Albergue social para acolhimento de acompanhantes e pacientes em tratamento requalificação ed josé l

UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO MIRELLI TEODORO FERNANDES

ALBERGUE SOCIAL PARA ACOLHIMENTO DE ACOMPANHANTES E PACIENTES EM TRATAMENTO: REQUALIFICAÇÃO DO ED. JOSÉ LOURENÇO COSTA ARAGÃO (INSS) NO CENTRO DE VITÓRIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Profª Drª Simone Neiva

VILA VELHA - 2018

1

2

MIRELLI TEODORO FERNANDES

ALBERGUE SOCIAL PARA ACOLHIMENTO DE ACOMPANHANTES E PACIENTES EM TRATAMENTO: REQUALIFICAÇÃO DO ED. JOSÉ LOURENÇO COSTA ARAGÃO (INSS) NO CENTRO DE VITÓRIA COMISSÃO EXAMINADORA Aprovado em 19 de junho de 2018.

Prof.ª Dr.ª Simone Neiva - Universidade Vila Velha - Orientadora

Prof.ª Dr.ª Michelly De Ângelo - Universidade Vila Velha – Examinadora Interna

Arq.ª Dr.ª Luciana de Jesus - Universidade Federal do Espírito Santo – Convidada

3

4

DEDI CATÓ RIA

Este projeto é dedicado a Maria Merlo e Adalto Luchi, que foram a inspiração para esse trabalho.

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AGRA DE CI MEN TTOS T

Mais um objetivo alcançado, e em primeiro lugar agradeço a Deus por me conceder a vida e por me dar sempre mais do que mereço. Aos meus pais, o amor e a gratidão eterna, pela educação, carinho, amor e incentivo.

Ao meu amado filho Yan, muito obrigado por desde pequeno ser tão compreensivo, por todos os momentos que entendeu minha ausência e por me mostrar minha capacidade de amar incondicionalmente, você é a minha luz e o melhor filho do mundo.

Ao meu esposo Luan, obrigado por crescer comigo, por me amar verdadeiramente, sempre me apoiando, me amando e estando ao meu lado, eu te amo. À minha Orientadora Professora Simone meu muito obrigado por ter me guiado na caminhada desse trabalho, e por desde o início da faculdade ser um exemplo de profissional e pessoa, tenho muito admiração por você. À professora Michelly, obrigada por estar avaliando meu trabalho e por todos os ensinamentos durante esses cinco anos de faculdade. À professora Luciana, igualmente obrigada por todos os ensinamentos e por me conceder oportunidades acadêmicas como a iniciação científica, aprendi muito com você.

Ao meu querido amigo Pedro eu agradeço por ter sido meu maior companheiro durante a faculdade, por termos formado uma dupla inseparável, por todo apoio e carinho durante esses cinco anos de faculdade e amizade, amo você.

A minha amada amiga Ohanna agradeço por ser quem é, por mostrar amor e dedicação a todo o momento e por realmente ser a amiga de todas as horas, amo você.

Por fim, agradeço a todos os meus amigos e familiares, por toda positividade e amor.

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8

RE SU MO

Atualmente há vários tipos de usos destinados a albergues ou casas de acolhimento, no entanto pouco se fala sobre albergues de acolhimento a doentes em tratamento e seus acompanhantes. A exploração deste tema tem relação com a temática de centros urbanos abandonados, como o caso do Centro de Vitória, que em determinado momento de sua história foi sofrendo abandono, e consequente ocorreu o mesmo com parte de suas edificações, no entanto alguns usos já consolidados permaneceram, como os hospitais públicos, que tratam pessoas da grande Vitória como também pessoas advindas do interior do estado do Espírito Santo, com isso, a requalificação de edificação abandonada, transformando-a em um albergue para pacientes em tratamento em hospitais públicos da Grande Vitória, e seus acompanhantes, se torna necessário e fundamental não só para o serviço social, como para a edificação abandonada e para a cidade, uma vez que a edificação após requalificação volta a cumprir sua função social.

Palavras-chave: Albergue. Acolhimento. Centro Urbanos. Requalificação.

Retrofit.

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10

ABS TRA CT

There are many types of uses for hostels or host homes, however little is said about hostels for patients who are going through medical treatment and their companions. The study of this theme is related to the theme of abandoned urban centers, such as the case of the Center of Vitoria, which began, in a given point of its history, to be abandoned, and consequently the same occurred with a portion of its buildings. Nevertheless, some already consolidated uses remained in the region, like public hospitals that treat the people of the Greater VitĂłria, as well as people from the interior of the EspĂ­rito Santo State, in ways that requalify the abandoned facility, transforming it into a shelter for patients in medical treatment within public hospitals of the Greater

VitĂłria

and

their

companions,

becoming

necessary

and

fundamental not only for social service, but also for the abandoned building itself and for the city, once such building after requalification goes back to serving its social purpose.

Keywords: Hostel. Sheltering. Urban Centers. Requalification. Retrofit.

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12

LISTA DE FIGURAS

13

LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Comparativo entre programa de necessidades dos albergues de estudo de caso, 72.

Tabela 02 - Índices Urbanísticos do prédio do INSS, 97.

Tabela 03 - Programa de necessidades por pavimento, 102.

Tabela 04 - Especificação paisagismo, 134.

LISTA DE MAPAS Mapa 01 - Localização dos hospitais e edificações abandonadas no Centro de Vitória, 78 Mapa 02 - Mapa de usos de edificações no Centro de Vitória, 81.

Mapa 03 - Mobilidade e fluxos no Centro de Vitória, 83.

Mapa 04 - Potencialidades no Centro de Vitória, 85.

Mapa 05 - Localização do Ed. INSS, 91.

Mapa 06 - Trajeto entre hospitais e Ed. INSS, 92

14

SUMÁRIO

1

2

3

IN TRO DU ÇÃO O CENTRO DE VITÓRIA, AS EDIFICAÇÕES ABANDONADAS E ALBERGUES SOCIAIS

ESTU DOS DE CASO

1.1 Objetivo, 23.

1.2 Metodologia, 25.

PÁG. 19

2.1 O Centro De Vitória: formação, consolidação e abandono, 28.

PÁG. 27

2.2 Edificações Abandonadas: a função social sa propriedade e retrofit, 32.

2.3 Origem da Assistência Social, Abrigos Socias e Casas de Acolhimento – Serviço Social de Abrigos Institucionais em Vitória, 37.

2.4 Arquitetura dos Abrigos Sociais no Brasil, 41.

2.5 Cromoterapia – Relação das Cores dos Ambientes, 42.

3.1 Albergue Martim Lutero, 47.

3.1.1 O Projeto Social, 48.

PÁG. 45

3.1.2 Localização, 49.

3.1.3 Implantação, 50.

3.1.4 Programa de necessidades, 51.

3.1.5 Morfologia Espacial, 55.

15

3.2 Lar Teresa De Jesus – Ong, 59.

3.2.1 O Projeto Social, 60 3.2.2 Localização, 61.

3.2.3 Implantação, 62.

3.2.4 Programa de necessidades, 63.

3.2.5 Morfologia Espacial, 65.

Conclusão Dos Estudos De Caso, 70

4

5

ÁREA DE ANÁLISE DIAGNÓSTICO

PROPOSTA – ESCOLHA DA EDIFICAÇÃO E PROGRAMA

4.1 Edificações Abandonadas, 79.

4.2 Uso E Ocupação Do Solo E Espaços Públicos De Lazer, 80.

PÁG. 75

4.3 Fluxos E Mobilidade, 82.

4.4 Potencialidades, 84.

5.1 Ed. INSS – Centro de Vitória, 89.

PÁG. 87

5.2 Programa de necessidades, 99.

16

6.1 Conceito e Partido, 104.

6

PROPOSTA PROJETUAL – ESTUDO PRELIMINAR

6.2 Memorial descritivo e justificativo, 105.

6.2.1 Implantação – térreo, 105.

PÁG. 103

6.2.2 Volumetria, 108.

6.2.3 Pavimentos – ambientes, 110.

7

CONSIDERAÇÕES FINAIS

PÁG. 135

8

REFERÊNCIAS

PÁG. 139

17

18

IN

1

TRO DU ÇÃO

Muitos centros urbanos brasileiros, nos últimos anos, têm sofrido esvaziamento com a criação dos subcentros (VILLAÇA, 1998), isso ocorreu e ainda ocorre no Centro de Vitória, o que leva a várias outras problemáticas, como o abandono de edificações bem estruturadas localizados no Centro, perda do dinamismo local, aumento dos índices de criminalidade, perda do interesse imobiliário, entre outras questões que envolvem o abandono de um local antes consolidado.

Em paralelo a problemática do esvaziamento do Centro de Vitória, as necessidades dos usuários que ainda vivem, frequentam ou passam pelo local continuam. Sendo assim, estratégias para retornar ou preservar à vitalidade, que ainda resta nos bairros que compõe o Centro de Vitória, são essenciais para o permanecer e retomar o funcionamento do Centro e dos edifícios abandonados. Uma dessas estratégias é a requalificação de edificações abandonadas, atribuição da função social da edificação, até então desativada, fazendo com que ela contribua para a dinâmica da cidade e que também possa melhorar em relação a eficiência energética, melhorias de conforto térmico, acústico e lumínico através da intervenção por meio do retrofit (SOUSA, 2014), bem como melhorar questões sociais e econômicas que permeiam o Centro.

19

As opções de uso para requalificar uma edificação abandonada, no Centro, e suas condicionantes começaram a ser analisadas, no entanto um motivo pessoal interferiu na escolha do uso a ser destinado a edificação abandonada. Em 2015, após a passagem de um familiar, vindo do interior do estado do Espírito Santo, pelos hospitais do Centro de Vitória para tratamento de câncer, pôde ser percebido a necessidade de abrigar pacientes e seus acompanhantes advindos de cidade de distantes, que por motivos de tratamentos e acompanhamento médico precisavam permanecer em Vitória, necessitando assim se hospedarem em abrigos para pacientes e acompanhantes. Esses tipos de abrigos existem em Vitória, no entanto não conseguem atender toda a demanda existente. Por esse motivo verificou-se a necessidade de atender pessoas que estão de passagem pelos hospitais públicos do Centro de Vitória, Hospital Santa Casa de Misericórdia e Hospital Estadual Central, para tratamento. A constituição federal de 1988 prevê que todo e qualquer cidadão, em situação de vulnerabilidade, de qualquer tipo, tenha direito à assistência social (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, 446 p.), logo o albergue social se faz necessário para abrigar pacientes em tratamento e seus acompanhantes. Através da intervenção em edifício abandonado transformando-o em um albergue social, há a integração da edificação com a cidade e com seus usuários, atribuindo uma nova qualidade de uso e ocupação antes inexistente, além da realização do bem, oferecendo acolhimento digno, preparado e adequado para receber pacientes em tratamento e seus acompanhantes.

Em Vitória já existem albergues de acolhimento a pacientes e acompanhantes em parceria com a Prefeitura de Vitória (PMV, 2013), no entanto não são suficientes para demanda existente. Apenas no Hospital Santa Casa são 750 leitos e no Hospital Estadual Central são 350 leitos, logo não há vagas suficientes nos albergues existente em Vitória, esses dados foram coletados mediante a visita a alguns albergues e visita aos hospitais mencionados para levantar tais quantitativos.

20

Para a realização do projeto do albergue no qual esse trabalho de conclusão de curso se propõe, foi escolhida uma edificação pública, abandonada há anos, considerada patrimônio de bem comum no Centro de Vitória e com condições atestadas para requalificação. O processo de conceituação do tema, escolha da edificação até realização da proposta projetual estudo preliminar poderá ser compreendido nos seguintes capítulos.

21

22

1.1 OBJETIVO

1.1

OB JE TI VO

Este trabalho de conclusão de curso, têm por objetivo o desenvolvimento de projeto de Albergue Social, a partir da requalificação de edifício abandonado ou subutilizado no Centro de Vitória, atribuindo nova identidade e qualidade a edificação esquecida e cumprindo sua função social na cidade.

Com

foco

em

albergar

pacientes

e

seus

acompanhantes advindos do interior do estado do Espírito Santo, em tratamento no Hospital Santa Casa de Misericórdia e Hospital Estadual Central.

23

24

METODOLOGIA

ME TO DO LO GIA

O trabalho desenvolvido tem como metodologia contextualização científica acerca de todas as questões que giram em torno do tema escolhido, como descrição sobre a história do Centro de Vitória, a fim de entender o que motivou os problemas do local, bem como a contextualização sobre edificações abandonadas e termos que cercam essa questão como a função social da propriedade e o retrofit. Além das conceituações do tema em relação a arquitetura e urbanismo, importante também é a fundamentação do tema de assistência social e a história dos abrigos, assim estabelecendo um breve conhecimento sobre o assunto com a finalidade de entender como isso pode se

1.2

relacionar com arquitetura e principalmente com o tema proposto nesse trabalho.

Além da fundamentação teórica e científica, estudos de caso em abrigos de mesmo uso proposto nesse trabalho, são fundamentais para o entendimento do tema e o desenvolvimento do projeto do albergue para pacientes em tratamento e seus acompanhantes, entendendo como é o programa de necessidades dessas edificações, morfologia espacial e como funciona a viabilidade financeira que mantêm esses lugares.

25

26

2 2.0 CONTEXTUALIZAÇÃO

O CENTRO DE VITÓRIA, AS EDIFICAÇÕES ABANDONADAS E OS ALBERGUES SOCIAIS 27

Entender os aspectos que envolvem a formação e

alagadiças, sendo esses elementos delimitadores para

abandono do Centro de Vitória e de várias das suas

expansão da cidade (KLUG, 2009). O desenho da cidade

edificações, é fundamental para a compreensão das

foi criado de acordo com as estratégias de defesa da

problemáticas acerca desse tema e em como o

época, uma vez que franceses, holandeses e ingleses

abandono interfere em toda dinâmica do local.

constantemente tentavam invadir o local já ocupado, sendo assim tornando necessário o fortalecimento local,

2.1 O CENTRO DE VITÓRIA:

ampliando o forte São João (MONTEIRO, 2008)

FORMAÇÃO,

A construção das primeiras edificações importantes e

CONSOLIDAÇÃO E

que se tornaram patrimônio histórico posteriormente,

ABANDONO

como o Colégio e Igreja São Tiago, hoje conhecido

Localizado na cidade de Vitória, no estado do Espírito Santo, o Centro de Vitória foi o primeiro perímetro urbano a ser formado na Ilha, ocupando inicialmente a Cidade Alta, com a chegada dos jesuítas, que colonizaram o local (PMV, 2013).

O núcleo de fundação do Centro foi estabelecido em cima de um platô, onde mais tarde tornou-se conhecido como Cidade Alta, sendo esse platô delimitado pelo mar, pelo Morro da Fonte Grande e pelas áreas

como Palácio Anchieta (OLIVEIRA, 2008), começam a ocorrer em meados do século XVI, graças aos jesuítas que ajudaram, junto a capitania dos portos, no desenvolvimento do Centro.

O surgimento do Centro de Vitória se dá através da criação da Cidade Alta e depois com a ocupação que se espalha pela baixada. Até o século XIX a silhueta do Centro era mais fechada, sendo que o contraste com a paisagem natural é dado pela construção de igrejas no 28

ponto mais alto da cidade, colocando-as em posição de

época, várias edificações existentes no centro foram

destaque (KLUG, 2009). Com o crescimento populacional

demolidas como justificativa de um governo progressista

e a consolidação daquele local, é que no início do

(PMV, 2013). No decorrer da administração de Jerônimo

século XX surge a necessidade dos aterros aos mangues,

Monteiro o Parque Moscoso foi criado e melhorias como

existentes no em torno da Cidade Alta, a criação da Vila

instalação da rede de iluminação pública e privada,

Moscoso, acontecendo logo em seguida, destinado a

alargamentos de vias, serviços de água e esgoto, aterros

famílias abastadas, à Vila Rubim eram dirigidos os

à margem da Baía, bondes elétricos, e a transformação

portuários, e os funcionários públicos se instalavam nas

de estilos arquitetônicos de edificações já existentes,

Ruas Sete de Setembro e mais tarde na Rua Gama da

como o Palácio Anchieta que passou do estilo colonial

Rosa, à época ainda não existia a Praça Costa Pereira,

para eclético (KLUG, 2009).

pois aquela região ainda não havia sido aterrada. Deste modo o Centro de Vitória se consolidava com áreas bem estabelecidas.

A Cidade Alta original foi sendo modificada aos poucos, principalmente durante o início do século XX na gestão de Jerônimo Monteiro (PMV, 2013). Durante esse governo,

obras

de

embelezamento

e

expansão

ocorreram, com o plano de melhoramento para a cidade (OLIVEIRA, 2008) com intuito de modernização da ilha de Vitória e do Centro de Vitória, nessa mesma

Os governos seguintes continuaram a manter a linha de pensamento para o desenvolvimento da cidade, onde destruíam edificações de valor histórico para o local, para a construção de edificações governamentais, como a derrubada da Igreja de Misericórdia para construção da Assembleia Legislativa, sendo isso feito na gestão de Marcondes Alves de Souza. Já o governo de Bernardino Monteiro trouxe crescimento cultural para a cidade, no entanto a expansões que iam a todo vapor

29

foram paradas durante o governo seguinte, de Nestor

O Centro continua seu crescimento econômico e

Gomes (PMV, 2013).

demográfico durante a primeira metade do século XX. A

Com todas as modificações, a Cidade Alta passou a ser um local com edificações religiosas, administrativas e residenciais e por décadas permaneceu sem transporte público. Já na baixada onde o transporte público, através

de

bondes,

estava

presente,

foram

se

desenvolvendo os comércios, onde já havia alguma infraestrutura

instaurada,

e

onde

havia

maiores

urbanização continuou se expandindo na região do Centro e do Novo Arrabalde, e na década de 40 iniciou o processo de verticalização do Centro (MONTEIRO, 2008), e mesmo com o Novo Arrabalde fazendo parte da zona urbana, o Centro ainda permaneceu com maior valorização, sendo, naquele momento, a região mais nobre da cidade de Vitória.

potencialidades de crescimento, principalmente com a

Nas duas décadas posteriores à década de 40, a

construção de edifícios institucionais atribuindo ao

verticalização do Centro se intensificou. Isso alterou a

Centro de Vitória a função de concentradora das

silhueta da cidade, onde a criação da cortina de

principais atividades econômicas da época, com

edifícios impedia as visuais para o Morro da Fonte Grande

importantes acontecimentos e pessoas mais influentes do

e diminui o contato dos moradores com o mar. A partir

estado, tornando a área mais adensada do que antes,

da

entre a Vila Moscoso, atual Parque Moscoso, até o Largo

esvaziamento, principalmente com a criação dos sub

da Conceição, onde hoje é a Praça Costa Pereira

centros, o que potencializou e acelerou o abandono de

(MONTEIRO, 2008).

antigos centros urbanos (VILLAÇA, 1998), e fato que

década

de

70

o

Centro

foi

sofrendo

um

ocorreu com o Centro de Vitória, onde o em torno e as cidades vizinhas foram se estabelecendo e gerando 30

novas

centralidades

residenciais,

comerciais

e

iniciativa não foi suficiente para atrair o retorno para o

econômicas.

Centro, encerrando o século XX abandonado.

Com o processo de abandono do Centro, este foi se

No século XXI o Centro de Vitória continua sofrendo o

deteriorando e o fato da falta de interesse por parte da

processo de abandono e esvaziamento, no entanto

população de retornar ou investir no lugar, fez com que

algumas

ele se tornasse esquecido. Através de iniciativas de

desenvolvidos para reverter esse quadro, como o

órgãos governamentais, na década de 90 houve a

Programa Morar no Centro, que possibilita atribuir uso

mobilização para revitalizar o Centro de Vitória, e parte

residencial

desse interesse foi demonstrado através da criação do

subutilizadas (ARAÚJO, 2012).

políticas

a

e

programas

edificações

públicas

estão

sendo

abandonas

ou

Centro Histórico de Vitória com patrimônios tombados segundo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no entanto apesar do reconhecimento essa

31

2.2 EDIFICAÇÕES ABANDONADAS: A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E RETROFIT O abandono dos grandes centros urbanos em várias

mapeamento não identifica o uso dos edifícios nem a

cidades brasileiras ocasionou também o abandono de

quem os mesmos pertencem.

edificações bem estruturadas e de grande porte. No Centro de Vitória, muitos edifícios foram subutilizados e posteriormente abandonados, sendo muitas dessas propriedades edifícios de importância histórica ou arquitetônica, e até mesmo edifícios de interesse de preservação ou que atribui identidade visual à paisagem da cidade. Ao todo são 16 propriedades, apenas de propriedade

da

Prefeitura

de

Vitória,

que

estão

abandonadas ou subutilizadas de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento de Vitória (Vitória, 2017).

Em 2017 a associação de moradores do Centro de Vitória realizou um mapeamento das edificações abandonadas existentes na região do Centro (Figura 1), no entanto esse

Na capital existem políticas urbanas que incentivam o retorno da vitalidade no Centro de Vitória, a partir da utilização das edificações abandonadas, como o Programa Morar no Centro. Neste programa os edifícios abandonados, participantes do Programa, passam por um processo de reabilitação e requalificação, tornandose residencial (ARAÚJO,2012). Por meio deste Programa, há a possibilidade de dar uso a edificação abandonada, e atribuir a esta, a função social da propriedade, fundamental tanto para o desenvolvimento da cidade como para os eventuais usuários da edificação em potencial a ser reocupada.

32

Figura 1-Mapa de edificações abandonadas na Região do Centro de Vitória Fonte: Associação de Moradores do Centro de Vitória (2018)

33

A função social da propriedade, um dos princípios da

dinamismo ao Centro de Vitória por se tratar de um local

política urbana de Vitória, segundo o Plano Diretor

consolidado, com infraestrutura urbana, bem localizado

Urbano de Vitória no art. 3° I,II,III e IV (Vitória, 2015),

e com grandes potencialidades socioeconômicas e

estabelece que toda propriedade cumpra sua função

culturais. Além disso, tal apropriação fará com que a

social. Acata também a função social da cidade,

edificação, antes abandonada, volte a cumprir sua

pensando na coletividade, considerando o bem-estar e

função

segurança do cidadão, assegurando-lhe atendimento

edificações abandonadas, adequando o seu uso às

relacionado à qualidade de vida, à justiça social, ao

necessidades da cidade atual, é necessário a aplicação

desenvolvimento socioeconômico, respeito ao interesse

de alguns conceitos científicos para que a intervenção

coletivo quanto a limites, parâmetro de uso, ocupação e

seja

parcelamento do solo. A constituição federal de1988, no

concomitantemente

arts. 5°, XXII, XXIII, estabelece, dos direitos e deveres

respeitando a identidade e a história da edificação e a

individuais e coletivos, que todo cidadão tem direito à

tornando útil e atual. Considerando a necessidade de

propriedade e que toda propriedade deve atender sua

requalificação durante a intervenção atribuindo novo

função social (BRASIL, 1988).

uso ao edifício abandonado, o conceito que mais se

social.

Contudo,

benéfica

e no

para

intervenções

apropriada passado

e

nas

pensando no

presente,

aplica a tal necessidade é o do retrofit através da A apropriação de edificações abandonadas, pode ser

requalificação de espaços já construídos (CBCS, 2013).

uma das soluções que cooperam para retornar o

34

O retrofit, do latim retro, significa movimentar-se para trás,

conceitos, normalmente visando a valorização do

e do inglês fit, que significa ajustar-se. Para a construção

imóvel, mudança de uso, aumento da vida útil e

civil e arquitetura, o retrofit é a mudança e intervenção

eficiência operacional e energética" (apud. CBCS NBR

realizada em um edifício com a finalidade de atualizá-lo,

15.575, p. 1, 2013).

adicionando melhorias e alterando seu uso (CBCS, 2013).

Segundo o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

A utilização do retrofit como meio de intervenção e

(CBCS, 2013) esse conceito de recuperação de uma

requalificação de edifícios abandonados pode melhorar

edificação

totalmente

questões como a eficiência energética, redução do

inutilizada, não se restringe apenas a propriedade

consumo de água, melhoria do conforto e qualidade dos

requalificada como também ao entorno onde está

espaços em relação ao conforto térmico, lumínico e

inserido. Segundo a Norma de Desempenho, retrofit é a

acústico (SOUSA, 2014). O retrofit pode se adequar ao

"remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas,

uso proposto dado pela requalificação e beneficia os

através da incorporação de novas tecnologias e

usuários da edificação.

que

esteja

subutilizada

ou

35

Tal afirmação é feita pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável: [...] o aumento do conforto humano com menor impacto ambiental e

Com a conceituação do termo retrofit e seus benefícios, principalmente

no

caso

de

uma

edificação

custos, está mais próximo de uma realidade sustentável que se quer

abandonada, entende-se que esse é o meio de

alcançar. Para isto, técnicas de trabalho multidisciplinares são

intervenção

necessárias, envolvendo especialistas de diversas áreas, o que torna

especialmente se tratando do uso que se pretende

o processo mais complexo, porém com soluções mais eficazes. Um

na

edificação

mais

apropriado,

método para alcançar tal intento é a reabilitação de edifícios

atribuir neste trabalho, uma vez que o retrofit permite o

subutilizados ou obsoletos, que não desempenham sua função ou

aumento ou a inserção de estratégias de conforto na

estão em zonas urbanas degradas. Trazer utilidade a estes locais já

arquitetura da edificação, o que é fundamental para os

consolidados, através da implantação de tecnologias que promovam o

usuários

menor uso de recursos naturais, prolongam o uso, facilitem a

da

edificação

a

ser

requalificada

e

manutenção, e melhorem a qualidade e conforto no uso, com

transformada em um abrigo social, possibilitando, além

possibilidade de custos mais baixos, deve ser incentivado pela

de ambientes agradáveis, melhoria na qualidade de

positividade dos resultados (CBCS, p. 2, 2013).

vida dessas pessoas, mesmo que temporariamente.

36

trabalho e consequentemente a potencialização da 2.3 ORIGEM DA

desigualdade social, os trabalhadores trabalhavam em

ASSISTÊNCIA SOCIAL,

péssimas condições, com salários muito baixos, que

ABRIGOS SOCIAIS E CASAS DE ACOLHIMENTO

muitas vezes não bastava para o sustento da família,

– SERVIÇO SOCIAL DE

aumentando a segregação e desigualdade social. Deste

ABRIGOS INSTITUCIONAIS

modo surge a necessidade de um sistema de proteção

EM VITÓRIA

social, para minimizar os problemas sociais de aspecto de

Para falar de abrigos sociais e políticas sociais que assegurem a qualquer pessoa o direito do acolhimento, se faz necessário abordar a história e desenvolvimento da assistência social. A finalidade é compreender alguns dos dilemas e desafios enfrentados por essa área, e conhecer alguns dos diversos tipos de abrigos de colhimento ou abrigos sociais.

A assistência social tem como origem a solidariedade religiosa, a caridade e a filantropia (CONSELHEIROS MUNICIPAIS E ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2000).

Na década de 30, com o avanço do capitalismo industrial e com o aumento da exploração da força de

reivindicações, em todo o mundo (SANTANA, SILVA, SILVA, 2013). No Brasil, em 1947 a Legião Brasileira de Assistência (LBA) foi criada, com a finalidade de atender as famílias dos soldados combatentes da 2ª Guerra Mundial,

a

princípio

se

caracterizando

como

atendimento à mulher e a criança, e posteriormente atendendo às demais demandas de pessoas em estado de vulnerabilidade social (PNAS, 2004).

Na década de 80, no Brasil, houve exigência do setor de assistência

social

para

práticas

inovadoras

para

demanda que exige a nova realidade nacional da transição democrática. Parte da população necessitava 37

de políticas assistenciais mais efetivas, e a partir de então se inicia a discussão para formular uma política pública

Art. 6°. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a

social por meio da inclusão dos direitos sociais e do direto

proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,

a seguridade social, garantindo a todo cidadão

na forma desta Constituição. (EC no 26/2000 e EC no 64/2010)

assistência à saúde e assistência e previdência social.

(BRASIL, 1988, p.18).

Com isso, a Constituição Federal de 1988 tornou lei a seguridade pública a todo cidadão, previsto no Art. 194

Além do artigo de seguridade social, a Constituição

(BRASIL, 1988).

Federal de 1988 dispõe de outro artigo relacionado a

No capítulo de seguridade social, iniciado com o art. 194,

direitos sociais, no Capítulo II, que diz:

entre as quatro seções dispostas nesse capítulo, a seção IV (BRASIL, 1988) específica sobre assistência social prevê

Esse artigo explana de forma clara, que todo o

que todo e qualquer cidadão, em situação de

desamparado tem direitos a assistência, de acordo com

vulnerabilidade,

à

a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) o que

assistência social, como prevista no Art. 203. Da

justifica a criação de diversos tipos de abrigos para

Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Nessa

pessoas desamparadas, em qualquer circunstância, seja

mesma seção, no art. 204, prevê a fonte principal dos

mulher, homem, criança, adolescente ou idoso.

de

qualquer

tipo,

terá

direito

recursos que viabilizarão economicamente a prestação da assistência social em seu completo âmbito, prevendo

A partir do final da década de 80, com a devida atenção

também todas as diretrizes para aplicação da política de

a assistência social e a políticas de assistência social, as

assistência social (BRASIL, 1988).

questões que cercam esse tema se propagaram, 38

levando

assim

vários

Casa de Acolhimento da Criança e Adolescente e o

instrumentos, conselhos e leis, como a Lei Orgânica da

Serviço de Acolhimento institucional de Adultos e

Assistência

(TIPIFICAÇÃO

Famílias, dando acolhimento provisório para pessoas do

NACIONAL, p. 5, 2014) que instituiu o Conselho Nacional

mesmo sexo ou grupo familiar, previsto para abrigar

de Assistência Social (CNAS) (CNAS, 2004), responsável

pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono,

pela viabilização do controle social do Sistema Único de

migração e ausência de residência. Atualmente conta

Assistência Social (SUAS), como principal competência a

com sete postos de acolhimento, dentre eles, um

aprovação de políticas públicas de assistência social,

albergue, um abrigo para pessoas em situação de rua,

dentre

que

dois alojamentos provisórios da Defesa Civil, duas casas

permeiam a área do serviço social (TIPIFICAÇÃO

lares e um alojamento (PORTAL DE SERVIÇOS SEMAS,

NACIONAL, p. 9, 2014).

2017).

Social

vários

Atualmente,

ao

desenvolvimento

(LOAS)

outros

cada

em

conselhos

e

resoluções

própria

Além disso, a SEMAS possui instituições conveniadas, não

Secretaria de Assistência Social (SAS). No caso de Vitória,

governamentais e sem fins lucrativos de Vitória. Uma

essa secretaria possui o nome de Secretaria Municipal de

dessas instituições é o Albergue Martim Lutero, objeto de

Assistência Social (SEMAS), que desenvolve programas

estudo

(Figura 2), projetos e ações de fortalecimento dos

acompanhantes de pacientes e alguns pacientes,

vínculos

para

advindos do interior do estado, em tratamento nos

diferentes públicos em vulnerabilidade social (PMV,

hospitais públicos de Vitória, o mesmo tipo de abrigo a

2017), no que se relacionada a tipologia de abrigos e

ser desenvolvido como projeto neste trabalho de

serviços sociais de acolhimento. A SEMAS coordena a

conclusão de curso.

familiares

município

1993

de

e

possui

comunitários,

sua

voltados

de

caso

deste

trabalho,

que

abriga

39

40

Figura 2 - Organograma da Secretaria de Assistência Social, Vitória.

Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória, 2016.

2.4 ARQUITETURA DOS ABRIGOS SOCIAIS NO BRASIL

Dentre as várias tipologias de usos

maior é atender e incluir os que

Pereira

de abrigos, de forma geral, estes

serão abrigados nesses lares de

desabrigados,

possuem

acolhimento social (PEREIRA, 2014).

situação,

arquitetura

geralmente

em

simples, edificações

sentem

(2014),

a

maioria

seja

têm mais

qual

dos

for

preferência,

a se

acolhidos,

em

residenciais adaptadas para o novo

Em relação aos usuários dos abrigos,

instituições voluntárias e religiosas,

uso, com a fachada simples de

através de visitas a abrigos e

essa preferência ocorre por parte

baixo

setorização

conversas informais com pessoas

da arquitetura da edificação, que

adaptada

que já estiveram em abrigos, é de

valorizam mais a ideia de conforto e

transformando os vários cômodos

preferência da maioria um local

aconchego

de uma edificação residencial em

que remeta a casa simples, com

divisão dessas edificações como

quartos para aumentar o número

aspecto

uma

de leitos.

aconchego e simplicidade, sem

cozinha,

Mesmo que não sejam ambientes

instalações luxuosas, fazendo com

precisando que muitos cômodos

completamente adequados para o

que eles se sintam mais confortáveis

sejam

uso que se propõe, seu objetivo

e acolhidos nos abrigos. Segundo

anteriormente.

custo,

interna

com

também

de

lar,

que

transmita

casa,

caseiro, com

banheiros adaptados,

sendo

quartos, e

a

sala,

varanda,

como

dito 41

2.5 CROMOTERAPIA – RELAÇÃO DAS CORES DOS AMBIENTES Se tratando de um albergue para pessoas que, em sua maioria, estão passando por momentos de fragilidade na vida, ligados à saúde direta e indiretamente, alguns cuidados em relação aos ambientes construídos ou adaptados para esses pacientes e acompanhantes, devem ser tomados. Com isso, deve-se atentar para alguns conceitos fundamentais, como a cromoterapia e a psicologia das cores, para realização de intervenção nos espaços e ambientes que serão destinados aos albergados.

A cromoterapia, do grego “Kromos” e “Terapheia”, que em tradução para o português significa terapia da cor (ALMEIDA, 2011), é a ciência que utiliza as cores em busca do equilíbrio do corpo, com o objetivo de buscar cura para problemas orgânicos e emocionais, proporcionando a cada pessoa uma vibração através da energia manifestada pelas cores (NUNES, 1990).

Pode-se atribuir facilmente a cromoterapia à arquitetura e principalmente os efeitos das cores nos ambientes, relacionando o uso de determinado ambiente e os usuários deste local. Nos projetos de arquitetura, a cor possui papel fundamental e modificador, uma vez que cor, assim como a forma, volume, materialidade e luz compõe a arquitetura, apesar da cor ser, muitas vezes, menosprezada (LOPES, 2017).

A aplicação da cromoterapia na arquitetura não tem o intuito apenas estético, mas sim em ter relação com o usuário do espaço com a finalidade de incentivar determinado estado de espírito. A pretensão da cromoterapia na arquitetura 42

é a diminuição das indisposições ou doenças sejam físicas ou psicológicas, através da busca do equilíbrio e harmonia do fluxo energético do corpo de quem habita o espaço (ALMEIDA, 2011).

A cor deve ser aplicada em qualquer projeto, tendo sua escolha baseada em critérios rigorosos de acordo com o uso do espaço, uma vez que a cor altera a percepção e leitura de um espaço e as emoções causadas no usuário (ALMEIDA, 2011). Cada cor, considerando a quantidade de superfície onde está aplicada e os elementos que a compõe, tem seu significado dentro da psicologia das cores, atribuindo sensações diversas às pessoas.

Segundo Lopes (2017) as cores podem ser classificadas em dois grupos, cores quentes e frias, cada cor possuindo um tipo diferente de efeito na contribuição psicológica do usuário do ambiente.

- Verde: cor estimulante do crescimento, sendo clara é relaxante sem ser depressiva; - Azul: é a mais curativa, relaxa o corpo e regula o desenvolvimento harmonioso do tecido e da estrutura orgânica; - Turquesa: reanimadora, refrescante, esta cor tranquiliza o sistema nervoso e as inflamações; - Amarelo: propicia a sensação de afastamento, estimulando o sistema nervoso, ajuda no tratamento da artrite; - Laranja: cor da alegria, antidepressiva, benéfica no sistema metabólico; - Violeta: compõe-se do relaxante no azul e do estimulante no vermelho. Cor do equilíbrio, da consciência e da estabilidade; - Branco: isola qualquer intrusão, representando pureza na sua forma extrema. Como o preto, não constitui uma cor suportada por muito tempo pela maioria das pessoas; 43

- Preto: temida, suspeitosa, ligada à morte e ao perigo.

De acordo com a psicologia das cores relacionado aos sentimentos que cada cor remete, a escolha das cores para determinado ambiente deve levar em consideração o ponto específico do ambiente, pois as cores sofrem influências da posição solar, bem como a utilização daquele ambiente e qual o público aquele espaço se direciona.

44

3

ESTUDOS DE CASO 45

Os estudos de caso desenvolvidos nesse trabalho, foram presenciais, através de visitas aos dois abrigos analisados, a fim de verificar todas as condicionantes que cercam esses locais, principalmente o que se relaciona ao programa de necessidades que norteará o programa de necessidades para proposta projetual deste trabalho de conclusão de curso. A escolha de abrigos em cidades diferentes foi intencional, a fim de avaliar quais as diferenças e semelhanças entre ambos, para assim desenvolver uma proposta e projeto com conceito mais amplo, buscando em atender todas as diferenças, independente da origem o público que se pretende abrigar.

46

3.1

ALBERGUE MARTIM LUTERO 3.1 ALBERGUE MARTIM LUTERO

47

3.1.1 O PROJETO SOCIAL

O Albergue Martim Lutero, possui base religiosa de filantropia, baseada no conceito do Igreja Luterana de solidariedade.

Em 1981, as comunidades luteranas da região sul do Espírito Santo criaram serviços de apoio aos doentes internados nos hospitais da Grande Vitória, procurando facilitar a comunicação entre pacientes e médicos, uma vez que, muitos não se comunicavam em português, apenas em alemão ou outros idiomas derivados, como pomerano.

Logo perceberam outras necessidades, como a falta de lugar para os doentes que não ficavam internados, providenciando assim hospedagem para essas pessoas e ajuda para agendamento de consultas e procedimentos médicos, assim seguiu até que em 1984 quando foi criado o Albergue Martim Lutero, próximo aos principais hospitais de Vitória. O alto índice de pessoas com câncer de pele, advindas do interior do estado, hospedadas no Albergue, chamou atenção do Hospital Universitário, o que despertou interesse no trabalho em parceria para cuidar melhor dessas pessoas e prevenir o câncer de pessoas de comunidades interioranas.

Com essa parceria, estruturaram o Programa de Assistência Dermatológica aos Lavradores Pomeranos no Espírito Santo.

Com o passar do tempo, outras parcerias foram firmadas com algumas prefeituras municipais, como com a Prefeitura de Vitória, e Secretaria de Saúde do estado, criando assim a Associação Albergue Martim Lutero (AAML), que desde 1992 presta apoio e acolhimento a pacientes de radioterapia e seus acompanhantes, em tratamento nos hospitais públicos de Vitória. Atualmente parte dos recursos econômicos que viabilizam o funcionamento do AAML vêm da igreja Luterana, sendo 30 % dos recursos totais, parcerias institucionais, emendas e bazares beneficentes, este organizado pela própria equipe de gerenciamento do Albergue.

48

3.1.2 LOCALIZAÇÃO A

Associação

Albergue

Martim

Lutero

está

localizada na Rua José Ferreira dos Santos, 25, no bairro Tabuazeiro em Vitória, Espírito Santo – Brasil (Figura 3). O albergue atende pessoas que buscam hospitais públicos de Vitória para tratamento, principalmente

Hospital

Universitário

Cassiano

Antônio de Moraes e Hospital Santa Rita de Cássia.

O em torno do Albergue não é muito convidativo para

os

albergados,

equipamentos

públicos

por

não

nas

possuir

muitos

proximidades,

no

entanto, há uma praça em frente ao albergue, com poucos bancos e mesas, e sombreada, onde os albergados passam parte do tempo, contribuindo para as atividades de lazer. No mapa da figura 3, é

Figura 3 - Localização AAML e relação com entorno, Vitória.

possível entender a localização do Albergue em

Fonte: Google Maps, com adaptação da autora, 2017.

relação ao Hospital Universitário e a conexão entre os dois, bem como perceber a praça existente em frente ao Albergue Martim Lutero.

49

3.1.3 IMPLANTAÇÃO A edificação possui forma retangular (Figura 4) com 02 pavimentos, térreo e primeiro pavimento, com terreno em forma trapezoidal, deixando parte da lateral do terreno livre e os acessos de pedestre e de veículos ocorrem no térreo.

Figura 4 - Implantação AAML, Vitória.

Fonte: acervo pessoal, 2017.

50

3.1.4 O PROGRAMA DE NECESSIDADES

diretoria, sala de oração, sala de administração, cozinha, 02 despensas, área de serviço e bazar (Figura 7).

O Albergue Martim Lutero passou por uma reforma há

O Programa do albergue se mostra adequado a seu uso,

poucos anos para se adequar as necessidades propostas

mas possui planejamento de ampliação pois possui

pelo seu uso, sendo que a estrutura física do local conta

potencial de demanda maior do que a atual, assim o

com: 12 quartos com banheiros, 68 leitos, banheiro

terreno ao lado do albergue, de propriedade da AAML,

masculino e feminino para visitantes e funcionários, pátio

está com projeto em andamento para a construção de

de lazer, sala/ auditório (Figura 5), refeitório (Figura 6),

quartos acessíveis, auditório, salas de lazer/estar, espaço

sala de recepção sala de assistência social, sala de

destinado a realização de oficinas, salas de apoio psicossocial e ampliação do setor administrativo.

51

Figura 5 - Sala/ Auditรณrio AAML. Fonte: acervo pessoal, 2017.

52

Figura 6 – Refeitório AAML, Vitória.

Fonte: acervo pessoal, 2017

53

Figura 7 - Bazar AAML, Vitรณria.

Fonte: acervo pessoal, 2017.

Figura 8 - Fachada AAML, Vitรณria.

Fonte: acervo pessoal, 2017.

54

3.1.5 MORFOLOGIA ESPACIAL

Buscando entender o funcionamento espacial dos ambientes, acessos, fluxos, aberturas, acessibilidade e ventilação e iluminação natural existente, foi realizado o estudo morfológico das plantas baixas da Associação Albergue Martim Lutero (Figura 9 e 10).

O albergue possui dois acessos, ambos na fachada frontal (Figura 8), sendo um para veículos e outro para pedestre, esse último tendo acesso direto a varanda e depois e recepção do local. A circulação horizontal do albergue ocorre através de corredores que circundam ambos os pavimentos, no entorno do pátio de lazer, onde no pavimento superior funciona como mezanino, e de salas administrativas (Figura 9 e 10), a circulação vertical acontece apenas através de escadas, sem elevadores ou rampas, comprometendo a acessibilidade.

A acessibilidade não foi aplicada ao projeto do albergue, que foi projetado com a finalidade de ser um abrigo institucional e reinaugurado em 2008, e isso gera várias limitações em relação a mobilidade dos albergados pacientes e acompanhantes.

55

Figura 9 - Morfologia Espacial AAML, planta baixa tĂŠrreo, VitĂłria.

Fonte: acervo pessoal, 2017.

56

Figura 10 - Morfologia Espacial AAML, planta baixa 1° pavimento, Vitória.

Fonte: acervo pessoal 2017.

57

A ausência de acessibilidade é um problema, diferente da ventilação e iluminação natural, que de acordo com a visita realizada e com conversas com pessoas que utilizam o albergue, é satisfatória, onde todos os quartos são bem ventilados e iluminados naturalmente. Parte da iluminação natural do albergue ocorre através de um átrio acima do pátio de lazer, que mantêm todo o albergue iluminado. Originalmente o átrio foi criado sem cobertura, no entanto, em dias de chuva as principais circulações horizontais ficavam molhadas comprometendo a segurança de mobilidade dos albergados.

Os acessos a outros setores do albergue acontecem fora da edificação onde se concentram os quartos e todos os ambientes utilizados pelos albergados, setores como despensas e área de serviço tem acesso externo à edificação principal, e ligação com a cozinha, voltando para o interior da edificação principal. O bazar também possui acesso separado da edificação principal.

De maneira geral, a AAML possui boa estrutura, apesar da falta de acessibilidade.

Espaços de lazer e quartos ventilados e iluminados fazem com que o albergue se torne um espaço agradável ao paciente e seu acompanhante, e apesar de não possuir arquitetura típica de casa lar, possui um espaço aconchegante e acolhedor, precisando de adaptações de acessibilidade.

58

3.2

LAR TERESA DE JESUS - ONG 59

3.2.1 O PROJETO SOCIAL O Lar Teresa de Jesus é uma instituição filantrópica, não governamental, sem fins lucrativos, fundada em março de 1999, por Dona Maria Magdalena de Araújo, após uma perda na família para o câncer. O Lar Teresa de Jesus tem como missão o acolhimento de forma integral, com ações baseadas em valores espirituais, sociais e humanísticos, por meio da garantia de acesso à cidadania e promoção humana de pessoas em tratamento do câncer ou doenças crônicas, sendo a prioridade de atendimento para oncologia e 10% voltado para clínico geral. Atualmente o Lar Teresa de Jesus se mantêm financeiramente através de doações de empresas, pessoas físicas e bazares, que hoje totalizam quatro bazares, sendo um deles localizado no próprio Lar, e os outros três em edifícios alugados para tal finalidade.

As pessoas que buscam apoio do Lar, são pacientes e acompanhantes de pacientes que estão em tratamento em hospitais públicos de Belo Horizonte, e que não tem onde ficar durante o tratamento, então se entra em contato com o Lar para verificação da disponibilidade de vaga, assim que disponível, um carro da prefeitura de Belo Horizonte busca paciente e acompanhante, em qualquer cidade mineira, para se tratar nos hospitais públicos da região e ficar hospedado no Lar Teresa de Jesus, o tempo que for necessário.

60

3.2.2 LOCALIZAÇÃO

O Lar Teresa de Jesus está localizado na Avenida do Contorno, 9297, no bairro Prado em Belo Horizonte, Minas gerais – Brasil. O lar atende a pacientes e acompanhantes de diversos hospitais públicos de Belo Horizonte, principalmente Hospital Universitário e Hospital Santa Casa.

O Lar Teresa de Jesus está localizado em um dos lugares mais nobre de Belo Horizonte, no entanto, com base em conversa com albergados e com coordenadores do albergue, a relação do Lar com o entorno não é muito favorável aos usuários da casa, uma vez que não há atrativos adequados para uso das pessoas hospedadas no Lar, tendo em seu entorno imediato apenas uma praça, conforme no mapa de

Figura 11 - Localização Lar Teresa de Jesus e relação com entorno, Belo Horizonte.

localização e relação com entorno (Figura 11). No mapa ao

Fonte: Google Maps, com adaptação da autora 2017.

lado pode-se perceber que não há atrativos no em torno do Lar mas que conexões a pé ou de veículo podem ser feitas entre o Lar e o Hospital mais próximo de onde vêm alguns pacientes.

61

3.2.3 IMPLANTAÇÃO

O edifício possui forma retangular (Figura 12) de modo a ocupar todo o terreno, respeitando apenas o afastamento frontal, com dois pavimentos, térreo e subsolo. Os acessos ocorrem no térreo, em se tratando de uma edificação adaptada para um lar de acolhimento, e anteriormente uma edificação residencial,

alguns

acessos

também

foram

adaptados como a rampa que ocorre na lateral esquerda

da

edificação

para

acesso

de

cadeirantes ao pavimento subsolo.

Figura 12 - Implantação, Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte.

Fonte: acervo pessoal, 2017.

62

3.2.4 O PROGRAMA DE NECESSIDADES

Como já dito anteriormente o Lar Teresa de Jesus está em uma edificação adaptada, visto isso a morfologia espacial da casa foi modificada a fim de comportar as necessidades existentes em um lar de acolhimento, assim, atualmente o programa de necessidades do Lar Teresa de Jesus consiste em: recepção, sala de administração, santíssimo, sala de diretoria, cozinha (Figura 15), refeitório (Figura 14), cozinha, lavabos, banheiros masculino e feminino, 35 leitos (Figura 13), enfermaria, despensa, área de serviço, sala de atendimento

Figura 13 - Leitos do Lar Teresa de Jesus

psicossocial, lavanderia, área de recreação e estar (Figura 16)

Fonte: acervo pessoal, 2017

e garagem bazar (Figura 17).

Figura 14 - Refeitório Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte.

Fonte: acervo pessoal 2017.

63

Figura 16 - cozinha Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte.

Figura 15 - รกrea de lazer Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte.

Fonte: acervo pessoal, 2017.

Fonte: acervo pessoal, 2017

Figura 17 - Fachada Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte. .Fonte: acervo pessoal, 2017.

64

3.2.5 MORFOLOGIA ESPACIAL

Com finalidade de entender como funcionam a

Ainda no pavimento térreo, há bastante iluminação e

distribuição dos ambientes, acessos fluxos e aberturas,

ventilação natural, conforme pôde ser percebido em

para verificar iluminação e ventilação natural, foi

visita ao Lar e relatos de pessoas que utilizam esses

desenvolvido o estudo morfológico das plantas baixas do

espaços, visto que há aberturas em todos os lados da

Lar Teresa de Jesus.

edificação, o que permite que todos os ambientes sejam

O acesso principal ocorre no térreo (Figura 18), pela recepção seguindo o fluxo horizontal através de um corredor que conecta todos os demais ambientes do pavimento térreo, além do acesso principal há os acessos laterais, sendo um onde passa uma rampa adaptada, possuindo inclinação superior a 8,33%, para acesso de cadeirantes ao pavimento subsolo e, do lado oposto, há acesso através de uma escada, também ao

arejados e confortáveis, principalmente os espaços de uso comum dos albergados, como refeitório, banheiros e quartos. O acesso interno ao subsolo, ocorre através de uma escada, localizada ao final do corredor do pavimento térreo, chegando diretamente a enfermaria no pavimento subsolo, o que é uma boa localização para enfermaria, tendo a possibilidade de atender pacientes em ambos pavimentos (Figura 19).

pavimento subsolo.

65

Figura 18 - Morfologia Espacial Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte.

Fonte: elaborado pela autora, 2017.

66

O pavimento subsolo, por ser menor,

albergados (Figura 18). Apenas a sala de assistência social e enfermaria que

possui uma dinâmica diferente do

ficam um pouco prejudicados quanto a ventilação e iluminação natural, pois

pavimento térreo, não tendo todos

suas aberturas são voltadas para o muro que faz limite com a edificação

os quartos juntos, como acontece

vizinha.

no pavimento térreo. Além de possuir uma dinâmica diferente, possui

o

espaço

central

de

recreação e estar dos albergados, onde acontecem oficinas, lazer e integração para os hospedados na casa de acolhimento, assim como ocorre

nos

pavimento

ambientes

térreo,

quanto

do a

iluminação e ventilação natural se repete

nos

pavimento

ambientes

térreo,

do

promovendo

bem-estar e conforto a todos os

Os fluxos no pavimento subsolo comporta muito bem a demanda de pessoas que circula pelo local, assim como possui acessibilidade, por mais que seja adaptada, em todo o pavimento, com rampa de acesso, e corredores com dimensões adequadas para uso de todas as pessoas independente da condição física (Figura 19).

De forma geral as análises efetuadas, de acordo com visita e conversa com usuários do local, a partir da morfologia espacial do Lar Teresa de Jesus, mostram que a casa se encontra em boas condições, de acordo com uso que se propõe e apesar de ser adaptada, para continuar atendendo os albergados e possui ótimos espaços de uso comum com boas condições ambientais, como ambientes com iluminação e ventilação natural, e circulação verticais e horizontais que permitem a boa logística do local.

67

Figura 19- Morfologia Espacial Subsolo Lar Teresa de Jesus, Belo Horizonte.

Fonte: acervo pessoal,2017.

68

De acordo com visita e conversa com albergados, a casa de acolhimento

se

apresenta

adequada

em

relação

a

qualidade ambiental. Durante o período de visita, que ocorreu em parte da manhã e início da tarde de um dia ensolarado e com temperatura amena, pode-se afirmar que o Lar possui boa iluminação e ventilação natural e sem ruídos que provoquem incômodos, algumas questões podem ser melhoradas, no entanto se tratando de uma edificação adaptada para o seu uso atual e uma instituição sem fins lucrativos,

a

edificação

está

em

ótimo

estado

de

conservação e adaptação.

69

CONCLUSÃO DOS ESTUDOS DE CASO

70

Os estudos de caso realizados, foram fundamentais, principalmente, para o

De

forma

geral

ambas

entendimento do programa de necessidade de um abrigo social para

edificações

pacientes em tratamento e seus acompanhantes, no entanto os dois abrigos

adequadas para estudos de caso,

visitados possuem algumas diferenças no programa de necessidades, e

pois possuem pontos positivos e

mesmo com as diferenças, ambos atendem bem ao que se propõe. Esses

negativos, sendo mais positivos em

estudos norteiam também as escolhas para o programa de necessidades do

ambos os casos, e desses pontos

abrigo social deste trabalho, em relação ao tamanho da edificação e onde

pôde

ela deve se encontrar, próximo aos hospitais de onde serão destinados os

características

pacientes e acompanhantes, bem como próximo a espaços públicos de lazer,

empregadas no albergue social

como parque e praças, quando possível, pois a relação dos albergados com

deste trabalho de conclusão de

o entorno também deve ser levado em consideração, uma vez que a maioria

curso, principalmente o que diz

do público ao qual se destina essas albergues, são de cidades interioranas e

respeito

ter um em torno que propicie locais onde os albergados possam estar em

necessidades.

foram

ser

ao

as

escolhas

retirado a

programa

muitas serem

de

momentos livres, que remetam as suas cidades, é benéfico para recuperação dos pacientes e um ótimo passatempo para os acompanhantes, além de criar sensações de pertencimento e identificação com o local, assim como pôde ser visto Albergue Martim Lutero, que fica localizado em frente a uma praça de bairro, tornando o local mais agradável para os albergados.

71

Para melhor compreensão da relação dos programas de necessidades dos estudos de caso, uma tabela (Tabela 1) comparativa entre os dois albergues mostra de maneira objetiva o que possui em cada albergue, mostrando principalmente, a diferença de uma edificação que foi planejada para ser um albergue social, caso do Albergue Martim Lutero, e uma edificação adaptada para ser um albergue, caso do Lar Teresa de Jesus.

Tabela 1 – Comparativo entre programa de necessidades dos albergues de estudo de caso.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

72

De acordo com a tabela comparativa de programa de necessidades dos estudos de caso, pôde-se observar que ambos

possuem

programas

bastante

parecidos,

com

pequenas diferenças em relação a enfermaria, existente no Lar Teresa de Jesus e a sala auditório existente no Albergue Martim Lutero, assim como a capacidade de leitos de cada albergue. O Lar Teresa de Jesus conta também com um atendimento de call center que está instalado em outra edificação, mas que presta serviços ao Lar. Todos os ambientes e serviços serão incorporados no programa de necessidades do albergue social deste trabalho, por isso a fundamentação dos estudos de caso foi tão relevante e significativa.

73

74

4 ÁREA DE ANÁLISE – DIAGNÓSTICO

ÁREA DE ANÁLISE DIAGNÓSTICO Figura 20 - Mapa das Região Administrativa 1 –

Centro

75

Mediante

o

objetivo

desse

trabalho

de

conclusão de curso, se mostra necessário a análise da área de localização do Hospital Estadual Central e Hospital Santa Casa, ambos na Região Administrativa 1- Centro (Figura 20).

A análise com diagnóstico local tem por objetivo indicar quais as principais edificações abandonadas, seriam apropriadas para a requalificação e transformadas em abrigo social, bem como, analisar toda a morfologia e dinâmica local.

Figura 20 - Mapa das Região Administrativa 1 – Centro Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória, 2017.

76

Para na análise e produção de diagnóstico local, alguns critérios foram

estabelecidos

a

fim

de

unificar as características locais, e esclarecer

como

é

o

funcionamento da dinâmica local, necessidades e potencialidades, criando assim os mapas de uso e ocupação públicos

do de

mobilidade,

solo, lazer,

espaços fluxos

e

edificações

abandonadas e potencialidades

Os hospitais, que juntos possuem capacidade para 1100 internações por mês, sendo o Hospital Santa Casa com capacidade de 750 internações por mês e Hospital Estadual Central com capacidade de 350 internações por mês, estão localizados entre os bairros Parque Moscoso e Vila Rubim (Mapa 1), dessa forma, foi determinado um raio de análise, de aproximadamente 1000 m, distância de percurso realizado a pé entre os dois hospitais. O percurso a pé para a definição da edificação a ser requalificada é de extrema importância, visando facilitar a locomoção do acompanhante e paciente, não apenas do hospital para o abrigo, mas também para desfrutar do que há na região, assim como aproveitamento da caminhabilidade potencial do Centro de Vitória.

77

Mapa 1 – localização dos hospitais e edificações abandonadas no Centro de Vitória Fonte: elaborado pela autora, 2018.

78 Mapa 1 – localização dos hospitais e edificações abandonadas no Centro de Vitória

4.1 EDIFICAÇÕES ABANDONADAS A regional administrativa 1 – Centro, possui muitos prédios abandonados ou subutilizados, alguns pertencentes a prefeitura, outros ao governo e outros particulares. No entanto

a

maior

concentração

de

edificações

abandonadas é no bairro Centro, e alguns, em número reduzido, nos demais bairros da regional conforme informação da associação de moradores do Centro de Vitória (Mapa 1).

Entre as edificações abandonas, dentro da área de análise, duas se mostram possíveis para o processo de requalificação e transformação em abrigo social para acompanhantes e pacientes dos hospitais Santa Casa e Estadual Central. São essas edificações: Ed. Santa Cecília e Antigo prédio do INSS. A possibilidade de ambas ocorre pelo bom estado estrutural, pelo porte, pela localização e por serem edificações do poder público, sendo o Ed. Santa Cecília propriedade da Prefeitura Municipal de Vitória e o antigo prédio do INSS de propriedade do Fundo Nacional de Habitação, fundo federal.

79

4.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER O

uso

e

ocupação

diversificado,

com

da

uso

área

analisada

residencial,

misto,

é

bastante comercial,

institucional e espaços públicos de lazer, com predominância do uso comercial e misto (Mapa 2). Dentre todos os usos, algumas

edificações

se

encontram

abandonadas

ou

subutilizadas, de acordo com informações da Associação de Moradores do Centro e de visitas ao local.

A área analisada possui uma boa diversidade de instituições, como museus, escolas, igrejas e postos policiais, no entanto não possui nenhum abrigo de tamanho significativo que possa atender a demanda dos hospitais. Parque e praças também estão inseridos nessa região, e podem contribuir para momentos de lazer dos albergados, e até mesmo realização de atividades promovidas pelo abrigo onde eles serão hospedados.

.

80

Mapa 2 – mapa de usos de edificações no Centro de Vitória Fonte: elaborado pela autora, 2018.

81 Mapa 2 – mapa de usos de edificações no Centro de Vitória Fonte: elaborado pela autora, 2018.

4.3 FLUXOS E MOBILIDADE A análise de fluxos e mobilidade urbana na área de

ou ciclo faixas adequadas e suficientes, assim como a

estudo, tem por objetivo verificar quais são as principais

qualidade das calçadas que, em sua maioria, não

vias de ligação entre os hospitais e a relação dessas vias

possuem acessibilidade nem padronização, no entanto,

com veículos e pedestres, onde há potencialidade da

possuem dimensões adequadas ao passeio público,

caminhabilidade e consequentemente espaços e ruas

necessitando reparos, acessibilidade e adequação à

que priorizam pedestres e modais não motorizados ao

calçada cidadã.

invés de modais motorizados. Com a análise, e de acordo com Plano Diretor Urbano de Vitória, pode-se verificar a hierarquia viária, a localização de pontos de transporte coletivo e áreas de ciclovia ou ciclo faixa, bem como a qualidade das calçadas.

Com a análise de fluxos e mobilidade da área de estudo do Centro de Vitória (Mapa 3), conclui-se que, a área tem bastante potencial em priorizar o pedestre, no entanto necessita de algumas adequações para que tal priorização ocorra.

As vias são bem dimensionadas para o fluxo de veículos, particular e coletivo, no entanto não apresenta ciclovias

82

Mapa 3 – mobilidade e fluxos no Centro de Vitória.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

83 Mapa 3 – mobilidade e fluxos no Centro de Vitória.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

4.4 POTENCIALIDADES A área de análise deste trabalho de conclusão de curso possui algumas potencialidades como pode ser visto no mapa 4. Apesar de parecer poucas potencialidades, físicas, para o local, há ainda as potencialidades sensoriais e as potencialidades próximas a esse raio de análise, como o circuito cultural histórico do Centro de Vitória, a Baía de Vitória e a potencial caminhabilidade do Centro como potencialidade física/sensorial.

De acordo com o que pôde ser percebido com a análise de potencialidades do local, que para o tempo e para os afazeres que o albergado terá as potencialidades local são satisfatórias, uma vez que apresenta diversidade de usos, mas todas voltadas para momentos de lazer fazendo com que os albergados tenham alternativas nesses momentos. O Parque Moscoso é considerado a maior potencialidade desta região, por ser uma ampla área onde o albergado tem contato com a natureza e por ser o ponto em comum entre os dois hospitais, sendo a centralidade dessa área de análise e o ponto que favorece a caminhabilidade local.

Conclui-se que as potencialidades na área de análise são satisfatórias para o em torno do Albergue e para os albergados, principalmente em relação à qualidade das potencialidades.

84

Mapa 4 – potencialidades no Centro de Vitória.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

85 Mapa 4 – potencialidades no Centro de Vitória.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

86

5 PROPOSTA – REQUALIFICAÇÃO E

Figura 36 - vista aérea do Ed. INSS, TRANSFORMAÇÃO EMVitória ABRIGO

PROPOSTA -

ESCOLHA DA EDIFICAÇÃO E PROGRAMA

SOCIAL

87 ES.

Mediante análises realizadas da área de estudo, foi possível identificar as edificações abandonadas em potencial para requalificação e transformação no albergue social de acolhimento a pacientes e acompanhantes dos hospitais Santa Casa e Estadual Central.

Alguns critérios foram estabelecidos para culminar na decisão da escolha da edificação, considerando todas as variáveis acerca da relação do edifício com a cidade e com os hospitais, bem como a verificação das potencialidades do edifício e suas condições. Assim, a escolha do edifício ocorreu seguindo alguns critérios e prioridades, na ordem: distância a pé dos hospitais até o edifício, porte e infraestrutura da edificação, possibilidade de requalificação para albergue social para acompanhantes e pacientes, edifício público, seja municipal ou federal, existência de espaços públicos de lazer próximos a edificação e localização do edifício.

Após a análise conforme os critérios estabelecidos a decisão foi pela a requalificação do Ed. José Lourenço Costa Aragão ou edifício do INSS, como é popularmente conhecido no Centro de Vitória, que atende todos os critérios estabelecidos e será melhor apresentado nos próximos capítulos.

88

5.1 ED. INSS – CENTRO DE VITÓRIA O Edifício do INSS do Centro de Vitória (Figura 21, 22 e 23), como é mais conhecido, possui o nome de Ed. José Lourenço Costa Aragão, e está localizado entre a Rua General Osório com Av. Jerônimo Monteiro e a Rua Getúlio Vargas (MAPA 05), localização próxima aos dois hospitais a qual esse trabalho se refere, cerca de 600 m de distância de cada hospital (MAPA 06).

O prédio foi construído na década de 50 para ser o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC) de Vitória, mas logo passou a abrigar o Instituto Nacional de Seguridade Social do Centro de Vitória (INSS). Nos anos 90, o edifício passou por uma reforma, no entanto logo foi desocupado e abandonado, como permanece até hoje (ARAÚJO, 2012).

Com estrutura em concreto armado e alvenaria convencional, o projeto original possui um pavimento térreo com duas lojas (figura 24), cada loja com dois banheiros, hall de acesso à portaria e circulação vertical, portaria com um banheiro, escadas, elevadores e um pátio interno. Além do térreo, a edificação possui sete pavimentos tipos com planta livre e dois banheiros (figura 25). As esquadrias originais do edifício eram em madeira, no entanto durante a reforma na década de 90 essas esquadrias foram alteradas para esquadrias de alumínios, que foram furtadas posteriormente e assim permanece a edificação. Segundo laudos da equipe técnica da Secretaria de Habitação (SEHAB/PMV), com as modificações ocorridas ao longo dos anos, as divisões internas de cada pavimento eram diferentes (ARAÚJO, 2012). Não há registros oficiais das alterações realizadas, mas no projeto de reabilitação, realizado pela Prefeitura Municipal de 89

Vitória, para o Programa Morar no Centro, do qual o edifício do INSS fazia parte, é a única indicação das divisões internas que dividem os pavimentos, onde há indicação das alvenarias a construir e a demolir.

Figura 21 - vista aérea do Ed. INSS, Vitória - ES.

Figura 22 - vista lateral do Ed. INSS, Vitória - ES.

Figura 23 - vista frontal do Ed. INSS, Vitória - ES.

Fonte: acervo pessoal, 2018.

Fonte: acervo pessoal, 2018.

Fonte: acervo pessoal, 2018.

90

Mapa 5 – localização do Ed. INSS Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Mapa 5 – localização do Ed. INSS

91

Mapa 6 – trajeto entre hospitais e Ed. INSS Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Figura 54 - Planta baixa do projeto original 1943 – pavimento térreo.Mapa 6 – trajeto entre hospitais e Ed. INSS

92

Figura 24 - Planta baixa do projeto original 1943 – pavimento térreo.

Fonte: Araújo, 2012.

93

Figura 25 - Planta baixa do projeto original 1943 – pavimento tipo.

Fonte: AraĂşjo, 2012.

94

O Programa Morar no Centro do qual o edifício em questão fazia parte, foi desenvolvido para transformar edificações abandonadas, no Centro de Vitória, em habitações de interesse social. No projeto de reforma do edifício do INSS para o Programa Morar no Centro, realizado pela Prefeitura de Vitória (Figura 26 e 27), foi estabelecido pela Coordenação de Revitalização Urbana que o edifício em questão é de interesse de preservação, ou seja, a edificação possui identidade visual e significância para a história do Centro de Vitória, sendo assim, foi obrigatório a permanência da fachada (ARAÚJO, 2012).

Figura 26 - Projeto para Programa Morar no Centro – planta baixa pavimento térreo.

Fonte: Araújo, 2012.

95

Figura 27 - Projeto para Programa Morar no Centro – planta baixa pavimento tipo.

Fonte: AraĂşjo, 2012.

96

De acordo com Secretaria de Habitação de Vitória, o edifício do INSS possui bom desempenho térmico e acústico e boa resistência ao fogo. Em relação a parte estrutural da edificação, não foi encontrado nenhuma anormalidade que comprometa a segurança e estabilidade da edificação, e os índices urbanísticos (Tabela 2) são de acordo com a época em que ele foi construído, sendo bastante diferente do adequado de acordo com o PDU atual de Vitória (ARAÚJO, 2012).

Tabela 2 – Índices Urbanísticos do prédio do INSS. Fonte: elaborado pela autora, 2018.

97

O Edifício do INSS, apesar de todas qualificações para continuar no Programa Morar no Centro, é de propriedade do Fundo Nacional de Habitação, fundo federal, o que impossibilitou a aquisição do imóvel pela Prefeitura de Vitória (ARAÚJO, 2012), no entanto, o Plano Diretor Urbano de Vitória, bem

com

a

Constituição

Federal,

prevê

que

toda

propriedade deve atender sua função social, como já mencionado no capítulo 2.2 desse trabalho, assim se fazendo legal que a edificação cumpra sua função social atribuindo um uso a mesma, e aplicando as leis municipais sob a edificação abandonada.

A viabilização do albergue social na edificação escolhida, se daria através da concessão da edificação por parte do Fundo Nacional de Habitação, para que a edificação volte a cumprir com sua função social. Investimentos para a requalificação e transformação do prédio em albergue, ocorreria através de instituições religiosas, filantrópicas e particulares que tenham interesse em obras sociais de acolhimento, como pôde ser visto nos estudos de caso.

98

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES Com base nos abrigos visitados para realização dos estudos de caso, o porte da edificação e o porte que se quer atribuir ao abrigo proposto, foi desenvolvido o programa de necessidades, que consiste em: Setor administrativo: •

Sala da diretoria;

•

Sala de Recursos Humanos;

•

Recepção

Setor de atendimento: •

Consultório de atendimento psicológico;

•

Assistência social;

•

Consultório de atendimento nutricional;

•

Enfermaria;

Setor de descanso: •

Dormitórios para acompanhantes;

•

Dormitório para pacientes;

Setor de vivência/estar: •

Sala de oficinas; 99

•

Auditório/ sala de palestras;

•

Biblioteca;

•

Sala de audiovisual;

•

Banheiros;

•

Refeitório;

Setor de serviços: •

Cozinha;

•

Despensa para alimentos;

•

Câmara fria;

•

Almoxarifado;

•

Área de serviço;

•

Despensa de material de limpeza;

•

Despensa de demais materiais;

•

Garagem/ carga e descarga;

Setor de áreas de trabalho: •

Bazar;

•

Atendimento call center – doações;

100

A partir do que era necessário para o funcionamento do albergue em relação ao programa, foi desenvolvido o fluxograma (Figura 28) para identificação de quais ambientes e setores necessitavam estar próximos ou interligados, e como seriam os fluxos entre esses ambientes e setores, já que se trata de uma edificação de 8 pavimentos onde ocorrerá muitos serviços diferentes.

Figura 28 - Fluxos de atividades que ocorrem no albergue.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

101

Após a definição do fluxograma, foi estabelecido o programa de necessidades por pavimento (Tabela 3), da maneira mais adequada para o funcionamento do albergue com todas as possíveis interferências e considerando o que foi visto nos programas dos estudos de caso.

Tabela 3 – programa de necessidades por pavimento.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

102 Tabela 3 – programa de necessidades por pavimento.

PROPOSTA PROJETUAL – ESTUDO PRELIMINAR

6 Figura 72 - planta baixa

PROPOSTA PROJETUAL – ESTUDO PRELIMINAR

PROPOSTA

103

Essa proposta tem por objetivo o desenvolvimento do

edificação, sendo assim, o conceito do albergue social

projeto de requalificação do Ed. INSS, abandonado há

para pacientes e acompanhantes é ser um espaço

anos, no Centro de Vitória, transformando-o em um

acolhedor e reconfortante, que visa integração das

albergue social para pacientes em tratamento nos dois

pessoas com a edificação e com o entorno, bem como

hospitais públicos existentes no Centro de Vitória e para

a reintegração da edificação na cidade, uma vez que o

seus acompanhantes. Para o desenvolvimento do

prédio volta a cumprir sua função social, e se integra com

projeto, a nível estudo preliminar, informações

o meio urbano, principalmente através do térreo onde há

e

conceitos foram previamente estudados nos capítulos de contextualização e estudos de caso.

lojas e bazar do albergue.

Como partido aproveita-se características existente da edificação,

6.1 CONCEITO E PARTIDO Partindo do ponto em que trata de uma edificação existente

que

será

requalificada,

e

que

possui

condicionantes que impeçam algumas modificações como por exemplo mudanças na fachada, a definição

como

horizontalidade

e

linhas

retas

que

formas

geométricas

trabalham

a

simples

na

fachada, para desenvolver as plantas da edificação, integrando exterior da edificação com o interior, através das formas até mesmo no paisagismo, que segue com o mesmo partido adotado para todo o projeto.

do conceito ocorre a partir do novo uso atribuído a essa

104

6.2 MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO

6.2.1 IMPLANTAÇÃO - TÉRREO O edifício ocupa mais de 95% do terreno de 650m² (Apêndice 01), não possuindo afastamento, dado à época de construção do prédio, em que grande parte das edificações, principalmente comerciais não possuíam nenhum tipo de afastamento, e que a legislação à época não realizava esse tipo de exigência. O fato da edificação ocupar duas esquinas, acarreta em três fachadas, norte, oeste e sul, e térreo todo voltado para a rua, onde terá bazar do albergue e lojas comerciais para alugar, fazendo integração com o em torno como prevê o conceito do projeto.

A portaria do albergue fica no acesso principal que desde o projeto original é voltada para Rua General Osório, e foi aproveitado o que já existia da portaria necessitando apenas do acréscimo de rampa, na lateral, e PNE no hall principal, dando suporte aos funcionários da portaria e do bazar. O acesso de serviço, carga e descarga ficou voltado para a Avenida Getúlio Vargas, onde era a única possibilidade de haver aberturas para portas de garagem, pois de acordo com o projeto original o prédio não possuía garagem nem previsão para a mesma.

As calçadas foram reformadas e transformadas em calçadas cidadãs como prevê o Plano Diretor Urbano de Vitória (PMV, 2015), mas continuam com as mesmas dimensões devido à falta de afastamento da edificação, não havendo possibilidade de ampliar a largura do passeio.

Como já mencionado a edificação possui 8 pavimentos, e no pavimento térreo (Figura 29)(Apêndice 02), além de portaria e acessos a edificação, há lojas comerciais na Av. Getúlio Vargas, que podem ser alugadas e o dinheiro 105

revertido para investimentos no próprio albergue, e bazar que será de propriedade do albergue como forma de arrecadação de dinheiro como visto nos estudos de caso e desenvolvimento do programa de necessidades. Além de todas as áreas já descritas, no térreo também se encontra o reservatório de água inferior onde anteriormente era uma área vazia e devido ao dimensionamento do reservatório, foi necessário a escavação da área do reservatório para que parte dele ficasse abaixo do nível do térreo, conseguindo suprir todo o volume de água necessário para o reservatório inferior. Ao lado do reservatório está a casa de bombas, ainda no térreo há também a oficina de reparos e área de triagem dos alimentos que chegam para serem preparados na cozinha do albergue localizada no terceiro pavimento.

106

Figura 29 - planta baixa tĂŠrreo.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

107

6.2.2 VOLUMETRIA O albergue possui composição volumétrica simples, não alterando nada do projeto original. Os detalhes que compõe a fachada junto as esquadrias, enfatizam a sensação de horizontalidade do prédio. O volume do albergue se integra muito bem à sua localização pois há outros três edifícios na mesma quadra com características arquitetônicas semelhantes, conversando também com toda a atmosfera do Centro de Vitória.

As fachadas receberam janelas e portas de volta (Figura 30 e 31), e as janelas existentes no centro da fachada oeste, com gradil em formas octogonais permaneceram, recebendo apenas reparos, modificando o mínimo possível do existente. As pequenas mudanças na fachadas não alteraram a volumetria, no entanto, o que passou por muitas transformações foi a cobertura que se encontrava em péssimo estado de conservação, dando lugar ao terraço jardim, criando um novo espaço de convivência e onde os albergados possam ter contato com a natureza, não só através do espaço criado mais também pelas visuais que que se tem da antiga cobertura, visuais para Centro de Vitória e bairros adjacentes e, principalmente, a contemplação da visual para a Baía de Vitória.

108

Figura 30- 3D Albergue Social - Fachada norte e oeste.

Figura 31 - 3D Albergue Social - Fachada oeste e sul.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

109

6.2.3 PAVIMENTOS - AMBIENTES

2° PAVIMENTO - RECEPÇÃO DE DIRECIONAMENTO, SETOR ADMINISTRATIVO, SETOR DE ATENDIMENTO E CALL CENTER A recepção de direcionamento, os setores administrativo e de atendimento e o call center de arrecadações de doações estão dispostos no 2° pavimento do albergue(Figura 32) (Apêndice 03), onde a circulação vertical, centralizada no prédio, está de frente para a recepção de direcionamento (Figura 33), que possui a função de informar e direcionar o albergado, fornecedores ou visitantes, para as atividades que ocorrem nesse pavimento ou nos demais pavimentos.

No setor administrativo há sala de administração, sala de recursos humanos, sala da diretoria, copa e sala de reunião (Figura 34) de uso coletivo pelos outros serviços que ocorrem no albergue. Já o setor de atendimento é composto por recepção de espera, sala de atendimento psicológico, sala de atendimento nutricional e sala de atendimento assistencial social, para os albergados. O call center é composto por sala de trabalho e copa, e possui a função de arrecadar doações destinadas ao albergue, um dos tipos de serviços que vimos nos estudos de caso.

O tratamento de cada espaço foi dado de maneira simples e elegante, sem materiais de alto custo e sem muitos adornos, dando tratamento um pouco mais sofisticado a recepção de direcionamento que é o núcleo desse pavimento e o que integra esses setores. O uso das cores é trabalhado de forma singela, com cores nos tons azuis, cinza, branco e o uso da madeira, como no portal da recepção, ripados na sala de reunião e pequenos detalhes pelos demais ambientes. O uso da madeira foi escolhido pela atribuição da sensação de conforto e aconchego que esse material remete, e como visto nos capítulos de contextualização, é aconselhável que albergues remetam a sensação de lar para que o albergado possa se sentir em casa.

110

Figura 32 - Planta baixa 2° pavimento.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

111

Todos os ambientes desse pavimento, possuem iluminação e ventilação natural, bem como os banheiros masculino e feminino, acessíveis, nas duas laterais da circulação vertical, o que se repete nos demais pavimentos. Importante ressaltar que todos os pavimentos possuem ambientes acessíveis, com dimensões de passagem e circulação adequadas conforme NBR 9050.

Figura 33 - recepção de direcionamento, Albergue Social.

Fonte: elaborado pela autora.

112

Figura 34 - sala de reuniĂŁo, Albergue Social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

113

3° PAVIMENTO - REFEITÓRIO – COZINHA E SETOR DE SERVIÇO O refeitório (Figura 35) tem capacidade para 50 pessoas, está diretamente ligado a cozinha e ligado a cozinha está todo o setor de serviços, como despensa de alimentos, câmara frigorifica, lavanderia, almoxarifado, depósito de material de limpeza e banheiro para funcionários desse setor, tudo isso localizado no 3° pavimento (Apêndice 04).

O acesso ao setor de serviço possui elevador com entrada separada apenas no térreo e no 3° pavimento o elevador de serviço possui porta dos dois ados, justamente para que esse acesso fosse restrito e interligado ao acesso de serviço que ocorre no térreo e por onde chegam as mercadorias dos fornecedores, materiais de limpeza, roupas de cama e banho, utensílios e alimentos, sendo esse último item passado por processo de triagem de qualidade dos alimentos antes de serem armazenados na despensa de alimentos e na câmara frigorífica.

As cores escolhidas para compor o refeitório são: branco, terracota e cinza, este último aplicado no chão através de revestimento em placas de cimento queimado (Figura 36 e 37). Os tons alaranjados, como o da terracota, são antidepressivos e estimulam o metabolismo além de remeter sensações de alegria. Além de todas as cores utilizadas, o verde das plantas naturais está presente, com o intuito de tonar o ambiente aconchegante e fazer com que os albergados se sintam mais confortáveis e conectados ao local. Todas as dimensões de circulação e passagem são acessíveis, assim como os banheiros masculinos e femininos dispostos nesse e nos demais pavimentos para os albergados.

114

Figura 35 - planta baixa 3° pavimento.

Fonte: elaborado pela autora, 2017.

115

Figura 36 - refeitรณrio, Albergue Social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

116

Figura 37 - refeitรณrio, Albergue Social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

117

4° A 7° PAVIMENTO - QUARTOS E ENFERMARIA Os quartos, ou dormitórios (Figura 39 e 40), estão dispostos do 4° ao 7° pavimentos (Figura 38) (Apêndice 5), totalizando 242 leitos, todos esses pavimentos contam com enfermaria assistencial, apesar de não ser o intuito do albergue atender pacientes acamados, o foco principal são acompanhantes e pacientes que estejam em bom estado de saúde apenas realizando tratamentos que não o impeçam de se locomover ou que necessite de cuidados específicos. Nos quartos foram usados tons de azul por ser uma cor tranquilizante e harmônica, tons madeirados nas camas, lockers e piso, tornando os ambientes mais aconchegante e o cinza com aspecto de cimento queimado nas paredes de fundo, já iluminação ficou por conta de iluminação geral e pendentes individuais acima de cada criado mudo.

Alguns quartos possuem camas de solteiro, e outros camas beliche, a fim acomodar maior número de pessoas. Os quartos com camas de beliche serão destinados a albergados que não tenham mobilidade reduzida, devido os beliches, mas todos os quartos contam com dimensões de passagem e circulações acessíveis, bem como os vestiários existentes nos pavimentos dos dormitórios, seguindo na coluna de banheiros, estando localizados nas duas laterais do acesso vertical e voltado para o corredor.

118

Figura 38 - planta baixa 4° ao 7° pavimento.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

119

Figura 39 - quarto, albergue social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

120

Figura 40 - Quarto, albergue social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

121

8° PAVIMENTO - ÁREAS DE VIVÊNCIA – SALA DE OFICINAS, SALA AUDIOVISUAL, BIBLIOTECA E AUDITÓRIO O 8° pavimento conta com auditório, sala audiovisual com sala de oficinas e biblioteca (Figura 41) (Apêndice 6). Esse pavimento é destinado a atividades de lazer e atividades propostas pelo albergue, onde pode haver palestras, oficinas e cursos destinados aos albergados. Todos os ambientes desse pavimento foram trabalhados com cores que estimulam, a integração, harmonia, alegria e criatividade, pois é o pavimento onde haverá maior desenvolvimento de atividades e tarefas para as pessoas hospedadas no local.

Os ambientes desse pavimento foram pensados com o intuito de ofertar mais opções de lazer e passa tempo para os albergados, todos os materiais empregados nesses espaços foram dispostos de modo que ofereça conforto e bem estar aos usuários do local, repetindo o uso de madeira e de tonalidades de cores que propiciem bem estar às pessoas do local, como o uso do verde na sala audiovisual e o amarelo na sala de oficinas. Já na biblioteca, as cores ficam por conta apenas do tapete colorido que alegra o ambiente mais sóbrio por ser todo madeirado.

122

Figura 41 - planta baixa 8° pavimento.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

123

Figura 42 - biblioteca, albergue social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

124

Figura 43 - sala audiovisual, albergue social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

125

Figura 44 - sala de oficinas, albergue social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

126

Figura 45 - sala de oficinas, albergue social.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

127

TERRAÇO JARDIM - PAISAGIMO O terraço jardim (Figura 46) (Apêndice 07) foi pensado para que os albergados tenham contato com a natureza e criem vínculo maior com o albergue, uma vez que, a maioria dos albergados são do interior e do campo e o contato com a natureza remete a lembranças de casa e onde eles podem ter contato com a terra. Para que essa integração com o espaço com o albergado fosse maior e mais eficaz, foi criada uma horta coletiva, onde cada albergado pode cuidar, plantar e colher verduras e legumes, e um meio também do hóspede se sentir útil e participativo das atividades do albergue. Outras áreas também foram criadas com o principal intuito de integração, dessa vez, integração entre os albergados, criando espaços de convivência, permanência e jogos, além da contemplação visual do terraço que possui uma vista privilegiada da Baía de Vitória.

A transformação da cobertura do prédio foi importante não apenas para criação desse novo espaço de convivência (Figuras 47, 49, 50 e 51), mas também como forma de modificar a antiga cobertura da edificação, que estava em péssimo estado.

As escolhas de espécies de vegetação e materiais para o terraço jardim foram simples e não muito diversificadas, visando minimizar custos com manutenção e implantação. As poucas árvores colocadas no local são frutíferas, plantadas em vasos, de médio porte, visando não atribuir cargas adicionais sob a cobertura, por isso foram escolhidas as jabuticabeiras. Os materiais e mobiliário escolhidos para compor o local foram: revestimento cerâmico tipo cimento queimado na área de convivência e horta, revestimento de madeira ripada para deck na área de permanência e

128

contemplação e mobiliário basicamente em madeira e alguns detalhes em alumínio preto fosco, como pode ser visto na tabela 04.

Figura 46 - planta baixa terraço jardim.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

129

Figura 47 - รกrea de horta do terraรงo jardim.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

130

Figura 48 - årea de vivência terraço jardim.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

131

Figura 49 - área de permanência e área de jogos terraço jardim.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

132

Figura 50 - årea de vivência terraço jardim.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

133

Tabela 4 – especificação paisagismo.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

134

CONSIDERAÇÕES FINAIS

7 Figura 90 - planta baixa

CONSIDERAÇÕES FINAIS

135

Mediante o desenvolvimento desse trabalho de conclusão de curso, toda a fundamentação teórica realizada juntamente com os estudos de caso foram essenciais para embasar o tema desse trabalho, justificando a escolha do tema e mostrando sua significância como um projeto que pode ser aplicado e que pode transformar, mesmo que pouco, o Centro de Vitória e a vida das pessoas.

Com o estudo sobre a formação do Centro e seu abandono, foi possível identificar os motivos que levaram ao seu esvaziamento ao longo dos anos, e principalmente nas últimas três décadas, e como isso afetou a cidade e seu dinamismo, contribuindo assim para reafirmar a importância da requalificação de edificações abandonadas no local.

Conceituando as questões acerca do retrofit e requalificação de edifícios, ficou claro como tal intervenção pode ser benéfica não só para a cidade, mas para a edificação, especialmente em relação a sua função social. O último capítulo, onde são explanados alguns conceitos e desenvolvimento do serviço assistencial social no Brasil, possibilita um panorama geral de como funciona o sistema nessa área e quais são os tipos de abrigos existentes no Brasil, e como são as políticas voltadas para programas que atendem pessoas em estado de vulnerabilidade social, mostrando o quanto o projeto desenvolvido nesse trabalho é relevante.

Os estudos de caso foram indispensáveis para o desenvolvimento deste trabalho e consequentemente do projeto do albergue, uma vez que eles mostram na prática como funcionam albergues sociais que acolhem pacientes em tratamento e seus acompanhantes. Ambos os albergues dos estudos de caso necessitam de melhoria, no entanto norteiam muito bem as reais necessidades dos usuários desses espaços, com base em conversas com os albergados e visitas aos albergues.

136

O diagnóstico da área de análise foi parte importante desse trabalho para a escolha da edificação abandonada para ser requalificada e transformada no produto desse trabalho de conclusão de curso, albergue social de acolhimento a pacientes e acompanhantes. Através do diagnóstico pôde ser percebido as condicionantes positivas e negativas na região onde estão os hospitais e no local onde foi decidido qual edificação abandonada seria requalificada, com a escolha da edificação pôde-se então iniciar o projeto do albergue.

A aplicação de todos os conceitos, estudados nesse trabalho, no projeto, foi essencial para o desenvolvimento e criação de um albergue social de acolhimento em uma edificação abandonada, criado a partir de um edifício existente, fazendo com que o programa de necessidades de um albergue social se encaixasse em um edifício que no passado foi comercial, provando que o edifício mesmo abandonado, desde que esteja em boas condições, pode ser trazido de volta a dinâmica da cidade, voltando a servir as pessoas.

137

138

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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YIN, R. K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 4. ed.

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141

REFERÊNCIA DAS FIGURAS

Figura 7 – Bazar AAML. Acervo Pessoas, 2017.

Figura 8 – Fachada AAML. Acervo pessoal, 2017.

Figura 1 – Mapa de edificações abandonadas na região do Centro

de

Vitória.

Disponível

em:

Figura 9 – Morfologia espacial AAML, planta baixa térreo.

<https://www.google.com/maps/d/viewer?mid=1tOynHWfsAHk

Elaborado pela autora, 2017.

8eChaJxRy86adLYs&ll=-20.31863358701887%2C-

Figura 10 – Morfologia espacial AAML, planta baixa 1°

40.339030248950166&z=16>. Acesso em: 31 janeiro 2018.

pavimento. Elaborado pela autora, 2017.

Figura 2 – Organograma da Secretaria de Assistência Social Vitória. Disponível em: <http://www.vitoria.es.gov.br/semas>.

Acesso em: 10 outubro 2017.

Figura 11 – localização Lar Teresa de Jesus. Disponível em: Google Maps, com modificação da autora, 2017.

Figura 12 – Implantação, Lar Teresa de Jesus. Elaborado pela autora, 2017.

Figura 3 – Localização AAML e relação com entorno, Vitória.

Disponível em: Google Maps, com modificação da autora,

Figura 13 – Leitos do Lar Teresa de Jesus. Acervo pessoal, 2017.

2017.

Figura 4 - Implantação AAML, Vitória. Elaborado pela autora, 2017.

Figura 5 – Sala auditório AAML. Acervo pessoal, 2017.

Figura 6 – Refeitório AAML. Acervo pessoal, 2017.

Figura14 - Refeitório Lar Teresa de Jesus. Acervo pessoal, 2017.

Figura 15 – Área de lazer Lar Teresa de Jesus. Acervo pessoal, 2017.

142

Figura 16 – Cozinha Lar Teresa de Jesus. Acervo pessoal, 2017.

Figura 24 – Planta baixa projeto original 1943 – pavimento térreo. Disponível em: ARAÚJO, Vívian Gazzoli. O processo de reabilitação de edifícios abandonados em Vitória-ES:

Figura 17 – Fachada Lar Teresa de Jesus. Acervo pessoal, 2017.

acertos e entraves. Tese de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Minas gerais. Belo Horizonte, 2012. Acesso em: 25 fevereiro 2018.

Figura 18 – Morfologia espacial térreo Lar Teresa de Jesus.

Elaborado pela autora, 2017.

Figura 25 – Planta baixa projeto original 1943 – pavimento Figura 19 - Morfologia espacial subsolo Lar Teresa de Jesus.

Elaborado pela autora, 2017.

tipo. Disponível em: ARAÚJO, Vívian Gazzoli. O processo de reabilitação de edifícios abandonados em Vitória-ES: acertos e entraves. Tese de Mestrado em Arquitetura e

Figura 20 – Mapa das regiões administrativas 1 – Centro.

Disponível em: <http://legado.vitoria.es.gov.br/regionais/dados_regiao/regiao _1/regiao1.asp>. Acesso em: 10 janeiro 2018.

Urbanismo Universidade Federal de Minas gerais. Belo Horizonte, 2012. Acesso em: 25 fevereiro 2018.

Figura 26 – Projeto para programa Morar no Centro – planta baixa pavimento térreo. Disponível em: ARAÚJO, Vívian

Figura 21 – Vista frontal Ed. INSS. Acervo pessoal, 2018.

Gazzoli.

O

processo

de

reabilitação

de

edifícios

abandonados em Vitória-ES: acertos e entraves. Tese de Figura 22 - Vista lateral Ed. INSS. Acervo pessoal, 2018.

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Minas gerais. Belo Horizonte, 2012. Acesso em: 25 fevereiro

Figura 23 - Vista aérea Ed. INSS. Acervo pessoal, 2018.

2018.

143

Figura 27 – Projeto para Programa Morar no Centro – planta baixa pavimento tipo. Disponível em: ARAÚJO, Vívian Gazzoli.

Figura 33 – Recepção de direcionamento, albergue social.

Elaborado pela autora, 2018

O processo de reabilitação de edifícios abandonados em Vitória-ES: acertos e entraves. Tese de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Minas

Figura 34 – Sala reunião, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

gerais. Belo Horizonte, 2012. Acesso em: 25 fevereiro 2018.

Figura 28 – Fluxos de atividades que ocorrem no albergue.

Figura 35 – Planta baixa 3° pavimento. Elaborado pela autora, 2018.

Elaborado pela autora, 2018.

Figura 36 – Refeitório, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 29 – Planta baixa térreo. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 30 – 3D albergue social – fachada norte e oeste.

Elaborado pela autora, 2018.

Figura 31 – 3D albergue social – fachada oeste e sul.

Elaborado pela autora, 2018.

Figura 32 – Planta baixa 2° pavimento. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 37 – Refeitório, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 38 – Planta baixa 4° ao 7° pavimento. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 39 – Quarto, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

144

Figura 40 – Dormitórios, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 47 – Planta baixa terraço jardim. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 41 – Quarto, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 48 – Área de horta do terraço jardim. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 42 – Planta baixa 8° pavimento. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 49 – Área de vivência terraço jardim. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 43 – Biblioteca, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 50 – Área de permanência e área de jogos, terraço jardim. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 44 – Sala audiovisual, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 51 – Área de vivência terraço jardim. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 45 – Sala de oficinas, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

Figura 46 – Sala audiovisual, albergue social. Elaborado pela autora, 2018.

145

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