My Cooprofar Janeiro 2019

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janeiro 2019

04. Análise de Mercado

SNS precisa de mais 140 farmacêuticos 08. Especial Saúde

Sarampo

11. Indústria Farmacêutica

O impacto dos genéricos 13. Especial Cooprofar

Revisão anual de preços 27. Breves

Hepatite C: especialistas apelam ao teste


ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS E MEDICAMENTOS INJETÁVEIS atualização

22 de Fevereiro,das 14h30 às 19h00 Cooprofar - Gondomar Propina 90€ Oradores: Dra. Rita Resende, Dra. Raquel Fernandes Informação Este curso destina-se apenas a Licenciados em Ciências Farmacêuticas. Deverá frequentar este curso se estiver a terminar os 5 anos da frequência do último curso. Ao caducar a competência atribuída, consideram-se 3 meses como período limite para a frequência e conclusão com aproveitamento da formação de atualização. Após esse período de 3 meses, o farmacêutico(a) deverá frequentar a formação inicial. Este curso é valido por um período de 5 anos. Para a atribuição da competência pela Ordem dos Farmacêuticos, deverá também frequentar o Curso de Suporte Básico de Vida ou Suporte Básico de Vida e DAE, válido também por cinco anos. A competência caducará assim que atingida a data limite de validade de uma das formações acima referidas. (conforme Regulamento da Ordem dos Farmacêuticos).

Foi Solicitada a Acreditação à Ordem dos Farmacêuticos

cooprofar.19


Prof. Doutor Delfim Santos Presidente da Direção

EDITORIAL

2019: entrar com o pé direito! 2019 chegou! Para o Grupo Cooprofar-Medlog, será mais um ano para ultrapassar novos desafios e para concretizar sucessos, continuando a acrescentar valor ao negócio dos nossos clientes e parceiros, mantendo com estes uma relação de proximidade, sempre em estreita cooperação e partilha. Esta sinergia tem estado na base dos resultados positivos que têm vindo a ser em conjunto alcançados. Por isso, em 2019, a Cooprofar assume o compromisso de continuar a consolidar e acarinhar estes laços, para que se mantenham fortes e resilientes, capazes de superar os obstáculos que este novo ano levantará. Assentando a nossa atividade na experiência e no conhecimento do mercado, é com renovada ambição que iremos procurar soluções cada vez mais inovadoras e sustentáveis para valorizar o negócio da Farmácia. Com este propósito e orientação para uma permanente melhoria, vamos continuar a projetar a Farmácia do futuro, equipada e dotada de ferramentas e competências que potenciem a sua rentabilidade e permitam gerar mais valias de forma sustentada. Encaramos 2019 com muita confiança, motivados para continuar a crescer em conjunto, contando com o compromisso dos nossos clientes e parceiros para concretizar este desígnio.

FICHA TÉCNICA

Administração e propriedade: Cooprofar Rua José Pedro José Ferreira, 200-210 4424-909 Gondomar T 223 401 000 | F 223 401 050 cooprofar@cooprofar.pt www.cooprofar.pt Direção: Delfim Santos Coordenação Editorial: Natércia Moreira Publicidade: assessoria@cooprofar.pt | T 223 401 021 Design/Paginação: Porto de Comunicação Distribuição: Gratuita Publicação: Mensal Tiragem: 1500 ex. Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.


Análise de Mercado CRESCIMENTO FACE AO PERÍODO HOMÓLOGO Crescimento Mercado novembro 2018 vs. mês homólogo

12 10 8

10%

3,9

3,2

3,6

3,1

2,7

Viseu

Vila Real

0,3

Setúbal

Açores

0,4

Mercado Total

2,9

Santarém

Portalegre -0,8

2,2

Madeira

Lisboa

0,2

Leiria

Coimbra

-1,3

3,2

Viana do Castelo

-6

Bragança

-4

Castelo Branco

-2

Beja

2 % 0

3,1

2,6

Porto

3,7

3,2

Guarda

3,0

Évora

2,3

Faro

2,1

DEZ

NOV

-3,1

3,7

Braga

-3,9

SET

MAI

2,6 JUL

-3,2

ABR

FEV

JAN

-5%

4 2,7 OUT

3,7

AGO

4,9

JUN

3,9

6

7,8

6,4 MAR

5%

Aveiro

9,7

-10% -8

Pneumonia: nova vacina mais barata a partir de Março A Pneumovax 23, a nova vacina contra a pneumonia, com um valor mais baixo para os utentes só estará disponível nas farmácias em março, apesar da promessa para abril de 2018. Deverá custar 25.81€ e está a ser negociada uma comparticipação do Serviço Nacional de Saúde de 60%, o que significa que os utentes que não tiverem direito a ela gratuitamente pagam 10.30€.

Gripe: 1.3 milhões maiores de 65 anos já se vacinaram Mais de 1.3 milhões de portugueses com 65 ou mais anos já se vacinaram contra a gripe sazonal, representando dois terços do universo estimado, segundo dados do “Vacinómetro”. Lançado em 2009, o “Vacinómetro” monitoriza em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde.

Fonte da Merck Sharp & Dohme (MSD) explica que a comercialização deverá ser iniciada "de forma faseada, durante o primeiro trimestre de 2019, dada a quantidade de doses" que tem para disponibilizar. Segundo o laboratório, a Pneumovax 23 "sofreu uma maior procura, uma vez que a Pneumo23 (que custava 12.61€ aos utentes) deixou de ser comercializada e a MSD teve de se preparar para abastecer a totalidade das necessidades do mercado".

De acordo com os resultados da terceira avaliação já foram vacinados 1.333.357 portugueses com 65 ou mais anos (65.5% do universo estimado) e 241.184 portugueses com idades entre os 60 e os 64 anos (33.1%).

Segundo o lnfarmed, esta vacina "está em processo de avaliação de pedido de comparticipação", mas que "já detém autorização de introdução no mercado". Ou seja, o laboratório já poderia disponibilizar a vacina para ser vendida nas farmácias, que atualmente só têm a Prevenar 13, que custa 59€ com comparticipação, pagando o utente 37 euros.

Os dados indicam ainda que já foram vacinados contra a gripe sazonal 54.8% dos doentes crónicos e metade dos profissionais de saúde. No total, mais de metade da população estimada (51.5%) já foi vacinada desde 15 de outubro, quando começou a campanha de vacinação, sendo a maioria mulheres (54.1%). 4


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Atrofia Muscular Espinal: 10M€ anuais para medicamento

Novas vacinas só com aval da DGS

O Governo aprovou um financiamento de 10 milhões de euros por ano para o “primeiro medicamento” destinado a tratar “várias dezenas de doentes” com atrofia muscular espinhal. O Ministério da Saúde esclareceu que em causa está “o medicamento Spinraza”, que vai poder ser utilizado pelos “doentes dos tipos I, II e III” que padecem desta doença.

Numa decisão sem precedente, o Parlamento aprovou, sem consultar os peritos, três novas vacinas para administração universal, mas a decisão não irá avante sem o aval da Comissão Nacional de Vacinação da Direção-Geral da Saúde. Especialistas em Direito Administrativo afirmam que a norma não é válida. Além do legislador ter desrespeitado os procedimentos, ao não ouvir os especialistas, a medida carece de requisitos técnico-científicos que apenas as entidades competentes podem formular num parecer positivo.

“A aprovação deste medicamento antecipa e alarga a proposta aprovada no parlamento em sede de Orçamento do Estado, que determina o tratamento de todos os doentes de tipo I e II nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde”, realçou o ministério.

Mas mesmo que os procedimentos tivessem sido respeitados, a aplicabilidade da medida nunca seria imediata. “Só será aplicável se existir uma aprovação definitiva da DGS, que definirá as condições em que será aplicada.” Isto é, as crianças abrangidas, o número de doses a administrar ou o calendário de vacinação, por exemplo.

“A equidade no acesso a este tratamento fica garantida, bem como a monitorização contínua da sua efetividade pelo Infarmed, à semelhança do que aconteceu com a hepatite C e através de financiamento centralizado”, considerou o organismo governamental.

VIH: autotestes à venda nas farmácias este ano Entrar numa farmácia, comprar um teste do VIH sem apresentar receita e depois fazê-lo em casa vai ser possível já a partir do início de 2019. O autoteste é o próximo passo do projeto que disponibilizou, pela primeira vez, testes rápidos ao VIH e à hepatite C nas farmácias. O projeto-piloto arrancou a 10 de outubro em Cascais, com testes feitos por farmacêuticos. Num mês, foram realizados 130.

SNS precisa de mais 140 farmacêuticos

Para já, o teste é gratuito. Mas a ideia é alargar o projeto ao resto do país e aí poderá passar a ter um custo. O objetivo é fazer formação a mais profissionais para se estender a outras farmácias em outras zonas do país. Até agora, foram formados 28 farmacêuticos de Cascais, mas fonte da Ordem dos Farmacêuticos revelou que haverá um quadro formativo referencial pelo qual entidades externas e a própria Ordem, através das secções regionais, poderão promover formações.

O Serviço Nacional de Saúde precisa de mais 5.500 médicos, 30.000 enfermeiros e de 140 farmacêuticos para os hospitais, segundo um retrato apresentado pelas ordens profissionais. Relativamente aos farmacêuticos, a Ordem afirma que faltam nas farmácias hospitalares pelo menos 140 profissionais, a que acrescem naqueles serviços 140 técnicos de diagnóstico e terapêutica em falta e também entre 60 a 70 assistentes operacionais. Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, lembrou ainda a importância das carreiras para os profissionais de saúde, salientando que a dos farmacêuticos ainda não avançou na prática.

Os testes de autodiagnóstico estão disponíveis nas farmácias de Espanha desde o início do ano, mas também em França, Bélgica, Itália ou Reino Unido. Custam entre 20 e 35 euros. Mais de metade dos novos diagnósticos de VIH são tardios e isso acontece, maioritariamente, nos heterossexuais.

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Análise de Mercado

Medicamentos à base de canábis: regulamentação aprovada O quadro legal para utilização de canábis na preparação de medicamentos foi aprovado em Conselho de Ministros, que explica que a regulamentação teve por base os programas já existentes noutros países.

nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia”. A regulamentação, acrescenta, foi baseada numa “análise pormenorizada dos Programas de Canábis Medicinal já existentes em outros Estados-membros da União Europeia, nomeadamente na Dinamarca, Holanda e Itália, bem como a avaliação da sua exequibilidade na realidade nacional”.

De acordo com o comunicado, o Governo aprovou um decreto-lei que “estabelece o quadro legal para a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais,

Estado gastou 2.2 mil milhões de euros com medicamentos

O

Serviço Nacional de Saúde gastou 2.2 mil milhões de euros com medicamentos em 2017, de um orçamento global de 9.3 mil milhões de euros, o que corresponde a 1.18% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a Estatística do Medicamento e Produtos de Saúde 2017, divulgada pelo Infarmed, o SNS continua a ser o maior cliente, dominando 74.9% do mercado dos 16.976 medicamentos com autorização de venda, dos quais 10.002 são comparticipados, especialmente os que tratam doenças cardiovasculares e do sistema nervoso central. De 2016 para 2017 surgiram mais 33 empresas farmacêuticas, para um total de 463, mais 20 armazéns de medicamentos (499) e mais 21 locais de venda de medicamentos sem receita médica (1.242), segundo os dados disponíveis. O número de farmácias também aumentou, passando de 2.774 para 2.805, das quais 1.009 estão concentradas na região de Lisboa e Vale do Tejo, assim como o número de farmacêuticos subiu de 9.338 para 9.369. Nos números encontra-se uma diminuição do número de habitantes por farmácia, que passou de 3.536 em 2016 para 3.491 em 2017.

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Especial Saúde

Sarampo

O sarampo é uma infeção provocada por um vírus. É uma das infeções mais contagiosas e transmite-se de pessoa para pessoa, por via aérea, através de gotículas ou aerossóis de indivíduos infetados, por exemplo, com tosse ou espirro. Habitualmente a doença é benigna, mas em alguns casos pode ser grave ou levar à morte.

A

vacinação é a principal medida de prevenção. É gratuita e está disponível para todas as pessoas em Portugal. O Programa Nacional de Vacinação recomenda a vacinação com duas doses, aos 12 meses e aos 5 anos de idade. As pessoas não vacinadas e que nunca tiveram sarampo têm uma elevada probabilidade de contrair a doença se forem expostas ao vírus.

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Principais Sintomas O período de contágio pode ocorrer desde 4 dias antes e até 4 dias após o início da erupção cutânea. Em doentes imunocomprometidos, este período pode ser mais prolongado.

A doença manifesta-se inicialmente com febre e mal-estar, seguido de rinite, conjuntivite e tosse. De seguida e, em algumas situações, podem surgir uns pontos brancos no interior da bochecha, cerca de 1-2 dias antes do aparecimento da erupção cutânea. Esta fase é caraterizada pelo aparecimento de manchas, que se iniciam na face e depois se espalham para o tronco e para os membros, acompanhadas de febre alta e prostração.

Tratamento Não existem medicamentos específicos para tratar o sarampo. O objetivo do tratamento é proporcionar conforto e alívio até os sintomas desaparecerem, o que demora cerca de duas a três semanas. Assim, é importante controlar a febre e as dores musculares, recorrendo a acetaminofeno, paracetamol ou ibuprofeno, repouso, ingestão de muitos líquidos, uso de humidificadores para alívio da tosse e suplementação em vitamina A. Os antibióticos não são eficazes contra o vírus do sarampo, mas são prescritos pelo médico para tratar as complicações, como pneumonia e otite, se ocorrerem.

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Especial Saúde

Perigos do Sarampo Em crianças e adultos saudáveis e bem nutridos, o sarampo raramente é grave. No entanto, pode complicar-se com infeções bacterianas como uma pneumonia ou com uma infeção no ouvido médio.

Muito raramente, o número de plaquetas no sangue pode diminuir, surgindo hematomas e hemorragias. A infeção cerebral (encefalite) é uma complicação grave que ocorre em cerca de 1 em cada 1000 ou 2000 casos, causando febre alta, convulsões e coma, normalmente entre 2 dias e 3 semanas depois de a erupção ter aparecido. Esta encefalite pode ser breve, recuperando ao fim de aproximadamente uma semana, ou pode causar danos cerebrais ou até a morte.

Sarampo em números Entre 2000 e 2017, as mortes por sarampo reduziram-se em 80%, devido ao investimento em vacinação. A estimativa é de que tenham sido evitadas mais de 21 milhões de mortes. Em 2000, a percentagem de crianças no mundo inteiro, que tinha recebido a primeira dose da vacina aos 12 meses, situava-se nos 72%. Em 2017, esse número subiu para os 85%. Apesar de tudo, em 2017 registaram-se 110.000 mortes por sarampo, a nível mundial.

Vacina do Sarampo: várias zonas do país com cobertura insuficiente

Portugal tem uma elevada taxa de imunização contra o sarampo, que ronda os 95%. Por este motivo, não há razões para temer uma grande epidemia de sarampo.

O Conselho Nacional de Saúde identificou várias zonas do país onde é "insuficiente" a cobertura vacinal contra o sarampo aos seis anos de idade, nomeadamente no Algarve.

C

ontudo, entre outubro de 2017 e o final de 2018, foram registados mais de 60.000 casos de sarampo na Europa, incluindo mais de 180 casos em Portugal, de acordo com os números oficiais da Organização Mundial de Saúde. Segundo a OMS, este surto deveu-se a uma cobertura vacinal abaixo do recomendável em muitos países. Segundo um estudo do Centro Europeu de Controlo de Doenças, apenas quatro países europeus têm taxas de cobertura vacinal de pelo menos 95%, e entre eles está Portugal, a par com a Suécia, Hungria e Eslováquia.

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O relatório “Gerações Mais Saudáveis” indica que, numa análise do Programa Nacional de Vacinação em 2017, existem “vários agrupamentos de centros de saúde com cobertura vacinal insuficiente” no que se refere à vacina do sarampo aos seis anos idade, sendo que a segunda dose da vacina deve ser administrada quando a criança tem 5 anos. “Este elemento ganha relevância se for tida em conta a intensa atividade epidémica do sarampo na Europa, facto que, nos últimos dois anos, foi responsável por três surtos de sarampo em Portugal”, indica o documento divulgado.


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MEDICAMENTOS INOVADORES

Infarmed indeferiu 391 pedidos de autorização de utilização excecional

(AUE), mais 307% do que no mesmo período do ano passado (96 indeferimentos). Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, a diminuição "não significa necessariamente que o Infarmed tenha autorizado menos pedidos", realçando que se deve, entre outros fatores, ao esforço no cumprimento dos prazos de avaliação, que diminuem a necessidade de pedidos de AUE. Até ao início de novembro, foram aprovados 23 novos fármacos, cinco na área oncológica. Em 2017, foram 60.

O Infarmed está a reprovar cada vez mais pedidos dos hospitais para utilização excecional de medicamentos inovadores que ainda não são comercializados no país. De janeiro a outubro último, foram indeferidos 391 pedidos de autorização de utilização excecional

Governo defende regulamentação internacional dos preços Ramos, à margem da conferência "Medicamentos Enfrentando os Desafios: Equidade, Sustentabilidade e Acesso", que decorreu em Lisboa.

O Ministério da Saúde defendeu que a forma de equilibrar os elevados preços dos medicamentos inovadores passa por regulamentação internacional para aumentar a transparência do setor e garantir o acesso a todos.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde adiantou que, “há um conflito entre as empresas que comercializam esses produtos e que, natural e legitimamente, tentam maximizar os seus lucros com os sistemas de saúde, que têm que tornar esses produtos acessíveis a toda a população, e esse é um peso muito grande que é preciso tentar minimizar e gerir da melhor forma possível”.

“Estaremos provavelmente a pagar demais por esses medicamentos, mas a forma de equilibrar passa por uma colaboração multinacional e, nomeadamente, por organismos como a Organização Mundial da Saúde e a União Europeia tomarem decisões no sentido de, por exemplo, aumentar a transparência de todo este setor”, disse Francisco

Negócios no setor da saúde atingiram 6M€ em 13 anos

Os dados da Autoridade da Concorrência (AdC) confirmam o estado de crescimento deste ramo da economia. Desde 2010, houve 53 operações comunicadas e apreciadas pelo regulador, 32 delas ligadas ao setor farmacêutico. As outras dizem respeito a compras de hospitais e clínicas, que ocupam a maior fatia dos negócios da saúde. É de referir que a AdC apenas aprecia as operações com empresas que faturem mais de cinco milhões por ano ou 100 milhões no conjunto das partes envolvidas.

Os negócios em Portugal de compra e venda no setor privado da saúde atingiram um valor aproximado de seis mil milhões de euros entre 2005 e 2018. A cifra tornada pública pelas partes cobre perto de duas dezenas de operações e ronda os dois mil milhões de euros.

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Indústria Farmacêutica

Indústria Farmacêutica regista 216 milhões em apoios Em três anos, os apoios da indústria farmacêutica e de dispositivos médicos aos profissionais e organizações que trabalham no setor da Saúde foram de 216 milhões de euros. Este ano, os patrocínios estão a baixar face aos dois anos anteriores, mas até ao final de novembro totalizaram 59 milhões de euros.

GSK e Pfizer unem-se para criar uma nova empresa A britânica GlaxoSmithKline (GSK) chegou a acordo para criar uma joint venture com a Pfizer, no mais recente negócio no setor farmacêutico.

O impacto dos Genéricos

A GSK terá uma posição maioritária de 68% neste consórcio. O negócio está avaliado em torno dos 12.7 mil milhões de dólares, isto é, cerca de 11.1 mil milhões de euros no câmbio atual. A expectativa é que esta nova empresa entre em bolsa dentro de três anos.

Os genéricos são uma parte cada vez mais integrante do sistema de saúde desde a sua implementação. A sua adoção aumenta paulatinamente e tem reflexos positivos, tanto no acesso aos doentes como no crescimento da indústria farmacêutica.

Esta operação vai criar o maior fornecedor de fármacos de venda livre, ficando com uma quota de mercado de 7.3%, à frente do segundo concorrente que tem uma quota de 4.1%. Esta nova companhia vai ser líder em áreas como: alívio de dores, suplementos vitamínicos, saúde digestiva, cuidados de pele e saúde oral. Com a conclusão do negócio, a GlaxoSmithKline vai dividir-se em duas: uma companhia focada no consumidor e outra em medicamento e vacinas.

O impacto direto nas contas do Serviço Nacional de Saúde, que já permitiu poupanças de milhões, é também parte do crescimento da compra de genéricos. No primeiro trimestre de 2018, 48.2% dos medicamentos vendidos em Portugal foram genéricos, valor recorde e que representa uma subida de 1.2% em relação ao passado, de acordo com o Infarmed. O Serviço Nacional de Saúde, como resultado da maior adoção, dos últimos anos, de medicamentos genéricos, poupou cerca de 1.3 milhões de euros, já que o preço dos medicamentos genéricos é substancialmente mais baixo. Atualmente, 80% do mercado dos genéricos é dominado pelas cinco principais empresas do setor, com o top 3 a controlar praticamente 50%.

Centro de investigação internacional contra a resistência a antibióticos A ministra da Saúde dinamarquesa, Elle Trane Norby, assinou em Seattle, uma declaração de intenções com uma rede de laboratórios farmacêuticos para criar o centro internacional para combater a resistência aos antibióticos. O futuro “Centro Internacional para Soluções Interdisciplinares sobre Resistência aos Antibióticos”, financiado pela Dinamarca e por capital privado, deverá abrir este ano e criar cerca de 500 postos de trabalho. As infeções resistentes a antibióticos são um problema global, que afeta sobretudo os países mais desenvolvidos. Segundo os dados, cerca de 33 mil pessoas morrem anualmente na Europa devido às resistências antimicrobianas.

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Especial Cooprofar

Sistema Europeu de Verificação de Medicamentos em Portugal Serialização, Codificação e Rastreabilidade

num setor que se rege por permanentes preocupações no domínio da sua sustentabilidade.

Decorrerá já no início do primeiro trimestre de 2019, concretamente no dia 9 de fevereiro, a entrada em vigor do Regulamento que complementa a Diretiva 2001/83/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, estabelecendo regras pormenorizadas para os dispositivos de segurança que passarão a figurar nas embalagens dos medicamentos para uso humano, as quais visam impedir a introdução na cadeia de abastecimento legal, de medicamentos falsificados.

Esses requisitos incluem a verificação obrigatória de cada embalagem dispensada em farmácias e hospitais e uma série de obrigações para os participantes da cadeia do medicamento, incluindo os distribuidores por grosso. As atividades inerentes à adaptação dos processos, quer informáticos, quer operacionais, há muito que se encontram em marcha. Apesar de todo o trabalho de planeamento e dos desenvolvimentos implementados, a partir do dia 9 de fevereiro colocar-se-ão a todos, Cooprofar e seus clientes, alguns desafios, que serão positivamente ultrapassados, com a colaboração de todos.

Pese embora não haja registo de casos de falsificação no circuito legal do medicamento em Portugal, a partir desta data, todo o setor do medicamento, incluindo a distribuição farmacêutica, terá que cumprir os requisitos estabelecidos na legislação Europeia sobre Medicamentos Falsificados, criando-se assim uma pressão adicional

Revisão anual de preços

Para o ano de 2019, é suspensa a Revisão anual do PVP máximo de medicamentos genéricos. Excluem-se da referida suspensão os medicamentos genéricos, do mercado ambulatório e hospitalar, cujo preço máximo é superior ao preço máximo do medicamento de referência, resultante da revisão anual de 2019, devendo este reduzir o preço máximo até ao valor do preço máximo do medicamento de referência.

Foi publicado em Diário da República, no dia 14 de dezembro, a Portaria que define as regras aplicáveis à Revisão Anual de Preços - 2019, processada com base na comparação com preços praticados nos países de referência (Itália, Eslovénia, Espanha e França). Ficam assim estabelecidas as regras e procedimentos de formação, alteração e revisão dos preços dos medicamentos sujeitos a receita médica e medicamentos não sujeitos a receita médica comparticipados, as respetivas margens de comercialização, bem como as regras e procedimentos relativos à revisão e definição de preços para efeitos de aquisição de medicamentos pelos estabelecimentos e serviços do Serviço Nacional de Saúde. Excecionalmente, no ano de 2019, não pode resultar uma redução superior a 5% em relação ao Preço de Venda ao Público (PVP) máximo em vigor.

Os novos preços entram em vigor no dia 1 de fevereiro e 1 de março, respetivamente para os medicamentos de marca e genéricos. As embalagens com os preços anteriormente em vigor devem ser escoadas pelos armazenistas até 14/03/19, inclusive (30 dias úteis) e pelas Farmácias – até 26/04/19, inclusive (60 dias úteis).

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Breves

Breves DIABETES Aumento de 3.4% na Europa

Sarampo 110 mil mortes

Foram 110 mil as mortes devido ao sarampo em todo o mundo, num ano em que aumentaram em 30% os casos relatados. Esta doença, grave e altamente contagiosa, pode causar complicações debilitantes ou fatais. Em 2018, em Portugal, foram registados 126 casos, sendo que houve 32 suspeitas num só mês das quais 22 foram confirmadas. A doença é evitável através de duas doses de uma vacina que é segura e eficaz. O aumento dos casos de sarampo deve-se a uma diminuição da cobertura vacinal de rotina.

Obesidade Responsável por 4% dos cancros

O excesso de peso é responsável por 544.300 cancros, quase 4% do total em todo o mundo, tendo tendência a aumentar rapidamente e em todos os grupos populacionais. O fator principal para que isto aconteça são os ambientes construídos pelo homem que promovem um consumo de alimentos muito calóricos, mas pobres em nutrientes, e a pouca atividade física. A obesidade está relacionada com um aumento do risco de 13 cancros, entre os quais o cancro da mama (pós-menopausa), do colón e reto, dos ovários, do pâncreas, do estômago, da tiroide, mieloma múltiplo, da boca, da laringe e da faringe.

Cancro Portugal com uma das mais reduzidas incidências

O número de novos casos de cancro na União Europeia deve chegar este ano aos 3 milhões, com Portugal a ter uma das mais reduzidas incidências, mas ainda assim a ultrapassar os 50 mil novos casos. As estimativas constam do relatório anual da OCDE que revela que, em 2015, morreram na UE mais de 1.3 milhões de pessoas de doença oncológica, sendo a segunda causa de morte, depois das doenças cardiovasculares. Para Portugal é apontada uma estimativa de novos casos de cancro na ordem dos 492 por 100 mil habitantes, ultrapassando assim os 50 mil novos casos. O cancro colorretal será o tipo de cancro com mais novos casos, estimando-se a deteção de mais de 10 mil doentes. Segue-se o cancro da mama, que deve afetar quase 7 mil portuguesas e o da próstata, que será diagnosticado em mais de 6.600 homens.

Os novos casos de diabetes tipo 1 estão a aumentar 3.4% ao ano em toda a Europa, segundo uma análise publicada pela Associação Europeia para o Estudo da Diabetes. Os dados de 22 países europeus mostram aumentos significativos na incidência. Em conjunto, o aumento de novos casos mostrou-se de 3.4% ao ano num período de 25 anos que foi analisado (1989 – 2013) e na faixa etária dos 0 aos 14 anos. Em Portugal, a prevalência de menos de 800, em 2000, para mais de 3.000, em 2016. Este tipo de diabetes é de natureza autoimune, podendo manifestar-se em pessoas de qualquer idade, mas é nas crianças e jovens que o seu desenvolvimento é mais frequente.

App Aplicação para doentes oncológicos

O Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, no Porto, está a desenvolver uma APP de ajuda e apoio a doentes oncológicos. Esta aplicação tem como objetivo ajudar os doentes nos aspetos mais básicos, complementando desta forma o trabalho dos profissionais de saúde e capacitando os doentes de competências que lhes permitam uma melhor gestão da sua doença e dos cuidados de saúde. Denominada de “iGestSaúde”, encontra-se em fase piloto no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, estando prevista a conclusão da aplicação durante este ano.

HEPATITE C Especialistas apelam ao teste

Os especialistas apelaram aos portugueses para fazer, pelo menos uma vez, o teste do vírus da Hepatite C. Esta doença afeta 30 mil pessoas em Portugal, contudo, a taxa cura para doentes que estão autorizados para tratamento é de 97%. A Direção-Geral de Saúde salientou o papel das organizações não-governamentais que têm rastreado populações de maior vulnerabilidade, tendo contribuído com 8.000 testes só em 2017 para o vírus da hepatite B e com 10.000 testes para a hepatite C que permitiram identificar, respetivamente, 159 e 191 pessoas de elevado risco em relação à doença

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