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BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2014 www.readmetro.com

{ECONOMIA}

Setor elétrico está em ‘sinal amarelo’, admite governo Energia. Secretário afirma, no entanto, que só haverá risco de racionamento caso a situação dos reservatórios no país venha a piorar O governo admitiu ontem que a situação do abastecimento no setor elétrico está em “sinal amarelo”. Segundo o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, isso significa que o setor demanda atenção devido à seca que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas. “Quando estou num ano hidrológico bom, estou com sinal verde. Em um ano hidrológico não bom, o sinal é amarelo”, disse o secretário, após participar de audiência pública na Câmara. Zimmermann reiterou, no entanto, que o sistema elétrico brasileiro tem equilíbrio estrutural, “salvo ocorra uma situação pior que a histórica”, referindo-se aos reservatórios. Ele afirmou que houve uma melhora nos

principais reservatórios da região Sudeste. Esse cenário será avaliado até o fim de abril, quando termina o período de chuvas na região. Analistas e especialistas do setor, porém, vêm aumentando as apostas no racionamento de energia. No início da semana, a consultoria PSR subiu de 17,5% para 18,5% o risco de racionamento de energia superior a 4% da demanda em 2014. “A diferença se deve à piora da vazão prevista pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o mês de fevereiro, que antes era de 48% da média histórica (MLT) e agora é 46% da MLT”, disse o presidente da PSR Mario Veiga Pereira. Para justificar o socorro de R$ 12 bilhões ao setor, anunciado na sema-

“Não podemos transformar energia em tomates que, quando tem seca, sobe.” SECRETÁRIO-EXECUTIVO DE MINAS E ENERGIA, MÁRCIO ZIMMERMANN

Zimmermann participou ontem de audiência na Câmara | DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA CÂMARA

na passada, Zimmermann afirmou que o governo não deseja ter uma elevada flutuação nas tarifas de

energia pagas pelos consumidores. “Não podemos transformar energia em tomates, que quando tem se-

ca, sobe. Vimos uma forma de evitar flutuação de preços através de mecanismos de mercado”, disse.

O governo espera que o leilão de hidrelétricas cujas concessões vencem em 2015 ajude a neutralizar a alta na conta de luz, prevista para 2015 devido ao pacote de R$ 12 bilhões. Segundo Zimmermann, o governo espera uma redução de custos de geração de energia em até R$ 5 bilhões por ano a partir de 2015 por conta do vencimento e da renovação de contratos de hidrelétricas que estão vencendo. METRO

Excesso de burocracia eleva Importados e ovos de chocolate em 12% preço do imóvel novo puxam alta de preços na Páscoa

Burocracia custa R$ 18 bi/ano na compra da casa própria | TÉRCIO TEIXEIRA/FUTURA PRESS

e falta de clareza nas avaliações das licenças ambientais. A papelada excessiva também prolonga o prazo para a entrega. “Dos cinco anos que um imóvel financiado pelo FGTS pode levar para sair do papel, ou seja, do projeto à entrega, dois anos são consumidos pelos processos burocráticos”, diz Rubens Menin,

presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias). O estudo, que foi entregue ao governo nesta quarta, foi realizado pela consultoria Booz & Company, a pedido da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Abrainc e Movimento Brasil Competitivo. METRO

EM ALTA

Variação de preços em um ano, em %

ÇO S M É D I O S

5,5%

OVOS DE PÁSCOA CHOCOLATES EM GERAL NACIONAIS

Os produtos para a Páscoa apresentaram aumento médio de preço de 5,5% em relação a 2013, segundo levantamento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Os ovos de Páscoa tiveram a maior alta, de 7,9%, seguidos por chocolates em geral (5,4%). Segundo a indústria, entre os motivos para a elevação de preços está a alta do dólar, que teve impacto no valor do cacau e do petróleo, matéria-prima de boa parte das embalagens. Os produtos têm saído das fábricas até 10% mais caros. O dólar também elevou os preços de produtos importados em geral, que apresentaram alta nos preços de 9,2%. Um dos destaques foi o bacalhau, com aumento (6,7%), em relação a 2013, segui-

CERVEJAS REFRIGERANTES PEIXES EM GERAL COLOMBA PASCOAL VINHOS NACIONAIS

IMPORTADOS

O excesso de burocracia deixa a casa própria 12% mais cara, segundo estudo encomendado por entidades do setor imobiliário e de construção. A burocracia custa R$ 18 bilhões por ano na compra da casa própria, diz a pesquisa. Esse valor pago a mais está ligado a gastos com documentação em excesso e atrasos no processo de construção e de entrega. A pesquisa envolve imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida e empreendimentos de grande porte residenciais e comerciais. O levantamento identifica 18 grandes entraves na construção de imóveis no país. Os principais problemas encontrados pelo estudo são atraso na aprovação dos projetos pelas prefeituras, falta de padronização dos cartórios

7,9% 5,4% 4,6% 4,6% 4,2% 4,1% 3,7%

IMPORTADOS EM GERAL

9,2%

BACALHAU VINHOS IMPORTADOS AZEITES

6,7% 5,2% 4,9%

FONTE: ABRAS

do pelos vinhos importados (5,2%) e azeites (4,9%). Apesar da alta de preços, os supermercados esperam crescimento de 7,2% nas ven-

das de Páscoa este ano. A data é considerada o segundo melhor período do ano em vendas para o setor, superado apenas pelo Natal. METRO


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