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Impressoras Humanas
Sempre foi sobre equilíbrio Não era afronta, eu não queria ser tu Queria que pudéssemos andar juntos para fazer do mundo um lugar melhor Era sobre caminhar juntos e fazer do mundo um lugar melhor Pela igualdade e equidade de género
Tarde demais
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Mais uma vez fui silenciada Formatada como acessório social para satisfação sexual, sem direito a voz nem vez.
É tanta pressão social psicológica, que minha afirmação e realização pessoal se substancia na capacidade de imprimir vidas Independentemente do meu nível de instrução e grau de preparação emocional, físico e financeiro Preciso exprimir a dor e imprimir vidas Sobre uma sociedade que subjuga e assassina a mulher, tornando-a vulnerável em função da condição de sexo frágil Já faz tempo que a maternidade deixou de ser um sonho para se tornar num capricho Capricho de um doador de esperma sem escrúpulo Que precisou testar sua masculinidade deitando vidas ao relento, sem sustento. Enquanto a dona Maria clama por pão para alimentar os seus
“Mamã, tenho fome, Tio me dá só pão, Papá fugiu, Mamã foi vender”
Abortar é matar?, é entregar os filhos à própria sorte? É fugir à paternidade, como se de um objecto se tratasse, sem medidas claras para protecção social destas vidas, deitam-se fora quando bem se entende. O sistema de protecção social para este segmento é frágil Sem preparação, sem instrução, a alternativa é baixar as cuecas para saciar a fome dos seus O mercado de trabalho não absorve pois não têm qualificações profissionais A única competência que tenho é de imprimir vidas Porque a sociedade me diz que ser mulher é ser mãe