Mood Life 5

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U ma r e v i s ta d o s e u m o d o

LifI

Arquitetura Interiores Tendências Lifestyle

Nº 5 ABRIL

R$ 13.90

Casa e Estilo

saiba COMO as COZINHAS evoluíram e conheça as novas tecnologias voltadas para o coração da nossa casa

slow food

Mais de 100 mil pessoas são adeptas desse movimento. Saiba os porquês

Especial

GIRO daMODA As coleções de outono/inverno em looks despojados e estilosos num especial com produção de Patrícia DE Albuquerque

Manoel

DE BARROS

O encantador de palavras de uma perspectiva próxima

Gente

André Lima André Martins Alex Atala Ariane Malouf Flávio Borsato Jary de Castro Patrícia Faracco


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Nosso Modo

mood ao nosso modo

Diretores Responsáveis André Furquim andre@moodlife.com.br

Luis Pedro Scalise luis.pedro@moodlife.com.br

Conselho Editorial Alexis Prappas, André Furquim, Carla Matsu, Diego Ouro Preto, Eduardo Zeilmann, Lú Bigattão, Luis Pedro Scalise e Melissa Tamaciro

A capa já anuncia: o poeta está aqui. Manoel de Barros abre sua casa para nos receber e conta sobre sua trajetória a nossa jornalista convidada, Nina Rahe. O imaginário que percorre os pensamentos de Manoel está em nossas páginas de uma forma que sua poesia se estendeu para nossa prosa. Da melodia da palavra, seguimos para possibilidades que nos aproximem mais ao estilo de vida desses que fazem o conteúdo de nossas páginas. Nessa proposta, trazemos um especial de moda que veste a revista. A consultora de imagem Patrícia de Albuquerque aceitou nosso convite e visitou algumas lojas de Campo Grande e escolheu

Jornalista Responsável Lú Bigattão (DRT 20/02/10V/MS) Revisão Lu Tanno Arte arte@moodlife.com.br

Diego Aragão

.com.br

MOOD Life está mais poética.

Carla Matsu Lú Bigattão

LifI

Editorial

A quinta edição da revista

Uma revista do seu modo

Redação redacao@moodlife.com.br

Editor de Arte editor@moodlife.com.br

Eduardo Zeilmann Editor de Imagem Alexis Prappas Fotógrafos Alexis Prappas, Jean Vollkopf e Marcos Vollkopf

REVIStA MENSAL Data de circulação desta edição: Abril 2010

peças interessantes para compor looks de estilo com as últimas tendên-

Revista MOOD Life é uma publicação mensal da Furquim e Scalise Serviços Ltda-ME. Rua Bahia, 10- Centro. Campo Grande/MS CEP 79003-032. A Revista MOOD Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista MOOD Life ou a retirar qualquer tipo de material se não tiverem em seu poder uma carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste no expediente.

cias da coleção outono/ inverno. E como a cozinha é o coração de nossa casa, abrimos as portas de algumas que pontuam o desejo de organizar a nossa cozinha dos sonhos. E é ela quem dá espaço ao paladar sugestivo de algumas gastronomias. A chef de cozinha, a cuiabana Ariane Malouf, fala sobre sua cozinha criativa e Alex Atala, à frente do restaurante Dalva e Dito, resgata o carinho das comidas afetivas. E se comida é também amor, falamos de um movimento que espera que você trate melhor os avisa que gentileza também se põe aos garfos. E é com equilíbrio, com satisfação e com vontade de sempre oferecer o melhor da cozinha de nossas páginas, que mostramos que a quinta edição da MOOD Life tem sabores e tem amores, tem poesia e tem beleza, tem criações e criatividades. Então, deguste-as ao seu modo.

www.

alimentos do seu prato. O Slow Food não cospe no prato que comeu e Diretor Comercial Luis Pedro Scalise Executiva de Negócios Alba Dalpasquale Atendimento Comercial Rejane Moreira

atendimento@moodlife.com.br

Para anunciar ligue (67) 3028-4377 C A PA O poeta Manoel de Barros, em sua casa, fotografado por Alexis Prappas

Colaboraram: Foto Gilson Barbosa Texto Henrique de Medeiros, Lara Scalise, Lúcia Colleto, Nina Rahe e Renato Lima Impressão e Acabamento Idealiza Gráfica e Editora


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UM A R EV I ST A DO SEU MODO

34 COMPORTAMENTO Acolha com carinho a comida do seu prato. Conheça o movimento Slow Food que preza por garfadas mais pausadas e um saborear mais lento

38 CASA E ESTILO

Saiba por que o cômodo considerado o coração da casa evoluiu e conheça projetos que fazem da cozinha um espaço dos sonhos

Mais 41 ETIQUETA CONTEMPORÂNEA 50 PAISAGISMO 52 OBJETOS

42 PROJETOS

56 TENDÊNCIAS

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MODA A consultora de imagem Patrícia de Albuquerque visita algumas lojas e traduz as tendências da última estação. ANDRÉ LIMA fala sobre sua nova coleção e conta sobre a influência que fortes mulheres exerceram sobre seu trabalho

18 MISTURA FINA O interessante e o atual se encontram nessa seção de leitura rápida. Eventos, livros, exposições, arte e internet ao seu modo. Nesta edição, a pop art de Andy Warhol e as imagens de Michel Comte

26 CAPA

As inspirações, carreira e estilo do poeta Manoel de Barros e seu mais recente livro "Menino do Mato"

70 GASTRONOMIA O paladar ganha nossa atenção e se torna uma seção fixa para se agradar todo mês. Neste, Alex Atala mostra a comida afetiva de Dalva e Dito, Ariane Malouf ousa da criatividade na cozinha e mostramos que cinema e gastronomia têm tudo a ver

Gente

66 VOX Jary de Carvalho e Castro fala de acessibilidade, mercado de trabalho e sobre sua gestão no CREA-MS. O arquiteto Flavio Borsato argumenta o design e defende a cultura do gosto 106 EU SOU Patrícia Faracco conta o que não pode faltar em uma boa festa 108 MEU CANTO André Martins abre as portas de sua casa e mostra o seu espaço favorito 126 EVENTOS Os lançamentos das coleções de outono/ inverno e a inauguração da loja Graciá, que diferencia ao produzir roupas feitas aqui em Campo Grande

Abril nº5

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w w w.moodlife.com.br


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Seu Modo COMENTÁRIOS e SUGESTÕES

m o o d a o SEU m o d o

Flavia Siufi, na seção Portrait. Ao lado, nossas mulheres poderosas, que ilustraram a capa da 4ª edição da MOOD

Cumprimento os diretores, a colega Lú Bigattão, os demais jornalistas e designers pela excelente revista. Excelente na concepção, na edição, nas imagens e até na publicidade inserida em suas páginas. O tratamento e a humanização dos textos e a protagonização de ambientes traduzem os destaques e a di-

ferença de quem sabe fazer e exponenciar o que existe de melhor em nossa cidade. O destaque a Marisa, Carla e Regina foi magnífico. Vocês tiraram de seu interior o mais bonito, inteligente e estimulador. Parabéns pela MOOD Life, nosso orgulho. Cleider de Souza Costa Campo Grande-MS

O QUE FO I D I TO

"Quanto

ao futuro do mercado de trabalho não fica difícil prever. Com o avanço de novas tecnologias, estamos cada vez

mais integrados ao globo, aumentando nossas possibilidades de trabalhar ao redor dele"

Quero agradecer a toda equipe MOOD pelo belíssimo exemplar da revista. Parabéns! Lembrando que um cliente veio aqui com a MOOD de março e adquiriu o Ecowood e pastilhas para que sua área de lazer ficasse igual à página 79! Obrigada. Mirian T. Bigolin Campo Grande-MS

Recebemos um exemplar da última edição da revista MOOD Life. Fiquei muito feliz ao constatar a qualidade da revista. Um trabalho gráfico muito bom e um texto que valoriza bastante a obra, a casa GB. Éder Bispo Cuiabá-MT

C O N T A TO Quer deixar a MOOD do seu MODO? Faça comentários e sugestões. Tel: (67) 3028-4377, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h. E-mail:

editor@moodlife.com.br

Siga no Twitter

w w w. t w i t t e r. c o m / re v i s t a m o o d l i fe

Fotos: Alexis Prappas

Abaixo, o Home Office que conceituou a matéria “Lar, doce escritório”, de autoria da arquiteta Rosane Fonseca Barbosa

Muito obrigado pelo envio da revista! Adoramos a matéria sobre Home Office, está muito bem escrita. Parabéns! André Brik Curitiba-PR


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Modo Deles colaboradores e convidados

m o o d a o m o d o DE L ES

henrique de medeiros O publicitário leva sua vida com criatividade e gosta de tudo que se relaciona a comunicação e arte. Incansável, desempenha ainda o papel de jornalista, presidente das Agências de Propaganda de Mato Grosso do Sul e escritor, com três livros publicados. No artigo “Empresário: fique melhor na fotografia” defende o papel do publicitário na valorização das marcas e produtos.

NINA RAHE Jornalista e pós-graduada em Jornalismo Literário, Nina já colaborou para a revista Bravo! e foi editora da revista Aimé, de São Paulo. Com Manoel de Barros, aprendeu que existem pessoas saudavelmente insanas de poesia e que é possível utilizar um aferidor de encantamentos, um travador de amanhecer e um lado primaveril para escrever perfis jornalísticos.

LÚCIA COLETTO Administradora e Consultora Organizacional, Lucia Coletto auxilia os empresários na busca do sucesso profissional. No artigo “Gestão de Negócios” ela analisa o sonho de ter o próprio negócio e percorre os caminhos para torná-lo realidade.

Fotos: Alexis Prappas

PATRÍCIA DE ALBUQUERQUE Sempre antenada com as últimas tendências, a consultora de imagem se dedica com paixão à moda. Recentemente inaugurou um charmoso espaço voltado para consultoria de imagem e produção de eventos, o Ateliê de Estilo. Nessa edição, Patrícia traduz as tendências da coleção outono/inverno no especial Giro de Moda.


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fina Michel Comte, "The World of Michel Comte", at PhotographerslimitedEditions.com

M I STU R A

Erotismo em Arte

Pop Warhol

Criativo, irreverente e vanguardista, Andy Warhol não foi homem de uma arte só. Excêntrico e visionário, elevou o universo do consumo e a cultura de massa a categoria de arte moderna. Cerca de 170 obras, entre 26 pinturas, 58 gravuras, 39 trabalhos fotográficos, duas instalações e 44 filmes fazem parte da exposição Andy Warhol, Mr. America, que acontece na Pinacoteca de São Paulo. O acervo explora temas da política e da cultura popular norte-americana. Segundo Philip Larratt-Smith, curador da mostra, na trajetória de Warhol há uma explosão de criatividade sem precedentes. Ele passou da pintura para a serigrafia, depois para a fotografia, instalação, produção cinematográfica, gerenciamento de uma banda de rock até a publicação de uma revista. Entre os destaques da exposição estão a série de retratos de Jackie Kennedy, Marilyn Monroe, as Sopas Campbell, autoretratos, entre outros. Onde: Estação Pinacoteca- Lgo. General Osório, 66 Aberta de terça a domingo, das 10h às 18h. R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Grátis aos sábados. 18

Marilyn Monroe 1967 © The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts, Inc.AUTVIS, Brasil, 2010

Após ser descoberto pelo estilista Karl Lagerfeld, há 30 anos, o fotógrafo suíço Michel Comte não parou mais. Autodidata, realizou campanhas para Armani e Dolce & Gabbana, ganhando reconhecimento também pelo seu trabalho para a Vogue e Vanity Fair. A retrospectiva "The World of Michel Comte" (“O mundo de Michel Comte”) traz 38 trabalhos seus que revelam facetas inusitadas de celebridades em poses atípicas e eróticas, produzidas desde 1979. Um das obras mais caras é centralizada na figura nua da ex-modelo Carla Bruni, em versão preto-e-branco. O valor? 60 mil euros. Sônia Braga e Gisele Bündchen também foram fotografadas em poses sensuais. Todas as imagens estarão à venda. A mostra está em cartaz até dia 10 de maio na galeria photographerslimitededitions.com.


a música de ms

O livro

"Os Pioneiros– A Origem da Música de MS"de Rodrigo Teixeira é um mergulho na história dos primeiros compositores do Sul de Mato Grosso. O autor entrevistou os principais músicos, reuniu dezenas de fotografias e organizou uma discografia com mais de 100 discos. Entre os artistas pesquisados estão Délio e Delinha, Zacarias Mourão, Amambay e Amambaí, Zé Corrêa, Beth e Betinha, Jandira e Benites, Maciel Corrêa, Tostão e Guarany e Aurélio Miranda. “Estes artistas são os primeiros compositores que registram e cantam a ‘matogrossice’, um jeito de ser brasileiro único”, diz Rodrigo que se surpreendeu com o grande número de fãs que estes artistas têm pelo estado. O livro pode ser adquirido na Casa do Artesão por R$ 15,00 ou pode ser lido na íntegra no site www.overmundo.com.br. “Disponibilizei na internet para que todos tenham acesso. O conteúdo do livro já foi acessado por 1.400 internautas”, conta satisfeito. Músico e jornalista, Rodrigo tem três discos lançados e atualmente responde pela editoria de cultura do jornal O Estado de MS e escreve no blog MatulaTV. CASA DO ARTESÃO Av. Calógeras, 2050 (Esquina Afonso Pena) Tel. (67) 3383 2633. Horário de atendimento: 2ª a 6ª das 8h às 18h; sáb. dom. e feriado das 8h às 12h.

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M I STU R A

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Estilo de vida

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jornalista Carmem Cestari estreou um novo programa na TV MS Record, que vai ao ar nas manhãs de sábado, às 11h30. É o Estilo

de Vida com reportagens de moda, comportamento, saúde e lazer. Ela afirma que está realizada, fazendo o que mais gosta- entrevistar pessoas. “Me envolvo com os assuntos e busco trabalhar bem as informações. É muito bom de fazer, me surpreendendo a cada dia”, declara a jornalista. Cestari tem um dos rostos mais conhecidos do estado, graças aos 13 anos que permaneceu como apresentadora do Jornal Hoje da TV Morena. Depois teve a sua imagem projetada nacionalmente, ficando por dois anos à frente do programa Dia a Dia na TV Bandeirantes e apresentando a campanha do Referendo do Desarmamento, em 2005. Atualmente, além do Estilo de Vida, apresenta o radiojornal "Primeira Notícia", na 104 FM, rádio MS. Embora insista em se considerar uma eterna aprendiz, Cestari esbanja talento, carisma e credibilidade. Programa Estilo de Vida Sábado às 11h30, com reprise no domingo às 8h30 TV Record, canal 13

( Espelho, espelho meu

)

A antenada jornalista Victoria Ceridono sabe tudo sobre maquiagem e resolveu organizar seus conhecimentos em um blog bem útil às dúvidas de muitas mulheres. Em www.diadebeaute.com ela dá dicas de como se maquiar sem dificuldades, fala sobre produtos e tendências com um texto leve e sem afetações

Fotos: Marcos Vollkopf

LÚDICO PARA ACOLHER Um peixinho e uma borboleta com nomes próprios são os personagens que circulam pelo imaginário das crianças que são atendidas na ala infantil do Hospital do Câncer de Campo Grande. Martin e Florbela são apenas personagens fictícios na luta real e precoce que crianças e adolescentes vivem contra o câncer. É lá na quimioteca, onde os pacientes recebem tratamento, que eles também brincam, assistem filmes e estudam as matérias escolares. As mães também são acolhidas, praticam e desenvolvem, no local, suas habilidades artesanais. Informações, doações e trabalho voluntário, ligue: (67) 3041-6000.

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M I STU R A

fina (Na internet) Delícias acessíveis O próprio www.mixirica.uol.com.br já anuncia a que veio: dicas, receitas e notícias sobre o delicioso mundo da comida são mostradas de forma simples para nossa própria degustação. Quem encabeça o site é Tatiana Damberg, gastrônoma, redatora e, segundo ela, quase psicóloga. Na rede desde 2002, o Mixirica está em sua terceira versão e ainda conta com belas fotografias assinadas por Estevam Romera, empresário, fotógrafo e marido de Tatiana.

TÁ MASIS

Acesse a cozinha

O grupo Masis lança seu primeiro cd com vários músicos convidados

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om sete anos de estrada, o MASIS BRASIL lança seu primeiro CD. O grupo é formado por Miska, Edgar Mancilla e Evaldenir Amaral, o Júnior. Ao som de zamponhas cromáticas, quenas, metais, charango, bombo leguero e outros instrumentos da América hispânica os artistas mostram que na música não existem fronteiras. O MASIS também está sintonizado com o momento de integração continental e de maior atenção com o cuidado ao meio ambiente, o que na parte andina representa o respeito à “Pacha Mama”(MãeTerra). No repertório estão dez músicas de cinco países: Brasil, Bolívia, Peru, Argentina e Porto Rico, incluindo uma composição autoral (Edgar Mancilla), o clássico “Merceditas” e “Peña” (de Paulo Simões e Guilherme Rondon). O CD “TÁ MASIS” é uma produção independente e foi gravado em estúdio e em shows realizados em 2005 e 2010. O grupo contou com a participação de 17 convidados que fizeram parte de sua trajetória. O CD custa R$ 15,00 e pode ser adquirido na loja Arte Técnica- Rua Dom Aquino, 431- Centro

agenda

A EXPO-MS

Industrial, o maior evento destinado ao fomento do setor industrial,

acontecerá entre os dias 18 a 22 de maio, em Campo Grande. Realizada pela FIEMS- Federação das Indústrias do estado de Mato Grosso do Sul, a exposição contará com a participação de empresários, fornecedores, compradores, atacadistas e parceiros do desenvolvimento sustentável do Estado, do país e do MERCOSUL. É uma feira dinâmica, onde o produtor ou empresário pode comparar, na prática, como uma nova tecnologia pode alavancar sua produtividade. Quando: De 18 a 22 de maio. Onde: Centro de Exposições Albano Franco. Mais informações: (67) 3389-9023

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O site www.marketingnacozinha.com.br aborda com humor aquilo que é inusitado no universo gastronômico das cozinhas, dos restaurantes e tudo que envolve comidinhas gostosas, ou nem tanto. Criado e alimentado pelo publicitário Rafael Mantesso, o site é um reduto de novidades criativas do mundo todo, desde que estejam relacionadas, é claro, ao marketing na cozinha.

Valorizando o visual No mês de abril a Ótica

Lunetterie recebe lançamentos de jóias e óculos exclusivos das grifes: Gucci, Roberto Cavalli, Tom Ford, Diesel, Empório Armani. Rua: Euclides da Cunha, 550 A- Jardim dos Estados. (67) 3384-1336



C A PA

Manoel de Barros

tem um desvio de poeta na voz

Ele fez a palavra chegar a perfeição de se tornar um pássaro e conseguiu escrever um livro com a mesma inocência com que as crianças fabricam seus navios de papel Por NINA RAHE

F o t o s A L E X I S P R A P PA S



C A PA

Manoel de Barros

– como os andarilhos, as crianças e os passarinhos– tem o dom de ser poesia. (Dom de ser poesia é muito bom!). Ele faz parte de árvore, é lido em borboletas como o sol e tem um desvio de poeta na voz. É uma pessoa muito passarinhal e saudavelmente insana de poesia!

Desde que comprou seu ócio, o que aconteceu a custo de dez anos de muito trabalho no Pantanal e nenhuma poesia, Manoel só se preocupa com as coisas inúteis e passou a mexer com palavra como quem mexe com pimenta até vir sangue no órgão. Tem preferências por palavras com febre, decaídas, fodidas, na sarjeta e acha mais importante fundar um verso do que uma Usina Atômica. No “escritório de ser inútil”, onde passa todas as manhãs, ele fabrica poemas, que são antes de tudo inutensílios. Manoel sempre preferiu as vadiações com as palavras do que as prisões gramaticais. Aos 13 anos, descobriu que o que dava prazer na leitura não era a beleza das frases, mas a doença delas e então começou a corromper o português na busca do gorjeio das palavras, que se ajuntavam umas nas outras por amor e não por sintaxe. “Eu faço muita bandalheira com as palavras. Não gosto de gramática; prefiro a fala natural de um caboclo a uma fala gramatical de um homem da academia”. Em encontros com escritores, inclusive, foi questionado sobre quando entraria para a Academia Brasileira de Letras. Sua resposta? “Não gosto de chá”. “Eles tomam muito chá lá. Se colocassem uísque eu entrava”, ele ri como criança que é. A recusa, na verdade, é por sua opção em desrespeitar as regras de português e achar que a academia é um lugar para conservar a estrutura linguística. Ele sabe que só os absurdos enriquecem a poesia e, como poeta, pode tentar “fazer um cruzamento de árvores com passarinhos para obter gorjeios em nossas palavras”. Certa vez, ao preencher um cadastro em um hotel no Rio de Janeiro, informou como profissão “poeta”. O recepcionista logo avisou: “Poeta não é profissão”. Mas para Manoel, é. E tanto é verdade que ele adquiriu bens para exercer seu ofício, como um fazedor de inutensílios, um travador de amanhecer, uma teologia do traste, uma folha de assobiar, um alicate cremoso, uma escória de brilhantes, um parafuso de veludo e um lado primaveril.

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Lugar mais bonito de passarinho ficar

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ão há dúvidas de que para escrever seu mais recente livro, Menino do Mato, o poeta utilizou seu aferidor de encantamentos, sua escória de brilhantes e seu lado primaveril. (E, ainda, procurou usar palavras de aves para escrever). Como resultado, viu “um urubu dejetar nas vestes da manhã”; “um passarinho a mastigar um pedaço de vento”; e “a manhã pousada sobre as margens do rio do mesmo modo que uma garça aberta na solidão de uma pedra”. Fez tudo que era traquinagem da sua imaginação e adquiriu um saber primordial. O livro retrata o período em que Manoel chegou ao Pantanal. Ainda menino, ele ficava meio solto no chão e saía pelos matos sem aba. Ali, brincadeira era o brincar com as palavras. “Hoje eu vi uma formiga ajoelhada na pedra”, dizia o menino antes que a mãe o lembrasse que “formigas não têm joelhos ajoelháveis e nem há pedras de sacristia por aqui”. E, “quando o menino disse que queria passar para as palavras suas peraltagens até os caracóis apoiaram”, logo a palavra foi eleita o lugar mais bonito para passarinho ficar, o sonho do silêncio passou a ser pedra e até surgiram caracóis viúvos de lesma. O poeta, mais uma vez, atingiu a infância da palavra. A mãe compreendia a maneira do menino de encontrar nas palavras novas coisas de ver e foi muito graças a ela que Manoel afastou tudo quanto era chateação. “Deixa o menino”, ela dizia, “ele tem uma sensibilidade que é diferente”. Ela apoiava sua maneira de desver o mundo; já os irmãos questionavam, queriam saber o que tinha o menino que só queria saber de escrever e que, mesmo com o avançar da idade, corria de trabalho, não tinha o menor senso prático e sequer sabia ganhar dinheiro. Até que um dos irmãos, com

toda a simplicidade, descobriu: “ele tem o 'dão'”. E o poeta concordou: “Eu acho que é uma dádiva, que é um dom. Pode ser até uma doença intelectual”, ele dá risada. As traquinagens eram a maneira de sair do enfado daquele lugar imensamente e sem nomeação. Mesmo assim, o abandono que sentia ali abraçou Manoel com força e atingiu seu olhar para a vida toda. “Tudo que vi depois veio carregado de abandono”, conta a poesia. Nessa época, o poeta descobriu que “as coisas inúteis e os homens inúteis se guardam no abandono”. Os homens ficam no seu próprio abandono e as coisas inúteis ficam para a poesia. Talvez, por isso, o poeta tenha se tornado um homem arranjado para pedra que dedica todos os seus dias a fabricar poesia. Stella, esposa de Manoel, definiu o novo livro como uma obra-prima (Manoel é mesmo de profissão um encantador de palavras). É ela a primeira pessoa a quem Manoel sempre mostra sua poesia. “Eu só tenho confiança que eu estou certo, que minha poesia está parecida comigo, quando ela fala que eu posso enviar aos editores. Ela é rigorosa”. Umas duas vezes, no entanto, Stella pediu ao marido que refizesse a poesia e o mandou novamente ao escritório de ser inútil. Por esse motivo que, numa brincadeira, passou a ser chamada de censura. “Ela conhece tudo de mim e todos meus recursos poéticos, então, pode me julgar melhor do que qualquer um”, explica o poeta.

é a palavra 29


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Poesia ĂŠ um desenho verbal

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maior parte de sua vida, Manoel passou no Rio de Janeiro. Mudou-se com dez anos para estudar e de lá só saiu depois de casado para assumir uma fazenda que havia ficado de herança do pai. No Rio, conviveu com Vinícius de Moraes, Rubem Braga, Millôr Fernandes, Fernando Sabino, entre outros. E nessa mesma época veio a paixão pelo “ser letral” da Clarice Lispector. Quando leu A Paixão Segundo G. H., ficou apaixonado e escreveu uma carta a ela com todo entusiasmo, achando que poderia receber uma resposta. O amigo, Fernando Sabino, também

da inocência!

se arriscou a uma correspondência, e teve um pouco mais de sorte: de remetente, passou a destinatário. “A gente namorava Clarice de longe, pelo que ela escrevia. Ela era encantadora como um ser letral”, justifica. “Mas ela nunca me respondeu e eu fiquei muito chateado com isso”. Manoel já morava no Rio quando, em suas idas ao Pantanal, conheceu um sujeito que “fazia parte da natureza como um rio faz, como um sapo faz, como o ocaso faz”; que “queria ser sonhado pelas garças” e que sabia a cor de uma ave pelo som dos gorjeios. Era Bernardo, um dos alter-egos do poeta. Ele aparece em muitos de seus livros, como também em Menino do Mato. Bernardo apareceu na família de Manoel quando tinha por volta de 15 anos. Tocou na casa de uma tia louca que morava na cidade de Cuiabá. Naquela época, não havia instituições psiquiátricas e a solução foi colocar grades no quarto para que a tia pudesse ficar. Lá, ela não permitia que ninguém entrasse. Certo dia, apareceu um rapaz pedindo comida e os familiares resolveram experimentar colocá-lo junto à tia. Ela recebeu Bernardo como se fosse um filho e o menino passou a cuidar dela dentro de sua gaiola.

Quando ela morreu, o pai de Manoel trouxe Bernardo para sua fazenda e o poeta passou a conviver com aquele que “achava uma coisa cândida conversar com as águas, com as árvores, com as rãs”. Foi Bernardo quem o ensinou que para infantilizar formigas é só pingar um pouquinho de água no coração delas. Hoje, aos 93 anos, Manoel pensa em escrever um livro em homenagem a Bernardo, falecido em 2003. E, embora não canse de assustar os outros dizendo que não escreverá mais outro livro (anunciação que já li destacada em muitas publicações nos últimos anos), Manoel se dedica todos os dias a encontrar versos que fiquem em pé e já tem, inclusive, muitas novas anotações em um dos mais de 200 caderninhos de rascunho. Bernardo era quase árvore e o silêncio dele era tão alto que os passarinhos ouviam de longe e vinham pousar em seu ombro. E ainda que Manoel quisesse que os passarinhos aveludassem seus cantos para ele, era para Bernardo que o faziam. Os dois, no entanto, muito se pareciam no gosto que tinham pela água, pelo chão e pela natureza. É provável que o poeta tenha aprendido com Bernardo a esticar o horizonte usando três fios de teias de aranha; além de aumentar o poente e renovar as tardes apenas com o olhar. Como Bernardo, Manoel tem uma dimensão além de pássaro!

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Alexis Prappas / Diego Ouro Preto

C OM P O R T A ME N TO

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Diminua o ritmo Coma com amor e mastigue com carinho, saboreie um estilo de alimentação mais devagar Por CARLA MATSU

Talvez seja discurso vigente e imperativo de mãe, mas aquela história de “coma devagar, menino” faz sentido para muita gente no mundo. Mais de 100 mil pessoas no globo são adeptas de um movimento que prioriza um comer mais devagar e um saborear mais lento. É quase como um elogio humano à natureza acolhida no prato. O nome não poderia ser mais preciso: o Slow Food, associação internacional sem fins lucrativos, segue na contramão do onipresente fast-food e chama a atenção do mundo para um estilo de vida mais saudável e saboroso. Em tempos onde a comida leva um minuto e meio para ficar pronta no microondas, essa ideia toda soa quase que como um resgate nostálgico dos dias em que nossos avôs se dedicavam ao ritual das refeições, tanto de seu preparo quanto de sua degustação, quando a família toda ainda se reunia à mesa e tinha tempo para prolongar esses momentos tão especiais. Mas o Slow Food não se limita somente a garfadas mais espaçadas e a um maior número de mastigações. Segundo Margarida Nogueira, representante da associação no Rio de Janeiro, o movimento visa ao presente e ao futuro da alimentação. “A manutenção das tradições, das receitas regionais é de suma importância para cada povo. Porém, a salvaguarda das espécies, a defesa da biodiversidade e mais ainda, o respeito e justiça para com aqueles que cultivam, colhem, criam e pescam são o mote do movimento”, pontua Margarida.

o tripé da alimentação

A trajetória toda começou numa cidadezinha com ares de romance e de sabores culturais. Era em Bra, no norte da Itália, que Carlo Petrini, ativista alimentar, fundava em 1986 a associação que inicialmente tinha em si o conceito de ser "enogastronômica", ou seja, sobre vinhos e gastronomia. O objetivo inicial era de apoiar e defender o prazer gastronômico e um ritmo de vida mais lento. Mais tarde, a iniciativa foi ampliada para abranger a qualidade de vida e, como consequência, a própria sobrevivência do planeta. Hoje conta com associados conscientes espalhados por 132 países. Uma das premissas do Slow Food se baseia em um tripé simples e sustentável. Segundo ele, o alimento deve ser bom, limpo e justo. Bom no sentido de ser gostoso, limpo por ser cultivado da maneira mais natural possível, sem agrotóxicos e justo com quem planta, colhe, produz e cria, para que produtores também possam comer adequadamente. A filosofia desses que prezam por ter tempo disponível e suficiente para saborear um bom prato de comida caseira e quentinha é “a forma como nos alimentamos tem profunda influência no que nos rodeia- na paisagem, na biodiversidade da terra e suas tradições”. Para eles, um verdadeiro gastrônomo não pode ignorar as relações entre prato e planeta. E mais, há algo de óbvio que o movimento defende, mas só percebemos quando o relógio do ponteiro parece engolir as horas: melhorar a qualidade da nossa alimentação e arranjar tempo para saboreála é uma forma simples de deixar o nosso dia a dia muito mais prazeroso.

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C OM P O R T A ME N TO

Devagar e sempre Tatiana Cardoso também segue na contramão da comida padronizada e instantânea. À frente de um restaurante bem particular e charmoso, o Moinho de Pedra, em São Paulo, Tatiana serve nele uma cozinha natural, onde todos os alimentos e temperos são fresquinhos, livre de agrotóxicos e pensados para agradar o paladar e a saúde de quem os come. Especialista na alta gastronomia vegetariana, Tatiana é autora do livro “Cozinha Natural Gourmet” que mostra através de receitas, por ela elaboradas, que a comida natural tem todos os motivos e ingredientes para sair daquele preconceito de que “comida vegetariana é sem graça”. Para ela, ter tempo para saborear uma alimentação saudável é uma questão essencial para nossa qualidade de vida: “Quando nos alimentamos bem, com muitas frutas, verduras, cereais integrais e também com devido tempo para o momento das refeições, evitamos a grande maioria das doenças modernas. Acredito também que o sabor no prato é tão importante quanto a saúde, isto porque o bom paladar e aroma dos pratos seduz as pessoas, e as conduz com prazer a um mundo de saúde, beleza e bemestar”, ensina Tatiana. O amor e a dedicação também são saboreados sob os princípios do Slow Food. Ter tempo disponível para cozinhar a refeição e colocar ali o carinho que muitas mães conhecem faz diferença no resultado final. Quem prova, reconhece. Tatiana também ministra cursos e workshops sobre a culinária natural e a crescente procura por eles mostra o interesse, cada vez maior, de pessoas curiosas e dedicadas a uma alimentação mais natural e saudável o possível. “Em minha aula coloco também a importância do momento da refeição, no tempo em que se despende para prepará-la, no amor que se coloca, na qualidade social e agregadora da culinária na vida das pessoas, da nutrição, da qualidade da origem dos ingredientes na hora da compra. Por exemplo: Eu sempre digo às minhas alunas: Quando for comprar ovos, opte por ovos de galinha caipira e orgânicos, pois sabemos que as galinhas são criadas soltas, a ração é orgânica e elas não recebem hormônios de crescimento e antibióticos”, reflete a chef. O pensamento faz parte de um ciclo mais digno e apoiado pelos “slow fooders”: além de mais saborosos, os ovos caipiras- assim como os alimentos orgânicos– incentivam a produção de ovos de animais com maior qualidade de vida.

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Divulgaçao

A chef

Pare e saboreie

S

low Food não é sinônimo de só verduras e legumes no prato. Mas há no movimento a consciência de que é preciso saber o que se come e de onde o alimento vem. Tudo faz parte de uma cultura que promove o bem. A Fundação Slow Food para Biodiversidade foi criada para defender a biodiversidade alimentar e tradições gastronômicas no mundo. O objetivo é simples e direto: promover um modelo sustentável de agricultura que respeite o meio ambiente, assim como a identidade cultural e o bem-estar animal. Se a cultura de cada povo também se dá no prato, o Slow Food pretende preservá-la por mais tímida que seja. Mas com toda essa consciência, é possível fazer parte do movimento e ainda comer um cheeseburguer uma vez ou outra? Margarida Nogueira diz que há sempre pessoas radicais, mas comenta que comer um lanchinho rápido não é pecado: “não é por ser Slow que você não vai poder saborear um Big Mac!”.


Diego Ouro Preto

Feira orgânica em Campo Grande É de manhã, bem cedinho, a partir das 6h que começa a movimentação na Praça do Rádio devido à feirinha orgânica que acontece todas as quartas-feiras. A simpática feirante Cleusa Sampaio da Costa defende que ali os fregueses se sentem bem à vontade e que encontram de tudo: frutas da estação, verduras e legumes. “É tudo fresquinho”, resume ela. Segundo a nutricionista Fernanda Abuhassan Possari, o produto orgânico é um alimento sadio, limpo, cultivado sem agrotóxicos e sem fertilizantes químicos. “Eles são o melhor e mais saudável caminho para a nossa saúde. Em meio a tantas exposições aos poluentes que sofremos nos dias atuais, consumir os alimentos orgânicos nos ajuda a reduzir a carga tóxica no nosso organismo”, indica.

A nutricionista funcional Fernanda Buainain Abuhassan Possari ensina que comer lentamente pode ajudar a eliminar alguns quilinhos. Isso acontece porque o cérebro leva cerca de 20 minutos, a partir do momento em que se começa a comer, para sinalizar a sensação de saciedade. “Muitas vezes, quem como depressa ingere além de seus reais níveis de saciedade porque o sinal de 20 minutos ainda não soou”. A orientação dela para saborear mais devagar, mesmo nos dias onde você se encontra catarticamente ansioso, é colocar os talheres no prato entre cada garfada. Dar garfadas menores, apreciar cada pedaço. “Dessa forma, a absorção dos nutrientes também é bem mais eficaz”, aponta Fernanda.

Desacelere e cure

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cozinha, além de ser um palco inventivo para muitos, é também um canal de passa-

gem de energia de quem prepara para quem a consome, como diz Tatiana Cardoso: “ela traz consigo a expressão da alma, da criação e principalmente da transformação”. Para ela, a culinária feita com amor cura as pessoas, assim como alimenta suas almas. “Acredito que por isso as pessoas que se alimentam com industrializados estão cada vez mais doentes. Isto é muito triste”, comenta a chef. Diminuir o ritmo das nossas rotinas não é tarefa tão simples, no entanto é um ideal saudável que deve ser perseguido. Desacelerar começando pela mesa é um ato simbólico. Se as garfadas não se atropelam na boca e o estômago parece estar mais calmo, logo, nosso ritmo soa mais coerente com passos mais largos. Contemplar a vida através de um prato de comida feita com amor dá valor àquilo que o envolveu: o tempo, o carinho, quem fez e a qualidade de tudo isso. Desde um pãozinho com manteiga a uma refeição mais elaborada, sabores e experiências são provados pela boca e guardados como boas lembranças. Margarida Nogueira entende o Slow Food como uma porta para ampliação da consciência, comendo devagar e tendo o prazer não censurável de degustar o mais simples dos alimentos, expandimos nossa reflexão para um nível social: damos a devida importância para a nossa vida e para toda vida que nos envolve.

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A evolução da

A trajetória do cômodo mais acolhedor da casa P o r L Ú B I G A TT Ã O

F o t o A L E X I S P R A P PA S

quem diga que a cozinha é o coração da casa. Lugar aconchegante, onde todos se reúnem ao redor da mesa para comer, conversar e conviver. Cômodo hospitaleiro, que une e aproxima as pessoas. O escritor mineiro Rubem Alves, afirma que em Boa Esperança, sua terra natal, a cozinha era o lugar mais importante da casa,sempre, embora nem sempre o mais elegante. ”Lugar chique e arrumado era a sala de visitas, com bibelôs, retratos ovais nas paredes, espelhos e tapetes no chão. Na sala de visitas as crianças se comportavam bem, eram só sorrisos e todos usavam máscaras. Na cozinha era diferente: a gente era a gente mesmo, fogo, fome e alegria”, poetiza Rubem. A história desse espaço começa há cerca de 500 mil anos atrás, com a invenção do fogo. O homem deixa de se alimentar apenas de vegetais crus e começa a variar seu cardápio. No início, fazia apenas um buraco na terra, geralmente na entrada das cavernas, depois passa a usar algumas pedras como suporte para as panelas de barro. Vai cozinhar abaixado próximo a fogueira no chão durante séculos. Com o passar dos anos, o fogão ganha diferentes estruturas até adquirir o formato do tradicional fogão à lenha. Até o século XVIII poucas mudanças e algumas curiosidades. A cozinha varia de acordo com a cultura e modo de vida de cada povo. Na Grécia antiga, os quartos ficavam ao redor de um pátio aberto que servia como cozinha e os mais ricos tinham um cômodo fechado para estocar alimentos. No Império Romano, a área para cozinhar era coletiva e cada família possuía seu fogão móvel. Muita fumaça no ato de cozinhar, já que a chaminé só vai ser inventada na Idade Média. A cozinha era distante da casa e não tinha sequer paredes, apenas uma cobertura de palha. O arquiteto Carlos Lemos, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, conta em Cozinhas Etc, que a cozinha antiga cheirava mal, já que os alimentos apodreciam rapidamente sem refrigeração. Além disso, galinhas e porcos circulavam livremente pelo cômodo. “Era uma cozinha suja. O arroz tinha que ser descascado no pilão. Como não havia azeite e óleo, a banha era feita em casa, derretendo-se o toucinho por três ou quatro horas. Até o sabão era feito no mesmo lugar”, escreve o arquiteto em seu livro.

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COZINHA

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N A EST A N TE D A

Comer e beber com os olhos Rubens Ewald Filho e Nilu LEbert unem cinema e gastronomia em dois livros P o r C A R L A M A TS U

Outro motivo para deixar a cozinha separada da casa, é que durante décadas ela foi comandada por escravos. Era necessário mantê-los distantes dos seus senhores. No século XVIII e XIX, o cômodo se aproxima da casa, o fogão ganha estrutura de barro e a água chega ao interior da cozinha– pelas torneiras ou diretamente da bica, trazida por bambus. Os utensílios passam a se refinar. Os talheres chegam a ser tão valorizados, que são deixados de herança. No século XX se iniciam as grandes mudanças e a cozinha começa a ficar com a cara que tem hoje. Em 1901, chega o primeiro fogão a gás no Rio de Janeiro. Em 1928, a primeira geladeira elétrica. Em termos de arquitetura, a inovação vem com a cozinha de Frankfurt concebida pela arquiteta vienense Margarete Schütte Lihotzky, no ano de 1926. Para economizar trabalho, ela calcula com fita métrica e cronômetro o percurso e os ciclos dos movimentos e cria o conceito da cozinha embutida, que se tornou padrão e pode ser vista como protótipo de design em países industriais. Perde-se espaço e ganha-se tecnologia.

Depois de tanta evolução, vivemos um retorno ao passado. A cozinha volta a ser o espaço central da casa. Os fogões de lenha ocupam espaço ao lado de modernos fogões. As mulheres vão para o mercado de trabalho e precisam de uma cozinha mais prática. Nos anos 40, os eletrodomésticos elétricos passam a ser símbolos de modernidade- enceradeira, torradeira, liquidificador. Tudo guardado em armários planejados dentro da cozinha azulejada. E na década de 70, no Brasil, para completar uma cozinha era necessário o freezer e o microondas, pois o país entra na era dos congelados. Com a correria do dia a dia, ninguém mais tem tempo, ou paciência, para preparar as refeições. O local ficou pequeno e ninguém quer ficar isolado da família nos seus afazeres domésticos. A tendência é a cozinha se integrar aos outros espaços da casa, para que a família possa conviver mais, já que muitos só se encontram na hora das refeições.

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O cinema,

capaz de glorificar rostos, personagens, nomes e lugares, também cede um lugar especial à mesa e ao nosso paladar curioso. Refeições e receitas elaboradas transmitidas quadro a quadro, com o esmero de Babette, no filme “A Festa de Babette”, ou os excessos da corte francesa em “Maria Antonieta” são apenas alguns dos filmes ‘gastronômicos’ abordados pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho e a jornalista Nilu Lebert em “O cinema vai à mesa”, da Editora Melhoramentos. Ambos se completam na hora de retratar 28 filmes que circulam pelo universo da gastronomia. O livro traz informações sobre os filmes, curiosidades envolvendo atores e diretores, além de receitas especialmente interpretadas e preparadas por chefs admirados no Brasil, que podem ser facilmente reproduzidas pelos amantes da culinária e do cinema. Seguindo o mesma conceito, Rubens e Nilu se reuniram novamente para produzir o livro “Bebendo estrelas - Histórias e receitas”, onde exploram o universo das bebidas e da boa mesa. Drinques que ficaram marcados na história do cinema, como a Vodca Martini de James Bond ou Carrie Bradshaw, de Sex and the City, que popularizou o Cosmopolitan nos bares de Nova York, são destacados pelos escritores. O glamour que acompanha as bebidas e as combinações notórias são traduzidos em receitas especiais. A obra revela igualmente curiosidades de grandes clássicos onde as bebidas também são grandes estrelas.

Onde

Cinema vai à mesa por R$34 e Bebendo estrelas por R$39 em www.livrariamelhoramentos.com.br


ET I QUET A C O N TEM P O R Â N E A

Civilidade à mesa

Hábitos modernos de comportamento à mesa têm origem em manuais escritos há 480 anos atrás P o r L Ú B I G A TT Ã O F o t o A L E X I S P R A P P A S

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omo se comportar durante as refeições, a maneira correta de arrumar pratos, talheres e copos e a melhor forma de manuseá-los podem parecer questões ultrapassadas e desnecessárias, mas ainda geram dúvidas que preocupam a muitos. Em um mundo cada vez mais globalizado com mistura de culturas, as regras de etiqueta são necessárias para o convívio social. Ter uma atitude segura e correta na hora de comer, além de evitar constrangimentos, ajuda na construção de uma boa imagem pessoal. Com diferenciações e peculiaridades regionais, praticamente todos os países do mundo têm um conjunto de normas padronizadas que são seguidas com maior ou menor rigor. Mas para moldar o comportamento de homens e mulheres durante as refeições foram necessários muitos e muitos anos. Para se ter uma ideia, no século XI, uma princesa grega se casa com um nobre de Veneza e provoca um escândalo ao usar um garfo de ouro com dois dentes durante as refeições. O gesto foi considerado refinado

demais para época, onde não havia garfos e facas. Era comum comer com a mão e os mais educados eram os que conseguiam comer com apenas três dedos. Todos compartilhavam a mesma travessa, colher e copo. A carne era servida inteira e cada um destrinchava o pedaço que queria, colocando-a em cima de um pedaço de pão, já que pratos eram raros. O uso correto destas ferramentas começa a ser exigido no século XVI, com a publicação do primeiro tratado com regras de comportamento. O livro “Da Civilidade em Crianças”, do filósofo holandês Erasmo de Rotterdam, teve 130 edições e funcionou como pedagogia das boas maneiras. Leia alguns de seus preceitos: “Não limpe os dentes com a ponta da faca. Não arrote quando acompanhado. Não é polido beber no prato. Não é educado enfiar os dedos nas orelhas e olhos, ou introduzi-los no nariz, quando estiveres comendo. Algumas pessoas roem o osso e o recolocam na travessa. Isso é uma grave falta de educação. Não sorva ruidosamente a tua sopa. Algumas

pessoas levam as mãos ao prato logo que sentam. Lobos fazem isso”. A evolução dos costumes foi estudada pelo sociólogo Norbert Elias. No livro “O processo civilizador”, ele afirma que o hábito de usar um talher nas refeições se assimilou aos poucos e as regras ditadas por Rotterdam só foram aceitas completamente trezentos anos depois de sua publicação. O autor afirma ainda que a base da etiqueta proposta por Rotterdam vale até os dias de hoje e mesmo com todo avanço tecnológico das últimas décadas, inclusive na cozinha, elas permanecem imutáveis. Norbert diz que houve apenas variações de temas, mas nenhuma grande mudança. Tanto é verdade que se alguém tem dúvidas de como se comportar à mesa, pode se valer do texto de Rotterdam - apesar de 1530, ele traz dicas e orientações que ajudam a entender o caminho para não fazer feio.


Casa e Estilo | COZINHAS

COZINHAS

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para RECEBER Conheça projetos de cozinhas que têm tudo para serem o espaço favorito da casa

PRETO no PRATA

A

prática e bem dividida cozinha assinada pela arquiteta Alessandra Gibran também não se faz de coadjuvante na casa. Com cores que contrastam claramente entre si, o preto e o prata dominam o ambiente, imprimindo, antes de tudo, modernidade. As cores também facilitam na hora da limpeza. Com um painel de correr em aço escovado, a cozinha se divide em duas para isolar o espaço onde se prepara os alimentos e a copa, onde são feitas as refeições no dia a dia. Dessa forma, quem senta para o almoço não precisa, necessariamente, ver as panelas e a louça que se amontoam na pia, assim como sentir um possível cheiro de fritura. A dispensa e o louceiro estão anexos ao local, porém separados. Prática, acessível e reservada, a cozinha atende bem todas as necessidades gastronômicas de uma família campo-grandense. Por CARLA MATSU Foto MARCOS VOLLKOPF

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ESPAÇO para conviver Uma cozinha que promove o encontro familiar P o r L Ú B I G A TT Ã O

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F o t o G I L SO N B A R B OS A

ma cozinha prática para ser usada no dia a dia, interligada com a área de lazer para receber visitas nos finais de semana- esse era o desejo do cliente. A arquiteta Daniela Perez criou esta cozinha funcional e de fácil manutenção, separada por uma grande porta que dá acesso a área de lazer mais rústica, equipada com churrasqueira e fogão de lenha. O espaço descontraído deixa os moradores à vontade e favorece as relações cotidianas. A arquiteta usou detalhes em vermelho para quebrar a monotonia. “O vermelho aquece e faz um contraste com a cor dos móveis. Usei para trazer um pouco de alegria ao ambiente”, afirma Daniela. Os móveis da Formaplas são em laminado Strat Nero, na cor marrom com pequenas listras em tons mais claros. O armário em vidro Milk tem puxadores com perfil em alumínio. A bancada permite que os eletrodomésticos fiquem expostos, facilitando o preparo das refeições.

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Elegância e Praticidade Gourmeterie ganha destaque em projeto que resgata madeira de demolição e revestimentos diferenciados P o r C A R L A M A TS U

F o t o A lain B r u g i e r

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eceber bem aos amigos em um lugar que proporcione conforto e bemestar é prioridade de muitos quando

iniciam o projeto de suas casas. Sendo a

cozinha o local onde se concentram todos os sabores e pratos, muitos se preocupam com a disposição de mesas, ilhas e onde os visitantes poderão desfrutar de momentos agradáveis. E com todos os amigos presentes, o anfitrião não pode permanecer isolado a somente suas funções de gourmet. Pensando nisso, o projeto de cozinha da S.C.A. resolve possíveis isolamentos com a proposta de uma cozinha elegante e integrada, que acolhe todos os convidados ao redor da ilha de trabalho, fazendo da gourmeterie um ambiente de sedução tanto para o anfitrião quanto aos seus amigos. Funcionalidade também é uma das palavras-chaves do projeto, que tomou todos os cuidados para facilitar o trabalho de quem está à frente das caçarolas. Dando ainda mais personalidade à cozinha, a mesa dos convidados ganhou madeira de demolição, assim como o revestimento da parede. Os armários receberam o laminado decorativo Bianco Quadratto com tampos em DuPontCorian® na ilha e área molhada. As gavetas comportam taças e garrafas de maneira prática e organizada e o sistema Aventos foi escolhido como sistema de portas por elevação, ou seja, a porta pode permanecer parada na posição que o usuário deseja, e ainda, vem com sistema de amortecimento integrado.

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Os clássicos DO FUTURO Acolhedora e tecnológica, uma cozinha que une a família e poupa trabalho P o r L Ú B I G A TT Ã O

F o t o G I L SO N B A R B OS A

Os

móveis da cozinha se rendem à sensação aconchegante da madeira. Esta cozinha da Florense é

toda revestida com lâminas naturais de canaletto, uma madeira exótica importada da Itália. Todas certificadas, seguindo as normas da sustentabilidade, garante Jasser Augusto, franquiado da Florence em Campo Grande. Os veios naturais da madeira formam desenhos únicos, tornando cada móvel exclusivo. A madeira recebe um tratamento para fechar os poros e não absorver a umidade e gordura, facilitando a manutenção da limpeza e a conservação dos móveis. A cozinha em ilha integra os ambientes e aproxima os moradores. O conceito é ampliar o espaço de preparação dos alimentos e criar um ambiente de convivência. “É um resgate da vida familiar, da proximidade entre as pessoas”, afirma Jasser. A ilha é propícia para os anfitriões que gostam de receber amigos para conversar enquanto preparam a refeição. Outro destaque são os gavetões nos armários, que quando abertos trazem todo conteúdo para fora, proporcionado melhor acesso e visualização. Os vidros serigrafados e temperados, garantem um visual mais moderno e limpo, sem se esquecer da segurança. Esta união entre inovação, tecnologia e conforto, reforça o conceito da cozinha como o coração da casa.

A grande novidade tecnológica da Florense são os móveis sem puxadores, com acionamento elétrico. Para abrir uma porta ou gaveta, basta tocar. Na hora de fechar, apenas um suave toque.

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C a s a e E s t i l o | P A I S A G I SMO

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As ervas que não podem faltar no seu jardim: Salsa

Pode ser plantada através de mudas ou sementes e dura até dois anos no vaso. É uma das ervas mais utilizadas na gastronomia e combina com quase todos os tipos de pratos salgados.

Cebolinha

A plantação pode ser com sementes ou usando os talos das plantas compradas, se elas vierem com raízes. Junto com a salsa, a cebolinha compõe o famoso “cheiroverde”. Vai bem com tudo, principalmente em saladas, molhos e omeletes.

Manjericão

Se a planta for podada corretamente, a espécie pode durar anos. O tempero cai bem em molhos vermelhos, pizzas e sanduíches.

Orégano

Erva aromática muito usada no tempero de carnes, molho vermelho e indispensável na pizza.

Jardim Gastronômico Em pequenos espaços é possível plantar um jardim de ervas e temperos P o r L Ú B I G A TT Ã O

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F o t o M A R C OS V O L L K O P F

Quento

A mais comum para se plantar em casa é uma espécie chamada de quento bravo. Bom para temperar peixe.

Sálvia

Tem um sabor intenso. Ideal para dar mais sabor ao frango e saladas.

Tomilho

A planta pode durar mais de um ano no vaso. Usada principalmente no tempero de carne vermelha.

Manjerona

Suas folhas aromáticas podem ser usadas frescas ou secas. Tem sabor forte. Usada em sopas e carnes e proporciona um banho relaxante.

ara quem busca uma vida mais saudável, uma boa suges- Hortelã tão é cultivar em casa os temperos usados no preparo das refei- Com vitaminas A, B e C e minerais, o chá de hortelã é ções. As ervas podem ser plantadas em pequenos vasos, pois as bom para gripes e resfriados e combate cólicas e gases. Na culinária dá sabor aos quibes, molhos, saladas raízes são pequenas e precisam de pouco espaço. Elas se desenvolvem e carnes. bem no jardim, dividindo espaço com as espécies ornamentais ou podem ficar na cozinha, se o sol incidir diretamente nas plantas. Alecrim O segredo para a planta durar bastante Os temperos precisam de três a quatro horas de sol por dia. é não arrancar as folhas, mas ir Uma boa ideia é uma floreira na janela da cozinha, onde cortando os galhinhos de cima. as plantas ficam ao alcance das mãos. Além de ser planta medicinal SERVIÇO Com um jardim gastronômico em casa, é usada contra depressão e Para quem tem dúvidas de como possível ter temperos sempre fresquinhos, colhidos pressão alta, é tempero básico cultivar os temperos, o Recanto das para peixes, carneiros na hora. Outra grande vantagem é ter produtos orErvas vai ministrar oficinas de jardinae assados. gânicos, sem nenhum agrotóxico. Depois de um dia gem gastronômica no Shopping Camde trabalho, cuidar as plantas pode ser uma boa dica po Grande. O evento vai acontecer na Praça Central de 10 a 21 de abril, das para relaxar. Cozinhar pode se tornar mais prazeroso 15h às 22h. e a comida com certeza, vai ficar mais saborosa.

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Casa e Estilo | fEIRA

hype

funcionais e precisos Utensílios e eletrodomésticos dão o tom de uma cozinha prática e até divertida P o r C A R L A M A TS U

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Alguns objetos de cozinha fazem toda a diferença na praticidade que o ambiente exige. No entanto, uma cozinha prática e funcional também pode ganhar doses de extroversão e personalidade. Com os eletrodomésticos e utensílios certos, compor a mesa e servir melhor os amigos fica mais fácil, assim como fazer um almoço especial de domingo. Conheça alguns objetos que prometem otimizar seu tempo na cozinha, assim como outros que compõem um espaço diferente e divertido.

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SERVIร O

Refrigerador Infinity Eletrolux, em www.eletrolux.com.br 2 Liquidificador da Cuisinart, na Spicy www.spicy.com.br 3 Cafeteira Nespresso, na Nespresso www. nespresso.com.br 4 Cooktop, Eletrolux 5 Cooktop portรกtil, Eletrolux 6 Frigobar retro, da Brastemp www.brastemp.com.br 7 Mesa auxiliar Origin, na Pepper www. pepper.com.br

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Casa e Estilo | fEIRA

hype

Kitsch Kitchen Alguns até podem achar cafona, mas há no kitsch o carisma das coisas exageradas. O kitsch, em teoria, está associado ao gosto duvidoso por itens ditos não autênticos. Ou seja, a coleção de pinguins que marcam território em cima da geladeira, ou a galinha de arame que guarda os ovos e até os gatinhos de porcelana que dão as boas vindas são encarados com uma grande interrogação pela Arte Moderna. Se são ou não de gosto discutível, é preciso concordar que objetos kitsches, se usados de forma moderada, agregam humor e personalidade à cozinha. A seguir alguns exemplos que podem deixar sua cozinha mais alegre todos os dias. P o r C A R L A M A TS U

SERVIÇO 1 Porta-guardanapo, na Gitfexpress, www. giftexpress.com.br 2 Moedor de temperos, na Pepper www.pepper.com.br 3 Chaleira, da Quadriflogio www.quadrifoglio.com.br 4 Luva neoprene, na Gitfexpress 5 Minigeladeira, na Gitfexpress.

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C a s a e E s t i l o | TE N D Ê N C I A S

Antecipando o novo Feira internacional mostra as novidades no setor de banheiros e cozinhas P o r C A R L A M A TS U

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Fotos Divulgação

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eças com design arrojado e tecnologias que facilitam o nosso conforto em casa foram o centro das atenções da 5ª edição da Kitchen & Bath Expo- Feira Internacional de Produtos e Acessórios para Cozinha e Banheiro. A feira reuniu os últimos lançamentos para o setor de arquitetura e construção no Transamerica Expo Center, em São Paulo, onde designers, arquitetos, decoradores, engenheiros e lojistas tiveram acesso a produtos e acessórios de mais de 60 expositores nacionais e internacionais. Com produtos incríveis de design, capazes de tornar a cozinha ou o banheiro as grandes estrelas da casa, a feira também conquistou a atenção e o desejo de milhares de visitantes. Coifas acionadas por controle remoto, exaustores com painel de comando digital com visor de cristal líquido e temporizadores para desligamento automático, cabines de banho com entrada para MP3 e duchas digitais acionadas por controle remoto via wireless estiveram entre alguns lançamentos do evento. Confira alguns dos produtos criativos que prometem inovar a cozinha e o banheiro de casa.


Heaven Spas - Banheira Whirpool Bath H-005 Com acabamento em acrílico e paredes de vidro, a banheira possui jatos de hidromassagem, sistema de borbulhas no assento, encosto para a cabeça e iluminação interna com cromoterapia. Brascor - Linha Marcelo Rosenbaum O designer criou, em parceria com a Brascor, uma linha que leva sua assinatura: uma cristaleira, mesa de centro e rack inspirados no estilo Manuelino, presença marcante na história do mobiliário português e mundial. Falmec - Coifa Vision Com acabamento em aço, a coifa Vision da Falmec já está disponível em lojas de todo o país. O produto vem com uma TV de 19 polegadas com entrada para DVD e computador acoplado. Doka - Chuveiro Digital Linha Aqualisa O chuveiro permite controle de temperatura e vazão de água com apenas um toque. O padrão do banho pode ser definido por controle remoto via wireless, que pode ser acionado em até 10 metros de distância.

Te c n o l o g i a

Versátil e higiênico DuPontTMCorian® permite amplo uso nos mais variados designs Versatilidade talvez seja uma das principais palavras associadas ao DuPontTMCorian®. Bem conhecido entre designers e arquitetos, o material pode ser aplicado em diversos segmentos, desde hospitais, passando por móveis até objetos de decoração. Composto de um material maciço de 1/3 de acrílico e 2/3 de materiais naturais, o Corian® assume praticidade também em banheiros e cozinhas, onde é um grande aliado na facilidade da limpeza, já que é resistente a manchas e devido a presença de emendas imperceptíveis e a não porosidade inviabiliza o acúmulo de sujeira. A possibilidade em se moldar em praticamente qualquer design concebível, permite que o produto seja aplicado em todo tipo de bancadas, tampos, balcões e até mesmo revestimento de paredes. Para o ano de 2010, a DuPontTMCorian® traz uma nova cartela com seis cores na coleção Private Collection, onde o diferencial está no conceito naturalista dos tons e texturas, tendência do design mundial. Segundo estudos conduzidos pela DuPont em âmbito global, é cada vez maior a influência de elementos naturais na composição do ambiente para estimular os sentidos e renovar as energias. Tais constatações levaram ao desenvolvimento da nova linha, que reproduz os veios observados no mármore, granito, rocha e o deslizar da areia pelo deserto, traduzindo aspectos sutis do movimento e suavidade de tais elementos por meio de partículas e texturas.

Visite o site www.corian.com.br e saiba mais sobre essa tecnologia e onde encontrá-la.

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casa e Estilo | Projeto

PARA VISITAS SOFISTICADAS

projeto dE Annelise Giordano cria um lavabo requintado e harmonioso

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lavabo geralmente ocupa um espaço pequeno e é pouco usado. Mas como cartão de visita da casa, merece atenção especial. O projeto da arquiteta Annelise Giordano primou pelo bom gosto. O que mais chama a atenção é a bancada e cuba esculpidas em mármore travertino romano em tom bege. Linhas retas e cuba descentralizada dão um ar moderno ao ambiente. Os tons em bege e dourado do papel de seda das paredes, se harmonizam com o resto do ambiente. A luz é indireta, irradiada pelas luminárias de cristal fixadas na parede. Um grande painel de madeira foi concebido numa espécie de mosaico no mesmo tom, ressaltando a textura e o volume. “Quis quebrar um pouco o clima, inserindo um pouco de madeira, para deixar o ambiente mais aconchegante”, explica a arquiteta. O resultado é um lavabo requintado, mas sem excessos, para que as visitas se sintam à vontade.

Seu projeto na Publique seu projeto de arquitetura, paisagismo e decoração de interiores nas páginas da MOOD. Assim como Annelise Giordano nos sugeriu este Lavabo, você também pode enviar um de seus projetos. A revista MOOD LIFE conta com um espaço editorial para divulgar propostas inovadoras, originais e criativas. Envie sua sugestão com fotos para nosso e-mail: editor@moodlife.com.br

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C a s a e E s t i l o | P R O J ETOS

Ampla e aconchegante Projetada para receber bem, casa agrada moradores e amigos P o r C A R L A M A TS U

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Uma intensa reforma cedeu espaço a um amplo lar elegante e moderno. Com 585m², o projeto da casa de uma família campo-grandense é assinado pelo arquiteto Paulo Hernandes e com projeto de interiores concebido pela arquiteta Alessandra Gibran. Saindo das linhas clássicas e encontrando linhas retas, o ambiente todo é coerentemente contemporâneo, onde todos os espaços da casa foram pensados para agradar as necessidades de cada morador.

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A sala de estar, um dos grandes cartões de visita da casa, tem espaço suficiente para acomodar bem os convidados. Integrando três ambientes em um, as portas de correr da sala se abrem para a grande varanda, o que permite unir o espaço interno com o externo. Com cores cruas que contrastam com o preto, o lugar todo confere uma atmosfera atual, mas sem deixar de ser aconchegante. O mobiliário também é um destaque à parte, com peças de design autoral, como as cadeiras e mesa da sala de jantar de Sergio Fahrer e mesas de centro da MBrasil.

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C a s a e E s t i l o | P R O J ETOS

O quarto do casal tem cara de aconchego e convida bem ao sono

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O quarto de hóspedes é neutro para acolher sem hesitação qualquer amigo ou familiar. Já o espaço de cada filho- um menina e uma menina, ganhou toques da personalidade de cada um, onde os brinquedos se assumem também como objetos de decoração.

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C a s a e E s t i l o | P R O J ETOS

Com uma capela na área externa, próxima a quadra de esportes, há também piscina, churrasqueira e até brinquedoteca para as crianças. Todos os itens que fazem de uma tarde de domingo um excelente motivo para permanecer em casa.

SERVIÇO

Alessandra Gibran. (67) 3325-6252 Paulo Hernandes. (67) 3029-2920


Os c么modos da casa foram bem aproveitados e pensados para proporcionar

bons momentos para os familiares e aos amigos

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C a s a e E s t i l o | VOX

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om ares de quem parece não parar de trabalhar nunca, Flávio Borsato, designer da marca Estúdio Bola e da Adresse- especializadas em mobiliário, tem tanto pensamento quanto a fala rápidos. Despojado e atento, Flávio cedeu uma entrevista para a MOOD em um evento realizado pela Casa Design, onde ele mesmo falou sobre o lançamento de alguns de seus produtos. Com a universidade de Arquitetura e Urbanismo na bagagem, o curso de Design Industrial e a herança familiar do móvel- seu pai fora proprietário de uma fábrica de móveis- Flávio tinha o design de mobiliário como uma vocação certa. O Estúdio Bola, que começava em 2002 com ele e o sócio, o arquiteto Maurício Lamosa, é hoje uma marca conceituada, com comércio estruturado no exterior. Frente também a marca Adresse, ambos os arquitetos prezam pelo diferencial que se tornou característica do trabalho deles: o controle que eles têm desde o início de cada linha de móveis. Incansáveis e com uma metodologia própria, eles fazem desde o catálogo à apresentação de uma empresa em eventos. Desenvolvendo produtos para diferentes fábricas de móveis, Flávio e Mauricio conseguem manter a identidade minimalista entre todos eles. Em cada fábrica é trabalhada uma tecnologia diferente- resina em uma, chaparia em outra, por exemplo. “Assim consigo criar um mix de produtos com a minha cara”. A seguir confira uma entrevista com Flavio, que mostra que cara é essa.

minimalismo em grande forma

Designer de mobiliário, Flávio Borsato fala sobre tendências, cultura e mercado

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Foto DIEGO VOLLKOPF


"Copia-se muito e com pouquíssimo respeito à propriedade intelectual, mas tudo isso também é questão de cultura". Qual seria a identidade visual do estúdio Bola?

Mas o design de mobiliário não seria tão livre então?

Flávio Eu considero nosso produto minimalista, ele é pano de fundo para outros produtos aparecerem. É muito difícil conseguir definir um estilo só porque os produtos acabam se completando. Isso também vai um pouco de fase, de desenho, de coleção para coleção. E muito em respeito também a vocação fabril de cada fábrica. Não adianta uma fábrica que trabalha com metal, e eu falar para ela começar a trabalhar com resina. Você consegue levar um grau de dificuldade para as fábricas, mas você não muda uma cultura de uma hora pra outra, você até pode em longo prazo mudar, mas não tirar.

Ele é livre, mas ele tem suas limitações. É menos livre que a moda. Mas a arquitetura é menos ainda. Imagina se você comprar uma casa e depois de dois anos ver que aquilo se tornou ridículo. “Nossa, não se usa mais telhado desse jeito, janela desse jeito”. Mas a arquitetura pós-moderna é isso, você vê isso. Você vê vidros reflexivos azuis, e não se usa mais isso. Agora, se você vir uma casa dos anos 60 modernista, você pensa pô, é legal até agora.

O que é novo ou tendência em termos de design mobiliário hoje em dia?

Eu acho que a gente tem um caminho muito forte de ser um desenho mais minimalista, mais puro. E depois você vai sempre mexer com a questão de moda. Moda no sentido de moda mesmo, de cor, como é que você vai apresentar o produto. Mas o desenho tem que ser um pouco fiel a um traço seu, senão você também acaba se perdendo. Diferentemente de roupa, que você vai comprar uma calça, uma camisa, e você vai usar por dois anos, um móvel você não vai só usar por um ano ou dois. Eu até ficaria muito chateado se eu comprasse um móvel, gastasse uma grana e depois de dois anos aquilo estar com cara de ultrapassado. O móvel tem que ser mais sóbrio, mais duradouro.

O mercado de design brasileiro perde muito para o de fora?

Depende. Ele é diferente. Na Europa, todo mundo consome design. Se você pega uma Ikea, que é o paralelo de uma Tok&Stok brasileira, ela é para um público de baixo padrão, onde todo mundo consome design. No Brasil, uma Tok&Stok, não adianta falar que é popular, porque não é. Então na Europa, o design lá é muito mais difundido. O Brasil está começando ainda, a gente montou até uma associação, o grupo OK Design, justamente para fomentar o design. A busca por peças exclusivas também está começando no Brasil?

Boa parte não compra porque não tem condições, isso é uma razão limitadora. Outra por falta de cultura de compra. Acho que uma revista, como a sua, que é de comportamento e estilo de vida, isso muda a cultura de compra de uma geração inteira. Então é passo a passo, veio o primeiro grupo de designers, depois vieram outros. Isso vai segmentando e criando uma cultura. Mas isso leva tempo. Para a grande população comprar design vai demorar um pouco ainda. Acho que vai levar uma boa década.

Quanto à questão autoral do design, ela é ainda delicada? Copia-se muito o design alheio?

Copia-se muito e com pouquíssimo respeito à propriedade intelectual, mas tudo isso também é questão de cultura. Para você pega mal, se alguém lhe vir com uma bolsa falsificada da Prada. Ou você tem dinheiro para comprar uma Prada, ou você prefere não ter uma. Isso não está no móvel. No móvel não se chegou a esse padrão de amadurecimento. Mas isso é cultura, muda-se pouco a pouco. Você vai aprendendo que coisas originais são melhores. Mas cada vez mais vai ficando chato para o consumidor ter produto falsificado e principalmente para o lojista oferecer um produto que não é original. O grande prejuízo da cópia é que desincentiva a criar e a correr atrás de novas tecnologias, novos desenhos e novas propostas de uso. É isso que é o mal da cópia, e não a cópia em si. E como o Grupo Design OK se articula?

Temos reuniões quinzenais com todos os grupos que fazem parte da associação, nas quais são debatidos ‘n’ temas, como data de eventos anuais para esse grupo. Troca de fornecedores e tecnologias também são discutidas. Mas tudo isso é muito embrionário, está no começo, mas já está tendo retorno em cima disso. Foi feita uma seleção bem criteriosa para quem entraria dentro desse grupo. Está aberto para entrar outros também, mas desde que eles correspondam a certos critérios, como fidelidade de produto, postura ética, etc. É um grupo que vem justamente para educar o consumo, educar o arquiteto, o lojista e a gente mesmo. Eu também aprendo um monte de coisa com outros designers e espero que eles também aprendam comigo.

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Jary de Carvalho e Castro é engenheiro civil e já fez de tudo um pouco dentro da sua área: foi funcionário de empreiteira, trabalhou numa grande empresa de construção civil, atuou como autônomo- época em que construiu muitas casas e escritórios, estreitando sua relação com arquitetos. Em 1991, abriu o escritório Técnica Engenharia e passou a construir obras públicas. No ano passado venceu a disputada eleição do CREA-MS- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso do Sul e se tornou referência nacional no assunto acessibilidade.

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Como foi sua trajetória até chegar a presidência do CREA-MS? Quando abri minha empresa, senti muitas dificuldades com relação ao mercado da construção civil. Acabei sendo convidado para ingressar no CREA e ajudar a melhorar a sistema, pois as dificuldades eram comuns a muitos profissionais. E assim, há oito anos atrás, comecei a atuar como conselheiro suplente, depois como diretor. Fui me envolvendo e em 2009 me elegi numa disputa muito acirrada. Neste período fui também Presidente do IEMS- Instituto Engenharia de MS e do SINDUSCON-MS- Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção- MS.

busca pela valorização profissional Jary de Carvalho e Castro fala de acessibilidade, mercado de trabalho e sobre sua gestão no CREA-MS P o r L Ú B I G A TT Ã O

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F o t o A L E X I S P R A P PA S


Como é a estrutura do Conselho e com o você avalia sua gestão? São cerca de 200 funcionários, com vários escritórios no interior do estado. Somos uma autarquia pública federal, mantida com o pagamento de anuidades. São cerca de 20.000 profissionais registrados no Conselho e cerca de 4.000 empresas. Acho que a maior conquista é a credibilidade. Nesta gestão, estamos conseguindo uma integração muito grande com a sociedade, através de alguns projetos sociais como Vida Melhor e Tijolo por Tijolo. Lançamos um dicionário bilíngue da construção civil com objetivo de fortalecer integração Brasil- Paraguai. Temos uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde no combate a dengue, onde nossos fiscais ajudam na prevenção. Temos muitos cursos de capacitação para os profissionais estarem sempre atualizados. Procuramos sempre trabalhar em parceria com as entidades. Mato Grosso do Sul tem se destacado com relação à acessibilidade? O CREA-MS responde pela coordenação nacional do grupo de trabalho sobre Mobilidade Urbana e Acessibilidade. Fui eleito no ano passado e reeleito este ano. A missão é cuidar para que as pessoas tenham o direito de ir e vir, independente de sua condição física. Segundo dados do IBGE, mais de 14% dos brasileiros convivem com algum tipo de deficiência definitiva, isso sem contar os idosos, obesos ou deficientes temporários. As leis de acessibilidade estão sendo cumpridas? Já venceram todos os prazos para que os prédios públicos e privados se adequassem. Avançamos muitos, mas mesmo assim estamos defasados. Para avançar é

preciso criar uma vontade política. É necessário negociar, fiscalizar, orientar e fazer parcerias para acelerar o processo. Todo arquiteto e engenheiro que vai projetar, executar, reformar ou ampliar tem que seguir as leis, caso contrário pode sofrer uma sanção ética dentro do Conselho. Conseguimos junto ao Ministério das Cidades a gratuidade das normas de acessibilidade, porque geralmente os profissionais têm que pagar pelo uso das normas. Isso facilita muito. Nós defendemos a criação de uma Secretaria de Acessibilidade, pois sabemos que o tema é muito complexo. Com relação às calçadas, o que tem avançado no estado? Parece um tema banal, mas as calçadas são fundamentais para a população. Uma pesquisa realizada no país indica que 63% da população as utilizam no dia a dia. Se observarmos bem, veremos que a maioria delas está irregular. Basta andar pelos passeios públicos para se deparar com desníveis, buracos, rampas fora dos padrões, lixeiras ou pisos escorregadios. Recentemente conseguimos aprovar uma lei exigindo que se reserve uma faixa não pavimentada para absorção de água de chuva, além da faixa de 1,5m pavimentada para passagem de pedestres. Como está o mercado da construção civil em MS? De 2007 para cá, tivemos um boom da construção. Os 20 anos anteriores foram de crise constante. Foi uma revolução em todo Brasil que deve perdurar por muitos anos ainda. Isso foi bom para todos os setores. Em qualquer cidade que você vá precisa de habitação, saneamento, pavimentação, sinalização. O Brasil tem tudo para ser feito e com a economia estável as coisas estão acontecendo. Não é ape-

nas em campo Grande, se você viaja pelo interior vai ver que existem obras em quase todos os municípios. Somos uma classe muito representativa e atuante. Somando todos os CREAS do Brasil são mais de um milhão de associados. Cerca de 70% do Produto Interno Bruto do Brasil passa pela mão dos engenheiros, arquitetos e agrônomos.

"A arquitetura passa por uma mudança de paradigma. Hoje a profissão está muito focada na sustentabilidade, meio ambiente, melhor qualidade de vida e acessibilidade". Com relação à arquitetura, o que tem mudado no mercado de trabalho? A arquitetura passa por uma mudança de paradigma. Hoje a profissão está muito focada na sustentabilidade, meio ambiente, melhor qualidade de vida e acessibilidade. Casas e escritórios precisam ser planejados para economizar água, energia, têm que permitir a circulação de pessoas com cadeira de rodas, idosos, gestantes, mães com carrinhos de bebê. A gente observa que os cursos de engenharia estão num crescente grande. Os jovens voltaram a querer se engenheiro, agrônomo, arquiteto? As empresas precisam de bons profissionais, a procura é grande. É importante uma reciclagem constante dos profissionais. Não podemos parar de estudar.

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G A ST R O N OM I A

Dalva e Dito Restaurante do chef Alex Atala acolhe o paladar com cozinha afetiva brasileira P o r C A R L A M A TS U

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F o t o s C a s s i o Va s c o nc e ll o s

ma comidinha saborosa, temperos que nos remetem a boas lembranças, a refeição que aquece o estômago e alimenta o bomhumor fazem parte de um cardápio que não vem somente do fogão da avó. A cozinha afetiva, essa que é simples e familiar, é o carro-chefe do novo restaurante de Alex Atala, inaugurado em 2009 em São Paulo. É ele mesmo quem explica melhor: “É a cozinha das senhoras brasileiras, das nossas referências de mãe, avó, tia e sogra”. O nome do restaurante já enuncia em si a simplicidade que acolhe: Dalva e Dito é a lembrança da comadre Dalva e do compadre Dito, um casal imaginário que habita a criatividade de Atala. “Dalva, a primeira estrela que aparece ao anoitecer e Dito é um contrativo de São Benedito, padroeiro dos cozinheiros.” explica o chef. O restaurante é a concretização do sonho em oferecer cozinha brasileira dentro de um padrão internacional, preparada com a aprimorada técnica de

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baixas temperaturas e servida no clássico trabalho da brigada no salão. Até mesmo os pratos principais são divididos pelo carisma que a comida afetiva possui e evidenciam a vocação brasileira do Dalva e Dito, como os acompanhamentos que recebem o título de “Para Matar a Saudade das Avós, das Tias, das Mães”. Outra característica que aproxima ainda mais o paladar com a qualidade visual do que é apresentado no menu é que todos os pratos são servidos ou finalizados na frente dos clientes. Como destaques estão os pratos que recebem cocção em baixa temperatura, como a codorna recheada com banana seca de Itariri e castanha de caju com feijão manteiguinha do Pará, o porco na lata com purê de batata e pequi e para o pernil, servido no almoço. E também para os assados preparados na rotissoire- contrafilé, frango aberto e galeto, que são servidos com acompanhamentos caseiros (arroz, feijão, farofa, couve, batata, creme de milho, entre outros). Entre

as sobremesas estão o açaí com banana e guaraná, o sorvete de tapioca e granolinha, o creme de papaia com catuaba e o creme de chocolate com priprioca. A arquitetura do bem-estar Paredes avermelhadase uma fachada simpática que leva o nome Dalva e Dito gravado em um banco de praça compõem o cenário da gastronomia afetiva de Alex Atala que traduz com clareza a proposta da casa. O projeto, assinado pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum, reúne referências do Brasil colonial em torno da modernidade e da tecnologia que a ampla e envidraçada cozinha revela. Com uma área total construída de 1.000 metros quadrados o restaurante tem três ambientes distintos: terraço, salão principal e salão de bar. Do salão principal tem-se a visão da equipada cozinha aparente, com 450 metros quadrados de instalações e várias estações de trabalho, totalmente envidraçada


SERVIÇO Dalva e Dito Padre João Manuel, 1115, Jardins. (11) 3064-6183 www.dalvaedito.com.br

e permite que o cliente acompanhe o movimento frenético dos 70 funcionários. No salão do bar, que tem ao fundo a adega, as paredes ganharam objetos e imagens garimpadas, como por exemplo, fotos do renomado Pedro Martinelli. Para reforçar a atitude deste espaço um grafite do artista Derlon diverte e aguça a imaginação.

Criativo e incansável Alex Atala parece carregar em si os genes da inquietude. Sem se acomodar e sempre buscando dar um passo a frente mesmo quando a proposta possa soar simples, Alex se tornou o chef de maior reconhecimento no Brasil. Inovador, ficou conhecido por explorar a partir de bases clássicas e técnicas atuais as possibilidades gastronômicas dos ingredientes nacionais. Ele que já foi punk, morou na Bélgica e pintou paredes por lá– para ganhar dinheiro– conheceu a cozinha na sua possibilidade criativa por um acaso. Em entrevista a revista Trip, Atala revela: “Pintando parede, descobri a cozinha e comecei a ganhar uma grana cozinhando. Ou seja, atirei no que vi e acertei no que não vi". Em São Paulo, Atala esteve em 1994 à frente da cozinha dos restaurantes Filomena e 72. Mas foi em 1999 que iniciou sua carreira de chef e proprietário no aplaudidíssimo Namesa – um restaurante despretensioso. O reconhecimento também veio em títulos e premiações importantes em nível mundial. Dentre os mais significativos, seu restaurante D.O.M., inaugurado em 1999, foi eleito quatro vezes como um dos 50 melhores do mundo pela publicação inglesa Restaurant Magazine, atualmente um dos maiores reconhecimentos que um chef pode ter. Também é autor de Alex Atala– Por uma Gastronomia Brasileira, onde retrata, além de receitas, um importante registro fotográfico da cultura gastronômica do Brasil, a qual Alex sempre defende. Como continuação desse trabalho, em 2008 veio o Escoffianas Brasileiras, escrito com a jornalista Carolina Chagas, pela editora Larousse. Atala ainda escreveu o livro Com Unhas, Dentes e Cuca– Prática Culinária e Papo-Cabeça ao Alcance de Todos com o sociólogo Carlos Alberto Dória. Incansável, Alex não para e no ano passado também estreou o boletim “Tira Gosto Eldorado– com Alex Atala”, na Rádio Eldorado. Para os anos seguintes, o próximo passo de Alex Atala ainda é incerto para os espectadores de sua gastronomia, mas provavelmente já previsto pela sua mente inquieta.

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G A ST R O N OM I A

ElBulli Melhor restaurante do mundo anuncia que irá fechar as portas e se transformar em uma fundação gastronômica P o r R E N A TO L I M A

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mortalizado pelos próprios feitos,

o chef catalão Ferran Adrià, aos 48 anos é um marco vivo na cozinha mundial com a “gastronomia molecular”, investigando os aspectos sociais, artísticos, químicos e físicos da culinária. Adrià criou pratos com texturas, temperaturas e sabores que alcançam toda a gama de sensações que o paladar pode propiciar. Como as Olivas Esféricas, uma massa de azeitona em conserva de alho, alecrim e casca de laranja, gelatinosa por fora e líquida por dentro, que explode na boca, entre outras centenas de iguarias servidas exclusivamente no restaurante El Bulli, na Espanha. Adrià foi eleito pelo Guia Michelin com o grau máximo de três estrelas. Considerado o Oscar da gastronomia, o guia classifica os melhores chefs do mundo.

"A cozinha é uma linguagem mediante a qual se pode expressar harmonia, criatividade, felicidade, beleza, poesia, complexidade, magia. humor, provocação e cultura”. Ferrán Adrià (extraído das políticas do El Bulli)

SAIBA MAIS

www.elbulli.com www.alimentacioiciencia.org

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Sabores e sensações que irão deixar saudade por pelo menos dois anos e com certeza fazer muitos órfãos que se alimentam da ousadia e da criatividade da “culinária da desconstrução” de Adrià. Em janeiro, o chef anunciou no Madridfusión, um dos principais encontros de gastronomia do mundo, o fechamento do restaurante El Bulli a partir de 2012 até 2014. Notícia que impactou o cenário gastronômico internacional, o El Bulli foi elei-

to cinco vezes o melhor restaurante do mundo pela revista inglesa Restaurant, que conta com voto de mais de 800 especialistas do setor, posição que mantém há quatro anos consecutivos. Para Adrià, o atual modelo do El Bulli não lhe permitia mais continuar criando. O catalão afirmou que a ideia inicial, inclusive, era fechar de vez o restaurante e deixar definitivamente a profissão. Mas, após consultar amigos e outros chefs, percebeu que ainda há espaço para novas criações. Então decidiu transformar o restaurante na Fundação El Bulli, que será implantada no mesmo prédio, após algumas modificações estruturais. Adrià considera a Fundação um importante passo para a evolução constante e permanente da criação culinária. Segundo ele, a Fundação El Bulli será aberta a todos os amantes da gastronomia, como um viveiro de novas ideias e novos talentos para levar cultura da culinária criativa e sinestésica ainda mais longe. Adrià adianta que a fundação dará todos os anos até 25 bolsas de estudos para profissionais de gastronomia aperfeiçoarem seus conhecimentos. A fila já é grande para garantir um jantar na última temporada do El Bulli em 2011, já que a deste ano (que começará em junho) está com todas as mesas reservadas. Para quem ainda sonha com a oportunidade de sentar-se no melhor restaurante do mundo e provar o menu que a casa oferece, somente a partir de 2014, quando algumas dezenas de pessoas serão convidadas para experimentar as criações dos discípulos de Adrià.


O que o melhor restaurante do mundo tem? Além de pratos minimalistas, de texturas curiosas e sabores surpreendentes, o El Bulli apresenta algumas características interessantes e ousadas que só o melhor do mundo pode se dar ao luxo Criado em 1961, pelo alemão Hans Schilling, o nome é uma homenagem ao buldogue francês da propriedade. O El Bulli irá completar 50 anos em 2011 quando irá fechar as portas para o público. São cinco décadas sempre no mesmo endereço, em cima de uma montanha na cidade de Roses, a 160 quilômetros de Barcelona. Em 1987 o restaurante decidiu abrir somente seis meses do ano, de junho a dezembro. O El Bulli atende somente 50 pessoas por dia. A reserva é feita online pelo site do restaurante, todas as mesas de 2010 foram reservadas em menos de uma semana após aberta a temporada e já existe fila para a temporada de 2011. El Bulli trabalha com apenas 30 opções de pratos, o preço médio de cada um é de 250 euros (cerca de R$ 700,00).

Fotos: Maribel Ruíz de Erenchun (Ferran Adrià, equipe de cozinha e salão). Francesc Guillamet (prato e ElBulli Taller)

Ferran Adrià conta com uma equipe de 50 pessoas. Todos os anos mais de quatro mil candidatos enviam currículo para fazer estágio no El Bulli, mesmo sabendo que terão que enfrentar uma rotina de 12 horas de trabalho por dia.

O restaurante recebe cerca de 500 mil pedidos de reserva por ano e, só pode servir cerca de 7,5 mil pessoas durante cada temporada. Todas as receitas e experimentos do El Bulli foram publicados em cinco mil páginas de quatro livros para registrar a trajetória do restaurante. Em 1998 Adrià criou o El Bulli Taller um restaurante experimental para passar os outros seis meses do ano com sua equipe criando e testando os pratos. Localizado em Barcelona, o Taller conta com três cozinhas, laboratório e biblioteca.

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gastronomia

Sabores do mundo A COZINHA CRIATIVA DE ARIANE MALOUF P o r L Ú B I G AT TÃ O

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Carla de Vita

Rai Reis

uando se fala em gastronomia em Mato Grosso, a referência é Ariane Malouf. Há três anos ela mantém o restaurante Mahalo, um dos mais procurados em Cuiabá por quem aprecia a boa gastronomia. Apesar de luxuoso, mantém a simplicidade na hora de receber e servir, o que faz com que todos se sintam a vontade. “Gosto de receber bem sem inibir o cliente. O local é bonito, imponente, com talheres de prata e taças de cristal, sem deixar de ser aconchegante”, afirma a proprietária.

A especialidade do restaurante é a cozinha criativa. Um conceito que Ariane desenvolveu, unindo todos os seus conhecimentos num jeito próprio de preparar os alimentos. Influências é o que não lhe faltam. Estudou na conceituada escola francesa de gastronomia Le Cordon Bleu. No buffet de Neka Mena Barreto, em São Paulo, um dos mais importantes do país, aprendeu a dar mais leveza aos pratos, usando grãos e ingredientes saudáveis e naturais. Isso sem contar as pesquisas gastronômicas que fez por inúmeros países como Japão, Turquia, Egito e Austrália e os aprendizados na infância, com sua família libanesa, em celebrar em torno da mesa farta, temperada à pimenta e tahine.

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O resultado é uma cozinha contemporânea que agrada os clientes mais exigentes. “É uma comida diferente, mas não é exótica” adianta Ariane. São 38 funcionários que a ajudam no preparo do almoço e jantar, de segunda e sábado. A funcionalidade e organização da cozinha foi inspirada num dos maiores buffets do mundo- o Potter e Chabot, onde Ariane trabalhou. A chef faz questão de divulgar os preços de suas criações- almoço não passa de R$ 35,00 com entrada, prato e sobremesa; um chá completo servido nas tardes de quinta-feira custa R$ 29.00. “Quero que todos possam ter acesso a uma boa cozinha”, afirma. Ariane já teve seu talento reconhecido no mundo gastronômico. O Mahalo foi eleito “Novidade do Ano do Brasil” pelo Guia Quatro Rodas 2008, inserindo-o entre os melhores do país. No ano passado entrou para Associação do Prato da Boa Lembrança, que agrega restaurantes que prezam pela qualidade de sua comida. O prato escolhido foi um Pintado Grelhado com crosta de castanha do Pará, acompanhado de manteiga de banana passa e roesti de mandioca. Um sabor da terra aliado a alta gastronomia.


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gastronomia

Gastronomia pantaneira A cozinha regional reinventada pelo chef Paulo Machado P o r L Ú B I G AT TÃ O F o t o M A R C O S FA C H I N I

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chef e pesquisador Paulo Machado adora criar no-

vos pratos. Especialista em cozinha francesa, ele não abre mão de inserir ingredientes regionais em seus experimentos. “A cozinha francesa é a mãe da alta gastronomia, mas gosto de misturar com os sabores da nossa terra”, explica Paulo. A paixão o levou a coordenar uma expedição científica que percorreu o Pantanal para levantar e mapear os sabores e temperos da região. Foram feitas anotações técnicas e registro em vídeo que servirão para divulgar a gastronomia pantaneira. Paulo Machado reinventa uma das mais famosas combinações brasileiras- a goiabada com queijo. Ele conta que em suas viagens viu de perto a produção dos ingredientes: “No Pantanal a goiabada cascão é produzida em imensos tachos de cobre e o queijo nicola, semi-curado, é pendurado por dias, ficando com o mesmo formato do queijo italiano Caccio Cavalo (casco de cavalo). Reinventei sobre uma base de tartelette, uma pequena torta francesa”. Para quem se interessou, segue a receita do clássico "Romeu e Julieta" com sabores pantaneiros.

TORTA ROMEU E JULIETA COM PIMENTA BIQUINHO INGREDIENTES P/ a Massa: Patê Brisée 1 kg de farinha de trigo 20 gr de sal 500 gr de manteiga sem sal 3 ovos 2 gemas 75 ml de água P/ o Recheio: 300 gr de queijo Nicola ralado 100 gr de requeijão cremoso ou Catupiry 300 gr de goiabada tipo Cascão em ponto de recheio Pimenta biquinho para decorar

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Modo de preparo: Prepare a massa: numa tigela, misture farinha, sal e manteiga. Faça um buraco no centro (como um vulcão), acrescente ovos, gemas e água, trabalhe a massa até que fique homogênea. Deixe resfriar na geladeira por 30 min. Abra a massa colocando-a em travessa metálica para tortas, faça furinhos com garfo e pré-asse em forno à 180° C por 5 min. Adicione o recheio: a mistura do queijo nicola ralado com o catupiry depois goiabada. Asse em forno médio por 15 min. Decore com pimenta biquinho. Sugestão do Chef: sirva quente com sorvete de manga ou gelada acompanhada de uma boa infusão de frutas cítricas! Rendimento: 8 porções.


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Do simples ao Deixando de lado a competência de seu trabalho, o estilista André Lima é, sobretudo, de um carisma que transcende. De sorrisos largos, André surpreende por ser tão acessível, tranquilo e bem-humorado. Com coleções sempre bem recebidas nas semanas de moda, é sobre uma das peças mais antigas do guarda-roupa feminino, o vestido, que ele constantemente se renova. Conhecido pela forma única que trabalha com a estamparia, André conseguiu definir ao longo de sua carreira um estilo próprio e inconfundível. É na loja Alameda, em Campo Grande, que ele se encontra para mais tarde receber clientes e assinar um livro sobre ele, o “André Lima”, biografia que leva seu nome e publicada pela Editora Cosac Naify. Sentado ao chão e limpando de tempo em tempo seus óculos de grau, que o paraense, de Belém do Pará, se sente confortável e recebe com bom humor perguntas, que com certeza, já foram respondidas por ele um bocado de vezes. Na entrevista a seguir, André fala sobre vestidos, criatividade, sensualidade e conta, despretensiosamente, sobre um dos seus maiores prazeres: revelar com bom gosto a silhueta feminina.

A sua nova coleção está psicodélica, cheia de grafismos e com volumes tridimensionais. Qual foi a inspiração para essa a coleção de 2010? ANDRÉ LIMA Não existe nunca uma única fonte de inspiração. Existe um acúmulo de ideias. Sempre que eu estou folheando livro, uma revista, alguma coisa, eu escaneio e vou montando pastas no

computador. É uma pesquisa incessante. O que acontece é que eu gosto de misturar opostos e extremos. Um dos meus maiores prazeres é a mistura, descobrir pontes entre coisas que aparentemente não existiriam. Às vezes é tempo e espaço, às vezes é etnia com arte, ou geometria misturada com orgânico. Então eu sinto que existe um ponto de partida, que é exatamente quando acaba uma coleção e a outra já começa a chamar. Outro grande prazer é saber que eu consigo deixar uma mulher bonita, fazer com que ela se olhe no espelho e diga: nossa, hoje eu vou arrebentar. Por falar nisso, o que um vestido bem trabalhado pode fazer a uma mulher? Aumenta a autoestima de qualquer uma? Nossa, é um lançamento de foguete! Acho que faz qualquer coisa. A autoestima de uma mulher é muito potencializada quando essa mulher veste algo e se sente segura do que ela é. O trabalho do estilista é construir o corpo feminino, e dar formas que até ela nem sabia que existiam. A partir do momento que você sabe exibir uma cintura, sabe trabalhar uma textura, um decote, na hora que uma mulher sentir que aquela roupa está valorizando a sua essência feminina, nesse momento não tem mais quem a segure. É engraçado, que a maquiagem, o cabelo, a joia, o sapato, o acessório, óbvio, tudo isso constrói esse look. Mas a base

de tudo acaba sendo a roupa, ou o vestido. E basicamente eu sou um fazedor de vestidos, eu amo fazer vestidos. Então, para você é mais divertido e prazeroso fazer vestidos? Ah, eu gosto. Para mim é muito mais difícil eu desenhar uma camiseta, ou uma roupa que às vezes precisa ser simples. Quando isso acontece, eu invento tanta coisa dentro da roupa para gerar um diferencial, que acaba se tornando uma roupa simples extremamente sofisticada. O vestido é uma peça icônica que está no imaginário de qualquer mulher, estilista ou homem. Ele é uma simbologia muito forte do meu trabalho, uma fonte interminável de expressão. Eu posso desenhar vestidos pelo resto da minha vida e eu ainda não vou ter desenhado todos que eu queria. Então a minha relação com vestidos é a mesma relação com o meu sono, com meu banho, com o que eu como, com as pessoas que eu me relaciono. É algo diário, denso e eu não tenho essa escolha. O vestido que me escolheu. A moda hoje em dia está mais acessível. O que a tornou tão interessante e algo que fascina cada vez mais? O que torna a moda interessante e cada vez mais assunto é essa diversidade de propostas. Eu não sou o tipo de estilista que tenta entender e que tenta traduzir. Aliás, me irrita muito o trabalho de edito-

exuberante

A silhueta feminina moldada sob o olhar de André Lima P o r C A R L A M AT S U

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Foto MARCOS VOLLKOPF


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ras de moda e de muitas revistas de moda de tentar trazer kits. “Hoje você vai ser romântica, hoje você vai ser red carpet”. Eu acho que não é uma revista que vai dizer a uma mulher quem ela vai ser. Esse é o mecanismo, essa é a indústria? É. Mas acho que as mulheres são mais inteligentes e interessantes que as regras. Meu desejo é que elas não sigam essas regras. Mas não são todas que têm essa sensibilidade, que têm essa coragem de conhecer seu corpo e o desejo e a intensidade na maneira de se vestir. Às vezes muitas acabam se escondendo atrás de um estilo para não mostrar quem elas são. Mas me interessam as loucas, as que erram, as que não estão a fim de acertar, por isso sou tão apaixonado pela Lady Gaga, porque acho que ela chegou num momento que precisava exatamente de alguém para surpreender a gente de novo, assim como a Madonna fez. Não acho que ela é a nova Madonna, não existe uma nova

Madonna. Mas acho que é muito importante que existam artistas que consigam confundir. Penso que uma das armas mais poderosas da arte é deixar que as pessoas fiquem em dúvida e fiquem pensando se elas realmente conseguiram captar ou entender determinada mensagem. André, você fala muito dessas figuras femininas. Você recebeu uma grande influência de mulheres na sua vida? Ah, eu fui criado numa casa praticamente de mulheres. O único homem na minha casa era meu pai, no caso eu e meu irmão, mas a gente era criança. Então a gente estava descobrindo o mundo ali, um mundo descoberto pelos olhos dessas mulheres. Depois, amigas foram permitindo que eu fosse o personal stylist delas, quando eu era muito novinho. Escolhíamos roupas para vestir, elas iam se vestir na minha casa, me ligavam e eu ia para casa delas. A gente contratava uma

costureira e passava o dia lá inventando roupa. Então essa relação foi extremamente natural, veio com as mulheres da minha casa, da cidade, das gargalhadas, dos perfumes, dos batons, das curvas, das cinturas, das saias rodadas. E isso continua, porque eu me inspiro muito em mulheres, muitas que são absolutamente desconhecidas. Seus vestidos valorizam a sensualidade e a silhueta feminina. Teria alguma coisa que nunca sairia dos seus croquis, algo que você ache cafona? Eu acho que não existe nada que nunca possa ser feito ou que deva deixar de ser feito. Eu sou absolutamente levado pelo que sinto. As pessoas acham que estilista tem personalidade. Eu acho que estilista não tem personalidade nenhuma. [Risos] Eles acabam pulando de uma ideia para outra, e às vezes acabam se contradizendo. Isso é muito gostoso, até

"O vestido

é uma peça icônica, que está no imaginário de qualquer mulher, estilista ou homem. Ele é uma fonte interminável de expressão.

Eu posso desenhar vestidos pelo resto da minha vida e eu ainda não vou ter desenhado todos que eu queria.

No ensaio

sobre a trajetória do estilista, André Lima mostra suas influências a partir da convivência familiar. O universo feminino é visto de perto através do ritual que a mãe e as tias mostravam quando se arrumavam. Acompanhando suas reminiscências, a edição do livro tem as páginas amareladas, como se fosse um antigo álbum das referências do estilista, ao lado de suas peças mais importantes.

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na minha própria relação com o meu trabalho. Eu não me levo a sério nesse ponto. Acho que não deva existir essa regra, essa intenção e esse desejo. Eu gosto de ver mulheres bonitas. Eu acredito que as pessoas sempre vão acabar vendo no meu trabalho uma relação com a beleza feminina, com essa fonte inesgotável de pesquisa para mim que é o corpo feminino. Agora, onde isso vai chegar, como isso vai se desdobrar, que direção vai ter, para onde isso vai, eu estou tão curioso quanto você. [Risos]


)

GIRO demoda

Sete lojas,

inúmeras opções. A consultora de imagem Patrícia DE Albuquerque visita as grandes lojas de Campo Grande e mostra as últimas tendências para as coleções de outono/inverno 2010. Do casual ao chic, Patrícia traz propostas de moda que traduzem bom gosto e estilo

)

Alameda Bougainville Calvin Klein Celina Meren Estivanelli Graciá Ivaniza

M o d el o s

F o t o s A L E X I S P R A P PA S P r o d u ç ã o d e M o d a PAT R Í C I A A L B U Q U E R Q U E A ssistente d e P r o d u ç ã o J U L I A N A F E RR E I R A M ake / H ai r C L A U D I R F E R N A N D E S P r o d u ç ã o E xecutiva A N DR É F U R Q U I M T ext o s C A R L A M AT S U C A R LO S C O L AT T O e A N A E S P I N O S A ( A R E N A M OD E L S ) C a d ei r as C A S A D E S I G N 83


M O DA

Apoios para refeição e notebook

Casaco Isabela Capeto

Pulseiras metal e gorgurão Glória Coelho

Alameda

A elegante boutique de Jessica Buainain de Castro e Christiane Buainain Gonçalves traz estilistas conceituados como André Lima, Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho, Cris Barros, Cori, entre outros. O charme da coleção outono/inverno varia do cinza aos coloridos de vestidos com estampas exclusivas e modelagens que esculpem o corpo feminino. Onde: Rua Abrão Julio Rahe, 684 Tel (67) 3382-1800

Sandália Cris Barros

Bolsa em couro e detalhes em tacha Isabela Capeto

Sapato Sarah Chofakian

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"A O que me chamou a atenção

loja que já é sinônimo de bom gosto ganha ainda mais charme neste inverno.

foram as peças ultra-coloridas do estilista André Lima, com caimento perfeito e estampas exclusivas nos seus vestidos. A modelagem varia entre esculturais, ajustados e drapeados." Patrícia DE Albuquerque

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M O DA

Brinco em strass

Pulseiras strass

Bougainville Festa, glamour e roupas que acentuam a feminilidade pontuam a atual coleção da loja de Marisa Mujica. O lado mais festivo da Boungainville traz longos com bastante brilho e a parte mais casual aposta nas saias mais curtas, casaquinhos à la Channel, rendas, cintura marcada e ombreiras mais altas. Os colares e outros acessórios dão boas opções para finalizar qualquer look. Onde: Shopping Campo Grande – 1º Piso Tel: (67) 3326-4655 Colar contas Carteira cetim e detalhe de broche em strass

Carteira flor cetim

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Regata com aplicações em brilho


"Se Os vestidos com detalhes em brilho o compromisso pede festa, a Boungainville atende muito bem.

são o forte da loja. Para a nova estação, muitas bolsas, brincos e roupas para arrasar em jantares."

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M O DA

Sandália Alexandre Birman

Colete em couro

Carteira em pithon e onix Dania Reiter

Celina Merem

Antenada com as últimas tendências da moda mundial, Celina Merem traz roupas que comunicam personalidades fortes. Com marcas conceituadas, como Evidence, Daslu, Lita Mortari, Alcaçuz, Alexandre Birman, Constança Basto e Seven, a loja mostra uma nova coleção com glamour e uma pegada rock. Onde: Rua Bahia, 575 Tel (67) 3321-3463

Casaqueto em lã Casaco de tweed Jeans Seven

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"S a pitada rock com um toque feminino empre conectada às tendências de moda, a loja traz

para as araras. Coletes,

jeans Seven e vestidos cheios de brilho. Tudo muito bem escolhido e com forte apelo no que está acontecendo aqui e lá fora."

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M O DA

Cintos Calvin Klein

Sapatênis em couro

Calvin Klein

Carteira em couro masculina Underwear

A década de 80 nova-iorquina é o pano de fundo para a coleção outono/inverno 2010 da Calvin Klein. A franquia revela, para essa estação, peças bem urbanas com inspirações militares. A Pop Art não fica de fora e inspira detalhes, formas e muito brilho. Com peças ora volumosas ora justas ao corpo, a coleção cede espaço também a suavidade das estampas florais. Onde: Shopping Campo Grande – 1º Piso Tel: (67) 3028-1037

Guarda-chuva Calvin Klein

Bota cano curto em couro

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"Com

uma pegada bem jovem, a loja abre as portas com um mix de jeans que me seduziu à primeira vista. Os acessórios como os cintos, bonés, carteiras são sempre itens indispensáveis na coleção. Malharia em regatas femininas e as T-shirts masculinas

são o básico-chic com os quais se criam várias produções".

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M O DA Sapato em couro

Bermuda xadrez

Estivanelli O homem contemporâneo encontra muitas e boas opções para looks diferenciados na loja Estivanelli, de Renato, Liliana e Rosmany Scaff. Para a coleção de outono/ inverno, a marca prioriza o esporte fino, jeans clean, em modelagem skinny, slim fit e reta. As camisas estão bem versáteis e transitam entre o dia e a noite, compondo um look urbano e descontraído. Destaque também para os acessórios, onde os sapatos e sneakers, assim como os cintos atendem composições clássicas e modernas.

Camisas com detalhe no punho

Onde Rua Euclides da Cunha, 752 Tel (67) 3029-2299

Black jeans Mala-sacola em couro

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Gravatas em seda


"A

loja mostra várias opções para o homem contemporâneo. Camisas, gravatas e sapatos legais para compor um look mais social no dia a dia e muito jeans e blusas pólos para descontrair.

Destaque para o acabamento das peças e os tecidos sempre atuais."

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M O DA

Casaqueto em malha

Casaqueto em moleton

Gracià A coleção outono/ inverno 2010 traz estampas baseadas nos elementos da natureza, que misturam cores e leveza, usando tecidos e acabamento de primeira linha. Essa combinação entre texturas orgânicas e tecidos tecnológicos veste a mulher contemporânea, que busca praticidade e conforto para o seu dia-a-dia. Onde: Rua Barão do Rio Branco, 2199 Tel (67) 3325-9829

T-shirt estampa exclusiva Leggings

Camisa em tricoline e colete

Cinto em chamois

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"A

confecção segue forte nas boas peças em malharia. Vestidos, batas, regatas, tudo é feito de forma que permite usar de diferentes maneiras. Os casacos

curtinhos de moleton

são ótimos para o inverno,

lindos e atuais."

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M O DA

Bota Cavage

Vestido em couro Patrícia Motta Plataforma Saad

Ivaniza Qualidade e sofisticação são palavras-chaves nas coleções da boutique de Ivaniza e Cristiane. Peças atemporais, mas ao mesmo tempo conectadas às tendências atuais, vestem uma mulher versátil, elegante e contemporânea. Patrícia Motta, FH (Fause Haten), Maison Saad e Zefferino são, entre outras, as marcas principais que traduzem a identidade da loja. Onde: Rua Antônio Maria Coelho, 3647

Cachecol Saad

Bolsa em couro Saad

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Bolsa em couro e pêlo Saad


"S

hapes glamourosos e uma mulher sempre chic. O destaque fica para os sapatos e bolsas, coloridos ou pretos, sempre muito atuais e para as ankle boots. Outra boa pedida são as peças em couro

da estilista Patricia Motta e os casacos 3 /4, da Alcaçuz que são um clássico no armário."

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M O DA

Estilo pensado

Inspirada pela moda, Patrícia de Albuquerque se renova com seu Ateliê de estilo P o r C A R L A M AT S U

F o t o A L E X I S P R A P PA S

R

espirar moda sempre foi uma das prerrogativas de Patrícia DE Albuquerque desde a idade em que ela brincava com bonecas. Algo inerente

a sua própria personalidade, Patrícia pensa, fala sobre e deseja moda. A paixão pela área, a curiosidade pelo tema e a incessante busca pelo conhecimento é um diferencial visto em seus trabalhos. Dedicada, Patrícia viaja sempre a grandes centros como São Paulo e Nova Iorque, na inquietante busca de estar antenada com as novidades. Todas suas referências em moda são transferidas para o Ateliê de Estilo, um espaço charmoso onde ela dá consultoria de imagem, organiza e produz eventos, atendendo de uma forma diferenciada tanto a clientes e lojistas. Elegante e dona de um estilo próprio, ela mesma é o sinônimo da coerência entre competência e imagem pessoal. Sempre atualizada, Patrícia conta que sua paixão presente é a consultoria de imagem, ou algo que ficou bem mais conhecido na sua tradução para o inglês: “personal stylist”. Com um curso extensivo na Dresscode, ela argumenta que esse trabalho é um projeto para a vida. “Analiso a pessoa, o seu modo de vida, os gostos pessoais, assim como sua rotina. É um trabalho muito sério mexer com a imagem pessoal de alguém, é como se organizar visualmente. É uma consciência que todos precisariam ter, já que vivemos em várias situações que exigem um dresscode apropriado”, ensina. O

n

de

Ateliê de Estilo Rua Padre João Crippa, 1755 Tel: (67) 3321-6676 / (67) 8405-6930 98


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C a s a e E s t i l o | QUAR t O MUND O

Prático e bem arrumado Organize o guarda-roupa e ganhe tempo na hora de se vestir

P o r C A R L A M AT S U

F o t o A L E X I S P R A P PA S

U

m guarda-roupa bem organizado pode ser a solução para um dos problemas quando se inicia o dia: decidir qual roupa vestir. Além de ser visualmente mais agradável, um armário bem arrumado é até economicamente mais viável, como enfatiza a consultora de imagem Camila Coelho. "Quando ele está arrumado, você consegue enxergar tudo que tem e consegue fazer combinações com as roupas que possui", aponta Camila. Ou seja, se as roupas pretas se amontoam entre as peças de tricô azuis, a jaqueta favorita foi esquecida em meio dos vestidos de festa e o xale, herança da avó, se perdeu dentro da gaveta, a melhor saída é padronizar, desde os cabides às peças separadas por cor. Camila Coelho é quem norteia a arrumação toda e dá dicas essenciais para não se perder no armário. No entanto, antes de começar a organização, veja se todas as roupas são realmente necessárias ao seu estilo, eliminar aquelas que estão em desuso já é um bom começo para ter um guarda-roupa prático.

Para conservar

Algumas dicas também são importantes na hora de conservar melhor as peças. Para limpar o armário, use um pano úmido, nada de lustra-móveis. Para impedir traças, faça um sachê de pimenta-do-reino com cravo. Para evitar a umidade, faça outro sachê com giz; Todas as peças brancas, que não serão mais usadas, mas têm valor sentimental, como o vestido de noiva, devem ser enroladas num papel de seda azul ou em um pano virgem de 100% algodão; O sabão em pó é indicado para lavar roupas brancas e não as coloridas. Para as roupas com cor use sabão em pó de coco ou sabão neutro ou ainda em barra; Não guarde as roupas em saco de plástico, já que dessa forma o tecido não respira. O correto é colocá-las em tecidos de TNT, que possui microfuros; Evite lugares com muita luz para guardar suas roupas. A incidência de raios solares ou até luz artificial pode desbotar as peças.

Sem encaixotar

A consultora de imagem Camila Coelho também não aconselha o uso de sacolas e caixas para guardar bolsas e sapatos: "você não enxerga o que tem. É preciso saber o que se tem para usar". Para os sapatos uma das saídas mais econômicas é tirar fotos dos pares e grudá-las em cada caixa, para identificá-los.

Diferencie

As blusas ficam de um lado e as calças de outro. Calças com vinco devem ser guardadas em pé- no cabide, pois assim não perdem o vinco

Estampas

As roupas floridas, de oncinha ou zebra devem estar próximas daquelas que possuem cores parecidas

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Cores

Separe as peças por cor, independente de quais forem– vestidos, blusas, camisas, regatas. Disponha das mais claras às mais escuras. Coloque aquelas mais apropriadas para invernos rigorosos na parte do armário que se tem menos acesso

Malhas

Roupas de malha, tricô e malha de algodão devem ser dobradas. Se postas no cabide podem deformar com o tempo

Ternos

Separe uma parte do guarda-roupa só para os ternos e conjuntos, tanto para homens quanto mulheres. As gravatas podem ser penduradas ou enroladas em uma gaveta

Cabides

Todos devem ter a mesma cor, altura semelhante e devem ser direcionados para o mesmo lado

Couro

Dobrado e pendurado por presilhas, as peças de couro tendem a ficar marcadas. O ideal é que fiquem esticadas e as jaquetas penduradas. Lembrando que peças de couro devem “tomar um ar” uma vez ao mês

Gavetas

Não são práticas como prateleiras, pois nelas a visualização das peças fica comprometida. Reserve as gavetas para os pijamas, roupas de ginástica, meias e lingeries. Vale lembrar que sutiãs devem ser guardados abertos e não dobrados


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F o t o A LE X IS PRAPPAS

P ortrait

Filho dos Livres Guga Borba e Guilherme Cruz

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libe

r d a d e acima d e tu d o

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lounge P o r L Ú B I G A TT Ã O

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F o t o A LE X IS PRAPPAS


F

ormada

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publicidade

e

Agradecimento: apartamento decorado Jardins do Parque

propaganda, Daiene Barbosa Rodrigues

bem que tentou exercer a profissão, mas a empresa que administra com a família toma todo seu tempo. No ramo de transporte há nove anos, no início teve receio de trabalhar com irmãos, tio, madrinha. Mas o crescimento da empresa em mais de 130% ao ano lhe deu mais segurança. “Convivo com a família o dia todo, mas está dando certo, o negócio está crescendo e estamos cada vez mais unidos”, afirma Daiene. No momento toda atenção de Daiene está voltada para a preparação do seu casamento que acontece em outubro. Aliás, uma união nota 10. “Nos conhecemos no dia 10/10/2004 e vamos nos casar no dia 10/10/2010”, explica. O planejamento da festa começou há 18 meses. Tanto empenho é para realizar uma festa perfeita. O primeiro passo foi a escolha dos melhores profissionais: decoração, buffet, cerimonial, fotógrafo... Ela e o noivo Gustavo Suculotti cuidam dos detalhes. Para relaxar Daiene faz pilates e sai para jantar com o noivo quase todos os dias. É o momento de pensar no futuro e fazer planos. Nos finais de semana gosta de viajar. Gustavo foi piloto da Stock Car e os dois viajavam muita para participar das corridas e tomaram gosto pela estrada. Daiene confessa seu romantismo: “Sou uma pessoa simples, gosto de ficar com a família, namorar, e ultimamente sonhar com meu casamento”.

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EU S O U

A certeza de uma boa festa

Com mais de 20 anos de experiência na produção de eventos, Patrícia Faracco fala sobre sua trajetória e o que não pode faltar numa confraternização

P o r L Ú B I G AT TÃ O

S

Foto MARCOS VOLLKOPF

e a festa foi boa, teve um dedinho de Patrícia Faracco, uma das profissionais mais atuantes da cidade. Para se ter uma ideia, no ano passado ela organizou 97 casamentos, além de formaturas, quinze anos e outras comemorações. São mais de 20 anos de experiência. Tudo começou no Tribunal de Justiça, quando ela começou a organizar os eventos. Na época participou de congressos e cursos em diversos estados brasileiros, foi se especializando e tomando gosto pelo cerimonial. Seu talento extrapolou as cerimônias públicas e ela começou a ser chamada para organizar as festas dos amigos e parentes. Eram tantos convites que resolveu se profissionalizar. Primeiro montou um pequeno escritório na sala de casa, mas logo teve deixar o emprego público e se dedicar integralmente aos eventos. Há cinco anos montou o escritório com o marido e hoje é referência no assunto. Ela acredita que deu certo porque faz o que gosta: “Me envolvo e faço tudo com o coração e a alma. Cuido da festa dos outros como se fosse minha. Acho que este é meu diferencial”, diz. Ela participa de tudo: a escolha da data, local, os profissionais que vão trabalhar, buffet, convite, música. “São muitos profissionais envolvidos e tudo tem que acontecer no momento certo. Me sinto a regente da orquestra”, poetiza Patrícia.

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Mas nem só de glamour vive a coordenadora de eventos, que tem que estar sempre pronta para os imprevistos: noiva que rasga o vestido ao descer do carro, uma coruja no transformador que acaba com a luz da festa, o pai na noiva que tem um ataque do coração na igreja, convidados brigando, e por aí afora... Como sair destas situações? Patrícia ensina: respirar fundo, ter jogo de cintura e tentar resolver. Lógico que a experiência ajuda muito. “As festas são, na maioria das vezes, comemorações de uma nova fase da vida, um momento único, importante”, afirma patrícia. “Todos querem dar o melhor de si nas festas, dizer para pessoas que estão felizes”, diz e dá uma dica- a festa tem de ter a cara e o estilo do anfitrião, senão pode ser fria. O dono da casa tem que receber bem os convidados, se entregar de corpo e alma. Outro fator importante é a organização, um casamento, por exemplo, tem que começar a ser pensado com um ano de antecedência. Para a festa ser boa, ensina Patrícia, não podem faltar alguns ingredientes: comida, bebida e música de boa qualidade, e lógico- muita alegria.


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EQUILI B RI O

Respire

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fundo A tranquilidade começa pelO nosso nariz P o r C A R L A M AT S U

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F o t o A L E X I S P R A P PA S

ode beirar o óbvio, mas em momentos de estresse respirar fundo pode ser a garantia de não cometer alguma atitude precipitada ou de dizer aquilo que não soa tão conveniente. E não só isso, para aos mais estressados uma pesquisa levantada pelo Laboratório de Pânico e Respiração da Universidade Federal do Rio de Janeiro pode soar interessante. Segundo o estudo, a prática da respiração profunda do Yoga, feita com assiduidade e disciplina, diminui distúrbios de ansiedade, ajuda a promover uma noite tranquila de sono, acalma a mente e proporciona bem-estar. A pesquisa também evidenciou uma relação direta entre a respiração profunda e a diminuição expressiva das doses tóxicas de medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos. A instrutora e praticante do método Vinyasa Yoga há sete anos, Fernanda Jallad, explica que foi através da Yoga que ela passou a respirar melhor, a perceber com maior consciência as pessoas e os acontecimentos. “A yoga exige de mim permanentemente. Passo a me escutar muito e ver mais. Foi a única prática que me mostrou a capacidade infinita de produzir bem-estar. Com isso, pego meu mat (tapete de yoga), me estico e por 30 minutos diários pratico com uma respiração conectada e meu corpo flui. Com essa prática diária, minha vitalidade muda amplamente, assim como minha relação com meu próprio corpo e com o ser humano a minha volta”, reflete Fernanda.

Respire corretamente Fernanda Jallad também ensina que na Yoga, a respiração se dá sempre pelas narinas, pois elas protegem das bactérias do ar. Para saber qual a forma correta de respirar, siga a técnica: Imagine um balão. A respiração completa é capaz de encher todo esse balão e depois esvaziá-lo, repetindo o processo continuamente; Ao inspirar, comece a encher o balão de baixo para cima; Projete o abdômen para fora, enchendo-o de ar; Leve o ar para a parte média, aumentando o espaço entre as costelas; Faça o ar subir para os pulmões, enchendo-os por completo; Na hora de expirar, esvazie o balão de cima para baixo, fazendo o caminho inverso; Solte o ar dos pulmões; Só então solte o ar da parte média e, por fim, solte o ar do abdômen.

Respire e relaxe Segundo Fernanda, para aquietar a mente é necessário persistência e dedicação. “É preciso ir aos poucos, desenvolvendo o aprendizado. Dessa maneira, o novo hábito começa a se enraizar em cada uma das nossas células”. É ela quem dá indicações de qual ritmo de respiração devemos tomar: Procure um lugar tranquilo e acolhedor; Sente-se confortavelmente, com a coluna ereta e os olhos fechados; Comece a observar a sua respiração; Perceba o ar entrando e saindo pelas suas narinas; Se algum pensamento penetrar em sua mente, simplesmente aceite-o como parte integrante do processo; E sutilmente volte a observar sua respiração; Permaneça nessa prática por cinco minutos, todos os dias, sem pular nenhum dia; Para se criar um novo hábito é preciso repetir a ação por 40 dias, ininterruptamente.

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MEU C ANT O

Oásis

de tranquilidade

Relaxamento e contemplação da natureza no quintal de casa Por

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É Nos fundos da casa de André Luis Martins, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, que encontramos um belo porquê para pairar sob a tranquilidade que seu canto preferido proporciona. O quintal arborizado com C A R L A M AT S U F o t o A L E X I S P R A P PA S imponentes coqueiros, um jardim bem cuidado pela sua esposa e advogada Cristiana, assim como a churrasqueira e a piscina ilustram inúmeros motivos para uma atividade que ele gosta de promover: receber bem os amigos. "É um ambiente que a gente tenta tornar o mais agradável possível", declara. Nascido em Araçatuba, interior de São Paulo, André cresceu cercado pela natureza, na chácara onde morou. E é essa atmosfera que sua casa, em Campo Grande, traduz. O aconchego do lugar também recebe uma de suas práticas: a música. Os violões e guitarras são convites para os amigos que também tocam, inclusive o filho, que compartilha do mesmo gosto pela música. Fã de Paul McCartney, André dedilha a guitarra semi-acústica e se concentra em aproveitar o melhor de seu lazer no melhor de sua casa.


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P O NT O DE V ISTA

Por LÚCIA COLE T TO*

F o t o A L E X I S P R A P PA S

Gestão de negócios. questão de competência e demanda de mercado

P

elas minhas idas e vindas na Consultoria Organizacional, percebo várias pessoas buscando sua realização profissional e pessoal através da abertura do seu próprio negócio ao qual consideram a efetivação do seu grande sonho, participo também (infelizmente) do encerramento de muitas empresas e recolocação profissional dos ex-empresários. O que não deu certo? Será que o sonho de ter o meu negócio não deveria ter sido ajustado para a realidade do mercado? Como em tudo na vida existem algumas regras que não podemos quebrar, na Administração, por exemplo, temos quatro itens que jamais poderemos desconsiderar: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Sua empresa hoje criada a sua imagem e semelhança, baseada em seus gostos e afinidades possivelmente irá encontrar enormes dificuldades de se manter num mercado tão competitivo. Claro que é preciso imprimir a sua personalidade na empresa até para que se possa criar uma identidade empresarial, mas ela deve conter também vários outros aspectos que compõem o sucesso organizacional como, por exemplo, contratar pessoas melhores que você para determinada atividade que não domina, para isso necessitamos de uma autoavaliação constante da nossa vida profissional. Não precisamos ser bons em tudo (e nunca seremos, sinto em dizer isso), podemos sim gerenciar os processos, ter visão estratégica, mas, sobretudo saber delegar as funções sempre conferindo se realmente o trabalho está sendo feito. A gestão por competência é algo que deveria ser aplicado em todas as empresas independente do seu tamanho e segmento porque ela significa: pessoas certas nos lugares certos, já com

"Será que o sonho de ter o meu negócio não deveria ter sido ajustado para a realidade do mercado?"

as pessoas certas nos lugares errados, o resultado será a perda desse talento para o seu concorrente, e pessoas erradas nos lugares certos levarão sua empresa ao fechamento. A contratação bem feita de um profissional é algo indispensável para o bom funcionamento de um negócio, mas o acompanhamento desse profissional também se faz extremamente necessário. Acompanho a rotina de vários empresários e vários funcionários e a conclusão que eu chego é que eles vivem mundos muito diferentes na maioria das vezes, as boas respostas para o seu negócio estão dentro da sua própria equipe de trabalho porque ela é que executa as tarefas diariamente. Portanto, procure sempre conhecer de perto quem são as pessoas que trabalham no seu projeto de vida, saiba das suas aspirações e objetivos para verificar se estão alinhados com o objetivo da Organização, se não tiver tempo ou habilidade para isso, contrate um profissional que possa auxiliá-lo temporariamente nessa atividade. Um outro ponto importante é que, em algumas situações, ficamos buscando somente justificativas externas para as dificuldades, reclamamos da falta de qualidade dos outros, mas não percebemos a nossa, quando o que temos de fazer é a lição de casa, para isso é necessário avaliar primeiro o nosso desempenho como gestor de forma clara e profissional para depois observarmos o desenvolvimento do grupo. Dessa forma evitamos o pesadelo do fracasso e vamos levando adiante o sonho da realização pessoal e profissional.

* Lúcia Coletto é admistradora e consultora organizacional

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P O NT O DE V ISTA

P o r H E N R I Q U E D E M E D E I RO S *

F o t o A L E X I S P R A P PA S

Empresário: fique melhor na fotografia

E

mpresário: possivelmente, está chegando o momento de alterar o seu mood de ser. As pessoas buscam, nos dias de hoje, facilidades para o seu dia a dia. E isso se aplica a tudo. Seres humanos em busca de bem-estar e harmonia, fauna e flora em busca de pacífica coabitação, os planetas (misteriosamente) tentando algum tipo de alinhamento. Então: está na hora de buscar facilitar o crescimento e a solidificação das marcas de sua propriedade que disputam espaço no mercado econômico. Uma empresa que se posicione no mercado depois de anos de trabalho de um dedicado empresário tem um valor se avaliado apenas o seu imobilizado; e, tem outro, se for anexado ao negócio uma excelente marca agregada, com fidelização de clientela, nome conhecido e repetido, com um recall garantido de produto ou serviço de sucesso. Isso se consegue não apenas com trabalho, mas com inteligência e assessoria agregada ao empresário e seu empreendimento. Pois é: a pessoa de negócios é um ser ocupado com números, preocupações, ausência de tempo, objetivos práticos, em meio à sua sobrevivência no capitalismo selvagem. Enfim, um ente ocupado também com suas ambições. Precisa saber escolher parcerias para melhor aproveitar seu pouco tempo. Necessita caracterizar seu produto ou serviço com a melhor imagem possível. Precisa ter sucesso. Parecem um pouco incompatíveis números, ausência de tempo, sobrevivência, ao tentar misturá-las com cores, criatividade, veículos de comunicação, design, estratégias de mídia, elaboração de campanhas a curto, médio e longo prazo, comunicação como um todo. Mas isso tem tudo a ver com praticidade e ambição de bons resultados.

"A solidificação de um produto ou serviço, de uma marca, depende de sua presença no ar que respiramos".

A solidificação de um produto ou serviço, de uma marca, depende de sua presença no ar que respiramos. E o ar que respiramos ainda é o do capitalismo e da competição. De todos buscarem o seu espaço através da competência e presença. E dos empresários buscarem a valorização de sua marca– que é o verdadeiro patrimônio do negócio que desenvolvem. Tão simples anunciar com praticidade econômica e audiovisual! É só procurar orientação e assessoria. Sem improvisos. Através de agências de propaganda sérias, estabelecidas, engajadas dentro de uma política de parceria para os projetos de seus clientes. Sem disfarces ou fantasias. Agências, mesmo! Preocupadas com investimento dos seus recursos com responsabilidade. Seu mundo vai ficar mais fácil. A imagem de seus produtos ou serviços, os seus anúncios, vão ficar mais bonitos e objetivos, obedecer lógicas e cronogramas dentro de uma política de resultados. Vão habitar o imaginário dos consumidores. Aparecer em veículos de comunicação confiáveis. Ter formatos e linguagem compatíveis com o seu negócio. Facilitar a sua vida na selva do consumo. E o melhor anúncio de todos você vai ser o seu novo mood. A facilidade do dia a dia na sua própria imagem de empresário com bem-estar na alegria do seu patrimônio valorizado. Essa, sim, vai ser uma propaganda de sucesso!

* Henrique Alberto de Medeiros Filho é publicitário, jornalista e escritor. É presidente das Agências de Propaganda de Mato Grosso do Sul (www.sinaproms.org.br) 116


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P O NT O DE V ISTA

Por LARA SCALISE*

F o t o A L E X I S P R A P PA S

A arte de viver

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nspiradA na frase "Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver", de Bertold Brecht, escolhi esse tema para a discussão deste artigo com o objetivo de propor uma reflexão não sobre a vida, mas sim como a vivemos. Podemos assumir por arte de viver toda uma vida, que nos convoca a uma construção pessoal. Uma construção em constante conexão com as vivências de cada um ao longo de nossa história e formadoras de nossa biografia. Assim somos levados a repensar sobre as ações tomadas no nosso dia a dia e sobre as escolhas que fazemos. Para nós as vivências podem ser comparadas a um jogo de ioiô, aonde o vai e vem pode ser traduzido como uma forma de tentativa e erro, o que concretiza a ideia da condição básica pela vida que é a busca por uma “arte de viver”. Compreendemos, portanto, o termo “arte de viver” ao caminho em direção a vida como uma obra de arte inédita e em qual somos nós os “artistas” dessa “obra” e que nesse paralelo acaba nos impondo a condição de “autores” das nossas histórias de vida. Diante desse caminho quero apresentar três formas distintas que denominamos aqui como “procura” que ocorrem concomitantemente, mas que para facilitar a compreensão iremos didaticamente discutir na seguinte ordem: a procura de sentido, em seguida a procura pela felicidade e por último a procura de si. É claro que cada um vivencia esse caminhar de maneira muito particular, mas de alguma forma associada a essas três procuras em questão.

"Querer e desejar são processos diferentes. O querer nos projeta, mas o desejo nos impulsiona, nos move ".

Acreditamos que, quando em nossas vidas buscamos o significado de nossas ações, agimos superficialmente, pois o significado é apenas um tijolo na parede do sentido. Parede essa que sempre está em construção, mas que de tijolo em tijolo vamos construindo algo além do significar e reconhecer partimos ao encontro do sofrer ou sorrir, ou seja, do sentir. No jogo dos sentimentos estamos passo a passo ajeitando a vida para a procura da felicidade, aqui tentamos escolher tijolos, mas firmes e em melhores condições, vamos atrás daquilo que nos proporcionará maior felicidade. Felicidade que não está lá, mas cá, relembrando Jonh Lennon “Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo.” Essa frase define o que queremos dizer com a procura de si, a busca que fazemos dentro de nós e onde encontramos os nossos desejos. Diante disso, assumimos que querer e desejar são processos diferentes, o querer nos projeta, mas o desejo nos impulsiona, nos move. Sem o desejo podemos ficar a vida inteira no mesmo lugar. Assim não é a vida, mas o viver que nos coloca em ação. Não importa em qual idioma falamos em viver, em francês: vivre, em alemão: leben, em inglês: live, em chinês: 活的, em espanhol: vivir, em italiano: vivere ou em japonês: 生活する. Independente do lugar ou da cultura procuramos a mesma coisa na vida que é a “arte de viver”.

* Lara Scalise é psicóloga

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Modo de Encontrar ENDEREÇOS E TELEFONES

M O D O DE EN C O NTRAR

André Lima www.andrelima.com.br

Fernanda Jallad www.organicovirtual.blogspot.com

Annelise Giordano Rua Manoel Inácio de Souza, 1093 Santa Fé- Sala 2 Campo Grande, MS (67) 3327-2186

Flavio Borsato www.estudiobola.com

Patrícia Faracco Rua Barão de Melgaço, 485 Centro- Campo Grande, MS (67) 3383-3014 patriciafaracco@uol.com.br

Formaplas Av. Fernando Correia da Costa, 1094 Centro Campo Grande-MS (67) 3382-7096 cgr@formaplas.com.br

Recanto das Ervas Rua 14 de Julho, 4198 São Francisco- Campo Grande, MS (67) 3027- 2080 www.recantodaservas.com.br

Florence R. Euclídes da Cunha, 1769 Santa Fé Campo Grande, MS (67) 3327-0039 www.florense.com.br

Slow Food www.slowfood.com.br

Camila Coelho Rua Carlos Hugueney, 75 Jardim dos Estados Campo Grande, MS (67) 3025-3301 CREA-MS Rua Sebastião Taveira 272 Monte Castelo Campo Grande, MS (67) 3368 1000 www.creams.org.br DuPontTMCorian® www.corian.com.br

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Mahalo Restaurante R. Pres. Castelo Branco, 359 Quilombo- Cuiabá, MT (65) 3028-7700 www.mahalorestaurante.com.br

Tatiana Cardoso www.moinhodepedrarestaurante.com.br


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NOVIDADES PARA A NOVA ESTAÇÃO

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Ivaniza Boutique apresentou a sua nova coleção, com peças

requintadas e exclusivas. Clientes e amigos participaram do coquetel de lançamento para conhecer as novidades para outono/ inverno. Destaque para as bolsas e acessórios da Saad. A Oficina do Móvel, da empresária Édita Lopes, também esteve presente com peças decorativas.

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Cristiane, Drª Sandra Velasco e Ivaniza 2 Cristiane e Maira Marques 3 Fabiana (ganhadora da bolsa), Ivaniza e Alice 4 Adenise e Maria Helena 5 Linda e Sonia Portugal 6 Carolina, Edimara e Simone 7 Carla e Ivaniza

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Encontro Casa Design recebeu arquitetos e decoradores com

um requintado coquetel para o lançamento da linha

Adresse. Convidados puderam conferir alguns dos produtos expostos

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na loja e saber mais sobre essa nova coleção com a palestra do arquiteto da marca, Flávio Borsato. A equipe da Casa Design espera sua visita para conhecer essa nova coleção. F o t o s DIE G O V O LL K O P F

1 Casa Design 2 Ana Muzzi, Eduardo e Carmem 3 A Andrea Lago e Maria Lélia 4 Maria do Carmo, Damia Nascimento e Emory Razuk 5 Flávio Borsato e Elke Lage 6 Janice e Juliana Saib 7 Murilo e Eduardo Felipe de Melo 8 Flávio Borsato arquiteto da Adresse 9 Joana, Miralba e Arthur 10 127


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INAUGURAÇÃO

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mA noite mais que especial, uma noite de encontros, de moda e muitas novidades. Com um super coquetel, Márcia Rodrigues apresentou uma coleção de alto nível, com sua mais recente marca, a Graciá. Modelos diferenciados e uma coleção de alta qualidade com looks despojados e atuais, para mulheres antenadas e de bom gosto. Uma das noites mais concorridas da cidade.

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1 Fachada Graciá 2 Pillar Velasquez (look Graciá) 3 Reni Chaves, Gabriela Oliveira e Neca Baumlai 4 Mariana Barros, Renata Carvalho e Márcia Marcon 5 Ana Oliveira, Marlene e Alzira Garcete 6 Sarah Gentha, Izabel Slinieiro e Ana Cristina Motta 7 Renata Lima, Ana Cláudia e Orosco Maristela 8 Kinha Feitosa, Déborah Barros e Rita 9 Verônica Nogueira e Mariana Nogueira 10 Márcia Rodrigues e Patrícia Ibratin 11 Renata Jallad e Viviane feitosa 12 Tádea Buainain e Márcia Rodrigues 13 Pillar Velasquez (look Graciá) 14 Analice Buainain, Bel Albuquerque e Márcia Rodrigues 15 Márcia Rodrigues e Jéssica Buainain

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Giro

Os

lançamentos das coleções outono/ inverno 2010 movimentaram as lojas da cidade e atraíram as clientes que foram conferir de perto as tendências da estação, que está cheia de novidades, com looks para todos os estilos. Confiram alguns flagrantes na Calvin Klein, Alameda e Empório Galeria.

F o t o s MAR C O S V O LL K O P F

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Um brinde na Calvin Klein 2 Jéssica, André Lima e Tiane 3 André Lima e Rosana Costa 4 Música e moda na Calvin Klein 5 Mariana Bais Mujica na Calvin Klein 6 Lilia Ilgenfritz em tarde de moda na Alameda 7 Alessandra e Gustavo na Calvin Klein 8 Ilmara na Alameda com livro autografado por André Lima 9 Um flagrante no Empório Galeria

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