C. L. Scholey - Novo Mundo 01 - Escudo
(Parceria Tradução: Lica V.)
Na Terra tudo é morte. Com meteoros explodindo ao redor, o ônibus espacial de Grace decola em uma última tentativa desesperada para salvar vidas humanas. Com pouca comida, água e oito passageiros clandestinos, a situação é volátil enquanto eles correm para o novo planeta, Ulsy. Uma fenda espacial e um acidente são sua perdição. Enquanto fugiam para lugares estranhos, em um planeta ainda mais estranho, dois dos pilotos de Grace são mortos por uma criatura enorme de ébano, com dentes brancos como marfim. Rask é um guerreiro Castian sangue puro, que pensa que seu planeta foi invadido. Quando ele se depara com o pequeno ser que se esconde dele, ele fica intrigado. Depois de quatrocentos anos de imortalidade, Rask pensou que tinha visto de tudo. Quando o ser perante ele se declara uma fêmea humana, ele fica maravilhado. As fêmeas foram extintas desde que ele consegue se lembrar. Mas não havia como negar seu doce perfume. Uma inalação é tudo o que ele precisa para deixar seu escudo e revelar o homem musculoso e bronzeado por baixo. Rask pensava que sua armadura era impenetrável. Um toque de uma mão esguia e, ele percebe que é impotente contra a pequena humana que deseja ter.
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CAPÍTULO 1 — Entre Grace, agora! — Uma voz gritou para ela. Grace não podia se mover, ela estava muito assustada e seus pés pareciam chumbo, incapazes de conduzi-la. Eventos catastróficos paralisaram seus movimentos. Fogo brilhou em torno da nave espacial. Haviam explosões a esquerda e a direita, quando uma chuva de meteoros explodiu ao redor deles. Árvores foram reduzidas a palitos de fósforo com as bolas de fogo. O pequeno lago à sua esquerda foi invadido. O meteoro bateu e, em seguida, chiou produzindo uma névoa que cobriu tudo. A água explodiu com uma massa do tamanho de um canhão. As ondas subiram para o alto, caindo como cascata, deixando cair água salgada em tudo ao seu alcance. Em todos os lugares Grace via pessoas caindo para a morte, sendo feitas em pedaços. Pessoas em chamas, que ziguezagueavam sem destino. Ela podia ver as pernas movendo-se sob o fogo. Como podiam ainda estar vivos? Foi surreal como a massa queimada caía lentamente ao chão, aureolada em máscaras de dança de vermelho e laranja. A carne queimada deixou uma marca em sua memória, com o que seus olhos estavam vendo. Ela se engasgou. Paralisada, Grace virou a cabeça lentamente. Ela podia ouvir as vozes das pessoas ao seu redor, ela registrava, mas escorregava de suas orelhas como a água. Muitas soavam ao mesmo tempo. Era como estar em um estádio lotado. Em pouco tempo, seu batimento cardíaco pulsava como uma torneira pingando na tranquila calada da noite. Ela sentiu-se tonta, em seguida, lembrou-se de respirar. Sua respiração era apertada. Ela limpou seus pensamentos e sua mente confusa para poder ouvir novamente. As mulheres estavam implorando ao piloto da nave para levar seus filhos a bordo. Mãos desesperadas que tentavam alcançá-lo, crianças gritando e chorando agarradas às suas mães. Pequenos rostos cheios de pânico e traição. Por que suas mamães iriam abandonálos? Grace assistia o último teste de amor de uma mãe, abrir mão de alguém que você ama desesperadamente para o seu bem-estar. Grace podia sentir seu coração quebrar como os das mães implorando. Mas Grace sabia que o capitão da nave não iria, não poderia leválos. Não havia lugar. A Terra estava morrendo e somente um seleto grupo poderia ser transportado para uma nova colônia. Eles não tinham muito tempo, ainda menos agora. Uma mão agarrou o cotovelo de Grace, dedos cavando em sua carne macia, e a girou com força para dentro do ônibus. Ela tropeçou e foi transportada na posição vertical. Capitão Chase estava respirando com dificuldade, quando ele atirou-a para uma das dez cadeiras. A escotilha foi batida para se fechar e Grace quase vomitou com o que viram, dedos foram cortados e caíram no chão da nave. Capitão Chase correu para frente da embarcação, onde ele e o copiloto sentaramse em dois lugares adicionais. — Vá, caramba, não há nada que possamos fazer! — O capitão gritou. — Nós não podemos decolar. As pessoas estão em cima da nave. Maldição, Chase, se formos, levaremos vinte pessoas para a morte. — O copiloto, Adams, respondeu em um 3
tom estridente e esgotado. — Então impulsione, e os filhos da puta de sorte estarão perto o suficiente do chão para sobreviver quando caírem. O ônibus será assado como um pato com os meteoros. Agora vá! — Disse o capitão com os dentes rangendo. Para horror de Grace, o capitão colocou a mão sobre a de Adams e ligou o acelerador. A nave saltou para frente. Pessoas caíram para a morte, alguns incinerados no fogo da cauda. Pior foram os outros que estavam por cima do ônibus. Grace soluçava enquanto observava um homem gritando que iria sair agora, se eles apenas, por favor, pousassem. Mas não iriam pousar e ele iria morrer. Ambos, Grace e o homem olharam para a Terra ao mesmo tempo. Eles subiram mais alto que as montanhas, até passar das nuvens. O homem estava ofegante, dando pequenas baforadas de ar, os olhos arregalados de horror. Grace levantou a mão e espalhou seus dedos contra a janela. Os olhos desesperados do homem encontraram os dela e Grace sentiu as lágrimas caírem com as dele. O homem ia morrer e não havia nada que ela pudesse fazer, mas ofereceria conforto através de seu olhar, por mais inútil que fosse. Ela podia ver o terror espelhado em seu olhar lamentável. Sua boca aberta tentando respirar. Seus olhos eram como duas piscinas líquidas de medo. Grace desejava que ela pudesse atirar uma pedra em seu mar de medo, para que criasse uma onda que não a deixaria ver. Para distorcer sua agonia iminente. Ela não conseguia desviar o olhar. Lentamente, os olhos dele se fecharam. Ele havia se amarrado com seu cinto, mas ele deslizou pela janela e balançou. Ele pegou fogo enquanto deixavam a atmosfera. Grace sentiu seu coração batendo em seu peito. Foi misericordiosamente rápido. O corpo queimado ficou preso ao lado da janela. Os olhos de Grace permaneceram fixos até que a massa queimada chiou em uma bolha e escorregou. — Droga. — O capitão rosnou. — Malditos idiotas estúpidos que queimaram no casco. Ao redor, Grace ouviu choros silenciosos. Ela enxugou os próprios olhos. A nave foi equipada para levar doze pessoas e uma quantidade razoável de suprimentos. Eles estavam quase sem suprimentos, Adams tinha levado mais oito pessoas em vez de suprimentos. Quando examinou o ônibus, o capitão afirmou que a bondade de seu copiloto seria a morte deles. Do canto do olho, Grace viu quando uma mulher subiu ao seu lado. Ela era pequena e as duas foram capazes de compartilhar seu assento com outro homem que estava sentado à sua esquerda. O homem estudava a pequena mulher com interesse. Grace não era muito mais alta do que a mulher ao seu lado, ela tinha um metro e sessenta e dois. Seus cinquenta e quatro quilos estavam pressionados contra a lateral da nave para dar espaço. O ônibus era equipado com um chuveiro e um vaso sanitário de água do oceano. Eles não podiam desperdiçar seu precioso suprimento de água fresca. A cadeira podia reclinar em uma pequena cama com um travesseiro embutido. Um cobertor térmico foi dado para cada um dos dez passageiros e o capitão e copiloto. À Grace fora permitida uma 4
pequena bolsa com seus pertences. Ela não tinha nada, o dilúvio havia limpado tudo. Grace olhou para fora para a grande escuridão. Em seguida, olhou de volta para a Terra, que diminuía à distância. Uma nuvem escura a cobriu como um sorriso do inferno. Faíscas iluminavam de tempos em tempos quando os meteoros batiam e explodiam, eram as bolhas do diabo. Outro ônibus passava, ele também parecia danificado, derrotado, como eles, escapulindo como cães com o rabo entre as pernas. Mais à direita, ela viu outros dois ônibus. A luz mostrou um piloto masculino e um feminino em um deles e, no outro, dois homens. Tudo parecia superlotado. Eram pequenos na vastidão do universo. Grace sentiuse pequena. Sentia-se sozinha. Eles estavam ficando sem ônibus espaciais enquanto a Terra ficava muito volátil para entrar e sair. Logo ninguém mais ousaria ir até lá novamente. A Terra era uma causa perdida. Grace teve sorte de sair viva. Nada em seu futuro era certo e seu passado era apenas um borrão. Quando é que tudo deu errado? Muitos porquês eram pensamentos perigosos quando ela estava tão vulnerável. Grace sentiu uma estranha sensação de traição da Terra. Lá era sua casa. Como nosso lar poderia fazer isso conosco? Ela se sentia como um dos filhos que as mães tentaram salvar da maldição. Nada era certo. Lentamente, as inundações tinham aumentado em algumas áreas do mundo e foram se arrastando sobre elas. Os países ricos se compadeceram daqueles que perderam suas casas. Dinheiro foi enviado para as nações que mais sofreram. Mas em pouco tempo, estes países também foram atingidos pelas tragédias e então não havia dinheiro nem para ajudarem a si mesmos. Partes do mundo foram atingidas por uma seca devastadora e temperaturas elevadas. Infestações de ratos e insetos tomaram conta de alguns lugares. Terremotos exterminaram a maior parte da Ásia. Tsunamis atingiram as costas. Um vulcão entrou em erupção em Yellowstone Park. Eles sabiam que estavam condenados quando a Califórnia e a Flórida caíram no oceano. Havaí e Austrália afundaram como Atlantis. Incêndios e meteoros dizimaram plantações e pomares. A fome era galopante. O sol brilhou menos quando a fumaça de grandes incêndios subiu para o céu. A Mãe Natureza se tornou raivosa. Alguns anos antes os primeiros ônibus levaram cientistas e fuzileiros fortemente armados para o espaço. Quando veio a notícia de um mundo novo capaz de sustentar a vida humana, as pessoas ficaram maravilhadas. Eles foram presenteados com a salvação. O problema é que eles não foram capazes de fazer mais ônibus espaciais para suprir a demanda de pessoas que precisavam transportar. Os menores podiam manobrar em torno de meteoros caindo, os maiores eram incapazes de desviar. Os ônibus deixavam a terra com mais frequência, mas demorava duas semanas para que eles voltassem e não havia muitos deles. As pessoas faziam jornadas duplas para criar mais vagas, mas os ônibus ficavam danificados rapidamente. Os últimos dos transportes que agora voavam estavam tão maltratados pelos anos transportando os poucos sobreviventes, que uma pessoa estava entregando sua vida em suas mãos quando subiam a bordo. O número de mortos havia 5
subido para a casa dos bilhões. A família de Grace não tinha dinheiro, poder ou posição para comprar passagens no transporte. Quando finalmente chegou a vez deles, os pilotos disseram que levariam apenas Grace, já que ela estava em idade fértil. Seus pais eram muito velhos. Grace se recusou a partir, apesar de seus pais terem implorado para ela se salvar. Grace viu quando o ônibus se foi sem ela. Logo depois, as comunicações mundiais caíram. As linhas telefônicas eram inúteis. Não havia nada no rádio ou na televisão e a eletricidade que antes era escassa se tornou inexistente. Eles estavam completamente sozinhos. Ninguém sabia como o resto da raça humana estava se saindo ou morrendo. Por um tempo, Grace e sua família haviam se agarrado à vida, encontrando pequenas quantidades de comida em meio aos destroços. O povo de sua pequena comunidade se uniu para ajudar um ao outro. Por um tempo houve esperança. Em grupos de dez, a pequena comunidade se protegeu. Seus números os mantinham seguros o suficiente. Se uma casa ruísse durante um terremoto, eles seriam bem-vindos na casa de outra pessoa. Tendas foram armadas. Guardas vagavam com metralhadoras para manterem os intrusos de fora. Grace tinha pertencido a uma família de sessenta. Homens, mulheres e crianças, todos tinham rostos familiares. Ela conhecia todo mundo pelo nome. Mesmo nas adversidades, eles eram uma família de estranhos que cuidavam uns dos outros. Grace era feliz. E então aconteceu a tragédia. De uma janela em sua casa Grace tinha acenado para um menino numa bicicleta naquele dia fatídico. O pequeno Mikey. O olhar do menino estava fixo atrás da cabeça de Grace, e ela ficou confusa, porque ele parecia muito assustado. Um guarda tinha corrido para a criança gritando. O garoto de oito anos foi agarrado por um braço forte. A terra tremeu, o guarda e a criança caíram. O terreno se dividiu, sugando homem e menino para baixo. Horrorizada, Grace tinha visto sua família e vizinhos morrem em um flash de enchentes e deslizamentos de terra. A única razão pela qual ela sobreviveu foi porque seu quarto estava no sótão. A casa tinha desmoronado para o lado de uma colina. Grace correu para a porta do quarto e desceu um lance de escadas por onde ela tentava escapar, seu corpo sendo arremessado, batendo nas paredes, mas quando a porta se abriu debaixo dela, tudo que ela podia ver era lama e água. Seus pais e as pessoas que viviam com eles se foram. Grace estava sozinha. A casa tinha atingido o rio transbordado e flutuou por um tempo no que parecia um lago de um vasto abismo de desespero. Grace conseguiu sair para o telhado. Ela havia subido por sua janela e escalado o prédio, olhando para a massa rolando de lama e água suja. Telhados de outras casas podiam ser vistos, mas ninguém mais estava sentado em cima deles como ela, todos os outros tinham perecido. Grace chamou e gritou por horas, mas ninguém respondeu. Solenemente, ela olhou 6
em todas as direções e sabia o verdadeiro significado de estar sozinha. Ela sentou-se por um longo tempo, com as pernas apertadas contra seu peito que doía, vendo a água subir até seus pés, tornozelos, e então suas pernas ficaram encharcadas. Seus pés escorregaram no telhado liso. A água foi subindo, até que uma embarcação solitária se aproximou, salvando-a. Grace ficou grata por poder se amontoar na barca sobrecarregada. Foram vários dias sem comida ou água limpa, até que eles chegassem a terra. Foi então que Grace foi apresentada a Adams e ao capitão Chase. Ela desmaiou aos pés dos homens. Morrendo de fome, desidratada e desolada, Grace tinha pensado que era seu fim. Quando acordou envolta em um cobertor de lã, lhe deram água e pão. Ela vagou sem rumo pelo campo até que percebeu que seus pais ficariam furiosos se ela desistisse. Ela estava triste, mas não por muito tempo. Ela tentou fazer amigos, mas a maioria das pessoas lá tinham desistido e Grace descobriu o porquê. O ônibus em que ela estava agora havia caído anteriormente na Terra em uma isolada área, semanas antes desta decolagem. O Capitão Chase e o Adams consertaram a nave maltratada, mas havia muitas pessoas para atender. Ninguém sabia que eles haviam concertado, uma vez que tinham mantido segredo, insistindo que era uma causa perdida. Os dois homens informaram discretamente os sortudos que eles partiriam em sua última viagem na noite anterior à decolagem. Só foi oferecido um assento aos que eles achavam que tinham alguma chance de sobrevivência. Grace disse ao capitão que cederia seu lugar para uma criança, mas o capitão disse que o lugar para onde eles estavam indo era selvagem. Ele explicou que os pequeninos estariam melhor no conforto e cuidado de seus pais. A maioria das crianças estava doente e desnutrida. Eles não teriam chance em um lugar desconhecido, muito menos sem um familiar. Grace estremeceu com o pensamento. Que tipo de planeta os aguardava? Adams havia falado que chamar o lugar de primitivo era subestimá-lo. Grace recostou na cadeira e fechou os olhos, cansada de seus pensamentos. A viagem levaria de quatro a seis dias. Havia pouca água e quase nenhuma comida, mas eles foram tranquilizados de que haveria no planeta. Por mais primitivo que fosse já parecia próspero. — Meu nome é Stacie. — A mulher ao lado dela sussurrou. Os olhos de Grace se abriram. Ela virou a cabeça para olhar para a outra. A mulher era pequena, tinha cabelos e olhos escuros. Grace tinha visto ela e alguns outros chegarem ao acampamento apenas dois dias atrás. Ela não chegou a conhecê-la. Grace não sabia o que pensar. Devido às oito pessoas a mais, agora haveria ainda menos comida e água. — Eu sei o que você está pensando. — Stacie disse baixinho. — Não se preocupe. A única maneira de nos aceitarem a bordo era se nós concordássemos em não comer ou beber nada. — Durante quatro dias? — Perguntou Grace, horrorizada. 7
— Eu já fiquei mais tempo. — Stacie respondeu com enormes olhos solenes e tristes. Grace podia imaginar. Stacie tinha cerca de um metro e cinquenta e sete, mas não poderia pesar mais de quarenta e cinco quilos... talvez. As maçãs de seu rosto magro eram proeminentes. Os ossos dos braços e pernas eram visíveis sob o material esfarrapado de suas roupas e por apenas um momento, Grace se perguntou por que Adams pensaria em salvá-la. Quando Grace olhou mais profundamente nos olhos da mulher, ela soube o porquê. A mulher era uma lutadora, ela estava longe de ser derrotada. Ela nasceu para viver e ela era uma sobrevivente, exatamente como Grace. Grace estendeu a mão para ela. — Meu nome é Grace. Eu vou compartilhar o que eu tenho. Se morrermos, morreremos juntas. — Por que não? Não importa o que ela tinha passado, ou passaria, sua moral deveria continuar a mesma. Ela devia isso a seus pais e a si mesma. — De acordo. — Disse Stacie e sorriu. — Você está aqui sozinha? — Grace perguntou a ela. — Sim, nenhum dos passageiros clandestinos tem alguém. Todos nós prometemos lealdade eterna a Adams em troca de nossas vidas. Eu acredito que já há uma disputa de poder acontecendo no novo planeta. Como você veio a ser escolhida? Quero dizer, exceto pelas razões óbvias. — Stacie olhou incisivamente para o rosto de Grace e para seus seios generosos. Grace sorriu um pouco ironicamente pensando que estava começando tudo novamente. Ela não podia deixar de notar o jeito como as pessoas a olhavam. Imaginou que todos pensavam a mesma coisa. Todos provavelmente pensavam que ela foi escolhida porque o capitão e o copiloto estavam interessados por ela. Ela tinha cabelo loiro esbranquiçado e olhos azuis claros. Já haviam dito que ela era linda, até mesmo o capitão. — Temo que seja por nepotismo, puro e simples. — Disse Grace, então suspirou. — Adams descobriu que ele e eu somos parentes. Primos em segundo grau, um verdadeiro choque para nós dois. Mesma coisa comigo sobre a lealdade. Eu acho que você está certa sobre a luta pelo poder. — Claro que vocês são parentes. Eu posso ver a semelhança. — Disse Stacie sarcasticamente. Grace apenas deu de ombros. Era a verdade Stacie podia acreditar no que quisesse. De repente as luzes do transporte começaram a escurecer e o capitão levantou-se para encará-los. Por um segundo, seus olhos pousaram em Grace antes de olhar para os outros. Stacie riu. — Precisamos conservar toda a energia que pudermos. Com as novas pessoas a bordo, não podemos desperdiçar nada. — O olhar do capitão pousou em cada passageiro clandestino. Grace sentiu Stacie estremecer. — Acredite em mim, se eu pudesse, abriria a escotilha e enviaria cada um de vocês 8
para fora a força. — Tipo de cara bem realista, né? — Stacie sussurrou. — Espero que Adams tenha a coragem de ir contra a ele, se precisar. — Grace sussurrou de volta. — Chase é um cara durão de verdade. — O tempo dirá. — Disse Stacie. — Então o capitão realmente não é o seu namorado? Grace lhe deu um olhar cheio de desgosto. Stacie entendeu e acenou com a cabeça. — Quando chegarmos ao planeta Ulsy, vocês vão encontrar seus aposentos imediatamente. — Disse o capitão. Sua voz potente em um espaço confinado fez Grace querer cobrir seus ouvidos. O homem era enorme, pelo menos um metro e noventa e construído como uma máquina. Ele poderia ser bonito se não fosse tão feio por dentro. — Isso é para os dez que foram escolhidos. Para o resto de vocês, encontraremos lugares para ficarem e serão colocados para trabalho forçado pelo seu crime de pôr em perigo as vidas de outros. Houve muitos resmungos e gemidos que se seguiram sua declaração. Grace viu a contração de mandíbula do capitão. Ele era um bastardo frio. Suas mãos se fecharam em punhos. Seus olhos se estreitaram em dois homens que estavam em um canto distante tranquilamente conversando em voz baixa. — Motim é uma palavra que carrega ações rápidas. — O capitão Chase advertiu. — É punível com a morte. Imediata. Não obrigue o resto de nós a ter que conviver com os seus cadáveres fedorentos. — Tem que amar a sutileza em um homem. — Disse Stacie. — Algo me diz que esses vão ser os quatro dias mais longo, de toda a minha vida. — Respondeu Grace. Stacie concordou com a cabeça. — Bem, pelo menos temos uma à outra. — Disse Stacie. — Temia que eu começasse a falar com a perna de uma cadeira. Grace sorriu para ela. — Oh não, este lugar é meu. Eu é que vou falar primeiro, você pode ouvir a minha história de vida. Eu era um bebê feliz, minha mãe disse... — Stacie riu. Ambas as mulheres saltaram quando as máscaras de oxigênio caíram de cima. O capitão estendeu a mão e colocou a sua. Adams já estava com a sua nas mãos. Grace e Stacie olharam preocupadas uma para a outra. Grace tinha um mau pressentimento. Desta vez, Adams se levantou e dirigiu-se a todos. Grace o estudou. Ele era um homem bonito, nem alto nem baixo. Ele estava, talvez, em seus quarenta e poucos anos e tinha queda de cabelo. Stacie estava certa, ela não tinha qualquer semelhança familiar com ele. — O ar precisa ser economizado, por isso escutem com atenção. — Adams 9
começou. — Aqueles de vocês com máscaras devem colocá-las agora. Grace hesitou, Stacie deu-lhe uma cotovelada e acenou com a cabeça. Grace olhou se desculpando com Stacie e deslizou sua máscara. — Para aqueles com máscaras, vocês vão sentir sono. Não há necessidade de preocupação. A viagem é melhor se vocês dormirem a maior parte do caminho. Para aqueles que não têm máscaras, precisamos controlar sua respiração. O ônibus será inundado com gás em breve. Não entre em pânico, porque você vai acordar. Precisamos conservar o oxigênio, por isso precisamos parar o gasto de ar o máximo possível. Grace sentiu a mão de Stacie deslizando na dela. Grace a apertou. — Você vai nos drogar? — Um homem gritou, incrédulo. — Foi explicado que não há comida e água suficientes a bordo e todos concordaram. Será menos doloroso para vocês, se estiverem inconscientes. — Disse Adams. — Não haverá brigas por comida. A fome pode fazer uma pessoa ter ideias perigosas. Seria impossível para você assistir, dia após dia, os outros comerem e beberem. Teria muita animosidade. Vamos todos chegar lá inteiros. — Você vai nos matar! — O homem gritou. — Temos o direito de comer, também... Pelo menos um pouco. Para Grace, ele parecia culpado. Sem dúvida, o homem tinha vindo a bordo com a intenção de se aproveitar de outros, pegar suas comidas, para sustentar a própria vida. Ele era um homem grande, se ele quisesse suas rações, Grace não teria escolha, se não tivesse proteção contra ele. — Acalme-se, Dustin, eu juro que é para sua própria sanidade e segurança. — Adams argumentou. Dustin parecia aterrorizado. Ele deu um olhar zangado e, de repente correu para frente em um rompante de raiva. Uma mulher gritou e Adams colocou sua máscara no lugar e acionou um botão enquanto o capitão estava pronto para disparar sua arma. Grace sabia que era uma arma de choque, mas o poder fora aumentado, ia matá-lo. De repente, Grace sentiu a cabeça de Stacie deslizando em seu ombro, e a mão dela ficou mole. A mulher estava fria. O homem prestes a atacar Adams caiu de joelhos a poucos centímetros de distância de seu objetivo. A mão de Dustin subiu para a garganta e ele agarrou as pernas da calça do copiloto ofegante. O homem caiu pesadamente e ficou deitado de lado imóvel. — Bastardos frios. — Disse o homem ao lado de Grace. Ele não fez nenhuma tentativa de baixar a voz. — Nós somos mesmo! — O capitão gritou em resposta. — Nós também somos os únicos responsáveis por suas vidas. Durmam agora. Em poucas horas, vamos acordá-los e dar-lhes água e frutas secas. Então você vai dormir de novo. — E quanto aos outros? — Perguntou Grace. — Se eles sobreviverem, serão bem-vindos em Ulsy. — Disse o capitão. — Se não, eles serão enterrados em Ulsy. — O capitão olhou de soslaio para ela, em seguida, caiu em 10
sua cadeira. Grace sentiu o ar fresco invadir sua máscara. Ela piscou e se esforçou para ficar acordada, foi uma batalha que ela logo perdeu. Ela caiu no sono com uma lágrima solitária deslizando por seu rosto. Meu Deus em que ela havia se metido? *** Grace acordou lentamente, seus cílios se abriram e, depois se fecharam em confusão. Ela sentiu uma mão em seu pescoço inclinando sua cabeça para frente. Ela olhou para Adams que tinha um olhar preocupado. Ela mais uma vez usava a máscara de oxigênio. Ela sabia que em breve estaria apagada novamente. Adams tinha informado que o ônibus ficaria cheio de ar por apenas alguns momentos. Apenas o tempo suficiente para que eles tomassem água e comessem um pouco de comida. Não dava tempo de os outros acordarem de seu sono profundo induzido por drogas. A última vez que Grace tinha olhado, Stacie parecia morta. Seus lábios estavam ressecados. Seus olhos estavam virados para a parte de trás de sua cabeça. Grace não aguentava. Stacie foi a primeira amiga que tinha feito em muito tempo. Ela gostava da pequena mulher mal-humorada e respeitava sua coragem. Grace tinha implorado a Adams para deixar Stacie usar sua máscara e elas se alternarem na comida e bebida. Adams estava relutante, mas Grace implorou até que o homem cedeu. Quando Grace ficou sem a máscara, ela estava aterrorizada. O ar havia diminuído para quase nada. Ela se sentia como se estivesse sufocando. Foi misericordiosamente rápido e Adams segurava sua mão. Da próxima vez que ela acordou, o capitão estava lá. Ele estava furioso. Pelo olhar em seu rosto Grace sabia que o homem a queria e ela foi proibida de tirar a máscara novamente. Grace olhou para ele, ela o conhecia a menos de uma semana, mas já era o suficiente para saber que ele era um tirano. Seus olhos a haviam seguido por todo o acampamento. Ele fora mais do que sugestivo, parecia que quanto mais ela o ignorava, mais persistente ele se tornava. Ocorreu-lhe que Adams não era o único responsável por sua vinda a bordo. Parecia que o capitão tinha outros planos. Grace o havia desafiado e se surpreendeu quando fora mais uma vez acordada, alimentada e recebera água. Mas mais terrível foi o fato de que Stacie não estava mais ao seu lado. Grace engoliu um pouco de água. — Onde? — Ela murmurou. — Ela está bem. — Sussurrou Adams. — Ela está lá na frente com o capitão. Ele quer ter certeza de que você alcance Ulsy viva. — Quando estou dormindo, ele... — Grace gaguejou. — Eu juro que ele não te tocou. — Disse Adams. — Mas, quando chegarmos lá, você precisa ficar perto de mim. Chase tem os olhos postos em você, por isso tome cuidado. — Será que ele vai machucar Stacie? — Perguntou Grace. Stacie era pequena, 11
bonita e vulnerável. — Não, ele não está interessado em mulheres com pouco ou nenhum seio.— Disse Adams severamente. — Será que você deu uma olhada nas outras mulheres que ele escolheu? Grace não tinha, mas agora o fez. Seus olhos se estreitaram. Todas as cinco mulheres que receberam lugares eram bonitas e de seios grandes. Os cinco homens escolhidos eram todos comparsas de Chase. Dos oito passageiros clandestinos cinco eram mulheres. Curiosamente ela olhou para Adams. — Chase deixou aquelas pessoas clandestinas... pelo menos ele deixou as mulheres. Os bastardos que estabeleceram Ulsy calcularam mal e a diferença entre homens e mulheres é muito grande, mas alguma coisa está acontecendo e Chase sabe o que é, ou conhece alguém alto que o faz. Tenho tentado equilibrar as diferenças levando na nave os homens mais honestos. Mas Chase foi empilhando o convés com seus próprios homens e promessas de poder. A situação em Ulsy é volátil. O planeta está cheio de animais estranhos que não tínhamos notado antes. Eu nunca vi um, mas outros tiveram alguns vislumbres. Eles são esquivos, mas perigosos. As mulheres desapareceram, e os homens têm sido eviscerados. Nossas casas são patéticas e oferecem pouca proteção. O planeta é tão mal preparado que alimento é o ouro. — Eu pensei que estivesse cheio de comida. — Grace sussurrou. — Está para quem consegue pegá-la. — Então por que continuar trazendo mais pessoas se é perigoso? — É melhor lá do que na Terra, Grace. Alguma coisa está acontecendo, mas eu não tenho certeza do que é. Há ainda rumores por aí de que alguns homens estão trabalhando com essas feras. Enquanto isso, não se preocupe com sua amiga. Um dos homens de Chase que ganharam um lugar no ônibus está de olho em Stacie. Você ficará feliz em saber que ela também está recebendo água e comida. Eu não posso entrar nisso agora, mas os três homens clandestinos tiveram sorte de ele não os ter matado. Mesmo em Ulsy, temos regras sobre assassinato, em um pequeno grau. Agora eu ainda estou pedindo pela vida de Dustin. As mulheres de Ulsy estão sendo dadas para os homens com poder e Chase não ousaria fazer mal a um homem, não importa o que ele fez ou possa fazer, para não perder o poder. Chase disse que Dustin estava prestes a cometer um motim, punível com a morte. Ele é um homem dispensável. Todos nós vimos ele nos atacar. Temo que não haja esperança para o homem, uma vez que pousemos. Grace ficou horrorizada. — Por quê, por que você está me dizendo isso? — Para você ficar esperta, com seus instintos afiados. Fique longe de Chase, garota. — Adams rebateu. — Será que temos mesmo algum parentesco? — Perguntou Grace. Adams inclinou a cabeça. — Não. Eu só queria tentar manter Chase na linha enquanto estamos a bordo do 12
ônibus. Ele teria trazido você de um jeito ou de outro. Meu truque era a única maneira de protegê-la. Eu acho que tenho mais consciência do que gostaria de admitir. Você me faz lembrar muito minha sobrinha. Ela desapareceu em Ulsy meses atrás. Ela é mais ou menos da sua idade. Sua mãe, minha irmã, estão fora de si de tanta preocupação. — Em seguida, ele empurrou a máscara de volta sobre o seu rosto. Antes que Grace pudesse dizer qualquer coisa, ela estava inconsciente. *** Grace acordou ao ser empurrada. Seu assento saltou e sua máscara escorregou. Ela a agarrou e puxou de volta, mas o ar estava limpo. Não havia mais oxigênio fluindo de sua máscara. Todos ao seu redor estavam acordando, tanto passageiros quanto clandestinos, e pareciam tão atordoados e confusos quanto ela se sentia. Stacie veio tropeçando e rastejando do corredor. Ela se deixou cair pesadamente no assento de Grace, quase pousando em seu colo. — O que é isso? — Grace gritou. — Nós batemos em alguma coisa. — Stacie arquejou. Ela balançou a cabeça, em um esforço óbvio para recuperar seus sentidos. — Estamos em Ulsy? — Perguntou Grace em pânico. — Do jeito que o capitão está praguejando e, como Adams está pálido, eu suponho que não. Grace olhou para fora da janela. Um pedaço enorme de metal foi lentamente girando para longe da nave. Ela engoliu em seco. O objeto destroçado parecia uma nave da Terra. Chase estava gritando ordens e Grace sentiu o coração começar a martelar em seu peito. — Endireite! — Chase berrou. — Os controles não estão respondendo! — Adams gritou de volta. — Oh Deus. — Grace choramingou. Mais à frente havia um buraco negro gigante. Eles estavam indo direto para ele. O motor engasgou e rangia assustadoramente. Muito lentamente a nave deslizou para frente em rota de colisão com o vazio. As luzes piscaram e se apagaram, eles estavam voando às cegas. Todo o ônibus estava envolto em trevas. Grace esticou o cinto de segurança para ajustá-lo a ambas. Ela se esforçou para fechá-lo, mas seu desastrado intento foi bem sucedido. Ambas se agarravam uma a outra. O ônibus estava girando no ar. Mais uma vez, tornou-se difícil respirar. As pessoas estavam gritando. Com um salto, eles saíram violentamente do buraco negro. Os motores funcionando por um momento. Um planeta apareceu e eles atingiram sua atmosfera. Parecia que eles estavam sendo tragados por uma grande onda. Os motores gemeram e gemeram e, mais uma vez desligaram. Eles foram empurrados um lado a outro. 13
Grace nunca foi apaixonada por parques de diversões, e isso era como a montanharussa do inferno. Uma explosão soou e Grace gritou quando uma chama azul irregular queimou por uma rachadura no casco. O capitão estava gritando para que todos colocassem suas cabeças para baixo. — Nosso campo de força foi violado! Não há nada para impedir o casco de ser esmagado! — O capitão gritou. — Dê adeus a sua vida, Grace. Foi bom te conhecer! — Stacie gritou. A nave bateu em alguma coisa e se virou. Algo grande a enviou chacoalhando em outra direção. Grace gritou quando a nave se partiu quase no meio. Uma seção inteira foi impulsionada para longe deles levando metade dos passageiros. Grace podia ver a luz do dia e árvores enormes. O ônibus bateu no chão e quicou, Stacie bateu em seu lado, Grace ofegou. O ônibus rolou uma e outra vez até que finalmente balançou, gemeu, então parou. Grace permaneceu com a cabeça para baixo e com os braços cruzados sobre ela. — Será que estamos mortos? — Stacie sussurrou. — Eu não acho, porque seu quadril pontudo está me cutucando. — Grace sussurrou de volta. Stacie abriu o cinto de segurança. Grace se levantou sobre pés trêmulos. Com as pernas bambas, as mulheres pararam ao lado do buraco aberto no ônibus. Árvores enormes com longas videiras se esticavam diante delas. A poeira estava baixando para revelar uma exuberante vegetação verde, roxa e vermelha. Não era como nada que Grace já tinha visto antes. As cores eram tão incrivelmente vibrantes que ela estava assombrada. A Terra havia sido tão cinza no último ano, Grace tinha visto só desolação. Esta paisagem era de tirar o fôlego. — Eu posso respirar este ar. — Disse Grace animadamente. — Você já cheirou algo tão incrivelmente fresco? As duas mulheres se aventuraram a seguir em frente. Elas foram seguidas por alguns dos outros. O chão sob seus pés era esponjoso e suave, quase saltitante. Não era de admirar que a embarcação não tivesse se quebrado em pedaços com o impacto. O ar estava limpo e não era quente nem frio. O céu era de um azul mais escuro do que Grace estava acostumada, mas era brilhante lá fora. Ela entendeu o porquê, quando viu dois sóis e, o esboço de quatro luas próximas. Ela avançou e tocou uma árvore. A casca era tão suave como veludo e macia como o chão. Ela apertou a casca da árvore. Era como espuma, exceto que após alguns centímetros se tornou muito dura por baixo. Ao seu redor os outros estavam de boca aberta e exclamações de admiração foram ouvidas. — Fiquem todos juntos. Pode haver algo perigoso aqui fora. — A voz retumbante do capitão acalmou o movimento de todos. Era difícil imaginar qualquer coisa ruim neste lugar pitoresco. Adams saiu do ônibus 14
parecendo triste. — Perdemos dois clandestinos. Dois dos homens que não estavam usando cinto de segurança. Eles devem ter sido ejetados quando a nave se dividiu. Ambos estão deitados virados para baixo na outra parte do ônibus. Da janela, eu pude ver que eles sofreram muitos danos para estarem vivos. Eu não sei sobre os outros. Eu não vi seus corpos. Grace olhou ao redor. Dustin ainda estava com eles, ele tinha, aparentemente, se instalado ao lado de uma das passageiras. Eles estavam em oito, três mulheres e cinco homens. Os outros deviam ter ficado na outra parte da nave que se rompeu. Grace imaginava sobre o destino deles. O capitão também estava olhando para Dustin, e Grace lembrou o que Adams havia dito. Quando o olhar do capitão se fixou no homem com os olhos apertados, Grace reagiu. Sem pensar, ela gritou para o homem correr, mas já era tarde demais. Chase agarrou Dustin e o eletrocutou com a arma de choque. — Pelo motim. — Chase grunhiu. Dustin caiu no chão. — Como você pôde? — Grace gritou. — Nós não temos ideia de onde estamos e você matou um homem desarmado. — Vocês todos o viram agredir Adams. — Chase respondeu calmamente. — Ele teria matado todos nós. — Mas você o impediu de ser uma ameaça. — Stacie argumentou. — Você o matou a sangue frio. Vou testemunhar isso. Eles devem ter leis em Ulsy. Chase olhou para ela e olhou em volta. O homem que estava dando comida e água para Stacie não estava entre eles. O capitão sorriu para Stacie e em seguida se encaminhou em sua direção, com os punhos fechados. Stacie empalideceu e deu um passo para trás. Grace se posicionou na frente dela. Ela colocou as mãos para cima no peito de Chase e Adams também se adiantou. — Você não tem ideia de como são as reais leis de Ulsy. — Chase zombou. — Chase, nós temos um problema maior aqui. — Disse Adams. — Nós não temos ideia de onde estamos e parte do controle que arrancou está na outra metade do ônibus. Nossa comunicação foi cortada e, nós não temos nenhuma maneira de contatar Ulsy. — Nós precisamos encontrar a outra metade. — Disse Chase. Ele então olhou para Grace, agarrou-lhe os pulsos ea puxou para mais perto, em seguida beijou-a com força. Grace lutou com ele. O beijo parou quando Chase empurrou-a para frente e uivou. Stacie o havia atingido com um grande galho nas costas. Chase deu um soco nela, mas Stacie esquivou-se. Ela se virou e fugiu para a mata com quatro outros a seguindo. Grace virou para se juntar a eles, mas Chase a agarrou novamente. — Oh, não. — Ele rosnou. — Você é minha. Eu escolhi você como minha recompensa por bons serviços prestados. Novamente Grace lutava contra ele perguntando-se o que diabos ele quis dizer. Será que ele pensava que por ter salvado as pessoas com o seu transporte as autoridades 15
em Ulsy iriam fechar os olhos ao confinamento e estupro? Oh Deus, será que eles iriam? Novamente Grace se perguntou no que ela havia se metido. Um grito na folhagem parou todos eles. Grace choramingou, quando ela lembrou o que Adams havia dito sobre criaturas em Ulsy. Ali poderia ter algum tipo de criatura também. O que aconteceu com a sobrinha de Adams? Chase a levou para longe do ônibus com Adams se arrastando. Grace foi duramente puxada para corresponder aos grandes passos do homem, mas ela não tinha escolha. Grace foi arrastada através da densa vegetação. Tudo era tão diferente da Terra. Nunca antes tinha visto árvores tão altas ou esta sombra de cor creme. As folhas pareciam pré-históricas, eram tão grandes. Olhando para a direita, Grace engasgou quando viu o que parecia um sapo vermelho. A coisa tinha cerca de quinze centímetros e quando abriu a boca, ela viu dentes afiados e a língua bifurcada irregular deslizou para fora. Um barulho estridente capturou a atenção de todos e eles olharam para cima. Um pássaro com uma envergadura de dois metros e meio pairava acima deles. A criatura tinha penas na parte de cima, enquanto a parte de baixo era lisa como um golfinho. Ela gritou novamente com um bico grande e tinha cores flamejantes de preto e laranja. Ela desceu e silvou para eles. Chase arrastou Grace mais rápido. — Você está me machucando. — Grace puxou sua mão da de Chase. — Esta corrida sem propósito é inútil, seu grande covarde. Eles pararam abruptamente e Chase jogou-a no chão. Grace estava respirando pesadamente, ela esfregou o pulso dolorido. Ela olhou para Chase depois para Adams. — E a sua equipe?— Perguntou ela. — Vamos encontrar os outros. — Disse Chase. Ele esfregou as costas. — O que assustou sua amiguinha deve ter sido grande. Espero que tenha sido uma morte dolorosa. — Você é um homem cruel. — Disse Grace. — Eu sou um homem muito forte. — Ele respondeu. — Eu acho que você vai ficar muito contente quando eu salvá-la das coisas perigosas que existem aqui. E parece que tem montes delas. — Eu duvido. — Ela rebateu. — A única coisa perigosa que eu vejo é você. Chase a levantou. — É melhor você se acostumar com isso. — Precisamos fazer algum tipo de abrigo. — Disse Adams, olhando em volta. — Quem sabe o que está lá fora? Como se fosse uma sugestão, Grace gritou quando algo apareceu por trás deles no arbusto. Era enorme. A criatura deu um passo em direção a ela e Chase. Grace gritou novamente. Adams bateu na coisa, então gritou e agarrou sua mão com força quando ele conectou com a criatura. Ela pegou Adams e atirou-o contra uma árvore como se ele não pesasse mais do que uma criança. 16
Os olhos de Grace se arregalaram quando ela ouviu um estalo agudo, quando as costas dele se curvaram batendo no tronco. Com um baque duro, ele caiu no chão, quicou e então parou com um lado de seu rosto descansando contra a relva esponjosa. Seus olhos permaneceram abertos e fixos. Adams ficou caído. Chase berrou como um touro em plena carga e atacou a criatura. Ele era um homem grande, mas mesmo assim era pequeno perto da coisa. Grace gritou quando a criatura deu um soco na cara de Chase. Ela ouviu um rangido repugnante de ossos quebrando. Chase caiu, o golpe sólido o matara instantaneamente. A criatura tinha literalmente esmagado seu rosto. Grace engasgou com o vômito e ofegou por ar. O ser se virou e, olhou para Grace em pé lá, tremendo e choramingando. Deveria ter uns dois metros. Parecia algum mutante homem-besta ou homem-máquina. Sua pele negra de ébano era dura e brilhante como uma armadura sólida. Os olhos eram inexistentes, apenas saliências negras. Se Grace pensou que Chase tinha o corpo de uma máquina, ela estava enganada. Este homem-besta era amplo e poderoso. Seus músculos incharam e flexionaram. Seus dedos eram longos, grossos e enrolados em garras afiadas. Uma passada por sua carne delicada e ela seria estripada. No chão onde ele pisava, enormes pés descalços afundaram no solo esponjoso. As garras afiadas nas extremidades de seus dedos escavavam a relva. Com exceção da que ele batia pela espera. A coisa perante ela usou a terra para se firmar. Instintivamente, ela sabia que nada poderia derrubar essa criatura. Ele a espreitava. Seus movimentos eram os de um predador. As marcas de suas garras deixaram uma marca na terra por um breve segundo, em seguida, ela voltou ao seu lugar. Quanto mais perto ele chegava, mais distintas suas características se tornaram. Duas presas longas e brancas passavam por seus lábios como um vampiro. Havia estranhas e intrincadas marcações verdes brilhantes em toda a sua testa e, bochechas que pulsavam com a cor esmaecendo e se iluminando. Seu nariz era mais grosso e mais largo do que o de um homem de seu planeta. Suas narinas se dilataram e ela sabia que ele a cheirava quando ele respirou profundamente. A criatura piscou para ela e inclinou sua cabeça. Ele rosnou baixo. Em seguida, jogou a cabeça para trás e uivou um barulho, o mais horrível que ela já tinha ouvido. Arrepios pontilharam seus braços. Seu cabelo ficou de pé. Ela pensou que seu coração havia parado. Grace gritou e fugiu para se salvar.
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CAPÍTULO 2 Então a criaturinha já tinha visto o suficiente? Será que ela realmente achava que poderia escapar dele? Rask riu baixinho e começou a perseguição. Suas garras cavaram o chão e ele saltou para uma árvore. Com as garras e os pés, agarrou o tronco esponjoso maciço por um momento, estudando a direção que a criatura fugiu e saltou novamente, rápido como um raio, cortando o caminho dela e agachando-se a sua frente de quatro. Ele rosnou o mais ameaçador que pôde, procurando briga. A pequena criatura uivou e correu em uma direção diferente. Rask saltou para uma pedra alta coberta de musgo e foi novamente para a frente da criaturinha que gemia. Seus braços estavam erguidos sobre sua cabeça, em seguida, balançavam, como se ela não soubesse o que fazer com seus membros. Ela parou, sua boca se abriu e então girou novamente, correndo para se salvar. A criatura não iria longe. Não era muito rápida ou graciosa e, obviamente, discrição não era seu ponto forte. Como eles se atreviam a tentar invadir seu planeta? Sua invasão foi frustrada pelos feixes de segurança do Rask. O dispositivo de camuflagem da nave deles era inexistente. Seu escudo era lamentável. Agora eles pensavam que podiam lutar com ele em terra? Um guerreiro puro-sangue Castian. Um guerreiro Castian que tinha amadurecido luas atrás. Seres tolos. Rask podia ouvi-la lá na frente. A criatura não era muito silenciosa. Ela não tinha padrão de voo. Apenas corria desordenadamente em direções diferentes. Ela bateu em uma árvore e derrapou sobre uma rocha. Em seguida, tropeçou e caiu de cara na frente dele quando mudou de direção. Ela olhou por cima de seus pés, sua boca formou um grande ‘O’ e ela gritou, em seguida, levantou-se e correu novamente. Rask coçou a cabeça, suas garras batendo contra sua armadura. Esta ação era um hábito quando ele estava confuso, mas normalmente ele estava sem a armadura. Ele deixou cair sua mão. Criatura estranha. Por que ela não estava lutando como os outros? Era muito menor do que seus irmãozinhos. Talvez sua defesa fosse cansá-lo, enquanto observava ela errar sua fuga. Rask desacelerou sua perseguição. A criatura estava rastejando diante dele. Estava com falta de ar. Ela virou-se e rastejou para trás. Agora esta foi uma tática diferente. Talvez fosse saltar para a garganta dele. Ela parecia ter garras. Garras brancas e sujas. Que cor estranha para uma criatura. Não têm sol de onde eles vêm? E o que diabos era isso em seus pés? Havia pequenos objetos em volta deles. Rask podia ver que eles foram amarrados sobre os pés. Como eles poderiam alavancar na relva esponjosa? A criatura bateu em uma árvore e se levantou devagar. Suas pequenas garras espalmadas diante dela. Eram realmente mãos, mas com unhas compridas. Rask inclinou a cabeça para o lado com interesse, certamente era uma coisinha curiosa e ele pensou em estudá-la antes de matá-la. Ela era tão pequena. O material que usava era estranho. O cabelo da coisa era 18
branco e descia por suas costas. Os olhos eram estranhos, mais pálidos do que o céu. Ele nunca tinha visto essa cor de azul. Em suas profundezas, estavam espelhados o desespero e a solidão e, foi estranhamente assombroso ver tal desolação. O rosto virou para encontrar seu olhar, tinha ossos delgados. Não era desagradável de se olhar e Rask decidiu que era uma bonita espécie. Rask se aproximou. — Por favor, não me machuque. Rask parou. Fazia anos desde que ele ouviu as palavras faladas na língua antiga. De seus estudos, ele aprendeu a língua, mas era secular, ministrado por alguns dos homens mais velhos. Ele sabia com certeza que esta criatura não era Castian. Era muito pequena, não havia tal coisa como um insignificante macho Castian. Talvez uma subespécie? Tinha que ser uma forma de vida inferior. Não tinha muita massa óssea sob seu escudo branco. Rask deu uma boa olhada no que podia ver e rosnou. Duas grandes saliências arredondadas estavam delineadas sob a roupa do ser. Possivelmente eram duas bombas escondidas sob seu uniforme. Missão suicida? Não importava, já que Rask tinha sua armadura, e seu escudo estava levantado, ele era indestrutível. — Vá em frente e exploda. — Rask zombou na língua antiga. — Explodir o quê? — Ela disse. Como era suave sua voz. Rask respirou profundamente, suas narinas dilatadas. Ele cheirava o medo. Seus ouvidos detectavam um clique suave. Talvez as bombas estivessem sendo acionadas. — Eu vejo suas bombas. Você não as escondeu bem. Ou elas se moveram quando você correu? — O quê? Ela parecia confusa. Quando ela falava, Rask via seus dentes brancos. Ela realmente não deveria ter recolhido as suas presas. Isso a fazia parecer vulnerável, ou ainda mais vulnerável do que já era. Quanto mais ele olhava, mais ele percebia o clique suave que vinha dos dentes. Que estranho, será que ele gerava energia para as bombas com seus dentes? Sua mandíbula tremeu. Rask franziu o cenho. Talvez fosse um jovem atacante. Parecia jovem, cheirava jovem. Havia outro odor estranho a ele que puxou a sua memória. Rask se adiantou e segurou uma das bombas no alto de seu peito. Quando ele apertou para detonar a explosão, a criatura gritou e deu um tapa em sua mão, então gritou novamente quando sua mão bateu em sua armadura dura. Rask apertou novamente. Ele teve o cuidado para não furar a bomba com a sua garra. A criatura suspirou e segurou seus pulsos. Parecia carne normal. Rask mudou suas garras através dos braços nus da criatura. Que estranho, não era um escudo, era firme, mas muito mole. Se ele quisesse, suas garras poderiam rasgá-lo em pedaços. Rask tirou a mão para agarrar a garganta da criatura. Ele foi capaz de rodear o pescoço até que suas garras se juntaram do outro lado. Ela gorgolejou, seus olhos se 19
arregalaram e ela lançou um perfume almiscarado inebriante de medo. A criaturinha tinha pavor dele. Ele podia sentir seu pulso batendo em sua mão. Ele afrouxou um pouco o aperto. Ele estava certo de que poderia tê-la esmagado até a morte. Era óbvio para ambos que Rask era o ser superior, a coisinha tinha optado por submissão. Talvez esse tenha sido o outro odor estranho. Castians nunca se renderam em submissão, ele não tinha ideia de como seria este cheiro. — Vista sua armadura, eu gostaria de testar a sua força. — Rask exigiu. — Minha o quê? A criatura estava fazendo sons estranhos em sua garganta. Não estava rosnando para ele, parecia angustiada. Ela deveria saber que se Rask a quisesse morta, ela já estaria. Ela não podia sentir isso? — Seu escudo, coloque-o. — Rask exigiu. — Eu não tenho um. — Ela respondeu com voz trêmula. Rask franziu o cenho. A nave tinha um escudo. Os outros não deveriam ter tido tempo para levantar seus escudos quando os pegou desprevenidos. Ou talvez, como a nave em que estavam, seus escudos de corpo eram muito frágeis para ser de alguma utilidade contra Castians. Rask estava sendo mais do que justo com esta criaturinha. Ela era velha o suficiente para ter um escudo, talvez estivesse com vergonha de mostrá-lo. Ele colocou mais pressão sobre seu pescoço. A criatura gorgolejou novamente. Rask se abaixou dando uma boa olhada em suas presas afiadas. Ele podia sentir o cheiro de desespero nas pequenas entradas de ar da criatura. Ainda assim, ela recusou-se a colocar sua armadura. Ele apertou mais forte, cortando completamente seu suprimento de ar. Então Rask levantou os olhos, surpreso. Os olhos da criatura estavam vazando. Grande Deus de Dargon, ele estava espremendo seus fluidos! A umidade escorria por seu rosto, queixo e para suas garras. Rask a soltou. Tinha que ser um truque. A criatura arfou. — Seu truque não funciona comigo. — Disse Rask e sorriu. — Este fluido é algum tipo de substância fundida para escudo. Não é? — Ele exigiu. — Por favor, deixe-me ir. Rask franziu o cenho. O tom da sua voz era rouco e lamentável. — Diga-me o que o fluido é. — Ele exigiu novamente. — Lágrimas. Estou chorando porque eu tenho medo de você. Eu não posso evitar. Lágrimas? Rask nunca tinha ouvido tal palavra. — O que é esta substância? — É água e sal. O medo criava lágrimas como uma arma? A armadura de Rask agia por conta própria para protegê-lo as vezes, por isso, era plausível. Rask sabia que ela estava com 20
medo. A armadura de Rask não detectou nenhuma ameaça quando ele levantou um dedo para a umidade no rosto da criatura. A garra afiada pegou uma. A substância parecia água, cheirava como água e estava quente. Isso não era perigoso. O que diabos eram as defesas da criatura? Tinha que ter alguma coisa, qualquer coisa. As lágrimas do ser caíam mais rápido. Ela parecia tão fraca e frágil. Ela tremia diante dele e Rask teve uma ideia. Sua mão subiu para seu pescoço e a apertou mais uma vez. — Não, por favor, não. — Ela engasgou. O odor almiscarado de terror chegou a suas narinas. Ah, ele entendia agora. Rask afrouxou o aperto. Era uma pena ele ter matado os outros dois. Sua forma de defesa era o seu desamparo. No entanto, ele viu a criatura maior matar seu próprio companheiro de bando. Isso já o fez pensar que eles eram perigosos. Que criaturas estranhas usar desamparo como uma arma. Mas funcionou. De repente, ele não sentia necessidade de machucá-la. Ao que parece, a defesa era adequada. Seus homens iriam achar esta coisinha divertida. Eles não iriam machucá-la uma vez que ele dissesse que ela era impotente, um novo animal de estimação. Ainda assim, ele queria ter certeza de que ela não tinha nenhum truque. Rask passou seu braço em torno dos da criatura, segurando-a no lugar. Sua mão desceu para a parte de trás de suas calças. A pequena criatura gritou que seria rasgada com suas garras afiadas, mas ele deixou cair o escudo em suas garras para que apenas seus dedos a tocassem. Ainda assim, ela lutou. Foi realmente engraçado. Seu dedo procurou dentro de seu traseiro por armas. Quanto ele foi mais fundo, a gritaria parou e ela implorou mais alto. Ela era muito apertada, nenhuma arma caberia lá. Quando Rask tirou o dedo e a soltou, a criatura caiu no chão. Ela estava histérica e gritando alguma coisa. Rask puxou-a para cima e inclinou a cabeça. Estupro? O que era isso? Ela não queria que ele a estuprasse. — Eu não entendo essa palavra. — Disse Rask. Havia algo mais que ele precisava pesquisar. A criatura estava praticamente largada em suas mãos agora. Quase não pesava nada. Rask a segurou firme novamente. Sua mão desceu na frente de suas calças para verificar o órgão masculino da criatura. Mais uma vez, ele deixou cair apenas o escudo de seus dedos e mão para não rasgar seus órgãos com suas garras. Ela começou a lutar violentamente. Rask agora estava certo de que ela deveria estar escondendo algo. Seus dedos procuraram mais rápido por uma arma. Ele não encontrou nada e estava atordoado. Não havia nada lá, absolutamente nada. Onde seu sexo foi parar? Então um dedo encontrou outro buraco. Dois buracos? Que raio de coisa era isso? — O que é você? — Rask exigiu. A criatura estava arfando e gemendo, as lágrimas corriam mais rápido do que alguns dos rios que Rask tinha visto. Estava quente e úmido dentro do corpo da criaturinha. Seu interior apertou e soltou em torno de seu dedo. 21
Era uma sensação estranha, embora agradável. O cheiro esquisito da criatura era mais forte e Rask sentiu uma estranha sensação de necessidade predatória. A sensação aumentou à medida que a criatura tornou-se mais quente e úmida. Rask removeu os dedos e deu uma sacudida em sua cabeça. Ele podia sentir o cheiro de um odor único em seu dedo e, que droga, estava confundindo seu juízo. Outra defesa? — Eu sou humana. — Ela gritou. Rask tinha ouvido falar dos seres humanos. Eles eram considerados criaturas horríveis, sem habilidades sociais, sanguinários e sem nenhuma liderança real. Seu povo sempre ficou longe de seu canto da galáxia. — Onde está o teu sexo humano? — Perguntou Rask com curiosidade. — Onde você me tocou. — Respondeu a criatura. Pequenos braços cruzaram sobre as coisas que ele pensou serem bombas. Ela estava encolhida e tremia lamentavelmente. Esta criatura não era uma ameaça. Parecia tão bonita que ele não podia se irritar. — Mas não havia nada lá. — Disse ele, exasperado. — Meu sexo é dentro como qualquer outra fêmea. — Ela gritou com irritação aparente, enxugando os olhos com as costas da mão. Os olhos de Rask se arregalaram de surpresa, ele tropeçou para trás como se tivesse sido atingido, atordoado. Fêmea? A raça feminina estava extinta por quase 400 anos. Rask nem se lembrava de sua mãe. Não era possível. Era? Mas ela tinha que estar dizendo a verdade, ou o sexo foi removido ou era por dentro. Nenhuma criatura iria remover seu sexo para a batalha e, se o fizesse, não haveria um buraco, só uma parte lisa. Rask podia sentir seu coração disparar até que seu escudo o controlou. Oxigênio extra inundou suas narinas e ele se acalmou. As implicações seriam astronomicamente benéficas se os seres humanos e Castians pudessem acasalar. Se esta fosse realmente uma criatura do sexo feminino. Talvez fosse por isso que era tão pequena, tão vulnerável. Grande Senhor de Dargon, ela era absolutamente indefesa! — Essas outras criaturas que eu matei, eram fêmeas? — Rask perguntou com súbito horror. — Não, eram homens, machos da minha espécie. Eles estavam protegendo sua fêmea. É por isso lutaram com ele. Ela gritou de medo e os homens reagiram. — Eu matei seu companheiro? — Ele perguntou. Ele lembrava-se disto sobre as mulheres. — Não. Eles eram o capitão e o copiloto. Nós caímos em seu planeta. Não queremos fazer mal nenhum. A Terra está destruída e nós estávamos indo para um novo planeta. — Que planeta? — Nós o chamamos Ulsy. Foi dado esse nome como um apelido, mas pegou. É um 22
encurtamento de “you’llsee”, você vai ver em inglês. Ninguém sabia o que esperar. — Você está em Dargon agora. Como você se chama? — Grace. — Meu nome é Rask. Eu nunca conheci uma mulher. Pelo menos não que eu me lembre. — Por quê? — Ela perguntou. Seu olhar até então baixo se levantou para ele com ansiedade. Felizmente as lágrimas perturbadoras estavam diminuindo... ele estava errado, lágrimas podiam derreter escudos. Seus olhos empoçados fizeram seu coração girar. Uma vez que ele entendeu o cheiro dela, ele lembrou. Algo em seu sangue estava assumindo. Ele se cansou de vê-la encolhida longe dele quando ela cheirava tão bem. Era como uma droga. O que estava acontecendo com ele? A armadura de Rask baixou quando sentiu que não havia nenhuma ameaça espreitando. Ele não tinha certeza se a droga em seu perfume era segura e, agora ele não se importava. Rask a ouviu suspirar de surpresa e ele riu. Quando seu escudo se levantava, ele era muito escuro e suas presas se projetavam. Os dentes brancos contra a escuridão de seu escudo era um contraste impressionante e muito assustador. Uma máscara de tatuagens impenetráveis blindava seu rosto. A armadura o cobria da cabeça aos pés. E tudo havia sumido agora. Os lábios de Grace tremiam. Sua mão timidamente se estendeu para tocar-lhe o peito. Foi como ser atingido com um golpe de emoção. Sua mão parecia tão branca e pequena ao lado de sua pele escura. Ela parecia tão suave que ele queria o resto do seu corpo pressionado contra ele. A cabeça dele estava girando. Ele podia sentir o medo dela agora, não apenas cheirá-lo e por algum motivo estranho, ele começou a suar. Gotas de sua umidade infiltraram na pele dela enquanto ele observava. Era como se o fluido do corpo dele fosse atraído por ela. Ela piscou, seu medo se dissipou e Rask se aproximou. — Você não é nada feio. — Ela sussurrou e piscou novamente em confusão. — Você não é um animal. Você é muito bonito. A respiração dela havia aumentado e seu olhar estava surpreso quando revelou esta informação. Era como se ela não tivesse controle sobre o que havia dito. O rosto de Rask se abriu em um sorriso de prazer. Por alguma razão, sua declaração o deixou muito feliz. Ele sentiu o aumento de sua frequência cardíaca e curiosamente seu escudo permaneceu abaixado e não fez nenhuma tentativa de regulá-la.
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Grace não podia acreditar na transformação da criatura. Ela também não podia acreditar que ela acabou de dizer o que estava pensando. Ela não teve controle sobre suas palavras, elas simplesmente saíram de sua boca. Era tão estranho. Ele parecia um homem, embora um homem muito grande. O que quer que o cobrisse, havia desaparecido, absorvido em sua pele. Ela estava tão espantada, a mão levantara por vontade própria. Quando tocou em sua pele, sentiu sua umidade invadir seu corpo. O ser perante ela era bronzeado, e seu cabelo longo, grosso e preto pendurado em seus ombros. Seus olhos já não eram saliências pretas, mas marrom escuro. Seu escudo abraçava seu corpo, porque todos os seus músculos ainda eram proeminentes. Quando a mão dele agarrou a dela estava sem as longas garras. Seu toque era suave, mas firme. Abertamente, ele examinou seus dedos, suas unhas. — Estas não servem para se defender. — Declarou. — Você ficaria surpreso. — Ela murmurou. — Talvez em um macho humano sem o escudo. — Disse ele. — O que era isso em você? Rask deu de ombros. — Minha armadura Castian. Eu a tenho por minha vida inteira. Rask inclinou-se e cheirou-a. Grace recuou de volta. Bonito ele podia ser, mas ele matou dois membros de sua tripulação. Tudo bem que ela só tinha conhecido os homens há uma semana, e um era um completo idiota e o outro um assassino. Mas Adams estava apenas tentando protegê-la. Rask olhou para ela. — Você tem um cheiro de medo, mas ele diminuiu. O cheiro que eu não estava conseguindo entender é o seu cheiro feminino. Agora que meu cérebro foi lembrado disso, há sentimentos estranhos despertando dentro de mim. Grace podia ver isso. Considerando que, antes ele tinha um olhar perplexo, agora um novo brilho predatório iluminou seu rosto. Ela saltou quando seu nariz roçou seu pescoço e sua língua sacudiu para fora para provar sua pele. Ele lambeu sua orelha. Um gemido gutural saiu de sua garganta. O coração de Grace bateu em seu peito. Ele levantou a cabeça e seus olhos estavam fechados. Ele parecia bêbado, seu rosto corado. Para horror de Grace, suas presas começaram a crescer. Ela gritou e seus olhos se abriram. — Não tenha medo. — Sua voz era profunda e gutural e soou como um grunhido. — Não me morda! — Ela implorou. — Eu não vou te machucar. Eu não quis te assustar. As presas de um macho Castian crescem quando temos necessidade se não é preciso usar sua armadura. Foi seu perfume feminino que provocou, agora que eu sei o que é e quem você é. Pelos deuses de Dargon, você cheira tão bem. Seu cheiro invadiu todo o meu ser como uma marca de ferro quente. 24
Ele cheirou-a novamente. — Bem pare com isso. — Ela exigiu. Ela sabia o que “necessidade” significava, era puramente sexual e ele parecia pronto para devorá-la. — Eu não posso evitar. — Ele rosnou. — Eu nunca senti isso antes e é muito difícil controlar. Venha para mim, mulher. Grace gritou quando ele a agarrou. Sua mão se enterrou em seu cabelo e ele a puxava para mais perto, os dedos apertando seus fios. Grace foi jogada contra ele. Ela podia sentir suas presas em seu pescoço. Ela estava certa de que ele estava prestes a rasgar sua garganta. Ela choramingou incapaz de se libertar. Um gemido ou grunhido irrompeu da garganta dele. O corpo de Rask se moldou ao dela. Ela podia sentir seu suor. As gotas de umidade dele se misturavam com seu próprio e ela podia sentir as gotas se infiltrarem em seu corpo. Seu sangue corria mais rápido em suas veias levando a umidade com ele, misturando-se com a dela, agarrando-se a ela. E embora ela ainda sentisse um pouco de medo, ela já não tinha nenhum desejo afastar-se. O que há de errado comigo? Um grande alienígena com tesão estava sobre ela e Grace se sentia como uma poça de mingau. O peito nu de Rask estava escorregadio e quente quando as mãos de Grace se arrastaram sobre ele. A cada segundo ela se sentia mais calma. Mais uma vez ele inalou o cheiro dela. Quanto mais complacente ela se tornava, mais exigente com seu toque ele ficava. Grace estava confusa. As mãos dele percorriam seu corpo de cima a baixo, mas ele não fez nenhum esforço para colocá-la debaixo dele ou para beijá-la. Ele estava mexendo com ela enquanto ela estava ficando molhada entre as pernas. Ele não fez nenhum esforço para tocar seus seios ou remover suas roupas. — Rask? Outro alienígena macho apareceu na mata. Rask rosnou, seus olhos foram à loucura e sua armadura subiu. Grace gritou. A armadura do outro homem subiu. Rask arrastou Grace para trás dele. O aperto em seu pulso estava muito apertado e ela o puxou. Sentindo sua aflição, ele soltou seu pulso, mas ela foi incapaz de se afastar. Agora que a sua pele não estava conectada, Grace sentiu seu medo retornar. Ela se contorceu para se libertar, mas ele a segurou com facilidade. — Não se aproxime. — Rask rosnou para o outro homem. — Rask, que diabos está acontecendo com você? Por que você está falando a língua antiga? — Esta é a minha mulher. — Rask rosnou. — É como ela fala. — Mulher? O outro homem-criatura espiou sobre Rask e Grace tremeu. Ela puxou o pulso com mais força. — Sim, do sexo feminino. — Rask respondeu. Ele sacudiu sua cabeça e as suas 25
armas desapareceram. Ele inalou fortemente. O outro homem baixou seu escudo também. — Você está bem? — Perguntou o outro homem. — Eu acho que sim, Tosk, talvez. — Respondeu Rask. Ele soltou o pulso de Grace. — Eu nunca estive tão perto de uma mulher antes. Meu corpo entrou em colapso. O que é um sentimento estranho. Eu nunca perdi o controle, meu escudo nunca reagiu dessa forma. Você sabe que eu nunca teria usado a armadura em você. — Colapso? Rask assentiu. — Este é um dos intrusos? — Perguntou Tosk. — Sim. Pode ter mais fêmeas humanas por aí. Precisamos espalhar a palavra de que esses seres são inofensivos. Eles não têm nenhum escudo. Um golpe vai matá-los. — Um bando inteiro de mulheres pousou? — Tosk parecia incrédulo. — Não, nem todos são fêmeas. Matei dois homens que me atacaram. Eu não tinha ideia de que eram tão frágeis. — Disse Rask. — Talvez seja melhor se voltarmos para nossas terras. — Disse Tosk. — Eu acho que não. — Grace sussurrou e começou a se afastar. Um alienígena vigoroso era ruim o suficiente, mas um bando era demais. Assim que sentissem o aroma dela, ela estaria nua. O outro homem era tão grande quanto Rask. Seu cabelo era do mesmo comprimento, mas ele era loiro e seus olhos eram de um impressionante verde esmeralda. Rask virou-se para estudá-la. Ele estendeu a mão para ela e agarrou-lhe a dela. — Está tudo bem, Grace. Eu tenho controle sobre isso agora. — Mas será que os outros terão? Quantos de vocês existem? — Ela perguntou. — Há muitos em cada propriedade. — Disse Rask. — Você vai ficar segura. Tosk e eu somos os líderes. — Vocês compartilham a liderança? — Ela perguntou com uma sensação de vazio na barriga. — Cada Castian nasce buscando um parceiro. Tosk é o meu. Lideramos juntos e lutamos juntos. Lutamos, cuidando das costas um do outro. Quando começamos a treinar como guerreiros, somos atraídos para alguém, não temos escolha. Não é apenas um jeito de ser, é instinto de sobrevivência. — Vocês dormem juntos?— Ela perguntou. — Nós temos quartos separados. — Disse Rask. — Não.— Ela murmurou envergonhada. — Quero dizer, você sabe, dormir junto? Rask parecia confuso. — Eu acabei de dizer que dormimos separados. — Não há nada de errado com isso. — Disse Grace. 26
— Errado com o quê? — Se vocês fizerem sexo um com o outro. — Ela murmurou. Rask inclinou a cabeça para o lado. — Grace, os homens aqui acabaram de amadurecer. A palavra que você usa, sexo, eu não estou certo de seu significado. Eu suponho que tenha algo a ver com nossa masculinidade. Eu nunca usei minha masculinidade. Os olhos de Grace se alargaram em surpresa. Ele nunca tinha feito sexo? Ela tinha pensado que, como ele nunca viu uma mulher, ele e Tosk fossem amantes. Era evidente que eles não eram. Juntos na batalha e na vida, mas não no amor. — Eu sinto o cheiro da sua confusão. — Disse Rask. — Venha comigo. Vou mantê-la a salvo. Grace não teve escolha quando Rask passou um braço ao redor dela e jogou-a por cima do ombro. Sua armadura apareceu e com velocidade rápida, ele pulou de árvore em árvore para ganhar distância com Tosk apenas um salto para trás. Grace nunca se moveu tão rápido em sua vida.
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Grace olhou ao redor da estrutura da caverna primitiva de aspecto abobadado. Tinha pelo menos três metros de altura. Estava coberta com enormes e intrincados ramos castanho-claros. Os ramos pareciam tecidos para formar um dique tipo dos castores. Mas esses ramos eram tão grossos como troncos de árvores. Dentro era incrível. E se o exterior parecia primitivo, o interior não era nada disso. Painéis de luzes iluminavam toda a área. Consoles com linhas de botões bipavam e piscavam. Era fascinante. Estes alienígenas eram muito mais avançados do que o povo da Terra. Não demorou muito antes que Grace fosse pressionada para o lado de Rask, enquanto os homens deixaram seus afazeres para verificar curiosamente quem estava lá. Cada homem estava vestido como Rask. Sem camisa, com calças pretas que abraçava seus quadris até os tornozelos. Nenhum deles usava sapatos. Todos tinham pênis bem definidos pressionados contra o material. Meu Deus, ela estava cercada por homens que nunca fizeram sexo na vida ou tinham visto uma mulher. Era um pesadelo. Cada um deles era enorme. Um rosnado baixo veio de um homem que estava muito perto. Grace estremeceu. Ele também tinha cabelos escuros. Sua abordagem foi cautelosa. Ele a estava cheirando. Com medo, ela olhou para Rask, então desejou não ter olhado, suas presas estavam de volta. 27
— O que é essa coisa? — Perguntou o homem que estava mais perto. — Essa coisa é uma fêmea, Brack, e ela é minha. — Rask rosnou. — Fêmea? — Exclamou Brack. — Ouçam-me! — Rask gritou. — Caiu uma nave na floresta. Estas criaturas são humanas e, eles são indefesos contra nós. Ainda há tanto machos quanto fêmeas dessa espécie correndo por aí. Sugiro que vocês saiam para procurá-los antes que os outros bandos achem o rastro deles. — Ou o cheiro dela. —Disse Brack. Grace podia ouvir seus dentes batendo quando Brack inalou seu aroma. Ele gemeu e depois rosnou no fundo da garganta. Seus olhos se fecharam e ele inalou novamente. Suas presas cresceram e ele parecia bêbado. Oh, oh. Antes que ele abrisse os olhos, Rask estava em cima dele. Ambos tinham seus escudos em um instante. Tosk separou-os. — Chega. — Tosk estalou. — Ela pertence à Rask. Vá encontrar a sua. Com um rugido e um estalar de suas presas na direção dela, Brack saltou da caverna. Grace foi surpreendida com a velocidade com que esses homens se moviam. Seus pés, que ficavam em forma de garras quando na armadura, agarravam o chão sob eles para lhes dar maior impulso. Como uma enorme lêmure de armadura que saltava de árvore em árvore. Os outros homens logo o seguiram. Era inquietante ver tantos homens poderosos sob armaduras negras que os abraçava como uma segunda pele. Quando eles saíram, Rask agarrou seu cotovelo e levou-a a uma porta de aço. Com um aceno de sua mão, ela abriu. Uma vez dentro, a porta se fechou. Grace estava presa. Ela recuou até que ela caiu sobre uma cama, suas mãos se abriram enquanto ele se aproximava dela. Ela podia ver suas presas mais uma vez. Grace engoliu em seco. Rask saltou para cima da cama alta e a cheirou. Grace o empurrou. O homem não tinha noção de espaço pessoal. O rosto dele se enterrou no pescoço dela. — Seus dentes!— Ela gritou. — Eles mostram domínio para você, e predador para qualquer homem que chegue perto de você. — Disse ele. Seu tom de voz era profundo e gutural. — Eu me sinto como se estivesse prestes a ser comida. — Disse ela e olhou para ele. — Afaste esses dentes de mim. — Eu não estou certo de que eu possa. — Respondeu ele. — Deve ser o instinto. Grace estava cética. Rask pegou a camisa dela. — Pare com isso. — Ela insistiu. — Estou curioso para saber o que são essas coisas. — Ele respondeu inocentemente. 28
— Elas são chamadas de seios. — Disse ela com exatidão, se soltando de suas mãos. Ela se afastou até ter suas costas pressionadas contra a parede, que também era esponjosa. Quanto mais para trás ela pressionava, mais perto Rask chegava, rastejando de forma predatória. Grace apoiou as mãos nos ombros dele. Ele era amplo e duro. Não havia pelos em seu corpo. Ela se esforçou contra ele. Ele não se moveu. Meu Deus, ele era pesado. Grace levantou seu pé e empurrou-o contra o peito dele. Seu joelho foi pressionado em seu próprio peito enquanto ele se aproximava. Rask era muito persistente. Sua camisa logo estava acima de sua cabeça e, ele a estudava abertamente. Seus olhos ficaram a poucos centímetros de seus mamilos. Grace entendia sua curiosidade, afinal ela também estava excitada. Ela não tinha notado antes, mas Rask não tinha mamilos como os homens da Terra. Seu peito duro era liso e nu de qualquer coisa, até de pelos. Ele olhou seus mamilos enquanto eles enrugavam e as pontas endureciam no ar mais frio. Ela podia sentir a respiração quente que ele expelia sobre eles. Ele estendeu a mão e empurrou seu dedo em um mamilo como em um botão. Os olhos de Grace e os dele se arregalaram. Ela, porque ele fez isso, ele porque o botão saltou de volta no lugar quando solto. Grace corou. — Você está com vergonha. — Ele exclamou. — Bem, você está me encarando. — Eu não vou te machucar. — Como você sabe, se você nunca esteve com uma mulher? E os homens não devem sair por aí apertando os mamilos das mulheres. Eles não são botões interruptores, sabe. — Ensine-me. — O quê? — Ensine-me, assim eu saberei que não vou te machucar. Ensina-me a te tocar. Seu corpo é tão suave, frágil e tão convidativo. Ele tem pequenos buracos, cores e coisas interessantes para tocar. — Você matou dois membros da minha equipe. — Um acidente infeliz. Eu não teria feito mal a eles se eles não tivessem me atacado primeiro. Você sabe que estou dizendo a verdade porque eu não te machuquei. Você gostava deles? — Esse não é o ponto. Rask franziu a testa e a cheirou. — Você temia um deles. Do outro você sentia pena. Grace estava surpreendida. — Como você pode saber?— Ela sussurrou. Ele podia ler mentes? 29
Rask deu de ombros. — Eu sou capaz de cheirar suas emoções humanas muito bem. É um traço Castian para conhecer aqueles que nos rodeiam. Nós não podemos, uh, como é que os humanos chamam? Mentir? Grace pensou sobre isso. Como seria estranho pertencer a uma raça que sempre dizia a verdade? Enquanto ela estava distraída, Rask sentiu seus seios novamente. Ela pulou, mas se acalmou. O olhar em seu rosto era de simples curiosidade, nada mais. Suas mãos eram quentes e úmidas com um leve suor. Com muito cuidado, ele apertou e soltou. Seu polegar acariciou um mamilo de um lado para outro fazendo-a se contorcer. — Que coisas curiosas, mas agradáveis ao toque. Estes botões de flores tem uma cor tão bonita. Eu gostaria de tê-los. Os olhos de Grace se arregalaram de surpresa e ela não pôde deixar de dar uma risadinha quando surgiu em sua mente a imagem mental desta montanha de homem com seios de tamanho de melões macios. — A natureza, em sua infinita sabedoria, não deu seios aos homens, ou eles não iriam fazer nada mais do que brincar com eles o dia inteiro. — Ela respondeu e tirou suas mãos. Grace lutou com suas emoções. Ela deveria estar aterrorizada com esse enorme alienígena. Estranhamente, ela não estava. Rask mudou de posição, contorcendo-se diante dela. Seu rosto tinha uma expressão estranha. Grace olhou para sua ereção crescente. Rask olhou também, e seus olhos se arregalaram em surpresa chocada. — Oh, não. — O que há de errado? — Ela perguntou. Se ela não soubesse o que ele era, ela poderia jurar que ele estava com medo. — Minha masculinidade. — Ele gritou. — O que diabos está errado com o meu pau? Grace não pôde evitar, ela começou a rir. Quando ele olhou para ela com uma mágoa confusa, ela suspirou. — Está tudo bem, você tem uma ereção. — Está crescendo um novo escudo no meu pau? — Hum, é uma maneira de dizer. Rask tirou suas calças. Ele olhou estarrecido para seu pau. — Este é um escudo impressionante. Grace teve de concordar. — Se você continuar brincando com ele desse jeito, você nunca vai saber para que ele realmente serve. — Disse Grace secamente. — É magnífico. — Disse Rask em reverência. — É tão grosso e longo. Mas palpita. 30
— É o que acontece com um homem quando ele está pronto para ter relações sexuais com uma mulher. — Incrível. Agora me mostre o seu. — Você não é do tipo romântico, certo? — Seu sexo sai e cresce? — Sua mãe não te ensinou sobre essas coisas? — Eu não me lembro da minha mãe. Ela morreu quando eu era muito jovem. Foi há quase quatrocentos anos. Todas as mulheres se foram. Elas estão extintas no meu planeta. Meu pai não teve nenhuma necessidade de explicar essa coisa de sexo. — Dane-se. Estou na cama com um virgem de quatrocentos anos de idade? Rask gemeu novamente. Grace tirou a mão dele do seu pau e colocou a sua própria sobre ele. Rask ganiu quando ela apertou. Os sapatos e meias de Grace saíram voando pela sala. Ele fez uma pausa apenas por um breve momento para examinar os dedos dos pés dela, declarando que seus pés eram minúsculos enquanto balançava seu dedinho. Depois ele rasgou a calça dela. Sua expressão era tão cheio de confusão, que Grace não se assustou, pelo menos não estava muito preocupada. — Calma, devagar. — Ela o tranquilizou. — Eu não posso. Alguma coisa está para acontecer. — Mas deve acontecer lentamente. — Ela insistiu. — Rask, você é um homem muito grande. Você tem que ser cuidadoso. — Eu vou. Eu vou. Sua respiração ofegante se intensificou, de alguma forma que era difícil para ela acreditar, especialmente quando as presas dele acidentalmente beliscaram sua carne no alto de sua coxa exterior. Suas calças saíram completamente com um puxão forte e Rask abriu suas pernas. Ele inalou profundamente. Rask olhou, olhou, e então ficou preocupado. Seu olhar confuso virou para ela. — Por favor, faça o seu sexo sair. — Ele implorou. Ele fez soar como uma brincadeira. — Meu sexo não sai, ele fica para dentro. — Ela o informou. Rask sentou-se nos calcanhares e parecia desapontado. Ele passou a mão no rosto. Então ele olhou para ela esperançoso. — Se eu tentar de verdade retrair minhas presas, ele vai sair? Eu não vou mordê-lo. Grace deu uma risadinha. — Eu acho que você está certo sobre suas presas saírem por instinto. Rask parecia desanimado. Grace sentiu pena dele. Ela estava apavorada na floresta que o homem-besta fosse estuprá-la. Agora ela entendia que ele não saberia como. 31
Sua confusão e desamparo eram doces. Ela teve que admitir que sua inocência era excitante. Ele não estava agarrando seus seios ou tentando engoli-los goela abaixo. Ele apenas parecia perdido. E tão bonito, mesmo com as presas assustadoras. Seria interessante estar no comando por uma vez. Os homens na Terra sentiam que não tinham nada a perder se eles estuprassem uma mulher. Não havia punição. Rask não a estava forçando sob ele, nem estava exigindo que ela se submetesse. Ele não mentiu quando disse que iria protegê-la. Se o console no ônibus estivesse quebrado, Grace ficaria aqui para sempre. — Venha aqui e deite-se. — Grace instruiu, decidindo sobre o seu curso de ação. Se ele nunca teve relações sexuais, não haveria ninguém para ele compará-la. Depois disso, ela jurou que nunca deixaria qualquer outro homem chegar perto dela. Era simples, sobrevivência realmente, não tinha nada a ver com Rask ser o cara mais gostoso que ela já viu, ou com a estranha sensação que ela tinha na boca do seu estômago quando ele a tocava. Rask estava deitado de costas. Grace montou nele. — Meu sexo tem que ficar para dentro para que possamos nos unir. — Como? — Ele sussurrou, com os olhos arregalados. — Assim. Grace segurou seu pênis na mão e moveu-se sobre ele. Com muito cuidado, ela começou a abaixar-se em cima dele. Ele era grande e grosso e ela teve que trabalhar para conseguir baixar sobre ele. Rask estava gemendo no fundo de sua garganta. Suas mãos se apertaram em punhos. Quando Grace se estabeleceu em cima dele, com todo o seu comprimento enterrado dentro dela, ela ficou parada. Suas paredes se esticando para acomodá-lo e ela mordeu o lábio. Cuidadosamente, ela começou a se mover novamente para cima, mas Rask a deteve. — Espere. — Ele gritou. — Isso não pode ter terminado já. Grace sorriu para ele. — Não, querido, nós estamos apenas começando. Antes que Grace saísse completamente, ele estendeu as mãos para ela, apertou sua cintura e arrastou-a de volta para baixo. Ele gemeu baixo em sua garganta, seu rosto se enchendo de êxtase e admiração. Foi a vez dela ganir agora, quando seu traseiro bateu contra ele como um tapa. Rask levantou-a e puxou-a para baixo novamente. Meu Deus, ele é forte. Ela engasgou, seus dedos estavam cavando suas nádegas. Com um olhar de puro êxtase, ele a baixou e a levantou. Suas pernas estavam ficando doloridas de ficarem abertas sobre ele. Em pouco tempo elas começaram a tremer. Seus quadris eram sólidos e ela sentiu como se estivesse montando um garanhão, um garanhão selvagem e descontrolado. 32
A cada estocada, Grace podia sentir seus dentes baterem e ela sabia que precisava tomar o controle disto ou seu interior ficaria parecido com gelatina. Quando ele a baixou novamente, Grace tirou as mãos dele de seus quadris e colocou-as em seus seios. — Aqui, brinque com eles. — Eu não uso brinquedos já há um longo tempo — Ele murmurou, mas parecia interessado. — Eles não são brinquedos. — Disse ela entre dentes, então percebeu que era culpa dela por sua má escolha de palavras. — Por que você tem isso? — Seus dedos puxaram seus mamilos. — Se algum dia eu ficar grávida, eu posso usá-los para amamentar o meu bebê. O interesse dele diminuiu as dramáticas estocadas e Grace estava começando a desfrutar da sensação de ele estar dentro dela. — O que é amamentar? Grace se manteve quieta. — Você nunca viu uma fêmea amamentar seus filhotes? — Eu te disse, não há fêmeas no meu planeta. Grace ficou chocada. — Absolutamente nenhuma? — Nenhuma. — Suas mãos deixaram seus seios para levantá-la e puxá-la para baixo novamente. — Amamentar significa que meus seios se encheriam de leite e o leite sairia dos meus mamilos. — O bebê os chupariam? — Ele perguntou com interesse. — Sim. — Isso parece tão bom. — Ele gemeu. O homem tinha uma resistência incrível. Grace estava ficando cansada. Ele não tinha experiência e ela tentou ensinar-lhe o que ela gostava, mas ele estava muito fixado no ato único que ele estava realizando. Era melhor deixá-lo ter o que queria. Da próxima vez, porém, eles fariam da maneira dela. Ela colocou as duas mãos sobre o peito dele e montou-o com força. Parecia estar demorando muito tempo para ele gozar, ainda mais que era sua primeira vez. Ela podia sentir seu próprio clímax. Grace jogou a cabeça para trás e gritou. Ela caiu contra ele, mas ele continuou a levantá-la e abaixá-la. Grace tentou se erguer, mas ele se manteve enterrado dentro dela. — Rask, precisamos fazer de forma diferente. Meus cotovelos não vão me sustentar por mais tempo. Minhas pernas doem de ficar abertas sobre você. Eu nunca tive um cara que aguentasse tanto tempo. 33
— Como? — Ele arquejou. — Deixe-me rolar para baixo de você para que você possa ficar por cima. Só tente não me esmagar, você pesa uma tonelada. Rask agarrou seu tornozelo e jogou-a sobre a cama. Ela foi arrancada em suas mãos e joelhos. Grace enterrou os dedos no tecido abaixo dela. Rask passou o braço em torno de sua cintura e mergulhou dentro e fora. Grace gritou. Ele era tão poderoso, muito poderoso. — Isto é muito melhor. — Ele grunhiu. Grace podia sentir o suor começar a escorrer dela. Ela estava ofegante. Ninguém nunca a tinha levado tão duro ou tão rápido. Rask encontrou um ritmo constante e balançou contra ela. Sua grande mão empurrada em seu ombro e o rosto dela descansando contra o material macio. Seus olhos se fecharam. Rask era um homem-fera. Seus rosnados e grunhidos suaves eram guturais. Suas mãos estavam possessivas. A parte da frente das coxas era forte quando as sentiu colidir contra ela. Fazia um longo tempo desde que ela esteve com um homem. Seus gemidos aumentaram e, em pouco tempo ela sentiu outro clímax se aproximando. Ela veio mais forte que da última vez e umidade escorria pelas suas coxas. — Você tem um cheiro tão bom. — Rask disse, sua voz era um grunhido gutural profundo. Ela o ouviu inalar profundamente. Grace empurrou e gritou quando sentiu as presas de Rask cravarem dolorosamente sobre ela. A parte logo abaixo de seu ombro ficou em agonia. Ela gritou para ele parar, mas ele resmungou que ainda não podia. Era parte de seu ritual de acasalamento, algo tão antigo que foi enterrado em sua memória. Grace podia sentir o sangue escorrer. Rask o lambia. Ela choramingou para ele parar o que estava fazendo. Mais uma vez ele alegou que não podia, mas ele estava quase terminando. Ela chorou dizendo que ele a estava machucando e ela o ouviu praguejar. — Sua pele deve ser mais suave do que as de nossas fêmeas. — Ele rosnou. — Deveria haver sangue, uma mulher sangra na sua primeira vez, mas não tanto. Eu posso sentir isso. — Uma mulher sangra na sua primeira vez, mas não por ser mordida. — Ela gritou. — Sim, pela mordida. — Ele insistiu. — Rask, por favor. — Ela choramingou. Pela primeira vez, ocorreu-lhe que parte do seu ritual poderia ser comê-la viva. Ela estava apavorada. — Calma, eu não vou te matar. — Ele a acalmou. — Por favor, não fique com medo. Eu posso cheirar e sentir seu medo. Eu sei o que eu preciso fazer agora. Você vai ficar bem em um segundo. Eu juro. Grace podia sentir que ele a cortou de novo, as presas enterradas em seu quadril desta vez, mais profundo do que antes. Grace gemeu quando sentiu um líquido quente invadi-la. Os braços de Rask a esmagaram contra ele e ela se sentia tão estranha. Então, de 34
repente a dor parou. Ela não tinha ideia do que tinha acontecido. Ela sabia que ele ainda estava fazendo alguma coisa com ela, mas não havia mais dor. Seu corpo inteiro relaxou até que ela estava imóvel. Com um rugido, Rask gozou dentro dela e caiu sobre ela. Ele murmurou um pedido de desculpas. — O que você fez? — Ela sussurrou. — Me desculpe, por te machucar. Eu não sabia. Esta foi minha primeira vez. Eu não acho que os meus companheiros de espécies acasalam em sua primeira vez. Acho que na primeira vez, a mulher luta, uma vez que o macho tenta libertar sua semente. — Por quê?— Perguntou Grace. Seu corpo inteiro estava submisso e acolhedor, mesmo ele a tendo machucado momentos antes. Ela não sentia nenhum desejo de se mover. Rask rolou-a e a aninhou ao seu corpo, aquecendo-a. — Sinto muito, Grace. Algo tomou conta de mim. Eu não sabia o que estava acontecendo até que aconteceu. Um homem precisa aprender a liberar seu hormônio com a primeira mordida em uma fêmea. Para isso, ele precisa de prática. No momento em que um macho está pronto para acasalar, ele escolhe sua fêmea com cuidado sabendo que sua primeira mordida vai reivindicá-la. O hormônio a acalma e ela não é capaz de resistir a ele. Até que seja tarde demais, porque ela é dele. Desculpe-me, eu te machuquei. Você é minha agora. Estamos acoplados. Você usa a minha marca em seu ombro. — Você quer dizer como uma droga de estupro? — Eu não sei o que é estupro. — Ele lembrou. — É quando um homem força uma mulher. — Você não lutou contra mim. — Disse ele. Grace olhou para ele. — Como eu poderia lutar com você? — Grace estava tranquilamente embaixo dele. Ela não estava com raiva, mas ela se sentia confusa. Ele alegou que eles estavam acasalados. Ela se sentia atraída por ele. Sentia-se como uma parte dele. Como pode ser isso? Um olhar para ele e ela sabia que ele mataria qualquer coisa que a tocasse. O sangue dela estava em suas presas. Seu dedo tocou uma delas. Era bastante afiada e ainda assim ela não sentiu dor quando cortou seu dedo. Rask chupou seu dedo em sua boca. Seu lábio parecia cortado. — Eu acho que o nosso sangue misturou e agora corre junto. — O que estava em suas presas? Eu senti algo entrar em mim. Rask parecia estar procurando em sua memória. — Uma espécie de veneno. — Rask engoliu em seco como se ele estivesse tão confuso quanto ela. — Eu posso sentir seu cheiro ainda melhor agora. Eu posso sentir o que você está sentindo mais do que antes. Sinto você como uma parte de mim, uma extensão, mais que uma extensão. Sinto você como meu coração batendo. 35
— O que isso quer dizer? — Isso significa que nós somos um. Para sempre. Grace sentiu as lágrimas começarem a cair. — Quanto tempo sua espécie vive? Rask balançou a cabeça. — Me disseram que meu avô morreu aos cinco mil anos de idade. Mas alguns são muito mais velhos. — Minha espécie só vive até os cem anos se tivermos sorte e, nós envelhecemos rapidamente. Quando eu estiver com trinta anos, ou talvez menos, vou parecer ter a sua idade. Rask sorriu para ela. Seu dedo arrastou pelo seu rosto molhado. — Você não quer me deixar. — Não. — Ela admitiu. Ela não tinha certeza do que aconteceu entre eles, mas ela estava devastada em pensar que teria um tempo tão curto com ele. — Castians são companheiros para a vida. O hormônio que compartilhamos é algo de grande importância. Eu queria que meu pai pudesse me dizer o que é. Quando as mulheres morreram, eles não falaram mais sobre isso. Qual seria o ponto? Elas nunca voltariam. Por que ser lembrado de algo que nunca poderíamos ter? A maioria dos sobreviventes do meu planeta é da minha idade, nunca se acasalaram e acabaram de atingir a maturidade. O que eu me lembro dos meus avós é que minha avó morreu no mesmo dia que o meu avô. — Então, vamos morrer juntos?— Ela perguntou com confusão. — Você está dizendo que eu vou viver tanto tempo quanto você? — Sim. E eu vou viver tanto tempo quanto você. — Mas, se seus pais foram acasalados isso não significa que seu pai está morto? — Não. Meu pai não cruzou com a minha mãe. Sua semente chegou até ela, mas ela lutou com ele antes que eles pudessem acasalar. Ela alegou que ele não estava pronto. Ela morreu antes que ele pudesse cruzar com ela novamente depois que eu nasci. Isso acontece muitas vezes quando um homem está cheio de si, pelo menos foi o que meu pai me disse há muito tempo. — Quantos anos você tinha quando ela morreu? — Quase quatro. Eu me lembro dela me abraçando e dizendo que ela tinha que ir. Ela não tinha escolha. Alguma coisa tinha se esgotado. — O que teria esgotado? — Eu não sei. — Onde está o seu pai? Rask franziu a testa e se levantou da cama. 36
— Venha comigo. Podemos nos lavar antes que seja tarde demais. Grace rolou para fora da cama. — Rask, você precisa avisar seus homens se encontrarem uma fêmea humana. Uma fêmea humana não pode lutar contra um macho Castian. Todas as mulheres capturadas serão acasaladas. Rask sorriu. — Sim, eu suponho que sim.
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CAPÍTULO 3 — Mas Rask, e se essas mulheres não quiserem se acasalar? — Você queria um companheiro? — Não. — Você está arrependida? Ela suspirou dramaticamente. — Esse não é o ponto. Rask levou-a para fora na escuridão. Grace tropeçou e ele agarrou-lhe o cotovelo. — Elas ficarão felizes de terem acasalado. A união dará a essas fêmeas mais anos de vida. Milhares de anos que elas nunca teriam antes. — Milhares? E se eles decidirem que não se amam mais? Rask franziu o cenho. — É impossível. Nós não nos acasalamos simplesmente, nós nos unimos. Deixar um ao outro seria mais difícil do que deixar de respirar. Isso nunca aconteceu. — E se matarem um companheiro? Algo me diz que vocês têm o escudo por uma razão. — É praticamente impossível matar um macho Castian. Foi por isso que nossas mulheres foram mortas, um veneno infectou nossas águas que matou apenas a linha feminina. Foi feito discretamente por um longo período de tempo. Como não era prejudicial para os homens, nossos escudos não registraram a ameaça. Uma grande quantidade do meu planeta é coberta por água. Quando descobrimos o veneno já era tarde demais. Isso foi feito para fazer os machos da minha espécie sofrerem. Nós somos companheiros para a vida. Muitos homens morreram com suas companheiras por causa de sua conexão através do nosso ritual de acasalamento. Nosso escudo nos protege da doença, mas as nossas mulheres não tinham esse escudo. Ao matar as fêmeas, eles nos mataram. Nós também não podíamos mais reproduzir. Aposto que os Tonantes não esperavam que encontrássemos um substituto viável. — Então o que fizemos foi o equivalente a nos casar quando você me mordeu. — Grace murmurou. — Nós não temos nenhuma ideia se eu posso engravidar. — Não temos, mas com o tempo, vamos descobrir. — Por que usar veneno nas mulheres? Por que não simplesmente atirar nelas ou apunhalá-las? — Eu não tenho certeza. Temo não saber muito mais sobre as nossas fêmeas. Havia algo que as protegia disso que você mencionou, mas não de um veneno usado por dentro. Rask se absteve de dizer que seu pai ficava com raiva quando ele fazia muitas perguntas. Finalmente, ele parou de perguntar por completo, até mesmo sobre sua mãe. 38
— Os médicos não conseguiram pensar em alguma coisa? — Perguntou Grace. Rask coçou a cabeça. — O que é um médico? — Alguém que cuida de você quando você está doente. — O que é estar doente? Grace tropeçou depois se recuperou. — Quando você não se sente bem. Rask estava confuso. — Eu sempre me sinto bem. — Será que as mulheres não precisavam de médicos para dar à luz? — Não há nenhum doente no meu planeta. O escudo do macho o protege de quase tudo. Quanto às mulheres darem à luz, eu não tenho ideia. Por que uma mulher precisa de ajuda para ter um bebê? — Rask, o bebezinho sai do pequeno orifício no qual você enfiou o seu enorme pau! — Ouch. — Isso ele não tinha pensando. Um bebê sai de lá? Ele supunha que era algo que ele teria que ver para crer. Grace tropeçou novamente. — Grace, o que há de errado com você? — Está um breu aqui. Eu não consigo ver nada. — Ela retrucou e caiu contra ele. — Por que você não disse que havia uma pedra ali? — Você não pode ver no escuro? — Isso foi uma surpresa. — Você pode?— Ela perguntou. — Claro. Rask parou, colocou-a na frente dele. Ele era capaz de ver tão bem quanto de dia. Seu escudo pegava energia dos dois sóis durante o dia dando-lhe a capacidade de ver à noite. Ele perguntou-se se as fêmeas Castians também tinham sido cegas no escuro. Uma suspeita surgiu em na mente de Rask. Ele perguntou-se se elas haviam sido cegas à noite e os machos de sua espécie caçavam suas companheiras durante a noite. Talvez por isso a armadura Castian era escura como breu. Isso era definitivamente algo que ele queria perguntar a seu pai. Rask acenou com a mão na frente de Grace. Seu olhar permaneceu em branco. Rask sabia que ela não estava mentindo, desde o acasalamento e talvez até mesmo antes de eles acasalarem, ela não seria capaz de lhe dizer uma mentira, mas ele queria ver o quão cega ela estava no escuro para referência futura. Ele precisa saber o quanto de proteção ela tinha que ter. Rask piscou e sua armadura o envolveu. Ele propositalmente manteve sem as luzes das tatuagens no rosto escuras. Rask levantou uma enorme garra e virou para ela. Grace 39
não piscou muito menos se moveu. Só o cabelo despenteou quando suas garras chegaram a poucos centímetros de seu rosto. — É melhor nos apressarmos, Rask. Eu senti o vento aumentar. Rask não sabia se devia rir ou se sentir preocupado. Sua armadura saiu e ele colocou Grace por cima do ombro. Ele então caminhou rapidamente para seu lugar de banho. Uma vez dentro, Rask acendeu as luzes. Em seguida, ele colocou Grace em seus pés. — Isso é lindo. — Ela emocionou-se e virou-se para olhar tudo ao redor. Rask supunha que fosse. Era uma réplica de sua terra natal, onde ele tinha se lavado quando criança. Uma vegetação exuberante verde e vermelha crescia em abundância ao redor de uma grande piscina de água. Uma cachoeira pequena cascateava para baixo. A água da piscina era da cor do céu. Grace andou até a cachoeira e olhou para cima. — De onde é que a água vem? — Grace, a cachoeira é um holograma. — Sério? — Ela sussurrou. Ela começou a despir suas roupas. Rask estremeceu quando viu a bagunça de sangue que ele deixou em seu ombro. Tomando-lhe a mão, guiou-a para a piscina limpa e fria. — Não beba, a água vai deixá-la doente. Grace parecia preocupada. — A água aqui é mortal para as mulheres também? — Não. Os rios e lagos aqui são puros. Nossos inimigos não teriam envenenado este planeta. Não havia necessidade. Ele tem apenas cerca de 300 anos. No momento em que ele se formou, nossas mulheres já tinham partido. Quanto a esta lagoa, não tivemos escolha. — Por quê? — Os Slocks continuam entrando aqui e nossos escudos se armam para nossos pés não serem mordidos. E é impossível nos lavar envoltos em armadura. — Slocks? — Pequenas criaturas com pés de pato e dentes afiados. — Eles estão aqui agora?— Ela perguntou com preocupação. — Eu acho que eu vi um desses. Seus dentes são desagradáveis. — Não, o produto químico os repele. Não se preocupe. Grace o seguiu para dentro da água. Rask a virou e lavou suas costas, livrando-a do sangue. Ele olhou para a marca que ele havia criado. O padrão correspondia ao de seu rosto quando coberto com a armadura. Era sua própria marca especial. Todo guerreiro tinha sua marca própria. Ele tinha nascido com a dele. Agora, sua companheira havia sido marcada com a dele. A água parecia reagir ao sangue. Curiosamente, Rask viu quando Grace começou a 40
cicatrizar. As fêmeas humanas eram criaturas tão perfeitas. Pelo menos sua Grace era. Rask pensou que era mais do que isso. Se todas as mulheres fossem suscetíveis às secreções e hormônios Castian, se eles se reproduzissem os benefícios seriam fantásticos. Se a nave espacial dos humanos não estivesse tão danificada. Ele e seus homens poderiam tê-lo usado para tirarem seu pai do asilo político. Era ali que Rask e os seguidores de seu pai haviam sido banidos, a outro mundo de asilo político, criado por aqueles de sua própria espécie em uma revolta de diferenças políticas. Eles foram espalhados e abandonados em todo o universo como uma lição para outros Castians... obedecer ou ser expulso. Pais e filhos haviam sido separados. Foi dado a eles apenas o suficiente para suprir as necessidades básicas da vida. Afinal, nunca se sabia quem iria recuperar o poder e banilos ao asilo. Mas agora era Rask quem riria por último. A crueldade deles lhe dera uma companheira. Algo que ele nunca pensou ter. Grace era linda. Pelo menos ele achava. Ele não tinha outra fêmea para compará-la. — A água é tão boa. — Disse Grace afundando mais. — Você também. Rask a virou e ela recuou. Ele adivinhou que suas presas estavam se mostrando. Ele sentiu seu medo. Ela estava lembrando a dor que ele lhe causara. O corpo de Rask reagiu imediatamente ao seu cansaço e confusão. Ele passou o dedo pelo seu rosto deixando um rastro de umidade que evaporava dentro dela. Mesmo que suas presas a assustassem, ele sabia que ela não tinha medo dele. Até que ele a tivesse marcado, ela estava gostando de se juntar a ele. Apenas a ideia o fazia suar. Sua masculinidade estava enorme novamente. — Não há necessidade de marcá-la de novo. — Ele prometeu. — Você não vai me morder? — Ela perguntou com ansiedade. — Temo que eu vá, mas não será como da última vez. — Você não pode continuar me mordendo. Eu vou acabar sangrando até a morte. Rask deixou a água da piscina gotejar sobre as costas dela. — Este produto químico aqui também vai curá-la. — Como você sabe?— Ela perguntou com ceticismo. — Quando entramos na piscina, seu ombro estava sangrento. Não tem mais a ferida aberta. Ela já está curada. Talvez este seja o médico de uma mulher. Tudo o que resta é a minha tatuagem. Grace virou sua cabeça para o lado tanto quanto podia. Rask sabia que ela não podia ver. Ele se determinou a mostrar a ela quando eles voltassem para o quarto dele. — Por que você precisa me morder? — Quando derramar minha semente, uma pequena alfinetada vai liberar o hormônio e seu corpo vai relaxar. Sua pele é muito macia e meus dentes são muito afiados. Não vai doer. Como você estava virada para baixo da primeira vez, você não viu 41
meu pau depois que eu liberei você. Grace parecia preocupada. — O que aconteceu com ele? — Ela perguntou com cautela. — Eu vou te mostrar. Rask a puxou contra ele. Seu pênis começou a deslizar dentro dela, mas ela o empurrou. Ela não estava lutando contra ele, ela queria alguma coisa dele em primeiro lugar. — Você pode me beijar sem me morder?— Ela perguntou. — Você precisa aprender sobre preliminares, e que uma mulher precisa ser despertada. Em nossa primeira vez, eu estava apertada porque eu não estava realmente pronta. A mulher precisa se sentir molhada por dentro para aproveitar mais. É preciso estimular o corpo de uma mulher para excitá-la. Tudo o que os homens precisam é de um pau duro e eles estão prontos. Grace ficou na ponta dos pés e pressionou sua boca contra a dele. Para a surpresa de Rask, suas presas afiadas recuaram por conta própria. Os lábios dela se mexeram contra os dele fazendo cócegas. Ela está me provando? Era uma sensação estranha e ela foi persistente. Ele sentiu os dentes dela rasparem contra seu lábio inferior antes que ela chupasse em sua boca. Raska abriu. Ele sentiu a língua de Grace entrar. Era suave e quente e, deslizou para cima e para baixo dele. Grace tinha os olhos fechados, então Rask fechou os dele também. Sopros rasos minúsculos de ar foram expulsos em sua boca. Ele estava respirando e saboreando-a no ar. Ela fluiu através dele. Seu cheiro, seu gosto, seu toque foi em todos os lugares. Isto foi muito mais do que agradável. As mãos de Grace tomaram as suas e colocou-as sobre seus seios. Estes eram muito melhores do que bombas... e muito menos perigoso, mas mais emocionante. O pequeno seixo que ela chamava de mamilo estava endurecido sob seus dedos. Ele o puxou até que ela murmurou um protesto. Quando eles pararam o beijo, ela guiou a cabeça dele para baixo e logo ele estava se amamentando nela. Era estranho e muito agradável mamar a fêmea de carne e, ele teve um pouco de inveja dos bebês. Como os seios eram macios. Antes ele havia estado tão absorto no que ele estava fazendo com seu pênis, que não percebeu que estava perdendo em outras coisas. Sua pele era firme e mais doce do que frutas. Sua língua brincava com seu mamilo. Ele endureceu e ouviu Grace gemer. Ele queria ouvir os sons dela. Cada pequeno suspiro de prazer que ele lhe trouxe o excitava mais. Rask se levantou e as coxas dela se separaram fazendo com que ele se sentisse palpitante para estar dentro dela. Novamente Grace estava instruindo-o. Seu rosto estava feliz e ela disse que precisava de mais. Queria sentir os dedos dele dentro dela primeiro. Cuidadosamente, ele sondou-a com um, depois dois. Dentro e fora, ele mergulhou sentindo seu calor. Ela apertou em torno dele. A perna esbelta estava levantada e enrolada na cintura dele. Enquanto ele fazia isso, a outra mão segurou a parte de trás do pescoço dela e eles 42
juntaram a boca mais uma vez. Ela tinha um gosto tão doce. Quando sua língua tocou a dele, ele pulou. Assim, grande parte dele estava dentro dela, sua relação ficou mais forte. Sua pequena língua era quente e elegante. Por conta própria seu polegar encontrou seu broto minúsculo e bonito perto de sua abertura inferior. Ela se contorceu e ele podia sentir sua tensão. Ela gemeu em sua boca. Rask sentiu uma umidade quente cobrir os dedos. Seu cheiro era inebriante e ele podia sentir sua excitação na boca. Ela estava pronta para ele. Suas presas se projetavam com seu primeiro impulso. Grace agarrou seus ombros e ele apertou-a contra a borda da piscina. Ela era tão macia por dentro. Seu calor úmido se fechou em torno dele em boas-vindas. Esta sensação escorregadia em seu pênis era incrível. Sua masculinidade absorvia seus sucos, os examinava e lançava algumas gotas de sua semente como se em resposta a um chamado. Foi fascinante. A primeira vez que ele a teve, ele sabia que os machos humanos eram mais rápidos para gozar e ele adivinhou instintivamente que eles não fariam o que ele estava prestes a fazer. Rask se moveu mais rápido, seus olhos nunca deixando seu rosto. Grace jogou a cabeça para trás e gritou sua liberação. Rask podia sentir seu perfume doce. Isso desencadeou a reação dele. Seu corpo estava pronto para a sua semente. Rask moveu rapidamente. Água batia ao longo da lateral da piscina. Ele ouviu o suspiro de Grace. Ele tinha começado. Da última vez, seu hormônio tinha sido liberado tarde demais e ela sentira a dor de seus dentes. Ele havia crescido dentro dela depois que ela tinha se acalmado. Desta vez ela estava sentindo o que não sentiu antes. — Oh. — Ela gemeu. — Estou machucando você? — Rask, parece maior. — Isso é porque está. Minha semente está fluindo, expandindo-o. — Ele podia sentir as paredes se esticarem para acomodá-lo. Os olhos dela estavam bem fechados e ela mordia o lábio inferior. Ele era muito gentil enquanto sua semente o enchia mais e ele continuava a se expandir. Grace começou a arfar e arquejar. Ela gemeu e seus olhos se abriram. — Eu não aguento mais. — Ela gritou. Foi quando Rask a mordeu. Seus dentes se afundaram em sua garganta com muito cuidado e lançaram sua droga. Grace ficou mole em seus braços. Ela fundiu contra ele e aceitou tudo. Rask bombeava lentamente. Suas mãos embalavam o corpo dela contra o dele. Sua mão segurou sua pélvis mais perto. Era a sua vez de jogar a cabeça para trás e uivar sua libertação. Quando ele se retirou dela, Grace estava olhando para baixo. Seus olhos brilhavam surpresos para ele. — Eu não posso acreditar que você tinha isso em mim. Eu não posso acreditar que não machucou, e era tão bom. 43
Rask escorregou para dentro dela. — Precisa amar os hormônios. — Disse ele e piscou. Grace engasgou e gemeu quando ele balançou contra ela. Seu corpo ainda estava aceitando, mas depois que ele lançou sua semente, seu pênis endureceu e voltou ao tamanho normal. O pensamento o fez sorrir. Ele nunca tinha visto outro homem ficar tão duro, mas ele ainda sentia sua masculinidade muito impressionante. Aparentemente, Grace pensava assim também, pela quantidade de gemidos e choramingo que estava fazendo. Os braços dela apertavam o pescoço dele. Os dedos se enterraram em seu cabelo e arrastaram sua boca para um beijo. Ela tinha um gosto tão doce. Um grito estridente os interrompeu e ambos foram surpreendidos quando uma mulher seguida de perto por Tosk correu para a estrutura de cúpula. Grace arregalou os olhos. Tosk agarrou a mulher e sorriu para Rask quando ele a jogou por cima do ombro. Rask havia pensado que Grace era pequena, mas esta fêmea era minúscula. E furiosa. — Ponha-me no chão, sua aberração! — A mulher gritou. — Stacie? — Grace murmurou. — Grace! Corra, essas coisas são malditamente enormes! — Stacie berrou. Para a surpresa de Rask, a mulher começou a bater nas costas de Tosk. O escudo de Tosk se manteve baixo e Rask sabia que ela não o estava machucando. Era estranho ver um ser tão pequeno agredir seu companheiro guerreiro sem medo. Rask pulou da piscina quando Grace o fez. Grace estava puxando os braços de Tosk. — Deixe-a em paz! — Grace gritou. Ela também começou a bater em Tosk enquanto ainda estava nua e toda molhada. — Esta é a minha mulher. — Disse Tosk. Rask ficou aliviado por ele ainda estar sorrindo. Tosk inclinou-se perto de Grace e inalou profundamente. — Rask, esta pequena mulher cheira a você. Você acasalou. Estou feliz por você. — Você ainda não acasalou com esta fêmea. — Foi uma declaração. Rask não podia sentir o cheiro de Tosk nela. A mulher ainda estava batendo nas costas de Tosk, mas ela estava cansando. Rask passou os braços em torno de Grace e puxou-a para o seu lado. O calor dela irradiava e, um sentimento de profunda proteção o queimou quando a sentiu tremer. A estranha sensação de não só querer conforto, mas a necessidade de confortá-la foi esmagadora, envolvendo todas as fibras do seu ser. Nunca antes havia sentido tão forte sensação. Seu corpo começou a suar. Ele podia sentir Grace se acalmar imediatamente. Embora ela ainda estivesse exibindo um aroma de angústia, ele diminuiu. Rask soube imediatamente que havia hormônios em suas secreções que foram transferidos para Grace para acalmá-la. Interessante. Ele percebeu que seu corpo reagiu a 44
suas emoções. Não havia nada que não se compartilhasse no acasalamento. — Não, nós ainda não acasalamos, mas nós vamos. — Disse Tosk e abriu um grande sorriso — Esta pequena lutadora é digna de minha proteção. — Digna? — Stacie gritou. — Digna? Rask riu. Pela forma como a mulher começou a bater nele novamente, talvez Tosk precisasse de proteção contra sua mulher. — Rask, diga-lhe. — Grace estava implorando. Seu rosto estava virado para ele. — Tosk, você deve acasalar com as fêmeas humanas cuidadosamente. — Disse Rask entendendo a angústia de Grace. — Existe um hormônio em seus dentes, você vai se lembrar quando seu perfume atingir suas narinas. Você vai marcá-la. Rask girou Grace e mostrou a Tosk sua marca em seu ombro. Tosk parecia interessado. — Você fez isso? — Perguntou Tosk. — Meus dentes a marcaram. Espere até que ela fique mole de sua mordida antes de reclamá-la, ou será muito doloroso para ela. As fêmeas humanas não podem lutar contra um guerreiro Castian. — Rask avisou. — Quando você terminar deve trazê-la aqui. A água vai curá-la. — Bom, porque esta é a minha. — Declarou Tosk e saiu com Stacie sobre suas costas, chutando e gritando. — Rask, por favor. — Grace choramingou. Rask sentia pena dela quando percebeu as lágrimas. Seu polegar levantou para impedir sua descida. — Tosk será cuidadoso. Agora que ele foi avisado, vai se lembrar da droga. Sua amiga vai ficar bem. — Mas se ela não o quer, é estupro. — Dê a ele uma chance de convencê-la. Tosk também é virgem, lembra-se? Ele não tem ideia de como estuprar uma mulher. Ele não sabe o que vai, aonde a menos que ela lhe diga. Ela precisa de sua proteção neste planeta... ela vai dizer a ele. Rask pôde ver que Grace estava pensando sobre isso. De repente, ela se iluminou. — Você está certo. Nenhuma das mulheres do transporte pode ser forçada. Acho que as mulheres humanas gostariam deste planeta. Isso era algo a se pensar... *** Grace e Rask estavam deitados juntos enrolados em torno um do outro na cama. Grace estava pensando. — Rask? 45
— Hum? — Como é possível que todos os homens aqui sejam da mesma idade que você? — Bom isso é o que eu sei. — Ele começou. — Eu já lhe disse que cada guerreiro precisa de um companheiro guerreiro para lutar às suas costas durante a batalha. Em um momento na história, a armadura em nosso escudo não era tão forte na parte de trás. Foi por sobrevivência. Agora, mesmo que nosso escudo tenha se fortalecido, ainda escolhemos um companheiro guerreiro. É mais um conforto, eu suponho. Nossa linhagem remonta a centenas de milhares de anos. Desde o início, as nossas mulheres ficavam quentes ao mesmo tempo. — Uau. Já ouvi falar de mulheres sincronizar seus períodos quando elas vivem juntas, mas uma raça inteira? Isso é incrível. — Bastava que a cada 400 anos nossas mulheres dessem à luz a um menino para ter certeza de que haveria o suficiente. Nossos machos atingem a maturidade em quase quatrocentos anos, depois o ciclo começa novamente para cada um de nós acasalarmos com uma fêmea. Cada guerreiro iria encontrar o seu par guerreiro quando eles começassem o treinamento como uma criança de seis anos. Eu tinha doze anos de seus anos terrestres quando encontrei Tosk. — Todos eram meninos? As mulheres tiveram somente meninos? — Sim, todos do sexo masculino, a cada 400 anos. — E quanto a mulheres, meninas? Rask olhou para ela, pensativo. — Eu não sei. Meu pai não acha que é importante falar sobre as mulheres uma vez que nenhuma jamais iria nascer de novo. Ele só achou que era o meu direito saber por que eu precisava de um companheiro guerreiro. Falar de mulheres seria apenas cruel. — Então, deixe-me ver se entendi. Você está basicamente dizendo que mesmo que você esteja com 400 anos de idade, você está apenas chegando à maturidade? — Acho que é uma maneira de dizer. Tecnicamente, eu me tornei um homem aos duzentos, mas não podia acasalar com uma fêmea até que chegasse quase aos quatrocentos. — Disse Rask. — Eu acho que tem a ver com os hormônios ou o veneno necessário para envelhecer e fortalecer. Também não estou certo se as fêmeas Castian e as fêmeas humanas são feitas da mesma forma. — Eu acho que você não saberia, pois você nunca viu uma mulher Castian. — Disse Grace. — Quando estávamos na piscina e eu estava batendo em Tosk, quando você me tocou, eu senti algo estranho. Senti-me calma de repente, e isso já aconteceu antes. Eu ainda estava chateada, mas não tinha mais vontade de bater em Tosk. — Parece que meu suor também tem um produto químico que reage ao seu medo. Quando toco em você, ele penetra sua pele para acalmá-la. — Como você sabe? — Eu não sabia até que aconteceu depois que acasalamos. Eu não tenho certeza, mas poderia ter acontecido quando nos encontramos pela primeira vez. Eu sinto seus 46
sentimentos. Meu corpo reage a eles. Eu não tenho nenhum controle sobre ele. Eu estou supondo que quanto mais medo você tiver, mais secreções vou produzir e mais calma você se tornará. Grace se acomodou. — Por que tantos homens aqui neste planeta, se não é a sua terra natal? Rask colocou a cabeça em seu ombro. — Meu pai é, foi, um líder muito poderoso. Um jovem arrivista, Aanon, decidiu que era hora se substituí-lo. Aanon têm muitas ideias novas sobre como lidar com os Tonantes, e todas elas são ruins. Meu pai tem muitos seguidores, mas muitos dos nossos homens morreram quando suas fêmeas o fizeram. Com todos os homens mais jovens entrando na idade adulta, eles queriam mudanças. É muito difícil para um Castian lutar contra outro Castian. Não há nenhuma mentira em nossa política, mas uma grande quantidade de sentimento está envolvido. Aanon respeitava meu pai, mas ele estava muito cheio de si. Os de minha idade podiam sentir a paixão de Aanon. Nossos homens ainda são jovens e temo que a paixão sufocou o sentimento de dedicação simples. Todos votaram contra meu pai. Não houve guerra ou revolta. Foi-nos dada uma escolha. Ficarmos e juntar-nos a Aanon em nosso planeta, ou sermos mandados para o exílio até que mudássemos nossas mentes. — Você decidiu apoiar o seu pai? — Sim, ele é um bom líder. Muitos dos meus amigos foram treinados por ele e o apoiaram, também. Aanon foi cruel e separou as famílias. Eu não tenho ideia por que ele faria uma coisa dessas. Não tínhamos ideia disso até que aconteceu. Se eu pudesse, eu iria encontrar uma maneira de juntar-me a meu pai. Ele está sozinho. Seu companheiro guerreiro morreu com sua fêmea a quase quatrocentos anos atrás. Meu pai optou por não encontrar outro companheiro guerreiro. — Quantos anos ele tem? — Três mil anos. — Por que ele nunca procurou outra companheira? — Mesmo antes da morte de todas as nossas mulheres, a proporção de mulheres para homens era baixa. Embora, eu não ache que esse fosse o motivo. Meu pai sempre foi muito político. Todo mundo ficou surpreso quando ele virou a cabeça por minha mãe, ele estava sempre tão absorvido com outros assuntos. Ele amava a minha mãe. Mas ela achava que ele amava mais política e queria mais de um compromisso, porque ela também tinha caído de amor por ele. Era a única razão pela qual ela lhe permitiu plantar sua semente. — Mas eu vi o quão grande você fica. Não era doloroso para ela? — Eu não sei. Eu lhe disse que eu não tenho certeza das diferenças de fêmeas humanas e fêmeas Castian. O hormônio não é para agir como droga em uma mulher em conformidade sobre sexo... Só com o acasalamento e marcação. A fêmea tem o direito de escolher seu companheiro, também, normalmente. Lembre-se, uma fêmea Castian pode lutar contra um macho. Talvez fossem maiores e mais fortes, ou tinham suas próprias defesas. 47
— Como é que o seu pai se sentiu sobre ela carregando seu bebê? — Meu pai ficou emocionado ao descobrir que ela estava carregando seu bebê. Mas ela queria esperar para ver o quanto ele ficaria ao seu redor. Meu pai sempre teve as mulheres atrás dele, mas se ele não pudesse ter a minha mãe, não queria mais ninguém. Meu pai, aparentemente, tornou-se muito atencioso e venceu-a. Finalmente, para sua alegria, ela disse que iria casar com ele depois que eu nascesse, mas até então as mulheres estavam morrendo. Minha mãe decidiu não cruzar com o meu pai. Ela queria que ele me ajudasse a viver. — Mas ela viveu até seus quatro? — Sim. — E você não sabe por que ela de repente morreu? — Não. — Isso é um mistério. Grace se aconchegou mais perto de Rask. Ela estava se sentindo sonolenta. Ela bocejou e Rask a puxou para mais perto. O quarto tinha uma luz muito obscurecida pela qual Grace era grata. Rask explicou que apesar de ele poder ver no escuro, assim como a luz do dia, as luzes eram necessárias para manter sua pele saudável e sua armadura carregada. Ela achou que fosse por isso que o planeta tinha dois sóis. A engenhoca que recolhia a luz do sol era um tipo estranho de metal que absorvia a energia diretamente dos sóis que orbitavam o planeta. A luz do sol era redirecionada para o abrigo em forma de cúpula com os ramos para a adição de nutrientes. Grace tinha que admitir que era o mais fresco e o mais puro ar que ela já cheirara. Rask estava respirando constantemente, ele tinha adormecido e Grace teve tempo para realmente estudar suas características. Ele era tão incrivelmente bonito. Sua mandíbula estava esculpida e bem definida. Seu cabelo era grosso, mas suave. Seus cílios eram curtos e as sobrancelhas quase pareciam feitas a lápis em uma linha fina preta perfeita. Ela se aconchegou contra ele sentindo-se segura e acolhida. Seu corpo era duro e musculoso, mas sua pele era suave como cetim. Ela estava feliz que sua nave parou de funcionar. Era difícil acreditar que em tão pouco tempo ela estivesse apaixonada por ele. Grace também sabia que o sentimento era parcialmente causado por ele marcandoa. Rask tinha mostrado sua obra. A água tinha curado e o símbolo era impressionante. Ele brilhava verde em seu ombro, pulsando mais escura então mais clara. Era uma bela tatuagem. Rask rasgou sua camisa para expor seu ombro e exigiu que a partir de agora ela devesse usar apenas uma camisa que mostrasse sua marca para os outros machos. Todos saberiam que ela era ele. Grace sorriu e com muita ternura beijou a bochecha de Rask. Seu companheiro. Rask sorriu enquanto dormia. Grace fechou os olhos. Que dia incrível ela tivera. 48
CAPÍTULO 4 O sonho era o mesmo todas as noites. Grace sentada sozinha no telhado de sua casa afundando lentamente. A água barrenta estava subindo e ela iria se afogar na imundície. A sua esquerda, estava o corpo inchado de um homem que flutuava com as ondas suaves. À sua direita, uma mulher flutuava virada para cima, em seguida, para baixo, rolando. O céu estava cinza para combinar com seu humor e aumentar sua miséria. Fazia dias que o sol não brilhava. Ela estava desolada, com fome, com sede, com medo. Todo mundo que Grace amava se foi. Tudo o que ela já tinha conhecido foi destruído. Nada foi deixado, nada, ninguém. Não houve lágrimas para chorar e ela se sentou e esperou a morte. Sua vida não poderia ficar pior. Grace ouviu um som atrás dela. Ela levantou-se e virou-se, em seguida, gritou. Um homem-besta todo de preto com presas estava diante dela. Grace caiu em derrota, aparentemente, as coisas poderiam piorar. — Que lugar é esse? — Perguntou a criatura. Sua voz era profunda e de alguma forma familiar. — Inferno. — Respondeu ela. — Você tem medo de mim. A criatura parecia surpresa. O homem-besta inclinou sua cabeça. O escudo preto que usava caiu e lá estava Rask. Grace sabia quem era esse homem. Ele era seu companheiro. Quando ele se moveu para frente e tomou-a nos braços, ela sentiu seu suor absorver em seu rosto e ela se acalmou instantaneamente, ela estava segura. Rask olhou ao seu redor. — Desolador é uma palavra tão pequena para descrever este lugar. — Disse ele. — Por que você sonha com isso? — Eu estou sonhando? — Disse ela em confusão. — Sim. Você não sabia? — Não até que você me disse. — Interessante. Normalmente, quando eu sonho, eu escolho o sonho de casa. — Você escolhe? — Sim. — Disse ele. — Não pode? — Você escolheria a sonhar com isso? — Não. — Estou sonhando com você? Rask parecia pensativo. — Sim e não. Estou aqui porque suas emoções desoladas me chamaram de meu 49
próprio sonho. Eu estava preocupado com você. Você se sentiu tão triste. Estou sonhando, só que agora eu estou sonhando seu sonho. — Sinto muito. — É o que um companheiro faz pelo outro. — Disse ele. Sua mão segurou seu queixo e inclinou a cabeça para um beijo. Seus lábios estavam muito sensíveis. O nariz dele tocou o dela e ele sorriu um sorriso gentil. — Feche os olhos. Mantenha-os fechados e confie em mim. Grace fechou os olhos. Os lábios de Rask caíram sobre os dela, mais uma vez. Ela sentiu-se flutuando e agarrou-o. Seus braços se apertaram ao redor dela. O chão sob seus pés começou a se mover em um ritmo rápido. Ela confiava nele e manteve os olhos fechados. Seu corpo ainda estava secretando um hormônio para acalmá-la. Depois de um momento eles deixaram de se mover. O beijo terminou. — Agora, Grace, abra seus olhos. Grace abriu os olhos e piscou. Ela estava num ambiente completamente diferente. A cachoeira ante eles, era a coisa mais linda que ela já tinha visto. Era uma versão muito maior da sala de limpeza na qual ela tomava banho, dentro pássaros escuros enormes como pterodátilos azul-acinzentados sobrevoaram. Samambaias vermelhas cresciam altas até a sua cintura. O ar estava mais quente. Uma leve névoa subia da borda da água. Grace se afastou de Rask e então suspirou. Ela estava nua. — Rask, minhas roupas. — Ela gritou. Ele lhe deu um olhar malicioso predatório. — Este é o meu sonho agora. — Ele piscou. Rask pegou a mão dela e levou-a para a água. Era clara e fresca, refrescante. Grace virou em seus braços quando eles estavam quase completamente submersos. Suas presas estavam a mostra até que ele baixou a cabeça para um beijo. Suas línguas dançavam. Rask arrastou seus lábios em sua garganta para seu ombro. Ele a ergueu mais alto para que ela pudesse envolver as pernas ao redor da cintura dele e ele chupou primeiro um seio depois o outro. Grace deixou a cabeça inclinar para trás. Quando ele a colocou sobre seu pênis, ele estava duro e grosso. Grace deu boasvindas a sua entrada. — Oh. — Ela gemeu. — Eu nunca sonhei com sexo. Eu posso sentir tudo. Rask riu. — Isso é porque nós estamos fazendo sexo em nossa cama enquanto nós estamos aqui. — Nós estamos realmente fazendo isso? Em cima da cama? — Sim. Mas isso é muito mais agradável. — Eu acho que você faz eu me sentir bem em qualquer lugar. — Grace arquejou. — Eu nunca fui tão ligada a ninguém antes. 50
— Os homens de seu planeta não entram no sonho de suas companheiras? — Rask levantou os quadris e gentilmente a puxou para baixo. — Eu acho que eles não conseguiriam isso. — Respondeu ela. — Muito ruim para eles. — Rask murmurou. Grace jogou a cabeça para trás e gritou quando gozou. Rask cravou os dentes em seu pescoço. Grace ficou mole. Rask virou-a e inclinou-a para frente sobre a borda da piscina. Ele permaneceu profundamente enterrado dentro dela. Grace podia senti-lo crescer dentro dela. Ela engasgou. Ele não a estava machucando, mas sentiu cada centímetro. Ele sempre foi muito sensível quando se tornava inchado. Seu balanço contra ela era rítmico. Grace realmente podia sentir seu pênis em expansão, uma vez que preenchido com sua semente. Ele trabalhou com os dedos no clitóris e esfregou-o. Grace podia sentir seu prévio clímax novamente. Ele bombeou até que cada centímetro dela estava cheio de sua semente. Foi surpreendente quanto tempo ele foi capaz de durar. Quando ela relaxou de seu orgasmo feliz, Rask rugiu alto gozando e caiu sobre ela. Grace sentiu vontade de rir. — Pode vir na mesma hora amanhã à noite, bonitão? — Ela perguntou descaradamente. Quando ele a virou em seus braços, seu olhar estava sóbrio. — Eu vou salvá-la de seus sonhos a partir de agora. — Disse ele, sério. — Agora que eu sei que você não tem controle do sonho, eu vou esperar até você adormecer para depois segui-la. — Você é o homem mais incrível que eu já conheci. — Disse Grace. Rask a puxou da água e levou-a a um monte macio de samambaias. Deitaram-se juntos. Sua cabeça descansou em seu ombro. — Feche os olhos e descanse. — Disse ele. — Enquanto eu estou aqui, eu estou descansando, mas eu sinto como você está cansada. Você está segura no meu sonho. — Eu vou ficar no seu sonho? — Sim. Eu vou ter certeza de que você ficará. Pela segunda vez naquela noite, Grace fechou os olhos com um sorriso no rosto. *** Na manhã seguinte, Grace sentou-se na sala de refeições com Rask. Stacie e Tosk se juntaram a eles. Grace estava feliz quando Stacie mandou-lhe um sorriso. Stacie acomodou-se perto de Tosk. Os machos na sala olhavam para as duas mulheres abertamente. Grace podia ver a confusão em seus rostos. Eles sabiam que ela e Stacie eram do sexo feminino, eles sabiam 51
que eram fêmeas acasaladas e que tinha algo a ver com a sua masculinidade, mas nenhum deles sabia como. Rask e Tosk não tinha intenção de dizer-lhes. O problema era que os homens poderiam se rebelar. Todos tinham chegado ao seu auge. Com Stacie e Grace tão perto e exalando feromônios femininos, as coisas tornaramse voláteis. Grace estava pronta para correr quando alguns homens que receberam uma lufada de seu cheiro, viram seus pênis crescerem de forma inesperada e gozarem em suas calças com gritos de confusão. Seria cômico ver a descoberta de seus pênis crescendo pela primeira vez, se ela não se sentisse mal por eles e preocupada por si mesma. O que Grace não entendia era o porquê Rask disse aos homens que era melhor se eles não se tocassem. Ela esperava que ele estivesse certo. Ela não tinha escudo e não podia lutar contra um Castian plenamente desenvolvido sexualmente. Mesmo que ele não soubesse o que acontecia, ou onde, ela ainda poderia sair ferida, machos Castian eram extremamente pesados. Grace se perguntou se tinha algo a ver com a sua armadura. Rask insistiu que ela ficaria bem. Quando ela lhe perguntou o que iria acontecer, ele apenas deu de ombros. Rask não tinha ideia, ele disse, ele só sabia. — O que é isso? — Perguntou Stacie, de olho em uma fruta vermelha brilhante com cautela. — Eu não tenho ideia, mas o sabor é fantástico. — Disse Grace mordendo uma delas. — Eu vejo que você acasalou com sucesso. — Disse Rask para Tosk. — Os homens educados não falam sobre suas proezas sexuais quando a mulher está com eles. — Disse Grace em sua melhor voz afetada imitando sua mãe. O pensamento de sua mãe a fez sorrir e se sentir triste ao mesmo tempo. Sua mãe teria adorado Rask. — Sim, eles fazem como as mulheres fazem e, esperam até que você saia da sala. — Disse Stacie e piscou para Grace. Grace riu. Sua mãe teria adorado Stacie, também. — Eu tenho que admitir que o acasalamento seja o sentimento mais incrível. — Disse Tosk. — Exceto pela parte de sonhar. — Disse Stacie, depois riu abertamente quando Tosk corou. — O quê? — Perguntou Grace com curiosidade. — Acho que foi em sua primeira montanha-russa na noite passada? — Disse Stacie. Grace riu. — Montanha russa?— Perguntou Rask. — Só um pequeno passeio. — Disse Tosk com um encolher de ombros como se a experiência fosse sem importância. — Seu escudo subiu no momento em que a montanha-russa começou a descer o 52
morro. — Disse Stacie. — Muito engraçado. — Disse Tosk secamente. — Mas ele me pegou de volta. — Disse Stacie e revirou os olhos. — Ele me apresentou ao seu animal de estimação, Glosh. — Glosh?— Perguntou Grace. — Imagine um Ewok com presas e garras que anda sobre as quatro patas. — Caramba. — Disse Grace. — Eu acho que é hora de levarmos as nossas companheiras para o lado de fora. — Disse Rask. Grace olhou em volta e notou alguns dos machos se aproximarem. Seus olhos se arregalaram quando outro homem gozou em sua calça, manchando a frente. O homem gemeu e resmungou com desgosto. Stacie riu. Rask agarrou a mão de Grace e puxou-a para trás. Eles foram para o sol brilhante seguido por Tosk e Stacie. — Você tem tanto conhecimento, por que não construir o seu próprio transporte?— Perguntou Grace. — Nossos adversários escolheram este planeta porque ele é jovem. Eles foram capazes de manipular os códigos genéticos das árvores para atender às nossas garras. Nenhum tipo de material pode ser encontrado aqui para fazer uma nave. — Rask informou. — Nossos replicadores fazem comida e roupas e necessidades básicas, mas nada mais. — Então, você nunca pode ir para casa?— Perguntou Stacie. — Não mais. — Disse Tosk. Grace olhou para Rask intrigada. — Nós não podemos levá-la para o nosso planeta. — Explicou Rask. — A água está envenenada, uma gota e, você e ela estariam mortas. — Depois de todos esses anos, vocês não podem corrigir?— Perguntou Stacie. — Com o ataque Tonante, essa foi à menor das nossas preocupações. — Disse Tosk. — Tonante?— Perguntou Stacie. — Os nossos inimigos. — Explicou Rask. — Por que eles lutam com vocês?— Perguntou Grace. — Talvez porque somos muito parecidos. — Disse Rask. — Ao mesmo tempo todos nós vivemos no mesmo planeta, muito antes do nascimento de meu pai. Algo aconteceu. Alguns deles foram condenados por escudos geneticamente mutantes. Eles anseiam por poder e submissão. Sua armadura é diferente da nossa. Eles foram banidos para um planeta nascente sem nenhuma mulher para que não reproduzissem mais mutantes. Com o tempo, eles usaram sua capacidade para modificar metais e criar naves. Eles criaram dispositivos de camuflagem. O novo escudo mutante que lhes cobre os fez não apenas imune à guerra, mas a emoção. 53
— Eles não têm empatia quando seus escudos sobem, sem perdão, sem senso de certo e errado. Os Tonantes aprenderam a mentir. Matam sem remorso ou piedade. Tem sido o nosso trabalho manter raças desavisadas a salvo dos demônios que eles se tornaram. Os Castians se sentem responsáveis. Se os Tonante fossem para a Terra, os seres humanos teriam sido abatidos por esporte. — Então eles mataram suas fêmeas? — Perguntou Stacie. — Que bando de patifes. — Sim. — Tosk concordou. — Eles sobreviveram tanto tempo, porque não podemos encontrar uma área de vulnerabilidade. — Nada pode detê-los?— Perguntou Grace. — Nada. Meu pai já havia tentado encontrar alguma coisa por séculos, então a guerra continua. Aanon parece pensar que Castians e Tonante podem trabalhar juntos. Foi a milhares de anos. Ele é muito tolo. — Disse Rask severamente. — Você vai me mostrar o seu planeta?— Perguntou Grace. Ela estava cansada da política. Sentia-se ligada a Rask e queria explorar quão conectados eles estavam. Toda essa conversa sobre a guerra ea morte era deprimente. Grace sabia da morte, ela via todos os dias na Terra. Hoje ela se sentia viva e queria viver. Rask ofereceu-lhe um sorriso de compreensão. Grace gostava da forma como ele sabia como ela estava se sentindo. Ele a salvou de um monte de monotonia fingindo estar interessado em algo, sem ferir seus sentimentos. Grace estava interessada, ela estava apenas interessada em outra coisa agora. Ela não estava cansada de estar com ele ou ouvi-lo falar, ela só queria ouvir mais sobre ele, juntos. Política podia esperar. Tecnicamente, eles estavam em sua lua de mel. Discretamente Tosk e Stacie afastaram-se em uma direção diferente, mas ficaram à vista. O planeta era lindo. Árvores mais altas do que Grace já tinha visto subiam para o céu. As aves maciças com laranja e preto descansavam nelas à noite. De dia, elas flutuavam no lago azul abaixo. Rask alegou que eles eram inofensivos. Comiam insetos gigantes. Rask colocou sua armadura e jogou Grace por cima do ombro e escalou para o topo de uma das árvores. Grace se agarrou a ele. Seus olhos se arregalaram por ver que o chão ficava mais longe. Foi como escalar um arranha-céu. Acomodou-se em um enorme ramo com seus braços protetoramente em torno dela e seu escudo para baixo. Grace estava de boca aberta olhando com a enorme admiração ao seu redor. Aves planaram abaixo e pegavam bocados de água para levar de volta para as plantas. — Por quê?— Perguntou Grace. — Eles regam as frutas de modo que os insetos venham, e eles podem se alimentar. — Explicou Rask. — Todos os animais aqui têm 400 anos de idade também? — Não. Não tinha havido nenhum animal no planeta antes que nós fossemos enviados para cá. Todas estas criaturas são do sexo masculino também. 54
— Como eles podem se reproduzir sem fêmeas?— Perguntou Grace. Rask a puxou para mais perto. — Eles são hologramas. Instalamos pequenos dispositivos em todo o planeta para enviar imagens de nossa pátria aqui. É um pequeno conforto. Tudo em nosso planeta morreu há muito tempo, a não ser para nós. Mas nós mantivemos os hologramas de forma a não sentir a nossa perda tão profundamente. Quando éramos jovens, não tínhamos ideia de que eram mesmo hologramas. Como os animais machos morreram lentamente eles foram substituídos, até que finalmente não havia mais. — Os Tonantes não apenas mataram as mulheres, mataram tudo. Que horrível. — Grace murmurou. — Mas, se não é real, como pode um Slock comer em seus dedos do pé? — É complicado. — Disse ele divertido. Grace estava perplexa. Tudo era tão real e ao mesmo tempo não era. — Nada é verdadeiramente real, então?— Ela perguntou, sentindo-se triste. — Eu sou real. Rask inclinou a cabeça dela para cima e a beijou. Grace sabia que ele era real. Ela virou-se em seus braços e abraçou-o com força. Gentilmente, ela arrastou os dedos pelo seu peito nu, explorando. Ele se sentia como um cavaleiro de armadura envolto em seda. Quando ela se pressionou contra ele a suavidade, parou e, foi substituída por uma substância mais dura que aço. Ele estava tão pesado quando a virou debaixo dele. Ele teve o cuidado de não pressionar seu peso sobre ela. Sem dúvida, Grace percebia que ele pesava centenas de quilos. Talvez até mesmo mil. No entanto, ele se movia sobre ela com delicadeza. Era como ser coberta por um manto de aço de seda. Rask arrastou seus dedos pelo seu rosto e pescoço. Ele inalou seu aroma. — Você cheira melhor do que qualquer coisa que eu já senti. — Qual é a sensação quando você faz isso? Quando você inala o meu cheiro. — Ela perguntou. — O que é que faz seu rosto corar e seus olhos ficarem mais escuros? — Parece com um belo dia de verão, o sabor do fruto mais doce e o calor de uma carícia. Sinto-me em casa, Grace. Obrigado por ser a minha casa. Grace não pôde evitar o sorriso suave que curvou seus lábios. Seus braços foram ao redor dele e puxou sua cabeça para baixo para um beijo. Eles estavam a quilômetros acima do solo. O céu era brilhante, a vista de tirar o fôlego. Seus lábios eram como o melhor champanhe. Os sóis batiam neles sentindo celestialmente quente. Ela estava banhada em brilho. Foi um cenário perfeito para uma lua de mel. Grace quase podia sentir as poderosas ondas de Rask enquanto seu corpo absorvia os raios fazendo-o forte. Ela nunca tinha feito amor na copa das árvores, ela queria agora. *** 55
Dias depois, Grace, Rask, Stacie e Tosk passeavam por entre a vegetação exuberante do planeta. Grace estava feliz. Ela podia se acostumar com uma vida de serenidade. Tudo o que ela queria ela tinha. Ela sabia que Rask sentia falta de seu pai, mas seu amor um pelo outro estava se fortalecendo. Grace o amava. Ela já sabia há dias, quando eles se juntaram, mas cada dia os aproximava ainda mais. Rask podia dizer o que estava sentindo, bastava inalar o cheiro dela.Ser tão absolutamente conectado um ao outro era incrível, maravilhoso... Simplesmente lindo. Grace e Stacie corriam à frente perseguindo uma criatura que parecia uma borboleta cheia de mato. Como os frutos eram tão exuberantes, os insetos ficavam muito grandes. Felizmente para eles, as criaturas que se alimentavam de insetos mantiveram seus números baixos. Rask tinha explicado que até mesmo um holograma poderia ser temperamental. A ideia era divertida. Grace amava os insetos brilhantemente coloridos e grandes. Alguns haviam pousado nos ombros dela e ela os tinha acolhido para grande diversão de Rask. Stacie riu quando Grace ficou imóvel com a criatura na cabeça. Suas antenas faziam cócegas em suas bochechas. Suas pequenas antenas eram suaves e difusas. Rask e Tosk riram quando suas asas esvoaçantes bagunçaram seu cabelo. Grace olhou para ele de lado e sorriu. Ela, então, franziu a testa quando uma sombra escura passou por cima deles. Uma grande nave espacial se materializou. — Rask? A criatura saltou longe, a cacarejar. Um clarão iluminou o céu à sua esquerda e Grace pulou, quando Stacie gritou de medo. Os escudos de ambos, Rask e Tosk subiram. Grace gritou quando uma bola de fogo pousou perto demais deles. A explosão enviou uma onda de ar quente em seu caminho. Grace congelou. Uma árvore alta pegou fogo e as chamas lamberam o seu caminho até o tronco. — Tonante! — Rask gritou. Rask jogou Grace sobre seu ombro e começou a correr de árvore em árvore. Seu braço sobre ela a mantinha segura. O chão se moveu sob ela em um borrão. Árvore atrásde árvore, era o padrão de Rask em ziguezague. Grace sabia que eram manobras táticas defensivas. Ela tentou se agarrar a ele, mas seus músculos incharam e flexionaram com diferentes movimentos e era impossível manter qualquer tipo de aperto. Uma explosão na frente dele mandou Rask para o chão quando a árvore que ele saltava foi cortada. A única maneira de proteger Grace era separá-la dele e Grace foi caindo e rolando. Por causa do solo macio ela saiu ilesa, mas ela caiu com um suspiro de ar expelido. Ela pulou, girando de forma abrupta, e já não podia ver Tosk ou Stacie através das chamas à frente e por trás deles. Rask estava correndo em direção a ela, quando outra explosão o impediu. Grace foi jogada ao chão. Ela virou e pulou de volta. Para Grace, parecia que a explosão havia sido em cima dele. Tudo explodiu, chiou e queimou. Ninguém poderia ter sobrevivido uma coisa tão horrível. 56
— Rask? — Ela gemeu, dando um passo hesitante para frente. — Rask, por favor. Grace ficou parada, congelada de medo sem saber que caminho tomar. Mais duas explosões soaram e Grace estava presa por todos os lados com o fogo ao seu redor. A fumaça subia e ela não conseguia mais ver o céu. Era uma gaiola da morte. Ela gritava de terror. Uma aparição estava se movendo em direção a ela através das chamas. Era Rask com seu escudo levantado. Foi só então que Grace percebeu que seria morta se Rask tivesse morrido. Grace correu para ele. O fogo chegou mais perto. As chamas quentes a faziam suar. — Rask, não há nenhuma maneira de sair. — Ela choramingou. Seu escudo caiu e ele a puxou para seus braços. Grace podia sentir seu suor misturando com a dela, acalmando-a. Rask pressionou sua testa na dela. Suas mãos deslizaram sobre seu cabelo. Ele murmurou palavras e sons suaves. Por um momento, ela o deixou acalmá-la até que a realidade assumiu. — Você tem que ir Rask. — Grace soluçou quando olhou para a parede de fogo. — Você não tem que morrer dessa forma. — Ela olhou em seus olhos escuros. — Eu não vou a lugar nenhum. Seu olhar era intenso. Estudou a altura das chamas, mas Grace sabia que não podia saltá-las ou ele já teria feito isso. — Por favor, Rask. — Ela agarrou seus braços nus sentindo o calor. — Eu não suporto saber que você vai me ver queimar. Você não pode me segurar em seus braços enquanto sou carbonizada. Eu já vi isso acontecer, oh Deus, Rask, é uma maneira horrível de morrer. Coloque o seu escudo. Por favor. Ou pelo amor de Deus, me mate agora. Rask segurou seu queixo, ela podia vê-lo lutar contra o pânico por ela com o pensamento. — Um Castian acoplado não pode matar sua companheira. Ele morreria. Estamos muito ligados. O meu escudo vai subir quando o fogo chega até nós. — Disse ele. — Ele tem um senso de auto preservação que está embutido. A única maneira de eu morrer se você morrer é se meu escudo baixar. Gracese encheu de esperança, ele poderia viver, seu escudo iria protegê-lo. — Então, nunca deixe o seu escudo para baixo. — Ela chorou. — É mesmo possível para você se conectar com outro ser tão fortemente para salvar sua vida? — Eu não sei. Grace podia sentir as chamas, foi crescendo insuportável. Elas estavam rastejando em direção a eles como se os insultando, perseguindo-os de forma sinistra. — Descubra Rask. Por mim, por favor. Não morra. — Eu não posso viver sem você. Eu te amo. — Eu não quero morrer sabendo que você vai morrer também, por minha causa. Eu também te amo, Rask. — Grace choramingou. — Eu te amo. 57
Rask segurou seu rosto com as palmas das mãos. Seus olhos refletiam suas emoções profundas. Ele já sabia. É claro que ele saberia, ele teria sentido no momento em que ela o fez. Ele estava apenas esperando por ela para dizer em primeiro lugar. Rask não queria levá-la à emoção. Ele queria que ela o compreendesse e revelasse a ele por conta própria. Ele pressionou o rosto de Grace contra seu peito. Ela podia sentir seu coração bater. Rask jogou a cabeça para trás e rugiu sua agonia. Seus braços esmagando-a contra ele. — É muito quente, Rask. — Grace gritou, quando o fogo lambeu-os. Estava a poucos metros, encerrando-os. Grace começou a tossir, ofegando enquanto a fumaça espessa os cobria. Seus pulmões começaram a queimar. Rask puxou sua roupa, jogando-a sobre as chamas tentando dar-lhes mais alguns segundos. — Vamos ficar carne contra carne até que o meu escudo suba. Eu juro que você não vai sentir nenhuma dor. Rask arrancou suas roupas. Eles caíram no chão e Rask empurrou-se dentro dela. Seus dedos se enredaram no cabelo dela empurrando o rosto em seu pescoço. Seu corpo inteiro cobria o dela. O suor escorria de seu corpo sobre ela, dentro dela. Rask mordeu, em seguida, novamente e novamente. O sangue escorria a partir de seu pescoço e escorria. Grace estava ficando dormente, mas a parede flamejante de fogo veio cada vez mais perto. Grace envolveu suas pernas ao redor dele. Rask apertou seus braços ao redor dela. Grace viu o fogo fechar até que ele caiu sobre eles em uma onda de vitória. Não havia dor. Grace chorou sabendo que ela estava em chamas e foi muito grata a Rask por poupar-lhe a agonia insuportável. O fogo dançava sobre as costas de Rask. Ela fechou os olhos sabendo que o escudo iria subir. Grace ainda podia sentir Rask se movendo ligeiramente dentro dela. Os olhos de Grace se abriram quando ele soltou um pequeno. Quando ela olhou para ele, seus olhos estavam brilhando em descrença atordoada. Grace já não podia sentir suas secreções, seu corpo estava quente e seco. As chamas os engolfaram completamente. Grace podia vê-las batendo em seus joelhos, nos cabelos de Rask. Nada os tocou. Onde deveria ter havido calor insuportável lhe incendiando a carne de seus ossos, não havia calor. O ar que respirava deveria ter sido saturado de fumaça, mas era claro e doce. Grace olhou para Rask.Seu corpo estava balançando da forma como ele fazia quando estava prestes a gozar. Ela podia sentir seu comprimento duro enchê-la até que não mais poderia possivelmente caber. — Rask? A parede aquecida de morte se moveu para longe deles. Tudo ao seu redor estava carbonizado e fumegante. Grace levantou as mãos dos ombros de Rask, pelo menos, ela tentou. Ela não conseguia se mexer. Era como se ela estivesse presa a ele. Então ela percebeu que o chão debaixo dela era suave e macio. Não o solo esponjoso, mas diferente. Rask estava sorrindo. 58
— É o meu escudo, Grace. O meu escudo salvou nós dois. — Como? — Ela perguntou incrédula. — Meu corpo tentou tanto afastar seu medo. Minha umidade não funcionou, nem a minha mordida. Eu estava prestes a enlouquecer com a dor que você iria sofrer. Eu lutei para manter meu escudo para baixo para continuar tentando consolá-la e senti o escudo subir. Senti que ele esticava, moldando a nós dois. É assim que eu sei que você estará segura. Eu não entendia antes, mas entendo agora. Rask olhou para ela tão feliz, ela sorriu. — Seu amor me salvou. — Ela sussurrou. — Meu amor é o seu escudo.
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CAPÍTULO 5 — Por que diabos eles nos atacaram? — Rask explodiu na cúpula. Quando eles voltaram, Rask ficou grato em ver Tosk e sua pequena companheira. A pobrezinha estava se agarrando a Tosk com lágrimas escorrendo por seu rosto. Tosk estava fora de si de preocupação. Rask nunca na sua vida viu Tosk com medo, mas ele estava agora. Ele tinha arrastado Stacie até Rask e declarou que ela estava vazando, era evidente que esta foi a primeira vez que Tosk a viu chorar. Aterrorizado, Tosk lhe disse que se ela não parasse iria murchar e morrer, porque ela já era muito pequena. Stacie parou de chorar quando Grace foi até ela. Parecia que as mulheres tinham seu próprio vínculo e Stacie estava em lágrimas por não encontrar Grace. — Talvez eles tenham descoberto sobre as mulheres? — Disse Tosk. — É impossível. — Disse Rask. Ele havia escondido as duas mulheres em seu quarto. De onde estava, podia ver a porta. — Algo deve ter acontecido. Estamos indefesos contra um ataque, por isso não há necessidade de fazer guerra em um planeta cheio de hologramas. Tudo o que temos são os nossos escudos. Os fogos só iriam destruir o planeta. Não podemos entrar em guerra com eles, não faz sentido atacar aqui e não o planeta. — Eles sabem que não temos a tecnologia para ver quando eles estão vindo. — Disse Tosk. — Talvez alguma coisa tenha acontecido. — Disse Brack. Rask sentiu a fluência de sorriso em seu rosto. Claro. — Deve ser o meu pai. Ele deve ter escapado e está vindo para nós. Se eles não podem atacar nosso planeta natal, então é claro que eles vão atacar os seguidores de meu pai. Se ele escapou, então o planeta que ele estava já foi tomado. Devemos ser o último que falta. — Se alguém pode descobrir como escapar, é Cobra. — Disse Tosk com um sorriso e em seguida, tornou-se sério. — Rask, nossas companheiras não têm escudos. Como podemos protegê-las? O sorriso de Rask animou ainda mais. — Oh, elas têm um escudo. — O quê? Como? — Perguntou Tosk. — Eu vou te mostrar, mas primeiro precisamos nos preparar para quando o meu pai chegar até nós. Se os Tonantes estão atacando um planeta banido, isso significa que a guerra está sendo travada nos céus. — Precisamos nos juntar com os outros. — Disse Brack. — Sim, nós precisamos. — Rask concordou. — Vá lá fora! Espalhe a notícia. Se for Cobra, meu pai estará ansioso para nos recolher. 60
Os escudos subiram, e os machos blindados foram correndo para a floresta para se juntar com outras forças. Tosk virou-se para olhar para Rask. — Você vai adorar isto meu amigo. — Disse Rask e sorriu. Tosk o olhou com curiosidade, quando foram pegar suas companheiras. As duas mulheres correram para eles quando entraram no quarto de Rask. Grace colocou os braços ao redor dele e Rask a sentiu tremer. Mãos úmidas seguraram seu rosto e ela se acalmou instantaneamente. Seus belos olhos azuis olharam para os dele. Ele sentiu sua esmagadora confiança. Era como ser dotado de uma recompensa. — Venham comigo. — Exigiu Rask e todos os quatro foram para fora. — Elas não têm escudo. — Disse Tosk com profunda preocupação. Seu rosto erguido para o céu para procurar intrusos. Até agora não havia nada, mas isso não queria dizer que estavam livres. Naves Tonant eram equipadas com dispositivos de camuflagem. Rask puxou Grace em seus braços e levantou as pernas ao redor de sua cintura. — Confia em mim?— Ele perguntou. — Com a minha vida. — Ela respondeu. Rask olhou Tosk. — Levante a sua companheira da mesma maneira. Enrole as pernas dela em volta de sua cintura e os braços ao redor de seus ombros. Agora vocês duas enterrem seus rostos em nossos pescoços. Ambas as mulheres obedeceram. Rask inalou o cheiro de Grace profundamente. Ele fisicamente sentia o efeito que ela tinha em seu escudo. Seu desejo de protegê-la, enquanto ela era inofensiva feza necessidade dele subir para um grau tão marcante, que a armadura veio para protegê-los. Tosk inalou em surpresa. — Isso é incrível. Eu sei que ela está com você, mas eu não posso ver. Você acha que é um holograma?— Perguntou Tosk. — Eu acho que sim. Outra defesa. Ninguém sabe que ela está comigo. Eu posso sentir que você não pode nem mesmo cheirá-la. Sua vez. — Disse Rask para seu companheiro guerreiro. — Se eu consegui você também pode. Busque em sua memória. É instinto. Tudo que precisamos é ser lembrados. É tão simples como respirar para nós. Rask podia ver Tosk se concentrando. A armadura negra começou em torno de seus pés, envolvendo suas pernas, coxas, braços. O escudo moldou-se ao corpo de Stacie. Rask sabia que as mulheres não podiam se mover. Era um manto de amor impenetrável. Mas Rask podia se mover. — Vamos nos preparar para a guerra. — Disse Rask. Com suas garras escavando o relvado esponjoso, Rask saltou para uma árvore, em seguida, para o chão, e depois, para outra árvore. Mais e mais rápido, ele se movia, sabendo que, mesmo se ele fosse atingido por um meteoro, sua companheira estava a 61
salvo em seus braços. *** Três dias depois, Grace olhou para uma nave de guerra massiva, elegante e preta. Ela tremeu e sentiu os braços reconfortantes de Rask ao seu redor. Seu escudo ainda estava levantado e ela estava enrolada em volta dele, o corpo moldado com o seu próprio. Foi uma sensação tão estranha, ser envolvida em um material macio sem resistência. Por mais dura que a armadura fosse do lado de fora, era bastante suave e quente no interior. Todos estavam reunidos quando a nave foi vista no céu. Grace ficou surpresa de ver pelo menos duzentos homens Castian. Depois de terem chegado ao local, Grace tinha ficado surpresa ao ver as outras mulheres do ônibus espacial. Rask ensinou aos homens como proteger as suas novas companheiras. Com seu corpo praticamente colado ao de Rask, Grace sabia que ela estava a salvo, mas estava apreensiva. Rask havia declarado que seu pai estava a bordo desta nave. E se ele não gostasse dela? Como seria um homem de três mil anos de idade? A escotilha foi levantada em uma montanha de vapor ondulando e a primeira reação de Grace foi levantar as mãos, mas ela não conseguia se mover. Rask cruzou os braços poderosos sobre o peito em resposta. Quando um homem enorme sem escudo saiu do nevoeiro enfumaçado, Rask avançou. Sua mão em punhos levantou para bater no punho do outro, mas com as mãos fechadas. Rask tinha atingido o homem gentilmente não querendo enviá-lo pelo ar, pois seu pai não usava armadura. Rask e Tosk além de outros quatro homens eram agora os únicos usando escudos todos os outros escudos baixaram. — Você me cumprimentou em sua armadura, você mudou de lado?— Perguntou o pai de Rask. Ele parecia divertido e Grace engoliu em seco. Ela esperava um homem menor, por algum motivo, com cabelo branco e velho. Este homem não era nada disso. Com o rosto pressionado na garganta de Rask ela só podia espiá-lo. O homem à sua frente era um guerreiro experiente. Ele era um pouco maior que Rask, mas ela podia dizer por sua presença dominante quão poderoso ele era. Seu cabelo era longo e escuro, e seus olhos eram castanhos. Havia uma forte semelhança familiar. — Eu tenho uma surpresa para você. — Disse Rask. Grace quase riu por ele soar animado como um garoto. Ela apostou que se ele fosse capaz, estaria se contorcendo como um cachorrinho. Grace prendeu a respiração quando o escudo de Rask caiu, sendo absorvido de volta para a pele dele. Seu pai parecia atordoado. Grace escorregou da cintura de Rask para o chão e apertou-se contra ele. 62
— Isto é uma fêmea. — O pai de Rask expressou em voz alta. Grace apoiou-se mais em Rask recuando quase para trás dele. Como Rask, este homem não tinha noção de espaço pessoal e inalou-a a menos de um metro de distância. Ela ficou aliviada quando suas presas não apareceram. — Cobra, esta é Grace. — Disse Rask. — Grace, este é o meu pai. Cobra levantou a mão para arrastar as costas dos dedos por sua bochecha. Ela não tinha medo, mas era cautelosa. Seu toque era quente e calmante. Seus dedos macios e úmidos. Ela olhou para ele confusa. Ela pensou que o toque de Rask era o único que poderia acalmá-la. — Você está surpresa. — Disse Cobra e sorriu. — Eu posso sentir o cheiro de seu acasalamento com meu filho. Seu sangue foi misturado e é parte de mim também. Isso faz de você minha filha. O meu escudo vai senti-la como um parente de sangue e protegê-la se você estiver em perigo e Rask não estiver próximo. Qualquer homem em nossa família pode protegê-la com nossos escudos e acalmá-la com um toque. A reação de nosso corpo é instinto, você nunca precisa me temer. — Só eu e você. — Disse Rask. Para Grace ele parecia irritado. — E Tosk. — Disse Cobra. — Ele é seu companheiro guerreiro. Quando se acoplaram como guerreiros ambos foram cortados, e seu sangue se misturou. É como proteger meu filho da morte, se seu companheiro for prejudicado, ele fará o mesmo. Isto é para mantêlo vivo e Grace segura. No entanto, vejo que ele já está ocupado. Como vocês conseguiram colocar suas garras sobre essas mulheres? Como é que vocês souberam como se acasalar com elas? — A nave em que estavam caiu. Matei dois de seus homens, porque eles me atacaram. Eu não sabia que os seres humanos eram tão frágeis. — Disse Rask. Em seguida, um pouco embaraçado, ele disse a seu pai que foi Grace, quem lhe mostrou como acasalar. — Visitei a Terra uma vez, quando eu era um pouco mais velho do que você. — Disse Cobra. — Meu pai e os outros decidiram ficar longe da Terra, porque os seres humanos eram muito frágeis. Matá-los teria sido cruel e inútil. Seu planeta já tinha sido destinado à destruição de qualquer maneira. Eles eram uma raça com uma estranha raiva. — Se você sabia sobre as fêmeas humanas, por que não foi atrás delas depois que nossas mulheres morreram?— Perguntou Tosk. — Com todos os problemas que estávamos vivendo? Eu tinha minhas mãos cheias com o nosso planeta, Rask e você. Trazer criaturas tão impotentes teria sido injusto. Elas ainda não podem beber a água. Os seres humanos precisam consumir líquidos, seus olhos vazam, especialmente as mulheres. Estão em risco constante de desidratação. E para ser honesto, eu pensei que seu planeta já estava extinto. Eu não estive lá em mais de dois mil e quinhentos anos. Quem poderia imaginar que uma espécie tão frágil duraria tanto tempo? Grace franziu o cenho. — Você está dizendo que seremos mortos? — Grace perguntou com preocupação. 63
Cobra sorriu para ela. — O jovem arrogante parece ter caído nas mãos dos Tonantes. Com o tempo, eu vou resgatá-los, se eu resolver. O jovem Castian tolo pensou em reunir Tonante e Castians com promessas de grande poder. Agora, ele e a maioria de seus seguidores estão em cadeias. Eles tiveram sorte que alguns escaparam de nosso planeta para me resgatar. — Mas como eles poderiam capturar Castians em suas armaduras?— Perguntou Stacie. — Eu acho que sei como agora. — Disse Cobra severamente. — Os Castians são mais fracos em sua necessidade sexual, quase sem sentido com um pensamento apenas em suas cabeças. Eu estou supondo que os Tonantes prenderam algumas fêmeas. — Oh não. — Grace sussurrou. — Eu me pergunto se Ulsy é o planeta dos Tonantes. É para lá que nosso povo está se estabelecendo. Chase insinuou que algo estava acontecendo. As mulheres estão desaparecendo e os homens estão sendo mortos. — Isso faz sentido. Nossos homens acabaram de atingir a maturidade. Eles não saberiam como controlar um frenesi sexual e ser capaz de satisfazê-lo. — Eu controlei. — Disse Rask, pensativo. — Então disse aos outros o que esperarem. — Mas os jovens arrogantes não tinham ideia do que esperar ou como lidar com isso sem orientação. Se essas mulheres são usadas para atrair os homens para sua necessidade, um Castian é vulnerável. Uma fêmea Castian pode lutar contra um homem Castian se ela não deseja acasalar. É quando somos vulneráveis. O escudo não vai subir para prejudicar uma mulher, se um homem está sexualmente excitado. A não ser se for acasalado, o macho vai esmagar a fêmea com o peso de sua armadura. O instinto nos impede de fazê-lo. Os homens eram, sem dúvida, incapazes de se protegerem. Mesmo que lutassem contra seus instintos, permitir que seu escudo esmagasse uma fêmea seria impossível. Seria mais fácil parar de respirar. As fêmeas dão vida aos machos. Protegê-las está em nossos ossos. Exceto os Tonantes. É por isso que eles foram expulsos. Precisamos resgatar essas mulheres. Sem dúvida, elas estão sendo abusadas. Se os Castians não estão acasalando com elas, elas não têm nenhuma proteção. — E só um companheiro ou um familiar masculino ou guerreiro companheiro que pode encerrar uma fêmea. — Acrescentou Rask. — Sim. — Cobra concordou. — O que poderia ser pior é que um Tonante poderia cruzar com algumas dessas mulheres. — Nós temos muito a aprender ao que parece. — Disse Tosk. — Apenas sobre as fêmeas, não sobre a guerra. — Disse Cobra. Mais uma vez ele ficou na prancha preta para ser ouvido por todos. — Castians leais à casa de Cobra, univos. Há ainda uma guerra e os seus serviços são necessários. Agora que sabemos o que os Tonantes estão usando como armas, podemos lutar. Antes de pousar, você vai aprender a controlar seu desejo sexual... Pelo menos até que a ameaça passe. — Cobra, eu mesmo, e estes outros homens são leais, mas as nossas mulheres não podem voltar com a gente nem podemos deixá-las indefesas. — Disse Rask. 64
Cobra olhou pensativo para o filho. Ele pulou e ficou diante Grace. — Bem vinda filha. — Disse ele e apertou as mãos. — Eu deixo você sob os cuidados do meu mais que capaz filho. Os homens começaram a entrar na nave, enquanto Rask e os outros poucos que tinham acasalado ficaram para trás. Com uma animada despedida, Cobra agilmente correu para dentro da nave. — Ele não parece muito mais velho do que você. — Grace murmurou. Rask puxou Grace para seus braços. Uma vez mais a armadura de Rask os cobriu e eles ficaram observando enquanto a explosão das chamas levantava sobre eles. Grace estava admirada. Azuis, vermelhos e laranjas dançavam em torno dela, envolvendo-os, mas ela não sentia nada, exceto a suavidade do escudo e o calor do Rask. Quando a nave tinha ido embora, Grace olhou para os restos carbonizados da terra sob seus pés. Metade do escudo de Rask desceu como fizeram os outros. — Todos nós ficaremos em minha casa até que meu pai retorne para nós e nos diga que foi vitorioso. Não tenham dúvidas de que vai ser encontrada uma cura para a água, agora que temos uma razão para isso, e em breve se vocês quiserem, poderão voltar para suas casas companheiros! — Rask gritou. Um grito ecoou. Grace pressionou o rosto em seu pescoço. Sua armadura subiu e mais rápido do que um raio de luz, Rask e os outros correram por todo o terreno. *** Duas semanas se passaram. Seu grupo de doze, ficou escondido dentro da cúpula, para se conhecerem melhor. Grace fez algumas amizades duradouras. Machos Castian eram muito doces quando acasalados e não estavam em necessidade. Grace aprendeu a andar entre eles a vontade sabendo que nenhum deles iria machucá-la. Ela aprendeu a amar Tosk e Stacie. Os quatro eram inseparáveis. Todos os homens que haviam acasalados estavam satisfeitos que seus companheiros guerreiros tinham encontrado um parceiro também. Já era tarde. Grace ficou olhando para fora de um pequeno portal na cúpula do quarto de Rask. Rask tinha apontado uma das luas onde seu pai estava recuperando sua liderança. Uma estrela cadente iluminou o céu e Grace cruzou os dedos e fez um desejo. — O que você deseja? — Rask perguntou a ela. — Castians fazem pedidos a estrelas cadentes também? — Não, mas eu senti a sua esperança e desejo profundo e, sabia que você tinha feito um pedido para alguma coisa. — Eu estava desejando que seu pai fosse bem sucedido. Rask puxou-a em seus braços. 65
— Meu pai sempre é bem sucedido quando se trata de guerra. — Você se sente culpado por não estar lutando com ele? — Não, porque isso significaria que eu não teria você. Rask abaixou a cabeça e colou em sua boca. Suas línguas dançavam. Rask a sentia tão quente e macia. Rask separou o beijo e respirou profundamente em seu pescoço. — Você tem um cheiro tão bom, tão doce. Como frutas e zand. — Sand? (Areia em inglês) Ele riu. — Não, zand é uma bebida doce que as crianças adoram, mas torna-os um pouco ativos se tomarem demais. Eu não bebo isso já há algumas centenas de anos. — Soa como suco. Rask a pegou e se dirigiu para o seu quarto. Ele deitou-a sobre os lençóis limpos. Grace quis arrumar a cama, mas Rask a impediu. Com uma palavra estranha, os lençóis sumiram e foram substituídos. Foi fascinante. Rask a alcançou para rasgar o tecido de suas roupas. — Se você continuar fazendo isso, vou fugir. — Ela repreendeu. Rask a jogou no replicador. — Ela se recicla. — Existe alguma coisa que você não tem aqui? — Não mais. Rask inclinou a cabeça e beijou-a longa e profundamente. Grace agarrou seu cabelo sedoso entre os dedos. Quando ela olhou para cima, ela estava curiosa para ver as estrelas no céu brilhando sobre eles. — Rask? — Hum? — O que aconteceu com o telhado? Rask franziu o cenho. Ele se virou e olhou para cima. A próxima coisa que Grace soube, foi que o escudo subiu e ela foi esmagada junto ao corpo dele e ele estava correndo em um ritmo acelerado. Para todo lado que Grace olhava, os Castians que foram deixados para trás com suas novas companheiras estavam correndo para a floresta. Estava escuro, mas as quatro luas estavam cheias e brilhavam com luz suficiente para Grace enxergar as explosões à distância. Eles estavam sendo atacados. — Tosk. — Rask murmurou. Ele parou em suas trilhas e cheirou o ar. Ele girou e se dirigiu em uma direção diferente. Mais à frente, Grace podia ver Tosk lutando com três bestas armadas. Sua armadura era diferente dos Castians. Eles eram de uma cor cinza pálido com espinhos 66
saindo de suas costas. A cauda bifurcada tentava agarrar a perna de Tosk para derrubá-lo. Grace queria gritar, chorar, mas o escudo regulava seu corpo. Seu coração manteve-se estável, e ela não suava ou sentia pânico. Era como se assistir a dois seres sobrenaturais lutando fosse uma ocorrência normal. Rask entrou na luta. Ele e Tosk ficaram de costas um para o outro. Grace não podia virar a cabeça para ver o que era, mas agora ela podia ver com o que Tosk lutava. Os Castians não usavam armas. Era à força de seus escudos que decidiram que seria vitorioso. Sons de golpes soavam. Grace viu Tosk ser atacado em seu peito com um punho de ferro. Tosk desviou. — Entregue-a! — A besta gritou. Grace estava surpresa. Eles sabiam que as mulheres estavam sob a armadura. Oh Deus. No ar, Rask e Tosk giraram simultaneamente na batalha. Cada um conhecia os pensamentos do outro. Moveram-se como um só. Os Tonantes não lutavam em duplas. Suas emoções ficavam encobertas durante a batalha e só pensavam em sua própria auto preservação, como Rask tinha dito a ela. Mais uma vez, a besta tentou golpear o peito de Tosk onde Stacie estava, sem dúvida, morrendo de medo. Grace estremeceu quando as garras longas rasparam a frente da armadura de Tosk como unhas em um quadro negro. A respiração de Grace foi expulsa rapidamente quando sentiu um aperto em suas costas. Ela se perguntou se Rask fora atingido. Quando Tosk foi atingido eo golpe foi bem sucedido, ela teve certeza. Grace podia ver a armadura ceder um pouco no peito dele. Grace ouviu o que soou como uma risada de um Tonant. A cauda deslizou para cima da perna de Tosk e jogou-o de joelhos. Rask reagiu instantaneamente, agarrando a cauda e partindo-a ao meio. A besta rugiu. A cauda se agitou no chão até ficar completamente imóvel. Tosk ficou de pé. Quando Rask tropeçou, Grace se perguntou o que tinha acontecido. Mais cinco Tonantes apareceram. Grace choramingou e podia sentir o suor sobre sua testa. Ela sabia que algo estava errado. O escudo estava desviando todo o poder para Rask. Grace sentiu seu coração parar, ela estava apavorada. O escudo de Rask baixou e Grace caiu no chão. Ela olhou para Rask que estava furioso e aterrorizado por ela. Para seu horror, ela viu Stacie cair no chão também. Como Grace, Stacie estava sem camisa. Parecia que os Tonantes haviam interrompido mais do que apenas ela e Rask. Imediatamente, a armadura de Rask e Tosk subiu, e com força renovada, eles lutaram novamente. Stacie e Grace permaneceram agachadas entre os homens. Havia muitos Tonantes, todos tentando chegar às mulheres, sabendo que se elas fossem mortas, os seus homens cairiam. Grace sentiu o assobio de uma cauda contra sua panturrilha e gritou. Tosk bateu o pé e a cauda foi cortada. Outro Tonant uivou de raiva. Tudo diante dela parecia uma acelerada batalha de bestas. Todos eles se movendo tão rápido, era difícil manter o 67
controle de quem estava onde. Um grito de guerra soou e Grace viu um grupo de homens Castians blindados correndo em direção a eles. Era Cobra. O pai de Rask saltou e caiu sobre três Tonantes. As mãos com garras cortando violentamente a armadura cinza e, para surpresa de Grace, um corte em um escudo foi visto. Cobra era de fato um guerreiro muito forte. Rask e Tosk se viravam, mas não importava a direção, eles sempre se mantinham ombro a ombro. Os Tonantes foram incapazes de chegar a ela ou Stacie. Em pouco tempo, os Tonantes estavam recuando. Os Castians tinham vencido. — Pai. — Disse Rask e foi até ele. Seu escudo baixou. Para Grace, ele parecia desgastado. Felizmente, no horizonte, os sóis estavam começando a subir. Os dois homens apertaram as mãos.
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CAPÍTULO 6 — Esse foi um timing perfeito, pai. — Disse Rask. Seu corpo estava suando e Rask nunca se lembrou de uma vez em sua vida, quando ele se sentiu tão cansado. Levaria tempo para o seu escudo se regenerar. Seu pai colocou a mão no ombro de Rask. — Eu temia isso. — Disse Cobra. — O quê? — Você está exausto. Ocorreu-me quase tarde demais para lhe dizer que o seu escudo não pode lutar muito tempo protegendo dois. — Disse o pai. — Mas o que poderíamos fazer?— Perguntou Rask. — Tivemos que proteger nossas companheiras. — Você fez o que tinha de fazer. Castians lutam ombro a ombro, não só para a proteção de seu companheiro guerreiro, mas para a proteção de sua companheira do sexo feminino também. Castians movem-se rápido demais para permitir que nada se interponha entre eles. Seu escudo não pode regular sua temperatura e o terror de sua companheira, quando você está envolvido em uma batalha. Por curtos períodos de tempo, sim. Não para sempre. — É por isso que mamãe morreu? — Eu não podia protegê-la para sempre, mesmo se tivéssemos sido acasalados. — Disse ele um pouco evasivo. Rask se virou para olhar para Grace perto da árvore. Ela e Stacie estavam lado a lado, respirando pesadamente. Grace estava mudando de um pé para outro, um braço sobre os seios nus, enquanto tentava parecer corajosa. Os sóis da manhã batiam em seus cabelos brancos fazendo-os brilharem. Ela parecia tão pequena. Seu medo quando ele lutou quase foi sua ruína. Seu escudo já não podia regular seus batimentos cardíacos. Rask foi incapaz de produzir qualquer secreção para acalmá-la, uma vez que o escudo não permitiria isso. Apesar de uma curta distância os separar, ele podia sentir sua preocupação. Foi a mesma sensação quando soube que Tosk estava lutando e precisava dele. — Eu preciso confortá-la, mas eu me sinto tão fraco, pai. — Disse Rask tristemente. — Seus braços em volta dela serão a melhor coisa. Ela sabe que você está seguro agora. Eu sinto sua preocupação também. Ela está preocupada com você, e não consigo mesma. Ela é uma coisinha corajosa. Rask concordou e foi em direção a ela. Então, acima da linha das árvores um objeto cinza lustroso apareceu. Ele pairou perto das mulheres. Rask estava correndo, gritando. Tosk estava gritando para as mulheres correrem. O escudo de Rask permaneceu abaixado, por mais que tentasse para erguê-lo. Seu pai estava blindado e movendo-se como um raio. As garras Cobra agarraram o chão para 69
impulsioná-lo ainda mais rápido. Era tarde demais. Uma bola de fogo explodiu em direção a Grace e Stacie. Rask viu Grace olhar para cima. Ele estava perto o suficiente para ver seu rosto empalidecer. Com uma explosão de energia que ela empurrou Stacie o mais forte que conseguiu, jogando a mulher para a segurança dos braços de Tosk. O escudo de Tosk subiu, ele caiu de joelhos e se enrolou em uma bola. Stacie era tão pequena que Rask imaginava que o corpo dela usasse menos do escudo de Tosk. Era tarde demais para Grace. Seu pai não chegou a tempo. Grace se abaixou e gritou. A explosão atingiu seu pai, e o mandou voando para trás. Cobra ficou em pé e avançou. O fogo tomou conta de Grace. Rask ainda corria para ela. O fogo ardia em torno dela. Ela tinha sumido de sua visão. O pai de Rask tinha parado, a cabeça baixa enquanto sua nora pegava fogo. Quando Rask o alcançou, seu pai agarrou-o e o segurou. Rask foi esmagado contra o peito do pai. Seu pai não o tinha segurado assim desde que sua mãe morreu. Então Rask percebeu que estava prestes a morrer. Seu pai estava dizendo adeus. Rask sentiu seu coração se partir. Ele não queria deixar o pai. Ele agora podia subir seu escudo, mesmo que ele ainda estivesse regenerando, mas como? Ele não podia viver sem a sua Grace. O fogo apagou, e a fumaça rodopiava. Ela estava no chão, tudo negro ao seu redor. Rask piscou. Seu corpo estava perfeitamente intacto. Ela não tinha sido carbonizada. Rask engoliu em seco. Forçou para sair das mãos de seu pai e foi até ela. Cuidadosamente e com grande ternura, ele a virou em seus braços. Ela ainda estava respirando, mas inconsciente. Atordoado, Rask olhou para seu pai. Seu pai estava sorrindo de orelha a orelha e, jogou a cabeça para trás e uivou. Tosk e Stacie avançaram. — Pai, ela está viva. — Disse Rask em reverência. Seu pai se agachou ao lado dele. Ele respirou fundo e deu uma risadinha. Bateu nas costas de Rask. — Você já procriou com a sua pequena companheira. — Huh? — Ela está carregando seu bebê. — Explicou o pai. — Um macho Castian não decide o sexo de um bebê, é a fêmea que o faz. O presente de um homem é a proteção de sua prole. Não é à toa que você estava tão cansado, é como se você literalmente tivesse dado um pedaço de si mesmo. O bebê tem seu próprio escudo. De longe, o maior escudo de todos. Um bebê Castian nunca pode ser abortado. Uma vez que é concebido, é indestrutível enquanto está crescendo e nos três anos e meio em que ele é amamentado. Sua companheira é agora indestrutível e será até seu leite secar. — É por isso que mamãe foi embora. Seu leite secou. — Disse Rask. — Sim. Você não poderia mamar para sempre, filho. Não foi culpa sua. Grace começou a se mexer em seus braços. Seus olhos se agitaram e ela olhou para ele confusa. Rask sorriu para ela e a puxou para perto. — Está tudo bem, Grace. Você está segura. — Ele a acalmou. 70
— Eu vi aquilo me acertar. Não me lembro de nada depois disso. — Sua filha é muito forte. — Disse Cobra. — Minha o quê. — Perguntou Grace e começou a lutar para ficar de pé. Ela olhou para baixo, piscou e percebeu que seu peito estava nu. Suas mãos subiram para cobri-lo e seu rosto se tingiu de vermelho. — Uma fêmea. — Perguntou Rask. — Como é possível? — Vocês, homens, atingiram seu auge. É hora de o sexo feminino nascer. — Explicou Cobra. Rask balançou a cabeça em confusão. — Mas não vai demorar 400 anos para as fêmeas amadurecerem? — Não. Quando elas completarem vinte e um, estarão maduras o suficiente para um homem Castian. Todo mundo sabe que as meninas amadurecem mais rápido do que os meninos. — Disse o pai e riu. — Vinte e um! — Rask quase uivou. — Nenhum homem aqui vai tocar o meu bebê. — Filho. — Disse Cobra gentilmente. — Um homem aprende a controlar sua mordida no tempo certo. Vamos manter um olhar atento sobre ela. Rask, ela precisa se acasalar para viver mais tempo. A mulher não nasce com virtual imortalidade, ela deve acasalar para ganhá-la. Além disso, quando ela é desmamada, ela não terá mais um escudo. Nós temos uma importante tarefa de manter sua companheira e seus filhos seguros. A parte boa é que é preciso uma aldeia para educar uma criança. Até que ela seja maior de idade, ela continuará a ser uma criança. Qualquer Castian macho pode protegê-la até que ela amadureça. Depois disso, bem, vamos apenas dizer que tenho muito para lhe ensinar sobre as mulheres. — Mas eu pensei que a cada 400 anos uma mulher desse à luz uma criança do sexo masculino. — Disse Grace em confusão. — Você vai ter uma criança do sexo masculino em breve. Agora que sabemos que a Terra está morrendo, eu acho que muitas mulheres vão concordar em acompanhar-nos aqui. Isso significa que nossa raça não está condenada. Nem os humanos. — Disse Cobra. — Eu espero que não seja muito tarde. — Disse Grace, infeliz. — A Terra está caindo aos pedaços. Por isso, muitos morrem a cada dia. Cobra a abraçou. — Os Tonantes recuaram por agora. Rask, você permanecerá responsável por este planeta. Temos pessoas trabalhando na água, agora que sabemos que há esperança. Eu vou levar uma de nossas naves de guerra para a Terra. Outros foram enviados para o planeta que os humanos chamam de Ulsy para tentar salvar os nossos homens e as fêmeas humanas. Outras três naves estarão aqui para o seu uso, se os Tonantes voltarem. Vou deixá-lo com sua própria equipe. — Um Tonante pode ser morto se sua nave explode?— Perguntou Grace com curiosidade. 71
— Não exatamente. — Cobra respondeu. — Quando a nave explode, os Tonantes podem subir seus escudos ou escolher morrer com seus escudos baixados. — Por que eles optariam por deixar seus escudos para baixo?— Ela perguntou. — Às vezes, é melhor morrer do que girar no espaço até sua armadura desistir. Precisamos do sol para regenerar nossos escudos, assim como os Tonantes. Não há sol no espaço. Na melhor das hipóteses, eles poderiam flutuar sem rumo por um mês. Mas durante esse tempo seu escudo trabalha para mantê-los hidratados e vivos. É só uma questão de tempo antes que se esgote a energia. Rask sentiu Grace estremecer. Ele podia sentir sua simpatia. Ele ficou surpreso. Os bastardos tinham tentado matá-la e ela tinha compaixão o suficiente para sentir sua dor. Ele, então, teve um pensamento. — Pai? Se a Grace agora tem o escudo do bebê, isso significa que não preciso mais protegê-la? — Não. Você pode, mas você não precisa se preocupar tanto com ela. Vai levar algum tempo para regenerar o pedaço de escudo que você deu ao seu filho. — Eu me sinto forte novamente. Eu posso sentir que meu escudo tem sua energia de volta. — Você vai precisar de sua força. — Disse seu pai, e bateu-lhe nas costas. — Quando grávidas, as fêmeas são altamente emocionais. O escudo do bebê não vai protegêla de emoções. Sua mãe era um pesadelo, enquanto ela estava carregando você. Grace fez uma careta para Cobra e cruzou os braços apertados sobre o peito quando ambos os homens riram. Rask a puxou para mais perto e beijou sua testa. — Parece que eu não vou poder poupá-la dos pesadelos. — Disse Rask e riu.
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CAPÍTULO 7 — Grace, eu estive procurando você por toda parte. — Disse Rask. Grace se virou e sorriu para ele. Rask pegou sua mão. Grace estava sonhando, ela sabia que estava sonhando e sabia que Rask era real. Quando Grace adormeceu e então abriu os olhos, ela pensou que estaria no lugar especial de Rask. Em vez disso, ela encontrou-se em seu próprio lugar. Curiosamente, ela estava em uma lagoa. Quando criança, seus pais tinham alugado uma casa de campo. Havia um belo lago para baixo de um pequeno caminho. Um dia, ela desviou do caminho e tinha se perdido e se deparado com esta lagoa. Ninguém estava com Grace e ela estava muito encantada para ter medo. Ela havia encontrado seu caminho para casa por conta própria e deixou um rastro para que ela pudesse visitar novamente. Ela se aventurou de volta cada vez que passava as férias lá, até que as tempestades brutais vieram. — Deve ser o bebê. — Disse Grace. — Eu estive conversando com ela. Quando faço isso, imagino lugares bonitos. Eu não quero pensar sobre a bagunça horrível que meu planeta se tornou, então estou lembrando o jeito que era. Rask ficou de joelhos diante dela. Ele apertou os lábios em sua barriga. — Ouça o seu pai, pequenina. Eu preciso saber onde sua mãe está em todos os momentos. Nunca bloqueie qualquer uma de vocês de mim. — Eu não acho que ela entende. — Disse Grace secamente. — É claro que ela entende. — Disse Rask surpreso, então revirou os olhos. — Eu esqueci que você não pode sentir as emoções do jeito que eu sinto. — Você está me dizendo que o bebê pode sentir você? — Ela não podia acreditar. — Claro. Ela tem que sentir. É uma defesa. Um escudo de energia vai subir em torno de você, se ela sentir um homem que não é seu pai ao seu redor. — Qualquer homem? — Não, se for meu pai ou Tosk. Cobra disse-me que seus feromônios vão aumentar durante a gravidez. Ele vai fazer você muito desejável para outros machos. Lembre-se que ainda são muito jovens, apesar de estarmos com quase quatrocentos anos de idade. Também os homens neste planeta estão descobrindo as fêmeas. Seu cheiro sozinho é um afrodisíaco. — Ótimo. — Disse Grace e gemeu. Rask a tomou em seus braços e começou a tirar a roupa dela. — Outros homens não podem ficar fisicamente perto de você. Um homem em necessidade é perigoso. Nosso bebê pode sentir isso. Seu escudo irá subir e você pode passar através dos bastardos com tesão sem sequer piscar um olho. — E quando eu estiver amamentando?— Perguntou Grace. Sua cultura era 73
fascinante. — Você terá outro perfume. Meu pai disse que é um dos carinhos. Os machos vão achá-lo doce e calmante. Eles não mais iriam prejudicá-la do que sua própria mãe. Durante o primeiro ano do bebê, você nunca estará mais do que alguns metros dela. Quando ela crescer e se tornar mais forte, ela vai querer explorar e, eventualmente, ir mais longe por conta própria. Até então o leite que produz terá regulado. Porque o leite é necessário para a sobrevivência da criança, você estará protegida por um novo escudo. — Meu leite é o meu escudo? — Essa é uma maneira de entender. — Isso é tão estranho. — Estranho, mas é verdade. — O que mais seu pai disse-lhe sobre as mulheres? — Ele sentou e explicou os fatos da vida em grandes detalhes. — Disse Rask e piscou. Grace estava diante dele nua. Rask foi novamente de joelhos diante dela. Grace gemeu quando ele abriu as pernas e a lambeu. Em pequenos círculos, a sua língua girou, mergulhou e recuou até a respiração dela aumentar. Grace enterrou as mãos em seus cabelos e balançou contra ele. Ela gritou quando gozou. Rask lentamente se levantou e tirou a roupa. — Você está escondendo de mim. — Disse ele com voz rouca. Grace estava confusa, até que ele empurrou-a de joelhos. — Hum, seu pai foi um homem muito ocupado. — Disse ela. Rask gemeu quando ela colocou os lábios sobre a sua cabeça e sugou-o com força. Sua ereção era impressionante. Rask a pegou no colo e levou-a para a água, quente e acolhedora. Quando estavam com água na altura da cintura, Rask a colocou no chão. Sua boca reivindicou dela. Ele abriu as pernas e Grace jogou a cabeça para trás quando ele entrou nela. Ele bombeou forte e rápido. A água formava ondas em torno deles. Finalmente Rask foi parando. Grace deixou cair à cabeça em seu ombro e esperou sua mordida. Ela nunca veio. Rask uivou sua libertação. — Você não me mordeu. — Disse ela confusa. — Não há necessidade. Você já está carregando meu filho. O homem cresce quando a fêmea está pronta para engravidar. Aparentemente, é a única vez que ele fica tão grande. Assim, a mordida não é apenas para você relaxar, é para torná-la mais receptiva. O hormônio adicional é para ajudar a dar um pedaço de mim, do meu escudo, para o nosso bebê. — Então você não vai me morder mais? — Em cerca de quatro anos a partir de agora, devemos ter um filho. Meu pai diz que meu corpo vai saber quando estiver pronta. Mas há momentos em que eu vou morder 74
apenas porque eu quero. Mas não até depois que o bebê nascer. — Mas as fêmeas humanas têm o seu período de cada mês, de modo que depois que o bebê nascer ele vai começar de novo. — Disse ela. — Huh? — Nós ficamos quentes. — Oh. Meu pai diz que você não vai. — Eu não vou começar o meu período por quatro anos? — Ela estava espantada. — Não. Grace aconchegou-se mais perto dele. — Eu acho que gosto de seus rituais de acasalamento. — É para a proteção da fêmea, e acho que a nossa. Nós não podemos ter nossos homens em necessidade a cada mês. Nós ficaríamos loucos com os hormônios. Você pode imaginar uma semana inteira de bestas mal-humoradas, com tesão, todos os meses? — Nossa, não. — Disse Grace secamente. Grace de repente gritou quando viu uma cobra d’água indo em direção a eles. Um campo de força foi ativado e Rask saiu voando através da lagoa. No momento em que ele caiu, sua armadura subiu. Ele saltou de volta para o lago e decapitou o réptil. Grace estava olhando com os olhos arregalados e a boca aberta. — Nosso bebê pode derrubá-lo no chão. — Ela gritou. Rask se aproximou, mas não conseguiu chegar perto dela. Sua mão se levantou e bateu no escudo invisível. — Baby, deixe seu pai dentro. Grace deu uma risadinha. — Pode ajudar se você baixar sua armadura. Rask a baixou. O escudo de Grace desceu. Rask riu e a puxou para mais perto. — Feche os olhos. — Disse Rask. Grace fechou. Ele, então, disse-lhe para abri-los. Mais uma vez eles estavam no planeta de Rask e em seu lugar favorito. Eles já estavam na outra lagoa. — Não há nada aqui para assustar qualquer uma de vocês. — Disse Rask. — Espere até que eu diga a Tosk que você foi espancado por um bebê. — Muito engraçado. Eu tenho um sentimento que muito em breve Tosk estará aprendendo tudo sobre bebês. — Por quê? — Meu pai diz que não ficou surpreso de Tosk ter encontrado uma das mulheres, ou que ela era conhecida por você. Seu cheiro estava sobre ela e levou-o direito para ela. Como um farol. Guerreiros acoplam ao mesmo tempo. Eles têm filhos ao mesmo tempo 75
também. — Estou feliz por eles. Vai ser bom ficar grávida com ela. — Disse, em seguida, teve um pensamento. — O guerreiro companheiro de seu pai, ele morreu. — Sim, ele acasalou com uma fêmea. — Mas seu pai não acasalou. — Não. Meu pai criou Tosk e a mim juntos. — Tosk é filho guerreiro do companheiro de Cobra? — Sim. — Então seu pai pode proteger Stacie? — Não. Ele poderia proteger a mãe de Tosk. Cobra nunca teve necessidade de proteger Tosk. Todos os machos Castian mantém o escudo que seu pai lhes dá. Isso nunca desaparece, e só fica mais forte. — Seus costumes são tão estranhos. — Você discorda? — Nem um pouco. — Disse ela e se aconchegou em seus braços. — Agora que você sabe da Terra, você acha que seu pai poderia encontrar uma companheira? — Eu não sei, mas duvido. — Disse Rask, pensativo. — Por quê? — Meu pai nunca deixou de amar minha mãe. Tudo o que ele tinha, ele deu a ela. Não, eu acho que Cobra vai estar muito envolvido com a política para ter uma mulher. — Você nunca sabe. — Disse Grace e sorriu. — O amor pode ser encontrado nos lugares mais estranhos. Rask concordou com a cabeça. Grace suspirou quando os lábios dele se estabeleceram nos dela. Grace sabia exatamente o que Rask que estava pensando,e não tinha nada a ver com hormônios... Bem, talvez um pouco.
Fim
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