Revista Porta Luvas - Edição 14

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SUMÁRIO 04 05 06

Editorial

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Cinema Yes, nós fazemos cinema, sim Sinhô

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Culinária Típica Doce bom é feito com casca e tudo

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Humor O pão de cada dia ganho com o suor da risada em cada tira

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Dança A dança vital que deu o poder aos jovens sobre si mesmos

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Patrocinador Dois anos de muita responsabilidade social corporativa

Cartas Mapeamento Cultural Cidades beneficiadas pela Revista Porta-Luvas

Expediente

Distribuição Gratuita - Tiragem de 180.000 exemplares Proibida a reprodução total ou parcial dos textos, fotografias e ilustrações sem autorização da Emana Imagem & Cultura Ltda. www.emana.art.br - orkut: Revista Porta-Luvas - twitter: @portaluvas fecebook: Editorial Portaluvas Editora/ Administrativo/ Financeiro: Emana Imagem & Cultura Ltda. Editor/ Redator: Fernando Bueno (Milagre do Verdo Editora Ltda. ME) Fotos: Katia Fanticelli (Emana Imagem) Colaboradores: Claudio Carvalho, Marcos Garcia e Eduardo Begnami Editoração: Cadu Fernandes (Mídia13 Propaganda e Marketing) / Emana Futura Patrocínio:

Realização:

www.ohlbrasil.com.br

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editorial

Cultura é aqui mesmo! A cada reunião de pauta da revista é uma verdadeira “luta” para definirmos as matérias da próxima edição. A grandeza do interior paulista neste quesito é realmente surpreendente. Na capa desta edição uma matéria sobre a qualidade e a riqueza das produções cinematográficas de Brodowski, uma cidade com pouco menos de 20 mil habitantes. Imperdível, na página 8. Sobre outra riqueza, a da culinária, uma matéria especial na página 14 sobre a Goiabada Cascão, produzida artesanalmente há mais de 40 anos em Dois Córregos. O humor também está contemplado na 14ª edição da revista, e o assunto são os cartunistas, quadrinistas e coloristas do interior de São Paulo. Veja na reportagem a trajetória de nomes consagrados e gratas revelações. O Projeto Dança Vida, de Ribeirão Preto, foi outro tema abordado pela Porta-Luvas. Uma entrevista com Paula Vital Reis revela todos os detalhes e a história deste belo projeto. A última matéria da revista traz um resumo dos principais trabalhos desenvolvidos pelas empresas do Grupo OHL Brasil na área socioambiental. Desejamos uma ótima leitura para todos e pedimos que mantenham contato conosco pelo email revistaportaluvas@emana.art.br ou pelo nosso twitter @portaluvas

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>> cartas Voltando de Ribeirão Preto para São Paulo em 12 de julho, em um dos pedágios, fui agraciado com um exemplar da revista Porta-Luvas, edição 12. Gostei muito do conteúdo das matérias, simples e objetivas. Mas quando li sobre o Butoh Brasileiro e seu maior intérprete João Roberto de Souza fiquei emocionado. Primeiro que já tive a oportunidade de ver, apreciar e aplaudir muito a arte desse fantástico rapaz em um dos festivais de teatro de Curitiba onde conseguiu imenso sucesso, e depois por sua inteligência, persistência, criatividade e muita coragem em nos trazer e difundir uma cultura que nos induz a pensar e tomar atitudes escancaradas naquilo que nos incomoda. Reportagens desse nível engrandecem a revista. José Luiz Marco Antonio - São Paulo-SP Resposta: Ficamos contentes com seu depoimento e isso nos estimula a fazer uma revista melhor a cada edição. Continue enviando seus comentários e sugestões. Um abraço. Sou arte educadora em uma escola da rede pública, e o material para as aulas é muito pobre. A revista me ajudaria muito nas aulas. Gostaria muito de recebê-las. Obrigada Silvani Bartnik - Nova Esperança do Sudoeste-Paraná Resposta: Obrigado pelo seu contato. Muito nos honra saber que a revista pode complementar algo tão importante na vida das pessoas. Fique tranquila que mandaremos as edições anteriores disponíveis. Muito legal poder ler e conhecer sobre a cultura do nosso país, parabéns pelo trabalho que fazem, iniciativas assim é que contribuem para o crescimento intelectual do nosso país. Pericles Alexandre Martins de Santana - Paripiranga-BA Resposta: Ficamos gratos pelo seu contato e de saber que estamos dando nossa margem de contribuição para um país mais rico culturalmente.

FALE CONOSCO: Envie cartas ou e-mails (revistaportaluvas@emana.art.br) para esta seção com nome, RG, endereço e telefone. A Revista Porta-Luvas se reserva o direito de, sem alterar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados.

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>> Cinema Yes, nós fazemos cinema, sim Sinhô Fernando Bueno

Quem vê o ferroviário aposentado e funcionário público Caetano Jacob, de 74 anos, sentado em frente a uma quase novinha máquina de escrever, em uma sala do Departamento de Obras de Brodowski, jamais imaginaria que ali está um genial criador do cinema nacional e o responsável direto por 11 longasmetragens (veja a lista no final desta matéria). Isso mesmo: morram de inveja cidades com mais que os 20 mil habitantes da terra de Cândido Portinari, no interior paulista. É inegável a conquista de Jacob e seu grupo de abnegados amigos que, com dinheiro do próprio bolso, cada um fazendo um tico de coisas, colocaram a cidade na rota do cinema independente. E tanto fizeram que reuniram a produção em um festival, em 2006, para americano, brodowsquiano, ribeiraopretano, francano, saocarlense, ararense, bebedourense e quem mais quisesse ver. E aqui não se discute ou se avalia se a qualidade é boa ou ruim, se os atores merecem o Oscar ou a Framboesa de Ouro. O que importa é que a população espera e se orgulha do cinema local – e olha que Porta-Luvas

nem cinema mesmo, aquele predião com cadeiras e telona, por lá se tem. “Sabe CD do Roberto Carlos? Um por ano? É assim que tem que ser aqui. E todo mundo cobra”, afirma o professor de Física e Matemática José Luís Perez, ele próprio um dos artífices do fenômeno “cinema de Brodowski”


E tudo começou com a TV Responsável geral pela TV Educativa da cidade, Perez entrou nesta história lá no início, em 1997. E foi nas folgas da produção da emissora que a Sétima Arte ganhou vida na cidade. Da TV eles usam os equipamentos e os técnicos. Perez faz as vezes de diretor de Fotografia

e cameraman. Antonio Luiz Grotti, outro da turma, opera câmera e grua, faz fotos e making off. Lá se produz assim. Quem pode e leva jeito para a coisa dá sua contribuição. “Fiz mais de 20 espetáculos de teatro no Salão Paroquial daqui lá perto de 1958. Mudei-me e quando voltei não havia mais nada. Um dia chegou a TV. Achei que dava para filmar, fazer as peças virarem outra coisa, mais bonita, arte de outro jeito. Os amigos gostaram e entraram nisso comigo”, diz Jacob, fã de “E o Vento Levou” e “Dama por um Dia”. “O Caetano é autodidata. Um dialoguista de primeira. Leva jeito para o troço. Tinha mesmo que fazer cinema com esta coisa toda”, ressalta José Marcos Passos Valente, diretor do Departamento de Cultura e Turismo, mais um personagem que veio do teatro paroquial. Comédia e filme de época O cinema feito em Brodowski tem para todos os gostos. Há comédia de costumes (“A Criada Atrapalhada”, de 1999) e filme de época (“Amargo Regresso”, de 2009, em montagem, sobre a Revolução Constitucionalista de 1932). “O Castigo”, a primeira peça que o grupo de amigos montou, também foi o primeiro filme, feito em 1997. Trata de uma pendenga entre fazendeiro e padre, acusado de conquistador. Teve até um que se baseou em caso real. Ou meio real. Porta-Luvas


Ambos foram exibidos nacionalmente em 2008. Caetano Jacob já tem diversos roteiros prontos. Todos feitos na mesma máquina de escrever. “Voltei do Inferno” será o próximo a entrar em produção e na fase de ensaios. Tudo ao mesmo tempo agora. Do VHS ao HD “Tudo o que fizemos até agora foi no peito e na raça. Já tivemos que fazer vaquinha para algo que faltava. A artesã Ana Cristina Meneghello, por exemplo, fez recentemente duas estrelas de xerife e delegado para o próximo filme. Antes a que usávamos era

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Ou surreal. Ou na versão. Ou no que o povo queria que fosse. “Confissão Tardia”, de 2001, narra a descoberta do verdadeiro assassino do então prefeito Martim Moreira Cabral. Mas talvez a mais querida produção seja mesmo “Dioguinho”, de 2003, personificado pelo empresário e jornalista Odair Martins, que conta a história do mais famoso facínora das terras da Alta Mogiana. Este filme, junto com “A Mão do Destino”, de 2005, que fala da morte do filho de um usineiro por um forasteiro, rompeu barreiras e chegou a Rede Brasil.

Caetano Jacob produziu os 11 roteiros em uma máquina de escrever Porta-Luvas


Antonio Luiz Grotti

Perez e Grotti respondem pela parte técnica das produções

Antonio Luiz Grotti

Fernando Bueno

“Amargo Regresso” é o 11º filme feito pelos amigos de Brodowski

Cena de “A Mão do Destino”, que foi exibido na Rede Brasil em 2008 Porta-Luvas


um adereço feito na China”, conta Roberto Morando Videira, coordenador de Turismo da cidade, ator, produtor, entusiasta e o que mais for preciso no que se refere ao cinema local. Ele e Passos Valente lutam incessantemente para obter ajuda do empresariado regional para transformar um antigo armazém de café dos tempos áureos, hoje dublê de rodoviária, em cinema mesmo, de verdade. Não bastasse a necessidade premente da cidade que respira arte – primeiro com Candinho, agora com o cinema produzido em seus quintais –, o local é icônico:

neste mesmo armazém de café trabalhou por muitos anos, como conferente, o pai de Caetano Jacob. “O Castigo” levou dois meses só para editar. “Era tudo corte seco, feito na câmera mesmo. Fazíamos exibição-teste, como os grandes estúdios de Hollywood, só que para descobrir os erros. Aí tínhamos que regravar trechos inteiros”, conta José Luís Perez. Do primeiro longa até 2002 era tudo feito em VHS. Em 2003 entrou em cena o sistema digital. “Amargo Regresso” marcou a chegada do HD (Alta Definição) e da edição não linear.

Fernando Bueno

A produção de cinema de Brodowski cabe na mesa de 1 metro e no coração de 20 mil habitantes

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Antonio Luiz Grotti

Cena de “Amargo Regresso”, sobre a Revolução Constitucionalista de 1932

Mas a história do cinema de Brodowski não pode ser contada sem José Luís “Mith” Mantoani. Hoje um tanto afastado do labor do cinema, recuperando-se rápido de um problema de saúde, o bancário aposentado, cinéfilo e colecionador de filmes introduziu a trilha sonora escolhida com foco nos quatro últimos filmes do grupo. É também roteirista, produtor e diretor. O técnico em refrigeração Clóvis Martins da Silva, de 60 anos, atende também, até hoje,

por onde passa, por Coronel Ferreirinha, personagem que viveu no primeiro filme, “O Castigo”. O ator, contudo, lembra com carinho e orgulho a produção que mais gostou. Em “Aconteceu Naquele Dia” viveu, ora pois, um técnico em refrigeração. E viu parte da família em cena. João, seu filho, viveu o mesmo papel que Silva na juventude. “A gente tem amor e gosta de fazer cinema. Meu compromisso com o grupo todo é grande. Faço com amor”, completa. Porta-Luvas


>> Culinária Típica Doce bom é feito com casca e tudo lhaço faz da arte a transformação Irmãs de Dois Córregos mantêm a tradição de uma receita que faz sucesso há mais de 40 anos Milena Arthur

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O caminho para chegar ao sítio Santa Tereza não é fácil. Depois de passar por Dois Córregos (221 km de São Paulo), ainda são cerca de 15 quilômetros em estrada de terra, em meio a uma paisagem de tirar o fôlego, esperando ansiosamente pela próxima plaquinha indicando “Goiabada Cascão”. O fim da viagem reserva quatro doces surpresas: a melhor goiabada cascão da região e as três irmãs Paulo - Maria de Lourdes, Geralda e Luzia. Em frente à casa simples, um fogão à lenha com aquele jeito de que nunca fica apagado. O freguês passa a varanda e vai entrando porta adentro até chegar a uma cozinha típica de fazenda que abriga mais um forno à lenha, também sempre aceso. Nas paredes, prateleiras e mais prateleiras onde repousam panelas e mais panelas de metal reluzente. Parece uma coleção. Logo após o almoço, Dona Geralda – uma senhorinha com menos de metro e meio e 75 anos - já está com as goiabas sobre a mesa, cortadas e lavadas, espePorta-Luvas

rando para começar a produção do dia. Ela parece não tomar conhecimento da sua idade: acorda todo dia de madrugada, carpe o sítio, cuida dos animais, tira leite da vaca e volta para a casa para “começar o dia”. As goiabas vão passando pelo moedor de carne para formar a massa do doce. “Eu coloco a goiaba inteira, com casca e tudo, só tiro as sementes”, diz Geralda. A massa é pesada e depois ela separa a mesma quantidade de açúcar. “É sempre um pra um. Não tenho problema de contar a receita pra todo mundo que vem aqui. Todos voltam para dizer que a nossa goiabada tem gosto diferente”, conta ela com um sorriso maroto. A massa vai para um grande tacho de cobre para apurar no fogão lá de fora, onde Dona Maria, 82 anos, já espera para começar a mexer o doce com sua enorme colher de pau. São cerca de duas horas mexendo sem parar, não se importando com os respingos ferventes nas mãos e braços. “Não posso parar


Sítio Santa Tereza – Fazenda Morro Alto Como chegar: No km 270 da Rodovia Antonio Prado Galvão de Barros/SP 304, pegar o acesso por terra para a Estrada Municipal DCR-040. Seguir por aproximadamente 15 km até a entrada do sítio. No caminho existem placas indicando “Goiabada Cascão”.

Diretoria Municipal de Cultura e Turismo (14) 3652.3666 www.doiscorregos.sp.gov.br

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senão empelota tudo”, diz Maria. Depois da fervura elas colocam o açúcar, mexem um pouco mais e então o doce pronto vai para as caixas de madeira que dão a assinatura final à goiabada cascão. Essa é a rotina delas há mais de 40 anos. E tudo começou por necessidade de complementar a renda da casa que não se sustentava somente com o trabalho na lavoura de café. As irmãs Paulo nasceram em Brotas e vieram morar e trabalhar na Fazenda Morro Alto acompanhando o pai que era funcionário da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Quando ia para a lavoura, Geralda levava um pouco de goiabada que deixava embaixo da árvore e ia então colher café. Mais tarde, ao retornar, percebia que seu doce tinha sido comido. “Um dia falei para os colegas: por que não compram o doce ao invés de pegar? E eles disseram: então traz que a gente compra”, conta ela, lembrando de quando sua receita familiar tornou-se uma fonte de renda. No ano passado o time teve um desfalque com o falecimento da irmã mais velha D. Anísia. A goiabada cascão das irmãs Paulo começou a ganhar fama na medida em que elas iam sendo convidadas a participar de eventos e festas na região. Mas a maior divulgação aconteceu

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quando elas passaram a fazer parte dos expositores do Revelando São Paulo, o maior evento da cultura tradicional paulista que acontece anualmente em setembro na capital. Elas chegam a produzir 200 quilos de doce para os dez dias da feira porém nunca é suficiente: “nosso estoque sempre termina antes do fim do evento; tem gente que leva quatro ou cinco quilos de goiabada”, conta Geralda. Elas também produzem outros tipos de doces como de leite, de cidra, de mamão, rapadura, além de um queijo bem caseiro para acompanhar tudo isso.

As irmãs Geralda e Maria cuidam do tacho para o doce não empelotar


CURIOSIDADES • A goiaba é uma fruta genuinamente brasileira rica em vitamina C, cálcio e outros nutrientes. A goiaba vermelha tem ainda o licopeno, substância antioxidante que ajuda a prevenir o câncer. É parente da guabiroba, jabuticaba e da uvaia. • O escritor inglês William Shakespeare não poderia imaginar, em 1.595, que ao criar seus mais célebres personagens também estava batizando uma das mais conhecidas duplas da culinária brasileira: Romeu e Julieta, ou Queijo com Goiabada. • A goiabada cascão foi um dos itens levados na bagagem da seleção brasileira de futebol para a Copa da África em 2010. O queijo com goiabada é uma das sobremesas preferidas dos atletas. • A expressão “goiabada cascão” tem duas origens prováveis. Uma delas conta que os cozinheiros escravos faziam a goiabada com a polpa para os senhores proprietários das fazendas. O que sobrava – as cascas e as sementes – era usado para fazer uma goiabada diferente e bastante saborosa: e essa ganhou o nome de “cascão”. Outra história diz que antigamente a goiabada era colocada em caixas forrada com papelão para evitar que vazasse. Depois de seco, o doce era desenformado e alguns pedaços do papelão ficavam grudados, dando a impressão que havia uma casca.

Romeu e Julieta é o casamento perfeito do Queijo com a Goiabada Porta-Luvas


>> Humor O pão de cada dia ganho com o suor da risada em cada tira Tem gente que perde o amigo, mas não perde a piada. Tem gente que se sente a própria piada – brasileiros, vivendo de salário mínimo, pagando impostos, sem saneamento básico e sem saúde... E tem gente que vive de piada. Da própria e da alheia. Dos políticos. Da vida. Cartunistas e quadrinistas se encaixam neste perfil. Eles têm o dom de retirar das situações cotidianas mais prosaicas o senso humorístico e sarcástico, e com traços inconfundíveis retratam o dia a dia, a vida e morte Severina, este pequeno e duro espaço de tempo que dura a passar, entre o Carnaval e o Reveillon. E o interior paulista é fértil em profissionais que fizeram e fazem do quadrinho seu ganha-pão em cada traço. E muitos, creiam, chegam a ser escolhidos e trabalham para grandes editoras americanas do setor. Um nariz na ferida nacional Ninguém em Ribeirão Preto conhece César Augusto Vilas Boas. Ou quase ninguém. Ou os amigos apenas. Ou os vizinhos, os amigos jornalistas, os publicitários ou aqueles que – eles podem até negar – sempre Porta-Luvas

Sergio Masson

Juliane Freitas

PELICANO começam o dia e a leitura dos jornais pelas tirinhas. O César gosta mesmo de atender pela emplumada e divertida alcunha de Pelicano, um dos maiores e mais importantes cartunistas e quadrinistas brasileiros. Nascido no norte do Paraná, em Jandaia do Sul, é irmão do Glauco, o criador do Geraldão, morto tragicamente no início deste ano. Até começou na imprensa depois do irmão mais novo e levado pelas mãos deste. Pelicano mudou-se para Ribeirão Preto, em 1973, para estudar. Formou-se em Engenharia Civil.


Apesar de ter criado personagens marcantes como o junk dog Bililas e o Operário Pedrão, é dos políticos que ele gosta mais. Em cartuns e tiras diárias, a política e as agruras de ser brasileiro fazem de Pelicano o tradutor da indignação nacional sem voz.

Charges de Pelicano publicadas no jornal Tribuna de Ribeirão Preto

Pegada de família e prêmios O cartunista vem de uma família de artistas. Sua mãe, Cidu, se dedicava à pintura e influenciou os filhos. Em dias de chuva, no apartamento em Marealva, também no Paraná, Pelicano e Glauco, quando pequenos, eram postos por ela para desenhar. E ele confessou ao jornalista Angelo Davanço, autor do fanzine A Falecida, em 2000: “Até hoje, quando dá um tempo de chuva, bate aquela vontade de sair desenhando”. Os trabalhos de Pelicano foram publicados na maioria dos jornais e revistas do interior de São Paulo e também n’O Pas-

quim, Folha de São Paulo e Jornal e no Guia das Profissões da UNESP. Publicou, em edição nacional, a revista Prato Feito, pela editora NovaSampa. Já são 58 anos de vida, 32 deles dedicados aos quadrinhos e cartuns. Seu trabalho pode ser visto no Tribuna, de Ribeirão Preto, Comércio de Jahu, Portal Movimento das Artes e Rede Bom Dia de jornais (Bauru, São José do Rio Preto, Jundiaí, Sorocaba, região do ABC, Itatiba, Catanduva e Marília). Pelicano foi cinco vezes premiado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba e recebeu o Prêmio de Melhor Cartum Nacional no Salão de Humor do Piauí. Porta-Luvas


O talento de Araraquara

Um garoto chamado Nicolau

Lucas Lima, aos 12 anos, desenhava com canetas esferográficas, xerocava todos os desenhos, montava em formato de gibi e corria atrás de patrocínio junto a amigos e parentes. Paulista de Araraquara, o jovem inspirava-se em Maurício de Sousa, o pai da Mônica, do Cebolinha, do Cascão. O quadrinista e cartunista, hoje com 31 anos, já trabalhou como diagramador em revista de automóveis, em São Paulo e na Espanha, antes de retornar à ci-

Em 2007, o araraquarense lançou “Nicolau – Primeiras Histórias”, com 1.500 exemplares pela Editora Junqueira e Marin, com a “vida e obra” do garoto de cabelos claros. Por causa do sucesso do personagem Nicolau, publicado em jornais de todo o País, as tiras foram adaptadas pela Cia. Polichinelo de Teatro de Bonecos, e a peça, apresentada na entrega do HQ Mix (o Oscar nacional dos quadrinhos), prêmio ao qual o site do autor – www.lucaslima.com concorreu na categoria “Melhor Web Quadrinho do Brasil”. Lucas Lima lançou, em março deste ano, em Ribeirão Preto, seu segundo livro. “Nicolau e Seus Queridos Vizinhos” reúne o cotidiano dos moradores de um edifício, onde convivem, entre outros, o folgado porteiro Potiguar e o papagaio boa praça e falante Marcel. Lima se considera um felizardo por viver de seu trabalho e arte. Segundo ele, o mais difícil é competir com o trabalho estrangeiro. Por isso, ele valoriza os jornais que incentivam os cartunistas nacionais.

Carolina Alves

LUCAS LIMA

dade natal e se dedicar à paixão da infância. Desde 2003, Lucas faz cartuns, histórias em quadrinhos, caricaturas, ilustrações, produção de mascotes e editoriais. Seu trabalho é publicado em Ribeirão Preto, Araçatuba, Goiânia, Londrina e Rio de Janeiro.

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HQ piracicabano Tatiane Martins Barreto

Piracicaba é cenário de outro personagem que se enquadra no enredo desta história. Maiolo, ou melhor, Marcelo Henrique Maiolo, nome de registro que ficou mesmo só no papel. Maiolo, como Lucas Lima, também sofreu de amor à primeira vista com os gibis de Maurício de Souza, mas com ele foi apenas troca de olhares. Logo que entrou no mundo dos quadrinhos se divorciou das histórias da Turma da Mônica para se aventurar com as do X-Men. O colorista de 28 anos, atualmente responsável pela coloração da publicação internacional Teen Titans da DC Comics, Warner Bros Entertainment Company, considera que sua carreira começou há cinco anos, mas já faz nove que está na estrada pintando sua biografia. Na infância, Maiolo não usava quase nenhum lápis de cor em seus desenhos. “Minhas ilustrações eram em preto e branco, odiava pintar”, diz. Mas como toda história tem seus altos e baixos, foi na cor que se consagrou nos HQs internacionais. Além da DC Comics, o colorista já fez um trabalho para a Glass House Graphics, outra gigante das HQs nos Estados Unidos, e recoloriu trabalhos do arquivo digital da Marvel Comics. Maiolo é quem define as nuances que serão usadas na coloração do Teen Titans. Ele

primeiro lê a história e a interpreta a seu gosto, cria a paleta de cores para a edição, geralmente com tons fortes. “Exige muita concentração. A cor pode mudar a interpretação da história”, fala. Depois de terminado e nv i a p a r a o e d i t o r, t u d o digitalmente. A l é m d i s s o, M a i o l o s e g u e c o m s e u e s t ú d i o, Art Studio Canvas w w w. s t u d i o c a n v a s . c o m . b r em Piracicaba. Para ele, que também é felizardo por conseguir viver de seu trabalho e sua arte como Lucas Lima e Pelicano, nossos outros personagens desta história, falta a glória, o The Harvey Awards, o Cannes dos HQs.

MAIOLO

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>> Dança A dança vital que deu poder aos jovens sobre si mesmos Paula Vital Reis, idealizadora do Projeto Dança Vida, fala nesta entrevista especial a Porta-Luvas sobre a trajetória do trabalho que ensina dança e cultura e sociabiliza jovens da periferia de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo

Ainda na década de 1980, as inquietudes e os questionamentos da jovem Paula Vital Reis motivaram a adolescente e bailarina a definir o rumo de sua vida. Hoje, aos 44 anos, ela sabe que a escolha foi certeira. Por meio da dança, descobriu um mundo novo, uma conexão com algo maior, divino, como ela mesma diz. Decidiu, então, estudar Psicologia, para fundamentar metodologicamente as sensações proporcionadas pela dança. Surgiu a semente do Dança Vida, projeto desenvolvido em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, que já tem reconhecimento internacional. Hoje, além de gerir o projeto, Paula ministra workshops e escreve um capítulo para um livro que será publicado pela Unesco (Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) sobre a história do Psicoballet. A coreógrafa e idealizadora do Dança Vida, Paula Vital Reis

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Lidia Muradás

Mariana Anselmo


Porta-Luvas: O que a motivou a criar o Dança Vida? Paula Vital Reis: Eu queria oferecer às pessoas que não tinham condições de pagar uma aula de dança ou realizar alguma atividade cultural a oportunidade desse contato com algo superior, sentir as modificações físicas e mentais que passamos quando vivemos uma experiência assim. Quando iniciei os estudos de Psicologia já queria realizar um trabalho desse tipo e, ainda na graduação, comecei a estudar os impactos neuropsicológicos vivenciados em diversas situações. Realizei trabalhos para ver as reações que os adolescentes apresentavam no período da escolha da profissão e como as características das educadoras influenciavam crianças nas creches, por exemplo. Porta-Luvas: Como é estruturado o projeto? Paula: O Dança Vida se baseia nos princípios do Psicoballet, criado em Cuba, por Georgina Garcia, que conheci em 1998. Atendemos, hoje, cerca de 130 alunos, que participam das oito oficinas de dança realizadas no Centro Comunitário da Vila Virgínia e no Sanatório Espírita Vicente de Paula. Podem participar pessoas de 7 a 25 anos, que sejam aprovadas em uma avaliação de situação socioeconômica e histórico familiar. Cuidamos de forma global dos alunos. A equipe,

formada por 12 professores e dois encarregados do Setor Administrativo, ajuda quem não tem documentos a tirar e faz análise clínica e psicológica. Futuramente, esperamos abrir vagas para pessoas que possam contribuir financeiramente, para que ajudem a tornar o projeto autossustentável, mas mantendo a característica de 90% dos alunos de baixa renda. Hoje, existe uma lista de espera de 20 pessoas que querem participar o projeto. Porta-Luvas: Como foi sua evolução? Paula: As primeiras aulas começaram em 1995, em um espaço de cimento, na periferia da cidade. Às vezes as aulas eram feitas na rua, com o som do carro ligado. As pessoas passavam e se interessavam. Começamos com 160 crianças e adolescentes e, ao longo desses 15 anos, cerca de 1.300 pessoas já passaram pelo Dança Vida. Tivemos várias sedes. Passamos pela Vila Tecnológica, Casa das Mangueiras, onde realizamos trabalhos com menores infratores, Agência Cultural do Banco Ribeirão Preto, Sala de Dança do Theatro Pedro II e Estúdios Kaiser de Cinema. Já realizamos cinco espetáculos, dois documentários, uma mostra coreográfica e uma exposição fotográfica. O espetáculo Corpos de Luz, de 2005, foi apresentado para o presidente Lula e ministros e foi aplaudido de pé. Porta-Luvas

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Porta-Luvas: Qual a maior dificuldade que vivenciam? Paula: A falta de uma sede própria. Por diversas vezes tivemos que interromper as atividades por falta de espaço. Diversos prédios que poderiam ser usados para o desenvolvimento de projetos culturais estão fechados, sem uso, e existe muita burocracia. Além disso, se outras grandes empresas seguissem o exemplo da Companhia de Bebidas Ipiranga e da Passalacqua, que nos apoiam, faríamos apresentações internacionais. Porta-Luvas: O que é mais gratificante? Paula: A maior alegria é ser uma facilitadora da expressão da vida humana. Ver pessoas que achavam que não tinham valor e que trazem o seu melhor por meio da dança, que ajuda a despertar a beleza. É recompensador ver o poder que esses jovens ganharam, como eles podem se tornar donos de si mesmos, fazer escolhas conscientes, ganhar discernimento crítico sobre a realidade, ampliar a visão sobre a estrutura dos eventos e do processo criativo, com ética e profissionalismo. Porta-Luvas: O projeto já ganhou prêmios? Paula: Sim. Temos o Selo Cultura Viva, o Prêmio Escola Viva, somos reconhecidos pela Unesco (Fundo das Nações Unidas para a Edu-

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cação, a Ciência e a Cultura) como o primeiro Centro Referencial de Psicoballet para a América Latina e Caribe no Brasil. A trilha sonora de Ivan Vilela, que será usada em nosso próximo espetáculo, recebeu prêmio da Funarte (Fundação Nacional de Artes). Também somos, desde 2005, Ponto de Cultura em Ribeirão Preto. Porta-Luvas: Você esteve diversas vezes na Espanha. O Dança Vida é reconhecido por lá? Paula: Sou formada em Psicologia pela USP (Universidade de São Paulo) e me especializei em Análise Bioenergética pelo Instituto Internacional de Análise Bioenergética da Suíça. Por isso, fui convidada para participar de um congresso com o tema Self (Alma) e a Comunidade, realizado na Universidade de Barcelona. A sala ficou lotada e a, partir daí, surgiram novos convites e workshops. Em março deste ano comecei a atuar com profissionais da Progress, uma empresa espanhola de gestão de projetos sociais. Porta-Luvas: Marcelo Rosembaum e Rodrigo Santoro apoiam o Dança Vida. Como eles conheceram o projeto? Paula: Parte da família do Rodrigo Santoro é de Ribeirão Preto. Um dia ele viu um ensaio nosso e acabou se emocionando. Ele contribui emprestando sua imagem


para comerciais sobre o projeto e nossas apresentações. A produtora A Ilha, também de Ribeirão Preto, produz nossos vídeos. Já com o Rosembaum, a parceria começou quando ele esteve na cidade para um evento de arquitetos. Nesse dia fizemos uma apresentação, ele viu o trabalho, reconheceu a seriedade que transparece nas apresentações e quis contribuir. Desde então assina a produção dos nossos cenários e faz doações.

André Dib

Falta de sede própria é o maior obstáculo à implantação do primeiro curso técnico gratuito de dança em Ribeirão Preto

Porta-Luvas: Qual o próximo passo do Dança Vida? Paula: A partir de 2005 iniciamos um trabalho voltado para a dança profissional, para os alunos que cresceram junto com o projeto. Os alunos da Companhia de Dança fazem aulas diariamente e recebem uma bolsa auxílio. Já os profissionais recebem salário. Assim que conseguirmos uma sede própria implantaremos o primeiro curso técnico de dança, com aulas gratuitas, em Ribeirão Preto. O curso já está aprovado pelo Ministério da Educação e terá duração de dois anos. Nosso objetivo é fazer audições internas e externas e proporcionar um plano de carreira para os jovens.

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>> Patrocinador Dois anos de muita responsabilidade social corporativa Claudio Carvalho

Criado em Julho de 2008 para coordenar as atividades de Responsabilidade Social Corporativa da OHL Brasil, o Comitê de RSC da empresa completa dois anos com muita atividade. Focado na Educação, na Saúde, no Meio Ambiente e com apoio sistemático à Cultura, sob a coordenação da Diretora Jurídica do Grupo, Maria de Castro Michielin, o comitê já tem em seu currículo reconhecimentos significativos como a inclusão do Projeto Escola OHL Brasil no catálogo de boas práticas da Unicef, braço da ONU – Organização das Nações Unidas para atenção à educação e à infância. Para ela, “é uma comprovação da importância e da qualidade do projeto, mais um reconhecimento como tantos outros e agora de caráter internacional, o que demonstra o acerto do Projeto Escola OHL Brasil, aplicado com ideais de solidariedade, ética, respeito ao espaço público e, acima de tudo, respeito à vida”. A gestão articulada das

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áreas que compõem esse quadrilátero de atuação sob a coordenação do comitê é muito interessante, pois todas as ações, realizadas com gestão eficiente e de qualidade, estão direcionadas para o negócio de operação e administração de rodovias, que a OHL Brasil realiza por meio de nove concessionárias em cinco estados da Federação: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, totalizando 3.226 quilômetros de rodovias sob sua administração. As ações de Responsabilidade Social se concretizam paralela e concomitante à administração das concessões e os números representam o porquê de se comemorar dois anos com muita ênfase. O Viva Meio Ambiente é um bom exemplo disto. Programa novo, criado em 2009 como sub-programa do Projeto Escola, ele é realizado nas regiões das concessionárias Autopista Fernão Dias (BR


381- Rodovia Fernão Dias, de São Paulo a Belo Horizonte), Autopista Fluminense (BR 101Rodovia Governador Mário Covas, do final da Ponte Rio Niterói até a divisa entres os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), Autopista Litoral Sul (BRs 376, 116 e 101, ligando Curitiba a Florianópolis), Autopista Planalto Sul (BR 116 que liga Curitiba à divisa de Santa Catarina com o Paraná) e Autopista Régis Bittencourt (BR 116 – Rodovia Régis Bittencourt entre São Paulo e Curitiba). Até o momento já foram realizadas cinco etapas do Viva Meio Ambiente, envolvendo 64 escolas, cerca de 1.700 professores e mais de 28 mil alunos, com foco no estímulo à prática da cidadania e da ética

no convívio social, reflexão sobre o papel de cada um na sociedade, aspectos que conduzem à consciência e respeito ao meio ambiente. Em educação, nosso foco é o Projeto Escola OHL Brasil, que trabalha com 221 escolas, mais de sete mil professores e cerca de 140 mil estudantes do ensino infantil, fundamental, médio e do EJA (Educação para Jovens e Adultos). A metodologia envolve a capacitação dos educadores, reuniões pedagógicas bimestrais, visitas de alunos às sedes das concessionárias, visita da equipe

Humanização no trânsito por meio da Educação.

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do projeto às escolas, material pedagógico desenvolvido pelo projeto, que tem como características a colaboração para que construamos uma sociedade mais segura, tranquila e feliz. Em relação à saúde, realiza-se cerca de uma campanha por mês junto aos motoristas que trafegam pelas rodovias administradas pelas concessionárias da OHL Brasil. Em cada campanha, os motoristas, principalmente caminhoneiros, realizam exames de glicemia, triglicérides, colesterol, massa corpórea, avaliação do câncer bucal, exames cardiológicos e são vacinados contra febre amarela, hepatite B, entre outras. Até hoje foram realizadas 104 campanhas e atendidos 82.500 motoristas. Sob essa ótica, está no planejamento para 2011 e anos subsequentes o incremento de todas as ações, o alinhamento corporativo e organizado das práticas eventualmente ainda realizadas localmente, mais divulgação dos feitos e dos programas, calendário único, incentivo ao voluntariado, programas voltados para os empregados, entre outras coisas. Além disso, a adoção, em definitivo, da ideia de incentivar projetos esportivos autorizados pela Lei de Incentivo ao Esporte, do Ministério dos Esportes, com

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a ideia de contribuir para o desenvolvido das várias modalidades esportivas no País, principalmente em períodos em que dois grandes eventos mundiais têm o Brasil como sede (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016). Atualmente a OHL Brasil patrocina dois projetos. Um é o Esporte para Todos, realizado no bairro de São Matheus, em São Paulo, sob a coordenação do expugilista e medalhista olímpico, Servílio de Oliveira. O projeto atende a quase 600 jovens da periferia da cidade, com várias modalidades esportivas. Outro é o Kimono de Ouro, projeto da Academia Marcos Mercadante, de Araras, com mais de 400 jovens alunos praticantes de judô e que se destaca em competições nacionais e internacionais. Vale lembrar que o judô é uma das modalidades esportivas que mais traz medalhas para o Brasil em competições como Olimpíadas e Campeonatos Mundiais. Na área da cultura, o grande destaque de 2010 é o patrocínio para a 29ª Bienal de São Paulo, uma das mais importantes mega exposições de arte contemporânea em todo o mundo e que alia à exposição um projeto educativo extenso e que visa alavancar a produção e o consumo de


bens culturais no Brasil. A Bienal começou no dia 25 de setembro e vai até o dia 12 dezembro, no Pavilhão da Bienal, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “A Responsabilidade Social Corporativa da OHL Brasil se caracteriza pela melhoria contínua, inovação, integração, respeito às diferentes realidades e populações, atenção à qualifica-

ção e ao aprimoramento profissional dos empregados envolvidos, mesmo que seja por ação voluntária, preservação do meio ambiente, questões que são também alinhadas com a OHL espanhola, que apoia e incentiva nossa atuação”, complementa Maria Michielin, a coordenadora do comitê de Responsabilidade Social da OHL Brasil.

Preocupação com o meio ambiente e qualidade de vida fazem parte dos projetos da OHL

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