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Miguel Oliveira em Misano

Miguel Oliveira com mais dificuldades

após a vitória

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Depois da prestação notável em Brno e na Áustria, o português Miguel Oliveira e a KTM no geral mostraram-se menos competitivas no GP de San Marino. O homem da Red Bull KTM Tech3 viria a terminar a corrida em 11.º lugar.

Motivado pelo triunfo no GP da Estíria, Oliveira chegava a Misano com natural ambição de dar continuidade ao momento positivo. Porém, enfrentava um circuito em que tinha poucas boas memórias – fora dois segundos lugares (um no Moto3, outro no Moto2), ao longo dos anos evidenciou constantemente algumas dificuldades. Em todo o caso, Oliveira sublinhou na antevisão que tinha confiança de continuar na senda positivo: ‘Estou obviamente empolgado e inspirado para ir para a ronda de setembro. Penso que vai ser duro fisicamente gerir novamente três fins de semana consecutivos, mas tivemos um bom descanso e estamos seguramente motivados para começar a trabalhar novamente. Ao começar numa pista em que estivemos a testar anteriormente em junho, e de onde temos informação, creio que podemos sair-nos muito bem nas corridas. Simplesmente espero manter o nosso nível, que mostrámos em Spielberg, e continuar a lutar pelas posições de topo’.

TREINOS LIVRES: INÍCIO DIFÍCIL SEGUIDO DE PROGRESSOS; Q2 DIRETA ‘FUGIU’

O começo do GP de San Marino não foi fácil para Oliveira. No primeiro treino livre, o piloto viu diversas voltas canceladas no FP1, embora mantivesse um ritmo constante no 1m34s alto/1m35s baixo. Fez um total de 19 voltas separadas em três stints, a melhor delas valendo o 22.º e último lugar a mais de dois segundos do líder – Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha). Nas três saídas à pista, a KTM RC16 esteve dotada de pneus médios à frente e atrás. Horas depois, no segundo treino livre em Misano, Oliveira mostrou progressos consideráveis. Apostando em dois stints iniciais com pneus duros, o piloto de Almada estabeleceu um ritmo entre o 1m34s baixo e o 1m33s alto, antes de um stint final rápido com pneu duro à fren-

te e macio atrás. Foi nessa altura que rubricou a sua melhor marca – 1m32,935s – para chegar ao nono lugar final colocando-se provisoriamente em zona de apuramento direto para a Q2. No briefing com a imprensa, Oliveira assumiu que pode ter sido cauteloso demais no FP1: ‘Não foi a nossa melhor manhã de sexta-feira, mas conseguimos regressar no segundo treino live. Talvez tivéssemos sido um bocado conservadores no FP1, ficámos um bocado presos às afinações de Spielberg, mas durante a tarde trabalhámos com base numas afinações que usámos no teste aqui. As sensações foram logo melhores, experimentámos vários pneus diferentes, o que foi bom. No ge-

ral foi um dia positivo, dentro do top dez. Sem dúvida que há ainda margem para melhorar, temos potencial para isso’. No sábado de manhã, o português enfrentou o FP3 com o intuito de acabar no top dez combinado e, assim, progredir para a Q2 diretamente. Num primeiro stint, rodou consecutivamente no 1m33s, insuficiente para melhorar face ao dia anterior – o que seria necessário. O luso viria mesmo a descer o seu crono, mas apenas numa série final de três voltas lançadas. O seu melhor tempo foi de 1m32,552s, removido por ter sido feito sob bandeiras amarelas. De qualquer modo, não teria sido suficiente para chegar ao top dez, sendo a diferença entre o 11.º e o 16.º lugar final. No sábado ao início da tarde, Oliveira preparou a corrida no FP4 do GP de San Marino. O piloto ficou no décimo lugar depois de dois stints em que trabalho com pneu duro à frente e médio atrás. No segundo, foi consistente no 1m33s, sendo a sua melhor marca 1m33,067s – a 0,663s do líder Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT).

QUALIFICAÇÃO: OLIVEIRA NA Q2 PARA SER 12.º

Miguel Oliveira passou pela Q1 do GP de San Marino fazendo duas séries de voltas com pneu duro à frente e macio atrás. Começou com um registo de 1m32,555s insuficiente para o colocar em posição de apuramento. Foi já na penúltima volta que assinou a marca de 1m32,212s que o deixou em segundo, seguindo em frente para a fase decisiva com Pol Espargaró (Red Bull KTM). Na Q2, Oliveira fez apenas uma série de quatro voltas lançadas nos últimos cinco minutos. Rodou por três vezes seguidas no 1m32s baixo e fez o seu melhor registo na derradeira tentativa, mas isso não foi suficiente para sair de 12.º. Foi 0,912s mais lento do que o autor da pole position, Viñales, e ficou com a tarefa mais complicada para a corrida. Em resposta ao Motorcycle Sports, Oliveira assumiu depois da qualificação que perspetivava maior competitividade em corrida: ‘O nosso andamento é melhor certamente do que a nossa qualificação, o que é bom. Conseguimos usar muito bem o pneu duro da frente, o que durante as voltas na corrida poderá ser uma vantagem para nós, mas como a posição poderá afetar a corrida não estou certo’. Por outro lado, o #88 explicou que a falta de capacidade para usar a tração estava a ser um problema: ‘Temos muita tração, mas de momento não estamos a ser capazes de usar essa tração tanto quanto possível. É certo que se colocarmos todos os melhores setores de cada piloto [da KTM] somos competitivos, mas de momento não consigo fazer tudo, não estou mui-

Oliveira acabou entre as KTM de Pol Espargaró e Brad Binder.

to perto no setor três e no resto sou bastante rápido, não é fácil de entender. Para mim é estranho’.

CORRIDA: RECUPERAÇÃO ATÉ AO 11.º LUGAR FINAL

Na manhã de domingo, Oliveira foi o décimo classificado do warm-up do GP de San Marino a 0,328s do topo, ocupado por Takaaki Nakagami (LCR Honda). Na corrida, o top dez acabou por não ser possível. Arranque complicado para Oliveira, que a alinhar de 12.º perdeu alguns lugares para passar a fechar o top 15. Passou as primeiras voltas em perseguição de Danilo Petrucci (Ducati), subindo uma posição com a queda de Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT) – antes de ser ultrapassado por Brad Binder (Red Bull KTM) mantendo-se em 15.º. Mas, de seguida, o #88 lançou-se ao ataque e superou de uma só vez Petrucci e Binder para chegar a 13.º. Seguia-se Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini) na lista de ultrapassagens. Na volta 13, Oliveira começou o adiantamento e foi depois em busca de Pol Espargaró (Red Bull KTM) que ultrapassou antes de ir em busca de Johann Zarco (Esponsorama Racing/Ducati). Porém, na disputa pelo fim do top dez havia muita intensidade e pilotos juntos. Binder ficou atrás de Oliveira e na volta 21 voltou a ultrapassá-lo. Zarco cedeu terreno para os irmãos Espargaró, enquanto na 23.ª volta Oliveira reentrou no top dez ao deixar Binder para trás. Na penúltima volta, Pol Espargaró estava rápido e acabou mesmo por bater Oliveira, relegando-o a 11.º. Até ao fim, o piloto do Pragal manteve a sua 11.ª posição, resistindo a Binder por uma margem mínima – cortou a meta 0,029s na frente do futuro colega de equipa e a 0,346s

Polarity Photo de Pol Espargaró. No rescaldo da corrida, Oliveira assumiu que era melhor jogar pelo seguro em vez de dar o tudo por tudo pelo décimo lugar: ‘Liderei a corrida da KTM até quase à volta final, mas a uma volta do fim falhei um par de pontos de travagem, o Pol aproximou-se e depois conseguiu ultrapassar-me e depois o Brad fez um movimento por dentro e perdi bastante tempo, perdi o contacto com o Pol e no final é difícil ultrapassar. Seja como for, era por um ponto e, para ser sincero, já era uma corrida onde tínhamos um bom andamento, mas estávamos já tão para trás que não valia a pena arriscar perder quatro ou cinco pontos’. Por outro lado, Oliveira confessou que, com uma qualificação melhor, poderia ter tido outro resultado: ‘Sabíamos que para ter uma boa corrida precisávamos de começar nas primeiras duas filas. Não o conseguimos por dois ou três décimos de segundo, o que não é muito mas faz muita diferença para nós aqui’.

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