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| Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 |

Editorial

Os jovens e seus desafios É raro as áreas institucionais abordarem a questão dos jovens e os seus caminhos e descaminhos de maneira cientificamente correta. Há sempre espaço para o emocional, para a expressão das razões de pseudo entendidos e alguns realmente entendidos, em particular educadores conscientes e zelosos com seu nobre ofício. Desta vez, o sempre competente e isento Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aborda a questão de maneira racional, sintética e objetiva. O aumento da criminalidade nas cidades, a migração de áreas rurais para urbanas e a escassez de mão de obra no futuro podem ser algumas consequências da incidência do desemprego sobre os jovens, avalia o diretor adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Instituto, Carlos Henrique Leite Corseuil. De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 12,6% das pessoas entre 15 e 24 anos no mundo estavam sem emprego em 2012, o que corresponde a cerca de 74 milhões de pessoas. “Estudos mostram que no Brasil, e também em outros lugares do mundo, um cenário mais apertado no mercado de trabalho urbano pode desmotivar a busca dos jovens por um emprego e fazer com que tentem a vida de outras formas. Na maioria dos casos, em atividades ilegais”, disse Corseuil à Agência Brasil. Segundo ele, o Brasil não atingiu patamar preocupante de desocupação entre a população jovem. Ao contrário, o mercado no Brasil está aquecido, em termos gerais. A taxa de desemprego para os jovens na América Latina e no Caribe, região na qual se insere o Brasil, ficou em 13,5% - um pouco acima da média mundial (12,6%), mas abaixo dos países desenvolvidos (17,9%), como Estados Unidos e Japão; do Oriente Médio (28,1%); do Norte da África (23,8%) e da Europa Central (17,1%), de acordo com a OIT. No caso dos jovens em áreas rurais, a escassez de trabalho pode levar à migração para as cidades, em busca de melhores oportunidades. De acordo com Corseuil, a maioria das pessoas no campo ignora quando a situação nas cidades também não está favorável, o que acaba estimulando o êxodo e o inchaço das cidades – com a ampliação das favelas, da pressão sobre a infraestrutura em geral e da precarização dos serviços básicos. Nas cidades, essa população jovem que veio do campo se torna urbana e passar a encontrar os mesmos problemas. O impacto do desemprego para as novas gerações ainda pode trazer problemas para o futuro, como a escassez de mão de obra qualificada. “Quando se passa por momentos de crise, como o atual, não significa que não se vai precisar de profissionais mais para o futuro. Então, esse jovem que poderia estar trabalhando, adquirindo experiência e se qualificando vai perder essa fase”, disse o diretor do Ipea. Há diversos tipos de iniciativas experimentais para tentar solucionar a questão do desemprego entre a juventude, segundo Corseuil, como a criação de instrumentos que auxiliem essas pessoas na procura por emprego, citando como exemplo, o portal Mais Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) brasileiro. “O desemprego entre jovens é muito mais sensível aos ciclos econômicos que o de adultos. Como passamos por um período de crise, é natural que haja aumento. Pode ser que ainda demore um tempo para que os jovens passem a se beneficiar da recuperação”, explicou.

AB Notícias

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BONS RESULTADOS Exportações de frangos do Paraná crescem 7% em 2012. Mesmo com as turbulências do mercado provocadas pela alta dos insumos e pela crise européia, o Estado comercializou 1,12 milhão de toneladas de carne no ano passado, contra 1,04 milhão em 2011.

PANORAMA RURAL Pequenos produtores de leite do Noroeste do Paraná, dobraram a produção graças ao apoio de entidades públicas e empresas privadas. Tratase do programa Leite Arenito Caiuá, implantado na região há dois anos, que tem por objetivo levar assistência técnica aos produtores. Os 155 criadores inscritos no projeto já registraram um crescimento de 50% na produtividade.

CENTRO DE EDUCAÇÃO Está em fase de finalização as obras no Centro Estadual de Educação Profissional de Pitanga, centrosul do estado. A unidade vai ampliar a oferta de oportunidades de capacitação, atendo às necessidades da população e de qualificação dos arranjos produtivos da região.

CONFERÊNCIA DE GENEBRA Após quatro anos de negociações, cerca de 140 países-membros da ONU assinam acordo global para reduzir o uso de mercúrio, considerado um dos dez elementos químicos que mais ameaçam a saúde humana. O tratado foi batizado de Convenção Minamata, em homenagem à população da cidade japonesa que sofreu com a contaminação do metal no século 20.

ALTO POTENCIAL O Paraná pode se tornar nos próximos anos, um dos celeiros na produção de pescados do País, com a ampliação da criação, principalmente de Tilápia, no Lago de Itaipu, oeste do estado. O Lago possuí uma das mais profundas lâminas d’ água para a produção do peixe, e se o projeto em análise for aprovado, a produção vai passar de 4,6 mil toneladas de pescado por ano, para 200 mil toneladas.

LIGAÇÕES FALSAS O Samu de Londrina recebeu 9,8 mil trotes em 2012. O índice de ligações falsas chegou a 11%, no ano passado e, os trotes aumentam durante o período letivo. A ligação mentirosa causa problemas no sistema de

urgência e emergência, onde o maior prejudicado é a própria população.

AGRICULTURA O Estado do Paraná destinou mais de 849 mil hectares para plantação de milho, na safra de 2012/ 2013. A produção estimada é de um volume superior a 6,9 milhões de toneladas, 6% maior do que foi registrado na safra anterior. Apesar de a área ter reduzido em 13%, dando lugar à soja, a produção será maior que a do ano passado, que foi prejudicada pela estiagem.

SONO x SEXO Pesquisa americana mostra como o sono ruim prejudica o relacionamento de um casal. O estudo, baseado nos relatos de mais de 60 casais, encontrou uma relação entre noites mal dormidas e problemas entre os cônjuges. Os estudiosos constaram que dormir pouco e mal pode fazer com que as pessoas se tornem mais egoístas sem perceberem, já que elas perdem o humor e se sentem cansadas demais para ser gentis e atenciosas com o parceiro — que, por sua vez, passa a se sentir rejeitado.

REFERÊNCIA Grandes Rios, norte do estado, é referência em crédito fundiário. O Programa Nacional de Créditos Fundiários (PNCF), que libera recursos para aquisição de áreas e compra de implementos, já ajudou a realizar o sonho de 89 famílias na região e já têm outras 50 aguardando a liberação do recurso. No total, o programa investiu no município mais de R$ 6,2 milhões.

CURIOSIDADES Por ano, 60 pessoas são naturalizadas em Curitiba. A maioria dos estrangeiros que escolhe a capital paranaense vem da América do Sul, Oriente Médio, Ásia e África em busca de melhores condições de vida.

INVESTIMENTO O município de Castro, nos Campos Gerais, terá rede de gás natural de R$ 83 milhões. O gasoduto de 77 quilômetros deverá ser instalado até meados de 2014. A rede irá interligar a cidade de Ponta Grossa até o Complexo da Cargil. O inicio das obras já foram autorizadas e devem começar no segundo semestre deste ano.

Oposição questiona no STF Medida Provisória sobre gastos do governo Brasília - O PSDB e o DEM entraram ontem (22) com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Medida Provisória (MP) 598/12. A MP abre crédito extraordinário no valor líquido de R$ 42,5 bilhões em favor de órgãos federais e empresas estatais e garante recursos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contornando o atraso na aprovação do Orçamento da União para 2013. “É uma invasão às prerrogativas do Congresso Nacional que vem sendo praticada pelo Executivo, e essa trena para poder medir o limite de cada poder está muito bem definida pela Constituição brasileira. O que ocorreu foi nada mais do que uma nova maquiagem do governo Dilma. Essa medida provisória tem por objetivo maquiar o PIB do primeiro trimestre”, criticou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).” A MP foi editada porque, sem acordo para analisar os vetos da presidente Dilma à Lei dos Royalties, o Congresso deixou para a volta do recesso, em fevereiro, a votação do Orçamento da União de 2013. Ainda segundo Caiado, o governo não será prejudicado pela não votação do orçamento de 2013, já que, até que isso aconteça, pode manter o custeio com 1/12 (um doze avos) do valor total da peça orçamentária. Além disso, segundo o deputado, há mais R$ 178 bilhões em restos a pagar. Para o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), a Medida Provisória 598 atende aos princípios da legalidade. “O governo tomou uma medida responsável para não paralisar o país, garantido os investimentos necessários e pagamento de salários até que o Orçamento seja votado pelo Congresso”, explicou. Em 2008, o STF considerou ilegal a edição de créditos suplementares ao Orçamento Geral da União por meio de medida provisória, só cabendo por meio de projeto de lei. Mesmo assim, em 27 de dezembro do ano passado, quando a MP 598 foi editada, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, lembrou que esta não era a primeira vez que, sem Orçamento sancionado, o governo utilizava esse instrumento para liberar crédito extraordinário A ministra lembrou que em 2006, quando o Orçamento só foi votado em abril, o governo editou uma medida provisória para disciplinar os gastos e “ninguém questionou”. Belchior destacou ainda que, em 2010, o governo editou uma MP porque o Congresso não havia conseguido votar a tempo os créditos suplementares relativos ao Orçamento daquele ano. “A AGU [Advocacia-Geral da União], a Casa Civil e a consultoria jurídica do Ministério do Planejamento avaliaram que não há problema em lançar a medida provisória. Não quero aqui interpretar um julgamento do Supremo, mas o governo está confortável em editar o texto e a presidenta não faria isso se não tivesse confiança”, disse à época Miriam Belchior. Procurado pela Agência Brasil, o relator-geral do Projeto de Lei Orçamentária Anual, senador Romero Jucá (PMDB-RR), não retornou as ligações para comentar o assunto. A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento também não havia comentado a Adin até a publicação desta reportagem.

Copel garante energia elétrica para a Copa 2014 Segundo o secretário de Estado para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa de 2014, Mario Celso Cunha, o Paraná não corre nenhum risco de falta de energia elétrica no estádio e na cidade de Curitiba durante a Copa do Mundo de 2014. “Todas as 19 obras monitoradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estão em andamento, devendo cumprir o cronograma de entrega até o final de 2013, com duas ou três para o início de 2014”, disse o secretário. O atraso nas obras, registrado pelo último

relatório da Aneel, ocorreu motivado por demora em licenciamento ambiental e também pela troca de uma empresa que ficou responsável pelas medidas de topografia, o que gerou o cancelamento do contrato, passando para outra empreiteira realizar o trabalho. “ Várias obras já foram concluídas, caso da Afonso Pena e Bairro Alto, o que garante uma tranquilidade no setor ”, informou. “A cada três meses a Copel encaminha para a Aneel um relatório detalhado sobre o andamento das obras”, ressaltou Mario Celso.

No mês de fevereiro de 2013 os responsáveis pelas obras de energia elétrica das doze sedes estarão reunidos com o ministro de Minas e Energia e com os integrantes do Grupo de Trabalho da Copa 2014, em Brasília. “O GT do ministério de Minas e Energia realizou 21 reuniões em 2012, sempre pontuando as ações para garantir o abastecimento de energia para o mundial”, disse o secretário da Copa. A Copel está investindo R$ 480 milhões, pelo PDD da Copa (Programa de Desenvolvimento de Distribuição),

com novas subestações (Bairro Alto, Bom Retiro, Água Verde, Sítio Cercado, Hauer e Afonso Pena), ampliação da rede subterrânea e geradores móveis. “A empresa não pensa apenas na Copa, mas no legado que fica para a sociedade paranaense. Hoje a Copel conta com 25 usinas no parque de geração, com 5.500 megawatts de potência”. “Conforme o governador Beto Richa destacou, é o primeiro estado 100% digital, com um plano estadual de banda larga, com fibra óptica nos 399 municípios”, completou o secretário da Copa.


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