Draft

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Que não haja uma rejeição da ideia de Deus, nem do próprio Deus, é a minha principal preocupação nesta primeira parte de teoria. Deus existe como explicação do Universo cósmico, como criador de tudo aquilo que conhecemos e desconhecemos. Usar a argumentação de que Deus não existe apenas serviria para uma confusão generalizada e a ideia de que o nada acaba por ser algo. O nada nem sequer pode ser definível em termos certos e absolutos. Falo nisto porque a existência do conceito de nada é devida a generalizações de senso comum que explicam a falta de algo que se sente, ou que não existe num determinado lugar. Posso aceitar isto, mas não altera o facto de que não se consegue provar o nada. É importante partir da ideia postulada por Parménides de que o não ser não pode existir. A sua teoria principal foi a de que o ser é e não pode não ser. Nós não podemos existir e não existir ao mesmo tempo. Da mesma forma posso dizer que as coisas não existem num vácuo, não há intervalos entre elas. Isso torna-se ainda mais evidente na idade do átomo, quando finalmente percebemos que a matéria é composta por estes pequenos elementos. Até mesmo um buraco negro acaba por existir. As coisas pura e simplesmente existem e estão relacionadas de uma forma ou outra pela causalidade. Toda a acção tem uma reacção. Que as coisas materiais são sentidas pelo homem, ou que estão sujeitas a ser sentidas, isso foi provado desde inúmeras gerações. O homem acaba por fazer uso da experiência e experimentação até mesmo de forma involuntária. As ideias estão no plano não material, mas isso não implica a sua não existência. Desde o período grego que tal se afirma. Existem na racionalidade humana, através de imagens e conceitos e juízos. Se o homem as tem então é porque existem. Não vou perder tempo a discutir a sua origem, porque acaba por ser irrelevante para o argumento em causa. Tudo isto acaba por se relacionar com Deus apesar de sentir que a palavra Deus acaba por ser demasiado restrita para o que desejo falar e é vital uma explicação. O que quero falar é a existência de um ser superior à condição humana. Este Ser transformou eventualmente tudo, tudo o que conhecemos, tudo o que não foi transformado pelo homem. Apelidar este ser superior de Deus é o que farei apesar de todas as implicações erróneas que possam advir. Deus desenvolve tudo a partir de si mesmo, isto porque é o Criador. Por essa mesma razão existe o Universo. Negar a existência de Deus, serviria para admitir a inexistência de matéria e que o tudo vem do nada. Este nada que estou a falar remete automaticamente para o impossível, tornando toda a realidade uma concepção falsa de unidade. Admitir isto poderia facilitar o processo de conhecimento e render o surgimento ao vazio. Não me parece que as coisas surjam dessa forma, uma


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