4 semanas de prazer

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– Quebra de segredo de justiça é mais comum nessa cidade do que você imagina –– torci o nariz para sua risada. –– Saberia disso se dedicasse mais tempo aos próprios casos em vez de vigiar os dos colegas. – O caso Monroe era meu caso. Antes de você roubá-lo, lembra? – Somos uma equipe, Greg – sorri. – Não há isso de meu cliente ou seu cliente. – Éramos uma equipe, Dom – ele corrigiu. – A partir de amanhã, eu vou embora para bem longe de você e de seu veneno – ele me ofereceu uma taça. – Aqui – anunciei com um falso tom de diplomacia, levantando minha taça. – Um brinde a você. – Não esperava isso de você – sorriu, levantando sua própria taça. – Vai ser clichê como os outros e dizer que não se importa que eu vá para longe desde que seja feliz? – Vou dizer que não me importo se você será feliz desde que vá para longe – confessei e bati meu copo contra o dele. – Isso não está envenenado, está? – brinquei. – Infelizmente, não – ele respondeu, bebendo. – Tem um gosto horrível de champanhe barato – eu disse com uma careta. – Você acha que eu ia gastar dinheiro com você? – riu. – É mais do que você merece – Ele bebeu mais um pouco antes de ficar em um profundo silêncio. – Não quero sair daqui com inimizades, Dom – disse finalmente. – Não acho que você seja tão ruim quanto demonstrou ser… A vida inteira – disse sorrindo. – Os que me conhecem há mais tempo que você dizem que eu sou ainda pior. – Meu avô dizia que as pessoas amargas geralmente têm motivos para serem assim. Então, seja lá qual for o seu motivo… – Qual o seu problema? – interrompi. – Só quero dizer que, no que depender de mim, não há mais qualquer clima ruim entre nós. Está desculpada.

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