Desenvolvimento Comunitario- Manual De Boas Práticas- A Experiência de Santo Antão (Cabo VERde)

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trabalho das FAIMO - Frentes de Alta intensidade de Mão-deobra e isso não aconteci sempre. Hoje, graças ao projecto já conto com o meu ganha-pão diário. Cultivo hortaliças diversas e os coloco no mercado local, regional e noutra ilha, O meu terreno está todo desbravado, utiliza sistema moderna de rega gota-gota, conseguido com o meu esforço com a parceria do Ministério da Agricultura e do projecto Boornefonden.

Rui Pedro da Luz Agricultor, beneficiário do projecto

A luta para a redução da pobreza deve, atender ao seu carácter complexo e multidimensional (económico, social, cultural e político), pelo que o combate à pobreza deve ser direccionado para as causas da pobreza, incluindo-se nestas os comportamentos e atitudes reprodutores da pobreza. A satisfação de necessidades básicas deverá ser acompanhada de um trabalho mais aturado junto das comunidades de forma a criar condições colectivas para o seu combate, e reforçar capacidades individuais melhorando a capacidade de acesso a meios de produção e a capitais, desenvolvendo oportunidades de actividades geradoras de rendimento, e deste modo de uma maior inserção nos mercados e na economia.

“Vivia com a minha família numa casa à renda. Muitas vezes passávamos por muitas privações sobretudo no como pagar a dita renda devido aos parcos recursos económico – financeiros da família. Por minha iniciativa apresentei o meu problema ao ACD local que por sua vez fê-lo chegar ao CRP. Numa primeira vez não fui contemplada devido a existência de outras famílias com maiores dificuldades. Na segunda Assembleia Comunitária, fui seleccionada e logo o meu projecto passou a fazer parte do programa do CRP-SA/PLPR e em parceria da Câmara Municipal do Porto Novo para construção de Habitações Sociais. O projecto foi financiado, tendo a minha família comparticipado com materiais inertes existentes na localidade. A minha família não poupou esforços e ajudou na criação das condições mínimas de habitabilidade. Tomei conhecimento através do CRP, da existência de uma linha de crédito posta a disposição pela UCP (Unidade de Coordenação do Programa Nacional da Luta contra Pobreza) executado pela AMUSA (Associação para Mutualismo em Santo Antão). Candidateime e consegui um financiamento de cem mil escudos que investi na abertura de um pequeno comércio (mercearia). O valor devia ser pago num período de 12 meses mas que por vontade própria não teve período de carência ficou para 14 prestações mensais. Entretanto como os negócios decorriam normalmente e os lucros davam margem para tal, antecipei a amortização do crédito para solicitar um outro de maior capital com objectivos de construir no terraço da habitação, um espaço para bailes e outro para confecção e fornecimento de comes e bebes diários e sobretudo nos fins-de-semana. Pelos motivos acima apontadas, deixei de frequentar as aulas no Ensino Secundário mas com a exploração do negócio, venho criando condições para continuar os estudos e sintome um tanto realizada, bem assim a minha família que é constituída por quatro elementos. Hoje vivemos em melhores condições de habitabilidade e com melhor conforto. Os meus rendimentos aumentaram, facilitando assim a educação dos meus filhos e fomentando a tranquilidade do meu lar. Sinto que as necessidades básicas da minha família estão sendo minimamente satisfeitas.”

Evanilda Évora Beneficiaria de projeto


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