Trabalho de filosofia tg flipa 1

Colégio Júlio Dinis

Os direitos das mulheres como direitos humanos

Ana Rita Correia n.º3 Andreia Santos n.º6 Filipa Formosinho n.º16 Sofia Jorge n.º23 10ºA

Vamos continuar nossa jornada para o nosso destino de paz e educação. Ninguém pode nos parar.

Vamos falar por nossos direitos e vamos trazer a mudança para a nossa voz. Nós acreditamos no poder e na força de nossas palavras. Nossas palavras podem mudar o mundo inteiro, porque estamos todos juntos, unidos pela causa da educação. E se quisermos alcançar o nosso objetivo, então vamos nos fortalecer com a arma do conhecimento e vamos protegernos com a unidade e união.”

[Discurso, ONU, 2013] “

―

Malala Yousafzai

Filosofia- Os Direitos das Mulheres

Índice

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4 1.

1.1.

Declaração Universal Dos Direitos Humanos .................................................................... 5 Os Direitos das Mulheres pelo Mundo.............................................................................. 5

CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 10

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INTRODUÇÃO

Ao longo de toda a história da humanidade, as mulheres foram ocupando diferentes estatutos na sociedade, dependendo da época e/ou da cultura em que se encontravam.

Segundo os dicionários de Língua Portuguesa, o significado da palavra mulher aparece frequentemente como “o feminino de homem” e, com esta definição, torna-se evidente que a mulher sempre foi considerada inferior ao homem. É um facto que todos nós vivemos num mundo dominado pelos homens, embora mais de metade da população mundial seja do sexo feminino. Durante grande parte da história da humanidade, as mulheres foram tratadas como um ser adjacente ao homem, sendo vistas como realizando funções secundárias aos olhos da sociedade. A função da mulher era, de certa forma, servir o homem e fazer com que a espécie humana perpetuasse no tempo. A mulher vivia então, confinada às regras impostas pelo homem, evidenciando a sua inferioridade perante ele.

Gradualmente, as mulheres foram subindo na escada da sociedade e, atualmente, ocupam cargos de maior reverência. No entanto, o número de mulheres no poder é muito reduzido em relação ao número de homens e em certas regiões a influência cultural permanece bastante retrógrada, verificando-se que a mulher continua a ser um ser de menor importância

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1. Declaração Universal Dos Direitos Humanos Segundo o 1º artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direito, dotados de razão e de consciência, devendo agir uns com os outros em espírito de fraternidade. Bom, na prática isto não acontece, nem mesmo nas sociedades mais desenvolvidas do mundo. Em todo Fig.1 - símbolo da declaração... ¿?? planeta, há diferenças entre os direitos das mulheres em comparação com os dos homens, embora em alguns locais do globo a diferença seja mais acentuada e, em outras partes, seja mais suave, mas mesmo assim, existente.

1.1. Os Direitos das Mulheres pelo Mundo Um dos locais onde as mulheres são claramente vistas como inferiores, quando comparadas com os homens, é nos países com a maioria da população praticante do islamismo. Nesta cultura, são impostas várias regras às mulheres, o que as impede de ter os mesmos direitos, posses e liberdade que a população masculina. Na religião islâmica, os crentes regem-se pelo Alcorão, e este, por sua vez, inflige na população feminina proibições e obrigações pelas quais se torna claro a diferença de poderes entre homens e mulheres. Na visão do Islão, as mulheres não devem ter o direito à educação, uma vez que a sua função é agradar ao homem e cuidar da casa de família, e portanto, não necessita de estudos para isso.

Adicionalmente, a mulher islâmica não podia ir às mesquitas uma vez que, segundo a religião, o ambiente na igreja se tornaria impuro devido à mistura de sexos. Atualmente, a mulher já tem autorização para frequentar o recinto religioso, porém Fig. 1 - Mulher afegã encontram-se separadas dos homens, estando estes na parte da frente e elas na de trás. Também está estipulado que a mulher deve ter uma vestimenta modesta ocultando, sempre que possível, o

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máximo de pele, estando apenas autorizada a mostrar-se perante o seu marido ou familiar próximo.

Ao que conseguimos apurar, neste tipo de religião, a mulher apresenta em todas as ocasiões, inferioridade perante o homem, uma vez que necessita da autorização do seu pai ou marido para realizar ações quotidianas (como por exemplo, aprender a conduzir).

2. As relações entre os sexos (atualmente género)

Quando nascemos, o nosso destino pode ou não estar traçado, porém encontra-se sempre delimitado dependendo do sexo com que a criança vem ao mundo.

Simone de Beauvoir, no seu livro intitulado “O Segundo Sexo”, publicado em 1949, que originou uma revolução feminista, a autora afirma que: “Enquanto o homem e a mulher não se reconhecerem como semelhantes, enquanto não se respeitarem como pessoas em que, do ponto de vista social, politico e económico, não há a menor diferença, os seres humanos estarão condenados a não verem o que têm de melhor: a sua liberdade.”

Nesta obra, a autora defende que os direitos das mulheres devem ser iguais em todos os sentidos aos dos homens, uma vez que os dois seres são idênticos em todos os pontos de vista da sociedade e, por isso, não faz qualquer sentido lógico, nem moral, impor-se barreiras entre as capacidades de ambos os sexos.

Nas sociedades atuais mais desenvolvidas (como é o caso dos países ricos) as diferenças tendem a atenuar-se, no entanto ainda somos capazes de as encontrar facilmente. Por exemplo, quando duas pessoas de sexo oposto exercem a mesma profissão, no mesmo posto, na mesma empresa, é frequente que o indivíduo do sexo masculino receba como seu salário uma quantia monetária superior. A diferença pode não ser bastante notória, porém, existe, o que gera grande revolta na comunidade feminina, uma vez que ambos produzem o mesmo e trazem os mesmos benefícios para a empresa em questão. Este problema afeta toda a população feminina em todas as partes do mundo, como é o caso da atriz Emma Watson (embaixadora da boa vontade da ONU) que em 2014 lançou uma campanha sobre a igualdade de género e da afirmação das mulheres, denominada “He For She” (Ele Por Ela) que apelava para que em todas as áreas profissionais os homens da secção em que se encontram lutassem também para que os salários e os direitos de todos os funcionários fossem os mesmos entre todos, independentemente do sexo com que nasceram.

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A atriz afirma que “definir cargos ou salários não deve ser uma questão de género, mas sim de competências”.

2.1 Violência Nas Mulheres Denomina-se “Violência contra as mulheres” qualquer ato de violência de género do qual resulte sofrimento físico, sexual ou psicológico numa mulher, ou mesmo na sua morte, incluindo as ameaças de tais atos, a privação arbitrária de liberdade que ocorra, quer na vida pública, quer na vida privada.

A origem de casos de violência sexual, discriminação, preconceito, agressões verbais, etc.. , está na assimetria/desigualdade, tanto a nível económico como profissional, das relações entre homem e mulher.

Décadas de mobilização da sociedade civil e dos movimentos de mulheres têm colocado o fim da violência de género no topo das agendas nacionais e internacionais. Um certo número de países têm leis contra a violência doméstica, agressão sexual e outras formas de violência no entanto, os desafios persistem na implementação dessas leis. No geral, não há iniciativas eficazes de prevenção da violência contra a mulher e, quando esta ocorre, muitas vezes os culpados permanecem impunes ou são condenados a penas brandas.

Este tipo de violência é, muitas vezes, justificado por questões culturais ou mesmo religiosas, dependendo do país onde a mesma é praticada. Mas, como ressalta Luisa Bairros, doutorada em Sociologia pela universidade de Michigan: “Não é a violência que cria a cultura, mas é a cultura que define o que é violência. Ela é que vai aceitar violências em maior ou menor grau a depender do ponto em que nós estejamos enquanto sociedade humana, do ponto de compreensão do que seja a prática violenta ou não.”

Devemos, então, questionar-nos que tradições ou padrões culturais pretendemos manter mas, sobretudo, em que sociedade desejamos viver.

3- Homens e mulheres: iguais ou diferentes?

No seguimento da nossa análise, a questão sobre a qual pretendemos refletir não se refere às diferenças que, ao nível físico nos parecem óbvias, mas antes sobre as diferenças que a nível social parecem estabelecer-se, designadamente as que

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concernem à limitação da liberdade, quer seja a de movimentos, como acontece com algumas sociedades onde impera a religião islâmica, quer seja a nível profissional, como se verifica sucede na sociedade ocidental, conforme mencionámos anteriormente.

3.1. A posição de Kant Segundo Kant, os seres humanos possuem valor intrínseco (dignidade), por esta razão todos têm de ser tratados sempre como fins em si mesmos e nunca apenas como meios, isto é, respeitando-os enquanto semelhantes e ter em consideração a sua racionalidade e liberdade. A filosofia moral de Kant está na base das nossas conceções atuais de dignidade e liberdade humana, nomeadamente no que diz respeito à noção de direitos humanos universais.

Kant afirma que somos seres racionais e autónomos e não meras criaturas.

Então, podemos depreender que tanto as mulheres como os homens são seres racionais e livres, logo, não faz sentido separar os seus direitos. Portanto, os direitos das mulheres devem ser exatamente iguais aos direitos dos homens, juntando-se os dois e originando os direitos universais que se aplicam a todos os seres humanos, sem exceções.

4.2. A nossa posição Como referimos ao longo do trabalho, notam-se entre homens e mulheres, diferenças fisionómicas/biológicas. Para além disso, estudos revelam que, na generalidade, as mulheres são mais ou menos hábeis em certos pontos em relação aos homens. No entanto, ser diferente não significa ser inferior e tal como Kant afirma tanto os homens como as mulheres são seres únicos, racionais e livres o que significa, moralmente, direitos iguais! Sendo assim, apesar de os homens e as mulheres não serem iguais, ambos merecem o mesmo respeito, as mesmas obrigações perante a sociedade, as mesmas liberdades e, com certeza, os mesmos direitos.

Atualmente, a mentalidade dos homens em relação às mulheres alterou-se bastante.

Há uns anos atrás seria impossível um marido aceitar o facto de a sua mulher ter um ordenado superior ao dele, mas hoje isso acontece em vários casos e não é motivo de vergonha no meio da comunidade masculina. É frequente também encontrar famílias em que apenas a mulher trabalha e, em alguns desses casos, os homens passam a tratar de tarefas tipicamente femininas (como é o caso de lavar a louça, limpar a casa, cozinhar todas as refeições, tratar da lavandaria e até mesmo cuidar dos filhos durante o período fora da escola).

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Aos poucos e poucos, a mulher foi-se impondo na sociedade, passando a ocupar cargos que seriam tipicamente masculinos. Isto aconteceu especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que os homens estavam no campo de combate e as mulheres foram quase que obrigadas a fazer todo o tipo de trabalho “masculino”, como por exemplo sustentar a família. Todavia, esta mudança que, na época, resultou de uma necessidade, terá contribuído para uma nova forma de encarar a mulher.

Assim, contemporaneamente, não se considera impossível que as mulheres desenvolvam atividades que antes seriam vistas como absolutamente impensáveis, como acontece, por exemplo, com as mulheres que são motoristas de transportes públicos, carteiras ou mesmo mecânicas. Também ao nível profissional as mulheres provaram ser capazes de realizar tarefas tradicionalmente consideradas masculinas.

Simone Beauvoir era uma mulher que lutava pela igualdade e por demonstrar á sociedade as suas visões do mundo. Realizou vários movimentos feministas sendo ela a autora da frase “Não se nasce mulher, torna-se mulher.”. A sua posição era clara, acreditava que a sociedade não devia de ser igual em todos os padrões, devia de haver originalidade, ou seja, cada pessoa devia de fazer o que sente e o que para ela é o melhor, pois como já é sabido por todos, antigamente havia inúmeros “frutos proibidos” e esta autora achava isso ridículo e decidiu mudar o mundo, e com sucesso! Chegou a escrever um livro denominado como

“Segundo Sexo” onde a autora demonstrava o quão as mulheres eram ridicularizadas.

Tanto esta obra como outras de Simone foram sempre alvo de inúmeras críticas (principalmente por parte de homens), Concordamos com Simone Beauvoir ao considerar que as mulheres deviam de poder escolher o que desejam fazer, as mulheres são seres humanos tal como os homens, então porque seres tão iguais eram e são tratados de forma completamente diferente? Fará algum sentido esta disparidade entre sexos? Claro que não!!

Então, parecer-nos-á a posição de Kant a mais ajustada? Claro que sim!

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CONCLUSÃO Ao longo deste trabalho verificámos que a mulher e a forma como era encarada têm vindo a sofrer alterações. A mulher provou a todos, como também a si própria, que era capaz de fazer tudo a que se propunha com a mesma qualidade masculina e, por vezes, até melhor.

Deste modo, a mentalidade da sociedade foi obrigada a mudar e a aceitar que elas têm o mesmo valor, capacidades, habilidades e ambições que os homens.

Todavia, em algumas partes o mundo, nomeadamente em alguns países do Oriente ou africanos, geralmente, designados como subdesenvolvidos, a mulher ainda é vista como um ser inferior. No entanto, também na sociedade ocidental, dita desenvolvida, persistem algumas resistências quanto à qualidade do trabalho das mulheres que, muitas vezes, como vimos, se traduzem em salários inferiores aos dos homens. Por isso, esta temática nos parece pertinente e atual devendo manter-se sobre as sociedades (todas as sociedades) um olhar atento e vigilante para que se cumpram os Direitos Humanos.

Procurámos resposta para a questão: “Homens e mulheres: iguais ou diferentes?”.

Podemos então verificar que Kant considera que os seres humanos possuem dignidade, por esta razão todos têm de ser tratados sempre como fins em si mesmos e nunca apenas como meios, isto é, iguais direitos.

Simone Beauvoir afirma também que devia de haver igualdade entre os 2 sexos Consideramos então que os direitos das mulheres ser considerados como direitos humanos!

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NETGRAFIA     

www.slideshare.net . visitado em … (data) Manual de filosofia, 10º ano “Clube Das Ideias” www.wikipédia.org Google Imagens

http://naoviolenciacontramulheres.cplp.org/paginas/o-que-e-a-violenciasobre-as-mulheres  http://www.onumulheres.org.br/areas-tematicas/fim-da-violencia-contra-asmulheres/

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