jornal-comunhao-_-fevereiro-de-2016

FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG

MITRA

CORREIOS

A Serviço das Comunidades JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ

|

ANO XXXII - 315

|

FEVEREIRO DE 2016

DIOCESE CENTENÁRIA «Bendito seja Deus por tudo aquilo que Ele proporcionou a esta Diocese de Guaxupé»

Editorial « Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!»

Salmo 125,2 Bondade de Deus em nossa existência...

Numa quinta-feira, 3 de fevereiro de 1916, através da bula «Universalis Ecclesiæ procuratio», o Papa Bento XV erigia a Diœcesis Guaxupensis, com território desmembrado integralmente da então Diocese de Pouso Alegre. No dia 7 do mesmo mês, o Papa Bento XV nomeava dom Antônio Augusto de Assis como primeiro bispo da diocese, composta por 33 paróquias.

Segundo o Decreto Christus Dominus (CD) do Concílio Vaticano II, «Diocese é a porção do Povo de Deus confiada a um bispo para que a pastoreie em cooperação com o presbitério, de modo tal que, unida a seu pastor e por ele congregada no Espírito Santo mediante o Evangelho e a Eucaristia, constitua uma Igreja Particular, na qual verdadeiramente está e opera a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo» (n.11).

Nos 100 anos de evangelização nesta porção do Povo de Deus, foram muitos os que atuaram e fizeram história. Como é bom e gratificante ler as páginas desta história! Melhor ainda é perceber que fazemos parte dela! Quantas pessoas – clero e leigos – dedicaram sua vida em prol do Reino de Deus. Vivenciaram aquilo que os bispos, reunidos na Conferência de Aparecida, afir-

maram em 2007: «Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-Lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado, podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe e cada um de seus habitantes» (DAp n.18). Por amor e na alegria, viveram o Batismo: foram discípulos e missionários de Jesus Cristo!

Dentre estas incontáveis pessoas, destacamos os bispos, os quais «receberam a missão de tornar perene a obra de Cristo, o Pastor eterno, chamados a exercer o múnus de santificar, de ensinar e de apascentar» (cf. CD n.2;12-19): o já mencionado dom Antônio Augusto de Assis (1916 a 1918), dom Ranulpho da Silva Farias (1920 a 1939); dom Hugo Bressane de Araújo (1940 a 1951); dom frei Inácio João Dal Monte (1952 a 1963); dom José de Almeida Baptista Pereira (1964 a 1976); dom José Alberto Lopes de Castro Pinto (1976 a 1989), dom José Geraldo Oliveira do Valle (1989 a 2006), dom José Mauro Pereira Bastos (junho a setembro de 2006) e o atual bispo, dom José Lanza Neto (desde 2007). Estes homens,

A Voz do Pastor Fomos enriquecidos por um novo impulso com a celebração do centenário. Muitos trabalhos foram realizados a partir das Santas Missões Populares, estudo dos evangelhos de Mateus e Marcos, o III Retiro Diocesano, reunião com os CPPs nos setores em vista das assembleias paroquiais, tendo como meta nossa próxima Assembleia Diocesana de Pastoral.

Passados esses dias ricos de encontro, especialmente dia 31 de janeiro, com a presença de bispos, padres, diáconos, religiosos e leigos de nossas comunidades, projetamos, a partir das cinco urgências e diante dos desafios, nossos projetos como a criação de uma escola catequética, a formulação das diretrizes para a preparação do batismo, a continuação dos estudos dos módulos nas paróquias e o curso de iniciação teológica nos setores, sem descuidar da

auxiliados por inúmeras pessoas de boa vontade, semearam a boa semente nestas terras mineiras. E os frutos, com a Graça do Bom Deus, visivelmente estamos a colher nesta festa jubilar. São 100 anos de um intenso trabalho apostólico. Muitos outros, no anonimato, ousaram acreditar nessa história. Deus fez história conosco...

Com aproximadamente 900 mil habitantes, a Diocese de Guaxupé compreende uma área de mais de 15 mil quilômetros quadrados. Visando um bom atendimento pastoral aos fiéis, a diocese possui 86 paróquias distribuídas em 41 municípios e 11 distritos, divididas em sete setores pastorais: Alfenas, Areado, Cássia, Guaxupé, Paraíso, Passos e Poços. É uma diocese que busca evangelizar a partir do encontro pessoal com Jesus Cristo, formando a pessoa, renovando a comunidade à luz do jeito antigo/novo de ser Igreja e transformando a sociedade, atentos à Palavra: «... tendo partido, pregaram por todas as partes» (Mc 16,20). Uma Igreja que almeja ser acolhedora, participativa, misericordiosa e missionária. Uma Igreja lançando redes, gerando Comunidades.

Dom José Lanza Neto

pastoral como um todo.

Tivemos o carnaval mais cedo, portanto, também começam mais cedo a Quaresma e a Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema: “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24), e também a preparação de nossas comunidades para a grande festa da Páscoa da Ressurreição.

Quaresma é sempre um tempo especial para os cristãos e para as pessoas de boa vontade.

Tempo marcado fortemente pela conversão e pelo desejo intenso de se viver melhor e buscar novos caminhos diante da fé e dos desafios que nos cercam.

Quaresma tem sempre a marca do caminho do sofrimento, da Paixão e Morte do Senhor. Celebrar a Páscoa é ce-

lebrar o Aleluia. A vitória de Jesus, vencedor do pecado, das trevas e da morte.

A Campanha da Fraternidade está no coração da Quaresma. Ela vem recheada, neste ano, do quanto precisamos cuidar da “Casa Comum”; por ser tão abrangente, torna-se ecumênica e envolve a todos. Eis o grande compromisso: nossa conversão pessoal, comunitária e ecológica.

Nossas comunidades, através das equipes da Campanha da Fraternidade e dos CPPs de cada paróquia, serão a força motivadora de nossos trabalhos e atividades. Como seria bom se ninguém ficasse de fora e por fora.

Estamos praticamente iniciando nossas atividades para este novo ano.

Necessário se faz enchermo-nos de entusiasmo, alegria e disposição para que nossa missão seja abundante e frutuosa.

Deixemos para trás aquilo que nos pare-

ce negativo, empecilho e impossível de se realizar. É sempre bom entrarmos na dinâmica do Senhor, de sermos presença acolhedora, sermos preocupados e, acima de tudo, envolvidos na vida das pessoas e na realidade. Ajudemos naquilo que é possível e que está ao nosso alcance.

Ao iniciarmos este novo ano, quero contar mais uma vez com a preciosa disposição, com os talentos e a boa vontade de nossos sacerdotes e de tantos irmãos e irmãs tão abnegados e sempre prontos a servir. Somos instrumentos nas mãos do Senhor, a missão é de Deus, a Igreja é de Deus. Não nos consideremos donos de nada e de ninguém. Nossa atitude deve ser como aquele que serve, como nos pede o evangelho de Lucas.

O Cristo sempre vai à nossa frente!

Avante!

Diretor geral DOM JOSÉ LANZA NETO Editor PADRE CLAYTON BUENO MENDONÇA Equipe responsável PADRE CLAYTON BUENO MENDONÇA, PADRE SANDRO HENRIQUE ALMEIDA SANTOS, JANE MARTINS, ALESSANDRO CALIXTO, SEMINARISTA SÉRGIO BERNARDES, SEMINARISTA DOUGLAS RIBEIRO LIMA, SEMINARISTA LUIZ FERNANDO GOMES, JULIANNE BATISTA, PADRE HENRIQUE NEVESTON DA SILVA, ANA LÚCIA CARLINI SCASSIOTTI, JOÃO DOS REIS GONÇALVES

Revisão JANE MARTINS Jornalista responsável ALEXANDRE ANTONIO DE OLIVEIRA - MTB: MG 14.265 JP Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - bananacanelaedesign.com.br (35) 3713-6160 Impressão GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO Tiragem 3.950 EXEMPLARES

Redação Rua Francisco Ribeiro do Vale, 242 – Centro CEP: 37.800-000 – Guaxupé (MG) Telefone (35) 3551.1013 E-mail jornal.comunhao.guaxupe@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br

Expediente

2

Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Edição Especial

Notícias do Centenário

Tríduo preparatório valoriza a comunhão eclesial e a relação com a arte Com a intenção de preparar os fiéis para o Centenário Diocesano, a organização do evento promoveu um Tríduo na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores, entre os dias 28 a 30 de janeiro, oferecendo, à comunidade de Guaxupé e aos visitantes, Celebrações Eucarísticas e apresentações teatrais. éis. Em sua homilia, dom José Geraldo falou da importância do leigo na Igreja e de sua consciência da pequenez diante da missão de Cristo. “Há cem anos esta diocese semeia a Palavra com a certeza de que é Deus quem faz a obra. Somos servos inúteis”.

Durante 17 anos, dom José Geraldo, Dom Messias e dom Lanza após o a celebração de abertura do Tríduohoje emérito, estediocesano durante Celebração ve à frente da Igreja Diocese: Iluminada e iluminadora de Guaxupé. Muitos padres foram forNo dia 28, primeiro dia do tríduo, o mados durante seu governo e outros bispo convidado para presidir a Missa tantos conviveram durante todo esse foi dom Messias dos Reis Silveira, bispo tempo ao seu lado. Dentre esses, padre diocesano de Uruaçu (GO) e natural da Heraldo de Freitas Lamim, em entrevisDiocese de Guaxupé. Além do bispo ta, partilhou sobre a alegria em rever diocesano, dom José Lanza, padres, di- o bispo tão querido por ele: “Quando áconos, seminaristas e muitos fiéis par- soube que ele iria presidir essa celebraticiparam da celebração. ção fiquei muito contente. Ele partici“Quanta beleza o Senhor realizou pou da minha vida de padre por muitos em nossa Igreja nesses cem anos. Ele anos. Suas palavras nos alertam e ensiquis acender uma luz sobre nós para nam muito”. dissipar as trevas. Acendeu uma chama na região de Guaxupé para que ela Permaneçamos firmes na fé também, por meio d’Ele, pudesse ilumiPelas palavras do apóstolo Paulo, nar muitas pessoas”, disse o bispo em dom José Luiz Majella Delgado, CSsR, sua homilia. arcebispo metropolitano de Pouso AleAo fim da Missa, cem pessoas leva- gre (MG), reafirmou o caminho percorram até o presbitério velas acesas in- rido pela Diocese de Guaxupé nesses dicando o caráter iluminador da Igreja 100 anos e motivou à perseverança leicom a oração do Centenário. Uma ho- gos e clérigos presentes no terceiro dia menagem feita a dom Messias o mo- do tríduo preparatório para o Centenátivou à seguinte declaração: “geramos rio da diocese. muitas comunidades e a luz de Cristo Em sua homilia, dom Majella lemsempre estava ao nosso lado, guiando brou a importância de Maria de Naos passos de muitos missionários que zaré no processo de evangelização. ajudaram a edificar esta Igreja particu- “Olhemos para a Senhora das Dores, o lar”. exemplo de Maria seja para nós uma Semeando a Palavra fonte contínua de No segundo dia, foi a vez de dom esperança e insJosé Geraldo Oliveira do Valle, CSS, ce- piração. Olhemos lebrar para um numeroso grupo de fi- para ela e apren-

Em sua homilia, dom José Geraldo exorta a participação de todos na evangelização

deremos a crescer na vida de caridade e serviço ao irmão”.

Após a Celebração Eucarística, a imagem peregrina da padroeira diocesana seguiu em carreata até o Seminário Diocesano São José, onde ocorreu a concentração para a procissão do domingo, retornando à Catedral. O evento é cultural favoreceu o envolvimento de jovens nas celebrações do uma das atividades Jornada Centenário propostas para a comemoração do Centenário.

Quem define a temática da peça é o diretor da adaptação, Otávio Henrique: Jornada Cultural “o musical tem um cunho catequético Uma das iniciativas dos idealizado- muito grande, pois utiliza de uma ótica res do Centenário foi a realização de espiritual e original, sobre o que aconeventos culturais atrelados ao tríduo. tece na celebração da Santa Missa”.

Duas exposições puderam ser vistas No segundo dia foi a vez do grupo pelo público que visitou a cripta da Ca- Revolução Jovem de Guaxupé exibir a tedral entre os dias 28 e 31 de janeiro. peça Francisco. “O resultado foi muito Uma delas foi a exposição de parte bom e agradou as pessoas. O texto foi do acervo histórico e litúrgico da me- uma adaptação feita especialmente mória da Catedral Diocesana. A outra para o centenário e representado pelo mostra foi de uma série fotográfica pro- grupo Revolução Jovem. Proporcionar duzida pelo responsável por toda a pro- uma experiência do testemunho de gramação cultural, seminarista Richard São Francisco chama a atenção para Oliveira. As imagens que compunham atualidade de sua mensagem”, explicou o ensaio Indigência traziam ao especta- Richard, que escreveu e dirigiu o espedor a dramática realidade de um mal- táculo. trapilho associado ao próprio Jesus de Encerrando a jornada, a vida de São Nazaré.

Pio foi retratada pela Renovação CarisAs apresentações teatrais, exibidas mática Católica de Passos. A vida do logo após as celebrações litúrgicas do santo, conhecido por sua mística, foi retríduo, são também fruto do trabalho tratada em duas horas de espetáculo e autoral do seminarista Richard. No dia emocionou o público presente.

28, o primeiro espetáculo foi A missa da minha vida, interpretada pelo grupo de Por Assessoria de Comunicação jovens Amor Maior de Alfenas.

A participação do arcebispo de Pouso Alegre, dom Majella, indica a comunhão na Província Eclesiástica do sul de Minas Gerais

Fevereiro/2016

Exposição de artigos religiosos proporciona resgate histórico de patrimônio da Catedral

3

Notícias do Centenário

Detalhes e trabalhos invisíveis garantem a realização do Centenário Diocesano

Voluntário faz os últimos ajustes nas casulas confeccionadas para o Centenário

Um dia esperado e planejado há, no mínimo, três anos. Mais de 300 voluntários envolvidos em diversas equipes de trabalho. Um público de, aproximadamente, oito mil pessoas. Cerca de 40 emissoras de rádio e televisão envolvidas com a transmissão do evento. Milhares de visualizações e manifestações nas redes sociais.

Esses são números apresentados pela organização do Centenário da Diocese de Guaxupé. Mas o que será que ocorreu nos bastidores dessa grande festa, celebrada no dia 31 de janeiro?

Quais foram os detalhes que escaparam do olhar daqueles que participaram desse marco destacado no percurso diocesano?

Personagem central dessa história é, sem sombra de dúvida, o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, presente em cada ação realizada pelos responsáveis pela realização do Centenário, nas decisões nas reuniões até na cena inusitada de um grupo de seminaristas e um diácono transportando a imagem da padroeira que iria encantar os fiéis na Catedral Diocesana e receber deles seu gesto de devoção, após o término da solene Celebração Eucarística. “Os detalhes fazem a diferença, o importante é tocar o coração das pessoas, aquilo que as faz sentirem-se bem, acolhidas e valorizadas”.

A singeleza capaz de cativar a todos foi a inspiração do diácono Júlio César Agripino para uma ornamentação delicada que valorizasse a arquitetura do templo, mas que indicasse a profunda relação da sede episcopal com o cultivo de orquídeas. Todo o trabalho foi feito pelas mãos repletas de “amor e dedicação” de apenas 4 voluntários que, em poucas horas, concluíram a decoração.

“Nós pensamos na dignidade da liturgia, mas com simplicidade”. Assim define as opções tomadas para o Centenário, o responsável pela liturgia do evento, padre César Acorinte. A equipe coordenada por ele já trabalhava há 5 meses no planejamento e execução das

4

apresentação. “Inicialmente houve certa dificuldade ao juntar vários grupos de várias paróquias, pessoas que não se conheciam e cantavam de formas distintas. Mas, de forma sutil, o grupo foi criando uma amizade e, graças a isso, foi se desenvolvendo uma unidade no canto e na expressão”.

Também na Pastoral da Comunicação poderia se resumir a realização do trabalho numa palavra sinônima: união.

Isso é o que avalia o coordenador, padre Sandro Henrique, diante de uma integração entre a Equipe Diocesana de Comunicação, que já se dedica ao Centenário desde o início dos preparativos há três anos, e a Pastoral da Comunicação da Catedral, grupo dedicado às transmissões de eventos ao vivo por sua webtv, mas também pelo site e pelas redes sociais. “A cada evento que a gente se unia a gente sentia esta troca de experiência, de conhecimento, de fervor, de entusiasmo”, destaca padre Sandro.

Toda essa energia foi o combustível da produção do palco. Com mais de 6 horas de atividades, os responsáveis se desdobraram para homenagear todas as paróquias visitantes e oferecer uma programação que agradasse o público.

Além do show de padres da diocese e dos Padres Cantores, dupla formada pelos padres Rodrigo Papi e Sérgio Bedin, organizar a atração musical mais esperada do dia, o show de Adriana Arydes, que demonstrou um enorme carinho com os fãs ao receber todos eles no camarim para fotos. Para o seminarista Michel Pires, que dividiu a produção geral dos shows com o seminarista Richard Oliveira e mais dez voluntários, o trabalho foi gratificante. “É um dos momentos mais singulares do Centenário, nós tivemos uma equipe de produção, na qual muitos nos ajudaram, em grande parte jovens, e trabalharam incansavelmente para preparar este momento

de festa”.

O trabalho dos voluntários leigos ligados às pastorais e movimentos foi um elemento comum de todas as equipes de trabalho. Desde a infraestrutura do evento, as equipes ligadas à liturgia, a produção dos shows, a recepção dos convidados, até a criação de conteúdos informativos para os veículos diocesanos, inclusive este jornal que você lê agora não seria possível sem a participação de muitos deles. Para o coordenador diocesano de pastoral e idealizador do evento, padre Henrique Neveston, tudo isso é consequência de um processo de conscientização e participação na caminhada diocesana. “É uma maravilha ter leigos conscientes e hoje mais próximos da Igreja e dessa articulação. E, dentre os voluntários, nós termos os seminaristas, todos eles envolvidos, fazendo aquilo que o seu dom favorece”.

“Nunca perder a alegria de servir o Senhor”. Esse foi o conselho de padre Reginaldo Silva, cura da Catedral, em relação ao trabalho de tantas pessoas envolvidas na organização do Centenário. Responsável pela Igreja-Mãe da diocese há cinco anos, ele acompanhou de perto toda a preparação e garante: “Pela Igreja, vale a pena qualquer sacrifício, fazer tudo o que for possível”.

“A recompensa é a alegria grande no coração de olhar para trás e dizer como Jesus: ‘fiz apenas o que deveria ser feito’”, afirmou.

Além da grandiosidade da festa, perceptível por todos, o Centenário, com toda a certeza, marcará a história nas vidas de todos que se envolveram, oferecendo esforços e talentos, com o intuito de encantar aqueles que vieram de longe participar e se somaram à família diocesana.

tarefas relacionadas à área. Entre essas ações está a concepção e produção de casulas, especialmente por ocasião do evento. Ele mesmo esclarece a simbologia apresentada no paramento. “Nós pensamos dois símbolos: o primeiro remete ao medalhão frontal da Catedral e o segundo, uma menção à Nossa Senhora das Dores, uma cruz com um coração ao centro e sete espadas no entorno representando as dores da padroeira da diocese”.

Com uma grande participação de leigos, clérigos e seminaristas, a equipe de liturgia se dedicou em envolver todos os setores da diocese, principalmente o setor Guaxupé, com o auxílio dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECE’s). Guilherme Ribeiro, seminarista e membro da equipe, destacou essa preocupação em favorecer a representatividade dos setores pastorais da Diocese. “Nas preces nós rezamos, realmente, pela nossa Igreja Particular. Cada uma delas rezava por uma necessidade ou uma urgência da Igreja em todo o mundo, mas que reflete na Igreja Particular de Guaxupé”.

O seminarista lembrou o trabalho de tantos homens e mulheres que dedicaram suas vidas em funções invisíveis, mas de importância fundamental, principalmente, em grandes concentrações de eventos de evangelização.

Wallace Estevão Honorato poderia ser um desses personagens imperceptíveis, não fosse sua grandiosa colaboração e empenho na missão confiada a ele pela organização da solene Celebração Eucarística. Ele foi o regente das 80 vozes de Passos e de Itaú de Minas que emocionaram e inspiraram a mística dos fiéis presentes na Catedral Diocesana. O trabalho árduo, iniciado em outubro do ano passado, foi marcado por um processo de adequação necessário para que os cantores estivessem em harmonia em sua A celebração do Jubileu foi transmitida para todo o Brasil pela TV Aparecida

Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Por seminarista Sérgio Bernardes

Edição Especial

Peregrinação da Imagem Peregrina reforça ainda mais a devoção mariana presente no sul de Minas Gerais “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria” Lc 1, 26 – 27 dral Diocesana em Guaxupé, com uma grande participação de padres, diáconos, seminaristas e muitos fiéis devotos.

A primeira paróquia a receber a imagem foi a Basílica Nossa Senhora da Saúde em Poços de Caldas.

Permanecendo de quatro a seis dias em cada comunidade, a imagem levava consigo as dores compartilhadas com os corações feridos do povo que a acolhiam com grande entusiasmo.

“Receber a imagem em nossa cidade foi uma emoção muito grande.

Amamos a Mãe de Deus e cultivamos uma devoção muito grande, principalmente por ela ser a padroeira de nossa diocese”, disse, emocionada, Vera da Silva, que reside em Poços de Caldas.

A Imagem Peregrina, após percorrer as 86 paróquias da diocese, retorna a Catedral um ano depois Ainda em Poços de Caldas, além de visitar as 14 paróquias, lis, visitou o Lar São Vicente de Paulo, orações e cantos marianos, homens de visitou também escolas, comunidades onde foi celebrada uma Missa com a várias cidades louvaram e agradeceram rurais e participou de várias carreatas, participação de todos os idosos e fun- à Virgem Mãe de Deus pelos 100 anos onde as pessoas puderam manifestar cionários. Em Guaxupé, sede do bispa- de história da diocese. A imagem foi publicamente a grande devoção maria- do, visitou as quatro paróquias, capelas, conduzida pelo Corpo de Bombeiros na presente na diocese. Em Alpinópo- órgãos públicos, escolas e, por último, o da cidade, revelando a grandiosidade Seminário Diocesano. da devoção mariana presente no sul do Leandro Melo, forma- estado. dor da etapa do ProJoão Ribeiro, participante há cinco pedêutico, comentou anos do movimento, disse que fazer sobre a peregrinação: parte desse momento histórico foi uma “foram dias intensos honra e uma alegria. “Nós conseguimos de oração, de fé, onde reunir homens de toda diocese para as pessoas puderam conduzir a Senhora das Dores na festa manifestar o seu cari- do Centenário. Toda semana nós nos nho e amor pela dio- reunimos para louvar a Mãe de Deus e cese. Nosso povo é um poder fazer a última peregrinação da povo de devoção e imagem foi um presente para nós”. isso nós não podemos A imagem, ao chegar na praça da perder, pois é um bem Catedral, foi conduzida até o palco muito precioso que montado para o evento. Adultos, jonós temos na Igreja”. vens e crianças puderam, naquele moA peregrinação se mento, expressar ainda mais a devoção encerrou no dia 31 de por Maria. Com forte emoção e uma janeiro com uma gran- linda expressão de fé, rezaram pedindo de festa. Às 13h30, a intercessão da Mãe de Deus pela cenhouve uma caminha- tenária Diocese de Guaxupé, ao som do da saindo do Semi- refrão do hino composto para o Centenário Diocesano São nário: “Protegei, ó Senhora das Dores, a José em direção à Ca- Diocese de Guaxupé, que caminha em tedral Diocesana, que, comunidade, construindo e partilhansegundo a organiza- do a fé...”. Esse era o canto entoado por ção do evento, reuniu todos que participaram daquele momais de 2 mil homens mento histórico. do movimento Ter- Por seminaristas Douglas Ribeiro Lima e Luiz Fernando Gomes ço dos Homens. Com Um grupo formado por centenas de participantes do Terço dos Homens acompanhou o último trajeto da peregrinação

Após receber o anúncio do Anjo Gabriel, Maria saiu apressadamente para visitar sua prima Isabel, se colocando a serviço e partilhando o pouco que tinha. Do mesmo modo, uma imagem peregrina de Nossa Senhora das Dores – padroeira da diocese e titular da Catedral – saiu ao encontro da porção do povo de Deus que está na Igreja Particular de Guaxupé. Por onde passou, encontrou muitos rostos marcados: enfermos, idosos, crianças, jovens, adultos. Pessoas dispostas a trabalhar pela edificação do Reino de Deus, muitas que já doaram suas vidas e outras esperançosas de encontrar um mundo melhor no futuro.

Uma réplica da primeira imagem de Nossa Senhora das Dores da Diocese de Guaxupé foi confeccionada em São João Del Rei (MG), especialmente para a peregrinação. De fevereiro de 2015 a janeiro de 2016, a imagem da Padroeira visitou todas as 86 paróquias da diocese e os dois Seminários Diocesanos da diocese, em Pouso Alegre e Guaxupé.

Por onde passou, deixou a marca da alegria, do carinho, da devoção e do amor que encantam todos os cristãos e fazem-na aclamada como inspiração no seguimento de Cristo.

A abertura da peregrinação aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2015 em uma solene Celebração Eucarística presidida por dom José Lanza Neto na Cate-

Fevereiro/2016

5

Notícias do Centenário

Presença marcante dos leigos na Diocese de Guaxupé O Concílio Vaticano II foi marido, que faz parte do Terço um marco importantíssimo na dos Homens, na peregrinação história da Igreja e que ajudou da imagem de Nossa Senhora a refletir sobre o papel dos leidas Dores. “Sou de Palmeiral, gos no mundo atual. O Concílio da Paróquia Santa Rita de Cáspossui vários documentos e um sia, e nós, de lá, também perdeles, o Apostolicam Actuositatencemos a esta diocese, por tem, se dedica especialmente isso, quis vir participar das atia falar sobre o apostolado dos vidades em Guaxupé. Está tudo leigos. lindo, estou emocionada!”, afirNesse documento, destacamou.

-se que todos que recebem o A presença dos jovens na batismo são incluídos no Corpo festa do centenário também Místico de Cristo. A partir disso, é motivo de destaque. Muitos todos são chamados a espalhar deles foram junto aos amigos o amor de Deus pelo mundo, de pastorais e movimentos se engajando no serviço a Deus para participar da Missa e tamatravés das comunidades. bém dos shows. Sabrina Verola Os leigos possuem então participa do Grupo de Oração uma missão insubstituível na Adoradores do Rei, de Areado.

Igreja. A missão de ser testemuEla acredita que celebrar 100 nho de Cristo onde quer que anos de história e evangelizaestejam. Essa missão tão esção merece, sim, uma grande pecial pode ser observada nas festa. “Melhor que a festa macomemorações do Centenário ravilhosa que vivemos neste da Diocese de Guaxupé. De Após a solene Celebração Eucarística, fiéis se aproximam da imagem histórica de Nossa Senhora das Dores para sua devoção domingo é poder dizer que fapessoal modo muito especial, centenas zemos parte dessa história, que de fiéis se envolveram nos trabalhos de a experiência de celebrar o centenário por ter tocado em uma Missa tão im- muitos homens e mulheres ajudaram preparação, mas, sobretudo, na partici- foi bastante enriquecedora para sua portante que celebrou os 100 anos da a escrever. Foi maravilhoso participar caminhada pessoal enquanto Igreja. nossa diocese. Foi lindo ver tantas pes- deste dia festivo. Essa é a nossa Igreja: pação.

Este foi, sem dúvida, um momento Ele teve oportunidade de participar em soas, vindas de vários lugares. Fico mui- viva, alegre e contagiante. Quero consingular para contemplar o quão im- dois momentos: na Jornada Cultural, to feliz com esse espaço que a diocese tar aos meus filhos que participei deste portante é o papel do leigo na Dioce- com a apresentação de um musical so- dá para que nós, leigos, também faça- dia e pude viver uma graça inexprimíse de Guaxupé. O que se viam eram bre a vida de São Padre Pio, e também mos parte disso tudo. Todos nós escre- vel.” homens e mulheres, jovens e crianças, na Santa Missa Jubilar, quando esteve vemos juntos essa história”, declarou.

Em sua fala durante a solene CeleA senhora Lourdes Marcolino da bração Eucarística, o bispo diocesano, idosos e, até mesmo, pessoas com di- junto ao coral de mais de 80 pessoas. ficuldades de locomoção que fizeram “Foi um momento maravilhoso para Cruz também esteve em Guaxupé no dom José Lanza Neto, também enfaquestão de estar presencialmente em mim, tanto pelo musical, mas também dia 31 de janeiro. Ela foi acompanhar o tizou o trabalho dos leigos, especialGuaxupé, sendo mente ao abordar acolhidos e vivenas Santas Missões ciando esse capítulo Populares. “Quereinédito da história. mos ser uma Igreja Esse é o caso de missionária e acoBenedito Martins, lhedora e a partida Paróquia Nossa cipação dos leigos Senhora de Fátima, é imprescindível. de Passos. “Esse moTodos precisam dar mento é muito estestemunho de copecial e importante, munhão e particimas não podemos pação. As missões ficar só na comeirão renovar nossas moração. É preciso paróquias”, convoagir, fazer o que o cou o bispo.

Papa Francisco está Por isso, hoje, nos pedindo e ser mais que nunca, uma Igreja em saínesse início dos da. Para mim, hoje é próximos 100 anos um grande marco na de evangelização, história que aconteDeus certamente ce justamente quanconta com homens do mais se precisa ir e mulheres de boa ao encontro do ouvontade para contro, ao encontro de tinuar lançando uma Igreja de carne, redes e gerando de gente”, frisou. comunidades, nesWesley Sátiro de te pedaço de chão Oliveira, também chamado Diocese de Passos, particide Guaxupé. pa na Paróquia São Por Julianne Batista Benedito. Para ele, Leigos com bandeiras dos 41 municípios que formam a diocese representam todos os fiéis da diocese

6

Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Edição Especial

Santa Missa Jubilar rende graças pelos 100 anos de história

No início da solene Celebração Eucarística, leigos, seminaristas e religiosos lotam a Catedral Diocesana

Domingo, 31 de janeiro de 2016.

Essa data definitivamente marcará a história da Diocese de Guaxupé por muito tempo. Quem passou pela praça da Catedral Diocesana na tarde desse dia pôde perceber a concretização de um longo trabalho de organização para a realização do Centenário Diocesano.

Com transmissão ao vivo para todo o Brasil pela TV Aparecida e para toda a região pelas 37 emissoras de rádio retransmissoras da Rádio da Família, foi celebrada solenemente a Missa Jubilar às 15 horas na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores. A celebração rendeu graças pelos 100 anos de criação da Diocese de Guaxupé.

A celebração motivou vocacionalmente a irmã Maria José Santos Lira, da Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, em Alfenas.

A religiosa manifestou sua satisfação em pertencer à Igreja de Cristo. “Percebi que, na homilia, o bispo mencionou toda uma caminhada da Igreja. (…) É uma Igreja de Tradição, mas que continua a caminho, continuamos a história da nossa realidade e da nossa fé”. Esse também parece ser o sentimento de Lúcia de Jorge Oliveira, de Jacuí, que, logo após o término da celebração, aproveitava a tranquilidade da Catedral para rezar. “Cada vez aumenta mais a fé da gente, ficamos mais empolgados”.

Cerca de 150 clérigos (padres e diáconos) da própria diocese e de dioceses próximas estiveram presentes, além de 4 bispos: dom José Luiz Majella Delgado CSsR, arcebispo metropolitano de Pouso Alegre; dom frei Diamantino Prata de Carvalho OFM, bispo emérito da Campanha; dom José Geraldo Oliveira do Valle CSS, bispo emérito de Guaxupé; dom Messias dos Reis Silvei-

e este é o motivo maior desta celebração”.

Quem demonstrou convicção e desejo de participar da festa foi a jovem de Paraguaçu, Beatriz Carvalho Borges, que venceu o sol forte para participar do Centenário. Ela não conseguiu entrar na Catedral pelo grande número de pessoas, mas a jovem, assim como muitos, pôde participar da celebração pelos telões instalados no palco preparado para os shows. “Foi uma experiência incrível. Sem dúvida, a gente se sente pertencente à Diocese de Guaxupé. A gente se sentiu acolhido aqui e cada um se sentiu importante porque fomos muito bem recebidos”.

O diácono Lucas de Souza Muniz, que atua na Basílica Nossa Senhora da Saúde em Poços de Caldas, demonstrou sua alegria em participar de uma festa histórica e abrangente de todas as expressões de fé da diocese. “É um momento de muita alegria. Estou muito feliz em poder participar deste momento importante por mostrar a unidade, a fé do povo em comunhão com a Igreja”.

Era fácil perceber entre os participantes demonstrações positivas da presença no Centenário, inclusive entre os padres mais experientes. Padre Reinaldo Marques Rezende, com 28 anos de ordenação, expressou sua emoção em viver a experiência. “Nós todos como batizados e componentes desta diocese, pertencemos e fazemos esta diocese. É muito bonito celebrar e pen-

sar em quantas pessoas já deram sua vida por esta diocese”. “Celebrar os 100 anos de diocese é celebrar nossa vida, nosso trabalho, nossa evangelização”, ressaltou.

Dom José Lanza deixou uma mensagem de esperança para todos os fiéis, com os olhos voltados para o futuro.

“Sonhamos com uma Igreja-Povo de Deus, onde cada irmão e irmã tem seu lugar, e assim descubra seu papel dando testemunho vivo de comunhão e participação. Temos consciência de todas as dificuldades, de toda ordem, que estamos passando, mas é necessário sermos provados, só assim, poderemos perseverar e vencer toda dificuldade e obstáculos”.

O bispo lembrou, ainda, das Santas Missões Populares como sendo o grande presente que o centenário traz para o povo da Igreja Particular de Guaxupé.

“Queremos ser uma Igreja missionária e acolhedora e a participação dos leigos é imprescindível, todos precisam dar testemunho de comunhão e participação. As missões irão renovar nossas paróquias”, salientou.

No término da celebração, foi descerrada uma placa comemorativa pelo bispo diocesano, pelo monsenhor Hilário Pardini, que soma 73 anos de ministério presbiteral, representando todo o clero e toda a comunidade cristã da diocese e ainda pelo prefeito de Guaxupé, Jarbas Correa Filho. Padre Sandro Henrique, coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação, encerrou esse momento dizendo: “Hoje somos um campo florido, composto em um ambiente diversificado. Nosso coração está pleno de alegria por fazer parte dessa história. Precisamos deixar aos que virão que vale a pena assumir esse trabalho”, finalizou.

ra, bispo de Uruaçu. Dom José Geraldo, que governou a diocese por 17 anos, expressou sua satisfação em participar da festa. “Foi uma manifestação de ação de graças muito bem preparada.

Eu senti piedade na celebração e muito entusiasmo. Eu fiquei contente porque Jesus foi melhor conhecido e melhor amado”. A celebração também contou com a participação de 120 Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, vindos das quatro paróquias de Guaxupé.

Dom José Lanza Neto, bispo diocesano de Guaxupé, destacou o Ano da Misericórdia como um tempo favorável para a evangelização, de forma especial, em comunhão com os 100 anos da diocese. Em sua homilia, ele lembrou o Por Julianne Batista trabalho daqueles que o precederam na ação evangelizadora. “A santa teimosia de muitos fez com que a nossa Igreja tivesse esse rosto. Rosto de uma Igreja comprometida e atual”.

O bispo garantiu aos fiéis que a maior dádiva do cristianismo é sua união amorosa com Jesus Cristo. “Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínuo crescimento”.

A profunda intimidade e identificação com Jesus foi o tema escolhido para o comentário inicial feito pelo padre Renato César Gonçalves, da Paróquia Sagrada Família, em Carmo do Rio Claro. “O jovem [Jesus] de Nazaré não ficou preso em seu tempo e espaço, mas Ele está ressus- Bispos concelebrantes do Jubileu: (da esquerda para a direita) dom Messias, dom José Geraldo, dom José Lanza, dom citado aqui no meio de nós Majella e dom frei Diamantino

Fevereiro/2016

7

Homilia

Lançando redes, gerando Comunidades Irmãos e irmãs, hoje é dia de júbilo, louvor e ação de graças.

E por isso, numa só voz, podemos dizer: Bendito seja Deus!

E bendito seja Deus por tudo aquilo que Ele proporcionou a esta Diocese de Guaxupé, que celebra hoje o seu Centenário!

Não nos cansemos de dizer: bendito seja Deus!

Em preparação para este grande dia jubilar, me deparei com um trecho da carta de Paulo, o grande apóstolo, que me chamou a atenção e veio ao encontro de todos os trabalhos que nós fizemos e realizamos. Antes, porém, escolhemos um lema para que pudesse nortear nosso trabalho, nossa missão, toda nossa atividade, e o lema é este: “Lançando redes, gerando Comunidades”, exatamente para expressar o rosto missionário, o trabalho evangelizador que queremos imprimir em nossas comunidades, trabalhos realizados por todos nós, bispo, padres, religiosos, religiosas, diáconos e leigos comprometidos e engajados em nosso trabalho pastoral.

E na carta de Paulo, a que me referi, gostei muito do trecho dirigido aos Romanos, onde ele procura expor as linhas–mestras do comportamento cristão, primeiramente no que se refere à vida comunitária. Diz, assim, o apóstolo: “A vida cristã deve ser inteiramente penetrada de sincero amor fraterno que, sem fraquezas ou simulações, enfrente todas as situações, sem excluir ninguém, nem os inimigos”.

E quero destacar outro trecho da carta para nossa reflexão: “Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos; sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Sejam solidários com os cristãos em suas necessidades e se aperfeiçoem na prática da hospitalidade”.

E, ainda me preparando para este dia e para esta celebração, não poderia deixar de mencionar e de

8

colocar em destaque o ano jubilar da misericórdia, proclamado pelo papa Francisco, porque nós estamos em pleno Ano da Misericórdia. E a mensagem do Santo Padre, o Papa, é iluminadora e encoraja-nos a alcançar a misericórdia do Pai e a fazer dela estilo de vida em muitas práticas. O Papa recomenda: pôr-se à escuta da Palavra de Deus; a peregrinação; por isso orientei que, em todos os santuários de nossa Diocese, nós pudéssemos fazer a abertura da Porta Santa, aonde o nosso povo possa recorrer, passar por essa porta, receber e acolher, da parte de Deus, a misericórdia. E continua o Papa: abrir o coração aos sofrimentos do mundo mediante a prática das obras de misericórdia tanto temporais quanto espirituais; e, ainda,

experimentar e celebrar a misericórdia na quaresma, meditando as escrituras, participando das “24 horas para o Senhor”, das missões populares, aproximando-se do sacramento da reconciliação e recebendo os missionários da misericórdia; não contrapor misericórdia e justiça e favorecer o encontro ecumênico e inter-religioso.

O ano jubilar da misericórdia “é tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes” e “um convite a fixar o olhar de forma mais intensa na misericórdia para nos tornarmos sinal eficaz do agir do Pai”.

Para nós, é um momento muito especial celebrar o ano jubilar da misericórdia e, ao mesmo tempo, celebrar

Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

esta data jubilar. É bênção sobre bênção. Graça sobre graça. É neste clima de bênção e misericórdia da parte do Pai que estamos celebrando o centenário de nossa querida e amada Diocese de Guaxupé.

Neste momento, quero saudar a todos aqueles que vieram participar desta belíssima festa. Em primeiro lugar, os bispos, que inclusive vieram colaborar conosco no tríduo preparatório para esta festa: nosso arcebispo metropolitano, dom Majella; os demais bispos que estiveram aqui conosco através do tríduo; nosso bispo emérito, dom José Geraldo, que trabalhou por mais de 18 anos nesta querida diocese; o bispo de Uruaçu e filho desta diocese, dom Messias, e nosso querido irmão e amigo, dom Diamantino, bispo emérito da Diocese da Campanha. Saudar também nossos padres aqui presentes da Diocese de Guaxupé, mas também de outras dioceses, de Janaúba, Pouso Alegre, Campanha. O secretário regional do Leste 2, Pe. Marcelino, os padres religiosos que se encontram aqui conosco que estão representando os provinciais. E, também, nossos diáconos, nossos seminaristas e as autoridades aqui presentes entre nós, civis e militares, o nosso prefeito municipal, deputados federais e estaduais, presidentes de câmaras, vereadores, membros de nossas comunidades, agentes de pastoral, irmãos e irmãs aqui presentes e aqueles que nos acompanham através dos meios de comunicação social. Também ainda saudar nossos religiosos e religiosas.

Celebrar o centenário, data solene, alegre e promissora, é ter consciência de tudo o que Deus nos proporcionou neste tempo bom e favorável – tempo da graça!

Se hoje estamos celebrando esta data histórica e cheia de significado é porque muitos perseveraram na luta constante vendo o evangelho - palavra viva do Pai, frutificar na vida de tantos irmãos e irmãs. Afirmo que a Santa teimosia de muitos fez com que nossa Igreja tivesse esse rosto. Rosto de uma Igreja comprometida e atual. São notáveis as marcas profundas de tão grandes e importantes documentos da Igreja

Edição Especial

Católica que incidiram em nossa Igreja Particular: Concílio Ecumênico Vaticano Segundo, as 5 Conferências, a começar da 1ª, que aconteceu no Rio de Janeiro, e passando pelas demais, com destaque para a Conferência de Puebla que, com ousadia, colocou a Igreja no coração do Evangelho – a opção preferencial pelos pobres. Papa Francisco, que pede que sejamos uma Igreja para os pobres e uma Igreja pobre. Não com menos ousadia e profundidade a 5ª Conferência de Aparecida, tendo como eixo a missão e que nos fala de sua natureza e identidade. E aparecem nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil as 5 urgências e aqui destaco: a Igreja em estado permanente de missão. Por isso nossa diocese optou por realizar, em todo o território diocesano, as Santas Missões Populares. O projeto Rumo ao Novo Milênio, colocando a Igreja no coração do mundo. Nossa Igreja particular ganha fôlego frente a essas grandes propostas na sua organização como um todo, mas especialmente na sua organização pastoral, com grande destaque à formação permanente para leigos (as).

Ouvimos três textos bíblicos. Primeiro, um cântico do profeta Isaías, que nos fala da restauração de Jerusalém onde todos agora podem se achegar, porque tornou-se uma cidade iluminada, perfeita, símbolo da nova humanidade, conforme o Apocalipse de São João (21, 9ss) – cidade perfeita e deslumbrante. Tem as marcas do Deus da vida. Ela reflete a glória de Deus que nela está presente. É assim que nós queremos visualizar nossa diocese.

A segunda proclamação foi a da primeira carta de Pedro. Os cristãos que estavam às margens da sociedade, os esquecidos, os pobres, agora são chamados a fazer parte da construção deste novo edifício, nova casa, novo templo, tendo como alicerce o próprio Cristo, pedra rejeitada que se tornou pedra viva e fundamental. Os cristãos, cada um de nós, são o verdadeiro povo que dá testemunho das obras maravilhosas de Deus.

E, por último, o Evangelho de João (15). Quem está unido a Jesus produz fruto. Aqui, também nos deparamos com o tema da comunidade cristã. A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação efetiva na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento. O fruto maior que a comunidade pode produzir é o amor. É neste clima que brota, na mente e no coração do povo de Deus, uma Igreja participativa, misericordiosa, acolhedora e servidora – em duas palavras

queremos ser uma Igreja acima de tudo: acolhedora e missionária. Tudo se dá e acontece assim, nos embates de ideias que surgem os projetos e o desejo de caminhar conforme o evangelho de Jesus. Nestas últimas décadas, o protagonismo dos leigos é marcante e decisivo nas pastorais e movimentos. Alguém afirmava que é necessário investir ainda mais na capacitação e formação das lideranças leigas. Sonhamos com uma Igreja, povo de Deus, onde cada irmão e irmã tem seu lugar e descubra seu papel dando testemunho vivo de comunhão e participação. Temos consciência de todas as dificuldades, e de toda ordem, que estamos passando, mas é necessário sermos provados, só assim poderemos perseverar e vencer toda dificuldade e obstáculo. Eu estarei com vocês todos os dias, nos diz Jesus.

Certamente estamos pensando como será o futuro de nossa Diocese. O futuro a Deus pertence, mas no presente queremos marcá-la com o desejo de torná-la mais humana, cristã, fraterna e solidária. Queremos emprestar todos os instrumentos de Deus e, com nosso esforço, plantar a alegria, a paz e a fra-

des que não mediram esforços para que pudéssemos celebrar de maneira tranquila e alegre esse centenário.

Um agradecimento particular ao coordenador geral de todo evento, padre Henrique, que se dedicou de forma incansável e admirável. Parabéns a todos nós! A todos, a minha gratidão.

Agradecidos e amparados pela nossa Padroeira, a mãe das Dores, que nos fez sempre companhia, queremos nos comprometer a caminhar na fidelidade ao seu filho Jesus e a perseverar até o fim. Amém.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

ternidade.

As Santas Missões Populares estão acontecendo como forma de um grande presente capaz de renovar e transformar nossas comunidades e paróquias, como o fermento, o sal e a luz são eficazes na sua ação.

Que o Senhor esteja conosco!

Agradeço, de coração, a presença de tantos irmãos e irmãs que vieram de perto e de longe, nossas autoridades, que muito nos honram, e agradecer aqueles que não puderam estar conosco, mas que nos escreveram e asseguraram suas orações. Meus mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas, equipes e comunida-

Fevereiro/2016

9

Notícias do Centenário

Festa do Centenário lota a praça da Catedral com apresentações regionais e show de Adriana mento histórico para a nossa diocese. Me sinto Igreja participando e podendo contribuir”.

O público do evento era, em sua maioria, jovem. Muitas paróquias de toda a diocese fizeram caravanas, alugaram vans ou carros e, mesmo debaixo de um sol forte, permaneceram na praça, sob a proteção da majestosa Catedral que, com suas altas torres, Abrindo as apresentações no palco, apresentaram-se o padre Sandro oferecia algumas somHenrique e o coral Pequenos Cantores de Cássia bras para aqueles que Como parte das comemorações do não queriam sair de lá para participar Centenário da Diocese de Guaxupé, dos shows. A escadaria, que serviu de aconteceram, após a Santa Missa na banco, ficou pequena para mais de praça da Catedral, shows e muita ani- oito mil pessoas que foram prestigiar a mação com cantores da própria dioce- festa do centenário. Muitos outros jose. Uma equipe foi formada por 13 jo- vens e adultos foram voluntários. Três praças de alimentação foram montadas para acolher, da melhor forma possível, as pessoas que chegavam.

Abrindo as apresentações regionais, por volta das 17h entram no palco padre Sandro Henrique e o coral Pequenos Cantores de Cássia, que encantaram o público com suas músicas.

Fundado em março de 1972, em Cássia, o coCerca de 8 mil pessoas participaram do Centenário, lotando a praça da ral está sob a regência de Humberto Patrik Catedral Diocesana durante os shows Pampanini França e vens e suas atividades começaram há direção de Messias Donizete Faleiros. meses. Aline Eloisa, de São Sebastião Marcou presença também a dupla do Paraíso, fez parte desta equipe e Padre Arnoldo e Vanderlei. São dez partilhou sua alegria: “É a primeira vez CDs em 20 anos de carreira. A dupla que realizamos um trabalho tão gran- começou quando os dois integrantes de, estamos contentes em ver a recep- perceberam que suas vozes se uniam tividade das pessoas. É muito bom ver e podiam expressar o amor de Deus toda essa festa e participar deste mo- a partir das canções. “Não vencemos contar as graças que Deus nos dá, foi uma honra estarmos aqui”, disse padre Arnoldo.

Padre Natal e banda foram a terceira atração. Sua trajetória como cantor se concretizou com a gravação do CD Santidade. “Foi com alegria que aceitei o convite de estar aqui neste dia.

Em seguida, padre Arnoldo e Vanderlei apresentaram seu repertório de 20 Evangelizar através anos de carreira

10

da música é expressar o sentimento, levando as pessoas a rezarem duas vezes”.

Em seguida, para abertura do show da cantora Adriana Arydes, a dupla dos Padres Cantores se apresenta, composta pelos padres Rodrigo Papi e Sérgio Bedin. Os trabalhos da dupla começaram há um ano e meio quan- Padre Natal afirmou após o show: “Evangelizar através da música é do decidiram unir suas expressar o sentimento” vozes e evangelizar por meio da música. que estão aqui”.

A grande atração da noite entrou O seminarista Michel Pires, um dos no palco por volta das 19h30. Adriana responsáveis gerais do evento, fez uma Arydes tem 15 anos de carreira, 10 CDs avaliação afirmando que: “todo esfore 2 DVDs, em uma das carreiras mais ço valeu a pena para ver o quanto as sólidas da música católica e que tem pessoas ficaram felizes ao presencialevado muitas pessoas a um encontro rem todo este show. Somos agora uma pessoal com Jesus Cristo. Era nítido o Igreja centenária, merecemos tudo o coro que se formava quando começava a cantar. Em entrevista à Pascom Diocesana, a cantora disse que estava se sentindo muito feliz: “é a primeira vez que estou nesta cidade e fazer parte desta festa é uma satisfação muito grande, pois a minha vocação é levar a Palavra de Deus para as pessoas através da música, assim, hoje, em Guaxupé, eu que- Padres Rodrigo Papi e Sérgio Bedin animaram os presentes com músiro mostrar o que Deus cas conhecidas do público católico me deu de melhor”.

Levando sempre consigo a sua fa- que conquistamos, é tempo de colher mília, esposo e filho, Adriana não per- os frutos, sem deixar de lado as semendeu a oportunidade para mostrar a tes que devemos cultivar para edificar o importância de se ter uma família e o Reino de Deus no meio de nós”. quanto as pessoas necessitam de uma, Por seminaristas pois “família é um dom de Deus, um Douglas Ribeiro e presente que recebemos do Criador Luiz Fernando Gomes e com ela podemos tudo em nossa vida” finalizou a cantora.

Para a jovem Laís Jardim, de Poços de Caldas, “os shows trazem uma alegria a mais para esta comemoração tão importante. Após ter festejado com a Eucaristia, nós podemos agora celebrar com estes cantores que vêm abrilhantar ainda mais a nossa festa e por que não, evangelizar muitos Pela primeira vez em Guaxupé, a cantora Adriana Arydes valorizou a jovens e adultos importância da família para a sociedade e para a Igreja

Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Edição Especial

A celebração do Povo de Deus no Centenário

Padres e diáconos revelam alegria e contentamento em participar do Centenário

Mesmo debaixo de sol forte, leigos participam da solene Celebração Eucarística do Jubileu, acompanhando por dois telões instalados na parte externa

Organizar uma festa de 100 anos separam a emancipação político-ad- leigos, um clero numeroso e um pastor não é fácil, ainda mais quando a aniver- ministrativa de Guaxupé da criação da que continua a missão de Jesus Cristo sariante é a histórica Diocese de Guaxu- diocese. Portanto, nota-se que nossa na Igreja Particular de Guaxupé. Gostei pé (MG). Os diocesanos que passaram cidade foi construída e caminhou sem- muito de ver uma programação diverno dia 31 de janeiro, pela praça ou pelo pre rumo ao progresso apoiada, entre sificada, que atende à realidade devointerior da Catedral Diocesana Nossa tantos fatores, no catolicismo. Está na cional, me refiro ao terço, à catequeSenhora das Dores, sentiram a presen- letra de nosso hino: aqui somos feli- se através da música com o show de ça viva de Deus entre nós. Vivemos um zes, aqui nós temos fé” – concluiu. Re- Adriana Arydes, agradando e muito os domingo de sol, de luz e bênçãos que presentando o clero de Colatina (ES), leigos que não tinham a evangelização ficará marcado para sempre na memó- padre Roberto Marcelino de Oliveira, dessa maneira há 100 anos, e o ponto ria desse Povo de Deus. Entre as auto- secretário executivo da CNBB no Leste alto que foi a solene Celebração Eucaridades eclesiásticas, políticas, militares 2, teve a impressão que, após 100 anos, rística, que estava muito orante, com a e civis algo foi possível de se ouvir em a Igreja continua com o rosto jovial de belíssima homilia de dom José Lanza tom uníssono: que beleza de comemo- Cristo. “A Diocese de Guaxupé tem um Neto, que tão bem me recebeu no paração! presbitério que se revela através dos lácio episcopal, e a acolhida dos padres A concretização de um longo trabalho de organização para a realização do Centenário Diocesano mobilizou centenas de voluntários e profissionais de diversas áreas. Por isso o reconhecimento de quem participou da festa. Para o prefeito de Guaxupé, Jarbas Correa Filho, “Guaxupé ser sede do bispado, ter uma diocese tão atuante e presente na vida das pessoas é motivo de muito orgulho para nós, guaxupeanos. São 86 paróquias onde estima-se um milhão de habitantes.

Um povo e várias cidades interligados pela fé e que merecem nosso reconhecimento. Sua história na região, sua importância para Minas e os mineiros. São apenas 3 anos que Prefeito de Guaxupé, monsenhor Hilário Pardini e o bispo diocesano descerram placa comemorativa pelos 100 anos

Fevereiro/2016

Henrique Neveston e Sandro Henrique.”

Para monsenhor Hilário Pardini, com 98 anos de idade e 73 de ministério presbiteral, participar do centenário é uma dádiva de Deus. “Foi uma beleza, jamais imaginei viver tudo isso. Agradeço a Deus pelo dom da vida e pela minha vocação. E se eu não fosse padre, não seria outra coisa. Eu seria padre, nasci para ser sacerdote”.

Ao término da celebração, monsenhor Hilário, o prefeito de Guaxupé e dom José Lanza descerraram uma placa comemorativa alusiva ao centenário.

Para o arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado, é estimulante ver as dioceses de Guaxupé e da Campanha, que compõem a Província Eclesiástica, viver em união, em harmonia e buscando caminhar juntas em prol do bem comum. Padre Gilgar Paulino Freire, pároco da Paróquia São Judas em São Sebastião do Paraíso, avalia como positivo o momento celebrado em 31 de janeiro, afirmando que foi tudo muito bem preparado.

“Estava perfeito e organizado.

Mesmo envolvendo milhares de pessoas, saiu tudo bem, foi um momento especial em nossa diocese. Deus se fez presente.”

Por Alessandro Calixto

11

Edição Especial

Artigo

Como será a pastoral nos próximos 100 anos?

Amados e amadas agentes de pastoral desta nossa centenária Diocese de Guaxupé. É muito bom celebrarmos 100 anos de história marcada por inúmeras conquistas, mas, de maneira especial, no âmbito da pastoral diocesana neste tempo de evangelização.

Neste Centenário, a Diocese de Guaxupé acompanhou o tempo da Igreja e o tempo do mundo. As transformações mais bruscas e fundamentais aconteceram na história da humanidade dentro destes 100 anos. E como afirmam os documentos do Concílio Vaticano II, onde esse ser humano vive, trabalha, se alegra, se entristece e celebra sua vida, a Igreja deve estar com ele.

Com a Igreja Diocesana não foi diferente. Vivemos um momento inicial onde 80% de nosso clero era composto de missionários estrangeiros, graças a Deus. Alguns escolhidos especificamente para atender a uma demanda pastoral. O que muitos não sabem é que nossa diocese sofreu, no começo do século XX, um embate de protestantes que chegaram convertendo, em massa, algumas cidades, e um número expressivo de espíritas em outras cidades. Tudo isso resultou em uma forte articulação dos bispos para com o cuidado do rebanho, assim, muitas congregações vieram parar nestas terras e fizeram um bem inestimável.

Com a vinda de congregações religiosas e a preocupação pastoral dos bispos, surgiram movimentos fortes como o Sagrado Coração de Jesus, os Franciscanos e a ordem terceira, congregações e irmandades que trabalharam os leigos dentro de associações e irmandades. Este fator foi muito importante porque mostrou, ainda em um tempo em que não se falava de pastorais e movimentos, a força do leigo na Igreja e na Sociedade. Basta olharmos para as cidades da diocese e observar quantos prédios, hospitais, escolas, creches, orfanatos e asilos foram construídos pela força de leigos engajados.

Após o Vaticano II, a diocese não parou de articular sua pastoral com os movimentos marianos e tantos outros e a implantação das pastorais, articu-

12

lação do Plano de Conjunto e inúmeras assembleias diocesanas até os dias atuais. Neste momento centenário, toda pastoral e todos os esforços de uma Igreja diocesana colocam ênfase na formação de leigos, e, sobretudo, neste despertar missionário de uma Igreja diocesana permanente, com as Santas Missões Populares.

Passado os preparativos para o centenário, se pergunta: como seria

a pastoral nestes próximos 100 anos?

Não dá para prever 100 anos, mas dá para apontar um caminho se diocese, bispo, padres e leigos fizerem o dever de casa. A Igreja jamais pode esquecer seu papel na Sociedade, não pode perder sua essência missionária e não deve perder sua orientação através de uma boa formação, seja a formação dos leigos quanto a dos futuros padres.

Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Contudo, deve-se levar em conta um fator preponderante: mesmo evangelizando, sendo missionário, as perspectivas atuais nos dizem que vamos continuar perdendo em número de fiéis, mas, isso deve chamar a atenção não de um paralelismo com o que as outras religiões estão fazendo para atrair fiéis, e, sim, fortalecer a missionariedade diocesana, aliada a uma eclesiologia marcadamente de comunhão; perder a preocupação com a quantidade de pessoas e aumentá-la na qualidade e formação de toda Igreja Diocesana.

Diagnóstico complicado esse, mas certo, tendo em vista que a Igreja, hoje, cresce vertiginosamente nos Estados Unidos e na Ásia, lugares onde o ser humano, depois de viver a liberdade do capitalismo e a aventura do comunismo ditatorial, busca uma resposta para sua fé sólida em um Igreja que perpassa o tempo e mantém a verdade e a liberdade em Jesus Cristo.

Sendo assim, os próximos 100 anos serão marcados por uma pastoral eminentemente missionária, portanto mistagógica, vivida em pequenas comunidades, aberta à Palavra de Deus e com os olhos fixos no Senhor. Ou uma Igreja mantenedora da conservação só de seu patrimônio, extremamente moralista, pouco humana e não missionária. Parafraseando o Papa Francisco, que diz preferir uma Igreja enlameada a outra que não quer sair ou se arriscar em direção da experiência com o outro, sem converter-se pastoralmente.

Dito isto, reafirmamos nosso amor e confiança em nossa Igreja Diocesana e podemos dizer que estamos mais perto do primeiro exemplo se continuarmos neste estado de missão permanente, com formação de leigos, abrindo nosso olhar à sociedade e caprichando em nossa vida celebrativa em comunhão. Com certeza, nossos irmãos colherão mais 100 anos de evangelização profunda, porque a Igreja é conduzida por simples mortais, mas sua essência está no Senhor que nos conduz desde sempre.

Por padre Henrique Neveston