My Cooprofar Novembro 2019

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novembro 2019

04. Análise de Mercado

VIH/Sida: Autotestes já disponíveis nas farmácias 08. Especial Saúde

Antibióticos

14. Indústria Farmacêutica

Cancro: Exigida revisão de fármacos para detetar impurezas 18. Cooprofar 19. Breves

Baixas Médicas: Suporte Digital



Prof. Doutor Delfim Santos Presidente da Direção

EDITORIAL

Solidariedade & Responsabilidade Social Uma empresa de sucesso, em qualquer área de trabalho, tem de conseguir conciliar dimensões. O êxito empresarial não é alcançado sem ter presente a responsabilidade social, imperativa na vida de uma instituição, e, por essa razão, é vital que o contexto empresarial esteja aliado a ações de solidariedade e de responsabilidade social. O Grupo Cooprofar-Medlog não descarta as responsabilidades intrínsecas a qualquer empresa de sucesso, definindo-as como objetivos principais da vida empresarial. Desde sempre, a Cooprofar pautou a sua atuação pelo objetivo de satisfazer os seus clientes e de elevar a relevância do papel das farmácias junto da população. Mais ainda, norteou as suas ações por um conjunto de Valores de Ética e de Responsabilidade Social que, de forma proativa, conduziram a desenvolver ações de caráter social com as Farmácias e com a Comunidade. Neste sentido, a Cooprofar associou-se recentemente à Operação Nariz Vermelho, IPSS que, desde 2002, leva alegria às crianças hospitalizadas, familiares e profissionais de saúde. Com o apoio da Cooprofar, esta iniciativa visa anagariar fundos para aumentar o número de visitas a serviços de pediatria de 16 hospitais em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga. Mas a responsabilidade não é apenas de natureza social. A Cooprofar tem o dever e a responsabilidade, perante os seus clientes, de garantir processos logísticos eficazes e da maior qualidade. Com efeito, a Cooprofar alcançou, em 2005, a certificação SA 8000, uma norma de certificação internacional que incentiva as organizações a desenvolver, manter e aplicar práticas socialmente aceitáveis no local de trabalho. Fomos a primeira empresa portuguesa a obter esta certificação. Como tem sido prática comum na Cooprofar, continuaremos a assumir os nossos compromissos e as nossas responsabilidades, internas e externas. O Grupo Medlog-Cooprofar está preparado para continuar a crescer e evoluir, abraçando com entusiasmo a responsabilidade que daí advirá.


Análise de Mercado CRESCIMENTO FACE AO PERÍODO HOMÓLOGO Crescimento Mercado setembro 2019 vs. mês homólogo

20,9

20

18,4

18 16

15,4

12

5,5

11,4 10,3

10,2

10,6

13,9

12,9

12,5

10,9

12,9 11,5

11,4

8 6,0

5,9

13,6

12,6

10

10,3

10,0

9,4

10%

14,9

14,8

14,4

Leiria

12,9

14,0

12,9

Lisboa

14

6 4

Mercado Total

Viseu

Vila Real

Setúbal

Viana do Castelo

Santarém

Açores

Porto

Madeira

Portalegre

Guarda

Faro

Évora

Coimbra

Bragança

-4

Castelo Branco

-2

Beja

% 0

Braga

DEZ

NOV

SET

OUT

JUL

2

AGO

ABR MAI

MAR

JAN FEV

-5%

JUN

1,5

0,7

Aveiro

5%

VIH/SIDA

Autotestes já disponíveis nas farmácias

Vendas superam expetativas

O autoteste para o VIH/Sida começou oficialmente a ser vendido em farmácias em Portugal, podendo ser realizado em casa através de uma picada no dedo.

Ao fim de uma semana, os dados mostram que a procura de autotestes para o VIH/Sida está acima de todas as expectativas. Desde o primeiro dia de outubro, foram vendidos 171 autotestes em todo o país, num valor total superior a 4000€.

“É mais uma alternativa que se veio juntar a todas as outras que já existem, como as análises de rotina, a possibilidade de fazer o teste no centro de saúde, num hospital ou numa organização de base comunitária. É mais uma opção, que pretende facilitar o acesso ao diagnóstico”, afirmou a responsável pelo Programa Nacional para a Infeção VIH/sida, Isabel Aldir. A diferença neste teste, segundo a perita da direção-geral da Saúde, está no facto de poder ser levado para casa e feito de forma autónoma.

Isabel Aldir confessou-se “surpreendida com uma adesão tão expressiva logo na primeira semana” de comercialização no mercado português. “Sabíamos que havia uma franja da população à espera de autotestes e que até aqui possivelmente fazia a aquisição através da Internet. São pessoas que gostam de total anonimato e de se testarem com frequência.”

SNS: Gastos com medicamentos mais elevados desde 2011 Os gastos do Estado e dos utentes do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos atingiram em 2018 o valor mais elevado dos últimos sete anos. No caso dos hospitais, os encargos atingiram mesmo o valor mais elevado de sempre. Estas são as principais conclusões que se podem retirar da análise dos dados publicados pelo Infarmed. No ano passado, os encargos com os medicamentos comprados nas farmácias e comparticipados pelo Estado ascenderam a 1.255 milhões de euros. É preciso recuar a 2011 para encontrar um valor mais alto: 1.326 milhões. 4


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Recolha de medicamentos: Valores ainda reduzidos A associação ambientalista Zero lamentou que a recolha de medicamentos fora de uso continue a registar níveis muito reduzidos e defende medidas que estimulem a entrega destes resíduos bem como o alargamento da rede de recolha. Depois de ter analisado o relatório da Valormed - entidade responsável pela gestão das embalagens vazias e medicamentos fora de uso -, a Zero concluiu que os números não são animadores. "Apesar de ter ocorrido um ligeiro aumento na taxa de recolha destes resíduos, face ao ano 2017, a mesma continua a ser muito baixa, cerca de 18%", indica a associação.

Medicamentos: Portugueses não conseguem levantar nos hospitais A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos alertou que há portugueses sem acesso a medicamentos de dispensa exclusiva hospitalar, devido à dificuldade de os ir buscar ao hospital, defendendo que é preciso encontrar uma solução que "não crie desigualdades". "Não será assim para todos os portugueses e não será assim em todos os hospitais, mas basta que seja para alguns para justificar olhar de frente para o problema", afirmou Ana Paula Martins nas comemorações do Dia Nacional do Farmacêutico, em Évora. No seu entender, "não se justifica percorrer enormes distâncias" para obter alguns medicamentos, porque "hoje a situação clínica da pessoa que vive com a doença não o aconselha".

ANTIPSICÓTICOS Doentes querem repor comparticipação a 100%

DGS propôs dispensa gratuita

Diversas associações que apoiam doentes com doença mental grave alertaram para a necessidade de repor a comparticipação a 100% dos antipsicóticos, medicamentos essenciais para os mais de 48.000 doentes que em Portugal sofrem de esquizofrenia.

O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental disse que já propôs ao Governo a dispensa gratuita de antipsicóticos nos serviços de saúde, o que permite dar os medicamentos e também monitorizar os doentes.

Numa petição que no Dia Mundial da Saúde Mental já tinha recolhido mais de 2.000 assinaturas, as associações recordam que dos 48.000 doentes com esquizofrenia em Portugal, há cerca de 7.000 sem qualquer acompanhamento. “A esquizofrenia é uma doença crónica mental grave e que tem um impacto significativo em diferentes domínios da vida humana e da sociedade”, lembra o texto da petição, frisando os impactos da doença no trabalho, educação, relações interpessoais e na capacidade para o doente viver de forma independente.

"Eu próprio fiz um parecer, que entreguei à tutela há um mês e meio, com uma proposta de dispensa gratuita nos serviços de saúde", disse Miguel Xavier, diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde. Segundo o mesmo, a proposta "não é de comparticipação a 100%, é de dispensa gratuita nos serviços", porque, desta forma, consegue-se "a monitorização dos doentes nos serviços”.

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Análise de Mercado

Doenças reumáticas têm um custo anual para o Estado superior a mil milhões de euros As doenças reumáticas e músculo-esqueléticas têm um custo anual para o Estado superior a mil milhões de euros, advertiu a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), defendendo um plano nacional de saúde para estas doenças, “como o que decorreu de 2004 a 2016 e que deixou inexplicavelmente de existir”. A SPR alerta para os custos destas doenças que afetam cada vez mais portugueses e para a necessidade de reforçar “o número de hospitais com serviço de Reumatologia e de quadros técnicos e recursos humanos especializados”.

REGISTO CLÍNICO ELETRÓNICO

Farmacêuticos do SNS vão passar a ter acesso Os farmacêuticos dos hospitais públicos vão passar a ter acesso ao registo clínico eletrónico dos utentes do Serviço Nacional de Saúde, para permitir uma melhor utilização do medicamento, evitando também possíveis erros. A Ordem dos Farmacêuticos e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde assinaram um protocolo que permite definir “o processo de acesso dos farmacêuticos hospitalares ao registo clínico eletrónico dos utentes”, nomeadamente para consulta de informações que sejam necessárias à atividade assistencial. Os farmacêuticos vão passar, assim, a poder aceder ao sistema de informação "SClínico" dos hospitais, um sistema que pretende uniformizar a informação clínica recolhida nas várias instituições de saúde, de forma a que a informação de cada utente esteja sistematizada.

Vacinação: Dois milhões de doses em Portugal A época da vacinação contra a gripe arrancou oficialmente a 14 de outubro em Portugal, tendo dois milhões de vacinas disponíveis, 1,4 milhões para serem dadas gratuitamente a grupos de risco no SNS e cerca de 600 mil para venda em farmácias. Este ano, pela primeira vez, as vacinas são tetravalentes, protegendo contra quatro tipos de vírus, quando até aqui protegiam para um máximo de três. Este ano foram gastos 11 milhões de euros para 1,4 milhões de doses no Serviço Nacional de Saúde, quando no ano passado o investimento foi de 4,3 milhões para a mesma quantidade. 6


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GRIPE

Vacina quadrivalente comparticipada em Portugal A vacina quadrivalente contra a gripe recebeu aprovação de comparticipação pelo Infarmed. O anúncio foi feito através de um comunicado emitido pela Sanofi Pasteur, a empresa responsável pelo fabrico e comercialização desta vacina. A farmacêutica refere que esta é a única vacina do género na Europa com indicação para proteção passiva dos bebés, tendo, como principal objetivo, minimizar potenciais impactos da gripe na gravidez — período de maior risco — e proteger passivamente os bebés, desde o nascimento até aos seis meses.

VIH & Hepatites: Mais de mil pessoas fizeram os testes rápidos em 2018 Mais de mil pessoas realizaram no último ano testes rápidos de diagnóstico do VIH/sida e dos vírus das hepatites nas farmácias de Cascais e mais de 40% fizeram-no pela primeira vez. Há um ano foi lançado um projeto-piloto em 21 farmácias de Cascais envolvidas no programa Fast Track Cities, para ajudar a combater o subdiagnóstico destas doenças. Desde então, 1.020 pessoas fizeram o rastreio e puderam conhecer o seu estatuto serológico nestas farmácias, qualificadas pela Ordem dos Farmacêuticos para a prestação deste serviço. Foram realizados 558 testes rápidos de despiste do vírus causador da sida (VIH), 409 para o rastreio da hepatite C (VHC) e 53 testes rápidos à presença dos vírus da hepatite B (VHB), estes últimos disponíveis apenas desde março deste ano.

Canábis: Medicamentos exigem identificação quando são adquiridos A Autoridade Nacional do Medicamento atualizou as “normas de prescrição e dispensa de medicamentos e produtos de saúde”, destinadas a “todos os prescritores e farmacêuticos comunitários”. Segundo o Infarmed, as principais alterações são a prescrição e dispensa de preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais e a inclusão das regras de prescrição e dispensa destinada a crianças com sequelas respiratórias, neurológicas e/ou alimentares secundárias à prematuridade extrema e a prescrição. Relativamente aos produtos à base da canábis, o Infarmed refere que “durante a dispensa destes produtos, e independentemente do tipo de prescrição, o farmacêutico tem de registar informaticamente” a identificação do doente ou do seu representante. No caso de prescrições materializadas ou manuais, o utente ou o seu representante assinam de forma legível no verso da receita. No caso de não saber assinar, o farmacêutico consigna essa menção no verso da receita. No caso de prescrições desmaterializadas, apenas é permitida a dispensa ‘online’ deste tipo de medicamentos, referem as normas. 7


Especial Saúde

Antibióticos

UmUm antibiótico antibiótico é uma é uma substância substância química, química, natural natural ou sintética, ou sintética, detentora detentora da capacidade da capacidade de travarde a multiplicação travar a multiplicação de bactérias (atividade de bactérias bacteriostática) (atividade bacteriostática) ou de as eliminar ou (atividade de as eliminar bactericida) (atividade sem provocar bactericida) efeitossem tóxicos. provocar efeitos tóxicos. Os antibióticos são úteis para tratar ou prevenir infeções causadas por bactérias, sendo ineficazes Os antibióticos são úteis para tratar ou prevenir infeções causadas por bactérias, sendo ineficazes quando atuam perante vírus, como a gripe, por exemplo. Os antibióticos deverão ser tomados quando atuam perante vírus, como a gripe, por exemplo. Os antibióticos deverão ser tomados somente somente mediante prescrição médica e seguindo rigorosamente as suas indicações. mediante prescrição médica e seguindo rigorosamente as suas indicações.

Como atuam os antibióticos? Quando tomamos um antibiótico, este entra na corrente sanguínea, circula pelo corpo e ataca a parede, a membrana celular e outros constituintes das bactérias, necessários para a sua sobrevivência e reprodução. Importa, contudo, saber que diferentes antibióticos funcionam contra diferentes tipos de bactérias. Os antibióticos que têm ação numa ampla gama de bactérias são chamados antibióticos de espectro de ação alargado (por exemplo, amoxicilina e gentamicina). Por outro lado, os antibióticos que têm ação apenas em alguns tipos de bactérias são chamados antibióticos de espectro de ação estreito (por exemplo, azitromicina). Atualmente, existem diferentes tipos de antibióticos, contudo utilizá-los quando não é necessário ou inadequadamente acarreta várias consequências negativas. É preciso perceber que existem bactérias nocivas para o organismo, mas também bactérias benéficas, sendo que os antibióticos “atacam” não só as bactérias nocivas, que o deixam doente, mas também as benéficas, que o ajudam a manter-se saudável.

Como tomar?

Como tomar? Nas infeções bacterianas graves, os antibióticos são geralmente administrados por injeção (geralmente na veia, mas às vezes no músculo). Assim que a infeção está controlada, os antibióticos podem ser administrados por via oral. Para infeções de menor gravidade, os antibióticos podem ser tomados por via oral desde o início. Os antibióticos devem ser tomados até que a bactéria responsável pela infeção tenha sido eliminada do corpo, um processo que pode levar vários dias após o desaparecimento dos sintomas. Os antibióticos raramente são administrados por um período inferior a cinco dias. Uma interrupção muito precoce do tratamento pode provocar uma reincidência da infeção. 8


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Resistência a antibióticos A resistência aos antibióticos constitui um grave problema no tratamento das doenças infeciosas, sendo, atualmente, uma realidade a nível global. Ocorre quando os antibióticos perdem a capacidade de controlar o crescimento ou de causar a morte das bactérias, ou seja, é um mecanismo desenvolvido pelas bactérias para “neutralizar” o efeito do medicamento. Assim, uma bactéria é considerada resistente a determinado antibiótico quando continua a multiplicar-se na presença do mesmo. A utilização excessiva e incorreta dos antibióticos leva a uma diminuição do seu efeito e, por vezes, a uma necessidade de aumento das doses terapêuticas, o que favorece a propagação de bactérias resistentes, tornando-se uma ameaça para a saúde pública no mundo inteiro. As bactérias resistentes vão-se disseminando na comunidade e, mesmo quem nunca tomou antibiótico incorretamente, poderá ser infetado por uma bactéria resistente. A resistência aos antibióticos representa também um fardo significativo para os sistemas de saúde e orçamentos nacionais: as infeções bacterianas são mais difíceis de tratar e o tratamento é mais dispendioso quando as bactérias são resistentes aos antibióticos. Pode ser necessário um maior número de consultas médicas, faltas ao trabalho e até levar à hospitalização dos doentes. Torna-se também necessária a utilização de antibióticos mais caros e de antibióticos que deveriam estar reservados para situações extremas. As resistências bacterianas podem, em último caso, contribuir para o aumento da taxa de mortalidade.

Prevenção e controlo A prevenção e o controlo da propagação da resistência aos antibióticos é um trabalho conjunto, que depende de diversos intervenientes e que atravessa vários setores.

Consumidores • Usar apenas antibióticos quando prescrito por um profissional de saúde; • Não pedir antibióticos se o seu médico indicar que não são necessários;

Profissionais de saúde

• Seguir fielmente as indicações do médico na toma dos antibióticos; • Nunca partilhar sobras de antibióticos; • Lavar regularmente as mãos; • Preparar os alimentos de forma higiénica e segura; • Armazenar os alimentos em locais com a temperatura ideal para a sua conservação;

• Garantir a higiene do local de trabalho; • Lavar regulamente as mãos; • Usar luvas de proteção sempre que se justifique; • Apenas prescrever antibióticos quando forem necessários; • Informar os utentes sobre a correta toma de antibióticos; • Informar os utentes sobre medidas de prevenção e controlo; • Reportar infeções resistentes a antibióticos.

• Favorecer o consumo de alimentos produzidos sem recurso a antibióticos; • Manter as vacinas atualizadas.

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Setor agrícola

Decisores políticos

• Não administrar antibióticos aos animais sem prescrição veterinária;

• Elaborar e fazer cumprir um plano de ação nacional para combater a resistência aos antibióticos;

• Não utilizar antibióticos para aumentar o ritmo de crescimento dos animais;

• Divulgar informação sobre correta toma de antibióticos;

• Não usar antibióticos para prevenir doenças em animais saudáveis;

• Divulgar informação sobre medidas de prevenção e controlo da resistência antimicrobiana;

• Vacinar os animais de acordo com recomendações veterinárias;

• Vigiar de forma regular e eficaz as infeções resistentes a antibióticos;

• Promover e aplicar boas práticas em todas as etapas de produção e processamento de alimentos de fontes animais e vegetais;

• Reforçar as políticas, programas e a implementação de medidas de prevenção e controlo de infeções;

• Melhorar a biossegurança nas explorações agrícolas e prevenir infeções através de uma melhor higiene e bem-estar animal.

• Regular e promover a utilização adequada de medicamentos.

Consumo em Portugal Segundos dados disponíveis no portal da Autoridade do Medicamento, em 2019 foram consumidas 7.662.873 unidades de antibióticos no Serviço Nacional de Saúde, o que corresponde a 5.4% do total de unidades consumidas. Este número representa uma diminuição comparativamente com 2018, ano em que se consumiram 10.088.329 unidades de antibióticos.

Consumo por Grupo Grupo B

Consumo por ARS

5.4%

Grupo C

4.7%

Grupo D

4.5%

Grupo E

3.5%

Grupo F

Centro

4.3% 4.0%

Alentejo

2.1%

Psiquiátricos 0.6% 0%

4.3%

LVT

2.9%

Grupo A

Algarve

3.9%

Norte 2%

4%

6%

3.8% 0%

% de Antibióticos no Total dos Medicamentos

1%

2%

3%

4%

% de Antibióticos no Total dos Medicamentos

10

5%


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Consumo em Animais A Agência Europeia do Medicamento (EMA) publicou muito recentemente um relatório sobre a utilização de antibióticos em animais, que mostra uma redução das vendas superior a 32% entre 2011 e 2017. As conclusões deste trabalho confirmam a tendência de queda observada nos últimos anos e mostram o efeito positivo das orientações da União Europeia (UE) e das campanhas nacionais que promovem o uso responsável de antibióticos em animais, como forma de combater a resistência antimicrobiana. Em comunicado, a EMA informou que a redução nas vendas é o resultado de esforços combinados de médicos veterinários, agricultores e outros atores do setor pecuário. Estas iniciativas inserem-se no Plano de Ação de Saúde da UE Contra a Resistência Antimicrobiana, cujo principal objetivo é preservar a eficácia do tratamento das infeções no ser humano e animais.

Mortalidade até 2050 Um estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que traçou uma estimativa mundial dos efeitos da resistência a antimicrobianos a nível da mortalidade, morbilidade e custos económicos, revelou que haverá cerca de 1.100 mortes anuais em Portugal devido aos antibióticos. Portugal exibe dos mais altos resultados de mortalidade no conjunto de mais de 30 países analisados, com 11,3 por 100 mil habitantes, apenas ultrapassada por Itália, com 18,2 e pela Grécia, com 14,8. No país, os valores de mortalidade anual são quase o triplo da média dos países da OCDE e o dobro da média da União Europeia. Para Portugal estima-se uma mortalidade anual entre 2015 e 2050, em média, de 11,3 mortes por cada 100 mil habitantes devido a infeções por bactérias muito resistentes. A média da OCDE é de 4,72 mortos por 100 mil habitantes a cada ano. Segundo os dados da OCDE, Portugal terá uma média anual de mais de 1.100 mortes por infeções por bactérias muito resistentes até 2050. Significa assim que, entre 2015 e 2050, morrerão mais de 40 mil pessoas. Do ponto de vista global, o relatório da OCDE estima 2,4 milhões de mortes na Europa, América do Norte e Austrália até 2050 por infeções de bactérias muito resistentes a antibióticos. 11


Indústria Farmacêutica

CANCRO

Exigida revisão de fármacos para detetar impurezas No seguimento de recomendações da Agência Europeia do Medicamento, o Infarmed está a exigir a revisão de todos os medicamentos com substâncias ativas obtidas através de processos químicos para verificar a presença de uma impureza potencialmente cancerígena. A decisão surge poucos dias depois de ter sido ordenada a retirada imediata do mercado de uma série de lotes de medicamentos, que funcionam como protetores gástricos, com o princípio ativo ranitidina, por ter sido detetada a presença de nitrosaminas, as tais impurezas classificadas como prováveis agentes cancerígenos. Os titulares de AIM (Autorizações de Introdução no Mercado) de medicamentos com substâncias ativas sintetizadas quimicamente têm seis meses para avaliar a eventual presença de nitrosaminas, devendo começar pelos fármacos de maior risco.

Brexit: Reino Unido deve garantir reservas de medicamentos Um organismo de supervisão do governo britânico alertou que é necessária uma "quantidade significativa" de trabalho para garantir que o país tenha uma reserva adequada de medicamentos no caso de um Brexit sem acordo. O Serviço Nacional de Auditoria disse que a capacidade adicional contratada pelo governo para o transporte de mercadorias pelo Canal da Mancha pode não estar operacional até ao final de novembro. Cerca de 7.000 medicamentos, mais de metade dos mais de 12.300 medicamentos autorizados no Reino Unido, são provenientes da UE ou entram no país via UE, sobretudo através do Canal da Mancha.

Canábis: Mercado global vale mais de 12 mil milhões de euros BAYER

O mercado global de canábis legal, que inclui Canadá, Estados Unidos, Israel, partes da Europa e da América Latina, vai ultrapassar os 12 mil milhões de euros de negócios em 2019, segundo o Brightfield Group. Os dados avançados pela consultora na abertura da 6ª edição do Congresso Mundial e Exposição de Negócios da Canábis, em Los Angeles, mostram que os Estados Unidos representam 83% do mercado mundial, atingindo este ano vendas de 11 mil milhões de dólares, enquanto o Canadá pesa 10% e a Europa vale 5% do total. Em 2021, a Europa representará 13% do mercado global de canábis, o que representa "um crescimento massivo em dois anos", disse a diretora de serviços de clientes do Brightfield Group, Claire Kaufmann, na apresentação da pesquisa conduzida pela consultora. 12


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Indústria Farmacêutica

Antibióticos: Resistência a bactérica duplica na Europa resistência a um dos antibióticos mais comuns para o tratamento da infeção pela bactéria Helicobacter pylori, que se aloja no estômago, duplicou em 20 anos na Europa, revela um estudo, que reuniu dados de 1.232 doentes de 18 países europeus, incluindo Portugal. Segundo o estudo, Portugal é o 10º país com a taxa de resistência ao antibiótico ‘clarithromycin’ mais elevada, na ordem dos 20% em 2018, último ano analisado. O trabalho, cujos resultados foram divulgados em comunicado pela União Europeia de Gastroenterologia, concluiu que a resistência a este antibiótico, usado num tratamento de “primeira linha” para erradicar a bactéria Helicobacter pylori, aumentou de 9,9%, em 1998, para 21,6%, em 2018. Além de Portugal, participaram no estudo Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Holanda, Noruega, Polónia, Eslovénia, Itália e Espanha. Os “campeões” da resistência ao clarithromycin são Itália, Croácia e Grécia, com taxas entre 30% e 36,9% em 2018.

ASTRAZENECA

Portugal comparticipa fármaco oncológico Depois da autorização de introdução no mercado por parte da Comissão Europeia no ano passado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde concedeu agora a comparticipação de Durvalumab, fármaco da AstraZeneca para tratamento oncológico. Durvalumab está indicado para o tratamento do cancro do pulmão de células não-pequenas (CPCNP) irressecável, localmente avançado (estádio III) em doentes cujos tumores expressam PD-L1 em ≥ 1% das células do tumor e cuja doença não progrediu após quimiorradioterapia baseada em platina.

Fundação Bial quer robustecer investigação científica Depois de ter financiado 692 projetos de 25 países diferentes, a Fundação Bial, que assinala este ano o seu 25º aniversário, vai continuar a apostar na "qualidade e prestígio" e a "robustecer" a investigação científica na área da saúde. Luís Portela, presidente da Fundação Bial, afirmou que a grande preocupação e, consequentemente, o objetivo da fundação para os próximos anos, é "dar continuidade e impulsionar o trabalho de qualidade" que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito da investigação científica. "A nossa preocupação é a de robustecer aquilo que temos feito, que os prémios e as bolsas sejam cada vez mais reconhecidos e que a fundação possa dar um contributo importante para a ciência na área da saúde", salientou. 14


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GSK declarada a empresa farmacêutica mais sustentável do mundo A GSK foi considerada, pela primeira vez, como a empresa farmacêutica mais sustentável do mundo. Num leque de duas mil e quinhentas empresas avaliadas pelo Dow Jones Sustainability Index (DJSI). Para além do impacto ambiental, o DJSI considerou a desempenho financeiro das organizações, o seu modelo de negócios e o contributo para a comunidade, nas quais a GSK obteve pontuações elevadas. Foram destacadas ainda as suas políticas de desenvolvimento do capital humano, práticas de marketing responsável, operações eco-eficientes, estratégias para tornar os seus produtos mais acessíveis e corporate governance.

Biogen cria primeiro medicamento que combate o Alzheimer A farmacêutica norte-americana Biogen anunciou que vai pedir à FDA, a autoridade do medicamento nos Estados Unidos, para aprovar o primeiro medicamento capaz de atrasar o desenvolvimento da doença de Alzheimer. O laboratório garante que o medicamento Aducanumab pode ser aplicado aos primeiros sinais de Alzheimer e consegue atrasar em 25% a evolução da doença. O anúncio da novidade fez disparar as ações da Biogen em mais de 40%, com uma valorização acima de 18 mil milhões de dólares (16,1 mil milhões de euros). A revelação surpreendeu toda a gente, uma vez que em março a empresa tinha anunciado que iria desistir do Aducanumab, porque os resultados dos ensaios clínicos assim o aconselhavam. Agora, a Biogen garante que realizou análises adicionais e concluiu que entre os 1600 doentes que participaram nos ensaios, os resultados foram positivos no grupo que recebeu doses mais elevadas.

Zentiva lança medicamento para tratamento de vih tipo 1 A Direção-Geral de Saúde anunciou que Portugal atingiu já este ano as três metas estabelecidas pelo programa das Nações Unidades para o combate ao VIH/Sida, para 2020, conhecido como 90/90/90. Para reforçar as alternativas terapêuticas disponíveis em Portugal para doentes com vírus de imunodeficiência humana tipo 1, a Zentiva passou a disponibilizar a substância Atazanavir, um inibidor de protéase que ajuda a potenciar melhores resultados em terapias combinadas. O Atazanavir é um medicamento genérico, coadministrado com uma dose baixa da substância ritonavir, em associação com outros fármacos antirretrovirais, indicado para o tratamento de doentes adultos e doentes pediátricos (com idade igual ou superior aos 6 anos), infetados pelo VIH tipo 1. 15


Indústria Farmacêutica

Grupo Angelini celebra 100 anos A farmacêutica Angelini celebra este ano o centésimo aniversário da companhia e, para comemorar a ocasião, lançou um novo logotipo e um novo site alusivo à data. A Angelini foi fundada em Ancona, Itália, em 1919 pelo farmacêutico Francesco Angelini de 32 anos de idade. A presença da Angelini em Portugal remonta a 1979, com a aquisição da sua primeira empresa L.Lepori e mais tarde a Helsinn e Helfarma em 2001. Desde 2003, tem vindo a operar com a empresa Angelini Farmacêutica, que herdou os ativos das empresas adquiridas.

Farmacêutica Hikma investe 30M€ em Sintra O laboratório Hikma Pharmaceuticals investiu 30 milhões de euros numa nova unidade de produção de medicamentos estéreis injetáveis, expandindo a atual fábrica existente em Sintra. São mais 9 mil metros quadrados que possibilitam acrescentar quatro unidades de liofilização de alta tecnologia às seis já em operação na unidade industrial que a companhia tem em Portugal desde a década de 1980. Este investimento permitirá a criação de mais 80 novos postos de trabalho, que se somam às cerca de sete centenas de empregados da multinacional Hikma em Portugal. Os produtos fabricados em Sintra servem para tratar uma ampla variedade de condições e, muitos deles, são relativamente escassos devido ao seu complexo processo de fabrico, não obstante terem uma grande procura mundial, segundo indicação da Hikma.

ABBVIE

Medicamento para artrite reumatoide recebe parecer positivo A AbbVie anunciou que o Comité dos Medicamentos para Uso Humano da Agência Europeia de Medicamentos emitiu um parecer positivo para a utilização de upadacitinib, um inibidor de JAK seletivo e reversível, de toma diária única, no tratamento da artrite reumatoide ativa moderada a grave em doentes adultos que tiveram uma resposta inadequada ou são intolerantes a um ou mais fármacos anti-reumáticos modificadores de doença. O parecer positivo refere-se à utilização de upadacitinib em monoterapia ou em combinação com metotrexato.


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Breves

Breves CANCRO DIGESTIVO Especialistas alertam para importância do diagnóstico precoce

BAIXAS MÉDICAS Suporte Digital

Os utentes do Serviço Nacional de Saúde já podem aceder à sua baixa médica em suporte digital. No Registo de Saúde Eletrónico, é agora possível consultar, guardar e enviar por e-mail, para o local de trabalho, o certificado de incapacidade temporária, segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

ANTIBIÓTICOS Virús contra bactérias resistentes

Uma terapia que usa vírus para atacar bactérias tem vindo a ganhar força e pode ser uma arma importante para combater a resistência aos antibióticos. Em Portugal, há várias equipas de cientistas a explorar a terapia fágica.

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia alertou para a importância da prevenção e diagnóstico precoce do cancro digestivo, lembrando que um terço das mortes por cancro em Portugal estão relacionadas com tumores do aparelho digestivo. Numa nota, a SPG sublinha a importância de ter mais informação, prevenção, diagnóstico e tratamento no combate a esta doença, que mata cerca de 30 portugueses por dia.

DGS recomenda suplementos de vitaminas e minerais

A Direção-geral da Saúde recomenda suplementos de vitaminas e minerais para bebés e grávidas com alimentação vegetariana e lembra que a dieta não omnívora no primeiro ano de vida deve estar sempre sob supervisão médica.

DGS recomenda vacinação

A diretora-geral da Saúde advertiu que é impossível prever a gravidade da próxima época de gripe, sublinhando a importância de o país se “preparar o melhor possível”, sobretudo através da vacinação. A diretora-geral recomendou também que os doentes crónicos consultem o médico assistente e mantenham a sua medicação atualizada, alertando que muitas doenças podem descompensar com a gripe, como o caso da diabetes.

Só metade dos profissionais de saúde toma vacina

ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA Em Portugal aumentou 1,5 anos

As mulheres com 65 anos em Portugal podem esperar viver ainda, em média, mais 20,88 anos e os homens mais 17,58 anos, com uma esperança de vida global à nascença de 80,8 anos. Os dados do Instituto Nacional de Estatística pertencem às Tábuas de Mortalidade para o triénio 2016- 2018 e mostram que em relação a 2008/2010 a esperança de vida à nascença aumentou 1,51 anos.

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Afeta cerca de 100 mil portugueses

Estima-se que a gaguez afete cerca de 1% da população mundial, o que, extrapolando para Portugal, significa que podem existir cerca de 100 mil gagos no país. As causas podem ser genéticas, já que 60% dos gagos têm um familiar com gaguez, neurológicas ou psicossociais. Está afastada a hipótese de que se trata de um problema emocional, de ansiedade ou nervosismo, refere ainda a Associação. A gaguez não tem cura, mas pode ter tratamento, sendo importante um diagnóstico e intervenção precoces.

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Apenas metade dos profissionais de saúde toma a vacina da gripe, quando são um grupo prioritário para vacinação, alerta a Sociedade Portuguesa de Pneumologia. A propósito da época da vacinação contra a gripe a SPP lançou, em comunicado, um aviso aos profissionais de saúde, recomendado que “devem assumir uma tripla responsabilidade: de se protegerem, de protegerem os que cuidam e de recomendarem a vacinação”.

05.11.2019 Aveiro

GAGUEZ GRÁVIDAS VEGETARIANAS

GRIPE

19

04.11.2019 Gondomar 11.11.2019 Aveiro 19.11.2019 Gondomar 02.12.2019 Gondomar

Administração de Vacinas e Medicamentos Injetáveis, inicial 16.10.2019 Gondomar 15.11.2019 Gondomar 20.11.2019 Aveiro Mais Informações em: www.cooprofar.pt



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