My Cooprofar Março 2020

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março 2020

04. Análise de Mercado

Medicamentos: Portugueses gastaram mais de 18,5 milhões de euros em 2019 08. Especial Saúde

Coronavírus

14. Indústria Farmacêutica

Bactérias resistentes: Cientistas identificam dois novos antibióticos promissores 19. Breves

Urgências: Hospitais públicos com maior adesão do que privados



Prof. Doutor Delfim Santos Presidente da Direção

EDITORIAL

Papel da Cooprofar, das Farmácias e dos Farmacêuticos na Comunidade A Cooprofar, tal como todas as empresas do Grupo Cooprofar-Medlog, que prestam serviços nas diversas áreas de atividade, tem como objetivo colaborar e criar um impacto positivo e relevante no seu público-alvo. No caso da Cooprofar o público-alvo são várias entidades: Farmácias, Farmacêuticos, outros Profissionais que exercem a sua atividade na Farmácia Comunitária, Utentes e a População portuguesa. Neste sentido, cabe-nos colaborar com o nosso público, através de ações capazes de levar valor e soluções aos nossos clientes. Para o fazermos temos de saber e entender quais os temas e as áreas em que, na atualidade, as farmácias podem atuar de forma diferenciadora. Foi isso que fizemos com o lançamento da última campanha de proximidade, sob o tema da dor, que pretendeu alertar a população portuguesa para a necessidade de detetar e identificar precocemente o tipo e a intensidade de dor sentida, para melhor a poder tratar. A campanha transformou-se num enorme sucesso em termos de visibilidade e notoriedade, tendo recebido um acolhimento e repercussão muito significativos nos “media” nacionais e regionais, não se cingindo apenas aos especializados em saúde. Foi a prova de que conseguimos alcançar o público com uma mensagem atual e relevante. Outra amostra deste desígnio do Grupo são as formações realizadas sobre o tema que marca a atualidade, o coronavírus. Estas ações, que contaram com salas cheias em Gondomar e em Lisboa, permitiram esclarecer dúvidas e dotar os farmacêuticos das competências necessárias para lidar com esta nova preocupação de Saúde Pública. Vamos continuar debruçados sobre esta matéria, organizando novas formações, em função da evolução da situação a nível nacional e mundial. Estes são apenas dois exemplos muito recentes de como o Grupo Cooprofar-Medlog tem conseguido materializar e concretizar o objetivo de trabalhar com os seus clientes e parceiros, abordando temas pertinentes e atuais, sempre com o objetivo de acrescentar valor. Continuaremos a estar a par e a inovar, para podermos continuar a Concretizar trabalho em prol da Cooprofar, da Farmácia, dos Farmacêuticos, da Indústria Farmacêutica e da Comunidade!


Análise de Mercado CRESCIMENTO FACE AO PERÍODO HOMÓLOGO Crescimento Mercado janeiro 2020 vs. mês homólogo 20 18 16,2

16 14 12 10,0

10

2,7

3,2

3,3

3,4

5,5

Viseu

Mercado Total

Vila Real

Viana do Castelo

Açores

Porto

Madeira

Portalegre

Leiria

Faro

Évora

Coimbra

Beja Braga

-1,3

Bragança

-4

Aveiro

-2

Castelo Branco

-5%

DEZ

NOV

SET

OUT

JUL

% 0

AGO

JUN

ABR MAI

MAR

2

7,4 4,9

4,1

4

5%

JAN FEV

4,8

7,1

6,7

6,2

5,0

Lisboa

5,5

7,3

5,1

Guarda

6

8,0

Setúbal

8

10%

8,5

Santarém

8,0

MEDICAMENTOS

Portugueses gastaram mais de 18,5 milhões de euros em 2019 Os portugueses gastaram 669,8 milhões de euros em medicamentos comprados em farmácias entre janeiro e novembro de 2019, um aumento de 18,5 milhões de euros (2,8%) face ao período homólogo de 2018. A despesa média por utente é de 68,38 euros. A maior fatia do pagamento, no entanto, cabe ao SNS, que gastou 2427,8 milhões de euros em 11 meses, mais 80,8 milhões de euros (3,4%) em relação a 2018. Segundo os dados da Autoridade Nacional do Medicamento, 1.212,6 milhões de euros foram gastos pelo SNS através da comparticipação aos utentes em ambulatório, com os antidiabéticos a representarem um terço do aumento da despesa total com medicamentos. Já os restantes 1.215,2 milhões foram gastos em medicação administrada nos hospitais, superando o valor gasto nos 12 meses de 2018 (1.207 milhões de euros). A maior despesa relativa a medicamentos usados nos hospitais diz respeito às consultas externas e a produtos cedidos ao exterior, que representam 47,1% dos gastos, seguindo-se os medicamentos usados em hospitais de dia (33,3%), no internamento (10,5%), em blocos operatórios (2,7%) e urgências (1,2%), com Lisboa e Vale do Tejo a ter a maior despesa (521,8 milhões), que diminuiu 1,1% em relação a 2018.

Preço médio por embalagem aumentou em 2019 Segundo os dados oficiais, o número de embalagens dispensadas também cresceu, registando-se 151 milhões em 2019, mais 3,2 milhões de caixas (2,2%) em relação a 2018. O preço médio por embalagem seguiu a mesma tendência e subiu 2,3% comparativamente ao ano anterior, para 12,43 euros.

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Saúde: Portugal gasta hoje menos do que há 10 anos A despesa pública em saúde em Portugal é hoje inferior ao que era em 2009, tanto em valores absolutos como em percentagem do PIB. Em ambos os casos, Portugal está entre os países da União Europeia que mais cortou despesa neste setor. Segundo dados do Eurostat, Portugal viu a despesa das Administrações Públicas na saúde diminuir de 14.089 milhões de euros em 2009 para 12.851,9 milhões de euros em 2018. Em valores absolutos, só a Grécia cortou mais na saúde do que Portugal. Também Espanha faz parte do grupo de três países da UE que reduziram esta despesa.

CORONAVÍRUS

OMS considera irracional usar máscara e gel desinfetante

Máscaras esgotaram nas farmácias

A diretora de saúde pública da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Neira, assegurou que é “irracional e desproporcionado” que se esgotem as máscaras e os desifetantes nas farmácias por medo do coronavírus.

O número de doentes com coronavírus fora da China, nomeadamente na Europa, levou ao aumento da procura de máscaras em Portugal. Trata-se de um produto com um volume de vendas residual num mercado normal, mas cuja procura aumentou exponencialmente com o novo surto de coronavírus.

Neira recordou que as máscaras são para uso do pessoal de saúde e sublinhou que a diminuição de vítimas e contagiados que está a registar-se na China “poderá significar que a epidemia chegou ao cume e atingiu o pico epidémico”.

“Inicialmente, compravam as máscaras simples, agora já nos pediram bicos de pato e uma senhora perguntou se tínhamos FFP2. Todos os clientes nos pedem máscaras, mas é sobretudo a comunidade chinesa. Só vendemos as máscaras cirúrgicas e temos o stock esgotado”, indicou no início de fevereiro uma responsável farmacêutica de Lisboa.

Neira afirmou que a medida mais efetiva para prevenir o contágio é lavar as mãos com frequência e insistiu que não se justifica que se esgotem as máscaras e os geles desinfetantes, referindo que a situação se baseia no “medo e na angústia das pessoas”, o que deve ser evitado. A responsável explicou que o uso de máscaras é para pessoal de saúde e apelou para que se evite o uso de forma irracional.

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Análise de Mercado

DIABETES

Despesa do SNS com medicamentos duplicou em 10 anos Os encargos do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos para a diabetes duplicaram em 10 anos, tendo aumentado em 44% o consumo de fármacos para o controlo da doença. “Os encargos para o SNS passaram de 137,5 milhões de euros em 2009 para 291 milhões de euros em 2018, o que corresponde a cerca de 23% dos encargos do SNS com medicamentos dispensados em farmácia comunitária”, indica o relatório. No que respeita às insulinas duplicou e passou de uma despesa de 35 milhões de euros para 70 milhões de euros.

diabetes aumentou 44% entre 2009 e 2018. Este aumento foi mais visível nas insulinas, com um acréscimo de 72%. Esta análise conclui que o aumento da despesa e de utilização destes medicamentos nos últimos 10 anos decorre de um “maior número de doentes em tratamento, da introdução de novas classes terapêuticas, mas também de uma possível intensificação terapêutica”. Segundo o relatório há “um potencial para uma utilização mais adequada dos medicamentos para o controlo da diabetes”, fazendo uma gestão adequada dos recursos públicos.

Com base nos dados de dispensa de medicamentos nas farmácias, o uso de fármacos para controlar a

OF esclarece dispensa de MSRM sem prescrição médica A Ordem dos Farmacêuticos (OF), na sequência de uma reportagem que demonstrou que duas farmácias dispensaram um medicamento com valproato, sem prescrição médica obrigatória, condenou publicamente o ato farmacêutico, considerando-o negligente. Contudo a OF fez uma ressalta: “importa acrescentar que, em termos gerais, a inexistência de uma prescrição médica válida impede a dispensa de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM). No entanto, a lei admite a dispensa excecional, sem a apresentação da respetiva receita, em casos de força maior devidamente justificados. Embora não seja possível tipificar uma lista de situações onde a dispensa de exceção esteja justificada, vislumbram-se alguns motivos de força maior que justificam a dispensa destes fármacos”.

Exportações em saúde crescem 14,5% atingindo um máximo histórico As exportações portuguesas em Saúde atingiram um novo recorde de cerca de 1,5 mil milhões de euros, o que significa um aumento de 14,5% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Em Portugal o setor da saúde representa um volume de negócios anual na ordem dos 30 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 9 mil milhões, envolvendo perto de 90 mil empresas e empregando quase 300 mil pessoas. Neste valor de exportações estão incluídas a fabricação de produtos farmacêuticos de base, a fabricação de preparações farmacêuticas, a fabricação de equipamento de radiação e electromedicina e a fabricação de instrumentos e material médico-cirúrgico. 6


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Aprovada criação do Laboratório Nacional do Medicamento Durante as votações das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2020, foi aprovada a criação do Laboratório Nacional do Medicamento. Esta foi uma proposta do PCP, aprovada pelo PCP, PS e Bloco de Esquerda, com a abstenção do PAN, CDS-PP e Chega, enquanto o PSD e a Iniciativa Liberal votaram contra. “A criação do Laboratório Nacional do Medicamento permite ao Estado deixar de estar refém da indústria farmacêutica. É uma medida que visa salvaguardar a independência e a soberania do Estado no setor do medicamento e a concretização de uma política do medicamento centrada nos interesses públicos e dos utentes”, indica o documento dos comunistas.

Médicos já passaram mais de 213 mil receitas sem papel Mais de 213.000 receitas sem papel foram prescritas no primeiro ano de funcionamento da aplicação de Prescrição Eletrónica Médica, que tem mais de 13.000 médicos registados, segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Segundo os SPMS, a PEM Móvel tem 13.108 médicos registados. Só em janeiro deste ano, 5.912 médicos usaram esta aplicação para prescrever receitas aos seus pacientes. No total, a aplicação permitiu prescrever 213.340 receitas sem papel, num total de 478.615 embalagens de medicamentos. “Muito simples e útil nas consultas em contexto de domicílio, ou quando o médico se encontra longe do doente, a aplicação permite uma maior mobilidade e segurança ao ato de prescrever, tanto para cidadãos, como para médicos que podem prescrever receitas através do telemóvel”, lembra a SMP.

FARMACÊUTICOS

Diploma que permite obter título de especialista entrou em vigor

OF saúda conclusão da regulamentação da carreira dos farmacêuticos

O diploma que define o regime jurídico para a atribuição do título de especialista nas “carreiras farmacêutica e especial farmacêutica” entrou em vigor segundo despacho publicado em diário da República. O decreto-lei define o regime jurídico da residência farmacêutica, tendo em vista a obtenção do título de especialista na correspondente área de exercício profissional.

A Ordem dos Farmacêuticos saudou a conclusão da regulamentação da carreira dos farmacêuticos no Serviço Nacional de Saúde. “A Ordem dos Farmacêuticos saúda a publicação de um diploma estruturante para toda a profissão, que define claramente o percurso formativo pós-graduado dos farmacêuticos no seu processo de especialização”, indicam em nota divulgada.

Para efeitos da sua aplicação, são consideradas as áreas de exercício adequadas à natureza da atividade desenvolvida, nomeadamente análises clínicas, farmácia hospitalar e genética humana.

Para além disso, “a OF não pode deixar de congratular o Governo pela vontade política desde sempre manifestada para reconhecer esta diferenciação profissional dos farmacêuticos”.

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Especial Saúde

CORONAVÍRUS O que é o COVID-19? COVID-19 é o nome oficial, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada por um novo coronavírus, que pode causar infeção respiratória grave como a pneumonia. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.

O que são os coronavírus? Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia.

Este coronavírus é igual aos outros vírus? Por se tratar de um novo vírus, e segundo as últimas informações das autoridades internacionais, ainda não existem dados suficientes para um total conhecimento sobre este vírus. É necessário mais tempo de investigação para se conseguir estudar as suas características, as formas de transmissão, a gravidade das infeções que pode provocar e qual o tratamento mais adequado.

Qual é o período de incubação? A fonte da infeção é desconhecida e ainda pode estar ativa, segundo as informações publicadas pelas autoridades internacionais. A maioria dos primeiros casos estavam associados a um mercado de venda de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan. Há suspeitas que o vírus seja de origem animal, mas ainda não existem certezas, uma vez que já foram confirmadas infeções em pessoas que não tinham visitado este mercado. Existe necessidade de continuar as investigações.

Quais são os sinais e sintomas? Os sintomas são semelhantes a uma gripe, como por exemplo:

febre

cansaço

tosse falta de ar

(dificuldade respiratória)

Fonte: DGS

Em casos mais graves pode evoluir para pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e, até mesmo, levar à morte.


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Qual é a origem do COVID-19?

Wuhan

A fonte da infeção é desconhecida e ainda pode estar ativa, segundo as informações publicadas pelas autoridades internacionais. A maioria dos primeiros casos estavam associados a um mercado de venda de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan. Há suspeitas que o vírus seja de origem animal, mas ainda não existem certezas, uma vez que já foram confirmadas infeções em pessoas que não tinham visitado este mercado. Existe necessidade de continuar as investigações.

Como se transmite? As formas de transmissão ainda estão em investigação pelas autoridades internacionais. A transmissão de pessoa a pessoa foi confirmada e, geralmente, ocorre após o contacto próximo a um doente infetado.

Existe vacina para o COVID-19? Não. Sendo um vírus recente, as investigações ainda estão em curso.

Os animais domésticos podem transmitir o COVID-19? Não. De acordo com informação da Organização Mundial da Saúde, não há evidência de que os animais domésticos, tais como cães e gatos, tenham sido infetados e que, consequentemente, possam transmitir o COVID-19.

Qual é o tratamento? O tratamento para o COVID-19 é dirigido aos sinais e sintomas que os doentes apresentam.

Os antibióticos são eficazes na prevenção e no tratamento do COVID-19? Não, os antibióticos não são efetivos contra vírus, apenas bactérias. O COVID-19 é uma doença provocada por um vírus e, como tal, os antibióticos não devem ser usados para a sua prevenção ou tratamento. Não terá resultado e poderá contribuir para o aumento das resistências a antibióticos. Existem medidas que ajudam a prevenir a infeção por COVID-19 e também recomendações para os viajantes. 9

Fonte: DGS


Especial Saúde

Em que países é que se detetaram pessoas infetadas?

(última atualização: 11/03/2020)

Segundo os últimos dados disponibilizados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças os países onde foram reportados casos confirmados são:

Ásia Afeganistão Albânia Arménia Arábia Saudita Azerbaijão Bangladesh Barém Brunei Butão Camboja Catar China Coreia do Sul Emirados Árabes Unidos Filipinas Geórgia Hong Kong Índia Indonésia Iraque Irão Israel Japão Jordânia Kuwait Líbano Macau Maldivas Malásia Mongólia Nepal Omã Palestina Paquistão São Bartolomeu Singapura Ski Lanka Tailândia Taiwan Vietname Fonte: DGS

Europa Alemanha Andorra Áustria Bielorrússia Bulgária Bélgica Bósnia e Herzegovina Chipre Croácia Dinamarca Eslováquia Eslovénia Espanha Estónia Finlândia França Gibraltar Grécia Hungria Ilha de San Martino Ilhas Faroe Irlanda Islândia Israel Itália Letónia Lieschenstein Lituânia Luxemburgo Macedónia do Norte 10

Malta Moldávia Mónaco Noruega Países Baixos Polónia Portugal Reino Unido República Checa Roménia Rússia San Marino Suécia Suíça Túrquia Ucrânia Vaticano

América

África Algéria Burkina Faso Camarões Egito Marrocos Nigéria Senegal Togo Tunísia África do Sul

Argentina Brasil Canadá Chile Oceânia Colômbia Costa Rica Austrália Equador Nova Zelândia Estados Unidos da América Honduras Jamaica México Panamá Paraguai Peru República Dominicana


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Já aconteceu algum surto com coronavírus em anos anteriores? Sim. Em anos anteriores foram identificados alguns coronavírus que provocaram surtos e infeções respiratórias graves em humanos. Exemplos disto foram: • Entre 2002 e 2003 a síndrome respiratória aguda grave (infeção provocada pelo coronavírus SARS-CoV) • Em 2012 a síndrome respiratória do Médio Oriente (infeção provocada pelo coronavírus MERS-CoV)

Portugal Casos confirmados

61

Casos em análise

83

Casos em vigilância

3066

(última atualização: 11/03/2020)

Recomendações da DGS • Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24); • Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo; • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse; • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool; • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir; • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos; • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); • Evitar o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos; • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra. 11

Fonte: DGS


Indústria Farmacêutica

SNS

Dívidas dos hospitais públicos aos fornecedores diminuiu 474 M€ Em dezembro, o Estado baixou significativamente o valor das faturas de medicamentos e de dispositivos médicos por pagar, que estava a subir desde julho, com um pico em novembro. Tem sido uma prática corrente dos governos saldarem contas nos finais do ano, mas mesmo assim, 52% dos 849,6 milhões de euros em falta é dívida vencida, ou seja, já passou o prazo para pagamento. O acumular de dívida pelo Serviço Nacional de Saúde não só eleva a despesa pública porque as empresas incorporam no preço os longos tempos de espera para receberem do Estado, como tem sido um bom negócio para as financeiras. As dívidas dos hospitais públicos aos fornecedores de medicamentos e às empresas de dispositivos médicos reduziram-se em 474 milhões de euros, em dezembro, para os 849,6 milhões de euros, face a novembro, segundo dados do sector.

Hospital de Leiria estuda desenvolvimento de medicamentos inovadores O Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria está a desenvolver estudos de fármacos inovadores em diferentes áreas. O coordenador do Centro de Investigação, João Morais, revelou que estão a decorrer 21 ensaios clínicos e estudos observacionais com medicamentos e/ou dispositivos médicos, no âmbito dos serviços de Cardiologia, Oftalmologia, Medicina 1, Neurologia, Gastroenterologia, Psiquiatria e Saúde Mental, Endocrinologia, Dermatologia e Pediatria. Tratamentos para a diabetes, insuficiência cardíaca após enfarte do miocárdio, esclerose múltipla, deficiências oculares, tumores na pele, dermatite atópica e doença inflamatória intestinal estão entre os estudos desenvolvidos no CI, que ontem comemorou cinco anos de existência.

Sanofi estabelece parceria com a Google A multinacional farmacêutica Sanofi e a Google estabeleceram uma parceria através de “um novo laboratório virtual de inovação com o Google com a ambição de transformar radicalmente a forma como futuros medicamentos e serviços de saúde são entregues aos pacientes”, revela Isabelle Vitali, Head of Inovation Center da Sanofi. “A colaboração visa mudar a forma como a Sanofi desenvolve novos tratamentos e estará concentrada em três objetivos principais: entender melhor pacientes e doenças, aumentar a eficiência operacional da Sanofi e melhorar a experiência dos pacientes e clientes da Sanofi”. A Sanofi e o Google querem usar a análise de dados para entender melhor as principais doenças extrair informações relacionadas com os doentes. “Isso permitirá à Sanofi pesquisar e desenvolver abordagens mais personalizadas para o tratamento e identificar tecnologias associadas para melhorar os resultados de saúde”, sublinha Isabelle Vitali. 12


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Indústria Farmacêutica

BACTÉRIAS RESISTENTES

Cientistas identificam dois novos antibióticos promissores Cientistas identificaram no Canadá um grupo de antibióticos que mata bactérias de uma forma diferente e que pode ser promissor para combater as resistências. Os antibióticos em causa são o “corbomycin”; e o ”complestatin”, que pertencem à família dos antibióticos glicopéptidicos. Numa experiência com ratinhos, cujos resultados foram publicados na revista científica Nature, a equipa de cientistas verificou que a administração dos dois antibióticos, que atuam na parede celular da bactéria impedindo o seu crescimento, trava infeções causadas pela “Staphylococus aureus”, conhecida por ser uma bactéria resistente aos habituais antibióticos. Ao contrário do efeito produzido por outros antibióticos, como a penicilina, que mata as bactérias evitando a formação das paredes celulares, estes dois antibióticos impedem a divisão e o crescimento celular das bactérias bloqueando o rompimento das paredes das células.

Canábis: Primeira fábrica investiu mais de um milhão de euros A EXMceuticals já iniciou as atividades de investigação e desenvolvimento na área da produção de ingredientes para a produção de medicamentos à base de canábis em Portugal, mais especificamente no TECLabs da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, depois de ter recebido, em novembro de 2019, uma licença para importar, pesquisar e purificar canabinóides, entre outras atividades de pesquisa e desenvolvimento. Paulo Martins foi apontado para chefe de operações da farmacêutica, dando nota de que a aposta em Portugal se traduziu num investimento de mais de um milhão de euros com as atividades de R&D, só em 2019, adicionando-se também a abertura de escritório na Expo e na área industrial em Setúbal. Para este ano, Paulo Martins anunciou que a EXMceuticals tem em fase de estudo e projeto, “o layout para a primeira unidade industrial de produção de última geração de ingredientes canabinóides de grau farmacêutico, em conformidade com as boas práticas de fabricação da União Europeia com a mais avançada tecnologia na produção de cannabis farmacêutica, destinada a suprir as necessidades do mercado farmacêutico”. 14


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Ipsen Ibéria tem novo diretor na Unidade de Negócio de Oncologia Carlos Reboll, licenciado em Ciências Físicas e com um MBA pela IESE Business School, foi o escolhido para ser o novo diretor da Unidade de Negócio de Oncologia da Ipsen Ibéria. Iniciou a sua carreira na indústria farmacêutica como Product Manager e Senior Product Manager na Lilly e na Bristol-Myers Squibb. Em seguida passou pela Novo Nordisk onde ocupou os cargos de Marketing Manager e European Brand Lead. Desempenhou as funções de Head of Marketing of Hematology em Baxalta e de Head of Business Planning & Operations na Shire. Antes de chegar à Ipsen, esteve na Takeda, como Business Unit Director Neuroscience. “Ser o responsável por ambos os mercados é um desafio que encaro com grande entusiasmo e responsabilidade. Orgulho-me de contribuir para consolidar esta unidade de negócio e para melhorar a vida dos pacientes com cancro”, indica Carlos Reboll.

ARTRITE PSORIÁTICA

Tratamento da Abbvie atinge objetivos em estudo de fase 3 A AbbVie anunciou novos dados do estudo SELECT-PsA 1, um estudo de Fase 3 na artrite psoriática. Neste estudo, ambas as doses de upadacitinib alcançaram o objetivo primário de resposta ACR20 à semana 12, comparativamente com placebo, em doentes adultos com artrite psoriática ativa que tiveram uma resposta inadequada ou são intolerantes a um ou mais fármacos antirreumáticos modificadores da doença não biológicos. Comparativamente com placebo, upadacitinib também demonstrou melhorias significativas nos sinais e sintomas da doença em diversos objetivos secundários. Upadacitinib, um inibidor de JAK seletivo e reversível, descoberto e desenvolvido pela AbbVie, está a ser estudado como terapêutica de toma diária única na artrite psoriática e em várias doenças inflamatórias imunomediadas. Upadacitinib não está aprovado na artrite psoriática e a sua segurança e eficácia não foram ainda estabelecidas pelas autoridades regulamentares.

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Indústria Farmacêutica

Coronavírus Farmacêutica envia primeira vacina experimental a investigadores dos EUA A farmacêutica Moderna Inc. enviou o primeiro lote da sua vacina experimental contra o novo coronavírus a investigadores do governo dos Estados Unidos da América, que farão os primeiros testes em humanos. O objetivo é verificar se a vacina da empresa norte-americana pode ajudar a suprimir a epidemia originária da China. Segundo um comunicado da farmacêutica, o laboratório enviou na semana passada frascos de vacinas desde a sua fábrica em Norwood, Massachusetts, para o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas em Bethesda, Maryland, disse a companhia. O instituto espera que nos finais de abril comece um ensaio clínico a 20 a 25 voluntários saudáveis, que vai testar se duas doses de vacinas são seguras e induzem uma resposta imune que provavelmente proteja contra a infeção, disse o diretor do instituto, Anthony Fauci.

Tratamento da malária pode ser eficaz Um tratamento com cloroquina, geralmente utilizado para combater a malária, mostrou sinais de eficácia contra o coronavírus, afirmou Didier Raoult, diretor do Instituto Mediterrâneo de Infeções em Marselha, sul da França, com base nos resultados de um estudo clínico chinês. “Sabíamos que a cloroquina era eficaz in vitro contra o novo coronavírus e a avaliação clínica realizada na China confirmou”, explica o professor Raoult, um renomado especialista em doenças infeciosas. “Finalmente, esta infeção é talvez seja a mais simples e a mais barata para curar entre todas as infecções virais”, afirmou o diretor do instituto hospitalar universitário muito envolvido na deteção do novo coronavírus em França.

Fármaco usado para tratar SIDA está a ser testado O Kaletra, uma combinação de dois medicamentos de combate ao VIH, tem sido usado, num ensaio clínico, em pacientes internados desde dia 18 de janeiro, na China.

China prevê testar vacina em humanos já em abril

A meta é testá-lo em cerca de 200 doentes, cujo estado de saúde será detalhadamente monitorizado durante o processo de tratamento. Os resultados serão depois comparados com os de pessoas com o mesmo grau de doença que não receberam o medicamento.

A China poderá lançar no final de abril os primeiros testes em humanos de vacinas contra o novo coronavírus (COVID-19). Investigadores de todo o mundo trabalham para desenvolver tratamentos destinados a lutar contra a doença COVID-19, que emergiu em dezembro no gigante asiático.

Para já, não existem fármacos com eficácia comprovada para o tratamento da nova infeção, e os que foram usados durante os surtos de coronavírus anteriores (SARS, em 2002, e MERS, em 2012) não servem para tratar os pacientes afetados.

“Várias equipes de investigação recorrem a diferentes técnicas para conceber uma possível vacina”, afirmou o vice-ministro de Ciência e Tecnologia, Xu Nanping. “A primeira deve ser submetida a testes clínicos até ao final de abril”, avançou hoje em conferência de imprensa em Pequim. 16



Cooprofar

7.850€ para a Operação Nariz Vermelho A Cooprofar promoveu em conjunto com várias Farmácias, durante a época Natalícia, uma campanha de angariação de fundos para a Operação Nariz Vermelho. A grande adesão das Farmácias, aliada à sua proximidade junto dos seus clientes, foi um contributo fundamental para a visibilidade e notoriedade da campanha, que alcançou os objetivos desejados. Fazendo agora o balanço final da campanha e agradecendo desde já a todos os que nos ajudaram a levar alegria às crianças hospitalizadas, é com muito gosto que transmitimos que alcançamos os nossos objetivos.

Muito obrigado a todos os envolvidos!

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Breves DEMÊNCIA Atinge mais mulheres na Europa

URGÊNCIAS Hospitais públicos com maior adesão do que privados

Quando têm uma situação de urgência, os portugueses recorrem quatro vezes mais aos hospitais públicos do que aos privados ou, sequer, aos centros de saúde e USF, confirma a sondagem do ISCTE e ICS dedicada a perceber a avaliação feita ao estado da Saúde em Portugal.

ANTIBIÓTICOS Identificado antibiótico promissor

Cientistas identificaram no Canadá um grupo de antibióticos que mata bactérias de uma forma diferente e que pode ser promissor para combater as bactérias que desenvolvem resistência a estes medicamentos.

CANCRO Crescimento significativo

O número de pessoas com cancro e com diabetes em simultâneo vai crescer “significativamente num futuro próximo”, estimam peritos internacionais, que pedem uma ação conjunta que trave “o rápido aumento” destas doenças.

CANCRO DO PULMÃO Desconhecimento por parte dos Portugueses

Metade dos inquiridos num estudo sobre o cancro do pulmão reconhece ter “pouco ou nenhum conhecimento” sobre os diferentes tipos de tratamentos existentes para este tumor, que matou mais de 4.600 portugueses em 2018.

DOENÇAS CARDIOVASCULARES Doentes não alteram comportamentos

Um estudo europeu que envolveu seis países, entre os quais Portugal, concluiu que uma percentagem significativa de doentes não muda os seus comportamentos depois de sofrer um enfarte do miocárdio e/ou um acidente vascular cerebral.

A demência atinge na Europa cerca de 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens, segundo dados divulgados num relatório da Alzheimer Europe. “As mulheres continuam a ser desproporcionalmente afetadas pela demência: 6.650.228 mulheres para 3.130.449 homens”.

Portugal vai ultrapassar tendência Europeia

O número de pessoas com demência em Portugal em 2050 será mais do dobro do que atualmente, atingindo 3,82% da população, valores que ultrapassam a tendência europeia.

FORMAÇÃO COOPROFAR O impacto da evolução do COVID-19 (SARS-CoV-2) determinou que a Organização Mundial de Saúde* considerasse esta situação uma Emergência Internacional de Saúde Pública, decretando o nível máximo de alarme. Considerando também, as situações de doença ocorridas na Europa, e confirmadas também em Portugal, que têm evoluído a um ritmo elevado, a Cooprofar decidiu agir com Prudência, com o propósito de minimizar potenciais situações de contágio, suspendendo as ações de formação agendadas até ao dia 3 de abril. O nosso entendimento é de que as empresas têm um papel fulcral a desempenhar na proteção da Saúde e Segurança dos seus Colaboradores, Parceiros, Clientes e de todos os Formandos que participam nas nossas ações. Esta medida preventiva manter-se-á enquanto os riscos para a Saúde Pública a justificarem.

Poderá consultar a lista de bónus em www.cooprofar.pt ou através da leitura deste código QR Code.

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Acompanharemos continuamente a evolução desta situação e, se necessário, efetuaremos novas comunicações. Assumimos desde já o compromisso de reagendar as ações suspensas logo que existam condições para tal.



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