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GRANDE VITÓRIA, TERÇA-FEIRA, 1º DE DEZEMBRO DE 2015 www.metrojornal.com.br

{BRASIL}

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Microcefalia: número de casos cresce 68,8% em uma semana 13 Estados e Distrito Federal. Em apenas uma semana, governo federal registra 509 novas notificações de malformação que atinge bebês O Ministério da Saúde divulgou ontem novo boletim epidemiológico que revela 1.248 casos suspeitos de microcefalia, um aumento de 68,8% em relação ao último número informado, de 739. Os levantamentos têm uma semana de diferença: foram finalizados em 21 e 28 de novembro. As ocorrências foram registradas em 311 cidades de 13 Estados -- o Espírito Santo não consta nas listas -- e do Distrito Federal. Pernambuco segue como a unidade da federação com maior incidência. O governo confirmou, no último sábado, a relação entre a malformação, que pode afetar o desenvolvimento das crianças, e o vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Seis mortes de bebês identificados com microcefalia estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde. O diagnóstico dessa malformação ainda é difícil. Em princípio, considera-se que crianças não prematuras com 33 cm ou menos de circunferência no crânio têm suspeita de microcefalia. A condição em si não tem tratamento. Tratam-se os possíveis problemas cognitivos e motores decorrentes dela. O monitoramento dos casos de microcefalia tornou-se prioridade para o governo, o que explica, em parte, o salto na contagem. As pesquisas continuam para identificar a atuação do vírus e o período de maior vulnerabilidade paPUBLICIDADE

AP

Causa e efeito

MAPA DA MICROCEFALIA

Governo muda visão sobre o zika

79 MA

CE

12

PA

248

25 RN

PI

PB

36

646

PE

TO

12

Por ter sintomas bem mais brandos do que a dengue ou a chikungunya, outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, o zika não ganhou muita atenção das autoridades de saúde até a confirmação de sua relação com o aumento de casos de microcefalia. Estudos nos tecidos e no sangue de um bebê nascido com microcefalia que morreu no Ceará, feitos pelo Instituto Evandro Chagas, encontraram traços do vírus zika. A notícia foi divulgada no último sábado pelo Ministério da Saúde. O órgão informou ainda que os repelentes de insetos vendidos no Brasil podem ser utilizados com segurança por mulheres grávidas. O vírus zika tem provável origem na África, mas há muitos casos registrados na Ásia. As autoridades suspeitam que o aumento de casos no Brasil tenha relação com o turismo durante a Copa do Mundo de 2014.

AL SE BA

MT

59

37 GO

DF

2

1

77 TOTAL DE CASOS SUSPEITOS*

1.248

MG ES

MS

1 SP

13

RJ

PR

SC

153 139 175 167 147 2010

2011

2012

2013

2014

2015

Há casos suspeitos em 13 estados e no DF — cinco unidades da federação a mais do que na semana passada —, um aumento de 509 registros suspeitos (68,8% a mais em sete dias) FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE

*ATÉ 28 DE NOVEMBRO

“Teremos que ter uma intensificação muito grande no combate ao mosquito e com um chamamento da sociedade. Os prefeitos devem intensificar a limpeza. Estamos em uma emergência de saúde pública.” CLÁUDIO MAIEROVITCH, DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

ra a gestante -- a princípio, acredita-se que sejam os três primeiros meses de gravidez. Além disso, o governo federal iniciou uma campanha de conscientização pela erradicação dos focos de Aedes aegypti e, segundo o Mi-

nistério da Saúde, haverá recursos emergenciais para o combate ao inseto transmissor de doenças. RAPHAEL VELEDA METRO BRASÍLIA

Combate ao Aedes aegypti deve aumentar | GABRIEL JABUR/AGÊNCIA BRASÍLIA

METRO BRASÍLIA

Gestante de Vitória é notificada sob suspeita de ter o vírus Uma gestante de Vitória foi notificada com zika vírus, durante uma viagem no Rio de Janeiro. De volta à capital capixaba, a mulher, que está com 22 semanas de gravidez, passou a ser acompanhada pela rede municipal de saúde e foi submetida a exame laboratorial a fim de confirmar se, de fato, é portadora do vírus. Ela é a única gestante entre os 131 pacientes notificados com zika em Vitória,

de acordo com a secretária municipal de Saúde, Daysi Koehler Behning. Desse total, quatro casos já foram confirmados por exames laboratoriais. Diferença Os números diferem dos últimos divulgados pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde): três casos confirmados de zika e outros 126 sob suspeita em todo o Espírito Santo. Desses três confirma-

dos, dois são de Vitória, o outro de Vila Velha. “A população é o principal agente para que possamos fazer a mudança no município, pois os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas. O poder público não dá conta de resolver o problema sozinho”, afirma Daysi. Segundo ela, apesar de todo o trabalho que vem sendo feito para combater

o mosquito, como carros-fumacê e visitas dos agentes de combate a endemias, a média geral em toda a cidade é de alto risco de transmissão de dengue e zika. Não há casos registrados de febre chikungunya. Entre os bairros com maior número de focos de Aedes aegypti na Capital estão Jardim Camburi, Bairro da Penha, a região de Maruípe, Santo Antônio, Maria Ortiz e Centro. METRO


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