importância para o Nordeste. A Copa do Brasil em 2014 será muito diferente da Alemanha 2006? Há grandes diferenças, mas poderemos aplicar no Brasil soluções parecidas. A maior diferença é que a Alemanha está no meio da Europa. As pessoas podiam ir de manhã e voltar à noite, partindo da Inglaterra, da França, da Itália. Era fácil fazer a locomoção nos dias dos jogos dos seus países. Por isso o turista típico daquela Copa foi o turista homem PLURAL 25


de 40 anos. Acredito que para cá venham mais famílias. E para nós a questão da distância poderá ser algo bom. As pessoas vêm de longe e vão ter que ficar mais tempo. Será o momento de conhecer o Brasil. Qual o maior atrativo de uma Copa do Mundo? O fato de ter 500 milhões de espectadores de todo o planeta. É uma vitrine maravilhosa para as nossas cidades. Como pernambucano, estou muito feliz porque o Recife também sedeará o evento. Será uma exposição sensacional para o país e principalmente para as nossas 12 cidades que funcionarão como sede. Como o Recife e as demais sedes devem se preparar? Quando forem definidos os times que virão, alguns meses antes, cada cidade deve tentar pegar aqueles que têm possibilidade de ficar mais tempo. Ou um que está com muita chance de ganhar. Foi o que ocorreu na Alemanha. Colônia fez um esforço para hospedar o Brasil porque esperava que ele ficasse muito tempo. Por exemplo, uma coisa óbvia que estou vendo: se o Japão entrar, São Paulo deve tentar pegar o Japão, por causa da colônia japonesa que tem lá. As cidades vizinhas também podem se beneficiar? Cidades como Maceió e João Pessoa devem investir na atração das seleções no período em que 26 PLURAL

os times estão se preparando para a competição, na chamada prétemporada. Essas cidades também saem muito na TV. Lembre como os brasileiros conheceram a pequena cidade suíça de Weggis, onde a seleção fez sua preparação para a Copa de 2006. Como é o turista que vai à Copa do Mundo? É um turista louco por futebol. Por isso, se somente 40 mil pessoas podem ir ao estádio, é preciso pôr telões do lado de fora, como fizeram em Frankfurt. Colocaram um telão enorme no meio do rio. As margens lotaram de pessoas. No Recife, podese fazer o mesmo na praia de Boa Viagem, e no Rio, em Copacabana.

Tem que haver metrô até a 500 metros do estádio, se possível Em termos de acomodação, o Brasil está preparado? Como presidente da ABIH, essa é a minha maior preocupação. No Rio de Janeiro, falta hotel, mas não quero que construam 20 mil quartos que ficarão ociosos no dia seguinte. Quero diminuir isso ao máximo. Deve haver um aumento anual relativo, sim. Mas o que estamos propondo é trazer os cruzeiros que vêm no Carnaval e no réveillon concorrer com a gente. Nessa época, em junho e julho, eles estão em Miami sem

poder sair, por causa dos furacões. Teríamos um navio para italianos, outro para ingleses, e assim por diante. Na França, vi a Copa como convidado a bordo de um navio. E nós passeávamos pela Europa, indo para o local mais perto do jogo de quatro em quatro dias. Nos outros dias fazíamos turismo. Podemos conseguir até 5 mil quartos em navios para quem vier ao Rio de Janeiro. Seria uma solução a ser adotada por outras cidades? Teoricamente sim, já que os navios estariam parados em Miami. No entanto, São Paulo já disse que não precisa disso. São Paulo está com hotel demais. Salvador também dispensou. Está com hotel demais. Não sei se o Recife precisa. Se ninguém mais quiser, vou levar esse pessoal a Angra dos Reis, a Ilha Bela. E a cada quatro dias eles aportam para ver os jogos dos seus países. Em Pernambuco seria necessário? Tenho a impressão de que o Recife não vai precisar de mais hotel, por causa de Porto de Galinhas. E Porto está a uma hora e meia do Recife. Aliás, muita gente vai preferir ficar lá. Para a Copa do Mundo, o mais interessante é pensar no Recife e em Porto de Galinhas. Que outras questões de infraestrutura preocupam? O que mais me preocupa é a aviação. A maioria dos nossos aeroportos é dos anos de 1970. O de São Paulo não tem capacidade


para o número atual de voos. O Estado precisa de outro aeroporto. Quando se chega a São Paulo, é um caos, não há facilidade nem para o próprio brasileiro passar. Eu diria que esse é o ponto mais importante para todas as 12 cidades: aeroporto, pois é a primeira e a última impressão que fica no turista. Se for maltratado, tiver problemas na sua entrada e na saída, a impressão do país fica toda ruim.

Serão necessários muitos investimentos. O país tem como arcar com isso? Certamente. Mas cada um deve fazer a sua parte. Pretendo ir à África do Sul um mês antes da Copa para ver como os africanos resolveram seus problemas. Eles são mais pobres do que nós, apesar de o Brasil também possuir extrema pobreza. A vantagem deles é falarem inglês, que hoje é a língua universal.

A privatização é o caminho? Sim, temos que lutar pela privatização. O aeroporto de Frankfurt é uma maravilha. Você é despachado em dez minutos em qualquer lugar. Enquanto na alfândega do aeroporto de São Paulo, quem chega tem que ter muita paciência. Aí você já fica com raiva do país. Muita gente vai entrar direto pelo Recife, por São Paulo e pelo RJ. Os aeroportos têm que ser privatizados. Não há outra solução.

A Copa é a oportunidade de mostrar que o Nordeste é o Brasil mais próximo da Europa

E sobre o transporte terrestre, qual a avaliação? Há muito a ser feito. O segundo problema caótico é o de metrô. Tem que haver metrô até a 500 metros do estádio, se possível, para ninguém precisar ir de automóvel. O mínimo de automóvel. O problema do automóvel costuma ser muito grande em qualquer país, e será terrível no Brasil, com a falta de metrô que nós temos. Como chegar ao estádio? A municipalidade precisará fazer um trabalho enorme neste sentido. Construir grandes estacionamentos em volta do estádio. Também em volta do estádio, zonas de alimentação e entretenimento, com lanchonetes e quiosques com lembranças da Copa do Mundo, lembranças do Recife e de Pernambuco.

Qual a melhor maneira de garantir o êxito do evento Copa do Mundo? A Copa é uma grande promoção, e tem que ser benfeita pela Embratur e pelas empresas estaduais de turismo, com publicidade intensa durante muito tempo. E muito trabalho de relações públicas também. Na Alemanha foi assim. Fazer relações públicas custa mais barato. Se a cidade vai receber o Japão, deve haver 450 guias que falem japonês. E os guias são rapazes e moças, a maioria estudantes, que não ganham praticamente nada, só o uniforme, transporte e alimentação. São voluntários. E, claro, têm que falar português, pois não podemos importar gente.

aconteceu no Rio, pode acontecer no Recife e em todo canto. Na Rio 92, havia 70 chefes de Estado aqui. Já provamos que é exequível. O que o Nordeste vai ganhar com a Copa? Uma das grandes soluções para o Nordeste é o turismo. É a nossa área mais pobre, de todo o Brasil. Estava começando a funcionar, com os voos charter alemães, espanhóis, quando veio a crise. A crise praticamente acabou com o movimento, e hoje estamos com os hotéis bastante vazios em Salvador, Fortaleza, Natal. No Recife nem tanto, não sei por que, francamente. A Copa é uma maneira de trazer de volta o turismo, que estava incipiente. É a oportunidade de mostrar que o Nordeste é o Brasil mais próximo da Europa. Os europeus estavam vindo, porque são somente seis horas de Lisboa. Temos que restabelecer esse fluxo. Veja os resorts espanhóis que estão sendo lançados na região. São grandes empresas, como a Iberostar, uma companhia com hotéis e charters, e elas têm interesse em retomar isso. Mas tem que passar a crise. Daqui para 2014 espero que a crise tenha sido debelada.

E a questão da violência? Nesse aspecto quero lembrar que fizemos a Rio 92, os Jogos Pan-Americanos, e não existiu nenhum problema de violência. Quando a polícia quer, o governo quer, conseguem resolver. Se isso PLURAL 27


cidade moderna - recife

portão de entrada da Zona Sul ITC, International Trade Center, será construído no novo polo empresarial da cidade, no bairro do Pina, em Recife Mariana Queiroga Ilustrações: MV3D

C

om a demanda de imóveis

Localizado estrategicamente na

do Bairro do Recife. Uma região

para locação em franca

Avenida Engenheiro Antônio de

que se valoriza rapidamente devido

expansão no mercado

Góes, no Pina, o empreendimento

à excelente infraestrutura, atraindo

recifense, a Moura Dubeux está

vem para fazer parte de um novo

cada vez mais empresas nacionais

lançando mais um empreendimento

polo de prédios comerciais, na área

e multinacionais de médio e grande

direcionado ao segmento: o

que se pode chamar de “portão de

portes. De acordo com o gerente

International Trade Center.

entrada” da Zona Sul, bem próxima

comercial da construtora, Tony

28 PLURAL


ITC - INTERNATIONAL TRADE CENTER Vasconcelos, o mercado não está conseguindo cobrir a demanda devido ao crescimento acelerado. “O empresarial será construído para suprir uma necessidade e se agrupar a esse grande polo que já conta com o empreendimento Jopin e o JCPM Trade Center. Além disso,

22 pavimentos Lajes de 504m² a 1240m² 5 salas por andar Área privativa de 62,4 m² a 252 m² 663 vagas de garagem Restaurante Sala para convenções

o cliente terá fácil acesso tanto para o Centro da cidade quanto para Boa Viagem.” O International Trade Center terá 22 pavimentos, sendo cinco salas por andar, área privativa de 62 m² a 252 m², 663 vagas de garagem, restaurante, sala para reuniões e convenções. Sua concepção, em pele de vidro e com duas frentes, para o mar e a bacia do Pina, é do arquiteto Jerônimo da Cunha Lima. Segundo o arquiteto, a planta baixa foi projetada de uma maneira bastante flexível. “O cliente poderá fazer várias modificações no espaço de acordo com suas necessidades. A arquitetura do prédio permite uso integral ou parcial de cada pavimento e está orientada para os visuais privilegiados da cidade e do mar.” O empreendimento se destina a empresários e investidores que buscam um lugar para montar um escritório com conforto, segurança e modernidade, com o uso de materiais de alto padrão tecnológico. “O prédio será clássico, os equipamentos de última geração e a principal vantagem é o custo operacional baixo. Assim o cliente estará fazendo um bom investimento e economizando”, diz Jerônimo da Cunha Lima. PLURAL 29


artigo

o camisa 29 e a crise Os sobreviventes da crise têm que aprender a defender e atacar simultaneamente Marcos Alencar Fotos: divulgação e Tânia Collier

N

o cenário atual, em que qualquer cego pode até ver, as empresas (os times) estão

demitindo coletivamente centenas de trabalhadores, chegando até aos milhares. Apesar de toda a tristeza e catástrofe que esse panorama apresenta, enxergamos um fenômeno que certamente vai se iniciar, se já não começou, e que ousadamente vamos denominar de “camisa 29”. O camisa 29 nada mais é do que a soma do camisa 2 com o camisa 9 de um time de futebol, esporte mais popular e adorado do país. Nas épocas áureas, de muitos clássicos, arquibancadas cheias, cada jogador fazia o seu papel e era paparicado por todos, desde os dirigentes até os conselheiros e o público. Agora a crise chegou, o público (consumidor) foi embora (arquibancadas vazias), o clube está sem torcida e sem dinheiro 30 PLURAL


para custear os paparicos

estresse e até pânico), mas isso é

(empresas descapitalizadas,

pequeno quando de forma macro

porque imaginaram que os bons

enxergamos que a situação está

tempos do alto consumo eram

crítica, entre a vida e a morte do

eternos) e, pela falta de dinheiro,

time.

foi mandado embora o técnico do

O mundo está sendo reinventado,

time (porque ganhava muito e não

meu caro leitor, por isso temos que

se “pagava”) e sumiram vários

ser tolerantes, calmos, tranquilos e,

jogadores, por sinal, os melhores

em vez de reclamar, vestir mesmo

e que exigiam e recebiam maiores

a camisa 29, enquanto ela ainda

salários.

existe, pois talvez essa seja a única

Ficaram os becões da defesa,

forma de escaparmos, mesmo que

a turma do operacional, que

chamuscados, mas quase ilesos

põe a mão na massa e custa

dessa partida.

pouco. Esses vestem a camisa

Tenho convicção de que pior do

2 da defesa, mas e o ataque (o

que o estresse do trabalho é a

camisa 9), quem vai responder

preocupação do desemprego, da

por ele? Como vencer o jogo sem

falta de esperança. Isso é terrível e

alguém para chutar em direção ao

desanimador. Então, corre, becão,

gol? Alguns diriam: “Fala com o

corre muito e vai, sai da defesa e

técnico”. Mas que técnico, se não

faz o gol!

existe mais um? Bem, não adianta lamúria. Só restam seis jogadores para enfrentar a partida. O árbitro chamado de crise deu cartão vermelho para os cinco jogadores, mais o treinador. Dos 11, só restaram seis. E agora, o que fazer? Nessas horas é que surgem os verdadeiros líderes. Surgem assim os camisas 29, os sobreviventes da crise, que têm a missão de se ajustar e aprender rapidamente a defender e atacar simultaneamente, a ser o beque de defesa e o centroavante, correndo por todo o campo. Com mais um detalhe apenas: sem o técnico na borda para orientá-los. Muitas empresas em 2009 vão estar repletas de camisas 29 e isso vai gerar algum passivo (acúmulo de função, desvio de função, horas extras, síndromes ocupacionais,

Marcos Alencar é advogado trabalhista.

acidentes de trabalho, muito PLURAL 31


cidade moderna - macei贸

32 PLURAL


compactos em área nobre Lançamentos com a marca Vivex levam a qualidade Moura Dubeux aos bairros do Poço e do Farol, em Maceió Carlyle Paes Barreto Ilustrações: MV3D

U

ma das maiores construtoras

mais compacto. O empreendimento

do Norte-Nordeste, a Moura

terá 15 pavimentos-tipo, com

Dubeux Engenharia chega

unidades de 66 metros quadrados.

a Alagoas com dois lançamentos

É próximo à praia, ao shopping e

da Vivex, sua marca para

aos principais equipamentos da

empreendimentos mais populares.

capital alagoana. “É uma área que

A Terra dos Marechais é o quarto

vem sendo bastante procurada, que

Estado a contar com produtos da

vem tendo uma grande valorização”,

empresa pernambucana.

destaca o superintendente regional

Além de Pernambuco, a MD tem

da Moura Dubeux para Alagoas,

investimentos no Ceará e no Rio

Bahia e Distrito Federal, Ronaldo

Grande do Norte. Bahia e Distrito

Barbalho.

A fachada (na página ao lado) e a sala de estar do edifício Terrazos

Federal serão os próximos destinos. Maceió ganha este mês dois lançamentos. São empreendimentos compactos, em áreas nobres e de grande valorização imobiliária: o Solaris e o Terrazzos. Maior deles, o Terrazzos será erguido do bairro do Farol, área rica em infraestrutura, com os melhores colégios, supermercados e parques. São 20 andares, com unidades de 85 a 88 metros quadrados de área privativa. Cada uma com duas vagas de garagem. A área de lazer é completa, com piscina com deck, salão de jogos, salão de festa, espaço gourmet e área verde. O Solaris, no bairro do Poço, é PLURAL 33


O edifício Solaris, no bairro do Poço

O lançamento também conta com ampla área de lazer, com piscina, salões de jogos e para festas, além de toda a infraestrutura. Ambos têm prazo de 30 meses para o término das obras. “O diferencial é a qualidade Moura Dubeux. Houve uma série de critérios de avaliação até o produto ser concebido”, enfatiza Barbalho. “Além disso, estamos preparando o mercado alagoano para um grande lançamento”, completa o superintendente, adiantando o próximo investimento: “Será grandioso e vai surpreender o mercado pelo alto padrão”.

TERRAZZOS 20 pavimentos 85m² a 88m² de área privativa 3 elevadores 2 vagas de garagem Piscina com deck Salão de festas Salão de jogos Espaço gourmet

SOLARIS 15 pavimentos 66m² de área privativa Garagem privativa Piscina Salão de jogos Salão de festas

34 PLURAL


PLURAL 35


relato de viagem

um tributo ao amor Na última parte do relato, a paixão do Taj Mahal, a religiosidade do rio Ganges e o cosmopolitismo de Nova Déli Verônica Machado - Relato a Júlia Nogueira de Almeida Fotos: acervo pessoal

E

m Agra, no Estado de Uttar Pradesh, ao norte, encontramos o mais fascinante de todos os monumentos da Índia, o Taj Mahal. O nome significa “a joia da coroa”, um verdadeiro tributo ao amor. Estranho saber que o Taj Mahal é um imenso mausoléu, construído ao lado de duas mesquitas e devidamente enquadrado num 36 PLURAL

jardim em estilo tipicamente muçulmano. Foi a forma com que o Marajá Shah Jahan escolheu para eternizar seu amor após o falecimento em 1631 de sua esposa favorita, Aryumand Banu Began, conhecida como Mumtaz Mahal, princesa persa de origem muçulmana. Não é exagero nenhum dizer que o Taj Mahal é um “escândalo”,

uma maravilha de riqueza e deslumbramento únicos. Todo construído em mármore branco, levou 12 anos para ser concluído, demandou o empenho de 20 mil pessoas, entre trabalhadores, artistas e os melhores entalhadores da época, que foram chamados para executar verdadeiras obras de arte. Em cada centímetro de parede, coluna, quinas, vemos pedra semipreciosas cravejadas formando mínimas flores e folhas, inscrições do Corão cravadas em ônix nos pórticos, placas de mármore entalhadas com plantas e bichinhos “em movimento” e a cúpula costurada com fios de ouro, um deslumbramento só! Ao entrarmos no salão encontramos


Pórtico com inscrições do Corão em ônix e flores de pedras semipreciosas. Abaixo, esculturas do Kama Sutra

uma fina parede de mármore maravilhosamente entalhado rodeando o túmulo, parecendo uma filigrana. Anos mais tarde, o corpo do marajá foi enterrado ao lado do de sua amada. Dizem que a intenção dele era erguer um mausoléu para si mesmo, nas mesmas proporções, porém preto, para contrastar com a brancura do Taj, em um terreno na margem oposta do rio Yamuna. Mas a família não permitiu que ele levasse a obra adiante, sob pena de dilapidar o que restou de sua fortuna após a construção do Taj Mahal. Sob o sol, esta maravilha nos brinda com as mais diversas cores, desde o branco, passando pelo amarelo, dourado, marrom, rosa e cinza ao cair da noite. Os tons vão mudando de acordo com a intensidade da luz do sol. O Taj Mahal é um espetáculo da mão humana, com os detalhes que só a natureza pode nos oferecer. Patrimônio mundial - Inacreditável como os deslumbramentos se seguem nesta maravilhosa viagem. Chegamos ao complexo de templos de Khajuraho - atualmente patrimônio mundial da Unesco. São diversos templos construídos a partir de meados do século 9º, dos quais 25 permanecem em diversos estágios de preservação. Paredes, colunas, tetos completamente esculpidos com centenas de figuras, algumas com 1,20m. As esculturas femininas têm corpos “ocidentalizados”, cheios de curvas, e rostos de feições típicas da região, representando cenas do cotidiano da época - deuses e deusas, animais, dançarinas, músicos, guerreiros, batalhas, serviçais, em cenas diversas. É nesse conjunto de esculturas que estão as 69 imagens eróticas que PLURAL 37


Sacerdote orando a beira do “mother Ganga”. E pequenos barcos a remo

compõem o Kama Sutra. Devido ao desgaste, algumas dessas estátuas estão com partes faltando, por isso esses antigos templos não são mais usados para fins de oração. Os indianos não costumam orar em locais danificados. De Khajuraho, partimos para Varanasi, situada à beira do Ganges, rio sagrado que atravessa quase todo o país. O Ganges é considerado o “rio-mãe” da Índia. Para os indianos, é uma deusa viva, com o poder de purificar todos os pecados terrenos. Assim como os muçulmanos, que devem de ir a Meca pelo menos uma vez na vida, os indianos devem banhar-se ao menos uma vez no Ganges durante a passagem na Terra. Os banhos no Ganges são preparações para a jornada final da alma humana. A cidade é lotada de peregrinos, com seus fascinantes rituais de oração, meditação e cremação nos ghats (degraus) e pequenos barcos a remo para apreciarmos o nascer e o pôr do sol. Como todo local de pregação religiosa, Varanasi é paupérrima, e essa pobreza, explícita. Para nós o rio não é nada convidativo, pois apesar de não cheirar mal, tem a aparência de poluído. É nele que são jogadas as cinzas dos mortos após o ritual de cremação. Apesar das proibições, vimos muita gente lavando roupa em suas águas sagradas. À noite torna-se um espetáculo belíssimo! As margens lotadas de pessoas acompanhando o Evening Aarti, performance com muita luz, executada por sacerdotes entoando mantras sagrados, fazendo movimentos com lamparinas a óleo e toques de sinos, direcionados 38 PLURAL

aos quatro cantos do planeta, desejando a paz. Índia cosmopolita - Chegamos finalmente a Nova Déli. Como toda capital, é lá que circulam os setores políticos, diplomáticos, e ainda é um dos centros financeiros do país. Que estranho, cadê o charme “caótico” de Mumbai, Jaipur e Udaipur?

Os banhos no Ganges são preparações para a jornada final da alma humana. Com avenidas largas e planejadas, ao contrário do que vínhamos encontrando pelo caminho, Déli é muito verde e supercosmopolita. Lembrei-me muito de Brasília. Era noite do dia 25 de dezembro e jantamos entre várias famílias de indianos que comemoravam o Natal, em meio aos hóspedes do nosso hotel. Essa ocidentalização também é explícita entre os jovens ricos e de classe média alta, com seus novos costumes e roupas fashion, e alguns já comem carne, deixando de lado as antigas

tradições.Curioso é que algumas famílias usavam o inglês como a principal língua. Na parte histórica da capital, visitamos o Complexo Qutb, ou melhor, o que restou da “cidade muçulmana”, ruínas de uma mesquita e templos fundados em 1193. É nesse complexo que se encontra um solitário pilar de ferro, feito há quatro séculos, originalmente concebido como mastro de uma bandeira para honrar Lord Vishnu, o deus da preservação do universo. Fantástico é saber que esse pilar não tem nenhum traço de ferrugem. Uma das atrações modernas em


Nova Déli é o Templo de Lótus. Eu não podia – e nem queria – deixar de visitar. Projetado por um arquiteto iraniano, o templo é todo branco, no formato de uma flor de lótus com 27 pétalas, de arquitetura moderna, muito arrojado, e se espalha por um grande gramado, circundado por espelhos-d’água. Um templo para até 1.300 pessoas, onde o silêncio e a ordem prevalecem. Foi inaugurado em 1986 pelos seguidores da seita Baha’i, de origem persa, que se baseia na visão da humanidade como raça única, pregando o respeito e a harmonia entre as religiões e o acolhimento de seguidores de todas elas, sem distinção. INCRÍVEL essa Índia! Retornar para casa é sempre bom. Chegamos no dia 30 de dezembro,

após 32 horas, entre voos e atrasos nos aeroportos de Nova Déli e Londres. Foram 40 dias de encantamento ininterrupto! Dois dias depois, eu já estava novamente dentro de um avião. Mas isso é outra história...

Torre da mesquita dentro dos jardins do Taj Mahal. Abaixo, o Templo de Lótus

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cidade moderna - natal

no Tirol em alto estilo Edifício Moacyr Maia é o novo lançamento da Moura Dubeux no bairro, que une tradição e modernidade Mariana Queiroga Ilustrações: Virtua CG

P

ara atender o público que preza morar com estilo, sofisticação e principalmente com boa qualidade de vida, a Moura Dubeux está lançando no mercado imobiliário potiguar o Edifício Moacyr Maia. Localizado no Tirol, um dos bairros mais antigos e tradicionais da cidade de Natal, o empreendimento terá 27 pavimentos com dois apartamentos por andar. De acordo com o superintendente da Moura Dubeux em Natal, Fernando Amorim, os imóveis terão 130m² e a cobertura 170m², com sala ampliada, piscina e churrasqueira no terraço. Os apartamentos contam com quatro quartos, sendo duas suítes, sala para três ambientes e duas vagas de garagem. Amorim acrescenta ainda que será possível juntar duas unidades para ficar com um apartamento por andar. “Se o cliente desejar na hora da compra essa alternativa, ele ficará com um espaço de 260m².” 40 PLURAL


EDIFÍCIO MOACYR MAIA 27 pavimentos 2 apartamentos por andar 137 m² de área privativa 4 quartos (2 suítes) 2 vagas de garagem Sala para 3 ambientes Lazer completo com piscina, sauna, salão de festas, salão de jogos, lan house, fitness center e espaço gourmet

Além da boa localização, com fácil acesso a todas as partes da cidade, o empreendimento é a melhor opção em custo-benefício para quem almeja um apartamento enxuto a partir de R$ 348 mil. Durante a idealização do projeto, a construtora pensou em um posicionamento estratégico da torre, para que todos os apartamentos tivessem a melhor orientação quanto à instalação e ventilação, possibilitando assim uma vista livre no entorno do imóvel. “Escolhemos implantá-la em uma diagonal do terreno para que o morador não tenha problemas para decorar a casa nem com o clima”, diz o arquiteto Marcílio Coutinho. Segundo ele, além disso, a planta é bastante flexível para atender clientes com diferentes perfis. “Se a pessoa desejar transformá-lo em três suítes é só ampliar a sala, ou então se quiser pode criar um segundo closet ou gabinete na suíte máster.” Além de todas as vantagens, o morador poderá usufruir de uma área de lazer completa com salão de festas e jogos, lan house, fitness center, piscina, sauna e espaço gourmet, dispostos em uma grande área verde.

Um lugar para viver e conviver Natal Brisa Condomínio Club reúne privacidade e grande oferta de lazer e serviços cercado pela natureza

A

Vivex, marca da Moura Dubeux, está lançando no mercado potiguar o Natal Brisa Condomínio Club, que foi planejado para o morador ter conforto e comodidade a qualquer hora do dia. O imóvel será erguido em um terreno com 15 mil m² no bairro Cidade Satélite. Ao todo, serão construídas cinco torres, cada uma com 19 pavimentos e mais uma cobertura com 140m². Os apartamentos podem ser de dois ou três quartos, uma suíte, sala para dois e três ambientes, uma e duas vagas de garagem e área de 57m² e 94m², respectivamente. De acordo com o arquiteto Esam Elali, o imóvel tem como principal característica a posição nascente de todos os apartamentos para que a ventilação predomine no lugar.

“Pensamos em contemplar o cliente com esse diferencial. Ao mesmo tempo, quisemos proporcionar privacidade a cada unidade, permitindo uma customização e valorização dos ambientes internos, tornando-os exclusivos”, disse. A oferta de um lugar com boa qualidade de vida é valorizada no projeto, tanto pela sua localização, com muito verde no entorno, quanto pelas diversas opções de lazer dentro do clube. Piscina para adultos e crianças, fitness center, pista de cooper, salão de festas e jogos, brinquedoteca e lan house são algumas das alternativas para o morador curtir e relaxar momentos únicos ao lado de familiares e amigos, com a vantagem de não precisar sair de casa. Além disso,

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NATAL BRISA CONDOMÍNIO CLUB haverá um espaço comercial em anexo, com alguns estabelecimentos de conveniência, como padarias, farmácias e lavanderias, para facilitar o dia a dia. Segundo o superintendente da Moura Dubeux, Fernando Amorim, o metro quadrado do imóvel custará em média R$ 2.350,00 e com plano de pagamento facilitado para o futuro morador que queira usufruir de todos esses benefícios proporcionados pela linha Vivex.

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5 torres de 19 pavimentos 57 m² ou 94 m² de área privativa 2 ou 3 quartos (1 suíte) Sala para 2 ou 3 ambientes 1 ou 2 vagas de garagem Lazer completo com piscina para adultos e crianças, salão de festas, salão de jogos, lan house, fitness center e pista de cooper


gastronomia

variedade internacional Pratos regionais ganham sabores contemporâneos do que há de melhor da tendência internacional, no ambiente aconchegante de capitais nordestinas 1. Da Noi “Viene a cena da noi”, em italiano, significa “venha jantar lá em casa”. Um conceito que o restaurante Do Noi abraçou por inteiro – seu mais novo restaurante preserva um ambiente tipicamente italiano, aconchegante e romântico. Ao pedir o cardápio, é lançado o desafio: fazer uma escolha em meio aos 60 itens oferecidos.

Montado com visível paixão pelo trio Fellini, formado pelo restaurateur Francesco Papagno, a gastrônoma Suzana Meira Lins e o chef Luis Josino, o menu aposta nos risotos, oferecendo 20 tipos. Do belo forno de tijolos é possível ver sair, por exemplo, um peixe inteiro em crosta de sal e batatas ou uma suculenta costela de cordeiro ao forno com nhoque de ervas. Para quem prefere passar a

Mariana Miranda Fotos: divulgação

noite entre drinques e petiscos, uma surpresa divertida e gostosa: azeitonas recheadas com carne, empanadas e fritas. Para acompanhar, um dos 130 rótulos de vinho. E, para encerrar, um fantástico petit gáteau na sobremesa. Da Noi - Risotteria & Ristorante Av. Domingos Ferreira, 2377, Boa Viagem - Recife-PE Reservas: (81) 3326.4495 PLURAL 43


2. Trapiche Adelaide Fotos em preto e branco por todas as paredes, quadros e biombos compondo um ambiente clássico e cosmopolita. Um cenário que poderia ser encontrado em qualquer lugar do mundo, exceto pela presença marcante da Baía de Todos-os-Santos logo à frente, roubando a cena através de um

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amplo painel de vidro. Como se a paisagem não bastasse, o restaurante Trapiche Adelaide caprichou na decoração. O cardápio é contemporâneo, com uma inegável inclinação para frutos do mar e carnes. Para petiscar, vale experimentar o camarão grelhado com molho picante batizado de “New Orleans”. E em seguida, o picadinho carioca na ponta da faca,

prato acompanhado de couvemanteiga, arroz, farofa e ovo poché. Para a sobremesa, o divertido bolo jojô, que se assemelha a um petit gáteau. Restaurante Trapiche Adelaide Praça Tupinambás, nº 2, Avenida Contorno, Centro - Salvador-BA Reservas: (71) 3326.2211


3. Ryori Sushi Lounge Nem decoração tradicional nem receitas milenares: tudo no Ryori inspira um Japão moderno e requintado. A arquitetura montada em vidro, a iluminação especial e as receitas exclusivas convidam o cliente a conhecer uma gastronomia oriental com pitadas de influência ocidental: misturas ousadas que

têm feito sucesso nas noites de Fortaleza. Para os iniciantes, a casa sugere o Ryori Experience, um combinado com 30 peças novas, todas lançamentos. Para acompanhar, a pedida é a sakeroska, tradicional caipirosca de fruta com um ingrediente novo: o saquê. Para finalizar, uma sobremesa diferente de tudo, a banana dreams. Uma receita de banana recheada

com creme cheese, empanada com sucrilhos, servida com sorvete de canela e calda de vinho do Porto. Restaurante Ryori Sushi Lounge Av. Dom Luís, 1113, Lojas 18 e 19, Shopping Buganvília, Meireles Fortaleza-CE Reservas: (85) 3324.9997

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vinho

harmonia com chocolate A combinação de delícias distintas pode resultar em uma surpreendente experiência Fabiana Gonçalves Fotos: Wilton Marcelino e Peter Dejeborn

M

uita gente acha que chocolate não harmoniza com vinho. Mas tudo depende de que vinho vai ser tomado e qual chocolate vai acompanhá-lo. Aproveitando esta época de temperatura um pouco mais amena, preparei algumas dicas de combinação entre vinho e chocolate, que, aliás, são duas de minhas grandes paixões. 46 PLURAL

Para começar, um dos princípios básicos de harmonização é que a doçura do vinho deve ser maior ou igual à da comida - conceito que Mario Telles Júnior, médico e diretor da Associação Brasileira de Sommeliers - São Paulo (ABS-SP) nunca deixa de frisar. Então, nem pense em degustar um Bordeaux com uma daquelas barras ao leite,

pois a doçura do chocolate vai fazer o vinho “sumir” na sua boca. Use vinhos alcoólicos (fortificados), como Porto ou Jerez, e evite rótulos envelhecidos e complexos. Se quiser dar um toque interessante à combinação, use elementos ácidos, como frutas, para acompanhar a mistura. O vinho que é considerado a


companhia ideal para o chocolate é o francês Banyuls. Produzido na fronteira com a Espanha, no Languedoc-Roussillon, é feito com a uva grenache. Geralmente tem coloração escura, muito álcool e, dependendo do seu processo de elaboração, mostra aromas de frutas secas, cacau e especiarias. Também pode apresentar um cheiro sutil de licor de cereja. A sugestão é o Banyuls produzido por M. Chapoutier. Outra dica é um rótulo que todo bom apreciador já deve ter provado: o clássico Porto Dom José Ruby, produzido pela Real Companhia Velha. A harmonização dele com chocolate sempre faz sucesso. Na sua elaboração entram as castas touriga nacional, touriga francesa, bastardo, tinta roriz, tinta carvalha, tinto cão e mourisco. De cor rubi com alguns traços de violeta, o Dom José passa três anos em madeira. É forte no aroma frutado, chegando a lembrar uma geleia de frutas escuras. Também apresenta um toque de chocolate no nariz. Já na boca é macio, com boa persistência. Aconselha-se servi-lo a menos de 18ºC para não ressaltar a agressividade do álcool. Continuando com os vinhos do Porto, mais uma sugestão é o Quinta do Crasto Vintage Port. Provenientes de vinhas com 60 anos, as uvas desse vinho são pisadas no método tradicional (pisa a pé), em lagares de pedra. Depois de acrescida aguardente vínica, a bebida estagia em tonéis de carvalho de nove mil litros, onde permanece cerca de dois anos. Sua coloração é opaca e tem aromas de cacau, combinados com frutas secas, como passas. É um vinho de ótima persistência e doçura, que vai bem com chocolate meio amargo e sorvete de frutas vermelhas. O Burmester LBV (Late Bottled

Vintage) 2001 também é um Porto excepcional. Feito com as uvas tinta barroca e touriga francesa, tem aromas de cacau e algo que lembra tostado. É denso e persistente na boca, com um toque de madeira. É um vinho que pode ser tomado sozinho, como sobremesa, ou acompanhado de você já sabe o quê. Fique à vontade para escolher o tipo e a marca do chocolate, mas aposte em um de boa qualidade, pois esse vinho é muito bom para um acompanhamento qualquer. Para finalizar, um Jerez, tradicional vinho fortificado espanhol. O Antique Pedro Ximenez, da Bodega Rey Fernando de Castilla, é produzido com uvas de colheita tardia e passificadas. Antes de sair para o mercado, amadurece 30 anos em madeira. Com cor e aromas que lembram o melaço, a bebida também mostra no nariz nuances

de chocolate, couro e tabaco. Na boca, apresenta uma doçura bastante agradável. Se não quiser tomá-lo como “a própria sobremesa” ou acompanhado de chocolate, experimente com bolo de chocolate e sorvete de creme. Fica divino! Querendo experimentar outras combinações, siga os princípios básicos e delicie-se. Um brinde!

Fabiana Gonçalves é jornalista e sommelière profissional

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negócios

galpões do desenvolvimento Localização e rentabilidade são vantagens do Condomínio Logístico Galpões de Suape Carlyle Paes Barreto Ilustrações: MV3D

P

reparando-se para os empreendimentos estruturadores no Complexo Industrial e Portuário de Suape, como a Refinaria Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul, a Moura Dubeux Urbanismo lançou, em maio, o Condomínio Logístico Galpões. Com obra já em andamento, o complexo de galpões está situado 50 PLURAL

junto a Suape, o que facilita toda a logística. Nas margens da BR-101 duplicada, o condomínio conta com via expressa de acesso, a Express Way, já licitada, e que vai da Rotatória da Caninha 51 na PE-28 até o entroncamento PDR Norte, já na região portuária. Com 6,5 quilômetros de extensão, tem conclusão prevista para 2010.

“É uma localização espetacular”, diz o superintendente da MD Urbanismo, Armênio Ferreira, lembrando ainda o diferencial para os antigos galpões que atendem Suape. “Foge da área desordenada e adensada da Muribeca. Sem falar que está dentro do complexo de Suape, a apenas 10 quilômetros do porto e a 15 quilômetros do aeroporto”,


CARACTERÍSTICAS

acrescenta. Armênio ainda enumera outras vantagens do lançamento. “É um empreendimento hi tech. A Moura Dubeux está fazendo o que há de mais moderno em galpões, está dando um passo à frente”, garante. Além da logística em si, Armênio Ferreira ressalta a qualidade de vida no ambiente de trabalho. “Os galpões ficarão situados num cinturão verde. E essa vegetação faz uma cortina natural, que, além de dar mais beleza ao local, ajuda na ventilação.” Preço de custo - Para o investidor, o Condomínio Logístico Galpões de Suape é rentabilidade garantida, segundo o superintendente da Moura Dubeux Urbanismo. “Estamos lançando esse condomínio a preço de custo. O investidor adquire cotas da área do complexo e vai receber a rentabilidade do aluguel”, destaca. De acordo com Armênio, a rentabilidade é superior a 1% ao mês, podendo chegar a 1,58% dependendo da área (ver tabela abaixo). “E o melhor, quem investir não precisa procurar inquilinos. A Moura Dubeux fechou parceria com uma empresa especializada em logística, a Linkers, que ficará

responsável por toda a logística”. A parceria com a Linkers tem por objetivo oferecer aos investidores do empreendimento o conhecimento e a experiência de um operador logístico que atua em vários segmentos, em diversas regiões do país, além de possuir flexibilidade para estimular novos negócios, agregando valores. “Operador logístico é a empresa prestadora de serviços especializada em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos”, ressalta o diretor da Linkers Logística, Fernando Perez. “A possibilidade do investidor de poder incluir sua área em um pool gerenciado por especialistas gera, além de confiança, uma possibilidade maior de ganhos no investimento”, acrescenta. As vendas do Condomínio Logístico Galpões de Suape já começaram. A obra será concluída em 2010, antes da inauguração da Refinaria Abreu e Lima. A área bruta locável (ABL) total do empreendimento é de 35 mil m². Cada cota é de 625m².

- Área do terreno: 22,657 hectares (1ª e 2ª etapas) - Cotas da 1ª etapa: 56 de 641,25 m² de área bruta locável, 506,25 m² de piso de galpão, 67,50 m² de mezanino e 67,50 m² de marquise - Entrega prevista: agosto de 2010

CONDOMÍNIO - Guarita com área para despacho de notas fiscais e área de segurança - Prédio de administração - Estacionamento externo com 58 vagas de caminhões - Apoio para caminhoneiro com vestiário e redário - Estacionamento interno para 16 caminhões - Estacionamento interno para 155 veículos leves - Docas a 1,28 m do solo - Altura livre interna dos galpões com resistência de 5t/m² - Sistema de segurança com câmeras e muros externos com 2,5m

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investimento

A zpe de suape Primeira Zona de Processamento de Exportação da região ocupará uma área de quase 200 hectares em Jaboatão dos Guararapes Cecília Dalla Nora Fotos: divulgação

O

Estado de Pernambuco está muito perto de tirar do papel um plano que já completa mais de 20 anos. Uma parceria entre a MD Urbanismo, braço da Construtora Moura Dubeux, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes e o Governo de Pernambuco resultou no projeto de criação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), 52 PLURAL

espaço idealizado para a instalação de indústrias voltadas essencialmente ao o mercado externo, que operam com regime fiscal, cambial e administrativo diferenciado em relação às demais empresas do país. A ZPE Suape/Jaboatão, como foi batizada, será a primeira do Nordeste e vai ocupar uma área de 198 hectares no município de Jaboatão dos Guararapes. O terreno, pertencente à Moura Dubeux, localiza-se às margens da BR-101 Sul, passagem obrigatória para o

Complexo Industrial e Portuário de Suape. “É um empreendimento importante para Pernambuco, pois, além de atrair investimentos estrangeiros voltados para as exportações, coloca as empresas nacionais em igualdade de condições com seus concorrentes internacionais e promove o desenvolvimento regional”, explica Armênio Ferreira, superintendente da MD Urbanismo. O executivo destaca ainda o caráter social da ZPE, que tem na geração de emprego e renda uma das principais metas. “Estamos falando de um projeto no qual o Estado abre mão dos impostos para gerar emprego, numa cidade que precisa desse tipo de incentivo”, avalia. De acordo com o projeto, as empresas que se instalarem na ZPE Suape/Jaboatão terão vantagens como suspensão do imposto de importação, IPI, AFRMM, PIS/ Cofins, PIS/Cofins-Importação,


Na página ao lado, o Governador Eduardo Campos discursa no lançamento da ZPE Suape/Jaboatão. A cima, autoridades e convidados no evento que marcou o início de uma nova etapa do desenvolvimento regional. À direita, o governador cumprimenta o diretor Marcos Dubeux, sob o olhar do secretário Fernando Bezerra Coelho

procedimentos de exportação e importação simplificados, e, por estar dentro da área de abrangência da Sudene também poderão usufruir da redução de 75% do IR sobre os lucros por dez anos, além da não obrigatoriedade de conversão das divisas produzidas nas exportações, portanto podendo deixar no exterior receitas sem necessidade de internalizá-las. Em contrapartida, as empresas precisam exportar, no mínimo, 80% de sua produção. O restante poderá ser comercializado internamente, porém estará sujeito a todos os tributos federais, estaduais e municipais. Em agosto, a Prefeitura de Jaboatão e o Governo do Estado encaminharam um ofício para o Governo Federal solicitando a criação da ZPE. O documento está em análise pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPEs). Depois da proposta aprovada, o Governo Federal tem 30 dias para publicar um decreto, criando oficialmente a ZPE. “A partir disso, iniciaremos a

primeira etapa do projeto, na qual serão investidos cerca de R$ 11,5 milhões para construção de muro, terraplenagem, galpões, guaritas, balança, pavimentação interna e uma edificação para abrigar a Receita Federal”, explica Ferreira. “Até o final de 2010 queremos ter indústrias funcionando no local”, completa. Além dos investimentos privados, o Governo de Pernambuco vai designar R$ 4 milhões para melhoria do acesso viário, além de garantir o fornecimento de água, energia e gás. A Moura Dubeux já deu início à prospecção de indústrias para se instalar na área. A construtora calcula que será possível abrigar 20 empresas no terreno da ZPE. Juntas, elas devem gerar até três mil empregos diretos. “Não podemos deixar de mencionar a cadeia de serviços que também será gerada com a vinda dessas indústrias e lembrar que a ZPE não será só de Jaboatão ou de Pernambuco, mas do Nordeste”, destaca o superintendente. A ZPE ocupará ao final de todas as etapas de implantação 149 hectares. O restante será de área verde preservada. As empresas que se instalarem podem escolher entre arrendar o terreno, alugar as instalações físicas, alugar o terreno necessário para implantação da planta, assim como contratar a construção da unidade industrial junto à administradora.

Gestão privada - No estudo mais recente feito sobre as ZPEs no mundo, Special Economic Zones: Performance, Lessons Learned and Implications for Zone Development 2008, o Banco Mundial contabilizou a existência de cerca de 2.650 zonas instaladas em 135 países, que oferecem mais de 68 milhões de empregos diretos e geram mais de US$ 500 bilhões de receitas cambiais líquidas. “As primeiras ZPEs criadas nos países em desenvolvimento foram implantadas e administradas pelo setor público. Hoje, porém, mais de 60% têm gestão privada e a tendência é de aumento dessa proporção, tanto porque costumam sair mais baratas, como porque alcançam resultados econômicos mais significativos, em razão de sua maior agilidade operacional”, explica Helson Braga, presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação (Abrazpe). No Brasil, o programa de ZPEs foi criado no governo do ex-presidente José Sarney, em 1988, porém sua regulamentação aconteceu apenas no início deste ano. Atualmente, há 17 projetos de ZPEs em andamento no país. De acordo com a Abrazpe, as primeiras a entrarem em funcionamento devem ser as de Ibituma (Santa Catarina), Teófilo Otoni (Minas Gerais), Rio Grande (Rio Grande do Sul) e Paranaguá (Tocantins), além da ZPE Suape/ Jaboatão no Nordeste. PLURAL 53


the suape´s ZPE The first export processing zone of the Northeast soon to be reality

I

n the near future, the state of Pernambuco will begin to realize a plan that has been in development for nearly 20 years. A partnership between MD Urbanism, a subsidiary of the contractor Moura Dubeux, the government of Jaboatão dos Guararapes, and the state of Pernambuco resulted in the creation of an export processing zone (ZPE), an industrial district ideal for attracting industries focused on external markets. The zone will operate under a different fiscal policy, exchange rate, and administration from other companies located in Brazil. Baptized as the Suape/ Jaboatão ZPE, it will be the first in the Northeast and will occupy a total area of 198 hectares located in the municipality of Jaboatão dos Guararapes. The property, owned by Moura Dubeux, is located along the southbound BR 101 federal highway, 54 PLURAL

currently the only access road to the Suape Industrial Complex. “This is an important venture for Pernambuco because not only will it attract foreign investment interested in export markets, but it will also give domestic companies the same tax conditions as their international competitors and promote development efforts in the Northeast,” said Armênio Ferreira, superintendent of MD Urbanism. The executive also acknowledged the social aspects of the ZPE as one of its primary goals through the creation of jobs and wages. He also stated that “we´re talking about a project in which the state sacrifices income from taxes so as to stimulate the job market, in a city which desperately needs this sort of incentive.” The project offers businesses that relocate to the ZPE tax benefits in the form of the suspension of Import taxes, IPI, AFRMM, PIS/COFINS, ImportPIS/COFINS, simplified export and import processes, and as a result of locating within the development zone of SUDENE, companies may also benefit from a 75% reduction

in income taxes applied to profits over a ten year period. In addition, companies will not be obligated to declare export liabilities allowing them to declare their profits offshore without the obligation of repatriating profits. In return, companies must export 80% of their production. The remainder may be commercialized domestically, but will be subject to all city, state, and national tax obligations. In August the municipal government of Jaboatão dos Guararapes sent an official to the federal government soliciting the creation of the ZPE. The document is currently being analyzed by the National Consul on Export Processing Zones (CZPEs). After the proposal´s approval, the federal government will have thirty days to publish a decree, officially creating the ZPE. “At that point, we will begin the first phase of the project where an estimated R$11.5 million will be invested in the construction of walls, land leveling, warehouses, security checkpoints, weigh stations, road construction within the ZPE, and a building to house a federal revenue office,” explained Ferreira. “Our goal is to have industries functioning on site by the end of 2010,” he added. In addition to private investment, the Government of Pernambuco will designate R$ 4 million towards improving access to the site and guaranteeing the supply of water, energy, and natural gas. Moura Dubeux has already begun studying potential industries to relocate to the area. The company estimates it will be possible to host twenty companies on the ZPE´s site. Together they should generate 3000 direct jobs. “We must also consider the chain of services that will also be generated with the relocation


of these industries and remember that the ZPE not only belongs to Jaboatão or Pernambuco, but to the entire Northeast,” affirmed the superintendent. At its final phase, the ZPE will occupy 149 hectares with the remainder of the area reserved for wildlife preservation. The companies that relocate can choose between renting the land, physical buildings and warehouses, renting the land necessary for construction, and working with MD Urbanism for the construction of their facility. Private Management – In the most recent study on export processing zones around the world, Special

Economic Zones: Performance, Lessons Learned, and Implications for Zone Development - 2008, the World Bank counted 2,650 zones in operation, located in 135 countries, offering 68 million jobs directly, and generating US$500 billion in liquid foreign reserves. “The first export processing zones in developing countries were implemented and managed by the public sector. Today, more than 60% are managed privately and the tendency is an increase in this ratio, not only because they are cheaper to operate, but because they achieve significantly better economic results, largely explained through their more agile operations,” explained Helson Braga, president

of the Brazilian Association of Export Processing Zones (ABRAZPE). The Brazilian ZPE program was created under ex-president José Sarney´s government in 1988, but the regularization of the program only occurred early this year. Currently there are 17 projects underway in the country. According to ABRAZPE, the first to begin operations should be Ibituma (Santa Catarina), Teófilo Otoni (Minas Gerais), Rio Grande (Rio Grande do Sul) e Paranaguá (Tocantins), including the Suape/ Jaboatão ZPE in the Northeast.

PLURAL 55


estilo de vida

56 PLURAL


o papel do empreendedor Fundador da Gráfica Flamar, Roberto Leite transforma a paixão pelo trabalho em novos negócios Roberta Jungmann Fotos: Germana Soares e divulgação

Quando era criança, enquanto

Nesta fase começou a estruturar-se

à China teve um encontro com o

os garotos jogavam bola de

financeiramente para criar a própria

reitor Amaro Lins e o dr. José Luiz

gude e pião, eu vendia a bola

gráfica. Seu sonho era ter um talão

do Laboratório de Imunopatologia

de gude e o pião”. Essa frase de

fiscal e um birô, pois sabia que

Keizo Asami (Lika) da UFPE, e

Roberto Leite, 55 anos, mostra o

vender era com ele mesmo. E assim

surgiu a ideia de criar o centro de

quanto esse empresário da indústria

foi. Em 1976 criou a Ciap, na rua do

pesquisa molecular e diagnóstico

editorial, presidente da Flamar, hoje

Lima. Num espaço mínimo atendia

do genoma, que hoje é uma

a maior gráfica de Pernambuco, já

os clientes e mandava imprimir o

realidade. Através de convênio com

nasceu predestinado para ser um

material fora. Em 1988 mudou-se

a UFPE, Roberto Leite associou-se

homem de negócios e sucesso.

para a Visconde de Suassuna, já

a essa parceria como investidor,

De família simples, nascido no

com nome de Gráfica Flamar.

tornando-se posteriormente o

bairro de Tejipió, no Recife, o filho de dona Zilda, 93 anos, e de seu Alcides Ribeiro (já falecido) nunca teve medo de trabalho. Já fez de tudo na vida. Nunca conseguiu ficar parado, e este temperamento fez com que, ainda criança, já faturasse algumas “coisinhas”. Aos 13 anos trabalhava na comunidade ajudando as pessoas. Trabalhou

presidente do centro.

Seu sonho era ter um talão fiscal e um birô, pois sabia que vender era com ele mesmo

E seus empreendimentos não

Hoje, instalado num belo prédio

em seus planos, para muito em

param por aí. Fez parceria com o grupo alemão Druck Chemie e vai investir na área de produto químico biodegradável em Vitória de Santo Antão (terreno próprio e obra iniciada). Também está

dotado de grande parque gráfico

breve, negócios com corte a laser

numa ótica, auxiliou representantes

no Complexo de Salgadinho, com

para peças de alta precisão. O

comerciais, foi vendedor em um

poderosas máquinas de última

empresário ainda reserva tempo

frigorífico. Entrou na Editora Abril

geração, imprime embalagens

para acompanhar cada obra de

como vendedor de livros e por fim

de Primeiro Mundo. Pelas suas

perto.

ingressou na melhor gráfica de

máquinas também são impressos

Sempre ocupado com várias

Pernambuco na época, a Star, como

livros, revistas, fôlderes, catálogos

atividades, Roberto Leite é

o famoso “faz-tudo”, começando

e toda a mídia de divulgação, em

conhecido, sobretudo, como uma

como funcionário de serviços

altíssima qualidade.

grande figura humana. Amigo,

gerais e depois sendo promovido a

Sempre inquieto e atento para

leal, atencioso, diz que faz tudo na

embalador, office-boy e vendedor.

novos negócios, na última viagem

vida pelos filhos, Flávio, 33 anos, e PLURAL 57


Roberto Leite e uma das máquinas mais modernas do mundo e em reunião de negócios na China

Márcio, 30 – as iniciais dos filhos deram o nome Flamar. Eles ajudam

Eu sou:

a tocar os empreendimentos,

“Um empreendedor nato.”

não se esquecendo também dos colaboradores que completam o time.

Ser um empresário em

Quando não está trabalhando,

Pernambuco é:

gosta de curtir sua fazenda, no

“Um desafio.”

“Da minha juventude.”

limite de Vitória de Santo Antão com Pombos, onde cria de tudo: boi, ovelha, pato, ganso, avestruz, cavalos quarto de milha, guaiamum e até peixe. Mas sua grande paixão

Sinto saudades:

O melhor da minha atividade é: “O relacionamento com os clientes

Sempre esqueço:

e amigos.”

“De mim mesmo. Sou muito ocupado e acabo esquecendo de

são as motocicletas, triciclos e quadriciclos. Embora adore Vitória,

Meu maior bem:

me cuidar e ir ao médico, fazer

Roberto Leite mora no Recife. No

“Minha família.”

exames.”

Sempre me dou ao luxo de:

Nunca esqueço:

“Fazer boas viagens.”

“Dos meus amigos e da minha

bate-bola a seguir conheceremos um pouco mais desse bemhumorado empreendedor de sucesso.

família.” Não dá para viver sem: “Bom humor.”

Um lugar para se morar: “Fazenda Flamar, em Vitória de

Um supérfluo indispensável:

Santo Antão.”

“As minhas motos.” Minha casa é:

58 PLURAL

Férias ideais:

“Maravilhosa, aconchegante e cheia

“Europa.”

de paz.”

Um presente inesquecível:

Meu canto favorito em casa:

“Meus dois filhos.”

“Meu quarto.”


Comida preferida:

O que gostaria de imprimir:

Um ritmo musical:

“O dinheiro do Brasil (risos).”

“Forró.”

A solidez de uma marca se faz

Time de coração:

Um destaque no setor de

com:

“Seleção brasileira.”

impressão nacional:

“Atendimento personalizado,

“A gráfica Burt, de São Paulo.”

dedicação e trabalho permanente.”

Um lugar em Pernambuco:

A diferença de uma impressão no

“Vitória de Santo Antão.”

“Italiana. Uma boa macarronada sempre vai bem.”

Uma impressão de qualidade é

papel e na tela do computador: “A

aquela que:

folha impressa é palpável e se leva

Quem é destaque em

“Tem bom papel, tinta boa e

para todo lugar.”

Pernambuco: “João Carlos Paes Mendonça.”

excelente nitidez.” O melhor cliente é aquele que: O segredo para manter a

“É parceiro e, acima de tudo, fiel.”

Morar num Moura Dubeux

qualidade:

O mercado gráfico no Brasil é:

significa:

“Equipamentos de última geração,

“Grande e competitivo.”

“Tranquilidade e qualidade, acima de tudo.”

colaboradores bem treinados e apaixonados pelo que fazem.”

Como driblar a crise do papel em tempos de crise mundial:

Administrar gráfica na era da

“Com uma boa programação

informática:

antecipada, para não ser pego de

“Não se tornou tão fácil assim como

surpresa.”

pensam, mas ajudou bastante.” Sobre religião: Ser presidente de uma gráfica no

“Acredito piamente em Deus.”

Nordeste é: “Um desafio, porém muito

Sobre política:

gratificante.”

“Faz parte do convívio social.”

PLURAL 59


decoração

dicas para cinco ambientes Arquitetos renomados dão sugestões para montar a sala de estar, a sala de jantar, o home theater, o quarto e a cozinha do apartamento Mariana Queiroga Fotos: divulgação

T

er uma casa própria decorada com móveis e objetos que personalizem os ambientes e deixam o cantinho com a cara do dono é o sonho de muita gente. Sobretudo se as plantas dos empreendimentos oferecem espaço e amplitude reduzidos, a ajuda de um arquiteto para saber explorar e aproveitar bem o projeto se revela mais que necessária. 60 PLURAL

Na hora da escolha do piso e da cor das paredes, todos os arquitetos são unânimes em afirmar que tons claros dão neutralidade e aumentam a sensação de espaço na casa. Para ajudar o cliente na hora de montar o seu apartamento, convidamos quatro arquitetos que darão dicas de decoração e as tendências desse mundo que está sempre trazendo novidades.

Sala de Estar A ideia para esse ambiente é usar móveis confortáveis criando “salas” multiuso com vários cenários, para que a família possa se concentrar, mas sem esquecer de ter espaço para circulação. A iluminação planejada também é muito importante, e, dependendo da ocasião é possível ter uma luz mais


Danielle Guimarães, João Almeida e Patrícia Ataíde, arqMulti Arquitetas, Nadjânia Gomes e Eric Dayan

aconchegante ou mais ampla. De acordo com a arquiteta Danielle Guimarães, o uso dos tons amadeirados nos móveis passa a sensação de nobreza e sofisticação para o visitante. “A melamina laminada nos revestimentos imita a madeira com perfeição e torna o ambiente confortável, porém sem perder a praticidade.” Peças clássicas de design, como a cadeira Barcelona e a mesa Saarinen usadas nesse projeto de Danielle (ver foto), são objetos de desejo e dão um toque de modernidade ao espaço. Ela ressalta também a utilização do sofá com chaise retrátil, que torna a sala mais versátil e prática. “Os itens de decoração, as almofadas com tons diferentes do sofá e o tapete de lã de carneiro dão um toque especial e aconchegante.” A arquiteta destaca ainda a importância do planejamento com o prédio em construção. “A fiação embutida para os pontos de sonorização e de iluminação tem sido muito usada hoje.” O cliente pode escolher persianas automatizadas, que facilitam bastante, e uma TV LCD grande que não comprometa o visual da sala e que possa ser vista de qualquer ângulo.

Sala de Jantar Uma boa dica na hora de decorar essa área da casa é escolher mesas retangulares, que proporcionam mais espaço para congregar as pessoas na hora do jantar. Na foto, Danielle Guimarães optou pelas cadeiras de seda nas cabeceiras, com a intenção de quebrar a monotonia. Segundo ela, é imprescindível armários para guardar

objetos que o cliente não utiliza muito, principalmente as louças e os cristais, e grandes gavetas para faqueiros, que toda dona de casa possui. Uma opção devido ao calor é a climatização do espaço por meio do ar-condicionado tipo cassete, que fica bem discreto e proporciona momentos agradáveis durante o encontro. Os papéis de parede são uma boa pedida devido à facilidade na hora da aplicação. “Eles valorizam a área, aquecem o ambiente e podem integrar a sala de estar e de jantar, e uma alternativa seria com textura de seda.” Com a disseminação do costume de se tomar um bom vinho regado a um papo com amigos, muitas pessoas têm escolhido as adegas para manter a temperatura ideal para a bebida. O local indicado é próximo da varanda, que é um espaço agradável da casa para a reunião. Uma iluminação bem pensada é importante nesse ambiente, tanto no momento das recepções quanto para destacar alguns objetos de decoração, como peças e quadros antigos da família.

Home Theater “A minha dica para um bom home theater é explorar o espaço com criatividade e com poucas peças que não interfiram no entretenimento. O grande show, a grande atração, deve ser o que esse ambiente oferece, que é a diversão.” A opinião é da arquiteta Patrícia Ataíde, que sintetiza bem a proposta desse lugar da casa, mesmo sendo uma área de transição para os quartos. Como a ideia é que todos usufruam desse espaço para assistir a um filme, televisão, jogos, ver fotografias PLURAL 61


ou mesmo conversar, ela sugere um único sofá com chaise retrátil de quase 7 metros, com encosto reclinado. De acordo com a arquiteta, os elementos acústicos que compõem esse ambiente são os tapetes de fios de lã com algodão, por exemplo, os tecidos encontrados no estofado e as pedras na parede. Uma grande TV ou um telão, caixas de som com uma boa qualidade no sistema elétrico, fiação embutida e interruptores escuros para que passem despercebidos pelos visitantes formam o conjunto de itens imprescindíveis para se ter um home theater hoje. A iluminação, segundo Patrícia, é mais calma. “Como o cliente usa mais à noite esse lugar, a luz tem que ser suave, proporcionando aconchego à reunião.” A foto escolhida por Patrícia mostra um home em cuja parede foi utilizado um revestimento com vidros resinados e pedra natural. A iluminação focada com luminárias retas remete à simplicidade elegante 62 PLURAL

do ambiente. A sutileza cromática que norteia o projeto inusitado está nos modulados dos móveis em laca de alto brilho na cor grafite, que podem ser encontrados na loja Bontempo. O diferencial foi formado por um único telão de 52´, o que leva ao aconchego, encontro e entrosamento entre amigos e familiares. As cores branca e grafite dão a sensação de amplitude e servem como um pano de fundo sutil.

Quarto de crianças O primeiro passo na hora de decorar um quarto é saber o perfil do cliente que vai utilizá-lo. A idade e algumas características, como gosto por determinadas atividades, hábitos, hobbies e manias podem ajudar na personalização do espaço. A adequada disposição dos móveis no quarto, priorizando o melhor aproveitamento do espaço em todas as suas funções, é o objetivo de todo projeto.

De acordo com as arquitetas Soraya Carneiro Leão, Danielle Paes Barreto e Bruna Lobo, nos projetos de quartos, em especial o de crianças, o principal é atender às funções exigidas de forma equilibrada, usando os materiais e revestimentos adequados. “O quarto é o lugar da casa onde o cliente deseja ficar para dormir, ler ou fazer outras atividades, seja ele criança ou adulto, depois de um dia cansativo de trabalho e escola. Por isso, conforto e aconchego devem andar juntos com beleza e funcionalidade.” A foto é de um projeto das arquitetas, um quarto de uma menina de 6 anos. O espaço é compacto mas organizado de forma a atender às necessidades deles. A cama foi posicionada encostada na parede deixando o espaço mais amplo para brincadeiras e para assistir a TV, juntamente com os jogos interativos que reúnem sempre várias outras crianças. Para compor com a cama painel estufado em couro sintético na cor rosa Pink, nichos em gesso e


madeira para organizar melhor os brinquedos, armários com portas deslizantes, com espelho e vidro, recebendo painel de foto.Todos os móveis levam revestimento em fórmica microtextura branca, apenas os baús para brinquedos recebem o

acabamento na microtextura rosa. A luz foi tratada de maneira diferenciada de acordo com as atividades. “Para o quarto em geral foi feita uma iluminação bem difusa para todo o ambiente. Na área de estudo, uma iluminação

com lâmpadas fluorescentes embutidas no armário e minidicróicas realçando os brinquedos e objetos decorativos nos nichos. Fizemos uma ambientação voltada para ela, bem alegre, movimentada e feminina”, definem as arquitetas.

PLURAL 63


Cozinha A cozinha é primordial em uma casa e, sendo bastante complexa, o cliente precisa pensar em todas as alternativas para que o projeto final fique funcional e confortável. A intimidade também reina nesse ambiente, por isso é bom investir com algumas preocupações estéticas para os objetos de decoração. Segundo os arquitetos Nadjânia Gomes e Eric Dayan, quando se projeta uma cozinha deve-se ter em mente uma área bem-definida. “Todo bom nordestino tem o costume de receber amigos e familiares para uma boa conversa, e o lugar destinado ao preparo dos pratos tem que ser operacional e com todos os acessórios necessários fáceis de serem manuseados.” Como tudo precisa de um planejamento, para facilitar a vida do morador na hora em que for escolher os itens para decoração, é comum o arquiteto dizer que a cozinha é dividida em três áreas básicas, rigorosamente distintas e com 64 PLURAL

características próprias: trabalho, preparo e degustação. Uma parte muito importante e que merece bastante atenção é o uso dos revestimentos, que devem ser de simples manutenção e limpeza. “É ideal que os materiais utilizados não absorvam muito os produtos usados pela dona de casa. Assim ela estará minimizando os efeitos do acúmulo de resíduos,” diz Nadjânia. Na cozinha mostrada na foto, o granito chapado preto São Marcos contrasta com a indisfarçável leveza do vidro e dos generosos rasgos de luz branca fluorescente, que reforçam a sensação de amplitude espacial e com boa luminosidade para a área de trabalho. Os puxadores estilo calha horizontais e a mesclagem de cores neutras, como branco, preto e prata, nos móveis fornecidos e montados pela Bontempo, conferem ao ambiente a sobriedade e a sofisticação de uma cozinha moderna. No projeto escolhido por Nadjânia e Eric, personalização foi a palavra de ordem, mas sem prejudicar a correta

distribuição de todo o mobiliário. A bancada e as cubas sem emendas propiciam uma leitura homogênea do material com excelente acabamento. De acordo com os arquitetos, uma experiência bem-sucedida e bastante incomum aconteceu nessa cozinha. “Uma parede em tinta acetinada verde-aquarela abriga a coleção de pratos do cliente, propiciando conforto visual e ao mesmo integrando o ambiente iluminado com luzes fluorescentes sobre uma grande folha flutuante.” Uma dica boa e inusitada para quem deseja decorar a cozinha com estilo.


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tecnologia

a evolução da fundação Equipamento hidráulico sobre esteira na obra do Evolution Shopping Park é inovação que a Moura Dubeux traz a Pernambuco Mariana Queiroga Fotos: Fotografics

M

aior lançamento imobiliário no Estado e sucesso de vendas, o Evolution Shopping Park começa a dar os primeiros sinais de um grande empreendimento. Com a proposta de ser um ícone da evolução no conceito de moradia e fiel à idéia de que conforto e tecnologia estarão presentes em cada detalhe da construção, a inovação não poderia faltar na fase da sua fundação. 66 PLURAL

Para isso, a Moura Dubeux está utilizando com exclusividade, pela primeira vez em Pernambuco, o PM 25, que é um moderno equipamento hidráulico sobre esteira. O equipamento possibilita a cravação de estacas inclinadas ou em situações de grande complexidade, como as requeridas em obras offshore. Da marca finlandesa Junttan e trazido pela GNG Construções, o PM 25 é uma máquina de alta produtividade: no prazo de 80 dias, as 514 estacas das cinco torres do empreendimento serão cravadas.

De acordo como o coordenador da obra, Sérgio Pereira, o equipamento de última geração diminuirá bastante o tempo da fase inicial da construção. “Com essa máquina temos a vantagem de gastar três vezes menos tempo do que seria necessário se fosse usado na obra o processo de fundação tradicional.” A novidade tecnológica proporcionará ainda mais eficiência e qualidade no processo construtivo já adotado pela Moura Dubeux. O PM 25 perfura de 200 a 320 metros, enquanto o bate-estaca sobre rolo crava de 35 a 90 metros. Com peso de 74 toneladas e medindo cerca de 22 metros de altura, ele é de fácil montagem e possui computador de bordo, prumo com sensores, cabine climatizada e visualização de guinchos. O potencial do equipamento se confirma pela eficiência do martelo, que é de 93%, e com capacidade de até 100 golpes por minuto, com menos vibração. Segundo Sérgio Pereira, a etapa do estaqueamento já foi iniciada e, tendo em vista o porte


do Evolution, a solução adequada foi optar por placas pré-moldadas de concreto centrifugado de 44 metros. “Esse tipo de estaca é entre 20% e 30% mais resistente e garante maior uniformidade das peças,” diz Sérgio. Passo a passo - Terminada a fase do estaqueamento, começam o monitoramento e a rastreabilidade do concreto. Para cada pavimento, são feitas anotações na planta identificando as peças para cada lote de concreto com data, volume, resultado de resistência à compressão e outras informações que forem necessárias. Após a conclusão da obra, uma pasta com todos os dados é enviada para o setor de assistência técnica da empresa, onde ficará arquivada durante o prazo de garantia. “Esse arquivo com o histórico das peças é muito importante porque pode haver alguma intervenção nas estruturas e alterações arquitetônicas, bem como para rastreamento se um morador solicitar,” afirma o coordenador da obra. A terceira fase é a do monitoramento das deformações das lajes, cujo objetivo é evitar que elas excedam os valores-limites impostos pelo calculista. O sistema consiste em acompanhá-las laje a laje em todos os pavimentos, de forma que o engenheiro possa intervir a qualquer momento. A etapa seguinte é o monitoramento das fachadas, que é feito por uma equipe especializada através de equipamentos de topografia. De acordo com Sérgio, essa alta precisão permite executá-la com desaprumos bem baixos em relação a um referencial adotado. O serviço dura aproximadamente seis meses e inclui também a parte de acabamento dos revestimentos internos do apartamento. Depois será feita a instalação das

esquadrias de alumínio, com vidro de 4 a 6 mm na cor verde para as janelas e portas. O material escolhido trará conforto para o morador, na medida em que evita vibração e a entrada de água por causa do vento. Seguindo a linha dos diferenciais construtivos da Moura Dubeux, colunas hidráulicas com barriletes (armazenamento de água) serão utilizadas. A válvula redutora de pressão, que alimentará cada apartamento, trará várias vantagens, como permitir a instalação de medição de água individualizada, menores ruídos, visto que o equipamento é pequeno, e, principalmente, diminuir a necessidade de manutenção corretivas ou preventivas, facilitando assim a vida dos moradores. Podendo ser visitado pelo cliente, ela ficará posicionada nos halls de serviço do prédio. A água fria e quente chegará às torneiras e chuveiros dos apartamentos por meio de um sistema de polipropileno reticulado formado por tubos plásticos de alta performance, combinado com conexões de bronze. Esse sistema tem várias características e vantagens, entre elas material inerte, logo não está sujeito a corrosão; não é afetado por mudanças abruptas de temperaturas, suportando de -140º a 110º no pico; a possibilidade de

vazamento é muito pequena, pois a mangueira é cortada sob medida, facilitando a ligação direta do ramal à coluna; e redução de desperdícios devido aos tubos serem fornecidos em rolos. De acordo com Sérgio, o sistema tem muita tecnologia agregada e vai conferir às instalações um grande diferencial técnico. “Com ele os moradores terão mais conforto, na medida em que diminui a ocorrência de vazamentos.” Além disso, o Evolution terá uma infraestrutura para aquecedores de passagem elétricos ou a gás. O sistema permite uma boa redução no consumo de energia, de fácil manutenção, baixo custo, além de ser mais seguro por substituir os chuveiros elétricos. O Evolution Shopping Park oferecerá alto padrão agregando conforto, segurança, lazer e praticidade. A proposta da construtora foi adaptar em Pernambuco um novo conceito mundial de habitação e moradia, valorizando o gosto cultural do povo recifense de ter um cantinho moderno e multiuso sem precisar sair de casa. Cerca de 500 pessoas, entre funcionários da Moura Dubeux e terceirizados, vão trabalhar no empreendimento, que já é um marco da construção pernambucana. PLURAL 67


68 PLURAL


PLURAL 69


negócios

O estaleiro da emoção Empresa pernambucana é destaque na produção de lanchas, aproveitando mercado em expansão Mariana Queiroga Fotos: divulgação

C

onforto, sofisticação e estilo estão a bordo em um passeio de lancha. Não é à toa que o mercado náutico está em expansão em vários países e principalmente no Brasil. Devido a alguns empreendimentos que estão sendo construídos, como flats e resorts, muitas pessoas estão aderindo a esse tipo de lazer. Quarto maior do país e primeiro do Norte e Nordeste, o estaleiro 70 PLURAL

pernambucano Ecomariner tem contribuído bastante para o aumento desse segmento. De acordo com o empresário José Pinteiro, em 2008 foram fabricadas 112 lanchas. Segundo ele, existem cerca de 15 mil embarcações no Recife. “O mercado está em crescimento contínuo e é uma área que gera muito emprego. Precisamos de pessoas para montar o barco, para fazer sua manutenção e principalmente de um marinheiro. Então é um tipo de diversão que gera renda.” O empresário acrescenta ainda que o mercado maior na

cidade está no litoral norte. “O litoral sul não tem muita infraestrutura. Acho que falta mais iniciativa tanto do governo quanto da parte privada. Devemos buscar incentivos para que cada vez mais o Estado de Pernambuco seja visto como um produtor de embarcações de alto padrão.” O estaleiro Ecomariner está instalado em uma área nobre do Recife, às margens da bacia do Pina, em um espaço de aproximadamente 30.000 m², permitindo disponibilizar uma completa assistência técnica e um


Modelos de lanchas Ecomariner 25 - lançada no início de 2007, é uma lancha passeio de pequeno porte com 7,75 metros de comprimento, ideal para iniciantes navegarem em águas rasas e pode acomodar até nove pessoas.

showroom para os clientes. As embarcações são produzidas com equipamentos de última geração e matérias-primas de excelente qualidade, resultando em um barco de padrão internacional. Segundo o gerente de produção João Victor Bonanno, a Ecomariner já ingressou no mercado internacional exportando lanchas para países europeus, entre eles a Grécia. “O próximo passo é conquistar os Estados Unidos, um dos maiores consumidores de embarcações de passeio do mundo”, disse. A Ecomariner fabrica nove modelos de lanchas que variam de 20 até 55 pés (1 pé = 30,4 centímetros). Este ano será lançada a de 65 pés. De acordo com José Pinteiro, a ideia é buscar sempre novidades para superar a concorrência e impulsionar os negócios dentro e fora do Brasil. O processo de montagem do barco passa por quatro fases. Os 165 funcionários que trabalham na oficina são distribuídos nas áreas de laminação do casco, pintura, montagem da parte elétrica, hidráulica e do motor e por último os acabamentos. Toda lancha que sai do estaleiro tem garantia de dois anos e a parte de armários e bancadas está inclusa no valor. O modelo básico custa R$ 35 mil e pode chegar a mais de R$ 800 mil, dependendo do tipo e dos acessórios que o cliente desejar na embarcação.

Durante o período de inverno, o estaleiro procura incentivar os clientes a levar o barco para uma revisão, já que, segundo João Victor, é a estação que não produz muita demanda por novos barcos. Os serviços oferecidos são voltados para a parte de laminação, tapeçaria, marcenaria, elétrica mecânica e pintura. Estilo flutuante - As pessoas que compram um barco desejam ter dentro dele uma decoração com muito estilo e conforto, como se fosse sua segunda casa. A procura por empresas que ofereçam esse serviço de personalização, com móveis, acessórios, utilitários e a parte de enxoval da embarcação, tem crescido bastante. Para atender a clientela que busca esse diferencial, o estaleiro Ecomariner tem uma parceria com o escritório Duarte Casé Arquitetura. De acordo com o arquiteto George Casé, a ideia é facilitar a vida do cliente depois que a lancha foi escolhida. “Sugerimos o mobiliário, as cores, a parte externa também, objetos que destaquem o ambiente, como a cozinha, banheiro, sala e o quarto do casal. Tudo que o cliente pede procuramos adaptar ao espaço, fazendo com que o passeio se torne aconchegante.” O arranjo de personalização da lancha é um serviço opcional e acarreta um custo adicional no valor da embarcação.

Ecomariner 30 - chamada também de Alfa 300, é o tipo que os clientes procuram mais e tem um espaço para levar até dez pessoas. Ecomariner 36 - conhecida como Cigarette 360, é bem esportiva e tem velocidade e desempenho, com um acabamento sofisticado e espaços amplos que proporcionam uma navegação rápida. Ecomariner 39 - lançada no “Rio Boat Show” de 2008, é uma embarcação que privilegia o máximo de conforto aliado à funcionalidade de uma área externa com comando de pilotagem duplo, sofá, cozinha e um solário para churrasqueira. Ecomariner 45 - tem um design arrojado, com linhas exclusivas e cabine interna ampla com conforto e comodidade.

Ecomariner 55 - tem um espaço projetado para ser uma espécie de sala ao ar livre capaz de acomodar até 15 pessoas. Esse modelo tem uma cabine de proa com pédireito de 2,10m, ampla sala com capacidade para oito pessoas, cozinha reservada e dois camarotes.

PLURAL 71


habitação

Moura Dubeux faz parceria com a Caixa Operação pioneira no Nordeste no valor de R$ 200 milhões vai proporcionar investimentos e geração de emprego em vários Estados da região Fotos: divulgação

A

Moura Dubeux Engenharia assinou com a Caixa Econômica Federal (CEF) uma operação no valor de R$ 200 milhões para obras de habitação nos Estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. A empresa é a primeira incorporadora da região e a segunda do país a concretizar a operação por meio do Programa de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os recursos vão ser utilizados na construção de 14 empreendimentos, divididos entre cinco Estados da região onde a MD atua. As duas partes estavam negociando a operação há cerca de nove meses e o contrato foi assinado no final de agosto. “São empreendimentos de baixa, média e alta renda, neste último caso limitados aos R$ 500 mil do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Essa parceria vai proporcionar uma maior oferta e diversidade de produtos para os nossos clientes”, explica 72 PLURAL

Marcos José Moura Dubeux, diretor da construtora. Os recursos foram obtidos através de compromisso firmado em debêntures (valores mobiliários emitidos pelas sociedades anônimas) de emissão da empresa Moura Dubeux Engenharia S.A., no âmbito do Programa de Investimento do FGTS destinado ao setor de construção civil. O programa foi criado pela Resolução do Conselho Curador nº 578, de 2/12/2008. O orçamento do FGTS para esta linha de financiamento é de R$ 3 bilhões. “Para a Caixa, e sobretudo para o FGTS, a operação representa mais um passo importante rumo à modernização de seus instrumentos de financiamento, que estão, cada vez mais, em harmonia com a nova realidade imobiliária, na qual empresas maiores, mais profissionalizadas e intensivas em capital necessitam de parceiros financeiros que entendam as especificidades do setor”, disse o gerente nacional de Fundos Especiais

(Gefes), Roberto Madoglio. Crescimento - De acordo com Marcos José Moura Dubeux, os recursos deverão ser totalmente investidos até 2011. Os R$ 200 milhões serão destinados exclusivamente à construção de unidades habitacionais. Grande parte das 14 obras que vão utilizar os recursos da parceria da Moura Dubeux com a CEF já entrou em construção nos cinco Estados do Nordeste. Os edifícios serão erguidos tanto pela marca Moura Dubeux como pela linha econômica da construtora, a Vivex. A entrada dos recursos vai garantir a ampliação do número de colaboradores da companhia. Vão ser gerados cerca de 600 novos postos de trabalho diretos e mais 1.260 empregos indiretos na cadeia da construção civil. A previsão da direção da Moura Dubeux é de crescer 50% em termos de volume de venda de lançamentos nos próximos anos, graças a um crescimento geográfico com o aumento da participação fora de Pernambuco e aos novos produtos da linha econômica Vivex. Na avaliação de Gustavo José Moura Dubeux, diretor da construtora, esse crescimento virá também pelo fim dos efeitos da crise econômica sobre o setor da construção civil. “Acreditamos que a crise econômica no setor está no seu final.”


entrevista

a Caixa do otimismo Crescimento três vezes maior do que o esperado nos financiamentos de imóveis traz a perspectiva de consolidação da política habitacional no país Fábio Lucas Foto: divulgação Entrevista com Maria Fernanda Ramos Coelho

P

residente da Caixa desde 2006, Maria Fernanda Ramos Coelho é funcionária da instituição desde 1984. Nascida no Recife, é jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), com especialização em finanças empresariais e gestão pública pelo IBMEC e mestrado em administração pela Universidade de Pernambuco (UPE). Nesta entrevista à Plural, Maria Fernanda ressalta o diálogo que fez a Caixa alcançar uma expansão inédita no volume de crédito concedido ao setor habitacional. Segundo ela, todas as expectativas negativas para 2009 foram suplantadas por números que justificam o otimismo para 2010. A demanda reprimida na Região PLURAL 73


Distribuição Regional do Déficit Habitacional

Necessidade imediata de 6,2 milhões de unidades

Nordeste 2.144.384

Norte 652.684

Sudeste 2.262.770

Centro-Oeste 436.995

Fonte: Ministério das Cidades

Nordeste responde, por sua vez, a uma expectativa de crescimento na captação de recursos, o que já vem sendo verificado. Em relação aos financiamentos em todo o país, também não há motivo para desânimo: “O total de crédito imobiliário representa apenas 2% do total de crédito da economia, muito baixo se comparado com outros países”, compara na entrevista a seguir, na qual diz também que o conceito de sustentabilidade na construção veio para ficar e será cada vez maior não somente como fator de competitividade, mas também como de sobrevivência para as empresas. O Programa Minha Casa, Minha Vida tem sido bem recebido pelo mercado? O desempenho do programa está de acordo com as metas (1 milhão de moradias no país, 44 mil em Pernambuco)? Sim, foi muito bem recebido. As empresas do setor têm demonstrado 74 PLURAL

Sul 703.167

interesse em atuar no programa, mesmo porque ele foi pensado para ser social e economicamente sustentável. Desde sua concepção, os empresários, as entidades representativas, os movimentos sociais e a própria Caixa mantiveram um diálogo permanente para acertar todos os detalhes. Esse diálogo permanece e isso, em minha opinião, é um diferencial de outras experiências. Por outro lado, o fato de o programa garantir significativos subsídios às famílias de baixa renda para a realização do sonho da casa própria amplia a demanda e, para as empresas, diminui as incertezas quanto à capacidade de retorno no lançamento de novos empreendimentos. Acredito que em 2009 contrataremos 400 mil unidades e estamos seguros de que a meta de 1 milhão de unidades será atingida. Os Estados e os municípios têm conseguido colaborar com o programa, dotando de infraestrutura os terrenos

disponíveis, onde isso se faça necessário? O programa, desde o início, foi construído para ter uma forte conotação federativa, respeitando as características regionais independentemente da orientação política dos governos locais. É por isso que a distribuição das unidades levou em conta o déficit habitacional de cada Estado e município que têm se apresentado como grandes parceiros da Caixa na consecução dos objetivos do Programa Minha Casa, Minha Vida. Contribuem para a cessão de terrenos, para as autorizações ambientais, para a redução de impostos sobre os materiais da construção civil e para a instalação da infraestrutura necessária aos empreendimentos. O mesmo diálogo que mantemos com o setor empresarial e com os movimentos sociais temos mantido com os governos municipais e estaduais por meio de nossas 78 superintendências regionais e via Sala das Prefeituras. Foi respeitando as diferenças regionais que conseguimos a adesão de todos os Estados e de 90% dos municípios brasileiros acima de 50 mil habitantes. Os feirões da casa própria da Caixa são um sucesso em todo o país. Na 5ª edição em Pernambuco, o aumento registrado foi de 22% em relação ao ano passado, com cerca de R$ 350 milhões em negócios. A redução dos juros e o maior prazo para pagamento são os grandes motivos para essa boa performance na sua opinião? Esses elementos são importantes, contudo são parte da explicação.


A maior ênfase dada pelo Governo Federal, a partir de 2004, em instrumentos jurídicos que reduzissem os riscos, tais como o patrimônio de afetação, a sociedade de propósito específico e a alienação fiduciária do imóvel, deu mais segurança ao setor bancário para agilizar a oferta de crédito às empresas e famílias. Obviamente que ajuda muito o fato de estarmos vivendo, nos últimos cinco anos, um novo ciclo de crescimento, que tem impacto direto no emprego e na renda das pessoas. A combinação desses fatores, aliada a uma clara disposição do governo em constituir uma política pública habitacional, que se inicia com o Programa Minha Casa, Minha Vida, contribui para aumentar a confiança dos consumidores, que com isso encontram na Caixa toda a disposição de tornar real seu sonho da casa própria. Em nosso site, por exemplo, pode-se acessar o simulador de financiamentos e saber na hora as condições possíveis, com as melhores taxas e tarifas do mercado. De R$ 23,3 bilhões em 2008, a Caixa espera alcançar R$ 38,8 bilhões em financiamento de imóveis este ano, o que significaria um aumento de 66,5 % no volume de empréstimos. Com os bons resultados no primeiro semestre, apesar da crise, será possível superar essa expectativa? E qual a estimativa para 2010? Atingir a meta de R$ 38,8 bilhões será um feito histórico e mais um recorde, em um ano em que as expectativas eram por demais pessimistas. Repetir esse feito em 2010 já será uma conquista extraordinária, porém não descartamos a hipótese de superarmos o desempenho de 2009,

até mesmo porque, quando a Caixa, no início de 2009, lançou a meta de crescer 20% em relação a 2008, isso foi visto como uma utopia e, ao que tudo indica, o crescimento será de 66,5%, ou seja, mais de três vezes o crescimento originalmente planejado.

Atingir a meta de R$ 38,8 bilhões será um feito histórico Com que parcela a Região Nordeste participa no crédito imobiliário da Caixa? Como essa participação se compara com o restante do Brasil? Do volume de R$ 23,3 bilhões aplicados em habitação em 2008, 12,6% foram aplicados no Nordeste. Em 2009, até agosto, já aplicamos aproximadamente R$ 26 bilhões e observamos que a Região Nordeste apresentou uma elevação de sua participação em relação ao ano anterior, atingindo 13,4% do total do crédito aplicado. Há, de fato, uma demanda reprimida na região que comporta aproximadamente 34% do déficit habitacional do país. Na medida em que as taxas de crescimento econômico se mantêm e se realizam os investimentos públicos em infraestrutura urbana, como os do PAC, aliado à continuidade de programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, tenho absoluta certeza de que a Região Nordeste ampliará sua participação no crédito imobiliário de modo geral e no da Caixa em particular. O lançamento do selo Casa Azul é um indicativo de que a CEF pretende promover o conceito de

sustentabilidade na construção civil. As empresas brasileiras, em especial as nordestinas, devem adotar os projetos sustentáveis como uma tendência irreversível? Muitas ainda se queixam dos custos. O conceito de sustentabilidade, não só no segmento da construção civil, bem como em todos os segmentos, não é um modismo temporário, mas sim um movimento irreversível. Em um espaço de tempo menor do que se possa imaginar, ter práticas sustentáveis e de respeito ao meio ambiente não será somente um diferencial competitivo, mas uma questão de sobrevivência da empresa. O selo Casa Azul é uma forma de estimular as empresas do setor da construção civil a se adequarem à nova realidade. Em todo o mundo, o setor construtivo é visto como essencial para o bom desempenho da economia. A importância do setor para a economia brasileira poderia ser maior na sua avaliação? O setor da construção civil tem uma importância expressiva em termos de geração de emprego e renda e, atualmente, responde por aproximadamente 5,1% do PIB total. Contudo, do ponto de vista do sistema financeiro, o total de crédito imobiliário representa apenas 2% do total de crédito da economia, muito baixo se comparado com o de outros países. Acreditamos que existe espaço para o crescimento desta participação, e, possivelmente, a consolidação de uma política pública para a habitação, que se inicia com o Programa Minha Casa, Minha Vida, contribuirá para essa expansão. PLURAL 75


artigo

o Nordeste, a crise e o futuro Economia mundial deve ter crescimento negativo pela primeira vez desde a II Guerra, mas o Brasil vai bem e o Nordeste melhor ainda Francisco Cunha Fotos: Fotografics e Tânia Collier

U

ma das características bem peculiares da crise que se abateu sobre a economia mundial, depois que o banco norte-americano Lehman Brothers protagonizou a maior falência da história em setembro de 2008, foi a de que ela começou nos EUA, a principal locomotiva econômica do planeta. Por isso, a situação só melhorará, de fato, consistentemente, quando o governo e o mercado conseguirem colocar ordem na bagunça em que se transformaram os setores imobiliário e financeiro norte-americanos. Até lá, ainda aparecerão muitos números ruins numa economia internacional que deverá em 2009 ter crescimento negativo pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Só para se ter uma ideia do tamanho do baque, o comércio mundial, que vinha crescendo nos últimos seis anos acima de 16% ao ano, terá em 2009 uma queda estimada da ordem de 25%. No meio desse verdadeiro cataclismo, a economia brasileira vai se safando. Pela primeira vez 76 PLURAL

na história recente do país, o Brasil pode, em plena turbulência dos mercados ao redor do mundo, praticar medidas anticíclicas: desoneração tributária para a venda de automóveis, eletrodomésticos e material de construção; queda dos juros (em todas as crises anteriores os juros aumentaram muito para impedir a fuga de dólares); manutenção das reservas cambiais acima dos US$ 200 bilhões; PAC; Programa Minha Casa Minha Vida; etc. Tudo isso possibilitado pelo acerto da continuidade da política macroeconômica de estabilização, que em 2009 está completando 15 anos, desde o lançamento do Plano Real em 1994. Nesse contexto de melhor performance econômica do Brasil em relação ao mundo e em meio à crise, merece destaque o fato de que o Nordeste deve sair-se melhor ainda que o Brasil. Isso se dá, em primeiro lugar, pelo fato de que a crise afetou mais os setores industrial e exportador que são mais fortes no Sul e no Sudeste do que no Nordeste. Em segundo lugar, pelo fato de ainda concentrar a maior parte da pobreza do país, o Nordeste também concentra a maior fatia dos recursos do Bolsa Família (embora tenha 28% da população brasileira, o

Nordeste fica com 53% do total dos recursos do programa). Além disso, outro fenômeno presente na economia brasileira, com forte repercussão no Nordeste, que funciona como uma espécie de seguro contra a crise é a emergência da classe C, também chamada de “nova classe média”. Essa classe, na qual se enquadram aqueles que têm renda familiar mensal de R$ 1.065,00 a R$ 4.591,00, já conta no país com cerca de 100 milhões de pessoas, mais da metade da população. Só nos últimos seis anos, cerca de 20 milhões de pessoas ingressaram nesta classe, vindas da base da pirâmide social. Todo esse contingente de novos consumidores fortalece o mercado interno e ajuda a blindar, junto com a bem sucedida política macroeconômica, a econômia brasileira contra a crise. Aliás, esse é um fenômeno mundial, especialmente nos chamados países emergentes, como é o caso da China e da Índia. Estima-se que em cada um desses países existam cerca de 300 milhões de pessoas nessa condição, o que cria uma demanda mundial pelos produtos que esse enorme contingente consome, em especial produtos alimentares básicos, de cuja produção o Brasil é líder mundial. Não é por acaso


que tanto a China como a Índia têm conseguido atravessar a crise com crescimento positivos dos seus PIBs: possuem um enorme mercado interno a explorar, composto não só pelos que já chegaram a um estágio mais avançado de consumo, como também pelo enorme contingente que ainda pode vir a atingir o status de classe social emergente (cerca de 1,5 bilhão de pessoas). É claro que, no que diz respeito ao Brasil e especialmente ao Nordeste, o Bolsa Família (nem a aposentadoria rural ou o aumento real do salário mínimo, outras medidas compensatórias largamente usadas após a Constituição de 1988) não é capaz de fazer ninguém mudar de classe social (sair, por exemplo, da classe D e passar para a classe C). Todavia, a monetização dessas políticas compensatórias faz aumentar o consumo de produtos básicos, aumentando a demanda do comércio local, em especial no interior do Nordeste, e fazendo com que os comerciantes, esses sim, possam com a ampliação dos seus negócios mudar de classe. Esse é um fenômeno que, aliás, está por ser estudado melhor, mas que, sem sombra de dúvidas, está contribuindo decisivamente para fortalecer a base de consumo da

população nordestina e melhorar a qualidade de vida da região. E isso mesmo ela sofrendo os impactos da crise econômica, que serão minorados, mas que, infelizmente, se farão sentir, ainda que, não é demais repetir, em escala menor que no restante do país e do que a média mundial. Além do Bolsa Família e da consolidação das políticas compensatórias que lhe são anteriores (aposentadoria rural e aumento real do salário mínimo), o Nordeste no Governo Lula, em especial no segundo mandato por força dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem recebido importantes investimentos estruturadores e em infraestrutura (como é o caso da Refinaria do Nordeste, da transposição do Rio São Francisco, da ferrovia Transnordestina, da duplicação da BR-101 e vários outros). Tudo isso sinaliza no médio prazo

(dez anos) para tempos melhores e muitas oportunidades de investimentos empresariais para atender a uma demanda turbinada pelos investimentos estruturais e pelo aumento do poder aquisitivo de parcelas importantes da população nordestina, apesar da crise. Para além dela, no longo prazo (mais de dez anos), todavia, um importante fato portador de futuro precisa ser considerado com toda a atenção, desde já: em todos os cenários de aquecimento global, desenvolvidos pelos organismos pertinentes, como é o caso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (IMPE), o Nordeste aparece como a região brasileira mais fortemente impactada, inclusive com vastas áreas, hoje semiáridas, apontadas como sérias candidatas a se tornarem desérticas. Mas isso já é assunto para um próximo artigo...

Francisco Cunha é consultor de empresas e diretor da TGI Consultoria em Gestão.

PLURAL 77


ANDAMENTO DAS OBRAS Acesse www.mouradubeux.com.br. Lá você, cliente Moura Dubeux, pode obter: • Relatórios do engenheiro sobre a sua obra • Fotos atualizadas

Antônio Espíndola

Morada dos Navegantes

• Plantas em AutoCad para download • Atas das reuniões (para obras em condomínio) • Fale com a equipe da obra

Joanna Dhália

Alice Queiroz

Recife - Rosarinho

Recife - Boa Viagem

Recife - Boa Viagem

Recife - Rosarinho

150 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas

94 a 103 m , 3 Qts / 2 Sts, 2 vagas

157 e 167 m2, 4 Qts / 4 Sts, 2 e 3 vagas

132 m2, 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Nov/09

Entregue

Entregue

Entregue

Acabamento

2

Brennand Plaza

2

Alameda dos Pinheiros

Píer Maurício de Nassau

Píer Duarte Coelho

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Boa Viagem

Recife - São José

Recife - São José

412 m , 4 Qts / 4 Sts, 5 vagas Prev. de entrega: Dez/09

173 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 e 3 vagas Prev. de entrega: Dez/09

247 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Dez/09

247 m2, 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Dez/09

Acabamento

Acabamento

Acabamento

Acabamento

A. Trajano

Maria Júlia

2

2

2

Clarice Roma

Casa Rosada

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Pina

Recife - Boa Viagem

Recife - Rosarinho

233 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Mai/10

118 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Fev/10

101 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Jun/10

177 m2, 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Set/10

Acabamento

Acabamento

Acabamento

Acabamento

2

78 PLURAL

2

2


Mar Azul

Zezé Cardoso

Beach Class International

Enseada do Mar

Recife - Boa Viagem

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Pina

81 m , 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Set/10

237 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 e 4 vagas Prev. de entrega: Ago/10

38 a 103 m , 1 Qt / 1 St Prev. de entrega: Nov/10

160 m2, 4 Qts / 2 Sts, 2 e 3 vagas Prev. de entrega: Jun/11

Acabamento

Acabamento

Acabamento

Acabamento

2

Jardins do Capibaribe

2

2

Hanna Safieh

Empresarial Jopin

Beach Class Residence

Recife - Graças

Recife - Pina

Natal - Petrópolis

Recife - Av. Boa Viagem

185 m , 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Jun/11

281 e 289 m 4 a 11 vagas Prev. de entrega: Jan/11

55 e 82 m , 2 e 3 Qts / 1 St, 1 e 2 vagas Prev. de entrega: Dez/10

47 a 54 m2, 1 e 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Jul/11

Alvenaria

Alvenaria

Estrutura

Estrutura

2

2

Engenho Casa Forte

Life

2

Hilson de Azevedo Mota

Parque Avenida

Recife - Casa Forte

Natal - Tirol

Recife - Setúbal

Recife - Av. Boa Viagem

105 m2, 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Out/10

85 e 108 m , 3 Qts / 1 e 3 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Dez/10

164 m2, 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Nov/10

119 e 124 m2, 3 Qts / 1 St, 2 vagas Prev. de entrega: Jun/10

Estrutura

Estrutura

Estrutura

Estrutura

Adelmar da Costa Carvalho

2

Antônio Pereira

Engenho Guimarães

Alameda Capim Macio

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Boa Viagem

Recife - Casa Forte

Natal - Capim Macio

110 a 277 m , 3 e 4 Sts, 2 a 4 vagas Prev. de entrega: Mai/11

154 m , 4 Qts / 2 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Jan/11

156 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas Prev. de entrega: Fev/12

56 a 86 m2, 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Set/10

Estrutura

Estrutura

Estrutura

Estrutura

2

2

2

PLURAL 79


Esqueceu sua senha? Envie um e-mail para faleconosco@mouradubeux.com.br e volte a acessar o MD Net.

Torres da Liberdade - Vivex

Antônio Montenegro

Evolution Shopping Park

Beach Class Colonial

Recife - Jardim São Paulo

Natal - Tirol

Recife - Boa Viagem

Fortaleza - Meireles

57 m , 3 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Fev/11

150 m , 4 Qts / 2 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Set/11

87 a 170 m , 3 e 4 Qts / 1 a 4 Sts, 2 e 3 vagas Prev. de entrega: Ago/11

56 a 118 m2, 1 e 3 Qts / 1 e 2 Sts, 1 e 2 vagas Prev. de entrega: Ago/11

Estrutura

Estrutura

Fundação

Fundação

2

2

Beach Class Executive

Vanda Mota

2

Soneto Potengi

Carlos Gondim

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Setúbal

Natal - Petrópolis

Natal - Tirol

20 a 68 m , 1 e 2 Qts, 1 vaga Prev. de entrega: Jul/11

69 m , 2 Qts / 1 St, 1 vaga Prev. de entrega: Fev/11

214 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas Prev. de entrega: Jun/11

112 m2, 3 Qts / 2 Sts 2 vagas Prev. de entrega: Mai/11

Fundação

Fundação

Fundação

Fundação

2

Jardim Beira Rio

2

Alameda Imperial

2

Reserva do Horto

Jardim das Ubais

Recife - Torre

Recife - Monteiro

Salvador - Horto

Recife - Casa Forte

229 m , 4 Qts / 4 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Jul/13

172 m , 4 Qts / 4 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Nov/13

180 m , 4 Qts / 4 Sts 4 vagas Prev. de entrega: Abr/12

187 m2, 4 Qts / 4 Sts 3 vagas Prev. de entrega: Mar/13

Fundação

Fundação

Início das Obras

Início das Obras

2

80 PLURAL

2

2


Condomínio de Galpões

Parque do Mar

Grand Vitta - Vivex

Terrazzos - Vivex

Jaboatão dos Guararapes

Recife - Av. Boa Viagem

Recife - Torre

Maceió - Farol

25.000 m2 e 10.280 m2 78 vagas de caminhão Prev. de entrega: Dez/10

48 a 84 m , 2 Qts / 1 St 1 vaga

52 e 62 m , 2 ou 3 Qts / 1 St 1 vaga

86 m2, 3 Qts / 1 ou 2 Sts, 2 vagas

Início de Obras

Lançamento

Lançamento

Lançamento

Solaris - Vivex

2

2

Morada Rosarinho

Moacyr Maia

Natal Brisa - Vivex

Maceió - Poço

Recife - Rosarinho

Natal - Tirol

Natal - Cidade Satélite

66 m , 3 Qts / 1 St 1 vaga

153 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas

130 m , 4 Qts / 2 Sts, 2 vagas

55 e 94 m2, 2 ou 3 Qts / 1 St, 1 ou 2 vagas

Lançamento

Lançamento

Lançamento

Lançamento

2

Atlântico Norte e Atlântico Sul

2

International Trade Center

2

Parque Amazonas

Condomínio Gravatá

Recife - Boa Viagem

Recife - Pina

Recife - Boa Viagem

Gravatá

173 m , 4 Qts / 4 Sts, 3 vagas

63 a 193 m 2 a 13 vagas

40,5 a 58,2 m , 2 Qts / 1 St, 1 vaga

Lotes de 1.000m2 a 1.700m2

Lançamento

Lançamento

Lançamento

Pré-Lançamento

2

2

2

w w w. m o u r a d u b e u x . c o m . b r

PLURAL 81


Lançamentos«

Construção«

4 Qts / 2 Sts

Antônio Espíndola | Recife - Rosarinho

02

Morada dos Navegantes | Recife - Boa Viagem

94/95/103

03

Joanna Dhália | Recife - Boa Viagem

157 / 167

04

Píer Maurício de Nassau | Recife - São José

05

02

Entregue

3 Qts / 2 Sts

02

Entregue

4 Qts / 4 Sts

02 ou 03

Entregue

247

4 Qts / 4 Sts

03

Dez/09

Píer Duarte Coelho | Recife - São José

247

4 Qts / 4 Sts

03

Dez/09

06

Alice Queiroz | Recife - Rosarinho

132

4 Qts / 2 Sts

02

Nov/09

07

Brennand Plaza | Recife - Av. Boa Viagem

412

4 Qts / 4 Sts

05

Dez/09

08

Alameda dos Pinheiros | Recife - Boa Viagem

173

4 Qts / 2 Sts

02 ou 03

Dez/09

09

Maria Júlia | Recife - Pina

118

3 Qts / 1 St

02

Fev/10

10

A. Trajano | Recife - Av. Boa Viagem

233

4 Qts / 4 Sts

03

Mai/10

11

Parque Avenida | Recife - Av. Boa Viagem

119/124

3 Qts / 1 St

02

Jun/10

12

Clarice Roma | Recife - Boa Viagem

101

3 Qts / 1 St

02

Jun/10

13

Mar Azul | Recife - Av. Boa Viagem

237

4 Qts / 4 St

03 ou 04

Ago/10

14

Zezé Cardoso | Recife - Boa Viagem

81

3 Qts / 1 St

02

Set/10

15

Casa Rosada | Recife - Rosarinho

177

4 Qts / 4 Sts

03

Set/10

16

Alameda Capim Macio | Natal - Capim Macio

56 / 86

2 Qts / 1 St

01

Set/10

17

Engenho Casa Forte | Recife - Casa Forte

105

3 Qts / 1 St

02

Out/10

18

Hilson de Azevedo Mota | Recife - Setúbal

19

Beach Class International | Recife - Boa Viagem

20

164

4 Qts / 2 St

03

Nov/10

38/51/53/103

1Qt / 1 St

-

Nov/10

Hanna Safieh | Natal - Petrópolis

55 / 82

2 ou 3 Qts / 1 St

01 ou 02

Dez/10

21

Life | Natal - Tirol

85 / 108

3 Qts/1 St e 3 Sts

02

Dez/10

22

Condomínio de Galpões | Jaboatão dos Guararapes

25.000 e 10.280

-

78

Dez/10

23

Empresarial Jopin | Recife - Pina

281/289

-

04 a 11

Jan/11

24

Antônio Pereira | Recife - Boa Viagem

154

4 Qts / 2 St

03

Jan/11

25

Torres da Liberdade - Vivex| Recife - Jardim São Paulo

57

3 Qts / 1 St

01

Fev/11

26

Vanda Mota | Recife - Setúbal

27

Adelmar da Costa Carvalho | Recife - Av. Boa Viagem

28 29

69

2 Qts / 1 St

01

Fev/11

110 a 277

3 e 4 St

02/03/04

Mai/11

Carlos Gondim | Natal - Tirol

112

3 Qts / 2 Sts

02

Mai/11

Jardins do Capibaribe | Recife - Graças

185

4 Qts / 2 Sts

03

Jun/11

30

Enseada do Mar | Recife - Pina

160

4 Qts / 2 Sts

02 ou 03

Jun/11

31

Soneto Potengi | Natal - Petrópolis

214

4 Qts / 4 Sts

03

Jun/11

32

Beach Class Residence | Recife - Av. Boa Viagem

47 a 54

1 e 2 Qts / 1 St

01

Jul/11

33

Beach Class Executive | Recife - Av. Boa Viagem

20 a 68

1 e 2 Qts

01

Jul/11

34

Beach Class Colonial | Fortaleza - Meireles

56 a 118

1/3 Qts / 1/2 Sts

01 ou 02

Ago/11

35

Evolution Shopping Park | Recife - Boa Viagem

87 a 170

3 e 4 Qts / 1 a 4 Sts

02 ou 03

Ago/11

36

Antônio Montenegro | Natal - Tirol

150

4 Qts / 2 Sts

03

Set/11

37

Engenho Guimarães | Recife - Casa Forte

156

4 Qts / 2 St

02

Fev/12

38

Reserva do Horto | Salvador - Horto

180

4 Qts / 4 Sts

04

Abr/12

39

Jardim das Ubaias | Recife - Casa Forte

187

4 Qts / 4 Sts

03

Mar/13

40

Jardim Beira Rio | Recife - Torre

229

4 Qts / 4 Sts

03

Jul/13

41

Alameda Imperial | Recife - Monteiro

172

4 Qts / 4 Sts

03

Nov/13

42

Grand Vitta - Vivex | Recife - Torre

-

2 ou 3 Qts / 1 St

01

-

43

Solaris - Vivex | Maceió - Poço

66

3 Qts / 1 St

01

-

44

Terrazzos - Vivex | Maceió - Farol

86

3 Qts / 1 ou 2 Sts

02

-

45

Morada Rosarinho | Recife - Rosarinho

153

4 Qts / 4 Sts

03

-

46

Moacyr Maia | Natal - Tirol

130

4 Qts / 2 Sts

02

-

47

Natal Brisa - Vivex | Natal - Cidade Satélite

55 e 94

2 ou 3 Qts / 1 St

01 ou 02

-

48

Atlântico Norte e Atlântico Sul | Recife - Boa Viagem

173

4 Qts / 4 Sts

03

-

49

Parque do Mar | Recife - Av. Boa Viagem

48 a 84

2 Qts / St

02

-

50

International Trade Center | Recife - Pina

63 a 193

-

02 a 13

-

1.000 a 1.700

-

-

-

40,5 a 58,2

2 Qts / 1 St

01

-

51 Condomínio Gravatá | Gravatá 82 PLURAL 52 Parque Amazonas | Recife - Boa Viagem

Entrega

150

01

Previsão Vagas Garagem de entrega

Acabamento

Quartos/ Suítes

Alvenaria

Área (m2)

Estrutura

Nome

Fundação

Item

Início das obras

REsumo


PLURAL 83


84 PLURAL


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