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Deusas subalternas
Não há justiça! Só trapaça!
Não há justiça para essa mulher objectificada, Quando a promessa de justiça é sexualizada, Quando a sua acção é fragilizada, por alguém que deveria servir de vanguarda. Quando os seus gritos acabam em nada, Quando permanece no silêncio, Pois como uma boneca de boca cerrada, Foi educada a ficar calada.
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Não há justiça! Só trapalhada!
Mulheres cativas na cozinha Reduzidas na família ao lavor Suas falas são mudas Preparam a muda do suor
Seu silêncio é dogmático Seu Saber tem pavor Abster-se é enfático No pavor do desamor
Mulheres subjugadas pela Inércia, idealizam que só testículos têm títulos de presidência
Deusas vinculadas a subalternas Aparecem a conta-gotas na assembleia Enquanto a maioria enfeita a plateia
Ensinaram-lhe que cargos são dádivas dos homens
Mendigam importância Imputadas à ignorância Cativas na dependência Não desabrocham
Espinhos não soltam a fluorescência
Clamam, clamam Respondidas em pontapés Suas esperanças são exéquias Seus amos, lava-pés.