Fórmula 1 começa 2024 de olho em 2025 / 2026
Por Venício Zambeli
Diretor de Redação | Revista RACING
O Mundial de Fórmula 1 inicia seu campeonato deste ano com a expectativa de que alguma equipe e piloto consiga quebrar o domínio de Red Bull e Max Verstappen das últimas temporadas. As mudanças de regulamento que virão a partir de 2026 podem ser a chave para definir o que deve acontecer em 2024/2025. Isto porque algumas equipes já estão trabalhando pensando no futuro, quando a categoria terá mudanças significativas e que demandam tempo de desenvolvimento e testes.
Assim, se alguma concorrente verificar a possibilidade de disputar o campeonato deste ano e o do ano que vem contra a Red Bull (que vem com a receita vencedora e o status de atual campeã), possivelmente pode apostar suas fichas na tentativa de aproveitar esta chance, compensando gastar energia e tempo agora, em detrimento de focar em 2026.
E isto é o que muitos esperam e torcem para acontecer, evitando mais campeonatos dominados novamente por um carro e um piloto, como foi em 2023. E esta seria a única forma da F1 salvar esta temporada, para conseguir tirar (um pouco) o foco, durante o ano inteiro, da expectativa só para o futuro. Seja pelos novos regulamentos de 2026, seja para um dos momentos mais aguardados do automobilismo em 2025: a Ferrari tendo o campeão Lewis Hamilton como piloto. Antes disso ainda temos toda a competição na pista em 2024 - e esperamos que ela possa ser interessante...
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CORRESPONDENTE F1
AUma nova era de ouro para F1
Por Rodrigo França Jornalista Colaborador | Revista RACING
temporada 2024 da F1 tem tudo para ser uma das mais previsíveis do ano, com o possível domínio de Max Verstappen e da Red Bull. Afinal, a pré-temporada indicou pouca possibilidade de surpresas, sendo a Ferrari e Mercedes as únicas equipes com potencial de evolução para tentar impedir um novo recorde de 22 vitórias da atual campeã – sendo que neste ano teremos uma marca histórica de 24 GPs, o campeonato mais longo desde que a F1 foi criada, em 1950.
Mesmo assim, o interesse da categoria em dezenas de países do mundo está aumentando. A nova gestão da Loberty Media, o jeito norte-americano de fazer show, o efeito Netflix e, claro, o alto investimento de patrocinadores e parceiras da categoria fizeram da F1 um espetáculo de mídia e público como há muito tempo não se via – pude ver isso de perto no GP de Las Vegas em 2023.
A grande “era de ouro” do esporte teve em seu auge Ayrton Senna, cujo legado se completa 30 anos em 2024. Foi na metade dos anos 1980 e começo dos
anos 1990 em que a F1, gerida por Bernie Ecclestone, se tornou este esporte global que movimenta cifras bilionárias e leva milhões de pessoas nos autódromos e na TV vendo ao vivo cada corrida.
A F1 era um esporte essencialmente europeu e se tornou global com esta fase “dourada”, em que Ayrton Senna se tornou o que para muitos é considerado o maior piloto de todos os tempos – até porque ele enfrentou uma concorrência com outros gênios do esporte que poucas vezes houve paralelos no automobilismo mundial, como Alain Prost, Nelson Piquet e Nigel Mansell.
A ida de Lewis Hamilton para a Ferrari em 2025 tem tudo para marcar o início desta segunda era de ouro da F1. E uma grande revolução do regulamento em 2026 pode finalmente trazer de volta o equilíbrio de forças e mais pilotos e equipes lutando por vitorias e titulo, que foi decisivo para era de ouro dos anos 1980 e 1990. Acompanhe com RACING esta temporada que tem tudo para ser histórica. Como jornalista, viajarei para as corridas da F1 em 2024 esperando ver de perto o nascimento desta nova fase – e a celebração do legado de 30 anos de Senna.
O maior dos campeonatos vai começar
Fórmula 1 abre temporada de 2024 com 24 corridas, provas aos sábados, com todos contra Max Verstappen e um pezinho no próximo ano
AFórmula 1 vai abrir aquela que será sua maior temporada de todos os tempos. Com 24 Grandes Prêmios, a categoria que conta com os melhores pilotos do planeta visitará quatro continentes, países tradicionais no esporte a motor e também praças que têm ganhado importância por serem mercados fortes e por terem dinheiro, como o Oriente Médio. E uma pergunta: alguém poderá parar Max Verstappen?
O holandês se tornou o grande nome da F1 nos últimos anos e vem de um 2023 absolutamente dominante, com 19 vitórias em 22 GPs e dez primeiros lugares seguidos. A fase de Verstappen passa muito, também, pela Red Bull, que só foi batida em uma etapa no ano passado, em Singapura. E os testes de pré-temporada mostram que piloto e equipe seguem fortes em 2024.
Mas, pelo menos inicialmente, há concorrentes para o time da marca de energéticos. A Ferrari se mostrou rápida em dois dos três dias de pré-temporada, e a Mercedes trabalhou muito em ritmo de corrida. A McLaren também não pode ser descartada, sobretudo após o avanço mostrado ao longo do campeonato do ano passado.
Além disso, a temporada de 2024, mesmo antes de começar, promete servir de “esquenta” para 2025. Isso porque será o último ano de Lewis Hamilton na Mercedes. O inglês defenderá a Ferrari a partir do ano que vem, ocupando o lugar de Carlos
Sainz. Isso, no mínimo, abre uma vaga em uma das melhores equipes do grid, e vai movimentar o mercado ao longo do ano.
Sem mudanças de regulamento, chamam atenção no calendário o retorno de pistas que receberam corridas em anos anteriores, caso da China, que finalmente terá seu GP de volta, marcado para Xangai. Ímola volta a sediar o GP da Emilia Romagna, que ficou de fora do cronograma em 2023 por conta de chuvas na região na semana da prova.
A Itália, aliás, segue com dois GPs, já que Monza segue no calendário. O número é menor apenas que o dos Estados Unidos, que mantém três provas no campeonato, com Miami, Austin e Las Vegas. E Interlagos segue como a casa brasileira da categoria com o GP de São Paulo, marcado para novembro.
Outra novidade são as corridas aos sábados. Não as Sprints, mas os GPs de fato. Em 2024, serão três etapas marcadas para o último dia da semana: Bahrein e Arábia Saudita, por conta do Ramadã, feriado sagrado para os islâmicos, e Las Vegas, prova que ocorre na noite de sábado nos Estados Unidos, madrugada de domingo no Brasil.
O mais importante campeonato do mais rápido dos esportes começa a contar sua história de 2024 no Bahrein, e ao longo de mais de nove meses terá seus desdobramentos. E RACING, como ocorre há anos, preparou o Guia da temporada da F1. Aproveite!
Texto Leonardo Marson e Rodrigo França Fotos DivulgaçãoFórmula 1 por todas as
Grupo Bandeirantes exibe pelo quarto ano seguido a F1, além das categorias de base
as partes
Pela quarta temporada seguida, o fã de Fórmula 1 poderá acompanhar as corridas da principal categoria do esporte a motor mundial através dos canais do Grupo Bandeirantes de Comunicação. A Band exibirá as corridas com exclusividade para o País, e usará de seu canal esportivo, o BandSports, para exibir treinos, classificações e as Sprints.
O grupo de comunicação comandado pela família Saad retomou às transmissões da F1 em 2021, e possui contrato pelo menos até o final da temporada do ano que vem. Mais do que isso, executivos da Band já negociam uma extensão de contrato com o Liberty Media, grupo proprietário da categoria mundial, para os próximos anos.
Na tela, o público terá a transmissão da qual já está acostumado. Sérgio Maurício segue como narrador dos Grandes Prêmios nesta temporada, mesmo sendo escalado também para as locuções dos jogos do Campeonato Carioca de Futebol neste início de ano. Reginaldo Leme, Felipe Giaffone e Max Wilson seguem como comentaristas, enquanto Mariana Becker fará as reportagens nos GPs.
O canal também exibirá as corridas das categorias de acesso ao mais importante campeonato do automobilismo mundial. A Fórmula 2, a Fórmula 3 e a F1 Academy, competição restrita a mulheres que contará com a segunda temporada de sua história, terão inicialmente transmissão do BandSports, com os melhores momentos das provas sendo exibidos nas madrugadas de domingo para segunda-feira na Band.
Fora da TV, haverá a possibilidade de se acompanhar as provas da F1 e das categorias de acesso também. No Brasil, o aplicativo BandPlay e o site da Band mostrarão todas as atividades ao vivo, em rede com a TV. Outra possibilidade pela internet é a F1 TV, streaming oficial da Fórmula 1, que conta com transmissões ao vivo, possibilidade de escolha de câmeras e corridas antigas, tudo isso com uma assinatura.
Por fim, as corridas da F1 também poderão ser seguidas pelo rádio. A BandNews FM mostrará toda a temporada com a equipe capitaneada por Odinei Edson, que há décadas comanda as narrações dos GPs mundo afora. Em algumas etapas, a Rádio Bandeirantes exibirá as provas em rede com a TV Band, com o áudio da narração da TV.
Ou seja: não faltarão formas para seguir a Fórmula 1 na temporada de 2024.
Para seguir no topo
Dominante nos últimos anos, Red Bull – e Max Verstappen –buscam ampliar hegemonia na F1 em 2024
Dominante nas duas últimas temporadas da Fórmula 1, a Red Bull é a equipe a ser batida mais uma vez na categoria máxima do esporte a motor mundial. O time segue apostando suas fichas em Max Verstappen, que tenta neste ano se tornar o primeiro piloto tetracampeão mundial de maneira consecutiva desde Sebastian Vettel, também com o time de Milton Keynes.
Com um carro que, no layout, mudou praticamente nada em relação aos anos anteriores, a Red Bull – e Verstappen – mostrou força logo no primeiro dia da pré-temporada, quando o holandês mostrou velocidade. Helmut Marko, consultor da equipe, acredita que o carro deste ano comece a temporada com uma frente de três décimos em relação aos rivais. Se confirmada a distância, o time tende a ser imparável mais uma vez.
Nos testes realizados no Bahrein, no final de fevereiro, o carro mostrou velocidade e confiabilidade: foram 390 voltas na soma dos três dias, sendo 208 de Verstappen e 182 de Sergio Pérez. Tal marca coloca o time dos touros vermelhos como o terceiro com mais voltas na pré-temporada, com uma
quilometragem menor apenas que Haas e Ferrari.
Se por um lado ninguém duvida da permanência de Verstappen pelos próximos anos, já assegurada por um contrato longo, o mexicano vive uma temporada importante com o time. Pérez tem sido criticado por não conseguir acompanhar de perto Verstappen e, por consequência, ter dificuldades para ser o segundo melhor piloto do grid, o que só ocorreu na última etapa em 2023.
A única crise que a Red Bull precisa contornar no início deste ano diz respeito a Christian Horner, que responde a uma acusação de importunação sexual contra uma funcionária da equipe. Ainda é incerto se o chefe da equipe seguirá ou não no time, mas, apesar da gravidade da acusação, a impressão é de que o assunto não interfere, pelo menos por enquanto, no trabalho em Milton Keynes.
Mesmo com todo o favoritismo para a temporada, é difícil imaginar que o time dos energéticos alcance o desempenho do ano passado, quando venceu 21 das 22 corridas e esteve fora do pódio apenas em Singapura. Caso consiga, os vermelhos quebrarão mais alguns recordes na categoria.
REDBULL
Nome da equipe: Oracle Red Bull Racing
Base da equipe: Milton Keynes, Inglaterra
Chefe de equipe: Christian Horner
Carro: RB20
Pilotos: Max Verstappen e Sérgio Perez
Motor: Honda
Estreia: 2005
Títulos: 6
Vitórias: 113
Poles: 95
Voltas mais rápidas: 95
MAXVERSTAPPEN
Nacionalidade: holandesa
Data de nascimento: 30/09/2007
Cidade: Hasselt, Bélgica
GPs disputados: 185
Poles: 32
Vitórias: 54
Pódios: 98
Títulos: 3
O tricampeão larga como favorito absoluto na temporada 2024. Dono de 19 vitórias em 22 corridas no ano passado, nada leva a crer que o piloto será ameaçado neste ano, já que o carro parece manter a confiabilidade e velocidade dos anos anteriores. O holandês tenta se tornar o primeiro tetracampeão consecutivo desde Sebastian Vettel, que reinou absoluto entre 2010 e 2013.
Se Verstappen está com o prestígio nas alturas, “Checo” precisa provar que pode seguir na equipe.
Em que pese o vice-campeonato de 2023, o mexicano jamais mostrou ser um segundo piloto confiável para a Red Bull, e terá de fazer um ano melhor se quiser permanecer no time no futuro.
SERGIOPÉREZ
Nacionalidade: mexicana
Data de nascimento: 26/01/1990
Cidade: Guadalajara
GPs disputados: 257
Poles: 3
Vitórias: 6
Pódios: 35
Títulos: -
GUIA DA FÓRMULA 1
Texto
Leonardo Marson
Fotos
Divulgação
O último brilho da estrela inglesa
Mercedes se despede de Lewis Hamilton nesta temporada e busca voltar a brigar por vitórias
MERCEDES-AMG
Nome da equipe: Mercedes-AMG Petronas Motorsport
Base da equipe: Brackley, Inglaterra
Chefe de equipe: Toto Wolff
Carro: W15
Pilotos: Lewis Hamilton e George Russell
Motor: Mercedes
Estreia: 1954
Títulos: 8
Vitórias: 125
Poles: 137
Voltas mais rápidas: 105
AMercedes se prepara para uma temporada que já começa histórica pela equipe, mas não por conta de vitórias e títulos, mas pela despedida de Lewis Hamilton. O heptacampeão deixará o time da estrela de três pontas ao final desta temporada, e migrará para a Ferrari, com quem fechou um acordo de múltiplos anos a partir de 2025.
Mas a “última dança” de Hamilton com a Mercedes promete ser um ano de recuperação. O time não venceu corridas em 2023, e, pelo que disse George Russell após os testes de pré-temporada no Bahrein, o carro desta temporada promete ser melhor em relação aos últimos anos, mesmo não aparecendo entre os mais velozes dos testes no Bahrein.
O W15 apresenta um layout inédito para a equipe em sua atual passagem pela Fórmula 1. O time combinou o preto e o prata, cores que eram usadas separadamente nos
últimos anos, e mostrou um veículo dos mais bonitos do grid. Na pré-temporada, contudo, foram completadas 360 voltas, número que deixa o time como o sexto com mais voltas nas atividades em Sakhir.
Com relação ao design, a Mercedes abandonou de vez o conceito de “zeropod”, que se mostrou ineficaz nas últimas duas temporadas e que, há quem diga, causou a saída de Hamilton da equipe. Os alemães se preocuparam em testar o ritmo de corrida ao longo dos três dias de testes, e espera que isso se reflita na pista. Por outro lado, o desempenho em voltas rápidas não foi dos mais animadores.
A questão para a Mercedes é se o time conseguirá um bom início de ano, o que não ocorreu nas últimas temporadas. Se a resposta for sim, há uma chance de desafiar suas principais adversárias, Ferrari e Red Bull para, quem sabe, voltar ao caminhos dos títulos, que não ocorre entre os construtores desde 2022, e entre os pilotos, desde 2021.
LEWISHAMILTON
Nacionalidade: inglesa
Data de nascimento: 07/01/1985
Cidade: Tewin
GPs disputados: 322
Poles: 104
Vitórias: 103
Pódios: 197
Títulos: 7 (08, 14, 15 , 17, 18, 19 e 20)
De saída da Mercedes, o heptacampeão do mundo espera voltar a brigar por vitórias neste ano. A dúvida é sobre como será o trabalho com os alemães em seu ano de despedida da equipe, já estando acertado com a Ferrari. Se o carro se mostrar rápido, a relação piloto/equipe poderá fazê-lo brigar pelas primeiras posições desde o início do campeonato.
O outro inglês da Mercedes se prepara para o terceiro ano com a equipe em uma posição em que, dependendo de quem for seu companheiro para 2025, poderá pleitear o benefício de ser o primeiro piloto. Para isso, precisa cometer menos erros em relação a temporada passada e andar próximo de Hamilton para ajudar a equipe no campeonato de Construtores.
GEORGERUSSELL
Nacionalidade: inglesa
Data de nascimento: 15/12/2998
Cidade: Norfolk
GPs disputados: 104
1
1
11
-
GUIA DA FÓRMULA 1
EQUIPES • FERRARI
Texto
Leonardo Marson Fotos
Divulgação
De olho em 2025
Ferrari mostra carro rápido em pré-temporada, mas se prepara para o ano que vem, quando terá Lewis Hamilton como piloto
FERRARI
Nome da equipe: Scuderia Ferrari
Base da equipe: Maranello, Itália
Chefe de equipe: Frédéric Vasseur
Carro: SF-24
Pilotos: Charles Leclerc e Carlos Sainz
Motor: Ferrari
Estreia: 1950
Títulos: 16
Vitórias: 243
Poles: 249
Voltas mais rápidas: 259
AFerrari inicia 2024 em busca de um desempenho melhor em relação ao ano passado, mas já de olho em 2025. Isso por conta da contratação mais bombástica da temporada: a de Lewis Hamilton, que desembarcará em Maranello no próximo ano após mais de uma década e seis títulos conquistados pela Mercedes.
O time mostrou força na pré-temporada, liderando dois dos três dias de atividades, sendo um com Charles Leclerc e outro com Carlos Sainz, que fará sua temporada de despedida da equipe italiana. Será o espanhol quem dará lugar a Hamilton no próximo ano. Além disso, a Ferrari somou 416 voltas em três dias de teste, sendo a segunda equipe com maior quilometragem nas atividades realizadas no Bahrein.
Com relação ao layout, o vermelho continua sendo a cor de destaque, como não poderia deixar de ser em se tratando de Ferrari. Chamam atenção ainda detalhes nas cores
preta e amarela por todo o veículo. Sobre desempenho, a questão é saber se, em ritmo de corrida, a equipe italiana terá um equipamento capaz de brigar com a Red Bull, o time a ser batido novamente neste ano.
Apesar de os testes de pré-temporada terem sido promissores, algumas questões pairam sobre a Ferrari. A primeira delas diz respeito a consistência de seus pilotos, que se mostraram instáveis no ano passado, sobretudo com o monegasco. As estratégias do time nos GPs, algo criticado por muitos que acompanham o Mundial nos últimos anos, também são algo a melhorar em Maranello.
O terceiro ponto recai exatamente sobre Sainz. De “aviso prévio” na Ferrari, resta saber se o espanhol terá motivação –e desempenho – capaz de fazer com que o time dos carros vermelhos possa brigar pelas primeiras posições ao longo do ano. O trunfo do piloto é o de, no ano passado, ter sido o único a bater a Red Bull, vencendo em Singapura.
CHARLESLECLERC
Nacionalidade: monegasca
Data de nascimento: 16/10/1997
Cidade: Monte Carlo
GPs disputados: 123
Poles: 23
Vitórias: 5
Pódios: 30
Títulos: -
O monegasco vive uma temporada decisiva. Ele permanecerá na Ferrari nos próximos anos, mas precisa de um grande ano antes de ter Lewis Hamilton como companheiro de equipe. Assim, se os italianos lhe derem condições, essa pode ser a última chance de se tornar campeão pelo time, já que, a partir de 2025, as atenções tendem a migrar para o inglês.
A grande questão do espanhol neste ano é sobre seu comprometimento com uma equipe que já anunciou que não contará com seus serviços em 2025. Ao mesmo tempo em que precisa mostrar serviço para seguir na F1 por outro time, Sainz sabe que a tendência e ser preterido por Leclerc quando houver a necessidade de se apoiar algum dos pilotos neste ano.
CARLOSSAINZ
Nacionalidade: espanhola
Data de nascimento: 01/09/1994
Cidade: Madri
disputados: 183
5
2
18
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GUIA DA FÓRMULA 1
EQUIPES • MCLAREN
Texto
Leonardo MarsonFotos
Divulgação
Desafiando limites
McLaren confia em evolução mostrada em 2023 para batalhar pelas primeiras posições da F1 contra Ferrari, Mercedes e Red Bull
MCLAREN
Nome da equipe: McLaren F1 Team
Base da equipe: Woking, Inglaterra
Chefe de equipe: Andrea Stella
Pilotos: Oscar Piastri e Lando Norris
Carro: MCL38
Motor: Mercedes
Estreia: 1966
Títulos: 8
Vitórias: 183
Poles: 156
Voltas mais rápidas: 165
Se tem uma equipe que melhorou muito seu desempenho na última temporada da Fórmula 1, esta é a McLaren. Depois de um início de 2023 claudicante, do qual chegou a brigar pelas últimas posições, atualizações fizeram o time de Woking melhorar totalmente, culminando com o quarto lugar entre os construtores, brigando em pé de igualdade com Ferrari, Mercedes e até a Red Bull em alguns momentos.
Com um desempenho tão positivo, a McLaren espera, no mínimo, seguir no grupo de equipes que batalham por pódios constantemente. Para isso, foram mantidos seus dois pilotos para este ano: Lando Norris e Oscar Piastri. O inglês mostrou constância ao longo do ano, enquanto o australiano teve seus brilhos, chegando a vencer uma das Sprints da temporada.
O layout do carro é semelhante ao usado nos últimos anos, com a predominância do laranja papaia, caracte-
rístico da equipe. Há mais detalhes na cor preta, contudo, lembrando um desenho que foi utilizado pela própria McLaren no carro de Pato O’Ward, um de seus pilotos na Indy.
Na pista, porém, o time foi o segundo que completou menos voltas na pré-temporada realizada no Circuito de Sakhir, no Bahrein. Foram 327 voltas, número maior apenas em relação ao da Williams. Norris, com 144 voltas, foi o terceiro piloto com menos quilometragem nas atividades. Porém, o time se viu livre de problemas.
Quilometragem a parte, a McLaren parece, finalmente, ter encontrado o caminho para voltar a brigar por vitórias e pódios. O jejum entre construtores dura desde 1998, enquanto o Mundial de Pilotos não é vencido por um piloto da equipe de Woking desde 2008, com Lewis Hamilton. Mas não se engane: não será fácil brigar com as adversárias, sobretudo a Red Bull.
OSCARPIASTRI
Nacionalidade: australiana
Data de nascimento: 06/04/2001
Cidade: Melborne
GPs disputados: 22
Poles: -
Vitórias: -
Pódios: 2
Títulos: -
O australiano mostrou rápida adaptação a categoria, e foi um dos destaques de 2023. Em seu segundo ano na F1, a expectativa é de andar ainda mais próximo de Norris e, quem sabe, se colocar em disputa com os principais nome do grid do Mundial.
Considerado um dos melhores pilotos de sua geração, Norris amadureceu e mostrou alguma consistência em 2023, ajudando a McLaren a conquistar o quarto lugar entre os construtores. O piloto espera agora brigar por vitórias, o que ainda não foi algo comum em sua carreira na principal categoria do esporte a motor mundial.
LANDONORRIS
Nacionalidade: inglesa
Data de nascimento: 13/11/1999
Cidade: Bristol
GPs disputados: 104
Poles: 1
Vitórias: -
Pódios: 13 Títulos: -
GUIA DA FÓRMULA 1
Texto Leonardo MarsonDivulgação
Verde e cheia de dúvidas
Aston Martin espera ter desempenho semelhante ao do começo de 2023, mas teme voltar a andar no meio do pelotão
ASTONMARTIN
Nome da equipe: Aston Martin Cognizant F1 Team
Base da equipe: Silverstone, Inglaterra
Chefe de equipe: Otmar Szafnauer
Carro: AMR24
Pilotos: Fernando Alonso e Lance Stroll
Motor: Mercedes
Estreia: 1959
Títulos: -
Vitórias: -
Poles: -
Voltas mais rápidas: 1
AAston Martin parte para a temporada de 2024 da Fórmula 1 como um ponto de interrogação na cabeça de quem acompanha a categoria. Qual será o desempenho do time dos carros verdes: o do começo da temporada passada, com pódios e briga por vitória, ou o do final de 2023, quando era apenas um time de meio de pelotão?
Com um desempenho dos mais fortes, a equipe inglesa chegou a incomodar, ainda que brevemente, a Red Bull, sempre com Fernando Alonso. Mas a temporada passou, outros times avançaram a Aston Martin teve que se contentar com o quinto lugar entre os construtores. Um avanço em relação a 2022, mas um resultado ruim perto do início de 2023.
Para este ano, o time manteve o verde do carro e seus dois pilotos, Alonso e Lance Stroll, que mesmo após anos na F1, não consegue tirar o estigma de “filho do dono da
equipe”. A quilometragem não foi um problema para a equipe, que anotou 378 voltas nos testes realizados no Bahrein, quarto maior número ao lado da Sauber. O desempenho, porém, foi apenas mediano.
Considerando os investimentos feitos pela equipe, que, de acordo com Lawrence Stroll, tem a intenção de brigar por vitórias em um futuro próximo, a Aston Martin parece ainda estar longe deste objetivo. Por outro lado, o time de Silverstone dá a impressão de que não voltará a figurar no fim do grid, o que foi uma realidade até 2022.
Há ainda uma outra incerteza na equipe: Alonso é cotado, ainda que de forma muito prematura, como possível substituto de Hamilton na Mercedes. Caso isso ocorra, o time terá de consultar outros pilotos para a vaga de titular. E isso pode incluir Felipe Drugovich, que segue como reserva da Aston Martin para este ano. Mas essa é uma discussão para o decorrer da temporada.
FERNANDOALONSO
Nacionalidade: espanhola
Data de nascimento: 17/09/1996
Cidade: Madri, Espanha
GPs disputados: 378
Poles: 22
Vitórias: 32
Pódios: 106
Títulos: 2 (2005 e 2006)
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O espanhol segue sendo a estrela da companhia e sabe que dificilmente terá desempenhos como o do começo de 2023 neste ano. Contudo, é nas costas do bicampeão mundial que recaem as maiores expectativas de bons resultados, que só serão possíveis caso o time lhe dê um carro para brigar no pelotão da frente.
O canadense completará neste ano 150 GPs na principal categoria do esporte a motor mundial, com alguns momentos de brilho, mas com uma trajetória apenas mediana. Stroll espera melhorar sua performance e brigar por posições mais à frente com maior constância nesta temporada.
LANCESTROLL
Nacionalidade: canadense
Data de nascimento: 29/10/1998
Cidade: Montreal
GPs disputados: 143
Poles: 1
Vitórias: -
Pódios: 3
Títulos: -
GUIA DA FÓRMULA 1
TextoDivulgação
Em busca de reação
Alpine tenta reverter momento e voltar ao top-5 da F1.
Mas testes mostram que missão não será fácil
ALPINE
Nome da equipe: Alpine F1 Team
Base da equipe: Enstone, Inglaterra
Chefe de equipe: David Brivio
Carro: A524
Pilotos: Pierre Gasly e Esteban Ocon
Motor: Alpine
Títulos: -
Vitórias: 1
Poles: -
Voltas mais rápidas: -
AAlpine parte para a temporada 2024 da Fórmula 1 como uma verdadeira incógnita: o time tem bons pilotos e consegue resultados de destaque vez por outra, mas cada vez mais perde posições no Mundial de Construtores. Em 2023, a equipe francesa até foi ao pódio em duas oportunidades, mas completou a temporada apenas com a sexta posição, sem grandes atuações de Pierre Gasly e Esteban Ocon.
A expectativa do time dos carros azuis era de, senão brigar por vitórias em 2023, pelo menos manter o quarto posto, o que se mostrou uma meta impossível de se alcançar. Além de Red Bull, Mercedes e Ferrari, o time foi batido também por McLaren e Aston Martin. E a julgar pelo desempenho nos testes, a temporada que se avizinha não será das mais promissoras.
Com 333 voltas completadas na pré-temporada no Bahrein, a Alpine foi a terceira que menos andou nos testes. Rumores indicam ainda que o time não encontrou o melhor
desempenho durante as atividades em Sakhir. Isso, porém, só será mostrado ao mundo a partir dos treinos livres para a etapa de abertura do campeonato, também marcada para o traçado barenita.
Mas, se o início de trabalho não foi dos mais promissores, a equipe conta com uma dupla de pilotos reconhecidamente capaz de desenvolver carros. Ocon está na equipe há algumas temporadas, e foi o responsável pela única vitória do time em sua atual fase na categoria máxima do automobilismo mundial. Gasly, por sua vez, espera ter um desempenho melhor em relação ao seu primeiro ano no time.
A expectativa da Alpine, que terá um carro com layout preto e rosa em poucas etapas, e prioritariamente azul e preto na maior parte da temporada, é a de pelo menos voltar a figurar no top-5 do campeonato. Considerando os últimos anos, é possível, mas será necessário reverter um viés de queda.
PIERREGASLY
Nacionalidade: francesa
Data de nascimento: 07/02/1996
Cidade: Rouen
GPs disputados: 130
Poles: -
Vitórias: 1
Pódios: 4
Títulos: -
Após anos nos times da Red Bull, Gasly teve um primeiro ano discreto, mas melhor em relação a Ocon em pontos na Alpine. O piloto espera brigar por pódios, como o obtido na Holanda em 2023, e ajudar a equipe francesa a voltar ao top-5 entre os construtores.
Um dos destaques do grid, o francês subiu ao pódio em Mônaco e tem capacidade de mostrar bons trabalhos mesmo em carros de equipes medianas. Se conseguir bons desempenhos, poderá se candidatar a uma vaga na Mercedes, que não terá Lewis Hamilton nos boxes em 2025.
ESTEBANOCON
Nacionalidade: francesa
Data de nascimento: 17/09/1996
Cidade: Évreux, Normand
GPs disputados: 133
Poles: -
Vitórias: 1
Pódios: 3
Títulos: -
GUIA DA FÓRMULA 1
TextoDivulgação
Avançando aos poucos
Após melhor temporada nos últimos anos, Williams tenta manter boa fase e evoluir ainda mais no grid com Alexander Albon e Logan Sargeant
WILLIAMS
Nome da equipe: Williams Racing
Base da equipe: Grove, Inglaterra
Chefe de equipe: James Vowles
Pilotos: Alexander Albon e Logan Sargeant
Carro: FW45
Motor: Mercedes
Pneus: Pirelli
Estreia: 1978
Títulos: 9
Vitórias: 114
Poles: 128
Voltas mais rápidas: 133
Depois de anos andando nas últimas posições, a Williams mostrou reação em 2023, e tem como objetivo seguir avançando no grid da Fórmula 1 em 2024. Carregada sobretudo por boas atuações de Alexander Albon, o time garantiu o sétimo lugar entre os construtores no ano passado. Mais do que isso, conseguiu manter o tailandês no time, que também contará com o errático Logan Sargeant, que segue para sua segunda temporada na categoria.
Albon somou 27 dos 28 pontos do time de Grove na temporada passada, ao passo que Sargeant garantiu, no GP dos Estados Unidos, seu único tento na temporada. Se o asiático é a esperança de pontos da Williams para esse ano, a equipe espera que o americano possa manter o avanço mostrado nas últimas etapas do ano.
Em um time que não deverá lutar por vitórias ou pódios, a esperança é no crescimento no Mundial de Cons-
trutores. Mais pontos e uma posição melhor renderão mais dinheiro para o time seguir em sua restruturação. Para isso, a Williams espera que Albon mantenha o bom momento, mas que Sargeant passe a pontuar com frequência, o que nem de longe ocorreu em 2023.
Para este ano, a Williams manterá o azul como cor predominante no layout do carro, que tem algumas mudanças no desenho. Na pista, contudo, o time inglês foi o que menos completou voltas na pré-temporada realizada no Bahrein, com apenas 299 voltas em três dias de trabalho, 142 giros a menos em relação a Haas, líder de quilometragem em Sakhir.
Caso a expectativa da Williams se confirme, o time poderá brigar para chegar no segundo pelotão do grid, basicamente ocupado pela Alpine atualmente. Porém, se o carro não ajudar e os pontos não vierem, o risco de voltar ao fundo do grid é real.
ALEXANDERALBON
Nacionalidade: tailandesa
Data de nascimento: 23/03/1996
Cidade: Londres, Inglaterra
GPs disputados: 81
Poles: -
Vitórias: -
Pódios: 2
Títulos: -
Exemplo de que uma segunda chance pode ajudar um piloto na F1, o tailandês foi um dos principais nomes da temporada 2023. Com ótimos desempenhos, o piloto espera manter neste ano a fase positiva que vive. Joga a favor de Albon o contrato renovado até 2025 e o interesse de outras equipes em seu trabalho, mesmo com a renovação com a Williams.
Último piloto a se garantir no grid para 2024, Sargeant começou sua trajetória de forma péssima, mas terminou mostrando bons desempenhos, ainda que muito aquém de Albon. De qualquer forma, o americano parte para seu segundo ano na F1 sem o direito de fazer outro ano ruim se quiser seguir no Mundial.
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LOGANSARGEANT
Nacionalidade: americana
Data de nascimento: 31/12/2000
Cidade: Boca Raton
GPs disputados: 22
Poles: -
Vitórias: -
Pódios: -
Títulos: -
GUIA DA FÓRMULA 1
EQUIPES • RB
Texto
Leonardo Marson Fotos
Divulgação
Crédito para crescer
RB é o novo nome da AlphaTauri, que trocou o chefe de equipe, mas manteve os pilotos para sair do fim do grid da F1
RBVISA
Nome da equipe: Visa Cash App RB
Base da equipe: Faenza, Itália
Chefe de equipe: Laurent Mekies
Diretor-técnico: Jody Egginton
Pilotos: Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda
Carro: VCARB 01
Motor: Honda
Pneus: Pirelli
Estreia: 2024
Títulos: -
Vitórias: 2
Poles: 1
Voltas mais rápidas: 3
Osegundo time da Red Bull mudou de nome para a temporada 2024 da Fórmula 1. Sai o nome AlphaTauri e entra “Visa Cash App RB”, que chamaremos aqui apenas como RB. Outra mudança está na chefia de equipe: Franz Tost dá lugar a Laurent Mekies. E o time passará a usar mais peças produzidas pela matriz, a Red Bull, em expediente semelhante ao que a Haas possui com a Ferrari.
Se o nome representa simplesmente uma mudança comercial imposta pela Red Bull (RB significará “Racing Bulls”), as outras mexidas na equipe visam fazer com que haja um avanço no grid. A RB andou para trás nos últimos anos e, não fossem boas apresentações nas corridas finais de 2023, o time terminaria na lanterna do Mundial de Construtores.
Para mudar esse cenário, a RB não mudou seus pilotos. Yuki Tsunoda parte para seu quarto ano na mais importante categoria do esporte a motor mundial, e terá,
desde o início da temporada, a companhia de Daniel Ricciardo. O australiano retornou ao time para substituir Nyck de Vries, que teve desempenho pífio no início do campeonato, e ajudou na reação do time, que terminou em oitavo o Mundial de Construtores.
O carro tem um layout que lembra muito o desenho usado pela Toro Rosso (outro nome usado no time que agora se chama RB) na temporada de 2019. Há a predominância do branco e do azul, com detalhes em vermelho, e não são vistos pontos com fibra de carbono à mostra, o que se tornou tendência nos últimos anos.
Dos 25 pontos obtidos pela agora RB em 2023, 20 vieram nas últimas cinco etapas. Se o desempenho for parecido com esse em 2024, o time brigará mais na frente no grid. Na pista, o time adquiriu boa quilometragem, com 366 giros completados em Sakhir, nos testes de pré-temporada, o que pode ser considerado positivo também.
DANIELRICCIARDO
Nacionalidade: australiana
Data de nascimento: 01/07/1989
Cidade: Perth
GPs disputados: 239
Poles: 3
Vitórias: 8
Pódios: 16
Títulos: -
Não se discute a qualidade do australiano, que ajudou a agora RB a avançar na classificação do Mundial de Construtores em 2023. Junto da equipe desde o início do ano agora, a expectativa é de desempenhos consistentes com a equipe, além da soma de pontos para ajudar a equipe a sair das últimas posições do grid.
O japonês mantém seu arrojo e, por vezes, se atrapalha por isso. Mas com um carro que mostrou melhora no final de 2023, conseguiu somar pontos com alguma constância. Se conseguir manter este bom momento, Tsunoda pode se tornar peça importante na RB para a temporada deste ano.
YUKITSUNODA
Nacionalidade: japonesa
Data de nascimento: 11/05/2000
Cidade: Sagamihara
GPs disputados: 63
Poles: -
Vitórias: -
Pódios: -
Títulos: -
KICK SAUBER GUIA DA FÓRMULA 1
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Leonardo Marson
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EQUIPES
Apostando alto
Tentando sair do fim do grid, Sauber volta a cena ao lado da Stake/Kick e espera ter fôlego para andar mais constantemente no top-10
KICKSAUBER
Nome da equipe: Kick Sauber
Base da equipe: Hinwil, Suíça
Chefe de equipe: Alessandro Alunni Bravi
Pilotos: Valtteri Bottas e GuanYu Zhou
Carro: C44
Motor: Ferrari
Estreia: 2024
Títulos: -
Vitórias: -
Poles: -
Voltas mais rápidas: -
Um dos nomes mais tradicionais da Fórmula 1, sobretudo nos anos 1990 e 2000, está de volta ao grid. Trata-se da Sauber, que volta a ter este nome, não sem ser antecedido pela Stake/Kick, que passam a nomear a equipe no lugar da Alfa Romeo. O time suíço parte para a temporada buscando melhorar seu desempenho e crescer entre os construtores, onde foi apenas a nona colocada em 2023.
E, se décadas atrás o time era conhecido por ser uma espécie de porta de entrada da F1 para novos talentos, a Sauber parte para o campeonato de 2024 com a mesma dupla pelo terceiro ano seguido: o veterano Valtteri Bottas segue como cabeça do time baseado em Hinwil, que terá ainda o chinês GuanYu Zhou.
Com 378 voltas completadas nos testes de pré-temporada no Bahrein, o time foi o quarto com mais giros completados, ao lado da Aston Martin. Se o desenvolvi-
mento do carro parece ser satisfatório, a Sauber tem um fator que joga contra: historicamente, o time perde fôlego com o passar da temporada, o que significa a perda de pontos e, consequentemente, posições no Mundial de Construtores.
O layout do carro mudou muito em relação ao ano passado. O carro passa a ter as cores preta e verde, deixando de lado o visual mais puxado para o vermelho de 2023. As cores fazem referência ao novo dono do naming right da equipe, que tem contrato até o final de 2025. A partir de 2026, o time mudará de nome de novo, passando a se chamar Audi, a fabricante alemã que comandará a equipe.
Apesar da capacidade dos dois pilotos, em especial o finlandês, a esperança da Sauber é a de voltar para o meio do pelotão, missão considerada difícil em um time que foi o nono colocado em 2023 e que teve como melhor resultado apenas dois oitavos lugares.
VALTTERIBOTTAS
Nacionalidade: finlandesa
Data de nascimento: 28/08/1989
Cidade: Nastola, Finlândia
GPs disputados: 222
Poles: 20
Vitórias: 10
Pódios: 67
Títulos: 0
O veterano segue sendo o grande nome da Sauber, e a principal esperança de pontos, mesmo em um time que vem andando no fim do grid. Em um time que lutará no final do grid, a experiência do finlandês pode ser decisiva para conseguir resultados que a coloquem um pouco mais à frente das principais adversárias.
O chinês segue para mais uma temporada na F1 com resultados parcos, mas com desempenhos positivos considerando um carro não tão competitivo. Contudo, para ajudar a equipe a crescer entre os construtores, Zhou precisa mostrar evolução e ser mais constante no top-10.
GUANYUZHOU
Nacionalidade: chinesa
Data de nascimento: 30/05/1999
Cidade: Shanghai, China
GPs disputados: 44
Poles: -
Vitórias: -
Pódios: -
Títulos: -
Texto
Leonardo Marson
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Novo comando, mesmos pilotos
Haas terá primeira temporada sem Günther Steiner, mantém Hulkenberg e Magnussen, e só quer terminar 2024 longe das últimas posições
HAAS
Nome da equipe: Haas F1 Team
Base da equipe: Kannapolis, EUA
Chefe de equipe: Ayao Komatsu
Pilotos: Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg
Carro: VF-24
Motor: Ferrari
Estreia: 2016
Títulos: -
Vitórias: -
Poles: 1
Voltas mais rápidas: 2
AHaas inicia mais uma temporada na Fórmula 1 com expectativas simples. Última colocada em 2023, o time admite que a luta neste ano é para não ficar nas últimas posições. Para isso, a dupla formada por Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg foi mantida, mas Günther Steiner, que ganhou fama além da categoria graças ao seriado “F1: Drive to Survive” perdeu o cargo de chefe de equipe, dando lugar a Ayio Komatsu.
Em 2023, o time até começou bem a temporada, somando pontos em três das primeiras cinco etapas. O desempenho caiu na sequência do ano e, somado ao avanço de outras equipes, como Williams, Alfa Romeo e AlphaTauri, o time acabou superado e terminou com o décimo lugar entre as equipes.
Para o campeonato deste ano, a Haas terá um layout misturando o preto, o branco e o vermelho, muito também por conta de sua principal patrocinadora. Coube ao time
baseado em Kannapolis também completar o maior número de voltas em toda a pré-temporada, com 441 giros nos três dias de atividades no circuito de Sakhir, no Bahrein.
Sobre os pilotos, Magnussen não teve lampejos de brilho como em anos anteriores, e só chegou na zona de pontos em três oportunidades, sempre fechando o top-10. O dinamarquês pontuou mais vezes que Hulkenberg, mas viu o alemão, que voltou ao grid em 2023, garantir um sétimo lugar logo no início da temporada, superando-o. Os veteranos, contudo, são confiáveis para um time que deverá brigar nas últimas posições.
Como ocorre na maior parte das equipes que estão no final do grid, a Haas busca somar pontos e não terminar na última posição entre os construtores. Os testes ajudam, mas a expectativa é a de que esta seja uma luta das mais complicadas para a única equipe americana do grid.
NICOHÜLKENBERG
Nacionalidade: alemã
Data de nascimento: 19/08/1987
Cidade: Emmerich, Alemanha
GPs disputados: 203
Poles: 1
Vitórias: -
Pódios: -
Títulos: -
Esqueça que ele não tem pódios. Para uma equipe de final de grid, Hulkenberg é um bom nome por, pelo menos na teoria, não cometer tantos erros e poder avançar durante as corridas. Foi assim na Austrália e na Áustria em 2023, e é nesse fator que a Haas confia no alemão.
O dinamarquês é mais arrojado que Hulkenberg, mas por vezes se coloca em incidentes por isso. Em mais um ano em que a Haas deverá aproveitar as poucas chances que têm para pontuar, Magnussen pode representar uma chance de obter algumas posições mais à frente, caso se livre de acidentes.
KEVINMAGNUSSEN
Nacionalidade: dinamarquesa
Data de nascimento: 05/10/1992
Cidade: Roskilde, Dinamarca
GPs disputados: 163
Poles: 1
Vitórias: -
Pódios: 1
Títulos: -
BRB E EQUIPE ALPINE
BRB RENOVA PARCERIA COM A BWT ALPINE F1 TEAM
O Banco BRB é um dos parceiros e patrocinadores da equipe francesa e o logotipo da instituição estampará os carros durante a temporada. Parceria inclui plano de Academia de Pilotos da equipe no Brasil
Em mais uma ação de apoio ao esporte e de reafirmação de sua atuação como banco do automobilismo, o BRB amplia sua parceria estratégica com a equipe BWT Alpine na F1 e segue na principal categoria da modalidade na temporada 2024-2025.
“É uma grande satisfação mantermos a parceria com a Alpine na F1, categoria mais prestigiada e popular no mundo, e que desperta uma histórica paixão do povo brasileiro. O BRB reforça seu compromisso com o desenvolvimento e apoio ao esporte, e pretende se consolidar como banco do automobilismo, ampliando sua frente de atuação e de negócios”, afirma o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Com novas aplicações da sua marca em locais de destaque do carro, o BRB reforça sua presença como importante player do segmento financeiro atuando na modalidade. Durante este e o próximo ano, além do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Interlagos (SP), a marca BRB também estará estampada nos carros da equipe em toda a temporada – competições de expressiva visibilidade na mídia mundial.
O projeto com a Alpine também prevê a criação da academia de pilotos da equipe em Brasília, cidade de origem do BRB. O objetivo é transformar a capital fede-
Texto e Fotos Divulgação
ral em um pólo nacional de automobilismo, oferecendo oportunidades para jovens pilotos brasileiros acessarem categorias no exterior, e contribuindo para a ampliação da prática da modalidade no País. A proposta é a realização de seletivas anuais em Brasília, para definição dos pilotos a serem patrocinados pelo BRB.
A ação segue alinhada com o planejamento estratégico do BRB para expansão de sua marca, que estará associada aos valores da F1, de competitividade, tecnologia, velocidade e experiências.
David Gendry, vice-presidente, diretor comercial da equipe BWT Alpine F1 e vice-presidente de comunicações da marca Alpine comenta o orgulho em continuar a parceria com o Banco. “Agora queremos levar nosso relacionamento a novos patamares, explorando oportunidades na América do Sul e, mais especificamente, no Brasil, graças ao amplo conhecimento local do BRB”, acrescenta.
Além da Fórmula 1, o BRB também patrocina a Stock Car, uma das mais populares do Brasil, o Rally dos Sertões, um dos maiores do mundo, o Campeonato FIA F4, importante categoria para pilotos juniores, e o Touring Car Racing (TCR). Apoia, ainda, pilotos brasileiros na F2, F4 e TCR Brasil e South America.
Piloto de testes e desenvolvimento da Aston Martin na F1 em 2024
Brasileiro aguarda a chance de mostrar seu talento como piloto titular na categoria principal do automobilismo
Campeão da Fórmula 2 em 2022, o brasileiro Felipe Drugovich continuará exercendo as funções de piloto de testes e de desenvolvimento da Aston Martin na Fórmula 1 em 2024. Este é o segundo ano de Felipe Drugovich na equipe e no ano passado ele teve oportunidades de guiar o carro em treinos oficiais e testes, mostrando bons resultados.
Em 2024 Drugovich manterá sua função oficial nos Grandes Prêmios e continuará conduzindo os trabalhos de desenvolvimento no simulador na sede da As-
ton Martin em Silverstone. Em 2023 o piloto paranaense trabalhou ao longo de 20 dias em simulador.
“Estou muito orgulhoso por continuar a trabalhar com a Aston Martin. Aprendi muito no ano passado, não apenas na pista, mas trabalhando com os engenheiros no simulador e no programa de desenvolvimento que foi projetado para mim. Estou orgulhoso da contribuição que pude dar e satisfeito por ter conseguido ajudar no progresso do desenvolvimento do time”, disse Felipe
Novatos desafiam veteranos na F2
“Confronto de gerações” promete marcar longa temporada da categoria de acesso à F1
Texto
Atemporada 2024 da Fórmula 2 marcará uma espécie de “confronto de gerações”. Isso porque pilotos vindos da Fórmula 3 e até da FRECA chegam em condições de desafiar alguns nomes que já estavam na principal categoria de acesso à Fórmula 1 nos últimos anos. Além disso, a adoção de um novo carro tende a equilibrar ainda mais a competição.
Antes de falar do grid em si, é necessário falar do carro, que foi atualizado pela Dallara. O carro usado desde 2018 ganha um novo chassi, que promete ser mais próximo daquilo que a F1 usa em seu campeonato. Chama atenção a asa traseira, que ganhou um formato curvo, não tão agradável ao olhar. O motor, em contrapartida, segue sendo o Mecachrome V6 turbocharger 3.4 litros.
No grid, a principal atração deverá ser o italiano Andrea Kimi Antonelli, protegido da Mercedes e que venceu a FRECA em 2023. Considerado um candidato a campeão mundial de F1, o piloto pulou a F3 e correrá na F2 diretamente, defendendo a forte Prema. Rumores dão conta que, dependendo do desempenho, o piloto poderá subir para a F1 já em 2025.
Outro novato que promete agitar a temporada deste ano é Gabriel Bortoleto. O piloto defenderá a Virtuosi e vem de título na F3 no ano passado de forma dominante. O piloto apoiado pela McLaren terá como adversários alguns nomes conhecidos de 2023, como o espanhol Josep María Martí, o argentino Franco Colapinto e o britânico Zak O’Sullivan.
Entre os veteranos da categoria, destacam-se Victor Martins, que vai para seu segundo ano, bem como Oliver Bearman, companheiro de Antonelli na Prema. Ainda há Dennis Hauger e o brasileiro Enzo Fittipaldi, ambos partindo para a terceira temporada na F2. O “Tubarãozinho” defenderá neste ano a equipe holandesa Van Amersfoort.
Assim como em 2023, o campeonato contará com 14 rodadas duplas, começando no Bahrein, nos dias 1 e 2 de março, e terminando em Abu Dhabi, entre 7 e 8 de dezembro. As etapas seguem com uma corrida curta no sábado e uma prova longa no domingo.
À
E na Fórmula 3...
A Fórmula 3 promete uma temporada cheia de emoções para 2024. Em um grid que se mostra sem um favorito destacado no início da temporada, a categoria promete corridas agitadas e um campeonato cheio de emoções, ainda que, para o público brasileiro, pela primeira vez na “era F3” não haja pilotos do País entre os 30 participantes.
Entre os nomes que já estavam no grid em 2023, destacam-se Dino Beganovic e Gabriele Mini, que serão companheiros de equipe na Prema, uma das forças do campeonato. Eles terão ainda um terceiro parceiro, Arvid Lindblad, destaque no kart e que teve boa temporada na FRECA no ano passado.
Mas, se entre os “veteranos” os nomes que chamam atenção são o do sueco e o do italiano, o time dos novatos tem no atual campeão da F4 Italiana, o polonês Kacper Sztuka. O piloto não era um dos candidatos ao título da Fórmula Regional Europeia em 2023, mas se destacou com uma arrancada a partir da segunda metade do campeonato, faturando o título.
A presença feminina está garantida mais uma vez, ainda que seja com uma veterana. Sophia Flörsch volta ao grid nesta temporada, trocando a fraquíssima PHM pela Van Amersfoort. Será a segunda temporada seguida na F3 e a terceira da alemã, que chegou a migrar a carreira para o endurance antes de voltar para os monopostos.
Sem brasileiros no grid, a F3 contará com dois sul-americanos em 2024. Tratam-se do colombiano Sebastian Montoya, filho do campeão da Indy e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis Juan Pablo Montoya, e do peruano Matías Zagazeta, que esteve na FRECA em 2023. O “cafetero” faz sua segunda temporada na categoria, enquanto o representante do Peru debutará na F3.
Com relação ao campeonato, serão dez etapas ao longo do ano, começando no Bahrein e terminando em Monza, na Itália. Como nos últimos anos, serão realizadas duas corridas, sempre uma mais curta aos sábados e outra maior, no domingo.
Agora é que são elas
F1 Academy parte para segunda temporada acompanhando a Fórmula 1 e com
Aurelia Nobels no grid
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Éuma verdade: por décadas as mulheres foram relegadas no automobilismo mundial, sobretudo quando se refere à Fórmula 1. Já são mais de quatro décadas sem uma representante inscrita em um GP, e este prazo tende a aumentar. Mas verdade também é de que há um esforço para se formar pilotas para a categoria. E é aí que entra a F1 Academy, que terá sua segunda temporada neste ano, agora acompanhando os GPs da F1.
O campeonato conta com 15 pilotas e terá sete etapas, sempre disputadas em sistema de rodada dupla. Mais do que isso, dez das competidoras precisam necessariamente ser apoiadas por equipes da principal categoria do esporte a motor mundial. O resultado da categoria, que se formou após a iniciativa da W Series, que já foi extinta, foi a de formação de pilotas já no primeiro ano de competição.
Se Marta García, campeã de 2023, migrou para a FRECA, nomes de destaque seguem para o segundo (e obrigatoriamente último ano na categoria, que limita as competidoras a duas temporadas na F1 Academy). São os casos das irmãs Amna e Hamda Al Qubaisi, Abbi Pulling e Jessica Edgar, além da filipina Bianca Bustamante.
Mas o grande destaque é Maya Weug, belga que cor-
rerá pela Prema e é apoiada pela Ferrari. A competidora esteve na FRECA na última temporada e tem uma carreira consolidada, algo ainda difícil entre as pilotas. Ela será companheira de equipe de outro nome importante entre as mulheres: Doriane Pin, que prepara uma migração aos monopostos e é apoiada pela Mercedes.
Pela primeira vez, o Brasil terá uma representante no grid da F1 Academy. Trata-se de Aurelia Nobels, vencedora do FIA Girls on Track – Rising Stars em 2022. A pilota, que esteve na F4 Brasil em 2022 e na F4 Italiana em 2023, levará a marca de material esportivo Puma em seu carro, mas segue na academia de pilotos da Ferrari. Ela será a primeira brasileira no grid de uma categoria feminina desde Bruna Tomaselli, que esteve na W Series em 2021 e 2022.
O campeonato, que no ano passado só esteve junto da F1 em Austin, neste ano contará com sete etapas, todas acompanhando os GPs. As rodadas, antes triplas, passam a ser duplas, e as pilotas concorrem não apenas ao título, mas também a pontos na Superlicença. E, além disso, uma chance real de seguir carreira, seja no nível máximo do mundo, seja em outras categorias.