1 minute read

Mãe

Next Article
Justiça por ela

Justiça por ela

Entender o bem e o mal Que NÃO, é sinónimo de NÃO! Hematomas e marcas de cintos no corpo da minha mãe, eles dizem que foi só uma briga de casal Para acender a paixão Que meu pai tinha razão quando levantou a mão Que mulher mesmo, às vezes, precisa de uma boa lição É tanta desigualdade Estamos muito longe da equidade A falta de educação jurídica não protege a maioria E faz a tua voz não ser ouvida Tu vives oprimida Desprotegida A falta de inclusão na justiça começa Quando culpam a vítima e justificam o agressor Discurso doce recheado de dor Querer justiça numa sociedade machista Que cala tua voz Tua alma Mata tua esperança Sociedade que não quer ver a vítima como vítima Então, me diga... Melhor, reflicta Será que dentro de uma mulher Não corre o mesmo sangue nas veias Não corre vida nas artérias Sentimentos Medos Sonhos Não merece gozar dos privilégios de um ser social?

Nós queremos justiça nesse regime desigual.

Advertisement

Seus beijos lembram um beija-flor Com ternura e amor Na sua cubata de chapa Após uma longa jornada Eterna caminhada Kitandeira Mamã guerreira Nasce ladrão Forma patrão Educa político E ainda dizem que mulher não fala política Sexo frágil Que nasce o forte Pois não há um homem se não houver uma mulher Eu não quero flores para ela Quero que parem de correr atrás dela Vão procurar ladrão Aí, também tem vosso pão Eu quero poder continuar a ouvir dela Arreou, Arreou, Arreou Na minha blusa, arreio Não quero chocoteiras Só quem conhece novidade Bonita da Zap Se não vai comprar Afaste-se

Não precisamos de flores Precisamos dos nossos direitos

Direito a escolher nossos caminhos Já chega de dizer que mulher sozinha não resolve seus problemas Que fica melhor com uma panela Que precisa de homens a tomar decisões por ela

Não precisamos de flores Precisamos dos nossos direitos

Direito à liberdade Ter voz na sociedade Cansamos de flores Flores que machucam pelos espinhos Que a cada caminhada perdem uma pétala Não queremos flores Queremos justiça Justiça pelo estupro da Maria Pela surra da Joana Pela Morte da Ana Queremos voz Queremos voto Na igualdade que tanto falam Não a Sororidade

Não precisamos de flores Precisamos dos nossos direitos.

This article is from: