Mood Life 51

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Nº 51 R$ 12,90

A vida e todos os seus estilos

LifI Impressão pra vida toda

Um universo da arte corporal é rodeado de conceitos e preceitos; mas, nele, ainda prevalece uma vida cheia de estilo e personalidade

Roteiro

de tirar o fôlego

Casal já completa um ano e meio de viagem e o intuito é conhecer países dos cinco continentes

Natureza

VERTICAL

Tendência nas novas moradias e nos estabelecimentos comerciais, os jardins verticais estão cada vez mais presentes no Brasil e no mundo

Espontânea e divertida, ela conta com exclusividade para a Mood tudo sobre sua carreira, família e os negócios

SABRINA

SATO



Realce seus mistĂŠrios com os brilhos do universo. Coloque efeitos metĂĄlicos na sua maquiagem.

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Editorial

a

o escolher o conteúdo da edição 51, nos esbarramos em alguns questionamentos, visto que a edição anterior foi considerada nosso divisor de águas. A partir dela, saberíamos se estávamos no caminho certo ou não. A Nova Mood se estende para essa e demais edições que vocês ainda vão conferir. As novidades estão presentes em cada página folheada e, mais que isso, agora podemos dar continuidade a tudo que foi conferido na edição 50, nosso marco. Hoje, após esses 30 dias a partir do relançamento da Mood, vimos o quão nosso público estava ávido por uma leitura diferente. Àquela que, além de contar belas histórias, também está recheada de imagens mais humanas que, por meio das lentes, conseguiram passar a essência dos personagens que entrevistamos. A edição de abril traz em sua capa Sabrina Sato, a menina de Penápolis que conquistou o carinho de todos os brasileiros com seu jeito irreverente e único de ser. Nas demais seções, nomes selecionados cuidadosamente e que trazem o melhor referente à política, negócios, cultura e consumo. Em virtudes, uma das seções novas da Mood, e incluída na edição passada, navegamos no universo da solidariedade, contando a história de quem auxilia e quem é auxiliado. Mais, só lendo nossa edição 51. Pode conferir. Tá linda e cheia de boas histórias! Clarissa de Faria

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Capa SABRINA SATO Foto EDU MORAES Produção Executiva CLARISSA DE FARIA e THAÍS PIMENTA

5.000 exemplares impressos

EXPEDIENTE Editor Odirley Deotti (DRT 122/MS) editor@moodlife.com.br Jornalista responsável Clarissa de Faria (MTB 854/MS) reportagem@moodlife.com.br Equipe editorial Clarissa de Faria, Odirley Deotti e Thaís Pimenta. Designer editorial Jimena Bautista e Odirley Deotti. Fotógrafos Estúdio Sim, Gilson Barbosa e Jimena Bautista. Revisão Dáfini Lisboa dafini.lis@gmail.com Colaboraram nesta edição Carla Cecarello, Dr. César Benavides, Dirceu Peters, Douglas Mamoré Junior, Jimena Bautista, Josué Sanches, Rafael Belo, Sonia Caldart, Thereza Christina Silva e Walter Gonçalves. DIRETORES Daniel Albuquerque e Marta Albuquerque Revista Mood Life é uma publicação mensal da Mood Life Revista e Editora Ltda. Rua da Paz, 1629. Santa Fé. Campo Grande/MS CEP 79102-210. Não nos responsabilizamos pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não tem autorização para falar em nome da Revista Mood Life. Impressão e acabamento Gráfica Alvorada. Distribuição e assinatura contato@moodlife.com.br PARA ANUNCIAR LIGUE (67) 3222-7331

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Alimentar, sua ~ saudável alimentaçao em Campo Grande.

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Sumário

Sabrina Sato Espontânea e divertida, ela conta com exclusividade, para a Mood, tudo sobre a carreira, família e os negócios

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Boas Ideias

Conheça a Parmelitas. Uma loja de vasos de mudinhas decorados

Cultura

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Estilo de Vida

O universo cheio de estilo e personalidade da arte corporal

Na Estrada

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Gourmet

Nada melhor que celebrar a chegada das baixas temperaturas com receitas quentes

Entrevista

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Transparência

João Leite Schimidt, presidente estadual do PDT comenta o cenário político estadual e nacional

Virtudes

O que esperar de um espetáculo de dança que se passa dentro de um ônibus em movimento?

Casal já completa um ano e meio de viagem, e o intuito é conhecer países dos cinco continentes

O empresário carioca Pedro Salomão nos conta como surgiu a Rádio Ibiza

Uma cama, quatro paredes, um prato de sopa e uma conversa amiga

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da Redação Na edição passada apresentamos nossa equipe editorial, agora chegou a vez dos nossos executivos de contas

Urbano Portugal

Facebook/moodlife Acompanhe nossos posts e fique por dentro das novidades da Mood

Thiciane Miranda

Layon Betio

revistamood Acompanhe o dia a dia da nossa equipe de redação

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Boas Ideias Por Thaís Pimenta

Parmelitas

A publicitária Ana Paula uniu seu amor pelas plantas e por decoração de interiores na Parmelitas, uma loja de vasos de mudinhas decorados. “Parmelitas foi criado para poder me sentir bem, fazer o que gosto e, também, colorir e alegrar outros lares”, conta Ana. As ilustrações são exclusivas, pintadas com tinta acrílica para artesanato. As platinhas que mais saem são os cactus e as suculentas. “Algumas pessoas pedem mudas diferentes; se for possível cultivá-las nos vasinhos, eu faço.” O nome da empresa foi sugerido pela filha de Ana, a Giullia, de apenas dez anos. “Meu sobrenome é Palmeira, meus amigos me chamam de Parmera, e sou palmeirense roxa. Em uma conversa com minha filha, disse que estava pensando em um nome bacana para os vasinhos, algo que lembrasse nosso nome. Foi aí que ela sugeriu o Parmelitas, e eu amei!”, finaliza. Para saber mais, acesse goo.gl/BWspE6.

Delícias

FOTO BR.DOLLARPHOTOCLUB.COM

URBANAS

Comida gourmet na rua, essa foi a ideia que dois chefs da cidade tiveram e, pelo jeito, está tendo uma boa aceitação dos campo-grandenses. Toda segunda-feira, eles se reúnem em algum ponto da cidade, com um cardápio específico, e vendem a comida na hora. Camila Santana e Tarcisio Bernal trabalham durante a semana com gastronomia e decidiram fazer algo no dia de folga. “Nossa intenção é unir moda, cultura, artesanato e a gastronomia, tanto regional quanto nacional, com muita música boa, em algum espaço abandonado, revitalizando o local!”, explicou Tarcisio. O projeto será realizado até o fim do ano, religiosamente às segundas-feiras. Até agora, os chefs já escolheram como cardápio pastas, hambúrgueres e panquecas, com opções veganas. Para mais informações, ligue (67) 9162-6434.

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Um lugar onde o sonho se encontra com a felicidade.

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Tome Nota Por Thaís Pimenta

EXPOGRANDE

2015

A edição deste ano da Expogrande acontece entre os dias 23 de abril e 3 de maio, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande. Entre os rodeios, leilões e palestras já tradicionais do evento, grandes atrações musicais estão confirmadas, como a banda Malta, o cantor de pagode Thiaguinho, Zezé di Camargo e Luciano, e Gustavo Lima. Saiba mais em http://goo.gl/oetPEU.

Balaio de GATO Com data marcada para ser lançado, o blog Balaio de Gato promete movimentar ainda mais a cena cultural de Campo Grande. No espaço, Leandro Marques aborda temas sobre comportamento, gastronomia, artes e entretenimento, sempre com uma linguagem despojada. Acesse o blog www.blogdobalaiodegato.com.br.

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SHOW VANGUART A banda mato-grossense Vanguart vem para Campo Grande em abril, trazendo o show de seu último álbum, “Muito Mais que Amor”. O evento acontece no Hangar Live Music, dia 11 de abril. Para mais informações, acesse http://goo.gl/OzLSOa.


SHOW

ED SHEERAN

MUITO MAIS QUE STAND-UP A humorista Nany People apresenta o espetáculo “Minhas Verdades”, nos dias 17 e 18 de abril, no Centro de Convenções Miguel Gómez, em Ponta Porã. O show, com textos escritos pela própria comediante, em parceria com Flavio Queiroz, conta as vivências da atriz, que caracteriza o show como “muito mais que stand-up”.

FÓRMULA

TRUCK

A 20ª temporada da Fórmula Truck acontece no dia 12 de abril, no Autódromo de Campo Grande. Nesta edição, a organização do evento facilitará o acesso dos torcedores ao autódromo, fornecendo um ônibus para os fãs da mais popular categoria continental. Os ingressos estão à venda no site oficial do evento www.lojaformulatruck.com.br/loja.

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A 51ª Feira Agropecuária Internacional de Dourados, a Expoagro, traz para o município o que há de mais moderno em lançamentos tecnológicos, negócios, pesquisas, palestras e cursos. Especialmente nesta edição, que acontece entre os dias 15 e 24 de maio, a banda Paralamas do Sucesso e a dupla sertaneja Henrique e Juliano abrilhantam o evento.

FOTOS DIVULGAÇAO

51ª EXPOAGRO

No fim de abril, o cantor britânico Ed Sheeran vai se apresentar em São Paulo, nos dias 28 e 29, e no Rio de Janeiro, dia 30. O evento faz parte da turnê “Multiply”, que divulga o disco “X” do cantor. Para adquirir os ingressos, acesse o site Livepass.

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na Estante

"O Cheiro do Ralo"

música

"Hair” movie soundtrack

Heitor Dhalia

George R.Marck, Andy Wiswell

Sou fã deste filme; dos nacionais, este é meu favorito! Baseado no livro homônimo de Lourenço Mutarelli, o roteiro abusa do humor negro. Já perdi o fôlego de rir das cenas sensacionais entre Lourenço (Selton Mello) e seus clientes. Repare na atuação da atriz Silvia Lourenço (a drogada). Demais!

A trilha sonora do musical “Hair”, versão do cinema, me marcou demais no tempo em que eu estudava teatro musical em São Paulo. Assisti ao espetáculo 5 vezes, tipo viciado! Até hoje escuto e não tenho pretensões de parar... Entre as músicas mais conhecidas, estão "Aquarius" e "Let the Sunshine in".

literatura

cinema

Convidado Leandro Marques

"David Cardoso O Rei da Pornochanchada" Autobiografia David Cardoso

Ele é um dos meus ídolos, um dos maiores atores do Brasil, um marco na história do cinema nacional e um sul-mato-grossense com orgulho. Já tive a oportunidade de dizer isso a ele pessoalmente e para os amigos em rodas de bate-papo sobre cinema; por isso, recomendo sua autobiografia. Gênio!

Leandro Marques

A curiosidade me move, o cotidiano me inspira, e a criatividade é o caminho por onde gosto de seguir.

FOTO STEFFANY SANTOS E CAMILA MACHADO

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Cultura Por Thaís Pimenta

"É no swing boom boom da Morena..." O que esperar de um espetáculo de dança que se passa dentro de um

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ônibus em movimento

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FOTO GILSON BARBOSA


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lém de público, somos também passageiros. Assim que peguei meu bilhete no teatro Aracy Balabanian e me acomodei em meu lugar no “busão”, os bailarinos da Companhia Dançurbana gritaram “Tá cheio” e começaram a contar suas histórias, movendo-se, trocando de lugares, acendendo suas lanternas. Pouco a pouco, os contos vão revelando surpresas, sons e novos movimentos. Para quem faz uso diário do transporte coletivo da Capital, é bem fácil se identificar com as histórias contadas na peça. Lembranças de passeios com a avó, quando criança, nos coletivos, trompar com alguns “louquinhos” no busão, ou ter de conviver com a lotação nos horários de pico fazem parte da rotina. Uma ode ao motorista Claudemir é feita, ele é chamado de “Senhor do Destino” pelos intérpretes e, a partir daí, começa a primeira apresentação de dança, com sons criados a partir de objetos dentro da própria apresentação. Aos poucos, elementos externos são inseridos no espetáculo. Os dançarinos interagem também com a rua: dançam nos pontos de ônibus, nas pistas de corrida da Via Park, no Terminal General Osório, atuam nos lambe-lambes colados nas paredes do bairro Carandá Bosque, tudo embalado ao som da banda campograndense Chá Noise. A idealização do espetáculo surgiu da parceria entre dois profissionais da dança: Marcos Mattos e Paula Bueno, que resolveram somar as habilidades e desenvolver um projeto único, diferente, que fosse capaz de trazer “a cidade para a dança, e a dança para a cidade”. “O objetivo é trabalhar o aspecto urbano das

FICHA TÉCNICA O projeto teve apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), após ser contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013. Criação e concepção PAULA BUENO Direção artística e geral MARCOS MATTOS Intérpretes criadores ADAÍLSON DAGHER, ARIANE NOGUEIRA, MAURA MENEZES, LÍVIA LOPES, IRINEU RUACH, JACKELINE MOURÃO, ROSELY MENDONÇA, RALFER CAMPAGNA, ROGER PACHECO E REGINALDO BORGES. Registro audiovisual, criação de uma videodança VACA AZUL (Helton Perez). Textos MAYRA ESPÍNDOLA

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"Naquele dia, o ônibus estava cheio, não tinha nenhum espaço, quando um homem que parecia um Papai Noel me falou para ficar na frente dele. Eu tinha só 12 anos." "Subi no ônibus saindo da faculdade, no Morenão, torcendo para ter lugar." "Naquele dia, eu voltava do ensaio, subi no 85." "Quando eu era criança, sempre passeava com a minha avó de ônibus." "Entrei chorando, tinha muito lugar vago, sentei lá no fundo, abaixei a cabeça e voltei a chorar." "Parei do lado de uma louquinha, e ela começou a gritar ‘biscate, ô, biscate’.”

FOTOS GILSON BARBOSA

danças que a companhia pratica. Trazer o público para a experiência do ônibus, que é corporal, política e, também, urbana. E, por fim, falar da realidade do transporte coletivo, por meio do corpo e das histórias de um grupo de jovens que utiliza esse serviço tão necessário para a nossa sociedade”, explica Paula. Foram usadas técnicas de danças urbanas como popping, break dance e vogue. A criação coreográfica foi dos próprios dançarinos, que, ao todo, formam uma equipe de dez intérpretes. E a ideia de sair do palco tradicional foi intencional. "Vamos tirar o ‘chão’ deles, eles não vão ter aquela certeza absoluta que é a dança de rua", conta Marcos. Os cheiros, a atração pelo desconhecido, o zelo, a agressividade e a falta de generosidade no dia a dia são postos em pauta no “De Passagem”. Após quase 1h30 de espetáculo, chegamos ao nosso ponto final com uma sensação de inquietamento e amor pela cidade.

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Gadgets Por Odirley Deotti

Pra fazer a

CABEÇA

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Na contramão dos grandes fones de ouvido ostentados por jogadores de futebol e lutadores do MMA, fizemos uma lista de discretos (mas nem tanto) fones intra-auriculares de alta performance, que, de pequeno, só tem o tamanho.

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2. ATOMIC FLOYD SUPER DARTS TITANIUM + REMOTE Segundo a fabricante, ele é uma experiência espacial, não um fone de ouvido. Com design criado por Stefan Andrén – ex-Nike, que está, atualmente, no estúdio sueco Krownlab –, foi construído a partir de titânio, é levíssimo, mas extremamente resistente. Um aparelho respeitável, de preço bem salgado! Por £ 249, no site www.atomicfloyd.com. 3. BOSE FREESTYLE Coloridos, esses fones da Bose se destacam não só pelas cores e pelo design, mas também pela alta qualidade característica da marca. Por US$ 129, no site www.bose.com.

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1. MONSTER ISPORT STRIVE Para quem pratica esportes e ouve música, a parte mais importante de um fone é seu encaixe, e nisso o iSport é ideal. Outro fator importante é a sonoridade, que, mesmo sendo clara, permite que se ouça o que acontece ao redor. Mais uma vantagem para atletas, ele é resistente ao suor e à água. Por US$ 49,99, no site amazon.com.

4. TED BAKER DOVE A elegância é marcante nesse fone criado pela consagrada marca londrina. Com quatro cores opcionais – preto, preto com dourado, nude e branco com dourado, ele é praticamente um acessório de beleza. Mas engana-se quem pensa que ele é apenas bonitinho; a qualidade sonora é impecável, e o cabo, altamente resistente. Por £ 59,95, no site www.tedbaker.com. 5. RHA T10I Um dos melhores do mercado. Feito em aço inoxidável, ele possui isolamento acústico e reproduz qualquer gênero de música com alto nível de precisão e detalhe. Além de ser um excelente fone, o T10i conquista pelo belo estojo com vários kits auriculares em silicone. A partir de US$ 199, no site amazon.com. 6. SENNHEISER MOMENTUM IN-EAR De desempenho sonoro fantástico, os componentes deste fone são feitos em aço inoxidável de alta qualidade. Compatível com iOS e Android, ele vem nas cores vermelha ou preta. Por US$ 99, no site en-us.sennheiser.com.


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Mistura Fina Por Thaís Pimenta

Garimpando o

closet

FOTOSJIMENA BAUTISTA

Uma busca ao acervo de casacos da empresária Marilene Coimbra nos faz descobrir o que realmente é “nunca sai de moda”

C

om a chegada do outono, as temperaturas começam a cair, aí surge a necessidade de tirar os casacos do armário e, até mesmo, de dar uma atualizada no closet de inverno. Se você acha que suas peças estão um pouco “over” demais, este Mistura Fina vai te ajudar a escolher peçaschave, aquelas que são curingas e que, claro, são sempre boas de ter dentro do guarda-roupa.

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Convidamos a empresária, professora, artista e advogada Marilene Coimbra a abrir seu closet e nos indicar o que, pra ela, nunca sai de moda. De personalidade forte e com alma viajante, Marilene tem peças de todo canto do mundo em suas araras. Você pode procurar por casacos parecidos com os dela, dando uma garimpada nas lojas da cidade!

Casaco Chris Barros Com uma pegada militar, esse casaco é ideal para quando faz aquele friozinho mais pesado. Clássico, ele combina com todo tipo de evento, desde uma reunião de trabalho até o happy hour. Invista em tons neutros, como o preto!


Capa Burberry A gente acha que não, mas ter uma capa no closet é essencial. Em dias chuvosos, é o que há de mais funcional para usar. Essa, da britânica Burberry, foi comprada em uma das viagens que Marilene fez para a Inglaterra. “Adoro o tom dessa capa, um azul-marinho maravilhoso, que combina muito com jeans”, conta.

Casaco Jones New York Com selo Chanel de qualidade, a estampa desse casaqueto é o que há de mais clássico e trend na moda inverno. Conhecido por pied-de-poule ou pied-de-coq (com padronagem um pouco maior), foi Coco Chanel a grande responsável por inserir a estampa no guarda-roupa feminino, lá em 1947. “Pra mim, o preto e o branco são uma combinação que nunca sai de moda!”, assume Marilene.

Jaqueta Patrícia Motta Marilene assumiu pra gente que ama essa jaqueta, porque dá uma carinha despojada pro look. “Gosto muito dessa jaqueta, porque, primeiro, foi meu filho quem me deu. Além disso, ela não esquenta muito, por isso jogo em cima de uma blusinha e estou pronta pra sair”, conta ela. Então, se você procura por uma peça versátil, a jaqueta de couro é ideal.

Sobretudo Saad Esse sobretudo é a peça mais querida de Marilene. “Lembro uma vez que o vesti e meu pai me encheu de elogios. Acho que, quando os homens comentam, é porque ficou realmente bonito na gente”, explica. A Saad é, também, a marca preferida da nossa entrevistada. “Tenho muitas peças da Saad, acho que o estilo da marca combina com o meu”, finaliza.

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Beauty Por Thaís Pimenta

novo

Cheirinho Cansou do seu perfume? Calma, que a gente te dá novas opções

Q

uem usa perfume regularmente costuma denunciar sua presença no ambiente em que convive. E mais: se é fiel a alguma fragrância, aquele cheirinho fica gravado na memória, não é mesmo? Existem perfumes para todos os gostos e, embora tenha no mundo uma incontável flora odorífera, pouco mais de dez espécies são utilizadas na preparação de essências. Com toques amadeirados, cítricos ou florais, o que importa mesmo é combinar com sua personalidade e seu estilo. Confira oito fragrâncias que são novidades no mercado mundial!

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1. Lady Million Eau My Gold!, por R$ 189.

2. Narciso Eau de Parfum, por R$ 340.

3. Manifesto Le Parfum, by Yves

Saint Laurent, por R$ 450, disponível no link http://goo.gl/gMypE3.

4. Les Delices de Nina, by Nina Ricci, preço não divulgado, disponível no site http://goo.gl/2lpvL5.

5. Pink Friday Feminino Eau de

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Parfum, R$ 88, disponível no site da Sephora.

6. Miss Dior Hair Mist, por

R$ 159 (30 ml), disponível no site da Sephora.

7. Reveal Eau de Parfum, por R$ 249, disponível no link http://goo.gl/3f1VKa.

8. Natura Humor Perfeito

desodorante colônia, por R$ 94,80, disponível no site http://goo.gl/n1Vt5e e também com as revendedoras da marca.

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Intimidade

Afrodisíacos

A tentação que sobrevive ao tempo

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_ CARLA CECCARELLO É PSICÓLOGA E SEXÓLOGA CRP-06/35.812-0 Apresentadora de rádio e TV www.carlacecarello.com.br Tel.: 11 3887-5123

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o imaginário de homens e mulheres há incontáveis referências aos alimentos afrodisíacos, tamanho é o fetiche provocado por esses vegetais e preparados mirabolantes que, ao serem ingeridos, “magicamente” aumentam a potência sexual do homem. Por isso mesmo, esse tipo de preocupação sempre esteve vinculado ao universo estritamente masculino, até porque a autoestima feminina nunca repousou na capacidade de se mostrar incansável ou de melhorar a sua performance sexual. Apesar disso, o termo “afrodisíaco” deriva de uma divindade grega feminina, considerada a deusa da beleza e do amor: Afrodite. Na verdade, a primeira referência que se tem quanto ao poder de sedução dos alimentos aparece na Bíblia, na passagem em que Adão é induzido ao pecado ao morder a maçã oferecida por Eva, sob a influência da serpente. E parece que os descendentes de Adão mantiveram a tradição de experimentar o fruto proibido, pois entre os adeptos da versão moderna dos afrodisíacos, os homens são a maioria absoluta. É muito comum a iniciativa de ingerir ginseng, amendoim, ovo de codorna, temperos exóticos, além de raízes de plantas como a catuaba, a mais

comum aqui no Brasil. Na maioria das vezes, o homem está preocupado em usar alguma substância que possa melhorar a sua potência (isso quer dizer, a ereção). Entretanto, não existe nenhuma prova científica de que os afrodisíacos produzam efeitos capazes de melhorar ou resolver problemas de potência. Na verdade, antes do surgimento dos medicamentos para a ereção (como por exemplo, a pílula azul), era mais comum o uso dessas plantas ou raízes para a "cura da impotência", as quais só funcionam mesmo no sentido psicológico, pois ajudam a pessoa a acreditar em algum efeito positivo. Até hoje, a medicina só encontrou uma substância capaz de aumentar o desejo: a testosterona, que é um hormônio masculino. O resto só funciona na fantasia. Por outro lado, como em sexo a fantasia predomina sobre a realidade, não existe nenhum mal em usar um medicamento como estimulante da criatividade ou para aumentar o clima erótico. De qualquer forma, vale lembrar que o amor é o único afrodisíaco que você não vai encontrar em farmácias ou feiras livres, mas que sem dúvida constitui-se no mais poderoso estimulante da sexualidade.


Equilíbrio

CIRURGIA PLÁSTICA DO NARIZ

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or ocupar o centro da face, o nariz contribui de forma importante para a harmonia do rosto. Muitas de suas características são transmitidas geneticamente, outras podem ser adquiridas com a idade, dependem de fatores fisiológicos ou traumatismos. Caracteristicamente, o nariz de descendentes de italianos tende a ter o dorso proeminente, também chamado de “giba” ou “gibosidade”. Os franceses possuem tendência ao nariz de ponta fina, narinas estreitas, mas, eventualmente, dorso elevado; ou seja, também gibosidade. Os pacientes gregos ou deles descendentes apresentam, com frequência, nariz cujo dorso é quase continuação da fronte. Os narizes de orientais se

_ DR CÉSAR BENAVIDES É MEMBRO

TITULAR DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA. MEMBRO INTERNACIONAL DA AMERICAN SOCIETY OF PLASTIC SURGEONS. CRM4046 / RQE 2215

caracterizam pelo dorso mais baixo e ponta pouco expressiva. O nariz de um afrodescendente a menudo possui dorso baixo e largo, narinas largas e ponta globosa. Óbvio que, dentro da generalizada miscigenação presente em todo o mundo, encontramos pacientes orientais com pontas nasais mais delicadas, bem como afrodescendentes com dorso mais alto. Tais variações, muitas vezes, contribuem para o que chamamos de “beleza exótica”. Com a presença de desvio do septo, ocorrem também alterações do volume dos cornetos nasais, e o nariz cresce lateralizado para o lado do desvio. Já a fratura nasal pode deixar desvios do nariz e também do septo nasal, além de outras complicações na pele e nas demais estruturas. É consenso atual abordar o nariz visando à harmonia entre estética e função. Rinoplastia é uma cirurgia em que são abordadas estruturas de diferentes naturezas em uma única parte do corpo, como ossos, cartilagem, músculos e pele. Cada uma responde de forma diferente. Por exemplo, quando a parte óssea é abordada (diminuição da giba), pode surgir o chamado calo ósseo. Alguns pacientes possuem cartilagem mais rígida, já em outros a cartilagem é mais frágil. Os pacientes fumantes são mais expostos ao risco de perda da circulação na pele, em relação a outros pacientes não fumantes. Ainda, é importante saber que as cavidades das narinas, também chamadas de fossas nasais, são áreas que possuem uma flora bacteriana; assim, a rinoplastia é uma cirurgia considerada contaminada, em que se deve prevenir a ocorrência de infecção. Durante a consulta pré-operatória,

habitualmente, o cirurgião orienta sobre as características de cada nariz e, muitas vezes, de frente ao espelho, mostra alguns detalhes discretos, mas que nem sempre são percebidos. Assimetrias, desvios, traços genéticos difíceis de serem eliminados devem ser mostrados e esclarecidos. Falsas expectativas devem ser eliminadas. Dificilmente o cirurgião poderá deixar o nariz de uma paciente igual ao de uma atriz ou modelo de determinada revista que levou para mostrar. Nas mulheres, indica-se a rinoplastia estética aos 16 anos, quando o nariz atinge o pleno desenvolvimento. Nos homens, aos 17 anos. Durante o preparo para a cirurgia, são solicitados diversos exames pré-operatórios, bem como avaliação das vias aéreas e parecer cardiológico, com determinação de risco cirúrgico. Deve ser explanado tudo o que for realizado na cirurgia, incisões internas e externas no nariz e alguns eventos que podem ocorrer, como áreas arroxeadas e inchadas. Existem narizes mais complexos e estruturas anatômicas difíceis de serem modificadas. Cada cirurgião pode explicar ao paciente até onde pode ocorrer melhora, de acordo com características individuais. A colaboração de cada paciente é muito importante. O nariz demora até um ano para desinchar na sua totalidade. A rinoplastia é uma cirurgia que exige bastante criteriosidade e, aqui, aplica-se a frase “less is more”; ou seja, cautela e bom senso devem imperar, em um órgão cujas modificações milimétricas são observadas a metros de distância. Harmonia com o restante da face, suavidade e naturalidade somam pontos à autoestima, ao bemestar e à autoconfiança.

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FOTO EDU MORAES

Por Clarissa de Faria

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ABRINA SATO

Espontânea e divertida, ela conta com exclusividade, para a Mood, tudo sobre a carreira, família e os negócios

O

sorriso largo é marca registrada da Sabrina. Impossível ficar ao lado dela sem ao menos soltar, por algum momento, uma gargalhada. O riso frouxo, o ar de menina do interior e demais características fazem dessa (ainda) menina uma mulher empreendedora, que sempre soube onde queria trabalhar: na televisão. Modelo, atriz, apresentadora, humorista e repórter, ela tem 34 anos e é natural de Penápolis,

interior de São Paulo. Aos 16 anos, na capital paulista, começou a dar os primeiros passos para conquistar o tão esperado sonho. Em 2003, foi selecionada para o “Big Brother Brasil”; após sua saída do programa, os primeiros voos começaram a ser alçados e, em seguida, foi convidada para apresentar o “Pânico na TV”, junto de outros humoristas. De lá pra cá, conquistou fama o suficiente para os brasileiros saberem, sem hesitar, quem ela é.

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Capa

Por Clarissa de Faria

Você gosta de se ver na televisão? Desde pequena, quando eu ganhei o “Meu Primeiro Gradiente” e ficava cantando o dia todo para a minha família, eu tinha o sonho de trabalhar na televisão. Sempre foi meu grande sonho e, hoje, eu me sinto muito feliz por ter alcançado isso. O “Big Brother Brasil” foi um divisor de águas na sua vida? O único até agora? Acho que participar do “Big Brother Brasil” foi um passo importante para mim. Com a evolução da carreira e com as novas oportunidades, fui ganhando reconhecimento naturalmente. Todas as conquistas que tive até hoje foram extremamente importantes para chegar onde cheguei. E ainda quero mais! De lá pra cá, são 12 anos de carreira nas telinhas. O que mais mudou em sua vida? Na verdade, em cada fase, eu aprendi algo que eu sei que vou levar para o resto da vida. Fui seguindo o meu coração e, assim, fui construindo, aos poucos, a minha carreira. Acho que posso dizer que atualmente estou mais madura e mais segura. Aprendi a me ouvir mais e, hoje, tenho coragem de aceitar novos desafios, como foi com o meu programa. Tem algo da fama que te intimida ou pode te deixar incomodada? Não me sinto intimidada. O lado bom da fama é o carinho do público. Você sentir o reconhecimento das pessoas que te veem na televisão é muito gratificante. O lado ruim é, talvez, perder um pouco a sua intimidade.

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Mas eu sempre quis trabalhar com televisão, desde criança, então o lado bom se sobrepõe ao lado ruim! Após sua saída do “BBB”, você foi convidada para trabalhar no programa “Pânico”. Essa forma ousada de fazer humor, e que faz sucesso com a maioria das pessoas que a assistem, fez você repensar sobre a fama? Visto que você entrevistava artistas e, muitas vezes, poderia colocar ambos (você e o entrevistado) em situações embaraçosas. Na verdade, não. Eu não tenho preconceito com nada e aprendi muito trabalhando no “Pânico”. Amadureci muito lá. Mudei, mas foi com o tempo, de forma natural. Você se envergonha de algo? Nada que eu me lembre… (Risos) Sua vida hoje era o sonho de criança. Qual o sentimento ao olhar pra trás e ver que tudo que você desejava naquela época se

realizou exatamente como você sempre quis? Acho que o sentimento que mais grita em mim é o de gratidão. Você acredita que no humor tudo é possível? Se você souber usar, é possível fazer humor em situações que seriam impossíveis. Havendo respeito, o humor cabe em qualquer situação. Você declarou, uma vez, sobre a postura do seu pai ao você ter recebido o primeiro convite para posar para a Playboy. Temeroso, ele deixou a decisão nas suas mãos e, de lá pra cá, essa acabou sendo a primeira grande conquista financeira, não é mesmo? Eu trabalho com minha família, conversamos sobre tudo antes de fecharmos qualquer contrato. Esse não foi diferente. Ele deixou a decisão na minha mão, por ser uma coisa muito pessoal. Mas tratamos todos os trabalhos da mesma

SE VOCÊ SOUBER USAR, É POSSÍVEL FAZER HUMOR EM SITUAÇÕES QUE SERIAM IMPOSSÍVEIS.

HAVENDO RESPEITO, O HUMOR CABE EM QUALQUER SITUAÇÃO.


FOTOS ASSESSORIA DE IMPRENSA

BATE-BOLA UM LOOK que me deixe confortável. UMA MARCA nossa! São tantas… (risos) Pode ser a minha? UMA VIAGEM Japão. ESTILO para mim, é diversão! INDISPENSÁVEL NA VIDA família e amigos. INDISPENSÁVEL NO CLOSET salto. AMOR família. DINHEIRO trabalho. FAMÍLIA minha vida. CASAMENTO desejo. FILHOS futuro próximo.

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Capa

Por Clarissa de Faria

forma, independentemente do valor. Meu contato com os parceiros é muito próximo, eles se tornam grandes amigos! Muitas pessoas ainda não sabem a empreendedora que você é. Hoje, além da sua carreira na televisão, você empreende no ramo da beleza e até do vestuário. Contenos um pouco desse anseio com os negócios. Tudo aconteceu naturalmente. As oportunidades foram aparecendo e, com elas, meu lado empreendedor. Tenho meus irmãos (Karina e Karin), que sempre estiveram ao meu lado, cuidando de tudo. Hoje, os licenciamentos são: óculos ItSabrinaSato (Grupo

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Golden Vision), esmaltes Sabrina Sato (Beauty Color), maquiagem Sabrina Sato para Yes Cosmetics (Yes Cosmetics), Lilly’s Closet (Grupo Paquetá Calçados), shake e kit Redubio Slim 6 days (Grupo Cimed / Nutracom), Cellu Force (Maquel) e Sabrina Sato para Sommer (Grupo Sommer Confecção). Você tem como marca registrada a simpatia e o riso frouxo. O que te faz melancólica? Falta de respeito e de educação. Seus irmãos são seus empresários. Essa escolha sempre fez parte dos seus planos ou acabou sendo uma consequência? Desde pequena, eu dizia que a Karina ia ser minha empresária

(risos). Eu sempre confiei muito neles, eles começaram me ajudando, e as coisas foram fluindo. Sempre nos demos bem, sempre unidos. Natural do interior de São Paulo, seu sotaque ainda é arraigado e tira boas risadas do seu público, pela forma como ele define sua personalidade. Isso te ajuda ou às vezes atrapalha? Até hoje, o meu sotaque nunca atrapalhou! Faz parte da minha origem e de quem eu sou. Acho que se fosse para fazer algum trabalho como atriz, talvez fosse necessário mudar. Você declarou, durante uma entrevista, que não dá muita importância para o dinheiro. Qual


sua relação com ele? De que forma ele comanda a sua vida pessoal e profissional? Acho que o dinheiro não comanda nossa vida, nós que comandamos o dinheiro. Meu irmão é muito controlado, ele sempre chama minha atenção quando gasto demais (risos).

O que a Sabrina ainda não realizou e que gostaria muito? Uma aventura? Voar mais alto profissionalmente? Eu gostaria de realizar mais coisas profissionalmente e, num futuro, ter filhos, com os meus pais curtindo os netinhos deles. Quais são os planos e projetos daqui pra frente? Alguma novidade? Agora eu estou me dedicando ao programa e estamos sempre buscando novidades para trazer ao público. E os sonhos, já foram todos realizados? Ainda não, mas aos poucos vou realizando todos eles! O primeiro passo é querer e acreditar no seu sonho.

O PRIMEIRO PASSO É QUERER E ACREDITAR NO SEU SONHO.

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FOTOS ASSESSORIA DE IMPRENSA

Desde abril do ano passado, você comanda o “Programa da Sabrina”. Podemos considerar esse o marco da sua carreira, ter um programa só seu? Acho que podemos considerar uma nova grande conquista. Todos os outros trabalhos foram muito importantes para mim, e eu considero todos eles marcos da minha vida.




Por Clarissa de Faria

IMPRESSテグ pra vida toda O universo da arte corporal テゥ rodeado de conceitos e preceitos; mas, nele, ainda prevalece uma vida cheia de estilo e personalidade 36 MOODLife


L

embro-me da primeira vez que vi alguém tão próximo de mim com uma tatuagem. Na época, tinha 14 anos, estudava no Colégio Auxiliadora, onde, naquele tempo, soava muito estranho alguém aparecer com algo do tipo por lá. Achei ousado, meio loucura, mas recordo direitinho daquele desenho, o que me marcou muito. Anos depois, adolescente e já na faculdade, isso já era comum pra mim e, particularmente, considerava algo de muita atitude. Admirava, comentava, mas ainda não tinha anseio em fazer, pensava na dor e na possibilidade de arrependimento. Mas a minha bela surpresa foi quando minha mãe, pedagoga, no auge dos seus 43 anos, apareceu com seu símbolo preferido tatuado no ombro. De lá em diante, quebrei qualquer tipo de pensamento que me fizesse achar que “aquilo” não poderia ser arte para toda e qualquer pessoa. Aos 25 anos, fiz minha primeira; no mesmo ano, a segunda e a terceira. E a vontade não para. O Kallel Henrique Reche Silvestre é um tatuador superjovem, só tem 25 anos, e sua agenda é lotada. Esperei pouco mais de dois meses para fazer as minhas duas últimas com ele. Mas valeu a pena. Formado em publicidade, ele imprime sua criatividade em seus desenhos únicos. Ele conta que sempre gostou de desenhar, mas foi quando acompanhou a mãe em sua primeira tatuagem que sentiu que era o que queria ter como profissão. “Após isso, comecei a ir aos estúdios me oferecendo como aprendiz, mas como eu era muito novo, ninguém queria me dar uma oportunidade e acabei pedindo a ajuda dos meus pais, que me apoiaram e montaram um estúdio para mim; porém, para eu poder aprender, contrataram um tatuador profissional para que ele me ensinasse tudo que eu precisava saber.” Kallel começou a tatuar aos 15 anos, mas foi aos 16 que fez sua primeira tatuagem. “É um estilo de vida. Além de ser viciante, é uma forma de expressão. As tatuagens representam momentos e memórias, transformando fases das nossas vidas em arte.”

FOTO JIMENA BAUTISTA

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Estilo de Vida Por Clarissa de Faria

A TATUAGEM É UMA FORMA DE EXPRESSÃO CULTURAL MUITO ANTIGA E SEMPRE FOI UTILIZADA EM RITUAIS PARA DEFINIR STATUS ~ SOCIAL, UMA FORMA DE PUNIÇAO, ~ DEMONSTRAÇAO DE AMOR, FORÇA E ATÉ CURA; porém, em certo momento da história, foi marginalizada, gerando um preconceito que se estende até os dias de hoje, mas que, com a ajuda da mídia, está sendo desmistificado”, explica Kallel.

FOTO KAIQUE SILVA

Sobre as tendências, ele garante que, na tatuagem, é como na moda, sempre voltam de forma reinventada. “A do momento é a coruja, porém, não podemos nos esquecer dos clássicos, como âncora, flores, caveiras, dragões, estrela, coração e as escritas, que são o ‘must have’ da tatuagem.” André Ricardo Silva, 24 anos, é cantor e compositor, tem várias tatuagens espalhadas pelo corpo, mas as que mais chamam atenção são as dos braços. Ele conta que o interesse pela arte veio bem cedo, mas a ideia não era aprovada dentro de casa, então, só ficava na vontade. Para ele, o frisson é não passar despercebido. “Eu me amarro nisso de não ser comum. Na minha visão, as tattoos falam um pouco dos seus donos, e o responsável por entender, criar e executar esse sentimento é o tatuador. Então, tatue sempre com um profissional. Dica de tatuado (risos).”

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Melina Fernandes Penha Alves, 21 anos, é body piercing de um estúdio de tatuagens da Galeria Dona Neta, lugar que, por sinal, virou a “galeria da tatuagem” em Campo Grande, exatamente pela diversidade de tatuadores que trabalham no local. Superfeminina e cheia de estilo, ela realmente não passa despercebida por ninguém. Além das impressões pelo corpo todo, ela também possui alguns piercings na cartilagem, no tragus e alargadores. “Quando a gente gosta de verdade de tattoo e gosta do que faz, é difícil ficar longe.”

Tragus é aquela pelezinha que fica na frente do ouvido, no final da orelha. O piercing no tragus se encontra entres os piercings mais populares feitos por homens e mulheres

FOTO MURIEL XAVIER

QUEBRANDO O TABU

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Na Estrada Por Clarissa de Faria

Roteiro de tirar o

fôlego Casal já completa um ano e meio de viagem e o intuito é conhecer países dos cinco continentes

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rodados. Saíram do Brasil e atingiram os dois extremos do nosso continente, o Ushuaia, no sul, e o Alasca, no norte. “Essa é uma sensação de conquista, de objetivo atingido com muita dedicação, paciência e, também, ansiedade para explorar nosso próximo continente: a Ásia. Foram inúmeros os problemas que enfrentamos com polícia corrupta, segurança na estrada, fronteiras desorganizadas, manutenção do carro, mas também foram incontáveis dias maravilhosos, com paisagens de tirar o fôlego, deliciosas comidas típicas e amigos novos que a estrada nos apresentou. Toda esta experiência é impagável”, ressalta Paula.

FOTO OUTSIDERS BRAZIL

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casal de paulistas Paula Guimarães e Renan Baptista saiu do Brasil rumo a conhecer o mundo afora. Programaram em três ou quatro anos rodar, aproximadamente, 200 mil quilômetros e desbravar 70 países nos cinco continentes, tudo isso a bordo de um Troller apelidado de “Brasileirinho”. Os dois relatam a aventura por meio de um diário de bordo na internet, chamado de Outsiders Brazil, no qual são postadas as imagens por onde eles passam, além dos detalhes de cada região. Percorreram, inicialmente, a América do Sul, ao norte, em pouco mais de um ano, completando 60 mil km

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Diário de Bordo Nosso último contato foi minutos antes de cruzarmos a fronteira com os Estados Unidos, ainda no México. Entramos nos Estados Unidos com uma vontade imensa de atravessar logo e chegar ao Alasca; mas, aos poucos, nossa ansiedade foi se dissipando, com a simpatia dos americanos no camping, com as inúmeras atrações que os lugares oferecem e com as oportunidades que surgem para todo o tipo de bolso e interesse! A Califórnia é um mix de “american way of life” típico que vemos em filmes: consumismo, carrões, corpos sarados nas praias e pessoas excêntricas nas ruas de Los Angeles. Mas, também, tem a Califórnia “natureza” e “tecnológica", do consumo de produtos orgânicos, das pessoas preocupadas com o futuro do planeta, das comunidades sustentáveis, dos avanços em informática no Vale do Silício e do berço de tendências comportamentais em São Francisco. Da Califórnia, entramos um pouco mais para o interior e fomos até Las Vegas e o Grand Canyon. Atravessar o deserto de Mojave é como estar dentro de um filme de faroeste. Ainda há cidades abandonadas com

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aqueles típicos saloons que vemos em filme de cowboy. Uma verdadeira e deliciosa volta ao passado. O verão estava acabando e era hora de acelerar para chegar ao Alasca; por isso, atravessamos o Canadá com pequenas paradas e, em menos de dez dias, cruzamos a fronteira que tanto procurávamos: Stewart, no lado canadense, e Hyder, no Alasca. Fomos recebidos por um jovem urso que ainda aprendia a caçar e estava nadando no rio, à procura de salmão. A nossa emoção era maior que o frio que estávamos sentindo e nos fez realmente acreditar que chegamos, enfim, a esta parte tão norte do nosso continente. As cidades no Alasca são pequenas, e poucas pessoas realmente vivem aqui por todo o ano, a maioria prefere partir para o sul quando o verão termina. Por este motivo, encontramos muitos estabelecimentos fechados, com dizeres de que voltariam a abrir no verão do ano que vem. O Alasca é indescritível, com uma beleza que parece intocável, a preservação aqui é controlada pelo governo americano, e a caça deve ser somente para consumo. Vimos inúmeros carros na


Aquela maravilha de luzes rosa, verde, azul e amarela durou mais de uma hora, e, em nenhum momento, a gente se cansou do lindo evento que presenciamos. Foi de arrepiar e para nunca mais esquecer. Para sempre, o Alasca estará nos nossos corações. Era hora de dizer tchau para este lado do continente, que já nos dizia que a neve iria começar. Saímos de lá debaixo de uma nevasca, que nos acompanhou por mais de quatro horas pela estrada. Só então conseguimos começar a explorar realmente o Canadá, nossa passagem por Banff, Jasper, Canmor, entre outros. O Canadá tem paisagens lindíssimas e um povo que sabe receber. Em nenhum momento ficamos sozinhos, o Renan e eu sempre recebíamos algum canadense

FOTOS OUTSIDERS BRAZIL

estrada com chifres de alce, caribus e tantos outros bichos que andam por aqui. A nossa expectativa era ver a mãe urso ensinando os seus filhotes a caçar; não demorou muito e, na estrada mesmo, os encontramos ali, no cantinho, tentando achar amoras no chão. A emoção bateu forte. O ápice do Alasca veio quando a noite caiu e o frio tomou conta. Estávamos acampando na beira de um lago, com um céu totalmente estrelado, sem Lua e nenhuma nuvem. Enquanto terminávamos de tomar a nossa sopa na beira da fogueira que nos esquentava, começou o espetáculo: a aurora boreal. Um balé incrível de luzes e cores começou a aparecer no céu. Nossa reação foi o choro. Nunca imaginamos ver algo tão lindo em um cenário tão magnífico.

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FOTOS OUTSIDERS BRAZIL

curioso e, depois de alguns minutos de conversa, logo éramos convidados a tomar um chá. Visitamos inúmeros parques nacionais, tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá, e todos eles impressionam pela organização, limpeza e boa conduta dos frequentadores. Os norte-americanos acampam com frequência, e isso não quer dizer que são pobres, quer dizer que eles gostam mesmo é do contato com a natureza e de se dedicar às atividades ao ar livre. Depois de visitar Vancouver, no Canadá, resolvemos voltar para os Estados Unidos, conhecendo o interior do país. Visitamos Yellowstone, Yosemite, Zion, Bryce e Grand Canyon. Todos parques nacionais de cair o queixo. Acabou o verão no hemisfério norte, e o outono chegou com cara de inverno; era

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hora de partir para outro continente e, também, de mudar nossos planos. A alta do dólar, o atraso no trâmite de documentação do nosso carro e a corrupção nos portos asiáticos acabaram nos levando a deixar o carro na Califórnia e seguir para a Ásia sem o Brasileirinho (nosso carro). Estamos há mais de um mês por aqui e visitamos Bali na Indonésia, Tailândia, de sul ao norte, Laos e, agora, Camboja. Tão pouco tempo nos fez perceber como este mundo é enorme, como somos muitos em um só planeta e como somos tão diferentes. A Ásia tem sido uma experiência incrível de sentir, comida exótica, povo agitado e muito trabalhador, língua quase que impossível de entender (arriscamos um “obrigado” e “por favor” em


Aurora boreal é um fenômeno que ocorre nas regiões polares do norte do planeta Terra, além de outros, como Júpiter, Saturno e Marte. A aurora boreal pode ser vista durante a noite ou no fim da tarde, e são vistas, a olho nu, luzes coloridas e brilhantes, geralmente avermelhadas e esverdeadas. O fato acontece em virtude do contato dos ventos solares com o campo magnético do planeta. Já o nome foi criado pelo cientista Galileu Galilei, no ano de 1619, por causa de uma deusa romana do amanhecer, chamada de Aurora, e de seu filho, chamado Bóreas.

tailandês, mas nem assim eles nos entendem) e criança por toda parte. A Ásia parece um grande berçário, as crianças estão em toda parte, na maioria das vezes, trabalhando e vendendo qualquer coisa com a supervisão dos pais. Triste ver que nosso futuro segue assim por aqui! Também tem sido difícil viajar sem a nossa casa / carro, temos um esquema muito bom da barraca e todos os kits para uma cozinha. Viajar só com a mochila reduz muito a nossa zona de conforto, que já era bastante limitada. Mesmo assim, só podemos agradecer. Somos presenteados, todos os dias, com lindas paisagens e culturas diferentes. Tem sido maravilhoso!

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Feira Hype Por Thaís Pimenta

Pegada

NATURAL 1

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A decoração rústica, com pegada mais natural, não está apenas nas fazendas e casas de campo. Há muito tempo ela ganhou espaço nos apartamentos e casas das cidades, trazendo calmaria ao ambiente. Madeira de demolição, acabamentos envelhecidos e materiais como lãs e retalhos são os pontos principais desta tendência. Aposte e deixe sua casa com um quê de casa de vó, mas sem perder o estilo!

1. Almofada Guaimbé, da Estar Móveis, por R$ 373,10. 2. Almofada Pacová, da Estar Móveis, por R$ 230. 3. Almofada Pata de Vaca, da Estar Móveis, por R$ 344,40. 4. Cabideiro Mer, da Estar Móveis, por R$ 2.438. Você pode encontrar na loja física da marca. 5. Mesa Cercado, da Estar Móveis, por R$ 3.061. Disponível na loja física da marca. 6. Banco em aço e com tora de imbuia, da Boulle Móveis de Fundamento, por R$ 5.800. É possível encontrar na loja física da marca.


6 7. Poltrona Summer of Love, da Estar Móveis, por R$ 2.880. Disponível na loja física da marca. 8. Le Corbusier Tropical, design de Manu Reyes, preço indisponível. 9. Mesa de centro elaborada em aço e com tronco de imbuia, da Boulle Móveis de Fundamento, por R$ 4.500. Disponível na loja física da Boulle.

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10. Banqueta Capelli, da Atec, preço indisponível. Você pode encontrar no link atec.com.br/produtos/capelli-stool.

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Por Clarissa de Faria

NATUREZA

VERTICAL CaixaForum Madrid, um museu e centro cultural em Paseo del Prado 36, em Madrid

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Tendência nas novas moradias e nos estabelecimentos comerciais, os jardins verticais estão cada vez mais presentes no Brasil e no mundo

Q

uem por aí já não viu, ao vivo e a cores ou ainda nesses programas de TV sobre arquitetura e decoração, aqueles painéis vegetais ou “paredes vivas”, feitos em pequenos espaços, até mesmo como parte da decoração de restaurantes, por exemplo. Mais que uma tendência, esse é um conceito que surge da observação e do estudo da natureza em aclives rochosos, montanhas, troncos de árvores e

grutas, principalmente em zonas tropicais. O arquiteto e urbanista Gabriel Gonçalves, especializado em Abordagens Contemporâneas na Arquitetura e na Cidade, explica que esse tipo de enfoque o paisagismo – que é uma das áreas de atuação do arquiteto e urbanista – encaixa-se muito bem aos olhos e hábitos dos brasileiros. “Mas esse tipo de jardim já surge como uma tendência

paisagística no mundo inteiro. Às vezes, atrelado a grandes conceitos, como sustentabilidade, ecologia e globalização – os quais vieram à tona nas últimas décadas e são discutidos em várias áreas do conhecimento; às vezes, apenas trazendo uma ambientação diferente, atendendo às necessidades das pessoas que buscam formas de integrar o meio ambiente natural ao seu convívio.” Ele acrescenta que os centros Nesse projeto, a pedido do cliente, foi planejado um espaço para o cultivo de temperos e ervas

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Por Clarissa de Faria

Reforma e ampliação do espaço com o propósito de amenizar a alta temperatura proveniente da incidência direta do sol, um grande jardim vertical percorre toda a extensão do muro de divisa lateral

urbanos estão cada vez maiores, e as áreas verdes menores, diminuindo, assim, o conforto e os benefícios que as pessoas procuram ao interagir com a natureza. “Vejo que esse tipo de estratégia atende à aproximação desejada entre pessoas e os benefícios que a vegetação traz ao ambiente construído. No caso dos jardins verticais, internos e externos, eles servem como um "remédio" para os planos despidos da arquitetura,

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controlam a temperatura do espaço, proporcionam certo grau de isolamento térmico e acústico, atenuam a emissão de poluentes, além de criar uma atmosfera agradável com a combinação de plantas, flores e aromas.” Gabriel Gonçalves ainda relata que, sempre que ele e seus sócios têm a oportunidade, eles empregam essa estratégia em seus projetos. “Geralmente, nós que propomos nos primeiros estudos

e aguardamos a aprovação do cliente, mas já teve caso de o cliente pedir no projeto um espaço para uma horta vertical em seu apartamento, o que nos deixou bem à vontade na hora da criação do espaço.”


Um dos expoentes da arte de criar jardins verticais é o francês Patrick Blanc. Mais que isso, suas intervenções são tidas como obras de arte, as quais ele chama de "jardins antigravitacionais". Hoje, ele desenvolve projetos de jardins verticais em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.

Desde pequeno, Patrick Blanc já ornamentava seus aquários com paredes verdes e, entre várias tentativas, conseguiu criar uma parede vegetal independente

FOTO WINNI WINTERMEYER

Referência

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A pérola dos seus sonhos Espaço de vida no coração de uma grande cidade.

“ Atendimento personalizado e a certeza de uma escolha bem feita, esse é o desejo de todos quando almejam um bom lugar para viver.”


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Gourmet Por Thaís Pimenta

FOTO JIMENA BAUTISTA

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PRA AQUECER

A ALMA E O PALADAR Nada melhor que celebrar a chegada das baixas temperaturas com receitas mais que saborosas, quentes

A

costumados com o calor constante que faz em Mato Grosso do Sul, quando bate um friozinho, tratamos logo de aproveitar a queda da temperatura com os amigos e com a família. Uma boa dica é curtir o outono tomando caldos e sopas, porque, além de esquentar o corpo, esses pratos costumam ter uma quantidade pequena de calorias.

Pensando em dar opções diferentes, que fujam daquele cardápio que a vovó fazia nos encontros da família, convidamos o chef Marcílio Galeano, responsável atualmente pelas delícias do Maracutaia Boteco, para criar um jantar que fosse composto apenas de sopas e caldos, desde a entrada até a sobremesa.

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Gourmet Por Thaís Pimenta

Como entrada, Marcílio sugeriu o GASPACHO COM PEPINO, um prato típico da Espanha, mais especificamente da região da Andaluzia. Seu nome vem do árabe “ghabs”, que significa pão molhado, por isso ele é servido gelado e sempre com pedaços de pães como acompanhamento. “Esse caldo é relativamente simples de ser feito, o segredo está mesmo é na decoração”, conta o chef.

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Em seguida, foi servido um CREME DE SHIMEJI COM SIRI MOLE EMPANADO, que mistura ingredientes essencialmente japoneses e brasileiros, resultando num sabor incrível! A textura do cogumelo junto ao siri empanado é de apaixonar.


FOTO JIMENA BAUTISTA

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Gourmet Por Thaís Pimenta

Já o prato principal contrasta um pouco com essa diversidade de origens, já que é feito apenas com alimentos nativos do país, o CALDO DE PIRANHA. Ele é típico da cozinha pantaneira e leva fama de ter poderes afrodisíacos. À base de molho de tomate, é sempre bom ter umas pimentinhas picantes ao lado, para dar uma arretada no caldo.

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Para fechar o jantar, Marcílio serviu uma SOPA FRIA DE FRUTAS DA ÉPOCA. Dessa vez, as frutas escolhidas foram melancia, abacaxi, laranja, kiwi e morango. “Também é uma sobremesa muito fácil de ser feita. Investi na decoração com flores e com o gelo redondo; os ingredientes podem ser adaptados, dependendo da estação”, finaliza.


FOTO JIMENA BAUTISTA

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Com toda a sua simplicidade e rusticidade, a sopa nasceu quando o homem se deu conta de que as carnes duras que caçava amaciavam-se e adquiriam melhor sabor, se cozidas com água e ervas. Por serem pratos fáceis e acessíveis, de considerável valor nutritivo e energético, os caldos e as sopas foram a base da nutrição de, praticamente, todas as civilizações. Na Grécia, a sopa fazia sucesso. Em Atenas, a de lentilhas; em Esparta, o famoso "Caldo Negro", feito com sangue de alguns animais misturado com vinagre e especiarias. Na China, os camponeses se reconfortavam com sopas de arroz e favas!

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de Colher Por Jimena Bautista

sustente D

epois de ter exercido, por anos, o jornalismo na Bolívia, as pessoas (amigos em geral) me perguntam, com certa frequência, o que me leva a cozinhar (o meu “cozinhar” é sobre algo específico... doces!) ou a escrever sobre “comida”. A resposta é bem simples: eu gosto [muito] de comer e porque eu tenho fome. Falar de fome, para mim, é falar de sua origem. São consequências do “TCC” que me fez carregar premissas comunicacionais, então, temas que me intrigam acabam me animando e começo a estudá-los. Agora, vamos olhar a nossa comida ou o nosso docinho desde uma perspectiva multidisciplinar. – Oi? A comida é a única coisa que atravessa as fronteiras da linguagem, dos países e se dissipa na ciência. Ela mexe com a tecnologia, afeta o meio ambiente, e, aparentemente, termina nos âmbitos artísticos, sociais, políticos, econômicos e culturais. Tanto assim? Sim, e talvez, até em outras áreas. É o espaço onde aromas, sabores, cores e texturas lutam, se confrontam e finalmente, se conciliam. Cada um busca seu lugar e convive em harmonia com o outro. Como cultura, a comida é a maneira em que os seres humanos encontraram de se expressar e de se comunicar com outras pessoas. Por meio da comida conhecemos novos temperos, sabores e até como as sociedades se comportam frente a outras. Não faz muito tempo, ouvindo uma palestra do grande Alex Atala, ele chegou a comentar que o nosso amado churrasco poderia ser interpretado pelos nepaleses como a ingestão de um cadáver. Tétrico, não?

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É a comida vista como cultura. Em alguns países orientais, as pessoas comem insetos normalmente. Se lembram dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008? Alguns canais televisivos nacionais mostraram como escorpiões eram apresentados aos turistas como meros “espetinhos”. Já aqui, a formiga está começando a ser tratada como iguaria – cara, por sinal. Agora vamos fazer um exercício: O que sentimos quando vemos aquele sonho, amarelinho, cheirando a baunilha, coberto com açúcar cristal e recheadinho daquele creme delícia, na padoca da esquina? Feche os olhos e pense. Se conseguir pensar sem ter aquela vontade voraz ou sem começar a salivar... Você não pertence a este planeta. Isso é a memória afetiva. A comida, a gastronomia, nos traz lembranças, sensações etc. Por exemplo, “bolo de fubá” me lembra o aroma suave da erva doce, a textura fofinha e macia do bolo, um leve sabor adocicado, um café recém coado e fresquinho... um fim de tarde qualquer. Um pôr do sol... viajei, né? A comida em si, tem o poder magnífico de mudar cenários, ambientes. Sobre uma mesa, compartilhamos dor, amor, lembranças e saudades daqueles que estão longe ou “perto”. Até aqueles que estão longe, choram e guardam seus anseios de voltar para a pátria que os viu nascer. Como matam as saudades? Oras... com a comida.

FOTO BR.DOLLARPHOTOCLUB.COM

Por uma memória que nos



Cervejas Por Odirley Deotti

“VAIS”? WEISS? WEIZEN? HEIN?

N

a edição passada, abordei rapidamente as duas principais famílias de cervejas, Ale e Lager. Já nesta edição, aprofundarei um pouco sobre um dos estilos de Ale mais encontrados em supermercados e casas especializadas e que tem conquistado o paladar de muita gente. Refiro-me às famosas Weißbier, Weissenbier, Weiss, Weizenbier*... cervejas claras, turvas (por não serem filtradas), pouco lupuladas, com colarinho espesso, produzidas com trigo e originárias da Bavária, na Alemanha. Aqui, no Brasil, há

quem as conheça como “cerveja de trigo”, mas nem toda cerveja feita com trigo é uma Weiss; as Witbiers belgas e as American Wheat (EUA) estão aí para comprovar. E ainda existe a diferença fundamental entre Weiß (Weiss) e Weizen – aqui está o asterisco ali de cima –, pois Weiss é “branco” e Weizen é “trigo”, então, nem toda Weizenbier é clara, caso das saborosíssimas Weizenbock, escuras e encorpadas. Então, preste atenção quando for escolher. Mas o que importa aqui é que esse famoso tipo de cerveja (a Weissembier) caiu na graça do

Como na edição passada o texto ficou ilegível, vou repetir a indicação da BACKER TRIGO. Ela é a que sempre faço meus amigos experimentarem, para não causar impacto ao paladar iniciante. É uma German Weizen refrescante, bastante turva, de amarelo claro, com aroma frutado marcante e de paladar suave e adocicado.

WEIHENSTEPHANER HEFE WEISSBIER é um ícone. Cerca de mil anos atrás (sério), monges beneditinos do Monastério Weihenstephaner, na Alemanha, iniciaram a produção da cerveja que, atualmente, é uma das weiss mais vendidas no mundo todo. Precisa falar mais?

brasileiro, e com razão. Diferente das Ale tradicionais e mais fortes, as Weiss são leves, com aromas marcantes de cravo, cítricos e baunilha, e encaixam bem com o clima quente local. E já existem aquelas com “sotaque” brasileiro, como a Backer Trigo, que indiquei na edição passada, a qual, além de ganhar espaço, tem ganhado prêmios internacionais do estilo. Mas chega de papo, afinal, a melhor parte é colocar a teoria em prática!

BADEN BADEN WEISS é outra nacional que não faz feio diante das “coroas” alemãs. Possui cor palha, é turva e refrescante. Seus aromas frutados são sutis. Em 2013, a Baden Baden Weiss foi eleita a melhor Weiss do mundo no World Beer Awards.

E NÃO SE ESQUEÇAM:

WEISSBIER SE BEBE EM COPOS WEIZEN!

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Vinhos

Por Douglas Mamoré Junior

mês Dica do

C

aros amigos, estamos entrando (na minha opinião) na época mais agradável do ano. Com o início de abril e a chegada do outono, gradativa e sutilmente as temperaturas começam a declinar, anunciando que um momento especial para vinhos se inicia. É precisamente agora que muitas pessoas “se arriscam” a provar vinhos em lojas, restaurantes ou mesmo em casa. Tenho certeza que quem desfrutar a companhia de bons vinhos nesta época, não vai mais parar de bebê-los durante o resto do ano, e justamente agora, com mais empenho e sabedoria é que devemos conquistar novos adeptos para os reinos de Baco e Dionísio. No cardápio de outono entram as sopas ou comidas mais calóricas e pesadas (cuidado com a balança), que pedem a companhia de vinhos tintos mais encorpados e bem estruturados, que quebram a gordura destes pratos, harmonizando melhor a comida e a vida. Saúde!

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As dicas deste mês vêm do Chile, país que vamos visitar brevemente em uma viagem espetacular no mês de junho 2015, um projeto da equipe Time Tour que vai encantar os aficionados por viagens e vinhos.

BoRoBo 2011 Casa Lapostolle Apalta-Casablanca/ Chile Elaborado com uvas típicas das mais famosas regiões francesas, em uma surpreendente combinação das castas Syrah, Cabernet Sauvignon, Carmenere, Pinot Noir e Merlot. Seu nome e formado pelas iniciais das regiões francesas destas emblemáticas uvas - Bordeaux (BO), Rhone (RO) e Bourgogne (BO). Rico e elegante, combina concentração e complexidade em um conjunto bastante harmonioso. Uma das mais gratas surpresas do Chile.

Montes Alpha “M” 2010 Apalta/Chile O Montes Alpha “M” é um dos maiores tintos do Chile e da América do Sul. Incrivelmente elegante e refinado, lembrao um grande vinho de Bordeaux. Foi o primeiro vinho super-premium do Chile e até hoje é considerado entre os melhores que o país pode produzir, merecendo notas altíssimas da imprensa especializada. * Robert Parker 94 pontos - 2007

DOUGLAS MAMORÉ JUNIOR

ENÓFILO DESDE 2005, DEDICA-SE EXCLUSIVAMENTE AO UNIVERSO DOS VINHOS douglas@mistral.com.br

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Por Thaís Pimenta

epaginada

A decoração é algo que enche os olhos quando chegamos a um local. Quando falamos de cozinhas, então, ter uma decoração aconchegante faz toda a diferença. As cozinhas retrô estão em alta; por isso, muitas marcas voltam a lançar objetos e eletrodomésticos com uma pegada old school. Abuse de tons pastel, estampas, cerâmica e metal. Se você quer investir na tendência, confira nossa seleção!

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1. Pipoqueira Nostalgia Electrics, preço não divulgado. Disponível no site nostalgiaelectrics.com 2. Refrigerador Coke, preço não divulgado. Disponível no site nostalgiaelectrics.com 3. Batedeira KitchenAid, por R$ 2.299. Disponível no site loja.kitchenaid.com.br 4. Pano de prato Retrô Maizena, por R$ 24. Disponível no site www.mariapresenteira.com.br 5. Chaleira com Apito Le Creuset Branca, por R$ 343,53. Disponível no site www.mariapresenteira.com.br 6. Torradeira Dualit, preço não divulgado. Disponível no site www.dualit.com


Bom apetite! Ovos no

Purgatório Essa receita é do tempo da minha avó. Super prática e rápida e com ingredientes que geralmente você tem em casa.

Ingredientes: 1 lata de molho de tomate temperado 1 colher (chá) de açúcar 4 ovos inteiros 2 colheres (sopa) queijo parmesão ralado misturado com 3 colheres (sopa) de farinha de rosca Modo de fazer: Misture o açúcar no molho de tomate, coloque num refratário, disponha os ovos abertos e cubra com a mistura de queijo ralado e farinha de rosca. Leve ao forno para assar. Sirva com arroz e feijão ou até macarronada. Coloque um ovo para cada pessoa.

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Entrevista Por Clarissa de Faria

PEDRO SALOMÃO Carioca nato, entusiasta do Rio de Janeiro, da hora que acorda à hora que vai dormir, conta para a Mood como tudo começou na Rádio Ibiza, empresa especializada em criar identidade musical para marcas reconhecidas internacionalmente

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m privilégio entrevistar esse rapaz. Querido, simpático, boa pinta e superacessível. Não pensei que pudesse ser tão fácil entrevistá-lo. Afinal, na correria do dia a dia, em meio a uma cidade turbulenta como o Rio de Janeiro, é preciso saber se dividir em vários. Segundo Adriane Anzoategui, a quem eu conheci recentemente durante minhas férias e responsável por me colocar em contato direto com ele, “Pedro é um ser de luz, (risos)”. Com 35 anos, apaixonado, administrador por formação, enamorado pela Cidade Maravilhosa e diretor-executivo da Rádio Ibiza, empresa especializada em criar programação musical para lojas, restaurantes e shoppings da cidade, é responsável pela identidade musical de mais 700 clientes, como Reserva, Farm, Animale, Taco, entre outras. A empresa, ele e seus sócios são impossíveis de resumir. Ela é – Rádio Ibiza – e eles são referências no segmento. Quando e como surgiu a Rádio Ibiza? A Rádio Ibiza surgiu e começou a ser pensada de 2006 para 2007, muito por causa de uma percepção que eu tinha sobre as duas crises que estavam imperando no mercado, as pseudocrises, como eu costumo dizer, do mercado fonográfico, por causa da pirataria, dos novos formatos; e do mercado de comunicação, por causa da

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internet, merchandising, experiências do ponto de venda, mídia eletrônica convencional, e o fato de que a rádio e televisão estavam perdendo o seu valor, também. Comecei a perceber que aquelas crises não eram crises, eram modelos que estavam se transformando. Sobre o mercado de música, eu tive acesso a um dado muito importante: nunca se tinha produzido tanta música como naquele ano de 2006, então, se tínhamos abundância de matéria-prima, você não tinha crise. Assim, pensei em como poderíamos juntar esses dois mercados; a gente já tinha experiência no mercado de comunicação, pois montamos uma produtora de comerciais em 2002, então, já tínhamos aí 4 anos de experiência, e o nosso foco sempre foi o atendimento. Dizíamos que os outros países e o Brasil estavam pouco focados na real necessidade do consumidor. As pessoas estudavam muito a concorrência, e pouco o que o consumidor realmente queria, isso até mesmo na vida pessoal da gente. Se você parar pra pensar em empresas de telefonia e perguntar quem está satisfeito com essas empresas, ninguém vai levantar a mão, no máximo, uma ou duas pessoas; ou seja, está todo mundo insatisfeito com seu produto, e as empresas de telefonia continuam a vender, porque elas se espelham no concorrente. Ninguém está realmente preocupado


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Entrevista Por Clarissa de Faria

com o que o consumidor pensa, e o nosso foco sempre foi esse. E, em 2007, definitivamente concretizamos essas ideias e percebi que realmente não existia nenhuma dessas crises, e que tínhamos uma grande oportunidade de mercado. Essa oportunidade nasceu quando, um dia, fui ao shopping e, no retorno, chamei meus sócios para sentir a mesma experiência que eu senti naquele momento. As lojas são experiências sensoriais, temos projetos arquitetônicos incríveis, tudo é muito trabalhoso. Se você imaginar 15 anos atrás, as lojas eram muito parecidas, hoje temos essa influência enorme de que tudo é sensorial, menos da música. Você entra numa loja e a música é um lounge ou uma trilha pop. Ninguém faz um trabalho de criar uma música direcionada para aquela comunicação da marca. Tem-se abundância de matéria-prima e ninguém sabe como usar e fazer acontecer. Decidimos usar isso para ser uma plataforma de comunicação, assim, nasceu a Rádio Ibiza. Vocês trabalham com o sentido das pessoas, e a música eleva todos a diversos estados de espírito. Qual o sentimento em liderar uma empresa referência nesse segmento e com uma missão dessas? O sentimento é, além de realização, obviamente, de construção. A gente tem um sentimento muito forte de que estamos contribuindo pra ajudar as marcas a, de fato, entender o comportamento do consumidor; a gente se distancia muito do comportamento do consumidor. Eu preciso entender o que o meu consumidor gosta, então, eu acho que a gente contribuiu em dois pilares diferentes. Um, eu acho que a gente conseguiu contribuir para o mercado da música. Fico muito feliz, hoje, quando a gente tem uma relação tão boa com as gravadoras, com os independentes, com os artistas que falam: “Poxa, vocês foram uma forma tão importante pra divulgar um trabalho novo, pra fazer as coisas acontecerem”. Então, eu acho que é esse papel de reerguer e trabalhar de novo de uma maneira diferente, com um mercado que estava meio desesperançoso. É muito bom você ser o otimista no meio da crise, o resiliente, acho que é uma sensação muito bacana. E o outro, obviamente, é poder ajudar as marcas a, de fato, entender o comportamento do consumidor; acho que isso dá muito orgulho, quando vem uma marca e fala: “Poxa, caramba, vocês me encantaram, a música tá tão bacana, a gente nunca tinha pensado que podia seguir esse caminho musical”. É uma sensação de realização e de contribuição, pra entender o mercado consumidor focado na experiência sensorial de consumo.

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A música é um dos pilares do método marketing sensorial, que é de cativar seus consumidores, fazer com que eles se sintam bem e completos durante suas compras ou determinada experiência. O que você e sua equipe fazem para captar a essência desses negócios e das pessoas envolvidas? Tem uma coisa que eu costumo falar sempre, quando vou falar sobre treinamento e atendimento com a minha equipe, que é essa questão de afirmar que eu não me lembro a última vez que eu abri um computador e apresentei a Rádio Ibiza para algum cliente. O desafio pra mim, desde o início, não era mostrar minha empresa, isso é fácil. Imagina se eu fosse, na minha época de solteiro, conquistar uma menina e ficasse falando das minhas qualidades? Como você faz pra conquistar o outro? É falando das qualidades dele, das qualidades que você percebe, até coisas que, às vezes, ele não nota. Nosso desafio sempre foi entender o cliente, nunca apresentar a empresa. Então, já começava diferente por aí, nosso desafio tinha uma reunião de fazer uma imersão, trocar ideia e ver como a gente podia ajudar o cliente, sempre percebendo o que ele tinha pra mostrar pra gente; acho que sempre tivemos esse foco de se relacionar com o humano. O grande diferencial da Ibiza foi entender esse humano. Lá atrás, quando estávamos começando, não tínhamos referência, falávamos que, se quiséssemos trabalhar com consumo, teríamos que valorizar muito o que o humano estava dizendo para todos nós, nossos trabalhadores, quem estava por perto. Então, criamos toda a estrutura da rádio só em cima do comportamento que o indivíduo tinha pra mostrar. Ao criar essa identidade musical para um estabelecimento, o que é preciso levar em consideração? Levamos tudo em consideração. Hoje, temos na equipe de criação 12 pessoas trabalhando diretamente com música; a equipe toda tem 50 profissionais. A criação tem uma estrutura muito grande, de profissionais com segmentos, estudos e relações diferentes com a música. Muita gente fala “ah, são DJs”. Não, não, não, tem alguns que são, mas são pessoas que têm uma relação ou de produção com a música, ou de conhecimento, ou de paixão. Temos vários setores implícitos. Hoje, quem dirige a criação é o José Marcio Alemani, um especialista em gastronomia, então, ele entende tudo, desde a concepção de restaurante até o poder da música ali, na hora em que o cliente está com o cardápio, por exemplo. Temos outro que é especialista em ambientes, ele é arquiteto de formação, o Fernando. Existe toda uma preparação técnica para entender a criação do ambiente. Tenho um aficionado em música brasileira, que sabe tudo dos anos 80, a gente


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brinca que ele é um discólogo, o Lauro Almeida. Se você perguntar qualquer coisa, ele sabe tudo. A gente tem a Meri Oliveti, que é uma excelente DJ e designer de formação. Por isso, ela tem muito esse olhar para o produto, na construção de uma identidade musical. Temos a Cecília Papi, que também é uma designer incrível, é DJ, está lá no crew de moda com a Neli e é uma fashionista, uma formadora de opinião, traz muito input do mercado mesmo, do que está rolando. O Fernandinho, que é um excelente pesquisador, um garoto novo, junto da Larissa, que são os dois mais novos, da geração Y, são os que sabem pesquisar tudo, em todos os caminhos, acham os melhores caminhos pra achar e pesquisar; então, também contribuem demais para a formação da empresa. Tenho o Rodrigo Rodrigues, que é formado em publicidade, é um cara com um embasamento de marketing, por trás, e é um baita de um DJ, há 15 anos. Tem o Levi Gaspariano, meu sócio, e o Rafael, que são DJs e produtores. Temos uma equipe muito preparada para transformar o que a gente vê em música. Só que o processo não é só música, temos 12 pessoas na comunicação, setor que se divide em marketing de relacionamento e estratégico, que é uma equipe que está diretamente ligada a mim. Aceitamos muita interferência, as coisas são construídas juntas do cliente; então, para o cliente que já tem uma diretriz, já sabe o que quer, a gente na verdade aumenta essa percepção e transforma isso em trilha sonora. Se o cliente aprova, enviamos para a produção, eles transformam isso em software, instalam e começa

a tocar o som na loja. Esse é o processo relacionado a uma loja, que hoje é 60% do nosso mercado, e os outros 40% são divididos em projetos sociais. No Brasil, vocês foram pioneiros nesse segmento. E em outros países, como é esse cenário? Foi uma surpresa quando descobrimos que tínhamos sido os pioneiros no Brasil e no resto do mundo. Fizemos um levantamento, antes de abrir a empresa, para descobrirmos se mais alguém tinha tido essa percepção de criar uma identidade musical. O que existia e o que existe atualmente são empresas que fazem música ambiente. E aí você não cria uma identidade para a marca, leva em consideração o que o públicoalvo está a fim de escutar, acaba virando uma rádio convencional sem comercial, que é muito ligada a estimular o consumidor a comprar mais etc. Nosso trabalho é completamente diferente, quase antagônico. O nosso objetivo era, principalmente, construir uma linguagem musical associada àquela marca. Foi um desafio entender que não tínhamos nenhuma referência no mundo pra fazer esse projeto, mas, por outro lado, foi extremamente enriquecedor. E sabe por quê? Orgulho de ser carioca, de ser brasileiro, de nascer um produto aqui. Por mais que a gente esteja engatinhando em alguns processos; em outros, a gente sabe fazer muito bem. Nós somos o povo do toque, do abraço, do carinho, então, faz todo sentido você pensar no sensorial, não é mesmo?

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Seção Entrevista Por Clarissa Autor de Faria

Em termos culturais, é mais fácil “vender essa ideia” no Brasil? Eu acho que hoje é difícil mensurar isso, visto que o nosso mercado nasceu aqui, mas eu acho que o sensorial é uma tendência mundial. Eu digo sempre que o marketing sensorial é a verdade das marcas. Você não escuta uma música que não gosta, você não come uma coisa que não gosta, nem pra agradar a seu namorado, sua namorada, seu marido, você não consegue olhar para uma imagem que te causa repulsa. E por quê? Porque o marketing sensorial é a intuição da gente, é o que é instintivo, você não consegue mentir. Essa é a tendência do mercado hoje, com as mídias sociais, com a comunicação acelerada, com essas plataformas todas que nos mantêm conectados o tempo inteiro. Se as marcas não forem verdadeiras, não conseguirão

Pra você, qual o segredo de sucesso da Rádio Ibiza? O segredo do sucesso são as pessoas. Pensa num momento incrível da sua vida, você tava sozinha? Não, né? Eu acho que o grande sucesso foi juntar muita gente bacana. Tivemos um turnover quase de zero. São pessoas que estão desde o começo, que hoje continuam sendo o sucesso da empresa, pessoas como a Aline, o Leandro, o Emerson, o Renato, o Zé Márcio, a Meli Oliveti, a Yasmin Vilhena, eles construíram a empresa junto da gente; nosso sucesso está na capacidade que tivemos de valorizar e entender o humano. Em sua empresa, vocês possuem a felicidade como conceito de trabalho. Como vocês implementaram isso? A felicidade é algo de que nunca abrimos mão. O Rafael

NÃO FAZ NENHUM SENTIDO A GENTE TRABALHAR POR DINHEIRO,

TRABALHAR POR UM MONTE DE OUTRAS COISAS QUE NÃO SEJA A FELICIDADE. Pedro Salomão sobreviver. Eu acho que o que ajudou no mercado brasileiro foi a abertura musical que temos. Uma influência musical maravilhosa, mas ainda consumimos muita música lá de fora. Acredito que esse conceito foi bem aceito. Porém, eu acho que o mundo inteiro precisa da identidade musical. Vocês também são responsáveis pela Filme Ibiza. Conte-nos um pouco desse projeto. A Filme Ibiza foi um projeto que a gente trouxe a partir de uma demanda não percebida. Toda hora, o cliente perguntava sobre a nossa opinião a respeito da imagem; quando a gente foi ver, éramos um consultor de quase tudo que era ligado a marketing auxiliar do cliente, porque a estrutura cresceu e catalogávamos nossos cases. Esse projeto foi fruto, também, de um namoro, de uma paixão, que a gente teve pelo Douglas, nosso sócio, que é o diretor de criação e de fotografia mais incrível que eu já conheci na minha vida. Um garoto que nasceu em São Paulo, passou parte da infância em Londres e acabou morando no Rio, carioca por opção, com uma influência de trabalho com pegada paulista e todo o estilo cultural de Londrina; então, é um poço de referências bacanas.

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e eu, quando abrimos a primeira empresa, éramos muito novos, tínhamos 21 anos, viemos de histórias muito parecidas de família, de pais que perderam tudo. O meu acabou perdendo até a vida, por uma queda profissional, e falamos: “Não faz nenhum sentido a gente trabalhar por dinheiro, trabalhar por um monte de outras coisas que não seja a felicidade”. Como a gente se ama, é irmão, adoramos estar juntos, vamos montar uma empresa que o objetivo principal seja ser feliz. Nunca brigamos, nunca discutimos e somos sócios há 13 anos. Dizemos que nossa relação é a prova de que podemos ser sempre muito felizes com o que fazemos; começamos a escolher as pessoas pela capacidade que a gente tinha de se apaixonar por elas. A minha mulher é do RH aqui da empresa, e ela diz: “Você faz tudo errado, mas dá tudo certo”. E a gente acredita nisso, em uma empresa com valores e com inteligência emocional. Quando você tem uma empresa que se preocupa com o humano, é diferente, você tem que saber a história de vida de cada um, quem é o pai e a mãe do nosso funcionário, do nosso porteiro, por exemplo. O primeiro valor é ser feliz, o segundo é fazer o outro feliz, e o terceiro valor não faz nenhum sentido se os outros dois não forem alcançados. Essa foi a escolha que fizemos.


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-Classe? -Classe C, meu lindo. Mas, assim: com ascendente em B. - Depende muito da Lua. E do dia do mês. É, a gente começa o mês, assim: classe B1. Chega o meio do mês, tá o quê? Classe B3. Mas, ao chegar o fim do mês, é C, certeza. Não tem pra onde correr. Ah, menos o meu cabelo. Meu cabelo é classe A. Esse é um trecho engraçadíssimo da série “As Inclassificáveis”, que os participantes dos meus workshops já conhecem bem. Mas engraçado mesmo é a gente não perceber que as pessoas não gastam segundo seus bolsos, mas conforme o valor que atribuem às coisas. Valor, preço das coisas? Não, pera. Traduza valor como: aquilo que é importante para as pessoas. Exatamente como o cabelo da cliente no trecho acima. Ela pode estar dura o quanto for, mas vai penhorar a mãe, se preciso, pra ficar com o “visu” de celebridade, sempre. Entenda que ela não compra: corte, tintura e escova. Ela compra: sentir-se linda, com cara de atriz, poderosa, fazer inveja para as outras, sentir-se mais sedutora, enfim. E pagou bem mais do que poderia (deveria) por isso. Afinal, seu cabelo é classe A. Ou melhor, ter o cabelo classe A tem mais valor pra ela. E valor nada tem a ver com preço.

Mas, se você perguntar, as pessoas te dirão que compram e decidem comprar sempre se baseando em preço. Mas não caia nessa. Aliás, não pergunte, observe. Pessoas compram segundo a importância (ou o conjunto) de significados que dão às coisas. É por isso que dizemos que pessoas não compram mais coisas. Pessoas compram valor. Então, comece a se perguntar do real valor escondido por trás daquilo que você compra, ou, melhor ainda, daquilo que você vende. Talvez, quando aquele seu amigo prefere pedir pizza em casa, ele, na verdade, não está comprando praticidade ou não querer cozinhar apenas, mas está comprando tempo com a mulher e os filhos. O quarentão, quando entra na academia, não quer só manter a forma, mas quer se sentir na disputa outra vez. O avô, quando gasta mais com o presente do neto, não compra só aquele agrado, mas a compensação do que não pôde realizar com o filho. Então, se você quer se dar bem com os negócios, hoje, é melhor parar de vender coisas e oferecer valor às pessoas. E como a gente cria valor? Ah, isso é papo pro mês que vem ;)

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Por Walter Gonçalves

Para o alto e para os lados Dourados, há cinco anos, é um grande canteiro de obras, com o boom na construção civil

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segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, Dourados, experimenta há cinco anos um boom no setor da construção civil. Por onde se anda, em todas as regiões da área urbana, do centro à periferia, ‘pipocam’ empreendimentos habitacionais ou loteamentos com essa finalidade. As construções crescem para os lados e para cima. Verticalizam-se. São prédios, casas populares e condomínios residenciais brotando aqui e ali. Município polo de uma região com cerca de 1 milhão de habitantes, Dourados reúne serviços públicos e privados que atendem as cidades que gravitam ao seu redor e os próprios douradenses, cuja população só faz crescer. O município tem a segunda maior concentração populacional do Estado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), perto de 210 mil habitantes. O órgão federal estima que, em um período de dez anos, Dourados alcance 300 mil moradores. Sendo líder regional, empresas começaram a desembarcar no município e, com elas, uma onda de novos habitantes. Outros tantos chegam à cidade, atraídos pela infraestrutura oferecida na área de Saúde, pela qualidade do ensino e pelas oportunidades do mercado de trabalho. Esse agito todo provocou uma demanda por moradias maior do que a oferta. A solução foi tornar

Dourados um grande canteiro de obras. E esse cenário continuou de vento em popa, nos últimos cinco anos. Valdenir de Souza Messias, 40 anos, o Pineca, é empresário, proprietário de uma incorporadora em Naviraí, mas com atuação em Dourados. Para ele, pelo fato de o município ser polo de região, a Grande Dourados se torna dependente dele, e isso fomenta o desenvolvimento. “Esse quadro fez e faz crescer o mercado imobiliário. Dourados tem uma demanda anual de quatro mil residências”, quantifica Pineca. Sua incorporadora participa do mercado de imóveis local, com um condomínio fechado que soma 420 lotes para construção de habitações de alto padrão. Cinquenta por cento dos lotes já foram negociados, segundo o empresário. Além desse empreendimento, em junho, a empresa deverá lançar um loteamento com 3,6 mil terrenos, para abrigar imóveis residenciais destinados à chamada classe C, que poderá utilizar, para o negócio, financiamentos por meio do programa “Minha Casa Minha Vida”. Messias adianta que, para 2016, está programando um projeto para construir de 15 a 20 torres, de 10 a 35 andares, com apartamentos voltados para a classe média alta. Ao todo, esses três empreendimentos somam R$ 635 milhões em investimentos. Só

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Por Walter Gonçalves

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o projeto das torres, deverá gerar 500 empregos diretos. Outro componente social que pressiona a demanda por moradias em Dourados é um grupo considerado flutuante, formado por estudantes universitários, com um contingente de 25 mil pessoas. O município conta com quatro grandes universidades: Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), Centro Universitário da Grande Dourados

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(Unigran) e Anhanguera. Esse estrato da população douradense aquece o setor de locação, sempre nos três primeiros meses do ano. Tatiane Costa, gerente de locação de uma imobiliária da cidade, diz que, de janeiro a março, o movimento cresce 100%, em razão da procura por imóveis para alugar, pelos estudantes. “Locamos cerca de 60 apartamentos com dois dormitórios, por mês, na faixa de R$ 800. Nos meses seguintes, esse número cai

pela metade”, explica. Tatiane ressalta que o volume alto de construções destinadas para venda em Dourados fez o mercado de locação cair na real, e o valor do aluguel se estabilizou. Ela revela que um imóvel alugado, hoje, por R$ 800, quando vier a ser locado novamente, valerá os mesmos oitocentos reais.


Para um proprietário de imobiliária local, Ajurycaba Cortez de Lucena, 69, há um nicho ainda a ser explorado no mercado imobiliário de Dourados, que é o de se ofertar imóveis residenciais na faixa de R$ 150 mil a R$ 200 mil. “Não há construções nessa linha de imóveis, que poderiam ser adquiridos dentro do ‘Minha Casa Minha Vida’”, propõe. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Dourados (Sintracom), Aline Chaves Ferle, estima que há em torno de 50 condomínios residenciais em construção na cidade, divididos em 8 a 12 blocos, com média de 14 a 20 apartamentos cada um, além de 100 empreendimentos para fins

comerciais. Para Aline, o que tem fomentado esse boom no setor da construção civil é a facilidade em se obter financiamento e, também, a existência de programas sociais de habitação. Embora o Sintracom Dourados não tenha estatísticas sobre geração de emprego na área, em decorrência da grande rotatividade de mão de obra, a dirigente sindical explica que o número de contratações varia de obra para obra e conforme o tamanho de cada uma delas, indo de 100 até 300 trabalhadores admitidos. Essa rotatividade é refletida nos números do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged): em 2014, a construção civil de Dourados gerou 2.710 empregos,

porém, houve 2.330 demissões. Em média, o setor conta com 2 mil trabalhadores formais. Se a iniciativa privada está fazendo a parte dela, o setor público de construção de casas populares, via programas oficiais, como o “Minha Casa Minha Vida”, tocado pela prefeitura, também tem seus indicadores. A atual administração municipal, do prefeito Murilo Zauith (PSB), desde 2011 até agora, já entregou 2,6 mil moradias. Outras 3,4 mil unidades habitacionais estão em construção ou com projetos aprovados. Até o final da gestão, em dezembro do ano que vem, a prefeitura de Dourados pretende entregar ainda mais três mil moradias, somando, então, 9 mil casas populares.

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Transparência Por Walter Gonçalves

João Leite

SCHIMIDT

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presidente do PDT de Mato Grosso do Sul, João Leite Schimidt, é a própria história da política do Estado. Experiente e habilidoso articulador nessa arte, esse advogado de profissão testemunhou os fatos do antes e depois da divisão de Mato Grosso uno, que deu origem a MS. Para ele, a política sul-matogrossense e os agentes dela ainda estão construindo a sua identidade. “Quem somos?”, pergunta. Na análise desse dirigente partidário, as eleições de Alcides Bernal (PP) e Reinaldo Azambuja (PSDB) são uma prova de que, para viabilizar-se politicamente, o interessado em disputar cargo eletivo precisa sair candidato em Campo Grande, capital do Estado, a qual ele classifica como cosmopolita e metropolitana; por isso, “não tem mais dono”. Observador atualizado sobre os acontecimentos políticos no país, o pedetista, à luz das denúncias de corrupção nos escândalos da Petrobras, vê a chance, já nas eleições municipais de 2016, daqueles partidos que estão à margem desse mar de denúncias, para se apresentarem como novidade aos eleitores. E inclui aí, o seu PDT.

Com as novas regras partidárias que proíbem a fusão de partidos, as restrições para formação de novas agremiações e as que impedem coligações na proporcional, que cenário o senhor vislumbra para as eleições do ano que vem no Estado, especialmente em Campo Grande? Esse esforço que o Congresso fez para acabar com a fusão e a criação de partidos tem em vista a prevalência dos grandes partidos. O PMDB não queria que criassem o PL, para o PL não fazer fusão com o PSD, porque aí

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teria uma bancada maior que a do PMDB. Então, a fatia no Executivo seria maior, e era de interesse do Executivo fazer isso, para diminuir a importância do PMDB. São regras ocasionais, mas há muito tempo foram reclamadas. Se essas regras de agora tiverem vigência para as próximas eleições – hoje, como são feitas as eleições? Você é um partido pequeno, então, você faz aliança, normalmente levando em conta o tempo que você tem em televisão e rádio, porque a mídia hoje é fundamental, comunicação de massa, você precisa fazer campanha na mídia. Então, o partido tem um tempo de televisão, e ele está sendo procurado para fazer aliança, somente por isso, não é porque tenha cunho ideológico ou porque ele tem bons quadros. O PDT, por exemplo, é uma boa grife, porque, além de ter tempo de televisão, tem bons quadros, fundo ideológico, é o fio da história do Brasil. Veio de Getúlio Vargas, passou pelo Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e por todo esse processo na educação. O PDT tem uma história muito bonita; é um partido muito querido para fazer alianças – mas, se acabarem as alianças na proporcional, o partido pequeno não tem como se viabilizar. Terão que lançar candidaturas a prefeito e a vereadores, chapa pura. E aí, o senhor prevê uma enxurrada de candidatos ao Executivo, aqui em Campo Grande? Normalmente, o cara não sai candidato sozinho, alguém vai financiar muitas candidaturas. Tem que ter dinheiro para fazer isso, e o partido pequeno não tem isso. Sendo assim, alguns partidos vão ser estimulados a lançar candidatos para pulverizar, para somente dois irem ao segundo turno. Os grandes partidos vão viabilizar as pequenas candidaturas. É assim que funciona, estou


JOÃO LEITE SCHIMIDT, 78 anos, presidente estadual do PDT.

FOTO JIMENA BAUTISTA

Formação: Direito. Estado Civil: Viúvo, três filhos. Trajetória política: Foi deputado estadual por três vezes, deputado federal, secretário estadual de Justiça e de Fazenda, chefe da Casa Civil e conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-MS).

falando na prática. Se implantarem [as novas regras] nas próximas eleições, ainda vai ter essa cultura. Lá para frente, o embate vai diminuir, e você acaba tendo duas, três ou quatro candidaturas no máximo. Porque você vai ter sempre uma candidatura da situação, defendendo o status quo, uma que combate o status quo e a terceira via, a qual vai dizer que os dois estão errados. Venha comigo, Campo Grande recentemente colocou o Alcides Bernal, mandou todo mundo embora pra casa e elegeu o Bernal, porque já é uma cidade cosmopolita, não tem mais dono. Até então, quem estava no poder achava que era dono de Campo Grande. Essa eleição do Bernal e, depois, a eleição do Reinaldo Azambuja, provaram que Campo Grande não tem dono, é uma cidade cosmopolita, metropolitana. O cara tem que fazer um discurso, tem que fazer campanha. Acho que Campo Grande, nessas eleições, ainda terá uma quantidade de candidatos sem nenhuma perspectiva de ir para o segundo turno. Mas, um quer se eleger para ser

deputado federal, outro quer virar deputado estadual... Então, tem que pôr o nome na roda de Campo Grande, tem que virar candidato em Campo Grande. André [Puccinelli] jamais seria governador se continuasse em Fátima do Sul. Lá não o quiseram, não se elegeu prefeito. Ele veio aqui e ganhou, virou prefeito e governador, mas porque Campo Grande é importante, é preciso passar por Campo Grande para virar político. É o que o Azambuja fez, candidatou-se a prefeito de Campo Grande, embora fosse de Maracaju; teve uma boa votação e se viabilizou. Campo Grande, como Capital, é muito importante para você se viabilizar eleitoralmente. Dr. Schimidt, com as novas regras, entre os grandes partidos, qual deles o senhor acha que pode ganhar com isso? O quadro está mudando. O PT é um negócio avassalador, como o PT vai sair do Petrolão? Como é que vou analisar o desempenho do PT na próxima eleição?

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Transparência

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Por Walter Gonçalves

É um choque. O PMDB está metido no Petrolão tanto quanto o PT; o PSDB também tem histórias que, na hora que começarem a escarafunchar, que for para as hidrelétricas... Os grandes partidos aqui, de Mato Grosso do Sul, são o PT, PMDB e PSDB; o PDT é intermediário. Então, esses três grandes partidos são os que têm, normalmente, o poder. O PT, que está no governo federal, executa um orçamento monstruoso; o vice é do PMDB, e as alianças daí para baixo que esses dois partidos fazem. E o PSDB é a velha UDN, que se vestia de vestal: “todo mundo rouba e eu não”, e está passando isso para a população. É capaz de o povo honrado, sério, nas próximas eleições, votar no PSDB, porque ele está vendendo a imagem de que não é corrupto.

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Mas o PSDB, apesar da vitória de Azambuja, não tem quadros para disputar nos principais colégios eleitorais do Estado. Ou tem? Não tem, mas ele tem em Campo Grande, por exemplo. A Rose Modesto (vice-governadora) é a candidata do PSDB. Ele tem quadros em alguns municípios. Mas ele também pode fazer aliança. Vamos admitir que ele faça alianças com o PDT. O PDT é um partido com mais capilaridade do que o PSDB; estamos em alguns municípios. Nessa última eleição, eu revitalizei a parte eleitoral do partido político, lancei candidatos nas principais cidades do estado. Lançamos candidatos, e isso levou a um debate, que aumenta a capilaridade. Assim, vamos admitir que o Reinaldo queira fazer


[aliança]. Não é dar o Detran, dar um emprego no Detran para o PDT, isso não resolve o problema do PDT, resolve o problema de quem estava desempregado ou muito bem empregado. Ele [o governador] teria essa hipótese de fazer alianças e, também, em última hipótese, de fazer aliança com o PMDB; eles sempre estiveram juntos. O senhor acha então que, como o PSDB, o PDT também pode ser uma novidade no ano que vem? Pode. O PDT pode ser essa novidade, porque continua sendo uma belíssima grife e não tem envolvido em nenhum esquema de corrupção. O PSDB, o PT, o PMDB e o PTB têm problemas, mas o PDT não tem problema. Ele pode se apresentar, por que qual é a caminhada do PDT? O Brasil é um país gigantesco, mas nós não temos conflito racial, religioso, o Estado é laico, temos riquezas incomensuráveis no subsolo, um país importante. Porém, é um país extremamente desigual. Nós existimos na política ou fazemos política para combater as desigualdades sociais, isso é uma coisa permanente. Quando Lincoln aboliu a escravatura nos EUA, ele foi eleito em 1860 (primeira eleição), e a segunda, em 1864. Ele enfrentou problemas, teve a guerra da secessão, mas aboliu a escravidão. Porém, não deu direitos civis para o negro. Cem anos depois, o Martin Luther King lutou para dar direito civil ao negro. Quer dizer, aquela libertação foi um engodo político eleitoral, o negro continuou não podendo ir ao mesmo banheiro que o branco ia, no mesmo ônibus, na mesma escola; foi preciso uma luta para combater essas desigualdades. A desigualdade, a briga racial da segunda grande guerra mundial (judeu é impuro, alemão é puro), isso é algo que nós precisamos combater na raiz. O PDT tem esse norte, de combater a desigualdade, e nós só poderemos tornar esse país justo e evoluído, se dermos educação para o nosso povo. O senhor acha, então, que aqui no Estado, especialmente em Campo Grande, o PMDB e o PT estão em baixa, não têm a mínima possibilidade? Não, eu não digo isso, porque o partido é uma coisa, e as pessoas são outras. Eu acho o André, independentemente do PMDB, um candidato muito forte, ele pode ressuscitar o PMDB, não é? O Zeca do PT é um candidato muito forte, não vai ser candidato, mas é muito forte, independentemente do partido. Você tem lideranças que não dependem do partido. O PMDB, o PT e o PSDB podem ter candidatos aqui (na Capital), e dois deles vão

para o segundo turno, ou talvez o PDT ganhe de todos no primeiro turno, se tiver um bom candidato. Vamos falar um pouco de história, o senhor viveu a política do nosso estado, antes e depois da divisão. Qual é o perfil do político sul-mato-grossense hoje? Olha, nós estamos em construção, estamos construindo a nossa identidade, porque nós éramos mato-grossenses e, de repente, viramos sul-mato-grossenses, culturas diferentes; mas todo o ambiente cultural ficou para o norte, nós tivemos que construir a nossa identidade política e intelectual. A grande economia nossa era a da Erva Mate Laranjeira, era o grande forno da economia; depois, foi para a pecuária e formamos lideranças por aí. O Lúdio Coelho foi um remanescente dessa atividade econômica, que nunca chegou ao governo. Não era por causa dele, ele entrou em momentos errados na política. Em 1965, ele disputou o governo com o Pedro Pedrossian, que era um engenheiro desconhecido da Noroeste do Brasil, que só ia de Três Lagoas a Corumbá; o norte não tinha ferrovia, então, o Pedro era um ilustre conhecido. Mas foi o momento em que o golpe militar de 64 começou a praticar arbitrariedades. Como o Lúdio era vinculado ao regime, o povo que estava contra o regime votou no Pedro. Na outra eleição, em 1986, que ele disputou com o Marcelo Miranda, nós estávamos no PMDB, e ele foi para outro partido e disputou contra o PMDB, que reinventou o Plano Cruzado, e ganhou todas as eleições. São fatos que não dependeram do Lúdio, mas ele representava a elite produtora, era um grande empreendedor, mas não conseguiu chegar. O Azambuja chegou, e eu digo o Azambuja, porque ele é a fotocópia autenticada do Lúdio, em momentos diferentes. Por também ser produtor rural, é isso? Por ser representante de uma categoria que não tinha chegado ao poder. Por isso que nós estamos construindo a nossa identidade. Afinal, quem somos? Somos do comércio, como os silícios, nós somos um povo industrial, somos camponeses, somos produtores de grãos; estamos definindo. Esse pessoal que agora assumiu o poder com o Azambuja representa o conservadorismo... Mas é o que estou dizendo, ele é a fotocópia do Lúdio. O Lúdio, o que era? Então, é a chegada deles ao poder.

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Mas o senhor vê isso como um avanço ou um atraso? Não sei, nós estamos construindo a nossa identidade, isso vai servir para fazer comparações.

mas, politicamente, ela está enfraquecida, o PT está enfraquecido. O que as ruas vão fazer, qual é a força da voz das ruas, isso nós teremos que ver.

Então concorda com aquela teoria, segundo a qual, com a divisão, Mato Grosso ficou com os políticos, e MS com os empresários, pouco afeitos à política? É o contrário, quando dividiu o Estado, os senadores ficaram todos para cá. Eram Rachid Derzi, Mendes Canale e o Italívio Coelho. Lá, ficou zero, deu para acomodar toda a classe política, você tinha três candidatos ao Senado, tinha três primeiros suplentes, três segundos suplentes. O governador foi nomeado aqui, não tinha vice; lá, havia o governador para nomear, e o vice, e toda a bancada. Aqui, não; aqui, estava congestionado. Daí a briga terrível, porque, além desses senadores, havia o Pedro Pedrossian ainda no processo. Então, Mato Grosso ficou limpinho, deu para eles arrumarem tudo lá, e aqui nós continuamos brigando, e estamos saindo disso em um processe lento.

E nessa campanha pelo impeachment da presidente, há aqueles que defendem a volta dos militares ao poder, da ditadura, como é que o senhor vê isso? Eu vi isso de perto, porque estava saindo da universidade em 1964, eu vi, eu estava no Rio de Janeiro, então eu vi, ninguém me contou, e eu era uma pessoa que fazia política, que gostava disso. Então, eu vi. Isso é uma barbaridade, porque o problema não é o poder exercido lá. Botaram o Castelo Branco, era intelectual, um homem bom, mas o problema era o guarda da esquina, esse é que é o problema nas ditaduras. Ditadura não é coisa boa, nem de civil, nem militar, principalmente de militar, porque são corporações que se conjugam e, dificilmente, saem rapidamente do poder.

Agora no cenário nacional, a questão da operação Lava Jato, com essas investigações. O deputado federal Vander Loubet (PT) será investigado. Que impacto todo esse escândalo da Petrobras vai ter nas próximas eleições? Eu acho que vai ter muito. Porque já estão pedindo nas ruas o impeachment da Dilma. É a primeira vez que eu vejo uma movimentação precoce para interromper um mandato de um presidente da República. Teve o do Collor, mas por outras razões, porque ele se envolveu pessoalmente. Havia o PC Farias, que pegava o dinheiro e formava fortuna, aquela coisa toda que foi provada. A Dilma não deve ter participado disso (corrupção na Petrobras), mas a eleição dela deve ter participado, porque o dinheiro vinha de algum lugar para fazer campanha. Uma campanha de presidente da República é um negócio astronômico, o impacto é muito grande no exercício do poder. Agora, ela tem o Senado Federal, o Renan Calheiros, que é do PMDB, e na Câmara, o Eduardo Cunha, ambos investigados. E eles só têm uma coisa a fazer, juntar todo mundo contra o governo, para poder encurralar o governo e ver se muda o foco. Acha que ela corre o risco de sofrer impeachment? Eu não sei se corre o risco. Se ela não tem o Senado nem a Câmara, ela só tem o Poder Judiciário, todas as lesões de direito podem ser apreciadas pelo Poder Judiciário;

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O senhor acha que o PSDB está surfando nessa onda? Eu acho que o PSDB, como disputou uma eleição e perdeu por muito pouco, e detém o maior estado da União, que é São Paulo, é mais forte lá, há muitos anos, e no Paraná também. Mas São Paulo é a locomotiva; é ali que estão as multinacionais, é ali que está o grande capital, as grandes empresas. Você governar um estado como São Paulo é diferente de governar Mato Grosso do Sul. Tem peso, e um peso eleitoral fantástico. O PSDB começa com esse capital. Mas não soa como sendo um golpe? O impeachment da Dilma não ajuda ninguém. Por que, teoricamente, se ela for retirada do poder, o vice é o Michel Temer, que é a ascensão do PMDB ao poder, o qual nunca disputa a Presidência da Republica. Quando disputou, perdeu; teve pouquíssimos votos com Orestes Quércia e Ulisses Guimarães. O PMDB é um partido organizado para não ganhar a Presidência da República. Bota alguém lá e eu cuido aqui; ele toma conta do Congresso Nacional. Esse partido pode chegar à Presidência, se cassarem a Dilma. Interessa ao PSDB isso? Interessa ao PT? Interessa a quem? Interessa ao Brasil? O impeachment da Dilma é uma coisa muito improvável, mas é um movimento para desestabilizar o PT, um movimento poderoso. Dr. Schimidt, como o senhor vê esse ódio que tem sido estampado nas redes sociais? Na internet, todos falam


o que querem. Há preconceito e gestos a favor de um retrocesso, isso não é perigoso? Olha, eu tenho dito, permanentemente, que nós tivemos três grandes revoluções culturais para chegar onde você está falando. A primeira foi a imprensa, fechando o século 18. Gutenberg inventou a prensa tipográfica, mas o povo era analfabeto, só quem sabia ler era a Igreja, quem mandava no mundo era a Igreja. Foi uma revolução que, muitos anos depois, deu resultado; mas, no momento, de repercussão diminuta. Fechando o século 19, Marconi cria o rádio. Então, o cara não precisa ler, o cara ouve, informa-se ouvindo. Mas o mundo não ficou nem mais perigoso nem menos perigoso, o homem é o homem, sempre. A terceira grande revolução, a internet, ela vai mexer com o ser humano, e é imutável. O homem é bom e é ruim, essa é uma discussão que nos leva à parábola do bom samaritano (aquele da

seja ladrão, corrupto. A Petrobras é um símbolo nacional, símbolo da inteligência, da pesquisa. Quando atingem esse símbolo, é um problema danado. É uma revolução para recuperar esse símbolo, não é nem contra ninguém. Como é que podem roubar a Petrobras? Essa reação é por causa do símbolo, a luta toda, né? E eu acredito que vai ter muito pano pra manga, mas o homem, na sua essência, ele consegue se manter bom e mau. Quais reformas devem ser feitas efetivamente, de acordo com o senhor? Primeiro: partido político tem que ser a coisa mais importante, muito importante, e haver muitas exigências para se formar um partido político. Você não pode proibir a minoria de fazer política. Mas partido tem que ser uma coisa séria. Para ser partido político, tem que ter requisitos, grandes requisitos; senão, qualquer um funda

O impeachment da Dilma não ajuda ninguém.

Por que, teoricamente, se ela for retirada do poder, o vice é o Michel Temer, que é a ascensão do PMDB ao poder, o qual nunca disputa a Presidência da República. Bíblia, que socorreu um homem ferido na estrada). As redes sociais são importantíssimas, mas o ser humano, na sua essência, é inatingível. Nós sabemos o que é bom e o que é ruim, entendeu? Acredito que movimenta, vai para as ruas, mas a rede social não tem controle, todo mundo vai lá e fala. Quem é esse todo mundo? Afinal, nós temos instituições sólidas, você pode dizer que tal coisa vai bem ou vai mal, mas são sólidas. Nós fizemos o julgamento do mensalão, foi terrível, mas aconteceu e teve sentença. Nós cassamos um presidente da República dentro da lei, pelo Congresso Nacional. Fizemos eleições todos os anos, de tanto em tanto nós temos eleições, e se prova que o cara comprou voto, é cassado. Então, as instituições estão funcionando. O que ocorre é que, em determinado momento histórico, as decisões de governo agridem o senso comum, ninguém quer que o governo

um partido, não pode ser essa banalização. Segundo: partido que quiser ser partido tem que disputar eleição para o Executivo e para o Legislativo; nada de alianças na proporcional, isso tem que acabar. O partido vira partido e, se não der conta, ele sai da fila. Outra coisa é o voto distrital, que pode ser distrital puro ou misto, mas a verdade é que tem que implantar. Eu vejo aí, como é que pode um cara ser candidato aqui e ser lá de Mundo Novo? O cara tem que estar vinculado a um distrito, prestar conta, o eleitor tem que acompanhar o candidato. É importante o voto distrital, que pode ser misto, ou seja, uma parte eleita no distrito, e outra universalmente. São as reformas que eu considero fundamentais.

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A questão da corrupção, o episódio da operação Lava Jato, o senhor acredita que vai ser um divisor de águas; a partir de agora, o político vai pensar dez vezes antes de entrar numa falcatrua? Eu acredito que não. Porque, segundo os operadores, a operação estava em marcha, e o pessoal continuava recebendo dinheiro, a propina continuava entrando. Os corruptos, ativos e passivos, mudam. Pune-se todo mundo, e no fim é assim, isso é da essência do homem. É muito complicado você encontrar pessoas com boa formação republicana.

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Mulheres de César, não há? Não. A formação republicana não é comum. Eu nunca mexi nas coisas públicas. Dinheiro público é dinheiro público. Mas eu me preparei psicologicamente para isso, eu fui tentando. Eu não sei se eu sou um homem correto ou se sou um homem covarde, entendeu? Ainda não cheguei a essa conclusão. Mas nunca me encantaram essas coisas fáceis. Porém, há pessoas que precisam de muito dinheiro para viver, e outras, não. São as pessoas que podem ter boa formação republicana, que respeitam a coisa pública. Nós temos que ensinar isso no colégio, para o pessoal entender o que é República, o que é coisa pública, o que é ser republicano, o que é ser corrupto. Nós temos que ensinar nossa juventude, nossas crianças. Aí, você chega lá na frente, não irá ter mais; ninguém quer, porque não é nobre, é imoral, é pouco ético, porque o cara é ladrão, é corrupto, é quadrilheiro; uma coisa puxa a outra, e quem quer ser isso? Mas, como o cara não tem essa formação, a formação dele já é assim, mudam os corruptos, tanto os ativos quanto os passivos. REFORMA POLÍTICA. COMO O SR. VÊ AS TESES, COMO MANDATO DE CINCO ANOS, SEM REELEIÇÃO, POR EXEMPLO? Eu já vi todas essas teses, já passei por tudo isso. Quando nós tivemos eleição em 1965, que foi a última eleição direta, vencida pelo Pedro Pedrossian, o mandato do governador era de cinco anos. Cada estado tinha a sua constituição, uns eram de quatro anos, outros de cinco; aqui era de cinco, depois foi para quatro. Eu já vi prorrogar mandato de prefeito, de quatro para seis anos, para coincidir as eleições, nós só não tínhamos a reeleição. Duas coisas que nós não tínhamos: segundo turno e reeleição. A importância de um segundo turno é o cara governar com maioria absoluta. E a reeleição para o Brasil foi uma boa: o Fernando Henrique se reeleger e o Lula se reeleger. O Fernando Henrique fez as reformas, implantou todas as reformas, desde a

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moeda, saneou os bancos, lei da responsabilidade fiscal; implantou um mundaréu de coisas e saiu mal porque teve que implementá-las no segundo mandato. Mas houve continuidade. O Lula ganhou, não mudou a política econômica, a política macroeconômica continua a mesma, do mesmo jeito. O Brasil teve avanços, melhorou, a classe média teve ascensão, o salário mínimo encontrou um patamar razoável, mas havia uma exaustão. A Dilma foi eleita por um esforço financeiro muito grande, mas o povo não queria mais, nós sentíamos isso, mas ela ganhou. Então, a reeleição foi boa nesses dois momentos. Agora, o pessoal discute que não é bom, porque querem o poder. Para chegarem ao poder, eles abrem mão da reeleição.


Opinião

SE QUER PROTESTAR, PROTESTE, MAS…

“D

e tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Esta frase não foi pronunciada por nenhum político ou por nenhuma pessoa que vive no atual momento do Brasil, foi dita por Rui Barbosa, um dos maiores

_ DIRCEU PETERS

É ARQUITETO E URBANISTA E ENTUSIASTA DAS CAUSAS POLÍTICO-SOCIAIS.

pensadores desse país, em 1914, em discurso proferido no Senado Federal, quando exercia seu mandato. No início do século passado, essa preocupação já fazia parte do cenário brasileiro. O movimento das ruas no dia 15 de março de 2015 vai ficar marcado na história do Brasil como a maior manifestação política já realizada. O ódio a um partido ou reivindicação da volta dos militares ao poder, por parte de uma minoria, não pode invalidar o movimento, ao mesmo tempo em que não se pode tomar Ronaldo Caiado, Álvaro Dias, Eduardo Cunha, José Agripino ou Jair Bolsonaro como arautos da democracia. Muito se tem dito sobre a divisão do Brasil em dois grandes grupos (desde a eleição), mas não entendo dessa forma, pois cada pessoa tem um olhar, e parece que esse olhar é só para a sua realidade. Eu, por exemplo, não me encaixo em nenhum desses dois grupos. O mundo está falando do momento de escândalo pelo qual passa o Brasil e, em função disso, a imprensa internacional volta seus olhos para nós. O jornal inglês The Guardian fala de “um grupo mais velho, mais branco e mais rico”, comparando com as manifestações de 20 de junho de 2013, quando a população também saiu às ruas para protestar. Isso quer dizer o que, exatamente? Que outras pessoas se incorporaram às manifestações, ou

esse movimento é diferente do outro? Esse protesto é bastante válido, pois mostra a insatisfação das pessoas e sacode a classe política, que se encontrava em uma zona de conforto, com um partido detendo o Poder Executivo no país, outro detendo o Poder Legislativo e, ainda, outro detendo o poder no mais importante estado da nação. Será a deterioração da economia, ou a política, a corrupção que está movendo as pessoas? Vamos ficar no “coxinhas x petralhas”, ou vamos evoluir e propor uma discussão política na qual se defina o papel de cada um no Estado Brasileiro? Vamos sair desse binômio esquerda x direita, azul x vermelho, vamos avançar; afinal, não estamos tratando de um jogo de futebol. Tenho me manifestado inúmeras vezes sobre a situação em que se encontra o país e posso estar me tornando repetitivo, mas não consigo enxergar outra saída, a não ser seguir o modelo adotado por países que tiveram na educação seu pilar para o desenvolvimento, e que não vi como pauta de reivindicação no movimento das ruas.

“Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Paulo Freire

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ILUSTRAÇÃO CASSIO SHIMIZU

Por Clarissa de Faria

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De passagem... Uma cama, quatro paredes, um prato de sopa e uma conversa amiga

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ifícil imaginar um lugar em que se passam apenas alguns dias, semanas e até meses, mas apenas de passagem, em busca de uma acolhida temporária com direto à comida, a um banho e uma cama. Uma busca curta, de tempos em tempos, por algo que nos sustente por algumas horas, como um prato de sopa, por exemplo. Ao adentrar no Cedami (Centro de Apoio ao Migrante), mantido pela Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos (AARH), percebi o que significava essa busca apurada por algo tão simples e, ao mesmo tempo, difícil. Entre tantos rostos soltos e histórias vagas, uma delas me chamou atenção. Esse conto tem uma protagonista com nome, sobrenome, uma família distante e uma nova vida que chegou ao mundo de forma inesperada. Falo da Tamara Santos Amorim, 19 anos, que está abrigada no Centro há quase um mês.

Natural de Castanhal, no Pará, ela conta que foi a Ponta Porã passear com umas amigas e, durante aqueles dias, passou mal e descobriu que, antes mesmo de chegar a Mato Grosso do Sul, já estava grávida. Em Campo Grande, foi onde teve atendimento, em virtude do estado em que estava; recebeu medicação para conseguir segurar o bebê, mas sem sucesso. Aos cinco meses de gestação, ela deu à luz Athos Samuel, que recebeu este nome logo após o parto, já que ela ainda não sabia o sexo do bebê. Filha de uma cabo da Polícia Militar do Pará e de um operador de máquinas pesadas, ela não revelou o real motivo pelo qual estava em Ponta Porã. De voz doce, segura e muito corajosa, senti verdades, mas algumas omissões. Compreensíveis, por isso, respeitei. Todos os dias, Tamara vai à Santa Casa e passa o dia todo com seu bebê, que está no CTI Neonatal. Às

20 horas, retorna para o Cedami, onde faz sua refeição noturna e repousa para, no dia seguinte, começar tudo de novo. Hoje, com 25 dias, o bebê encontra-se em condição estável, pesa 700 gramas e, há duas semanas, começou a ingerir leite materno por sonda. “Ele não tem previsão de saída, precisa sempre engordar mais e mais. E, a cada dia, é um mililitro a mais que ele toma de leite.” Ela garante que recebe todo o auxílio do hospital, principalmente da assistência social e das psicólogas, as mesmas que a encaminharam para o Cedami, após descobrir que Tamara não tinha para onde ir. Sobre os planos daqui para frente, quando o bebê receber alta, o desejo é voltar para Castanhal, retomar os estudos e cursar enfermagem, que, segunda ela, é um sonho, após tudo o que tem passado com seu bebê prematuro.

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Por Clarissa de Faria

Uma casa e um prato de sopa no fim do dia Assim como Tamara, outras dezenas de pessoas têm o Cedami como uma segunda casa, outros como a única. Todos os dias, centenas de refeições são distribuídas, tanto para os alojados quanto aos moradores de rua das redondezas. Irmã Liliana Dal Santo é a responsável, junto a alguns funcionários, de atender todas essas pessoas. É ela quem serve o sopão, quem normalmente estende a mão e ouve os lamentos e as histórias de muitos deles. Por ela ser italiana e ainda ter sotaque da língua da terra natal, tive dificuldades para entender seu linguajar, mas a doçura nos olhos e a disposição em me atender fizeram tudo fluir com naturalidade. Ela perambulou comigo por todos os cantos do centro, inclusive, fomos a outro abrigo, que fica logo ao lado, um berçário com 10 crianças, de 2 meses até 2 anos e meio de idade. À medida que eu descobria cada cantinho daquele lugar, cada rosto

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de jovem, de morador de rua, de alojado e até mesmo daqueles bebês, não tinha como tudo aquilo não me fazer repensar sobre a nossa existência e o real motivo por estarmos aqui. A não ser o único: doar-se. Irmã Liliana explica que o Cedami foi implantado em 1984 e se propõe, desde o início, a receber migrantes e famílias em trânsito por Campo Grande, na forma de abrigo provisório, enquanto buscam atendimento às suas necessidades básicas de sobrevivência. Mantido exclusivamente pela Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos (AARH), o centro ainda conta com doações de pessoas isoladas. “São almas boas que nos auxiliam sempre, da forma como podem, e, assim, vamos mantendo de pé tudo isso que vocês estão vendo.”


ILUSTRAÇÃO CASSIO SHIMIZU

O Cedami fica na rua Visconde de Taunay, 96. Para doações e mais informações ligue (67) 3325-7819.

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Astral

Áries B

_ TECA SILVA É ASTRÓLOGA E TARÓLOGA. TWITTER: TECA_ASTRO FACEBOOK.COM/TECAEMAJU

tecaemaju@hotmail.com

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em depois do aguaceiro de Peixes, onde todo mundo ficou paradão, mais emocional, mais sensível, ou colocou para fora todas as suas loucuras, chegou a hora de entramos no período do “sacode, minha gente”, e vamos nessa. Áries deu o ar da graça no dia 20 de março, trazendo junto o Ano Novo Astrológico, que é quando acontece o equinócio e uma nova estação se inicia. Aqui no hemisfério sul é o outono, mas no hemisfério norte é primavera. Áries é a pressa em pessoa, porque é a criança que acabou de nascer. Quem convive com ariano sabe, a frase que mais falam é: Não tenho paciência para esperar. Por essa pressa e ansiedade de viver, quebram a cara milhões de vezes. Aliás, a cabeça é seu ponto fraco porque vivem batendo em algum lugar. Lembrem-se sempre da criança que existe dentro deles e das inúmeras birras que você já conhece, é normal. Briguento, muito briguento, tem fama de bravo, mas eu diria que ele é apenas estressadinho. Faz o maior auê, faz confusão, fala, fala, mas depois volta a ficar calmo. O elemento de Áries é o fogo, tem que queimar, o que não dá é para nada acontecer, isso os irrita. Sabe aquela turma que adora iniciar, mas tem dificuldade de terminar?

É bem isso. Mas alguém tem que dar o start e é essa a missão do ariano, ele começa e Touro mantém. Emocional, chorão, ele é do momento, se sentiu já faz. Apaixona-se rápido e desapaixona também, aliás, Gêmeos e Áries costumam se dar bem por isso. O que ele curte mesmo é ser caçador, adora um desafio. Para ele é primeiro lugar sempre. Por isso você verá muitas pessoas arianas em esportes de velocidade, luta, e que envolva muita competição. Ayrton Senna era ariano. Marte, deus da guerra, é o regente do signo e do nosso ano de 2015, prepara-se para fortes emoções e muitas brigas, a nossa política que o diga, já começaram os embates. Ansioso, o ariano sofre muito por conta isso, sofre antes, durante, mas depois não. O motivo é porque ele sempre atropela tudo. E mesmo com tudo isso são encantadores, esfuziantes e sedutores, não é pra desistir, só não pode ser parado, porque ele vai te arrastar na pressa dele, que nem um tsunami. Em algum momento você pode os achar arrogantes, porque adoram dizer tudo na cara para causar, nunca se esqueça de que ele é a eterna criança do zodíaco. Como canta Daniela Mercury: Sou ariano torto, vivo de amor profundo. A gente conserta e depois coloca no colo.



Pensando bem

O VALOR DA

esperança P

_ RAFAEL BELO É JORNALISTA, ESCREVE

DESDE CRIANÇA E PASSOU A POSTAR FOTOS E TEXTOS DE SUA AUTORIA EM 2008 NO BLOG olharesdoavesso.blogspot.com QUE COMPLETA SETE ANOS.

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ela janela do quarto, entram prédios, casa, carros, sons, o entardecer, o amanhecer e o decorrer do dia. Pela janela dos olhos, poderia ser o tédio a entrar, se não fosse o constante movimento da vida. É quase um assédio o vento trazendo o valor do prestar atenção e poder oferecer algo em troca, pela simples satisfação de fazê-lo. Ajudar, olhar, sorrir... Parecem assustar separadamente, e quando juntos o fazem de verdade. Às vezes, somente olhar e enxergar o outro é como estender a mão. Quantas pessoas não têm o que comer, beber, vestir, enquanto estamos fartos de todos esses itens, inclusive os desperdiçando? Quantas peças de roupa temos para sete dias da semana? Quantos calçados para só um par de pés? Quanto custa a esperança do próximo? Alguns minutos do nosso tempo, um reduzir da nossa correria diária... Não sejamos os selvagens capitalistas que somos, esperando o retorno de uma boa ação. É melhor não fazê-la... Não, faça assim mesmo... Há uma leveza, um brilho no olhar, uma luz naquela escuridão do meio-dia, em meio aos semáforos fechados, nas calçadas e nos cantos da cidade, mãos estendidas em odores tristes e vestes em trapos; uma reação inspiradora é viciante, capaz de nos dar o perdão necessário pela nossa omissão. Não é de dinheiro que falo.

Há alguns meses, almoçando um prato feito, o PF, eu me peguei dividindo a comida e, questionado, me dei conta do feito. Estava pensando em um marmitex. Imaginava as inúmeras abordagens a caminho de casa ou do trabalho, por pessoas das quais desconhecia os fatos de estarem naquela situação. Naquele dia, não encontrei ninguém no semáforo. Era uma sexta-feira. Pagando as contas do mês, vi o céu nublar e uma chuva vindo ao longe. No caminho até o carro, para pegar o guardachuva, instantaneamente sorri, ao me imaginar abordado pela pessoa que via logo à frente. Eu tinha exatamente o pedido. Olhei para ele. Era um homem com cabelos crespos por cortar, barba grande, roupas sujas, descalço, e o perfume do descaso. Ao olhálo, percebi a surpresa nele e a preparação de uma história tantas vezes repetida. Esta começou pedindo um marmitex. Eu tinha um quentinho para ele. Sorrindo, espantado, ele me seguiu até o carro ainda sem acreditar. Quando entreguei o marmitex, ele parecia felicíssimo, sentindo não só o calor da comida. No mesmo instante, refleti que a esperança só precisava de ouvidos, palavras, um bom banho e um sorriso sincero. Senti que poderia tê-lo alimentado "apenas" com atenção.


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