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Notícias do Mar
54º Salão Náutico de Barcelona
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Recuperação
Amplamente Confirmada
Pelo crescimento do número de expositores, uma maior diversidade de actividades e lançamentos de novos produtos e do aumento impressionante de público interessado, o Salão Náutico de Barcelona, que se realizou entre 14 e 18 de Outubro em Port Vell, aponta para uma recuperação firme do sector.
O
Área de exposição de embarcações pequenas e dos equipamentos 2
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aumento substancial na actividade empresarial e os milhares de visitantes que este ano entraram no International Boat Show de Barcelona, confirma a contínua recuperação do sector que foi detectado na última temporada. Ao longo de um período de cinco dias, este evento organizado pela Fira de Barcelona, encheu o Muelle de España e Muelle de Cais Fusta, no Port Vell, com todos os tipos de produtos náuticos, motores, barcos pequenos e grandes iates, alugueres de embarcações, serviços e turismo. Os visitantes encontraram no Salão a oferta de mais de 100 actividades para desfrutar do mar.
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O evento trouxe 260 expositores e cerca de 670 embarcações, as maiores e iates na água, as mais pequenas em terra. Este aumento da oferta foi um sinal claro das perspectivas melhoradas para o sector das embarcações de recreio em Espanha. Luis Conde, presidente do Salão, num pequeno-almoço com a imprensa disse: “este ano, houve um pequeno aumento claro na actividade dos expositores, com mais visitas de compradores, solicitado mais informações, mais estimativas e novos contactos que poderão levar a vendas nos próximos meses. O Boat Show uma vez mais fornece um reflexo preciso da situação actual do sector que, com um crescimento de 10,5% no número de registros durante os primeiros 9 meses de 2015, parece estar seguindo um caminho de crescimento positivo. “ Este ano, houve mais novos produtos do que nos últimos anos, com cerca de 130 entre novos modelos de barcos, motores e acessórios electrónicos, reafirmando-se este boat show como a principal plataforma de negócios e definição de tendências da indústria náutica espanhola. Este ano a organização transformou o Salão Náutico de Barcelona, fazendo dele que uma das edições mais festivas e participativas, com a participação de parte do público que aderiu com entusiasmo às actividades que foram organizadas, tanto diurnas como nocturnas com música ao vivo, degustações gourmet e desfiles de moda. Segundo a ANEN – Associación Nacional de Empresas Náuticas, o Salão de Barcelona recebeu mais de 55.000 visitantes entre o público e profissionais de França, Alemanha, Itália e Portugal. Também segundo a ANEN existem cada vez mais praticantes da náutica de recreio em Espanha, porque o governo espanhol aceitou alterar a
Área dos iates a motor
legislação que regula a náutica de recreio em Espanha, após várias reuniões com esta Associação e simplificou as habilitações das cartas dos navegadores de recreio, isentando-a também para embarcações até 15 HP. Em 2014 foram passadas 181.000 Licenças de Desportos Aquáticos e 26.000 foram relacionados com licenças de embarcações. Em 2015 espera-se que chegue aos 30.000. Em Portugal a náutica de recreio está em retrocesso desde 1999, ano em que foi
Informação sobre a alteração da legislação das Cartas de Navegador de Recreio
Merry Fisher 785 e Merry Fisher 855 2015 Novembro 347
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Stand Yamaha com embaracações Jeanneau
aprovado um Regulamento da Náutica de Recreio, através do Decreto-Lei nº 567/99, que reduziu as habilitações da Carta de Marinheiro, a carta de iniciação e alterou a Classificação das embarcações de recreio, contrariando a Direc-
tiva Comunitária 94-25 CE de 16/6/94. Em 2004 saiu mais legislação com o Decreto-Lei nº 124/2004 que promovendo a burocracia das Capitanias agravou ainda mais o desejo de possuir uma embarcação. Hoje, contrariando a Lei da
CE, as capitanias não registam qualquer embarcação sem fazerem o cálculo da arqueação, que se exige só para embarcações acima dos 24 metros, e depois obrigam o proprietário do barco a leválo a uma vistoria em seco e
Jeanneau Cap Camarat 10.5 4
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outra na água, que a Directiva 94-25 CE proíbe. Em Espanha a náutica de recreio é legislada pela Marinha Mercante e os Governos sempre procuraram incentivar o desenvolvimento dos desportos aquáticos e náuticos. Até Setembro passado, os registos de embarcações em Espanha cresceram 10,5 % em comparação com o ano passado, com um total de 4.150 novas unidades. As embarcações com menos de 8 metros de comprimento, são as mais compradas, pois durante os nove meses de 2015, representam 89% do total registado. A Espanha tinha um total de 368 infraestruturas náuticas em 2013. Durante um ano foram inaugurados mais 7 e agora dispõe de 375 portos desportivos. Quanto a amarrações, com os novos portos desportivos, houve um aumento de 1.795 amarrações e agora a Espanha dispõe de um total de 134.725 pontos para amarrar o barco. Durante o salão, com o objectivo de impulsionar a iniciação, entre as novidades que se apresentavam destacavase a promoção de um grupo de expositores que ofereciam aos compradores que adquirissem embarcações a motor até 6 metros com motores entre os 20 HP e 150 HP, o
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curso para obter a Licencia de Navegación numa escola náutica. As Novidades No que respeita a barcos, os estaleiros espanhóis e os principais construtores europeus estavam em Barcelona a apresentar modelos novos. Estivemos a ver as novidades de algumas marcas que têm representação em Portugal. Jeanneau O Centro Náutico – Nautiser é o importador exclusivo para Portugal de embarcações a motor do estaleiro Francês Jeanneau. Jeanneau apresentava a Leader 46, de 14,30 m de comprimento, o modelo topo de gama de linha desportiva, com o casco de alto desempenho, tecto rígido com abertura descapotável e um interior equipado de luxo. Tem sofás no poço à entrada que se convertem em solário e na coberta superior tem um grande salão cozinha e posto de comando e na coberta inferior um salão e dois camarotes com casas de banho. A motorização com motores Volvo IPS 500/600. Estava também em exposição o novo Merry Fisher 795, com 7,43 m de comprimento, destinado à pesca lúdica e ao cruzeiro familiar e para os
Área de exposição os Veleiros
Do estaleiro português San Remo o modelo 860 Blue Sky 2015 Novembro 347
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San Remo 860 Blue Sky
Starfisher 790 Sun Deck 6
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fins-de-semana com um grande número de inovações baseadas na Merry Fisher 695, para melhorar ainda mais o conforto a bordo. Também apresentou o novo Cap Camarat 10.5 WA, com 10,52 m de comprimento, uma super lancha rápida com linhas agressivas, com duas áreas de estar e de relaxe distintas, na popa e à proa no solário. Tem uma cabine confortável, com um salão, uma cozinha integrada e um sofá de tamanho amplo, quarto de casal sob o cockpit e quarto de banho. San Remo A San Remo Boats, Lda, tem o seu estaleiro em Oiã perto de Aveiro. O novo modelo San Remo 860 Blue Sky, com 8,60 m de comprimento, é uma proposta do estaleiro a todos os que querem uma embarcação para pequeno cruzeiro com a máxima utilidade e o maior conforto. Como todos os San Remo, o 860 Blue Sky é um barco insubmersível, com uma construção muito robusta e um casco desenhado para navegar no mar. O San Remo 860 Blue Sky segue o estilo moderno dos barcos pescadores com a cabina de pilotagem encostada a bombordo e com uma porta lateral para o piloto para aces-
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Os Quicksilver Activ 755 Sundeck Salão do San Remo 860 Blue Sky
so às passagem do poço para a proa. Neste modelo foi criado também um amplo flybridge com um grande solário. A escada de acesso ao flybridge em meio caracol é outra inovação, pois o espaço é pequeno, mas sobe-se e descese com toda a segurança. Na coberta superior do poço entra-se para um salão que tem um banco em U com uma mesa, uma cozinha com frigorífico e à frente desta o posto de comando. Inovador é também como foi resolvido a acomodação e o conforto na coberta inferior, com um fácil acesso a dois camarotes com cama de casal e com janelas laterais no casco e tecto que dão excelente iluminação e arejamento para o interior. Em baixo existe ainda o quarto de banho com sanitário marítimo, duche e lavatório e um armário com gavetas. Para além da facilidade de circulação e as acessibilidades destaca-se a alta qualidade dos equipamentos e o excepcional bom gosto na escolha de cores do mobiliário e da decoração. Starfisher Fomos visitar o novo modelo Starfisher 790 Sundeck, também presente no Salão de Barcelona, acompanhados por Rui Ferreira da Limatla, agente da Starfisher para Portugal. A Starfisher tem o 2015 Novembro 347
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O barco que estava em exposição tinha um Tip-Top comprido, montado numa armação em aço inox e com lona, fazendo sombra sobre quase todo o poço.
Rodman Muse 54
estaleiro em Vila Nova da Cerveira. O novo Starfisher 790 Sundeck, de 7,90 m de comprimento, da gama de embarcações com motores fora de borda, apresenta algumas interessantes inovações, como o espaço atrás do banco do
piloto, onde foi montado um armário em madeira com fogão e lavatório que serve para bar ou para preparar refeições. Na consola de condução existe uma porta para entrada da cabina que tem acomodação para quatro pessoas dor-
mirem. Dentro existe um sofá em V convertível em cama de casal, um compartimento com uma cama de casal e um quarto de banho com sanitário marítimo e duche. À frente do posto de comando até à proa está montado um grande solário.
Stand Rodman 8
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Rodman No stand da Rodman, o maior estaleiro de Espanha de embarcações de recreio, fomos recebidos por Rui Ferreira, da empresa portuguesa Limatla, o novo representante da Rodman para Portugal, que nos mostrou o novo Rodman Muse 54. Podemos dizer que uma das novidades mais visitadas no Salão de Barcelona deste ano foi o Rodman Muse 54, com 16,72 m de comprimento, pois estava bem identificado como novidade e bastava descalçar os sapatos ou colocar uma protecção nos que vinham calçados, para entrar. Depois os visitantes atraiam outros. Foram muitas as saídas do Muse 54 para o mar, com os visitantes mais interessados. O novo Muse 54, com um grande flybridge, segue as linhas que o estaleiro criou no Muse 44, lançado há um ano, que foi considerado o modelo Muse mais consistente da gama. E apresenta-se agora também com a nova geração de motores IPS2, com dois motores Volvo Penta IPS 950 Neste novo Muse, a Rodman aplicou-se num minucioso trabalho de renovação dos interiores, muito especialmente aplicando novos materiais e texturas. No exterior também se criaram novas combinações de cores. O novo Rodman Muse 54 mostra com o seu design um equilíbrio perfeito entre a atracção pela elegância, com a engenharia introduzida, a robustez e o alto desempenho a navegar, característica de todas as embarcações Rodman. Nos interiores conseguiu-se um ambiente extremamente agradável, moderno e requintado, com um impressionante
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Stand da Touron
bom gosto na combinação de materiais nobres com novas texturas, conseguindo-se cores atractivas e uma elevada luminosidade. A excelente distribuição dos espaços também concorre para este barco ser diferente. O Muse 54 tem um enorme
salão, cozinha e posto de comando na coberta superior e o camarote principal a toda a largura do barco e mais dois camarotes e dois quartos de banho na coberta inferior. Touron A Touron Portugal comerciali-
za no nosso país as marcas que a Touron representa para a Península Ibérica. No salão a Touron apresentava uma grande área de exposição, com praticamente todas as novidades das embarcações das marcas que vende. Da representada Bayliner
Stand Vanguard 10
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estavam cinco novidades, os modelos Element XR7, Element CC6, Bayliner VR5 e VR6 e Bayliner 842 Cuddy. O modelo Element XR7, com 7,77 m de comprimento, é o maior barco da Serie Element com o casco inovador Bayliner M-Hull, tipo trimaran, é uma embarcação pontão, com espaço desimpedido e de extremo conforto., ideal para passeios calmos. O Element CC6, com 6,10 m de comprimento, possui também o inovador casco M-
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Bayliner Element CC6
Hull, em forma de trimaran, e comporta o novo design de proa, patenteado pela Bayliner, que estende a boca do barco quase até à proa. O resultado é uma coberta com um enorme espaço da popa à proa. Os novos Bayliner VR5, com 6,20 m, e VR6, de 6,82 m de comprimento, distinguem-se pela optimização do espaço interior, pois também comportam o novo desigm “BeamForward” junto à proa, para aumentar o espaço da
Stand Humminbird
coberta os bancos e o solário. O casco mantem-se com o tradicional V Bayliner, para garantir um desempenho mais desportivo. O novo Bayliner 862 Cuddy, com 8,88 m de comprimento, é o maior da linha Cuddy, uma embarcação cabinada, pro-
jectada para oferecer o máximo uso e conforto de dia e de noite. Na coberta superior
está o posto de comando, de estilo moderno e o banco em L na popa, Na coberta inferior
Vanguard DR760 2015 Novembro 347
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Stand Raymarine
encontra-se um salão e um quarto para quatro pessoas dormirem. Tem ainda cozinha e quarto de banho com wc marítimo e duche de água quente. De modelos Quicksilver estavam o Activ 755 Open, o Activ 505 Cabin e a cabinada Captur 905 Pilothouse, concebida para a pesca. O Quicksilver Activ 755 Open, com 7,23 m de comprimento, é um barco elegante e versátil que oferece grande variedade de opções para aumentar o prazer de navegar com ele e praticar desportos aquáticos. Na coberta há diferentes disposições dos assentos. Na cabina tem acomodação para duas pessoas
dormirem. Activ 505 Open, com 5,07 m de comprimento, para a aumentar a diversão, combina o estilo desportivo com a funcionalidade. Tem o poço e a área da proa com boa acomodação, solário à frente, porta canas para os pescadores, e torre de esqui. O Captur 905 Pilothouse, com 8,88 m de comprimento, é um barco que combina na perfeição o cruzeiro com a pesca. Construída para a navegação offshore é um barco robusto para transportar 10 pessoas. Com a cabina de estilo barco pesqueiro tem uma porta lateral, para facilitar a circulação do piloto nas manobras. O poço foi espe-
Pequeno almoço da direcção do Salão com a Imprensa 12
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cialmente equipado para os pescadores e no interior podem dormir 6 pessoas. Vanguard Vanguard é uma marca portuguesa da Vanguard Marine, Lda, com a fábrica instalada em Vila Nova da Cerveira. A Vanguard produz embarcações semi-rígidas com diversas linhas de recreio, marítimo-turística, mergulho, profissional e de salvamento, desde os 3,00 aos 8,60 metros de comprimento. Outra das produções que a Vanguard desenvolve em larga escala, é o Retubing que engloba o fabrico de flutuadores em quaisquer dimensões ou a reparação de flutuadores
e também de cascos. A Vanguard fabrica os flutuadores em PVC, Neoprene / Hypalon da Orca e PU (Polyuretano) 1500 e PU 2000. Os flutuadores em PVC e PU são soldados pelo processo Thermosealing. A Vanguard também se dedica à construção de embarcações SOLAS para transporte, construídas de acordo com as rigorosas normativas SOLAS, com os cascos insubmersíveis em alumínio marítimo. No stand no Salão de Barcelona encontrava-se em exposição três modelos representativos das linhas Vanguard da Draken Series, DR640, com 6,40 m DR500 da serie Family, com 5,00 m e o DR760, com 7,60 m de comprimento. Também estava exposto um barco reparado em Retubing. O modelo DR640 tinha montado uma consola com um Tip-Top em fibra, para uso profissional ou para a pesca lúdica. Um arco de luzes em aço inox estava montado na popa. O DR500 da série Family estava equipado com uma consola e um banco duplo. O modelo DR760 era um barco que foi vendido para a Proteção Civil e tinha dentro para mostrar uma boia fabricada pela Vanguard. Este barco estava equipado com um arco de luzes em aço inox na popa.
Valiant 430 Confort que se pode agora conduzir em Espanha sem Licença
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Pesca Desportiva
Notícias Yamaha
Dupla Joaquim Moio e João Grosso
Campeões em Pesca Embarcada ao Achigã
Joaquim Moio e Joao Grosso A dupla Joaquim Moio e João Grosso, patrocinados pela Yamaha, sagraram-se Campeões Nacionais no Campeonato Nacional de Pesca Embarcada ao Achigã 2015.
A
classificação da 1ª prova, na Barragem de Alqueva, foi de 2º e 5º classificados, posições estas que deram a liderança do campeonato. Na 2ª prova, na Barragem de Santa Clara, a prova foi
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bastante complicada, com muita chuva e vento, mas que acabou por correr bem. Chegando a dupla ao 1º lugar no 1º dia e 6º lugar no 2º dia, mantendo a liderança do campeonato com 5 pontos de avanço para o 2º classificado João Neves/Ri-
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cardo Mira, equipa também ela equipada com motor Yamaha. A última prova do Campeonato decorreu na barragem de Castelo de Bode, onde se previa uma pesca bastante difícil, pois a última competição nesta massa de água ti-
nha ocorrido há quatro anos atrás e as condições climatéricas eram muito adversas à prática desta modalidade – pesca embarcada ao achigã. No entanto, logo no primeiro dia conseguiram alcançar o 3º lugar perdendo dois pontos para o 2º classificado, que fez 1º lugar. No segundo dia, com o estado do tempo a agravar-se, dificultando ainda mais a pesca, acabaram por fazer novamente 3º lugar, classificação essa que deu para manter dois pontos
Pesca Desportiva
Joaquim Moio de vantagem para o 2º classificado, vantagem essa que permitiu sagrarem-se novamente campeões nacionais (4º titulo)! A dupla Joaquim Moio e João Grosso pratica a modalidade da pesca do achigã com uma embarcação Nitro Z8 equipada com o motor fora de borda Yamaha 225cv.
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Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal R. Alfredo Silva, n.º 10 2610-016 Alfragide Phone: +351 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt Web: http://follow.id/yamahamarineportugal/
Notícias da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar
Projeto ParaPesca da FPPDAM N
o dia 15 de Outubro de 2015, decorreu mais uma atividade do Projeto ParaPesca da FPPDAM, para a promoção e captação para a pesca embarcada, de jovens de ambos os sexos, com pequena deficiência. A iniciativa foi desenvolvida junto de instituições de ensino especial, com o apoio da APPACDM de Setúbal e o Lion’s Clube de Setúbal. A atividade decorreu da melhor forma possivel tendo-se verificado da parte dos jovens um grande interesse e evolução ao longo do dia. Como o peixe colaborou fizeram-se várias boas capturas. Mas o mais importante é o gratificante que é dar um dia de felicidade a estes jovens e de vê-los sorrir … Estas atividades irão culminar com a possibilidade de organização de um Campeonato regional de Parapesca, no distrito de Setúbal. Para além dos agradecimentos às entidades que colaboraram connosco e ao Mestre Jorge Patinha e à sua marinheira Ana, fica aqui um agradecimento muito especial aos PESCADORES: Ângelo Pais, Filipe Ferreira, Mário Oliveira, Rui Bento, Rui Gouveia, Bruno Diogo e Dario Rodrigues
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Náutica
Teste Bayliner 180 Element XL com Mercury F115 EFI
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Passeios e Diversão com a Máxima Segurança
Para os que querem um barco para passear com a família ou os amigos e divertirem-se a puxar esquiadores, com a máxima segurança e conforto, encontram o que querem no Bayliner 180 Element XL que testámos no Tejo junto à Marina Expo no passado dia 9 de Outubro.
O
convite para este teste partiu da Touron Portugal, representante da Bayliner e da Mercury para Portugal, e do seu conces16
sionário Courela Yachts. A Bayliner, desde que iniciou a sua produção em 1957, tornou-se numa das marcas mais populares e prestigiadas dos USA de embarcações de
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recreio, porque desenvolveu sempre os seus projectos dirigidos a um consumidor de embarcação familiar e desportiva. Qualquer Bayliner, seja modelo bowrider, deck boat, cuddy
ou cruiser, é fácil de manobrar, de meter e tirar da água, equipado para facilitar a prática dos desportos aquáticos ou a pesca lúdica e sobretudo, produzidos com grande preocupação na
Náutica
Amplo e confortáveI espaço no interior
Bayliner 180 Elerment XL
5,49 metros e o Element XR7 com 7,77 metros de comprimento.. Bayliner 180 Element XL um barco já premiado O Bayliner 180 Element XL representa bem o novo conceito de barco que o estaleiro apostou, ao desenvolver estes mo-
qualidade dos materiais que aplica e nos equipamentos que incorpora, demonstrado pelos inúmeros prémios que a marca já recebeu. A Bayliner desenvolveu uma nova Série que chamou Element à volta de um conceito onde a ergonomia é um factor de relevo, aplicado em embarcações para saídas com a fa-
delos com um design inovador do casco e a coberta privilegiando a ergonomia para oferecer o máximo de conforto aos ocupantes. Destacamos que em virtude das suas características no que respeita à estabilidade, segurança, visibilidade para o piloto e fácil condução, o Bayliner 180 Element XL é um barco super-
mília e os amigos, que proporcionem grande divertimento no meio aquático com a máxima comodidade e segurança. Para melhor garantir isso, criou para estes barcos um casco especial em forma de M (M-Hull), patenteado pela Bayliner. Existem três modelos desta Série, 160 Element com 4,93 metros, 180 Element XL com
Posto de comando 2015 Novembro 347
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Náutica
O Mercury F115 EFI equipava o Bayliner 180 Element XL excelente para os que nunca conduziram uma embarcação. Em virtude disso, o Bayliner 180 Element XL já foi galardoado com o prémio “Melhor Barco de Iniciação” de 2014.
Sobressai no 180 Element XL a sua forma moderna e elegante e, sobretudo, o interior com uma capacidade excepcional de acomodação para 8 pessoas.
Volante e Painel de instrumentos 18
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Com os assentos e bancos com estofos de grande qualidade, o barco tem dois assentos à popa, o banco do piloto e dois bancos no cockpit e ainda dois bancos encosto à frente.
Os bancos da popa podemse converter num solário, sob o qual pode levar uma geleira. À frente do posto de comando, igualmente os assentos podem-se transformar num so-
Os bancos junto ao posto de comando
Náutica
Barco rápido nas acelerações
lário, quando chega a hora dos banhos de sol. O posto de comando tem um pequeno pára-brisas arredondado em vidro acrílico que protege o painel de instrumentos o qual incorpora um contamilhas. O piloto dispõe de um banco com um encosto muito confortável, e encaixa bem no banco e no espaço para estender as pernas, permitindo muito boa posição de condução. Junto aos bancos e incluindo o do piloto existem encaixes para colocar copos ou garrafas. Sob os bancos existem compartimentos para guardar a palamenta e sacos. Para os esquiadores, o 180 Element XL tem montado na popa um arco de esqui em aço inox, com fixações para 2015 Novembro 347
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Náutica
O inovador casco em forma de M (M-Hull) os wakebord e uma torre para prender o cabo do esqui. Para quando o sol aperta e é necessário uma sombra, o barco dispõe de um bimini montado que facilmente se abre. Para amarrar cabos, o barco comporta dois cunhos de
amarração de cada lado à popa e para amarrar defensas ou cabos, tem um cunho de amarração em cada bordo à frente. No teste realce para a elevada estabilidade
e conforto a navegar No dia do teste, o Tejo estava com a água ligeiramente mexida, com excelentes condições para testarmos uma embarcação como o Bayliner 180 Element XL e avaliarmos especialmente o desempenho do casco.
Para os desportos aquáticos e principalmente para a prática do wakeboard, as condições ideais são planos de água calmos e sem vento. No entanto, muitas vezes as águas mexem um pouco e deve-se aproveitar o que há. Para qualquer embarcação no arranque o tempo de planagem e depois a velocidade mínima do barco a planar, são os elementos que melhor nos indicam as características do casco e a sua qualidade em descolar da água. Com o Bayliner 180 Element XL, o arranque foi rápido e em 1,81 segundos estávamos a planar. Verificámos depois que o barco a planar com o mínimo de velocidade, aguentava-se bem nos 9 nós. Quando acelerámos no máximo o barco atingiu 30 nós. Com o casco em forma de M (M-Hull), quase um “trimarin”, o ar que passa nos dois túneis do M, levanta o barco e rapidamente faz diminuir o atrito na água. Graças a isso, o barco consegue ter performances com um elevado desempenho,
A navegar num plano de água mexido o desempenho foi confortável 20
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Náutica
Motor Mercuy F115 EFI
O
Espaço à frente para solário
Espaço à popa que se pode converter num solário com motores de baixa potência, pois descola mais facilmente da água. Também, devido a este tipo de casco, o barco tem uma notável estabilidade, com um aumento de 30% e reduzindo a inclinação, comparando com os cascos em V. Também em virtude do casco, o barco balança muito pouco quando está parado, permitindo com toda a segurança a
movimentação das pessoas. E quando se vira, mesmo em curvas apertadas a 20/22 nós o barco adorna muito pouco e o motor nunca cavita. Depois de termos testado a velocidade máxima num plano de água liso e atingimos os 30 nós, ensaiámos acelerar também contra a água um pouco mais agitada com um ligeiro vento e aí verificámos que não
Graças ao casco o barco tem uma estabilidade excepcional
Motor Mercury F115 EFI a 4 tempos, incorpora as últimas inovações tecnológicas da Mercury, com as quais consegue uma elevada combinação de potência e força com inigualável poupança de combustível. Este motor fora de borda Mercury tem um bloco com 2,1 litros de cilindrada, quatro cilindros, oito válvulas e uma árvore de cames. Caracteriza-se por ser mais leve e de mais baixo perfil no seu segmento de potências e proporciona mais potência e mais binário que a sua concorrência. A nova geração de motores Mercury a 4 tempos de 80/100/115 foram desenvolvidos segundo a mesma arquitectura dos populares e de grande prestígio Mercury F150 EFI, assegurando arranque a frio, estabilidade de funcionamento e elevada durabilidade, qualquer que fossem as condições de navegação. A transmissão de design hidrodinâmico é totalmente inovadora a nível mundial, com uma relação de caixa de 2.07:1 que melhora a eficiência, reduz o consumo e aumenta as RPM Os modelos F115 EFI com Command Thust disponibilizam melhoria do rendimento geral, facilidade de manobra e maior potência, pois utilizam o cárter do Mercury 150 EFI e conseguem uma relação de caixa 2.38:1, excelente para embarcações pesadas e com grandes cascos. Como a carcaça superior do motor está insonorizada, o seu escape é silencioso e foram instaladas diversas partes do motor, de modo a reduzir vibrações e diminuir o ruído da admissão, o motor funciona de forma notavelmente muito silenciosa e suave. Sem manutenção de válvulas, algo Inovador também neste motor, ele torna-se mais simples de manter, com apenas a mudança de filtros de óleo e de combustível e através do sistema de lavagem do motor com água doce.
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Náutica
O Bailyner 180 Element XL éum barco desportivo passámos dos 28 nós. Nestas condições da água, aumentou o atrito no casco e reduziram-se 2 nós. Perdemos de facto 2 nós,
mas o desempenho do barco manteve-se na mesma extremamente confortável. Como o piloto vai comoda-
mente sentado, numa excelente posição de condução e com perfeita visibilidade, faz com toda a facilidade e sem qualquer esforço qualquer manobra. Em conclusão, o conforto que se usufrui neste barco, permitindo horas de convívio e diversão, assentam nas amplas características de estabilidade que são muito importantes para a segurança do barco a nave-
gar. Este conjunto de características, superior qualidade dos equipamentos e simplicidade na condução, são factores de peso, para considerar o Bayliner 180 Element XL também uma embarcação ideal para os iniciados. Quanto à motorização, os motores recomendados são, Mercury F80, F100 e F115.
Características Técnicas
Sob o Solário à popa pode transportar uma geleira
Comprimento
5,49 m
Boca
2,13 m
Peso
907 Kg
Depósito combustível
45,42 L
Lotação
8
Capacidade carga
600 Kg
Potência máxima
125 HP
Motor ensaiado
Mercury F115 EFI
Preço barco/motor Mercury 115 EFI
19.300 € + IVA
Performances
A curvar o barco fica direito e não adorna 22
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Tempo para planar
1,81 seg.
Velocidade máxima
30 nós
Velocidade mínima a planar
9 nós
Importador e Concessionário: Touron Portugal Telf.: 21 460 76 90 geral@touronsa.pt www.touron-nautica.com/pt Courela Yachts Passeio Neptuno 3.04.01 J loja 24 - Marina Parque das Nações Tel. 211 991 793 info@wwm.pt www.wwm.pt
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Electrónica
Notícias Nautel
NATAL 2015
com Oportunidades Imperdíveis! Oferta válida entre 13 de Novembro e 31 de Dezembro. Preços C/IVA JRC mod. JMA-1032, Radar Radar completo e compacto para pequenas embarcações. Ecrã tátil (Touch Screen) de 7”. Comando também pelo teclado. Potência 4Kw. Medidas fora do suporte: 225x136x92mm. Função “MOB” Três entradas NMEA distintas, para GPS, GiroGPS, e sensor de velocidade. Funções de AIS e MARPA incorporadas, com uso de acessórios opcionais. Pode ligar a monitor externo maior usando opção RGB. Alarmes diversos, e marcação de guarda anti-colisão. 10m de cabo de antena. Antena de radoma de 46,4cm (1,5 pés) com velocidade de rotação múltipla. Alimentação: 12 ou 24VDC 859ci HD GPS/Chartplotter/Sonda 2D XD Extreme Depth (Extreme Depth = 700m) Visor de 7” TFT, 480x800 pixels, 65.000 côres c/transd. painel popa XNT-9-DB-74-T), ) Com antena interna de GPS. Porta ETHERNET no painel traseiro. Frequências: 50/200KHHz. Potência: 500W RMS Pode ligar a antena de radar Humminbird e usar o sofware de mapeamento de fundos Humminbird AUTOCHART
HUMMINBIRD 561 Sonda Visor de 5”, monocromática, 320x320 pixels, retroiluminado. Potência de 300W(RMS) , Dupla Frequência 83/00KHz. Submersível até 1m .Suporte com sistema de desmontagem rápida, e ajustável. Pode ser embutida via kit opcional. Indicação da voltagem da bateria. Alimentação: 10 a 20 VDC Alarmes de peixe (para os 3 tamanhos). Alarme de profundidade e de tensão baixa de bateria . Função de LINHA BRANCA para reforçar discriminação do fundo. Sensor de temperatura da água incorporado no transdutor. Manual e Menus em VÁRIAS LÍNGUAS, incluindo português. Completa com o transdutor de painel de popa. 24
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Electrónica
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Radiotelefone portátil de VHF - HT644 Padrão ambiental: SUBMERSÍVEIS IP68 (á prova de água até 30m de profundidade durante 1 hora, choque, corrosão , vibração e poeiras) . Antena de alto rendimento/eficiência. Inclui bateria de 1800mAh, carregador de isqueiro e a 220VAC, com suporte.
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INTELLIAN mod i2, antena de TV por satélite Esta antena, pelas suas reduzidas dimensões, pode ser instaladas em embarcações a partir dos 8 metros de comprimento, que naveguem numa orla costeira ou estejam atracadas em Marina. Pode receber canais livres, os da MEO ou NOS por via das suas respetivas boxes, a adquirir. A antena é muito leve, pesando menos de 4,5Kg. Dimensões 37 x 38cm. Prato de 33cm.
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Náutica
Notícias GROW
Tohatsu em Portugal A GROW Portugal , representante da HONDA MARINE em Portugal, foi nomeada distribuidor Oficial da Marca de motores fora-de-borda TOHATSU para o mercado Português, actividade que irá iniciar já a partir de Janeiro de 2016.
Campeonato Regional de Botes Baleeros
Comissão do Património Baleeiro Institui Campeonato Regional A
Comissão Consultiva do Património Baleeiro, realizada nas Lajes do Pico no dia 7 de Outubro instituiu a realização anual de um Campeonato Regional de Botes Baleeiros em Vela e Remo, aprovando uma Deliberação que estabelece o perfil da Prova e a forma de representação e marca a 1ª edição para o porto das Lajes das Flores para Julho de 2016. Tal Deliberação foi tomada no quadro das competências actualmente atribuídas àquela Comissão pelo DLR 13/2014/A e visa divulgar e consolidar, em toda a Região, a utilização desportiva do Património Baleeiro Móvel recuperado e utilizado em todas as ilhas. Consideração Considerando que a utilização desportiva dos botes baleeiros recuperados é feita em toda a Região, com regatas de vela e remo; Considerando que é do
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maior interesse regional consolidar essa prática desportiva em todas as ilhas, bem como consolidar a dimensão regional de todo o movimento de recuperação e utilização do património baleeiro móvel recuperado; Considerando que o Sr. Diretor Regional de Cultura declarou, perante a Comissão Consultiva do Património Baleeiro Regional, a disponibilidade da Direção Regional de Cultura (DRC) em financiar a realização anual de um Campeonato Regional de Botes Baleeiros que contribua para a divulgação deste nosso excelente património marítimo e para a consolidação de uma clara perspetiva regional da sua utilização; Considerando ainda que o DLR 13/2014/A, de 24 de Julho, estabelece no seu artigo 12º, ponto 3, que compete à Comissão Consultiva do Património Baleeiro “a coordenação da utilização do Património Baleeiro, designadamente em áreas como as regatas, ações educativas e de divulgação”; A Comissão Consultiva do Património Baleeiro Regional (CCPBR), reunida a 7 de Outubro de 2015 no Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, usando a competência que lhe está atribuída pelo DLR 13/2014/A e que foi atrás citada, delibera: - Instituir o Campeonato Regional de Botes Baleeiros, em vela e remo, que se disputará anualmente e de forma rotativa em cada um dos Grupos de Ilhas que formam a Região Autónoma dos Açores. - Estabelecer um figurino para esta prova regional - Estabelecer as normas organizativas genéricas para esta prova regional - Decidir e estabelecer as normas concretas para a 1ª edição do Campeonato Regional de Botes a realizar em 2016 nas Lajes das Flores no mês de Julho, sendo Clube Organizador com as responsabilidades definidas nesta deliberação, o Clube Naval das Lajes das Flores.
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Náutica
Teste San Remo 860 Blue Sky com 2 X Suzuki DF175
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Inovações para Aumento do Uso e Conforto
O novo modelo San Remo 860 Blue Sky, equipado com dois motores Suzuki DF175, que testámos em Junho passado em Aveiro, é uma resposta do estaleiro a todos os que querem uma embarcação com a máxima utilidade e o maior conforto.
S
an Remo, Indústria Náutica, Lda foi fundada nos anos 80 em Aveiro e adquiriu já uma larga 28
experiência na construção em PRFV de barcos para a pesca e o recreio. Actualmente, produz uma gama de cinco Séries de bar-
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cos com um total de onze modelos. São as Serie 930, Serie 900, Serie 860, Serie 750 e Serie 635. São construídas embarca-
çõe desde os 6,35 aos 9,30 metros de comprimento. Os San Remo apresentam como características principais a robustez e o design do casco em
Náutica
O flybridge tem um amplo espaço para solário
O posto de comando
San Remo 860 Blue Sky
V profundo com a proa alta e deflectora, indispensável para navegarem com segurança e comodidade no mar. Os robaletes são muito marcados e os planos de estabilidade laterais bastante salientes, para permitirem boa resposta de manobra, sofrerem pou-
co com os balanços laterais quando estão parados e disporem de rapidez nas saídas da água. Os San Remo são barcos insubmersíveis e na sua construção, para aumentar a solidez dos cascos, estes são construídos com as estrutu-
Volante e painel de instrumentos 2015 Novembro 347
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Náutica
O San Remo 860 Blue Sky é um barco robusto e com características marinheiras
rais longitudinais e transversais muito reforçadas. Outra importante medida do estaleiro San Remo é personalizar qualquer dos modelos, ao gosto e ao encontro dos objectivos do cliente, com várias cores à disposição tanto para o casco como para os interiores, e igualmente no que respeita aos equipamentos e acessórios opcionais, in-
corporados mais no interesse dos pescadores ou mais dirigidos ao cruzeiro familiar. San Remo 860 Blue Sky, parecendo bastante maior, satisfaz muito nos pormenores e acabamentos Cada barco, em virtude das
Salão do San Remo 860 Blue Sky 30
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suas dimensões tem os seus limites. Numa embarcação de cruzeiro, acima dos 12 metros tudo é possivel fazer com o poço, as cobertas superior e inferior e o flybridge. Há espaço para muito, mas há sempre coisas que não cabem. Outra coisa ainda é o custo de um barco desses. Agora, a San Remo lançou um modelo com 8,60 metros de comprimento, onde segue o estilo moderno das cabinas
de pilotagem com uma porta lateral e desenvolveu um amplo flybridge com um grande solário e um banco à popa. A escada de acesso ao flybridge em meio caracol é outra inovação, pois o espaço é pequeno. Com cinco degraus ovais em madeira aplicados num varão em aço inox, o problema foi resolvido. Sobe-se e desce-se para o flybridge com toda a segurança. Como a cabina de pilota-
No poço o banco da popa
Náutica
gem está encostada a bombordo existe uma boa passagem do poço para o convés da proa a estibordo. O piloto tem uma porta de correr lateral de acesso ao corredor. Todo o espaço da coberta superior é um salão com o posto de comando a frente a estibordo e um banco em U com uma mesa a bombordo. Esta mesa tem a faculdade de se reconverter para várias utizações, com encaixes para copos. A cozinha com fogão, lavatório e frigorífico fica atrás do banco do piloto e logo junto à entrada. Outra das surpresas neste pequeno cruzeiro, é como foi resolvido a acomodação e o conforto na coberta inferior, pois nem foi preciso colocar uma porta para fechar o acesso. Em baixo existe à frente um camarote com porta com uma cama de casal, com janelas laterais no casco e duas no tecto que dão excelente iluminação para o interior.
O San Remo 860 Blue Sky parece um barco maior
Tem ainda um albóio para arejamento. Existe ainda uma cama de casal sob o salão que dispõe de uma vigia de arejamento e duas grandes janelas no cas-
co que dão excelente entrada de luz e permitem ver para fora. O quarto de banho fica a estibordo, com sanitário marítimo, duche e lavatório. Em
frente ao quarto de banho o espaço foi aproveitado para um armário com cinco gavetas e uma prateleira. Sob as camas encontram-se compartimentos para arrumação.
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Náutica
Suzuki DF175 O
Suzuki DF175 é um motor a 4 tempos baseado num bloco motor com quatro cilindros em linha, com duplo veio de excêntricos à cabeça (DOHC) com 16 Válvulas e 2.867 cm3 de cilindrada. Os engenheiros da Suzuki quando projectaram este motor tiveram como meta desenvolver um “Big Block” de grande cilindrada, potente, muito compacto e leve, pesando apenas 210 Kg. O Suzuki DF175 foi desenvolvido com tecnologias sofisticadas para obter a máxima performance, partilhando com motores mais potentes como o DF300 de muitas características avançadas. Entre as principais, incorpora o sistema de Admissão Multi-Estádios que melhora a performance do motor. Este sistema altera o comprimento dos dois tubos de admissão, um para funcionar nas baixas rotações e o outro para as altas rotações. Nas baixas rotações melhora a combustão e aumenta o binário. Nas altas rotações aumenta a capacidade do motor respirar melhor, melhorando a potência de saída do motor. Outra é a Temporização Variável das Válvulas que aumenta o binário nas gamas média/baixa, fornecendo o máximo de potência e aceleração, aumenta a eficiência no consumo do combustível e reduz as emissões. O Sistema VVT ajusta automaticamente as temporizações de abertura e fecho das válvulas de admissão e escape e fornece mais potência quando necessária. O DF175 incorpora também a Injecção Electrónica de Combustível Digital Sequencial controlada por um potente processador de 32 bit que monitoriza e controla as funções do motor. Este sistema sofisticado injecta sob alta pressão a quantidade óptima de combustível em cada cilindro. Arranques instantâneos, boa aceleração e performance suave a qualquer velocidade e baixo consumo de combustível. Outra tecnologia introduzida é o conceito do Eixo Motor Desviado da Suzuki, que permite baixar o perfil do motor e desloca o seu centro de gravidade em direcção ao painel de popa, para um melhor equilíbrio e suavidade de utilização.
O poço tem um banco corrido à popa junto do qual se pode montar uma mesa. Para o acesso às plataformas de popa, existem pequenas portas em aço inox e acrílico. Para os que pescam esá montado um porta canas de cada lado. Deve-se realçar também o grande porão que se encontra sob o piso, onde cabe toda a palamenta, solários, almofadas, mesas e equipamentos. 32
Também neste barco, devido às grandes dimensões do tecto, o poço fica quase todo resguardado da chuva e também do sol. No convés à proa podese montar igualmente um solário para três pessoas ou para duas, não se colocando a almofada do meio para não cobrir as janelas do tecto do camarote. A proa dispõe de uma fer-
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Quarto de banho
ragem com roldana, um molinete eléctrico e o porão do ferro. No teste destaque para o conforto e as performances A motorização aconselhada para equipar o San Remo 860 Blue Sky, depende do tipo
de utilização que se pretende fazer com este barco de cruzeiro e em que águas vai navegar. Assim, o barco tem como potência mínima 2x50 HP, o suficiente para navegar em rios e águas interiores, uma actividade muito praticada principalmente em França e na Alemanha. Para navegar
A inovação da escada para o flybridge, simples e segura
Nรกutica
O San Remo 860 Blue Sky equipado com dois motores Suzuki DF175
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Náutica
San Remo 860 Blue Sky é um barco rápido que descola bem da água
no mar e nos grandes lagos a potência máxima é 500 HP com 2x250 HP. O modelo que testámos, tinha montados dois motores Suzuki DF175 e fizemos o teste com oito pessoas a bordo. Devido ao tipo de barco que é o san Remo 860 Blue Sky procurámos principalmente medir qual a velocidade mí-
Quarto à proa 34
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nima a planar e a velocidade máxima. Não foi portanto com surpresa que verificámos que apenas com 10,5 nós às 2.800 rpm o barco mantinhase a planar. De facto o tipo de casco dos San Remo permite o barco descolar da água com facilidade. Como este barco destinase a passear comodamente,
Quarto sob o salão
Náutica
medimos duas velocidades de cruzeiro, com os motores numa rotação económica. Assim, às 3.500 rpm o barco navegava a 16/18 nós. Num cruzeiro mais rápido, mas sem esforçar nas rotações do motor, navegámos às 4.500 rpm a 28 nós, mostrando os dois motores Suzuki DF175 que ainda tinham muito para dar. Metemos então o barco a navegar até à rotação máxima e às 5.700 rpm atingimos os 38 nós, uma marca excelente para um conjunto com apenas 350 HP montados. Olhando bem para o barco, verificamos que o San Remo 860 Ble Sky foi desenvolvido como uma habitação náutica com uma área de entrada exterior, um enorme salão, zona de estar, cozinha e posto de comando num espaço superior e num plano inferior a acomodação para dormir. A principal vitória conseguida pela San Remo neste modelo é a facilidade de circulação e acessibilidades, a alta qualidade dos equipamentos e o excepcional bom gosto na escolha de cores do mobiliário e da decoração. Deve-se realçar, a solução da escada para o flybridge em meio caraco e os degraus em oval, menos agressivos e seguros. Como a entrada em cima tem 50 cm de largura passa-se sem qualquer dificuldade. Um albóio estanque fecha a passagem perfeitamente e quando chover
O San Remo 860 Blue Sky tem um uso muito polivalente com o maior conforto
não passa água. O piloto tem um excelento e confortável assento e com uma porta lateral junto de si, movimenta-se com a máxima facilidade para o corredor de acesso à proa ou ao poço, sempre que necessite fazer alguma manobra no exterior. Já testámos vários San Remo e em todos destacámos o excepcional casco marinheiro. Com o 860 Blue Sky também acentuamos essa qualidade, comodidade a cortar a água, boa deflecção da proa e enorme segurança a navegar. Quanto à motorização, os Suzuki DF175 deram excelente resposta nas acelerações e nas rotações de ponta, permitindo o barco atingir excelentes performances.
O enorme porão no poço
Características Técnicas Comprimento
8,60 m
Boca
2,95 m
Calado
0,58 m
Peso
3.950 Kg
Camas
4-6
Depósito de combustível
250 L
Depósito de água doce
200 L
Potência máxima
500 HP
Potência mínima
2x 50 HP
Homologação CE
C (12)
Tipo
Insubmersível
Motores em teste
2 x Suzuki DF175
Preço barco
82.600 € + IVA
Preço barco / 2 x Suzuki DF175
109.800 € + IVA
Performances Velocidade máxima
38 nós às 5.700 rpm
Velocidade de cruzeiro lenta
16/18 nós às 3.500 rpm
Velocidade de cruzeiro rápida
28 nós às 4.500 rpm
Minimo velocidade a planar
10,5 nós às 2.800 rpm
3.000 rpm
14 nós
3.500 rpm
16,5 nós
4.000 rpm
23 nós
4.500 rpm
28 nós
5.000 rpm
32 nós
5.700 rpm
38 nós
Estaleiro San Remo Boats - Indústria Náutica, Lda E.N. 235, AVEIRO, Oiã, 3770-059 Oliveira do Bairro Telefone: 351 234 722 829 Fax: 351 234 722 969 Email: info@sanremoboats.com
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Electrónica
Notícias Nautiradar
O Sistema C-pod
Seu Sistema de Segurança e Vigilância 24 Horas por Dia Sistema de monitorização que permite ao proprietário estar sempre em contacto com o seu barco via internet ou telemóvel. Ainda oferece um sistema ativo de alarme antirroubo, alertando diretamente o proprietário ou uma entidade predefinida.
A
segurança de um barco é um aspecto fundamental. O sistema C-pod é um dos mais sofisticados sistemas de vigilância e ainda pode ajudá-lo a baixar o seu seguro
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anual, isto é: mais segurança logo mais garantia para a sua seguradora. Além de ser fácil de instalar, o sistema é extremamente rápido a contactar em caso de alerta, preciso em
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qualquer parte do mundo, flexível e controlável remotamente, possuindo uma bateria extra no caso da principal falhar. Mal ocorra uma situação anómala, o servidor envia mensagem ao primeiro contacto e, se este não o receber, passa imediatamente a contactar uma segunda pes-
Electrónica
soa ou entidade. Ao alarme juntam-se diversas informações, como o local e a hora em que ocorre a situação. Mas não tem que ver apenas com a entrada de um intruso no seu barco. O sistema C-pod deteta falhas por exemplo de energia e avisa-o disso mesmo antecipadamente, evitando assim que a sua saída para o mar seja arruinada porque não tem o barco nas melhores das condições. A entrada de água, incêndio ou falha na alimentação de terra aquando atracado são outras das valências de alerta do sistema. Vantagens e funções Tratamento dos alarmes - O servidor C-pod gere todos os alarmes de acordo com uma lista de ações configuradas pelo utilizador. Os alarmes são enviados através duma mensagem SMS ou como um e-mail e podem ser ainda vistos no portal web. Alarme Anti-Roubo Tipicamente o sensor mag-
Detector de fumos
nético de intrusão é montado para que seja ativado antes de aceder ao botão de ativação, posto que o sinal será ativado caso o alarme não tenha sido desligado 45 segundos depois de detetada a intrusão. Após a ativação, as posições de GPS serão enviadas regularmente para o servidor C-pod até que o alarme seja desativado. Alarme de Intrusão O C-pod é fornecido com um sensor magnético standard. A instalação pode levar até 12 sensores que podem ser organizados em duas secções de alarme distintas para que quando ativados possam indicar o setor a que pertencem. Geofence - O alarme de geofence é ativado quando a posição do recetor do GPS interno tenh a alterado mais de 250m em relação à sua suposta posição. Alarme de Bateria Se o C-pod detetar que a alimentação externa foi desligada, um alarme de ‘bateria desligada’ será ativado e enviado para os destinos programados de acordo com
Sendor de nível
uma lista de ações predefinidas. Níveis de Bateria Quando o banco de baterias ou a bateria descer abaixo dum determinado nível, um aviso de nível baixo de bateria é enviado para o servidor C-pod e enviado também para os destinos programados. Caso o sistema detete que a descarga não é contínua então um alarme de bateria será ativado em vez do aviso. Heartbeats - A unidade C-pod pode enviar informações tipo “batimentos cardíacos” em intervalos regulares. Estes confirmam o funcionamento normal de todo o sistema e quando houver alguma interrupção, um aviso de comunicação é gerado pelo servidor e tratado conforme a lista de ações predefinidas. Localização e contacto - Pode pedir em qualquer altura à unidade C-pod para lhe enviar a posição e o seu estado através dum pedido direto pelo portal ou telemóvel, quer a função de alarme esteja ligada ou não.
O sistema C-pod utiliza as vias GPRS e SMS para comunicação entre a unidade e o servidor, é fornecido com: - Unidade C-pod - Antenas de GSM e GPS - Botão de ativação - Sensor Magnético - Manual - Portal web pessoal - 100 créditos para comunicação e serviços PRVP: 475,00 Euros (IVA incluído) (não inclui sensores e cabos) A marca é representada em Portugal pela: Nautiradar – Sistemas Marítimos de Electrónica e de Telecomunicações, Lda. www.nautiradar.pt
Sensor de movimento 2015 Novembro 347
Sirene 37
Notícias do Mar
Tagus Vivan
Crónica Carlos Salgado
A Renovação do Rio Tejo é uma Prioridade
A renovação do Rio Tejo tem de ser uma prioridade da próxima Legislatura. Para que alguns não esqueçam e outros conheçam é nosso dever, para que os portugueses tenham bem presente que o nosso maior Rio, que é o eixo identitário de 1/3 do nosso território continental, que é ocupado pela sua bacia hidrográfica, é uma região com enormes potencialidades baseadas na riqueza e diversidade de património natural, paisagem, biodiversidade, com solos úberes e bons climas, e de património cultural , material e imaterial , nomeadamente o construído, histórico e arquitectónico, e o imaterial ligado às vivências, tradições e memórias muito ricas e peculiares.
M
as o RIO, esse infeliz, que os sucessivos governos foram desprezando, está realmente com problemas de navegabilidade, desregularizado, represado, e até com falta de água, tanto no caudal como
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na qualidade. É por isso que a Tagus Vivan optou por dar prioridade à realização da Conferência sobre a Navegabilidade no Rio Tejo, no dia 19 de Novembro de 2015 em Vila Franca de Xira com o valioso apoio da sua Câmara Municipal, conferên-
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cia esta que é a primeira do Ciclo de Conferências preparatórias do Congresso do Tejo IIIº. É evidente que é pelo deplorável estado a que os responsáveis deixaram chegar o nosso rio, que foi grande, que a renovação do rio Tejo, para que ele
possa alavancar o crescimento económico do país, tão carente dele, tem de ser uma prioridade da próxima legislatura. O que é preciso é haver visão, coragem e vontade política por parte do poder central, e que os investidores e empreendedores
Notícias do Mar
reconheçam as vantagens da navegação fluvial, porque ela pode servir as mais variadas actividades que geram riqueza, porque para além de se poder incrementar a navegação de
mercadorias, abre-se outra possibilidade que pode ser decisiva para que, finalmente, emerja outra forma não menos interessante de criar riqueza, que é o Turismo Náutico.
Desde que se encare a possibilidade de o Tejo voltar a ser navegável em segurança, não há dúvida de que é uma medida determinante para que, tanto o rio, como a sua bacia passam a obter bastantes vantagens económicas. Um canal navegável desde a foz até à fronteira será o ideal, permitindo uma navegabilidade com multiusos, mas temos de admitir que uma obra dessas terá custos consideráveis e por conseguinte carece de um estudo sério que permita ponderar sobre as vantagens, ou melhor, sobre a relação custo / benefício. Contudo, não há razão para ficarmos de braços cruzados, porque o rio
Tejo tem lanços com alguma extensão onde ainda se pode navegar, e mediante algumas obras de regularização, não muito onerosas, que também são indispensáveis para o equilíbrio do ecossistema, deve ser incrementada a navegação de transporte de mercadorias, pessoas e bens, adaptada às condições de navegabilidade de cada lanço, como por exemplo: o lanço desde a foz até Valada/Santarém; de Vila Nova da Barquinha até Constância; no Açude de Abrantes até Ortiga; na Albufeira de Belver; na Albufeira do Fratel e na Albufeira do Tejo Internacional, que é partilhada por Portugal e por Espanha.
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Notícias do Mar
Voo do Guarda-Rios
O Homem do Tejo
Texto Carlos Salgado
e o Turismo
O homem do Tejo foi influenciado pelas características próprias das diferentes regiões que o rio atravessa, culturalmente diferentes entre si, e por conseguinte o homem tagano teve de adaptar-se às condições em que viveu e foi adoptando comportamentos também diferentes no seu modo de vida, usos e costumes e actividades laborais, bem assim como na etnografia, nos saberes e nos sabores e nos modos de exteriorizar os seus sentimentos, e graças a isso o nosso Tejo é rico em tradições, memórias, afectos e emoções, o que contribui para enriquecer a oferta turística do nosso maior rio e da sua bacia hidrográfica
C
aros leitores, como não me canso de divulgar nas minhas crónicas publicadas neste jornal, as valências que podem e devem fazer do Tejo um destino turístico de referência, na crónica deste mês ouso repetir umas quantas coisas que venho dizendo ao longo do tempo, o que não deixa de contribuir para avivar a memória dos operadores turísticos, dos investidores e empreendedores, bem assim como dos edis dos municípios ribeirinhos do Tejo. O rio Tejo formou a sua bacia hidrográfica que se estende desde a região da serra da Estrela até ao Atlântico, e nessa travessia encontram-se as regiões da Beira Baixa, do Alto Alentejo, do Ribatejo e do Estuário (a Grande Lisboa), que
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ocupam praticamente 1/3 do território de Portugal continental, e graças à extensa rede de afluentes do Tejo, incluindo os sub-afluentes, os ribeiros, e as ribeiras, a sua bacia é tão ampla. Cada uma dessas regiões, desde a fronteira até ao Atlântico tem características bem diferenciadas devido à sua geografia, aos solos e ao próprio clima, o que contribuiu para criar uma pluralidade de paisagens e foi gerando uma biodiversidade fora do comum que determinou a classificação de inúmeros Parques, Reservas Naturais e Zonas de Protecção Protegida, e por isso também gerou uma rica panóplia de ofertas turísticas que devem ser aproveitadas e potenciadas com saber. È com estas mais valias que
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deve ser construído o futuro turístico sustentável do Tejo. É preciso repensar qual deve ser o melhor “ turismo ” para o Tejo segundo uma óptica realista, alicerçada numa relação de qualidade e continuidade. A organização da oferta turística, a promoção integrada e a gestão participada são algumas das dimensões mais inovadoras, tendo em vista a afirmação de uma marca diferenciadora no contexto do turismo nacional. Voltando a fazer referência a essa panóplia de ofertas turísticas do Tejo nacional que nenhum outro rio português possui com tanta diversidade, das quais passo a destacar algumas: O Artesanato - O Tejo define o carácter do homem, dálhe a inspiração e oferece-lhe
os materiais mais adequados à criação da sua arte, que está intimamente ligada ao artesanato. O Folclore - directamente relacionado com a faina campestre e com as festas e momentos de diversão, ele retrata a vivência humana dos trabalhos agrícolas e também da faina da pesca artesanal, folclore esse que assimila etnográfica e musicalmente, por vezes as características de outras regiões, que se foram enraizando graças às migrações sazonais inter-regionais de trabalhadores. Particularmente na região ribatejana é de destacar os trabalhos da criação, tratamento e treino do cavalo de raça e da condução e lide do gado bravo e também da vinha e do vinho, entre outros. A Gastronomia – Os solos férteis disponibilizam uma farta variedade de produtos agro-alimentares e de peixe do rio que, mulheres e homens dotados para a cozinha, dotes esses que são transmitidos de geração em geração, transformam esses produtos e apuram-nos nas mais variadas iguarias. Os Vinhos – a vitivinicultura do vale do Tejo, com destaque para o Alentejo e Ribatejo, tem uma história secular pois graças à genialidade do homem e dos fertilíssimos solos regionais que determinam algumas manchas vinícolas superiores, produzem-se vinhos de variadas castas, que são preciosos néctares. A Festa Brava – com maior evidência nas regiões do Ribatejo e do Estuário, a festa dos toiros está profundamente enraizada na cultura do povo que, com paixão e valentia, participa nas largadas, nas esperas, nas touradas, e nas tentas como
Notícias do Mar
espectador, aficionado, forcado, toureiro, cavaleiro e campino. As lezírias, com as suas ricas pastagens são espaços amplos e planos onde o touro de lide e o cavalo de raça nascem, são criados, pastam, vivem e crescem cuidados pelos seus pastores, os valentes campinos de trajo garrido. O Tejo Monumental – recheado de castelos, igrejas, conventos, palácios e museus alguns deles vivos, tem uma riquíssima oferta cultural, desde a fronteira até à foz onde se inclui a capital Lisboa e o seu porto, ambos milenares, a Lisboa das sete colinas e dos Descobrimentos, que foi cidade imperial. O Turismo Lúdico-cultural - O Tejo, com a sua profusão de atributos, características e valores tão diversificados é um valioso filão para o turismo, com ricos recursos naturais e paisagísticos, património monumental e cultural, a predominância de pequenos centros, vilas e aldeias com a sua beleza plástica, e a simpatia e afabilidade da gente ribeirinha, complementados pelos seus espaços rurais características tão peculiares de região para região, fazem do Tejo um potencial produto turístico, tanto a nível nacional como para exportação. Não pode ignorarse também que os campos, as cidades e as serras têm mais encanto vistas a partir do rio, esse Tejo que foi historicamente e deve voltar a ser, a estrada líquida que constituiu a principal via de comunicação da nação. “Vá para fora cá dentro para viver o Tejo” é a palavra de ordem para estimular o desenvolvimento económico do país, de que ele tanto carece. O forte crescimento do número de turistas, nacionais e internacionais, e a expressão urbanística e rural do lazer, onde não pode ser excluída a navegação de recreio e desportiva, são argumentos de peso que justificam as preocupações actuais em matéria de sustentabilidade e planeamento da actividade turística que, no essencial, é de relevante importância o envolvimento das
populações locais. Mas atenção, com todas estas valências o Tejo ainda precisa de quem consiga com saber e investimento, que ele afirme o seu “ lado turístico, um lado turístico sinónimo de uma visita, que tem de ter conteúdo de um serviço,
mantendo a tradição e acrescentando mercado, e com a mesma verdade acrescentando notoriedade, para que ele seja um destino turístico de qualidade e de referência, quer associado a produtos, quer associado a serviços turísticos de qualidade e ex-
cepção” ONDE ESTÃO OS EMPREENDEDORES E OS INVESTIDORES ? SERÁ QUE É PRECISO VIREM DE FORA ? POIS QUE VENHAM !
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Notícias do Mar
O Tejo a Pé
Texto Carlos A. Cupeto
O segredo da ribeira da Foz
(Tejo)
A
ndar é o exercício mais natural e prazeroso de todos. Num solarengo domingo de
Neste túnel de vegetação o mundo parece outro, a começar pela temperatura (fotográfia de Filipe Telmo). setembro, um grupo de amigos, a que chamamos Tejo a Pé, foi até Constância e na Aldeia da Pereira juntou-se aos bons profissionais locais
da Ponto Aventura. A proposta era fazer algo diferente, um pouco para além de um passeio pedestre, mais ou menos longo, com bonitas
Nesta mata só mesmo em fila indiana (fotográfia de Fernando Oleiro). 42
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e diversificadas paisagens. Até para fazer jus ao nome, Tejo a Pé, muitas vezes procuramos andar nas margens dos rios, ou nas suas proximidades. Desta vez a ideia, meio estranha (?), era andar dentro do rio. Motivados por um guia muito experiente e conhecedor, alguns fizeramse ao rio e foram por ali fora numa experiência única para todos os sentidos, como convém em situações pouco habituais. Mais do que a invulgar caminhada, há pormenores que devem ser partilhados em finais de Setembro o país estava quase todo declarado em estado de seca extrema, sendo surpreendente o caudal que fomos encontrar na ribeira da Foz. A natureza tem destas coisas (a geologia explica-o) mas estas “coisas” são raras, cada vez mais raras. Na velha e gasta Europa, não apenas
Notícias do Mar
Não parece mas isto é um grupo de caminheiros, com o guia Jorge em primeiro plano (fotográfia da Ponto Aventura).
social e economicamente, um curso de água como a ribeira da Foz é um tesouro único. Água abundante e limpa, envolta num túnel de vegetação impressionante pela sua beleza e riqueza. Riqueza que não se fica só pela vegetação, mas que se evidencia na avifauna que se sente em todo o percur-
so. Tudo isto acessível, gratuitamente, à porta da nossa casa. Qual o valor deste património natural? Quanto pagará um urbano europeu, que já não se lembra do que é um rio, para viver uma experiência destas? E se no fim, depois de um mergulho numa piscina, tiver um excelente repasto de peixe do
Ensopados até ao pescoço, Sandra Seixo (fotográfia de Fernando Oleiro).
rio frito com açorda, como foi o caso? Suspeito que isto não tem preço, o melhor mesmo é guardar este segredo. Mas usem, por favor. Ninguém duvide que um bom modo de conservar e valorizar um rio é usá-lo e a saúde de cada um também agradece. Antes de terminar ainda tenho que
manifestar algo que sempre me surpreende – a capacidade de resiliência dos sistemas naturais. Por estes dias o Tejo tinha andado pelas bocas do mundo justamente pela degradação da sua qualidade da água, mas ali ao lado, mesmo ao lado, afinal está o paraíso. Abençoada natureza.
Fora do rio houve subidas e calor (fotográfia de Fernando Oleiro). 2015 Novembro 347
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Pesca Desportiva
1º Campeonato Nacional de Jigging 1ª Manga – Prova de Lagos
Texto e Fotografia Jorge Sousa
Jerónimo Joana
Captura Pargo Capatão de 13,380 Kg Decorreu, no fim-de-semana de 13 e 14 de Junho, a 1.ª prova do Campeonato Nacional de Jigging.
I
A equipa vencedora, Jocanana I com Gerónimo Joana e o neto Gonçalo Maurício
nserido no VII Torneio Internacional de Lagos, em parceria com a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar, o Jigging Clube de Portugal e o Clube de Vela de Lagos, a prova decorreu com a concentração das equipas na sextafeira dia 12 de Junho para a realização da reunião de capitães e debater algumas considerações e duvidas relativamente ao Regulamento da prova. No dia 13 de Junho, com as 44
equipas concorrentes nas embarcações, pelas 5.30h partiram da Marina de Lagos, rumo aos seus pesqueiros, consoante as estratégias de cada equipa em competição, dando assim início ao Campeonato Nacional de Jigging 2015. De referir que se inscreveram neste 1º Campeonato Nacional dez equipas, perfazendo um total de vinte concorrentes, o que se deve salientar, uma vez que se trata de uma vertente da Pesca de Alto Mar, ainda não muito di-
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vulgada entre os nossos pescadores desportivos, pelo que esta iniciativa conjunta, vem com o propósito de divulgar e promover esta técnica de pesca, assim como abrir a modalidade a novos praticantes. As equipas em competição estavam distribuídas por quatro embarcações, Jocanana, Pescamar, Donzela e Átila. A competição é feita pela composição de equipas de dois elementos, pelo que o vencedor do 1º Campeonato Nacional de Jigging, será apurado
pelo somatório de pontos dos dois concorrentes que compõem a equipa. As condições climatéricas não estavam de feição, contudo e como homens do mar, habituados às agruras do clima e das condições adversas, ninguém se fez rogado e enfrentou o tempo com bastante estoicidade, não obstante as diversas frentes frias que se aproximavam do local onde se encontravam as embarcações, trazendo aguaceiros fortes acompanhados de vento, o que por sua vez
Pesca Desportiva
faz levantar alguma agitação marítima, dificultando a acção de pesca. Contudo, com as condições atmosféricas acima referidas, houve capturas de bons exemplares, mais precisamente pargos capatões, (Dentex gibbosus), sendo que, a abrir as hostilidades, esteve a embarcação Jocanana, com Jerónimo Joana a capturar um capatão com o peso de 13,380kg, tendo ainda nesta embarcação sido capturados mais três pargos, um pelo atleta Rui Inácio com um pargo capatão de 6,280kg e outos dois pargos capturados pelos atletas Pedro Urbano e João Cascais com os pesos de 2,380kg e 2,440kg respectivamente. A equipa Evader I, capturou um pargo pelo atleta Hugo silva com 1,580kg, havendo ainda a reportar uma captura da equipa Golden Hook, pelo atleta Orlando Bento, com 3,1kg que devido à não comparência a horas da pesagem, não foi contabilizado, em termos de pontuação. Após a acção de pesca as embarcações aproaram rumo à Marina de Lagos a fim de proceder às respectivas pesagens do peixe capturado e posteriormente à elaboração das classificações referentes ao Campeonato Nacional, assim como as classificações do VII Torneio Internacional Pesca ao Jigging de Lagos. No final do dia teve lugar o jantar de confraternização e entrega de prémios, tarefa a cargo do Sr. Presidente do Clube de Vela de Lagos, coadjuvado pelo Sr. Luís Borges, director da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar. Agradecimento especial ao Clube de Vela de Lagos, na pessoa do Dr. Júlio Monteiro, ao Sr. Presidente do C.V.L., às embarcações que se disponibilizaram para realização da prova, assim como ao Srs. Luís Borges e Carlos Vinagre, Director e Presidente da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar, pela disponibilidade e apoio na realização deste 1º Campeonato Nacional de Jigging, ficando desde já o convite a todos para
Os pargos capatões capturados, Jerónimo Joana com um de 13,380 Kg e Rui Inácio com outro de 6,280 kg
A equipa Jocanana I, vencedora em Lagos
que estejam presentes na última prova deste campeonato a realizar no dia 24 Outubro de 2015 no Porto de Recreio de Oeiras, desta feita com a organização a cargo do JIGGING CLUBE DE PORTUGAL.
Classificação (provisória) - 1ª manga 1º
Jocanana I
2º
Jocanana II
3º
Jocanana III
4º
Evader I
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Pesca Desportiva
1º Campeonato Nacional de Jigging 2ª Manga – Prova de Oeiras
Texto e Fotografia Jorge Sousa
Capturados 100 Kg de Peixe Decorreu no fim-de-semana de 24 e 25 de Outubro a 2ª prova do Campeonato Nacional de Jigging , inserido no 2º Concurso de Jigging Lisboa, em parceria com a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar, Jigging clube de Portugal e o Clube de Vela de Lagos.
A
Marcio Monteiro com o maior exemplar
prova teve início com a realização da reunião de capitães de equipa, efectuado na sexta-feira dia
23 nas Instalações da Piscina Oceânica da Marina de Oeiras, para entrega de Regulamento e acerto de pormenores de última hora, além de algumas lem-
Equipa vencedora a M&Ms 46
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branças aos concorrentes. Dia 24 pelas 07H00 todas as equipas presentes num total de 17 equipas, distribuídas por sete embarcações, LIRIO; AN-
DALA; JOCANANA; NANNY; PRIMINHOS; EVADER e DIMAR, concentraram-se na saída da Marina de Oeiras e deram início à prova, rumando
Embarcação Jocanana com as equipas de pescadores
Pesca Desportiva
Embarcação Andala difícil organizar e promover a modalidade: VEGA, YUKI, BALANZOL, LOJA TUDO PESCA, AQUASARES, NAUTEL, ESTRELADO-MAR, BISK8, B’ENTRE VINHOS, MARINA DE OEIRAS e CAPITAL PESCA. De todos os participantes a nota de destaque foi os agradecimentos que nos foram dados pela excelente organização do evento que o JIGGING CLUBE DE PORTUGAL mais uma vez organizou e com a promessa de
no próximo ano continuarmos no desenvolvimento da pesca ao Jigging e atrair mais pescadores para esta modalidade. Com a soma dos pontos das duas provas a de Lagos e a de Oeiras, a equipa JOCANANA, composta por Jerónimo Joana e Gonçalo Maurício, este com 16 anos de idade, foi declarada Campeã Nacional da Modalidade no 1º Campeonato Nacional de Jigging da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar.
Pargo da equipa Atlila cada uma delas aos seus pesqueiros, designadamente ao largo de Cascais, de referir que a embarcação NANNY devido a avaria no motor foi obrigada a desistir. O tempo apresentava alguma instabilidade com períodos de chuva mas nem isso demoveu os pescadores de partirem com a vontade de efectuarem boas capturas, o que realmente veio a acontecer. Durante o período de pesca foram sendo relatadas diversas capturas, sendo que a embarcação Andala era aquela que mais reportes ia fazendo relativamente aos peixes capturados À chegada das equipas, pelas 18h30 à MARINA DE OEIRAS, foi-se tendo a noção da quantidade de peixe capturado que era bastante, perfazendo depois de pesado cerca de cem quilos de peixe todos de bom porte entre Pargos, Lírios, Peixe-galo e outras espécies tais
como Atuns e Badejos. De salientar a prestação do pescador António Travassos com 16 anos de idade capturou 4 pargos e um bonito, tendo feito 14,100kg. O pescador Márcio Monteiro, apresentou na pesagem um Lírio com 13,150kg, tendo assim ganho o prémio de maior exemplar. Após a realização da pesagem e atribuição das Classificações, procedeu-se ao Jantar de encerramento e entrega de prémios aos participantes, que teve lugar nas magníficas instalações da Piscina Oceânica da Marina de Oeiras, gentilmente cedidas pela Administração da Oeiras Viva e confeccionado e melhor servido pelo restaurante B’ENTRE VINHIOS. De referir que os vencedores e vencidos tiveram direito a prémios e brindes, que nos foram cedidos pelos patrocinadores que nunca são demais de realçar, pois sem eles torna-se
Os magníficos prémios
Classificação (cinco primeiros) - Prova de oeiras 1º
M&M
19,900 Kg
2º
Peixe Amontes
14,100 Kg
3º
Átila
12,360 Kg
4º
Killers Fishing
12,100 Kg
5º
Golden Hook
11,580 Kg
Classificação Final Campeonato Nacional de Jigging 1º
Jocanana
2º
Átila
3º
Killers Fishing
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Texto e Fotografia: Carlos Abreu/Mundo da Pesca
Pesca Embarcada - Slow Jigging
Tensão de Linha
Como Optar pela mais correta? Dando continuidade à série de artigos sobre o “slow jigging” e antes e nos aventurarmos no complexo mundo das animações, convém perceber e ter algumas noções de como é que devemos controlar a tensão da linha quando uma zagaia está em queda. Será que essa queda deve ser livre ou será que deve ser feita de forma controlada? É o que vamos analisar...
S
em dúvida que esta é uma técnica que está a apaixonar os pescadores portugueses. As suas “nuances”, detalhes técnicos e leque de capturas estão a entusiasmar os amantes da pesca com 48
amostras de chumbo na vertical. O que propomos abordar neste artigo é importante mas, temos primeiramente de entender que, para executar bem a técnica, seja ao nível das animações e/ou descidas, temos quase que forçosamente pescar na ver-
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tical. Manter a verticalidade à deriva Este é um aspeto determinante no “slow pitch jigging” mas que é praticamente impossível de conseguir na
grande maioria dos locais por esse mundo fora quando se pesca à deriva. Por vezes, mesmo com um barco fundeado é uma tarefa complicada pois a combinação de vento e corrente tornam a tarefa de pescar na vertical quase impossível. No entan-
Notícias do Mar
to, deixamos algumas sugestões para tentar pescar (o mais possível) na vertical num barco à deriva. Use jigs mais pesados O peso de um “jig” obriga a amostra a descer mais rápi-
do reduzindo o seio de linha na água. Algo entre os 150 e os 300 gramas irá permitir pescar bem entre os 35 e os 60 metros com condições mais adversas. Deve prestar-se atenção à escolha do peso da amostra em função da aguagem, algo que pode
mudar várias vezes numa jornada. Use formatos apropriados Algumas zagaias são rápidas a descer e outras são lentas. Basicamente todas as zagaias para “slow jigging” são lentas pois isso é
que são a chave do sucesso da técnica e aquilo que desperta os ataques. Mas, sob a influência de muita água, a linha está constantemente a tentar puxar para cima a zagaia. A opção é então uma zagaia rápida, dentro do lento que elas deverão ser.
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Pesca Desportiva
A descida inicial da zagaia para o fundo deve ser o mais rápida possível
No “drop” inicial o que se pretende é que a zagaia desça rápido. Aplicar uma ligeira pressão na 50
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Pesca Desportiva
Testá-las é mesmo o melhor que há a fazer. Use linhas mais finas Quanto mais grossa for a linha mais água vai “agarrar”. Eu recomendaria algo entre um PE 1.0 a 1.5, pelo menos, para uma pesca convencional de “slow jigging”. No entanto reconheço que muitas das espécies que aderem a esta técnica nas nossas águas destruiriam muitas das nossas montagens num ápice. Se optar por linhas mais grossas tem duas soluções: ou aumenta o peso do “jig” ou muda para uma estratégia mais convencional, a pesca à zagaia como a conhecemos. A questão que se impõe Mas voltemos à “vaca fria”: a de qual deverá ser a tensão da linha quando a zagaia está em queda. Será que,
Como a maior parte das zagaias destinadas a esta técnica é lenta o ideal na descida inicial é controlar a tensão da linha com a ponta dos dedos, evitando que a amostra dance
quer no “slow pitch jigging” quer quando imprimimos uns esticões mais amplos e longos (“long jerk”) no “jigging” convencional , a linha deve ficar esticada quando a amostra vai para baixo, com
a cana a controlar a velocidade de descida? Ou deverá estar folgada permitindo que a amostra caia naturalmente? A descida inicial da zagaia para o fundo deve ser o
mais rápida possível. Como a maior parte das zagaias destinadas a esta técnica é lenta o ideal na descida inicial é controlar a tensão da linha com a ponta dos dedos, evitando que a amostra
linha com os dedos na bobine ou linha ajuda bastante. 2015 Novembro 347
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Pesca Desportiva
É nas quedas feitas após as animações que se produzem mais frequentemente os ataques…
dance para os lados o que a faz perder tempo de descida; caso desçam naturalmente levam mais tempo a chegar ao fundo pois são levadas pela corrente uma vez que a aguagem pega na linha, ficando seio quando começamos a animar. Um bom exemplo
A zagaia Rector é um bom exemplo. A Rector é um modelo muito lento a descer e não é nada recomendável para pescar com correntes fortes. No entanto, é tão eficaz a incentivar os toques na descida que “até dá dó”. Na descida – “drop” – inicial, cai como uma folha seca, começa a dançar de um
lado para o outro, parando ocasionalmente, altura em que fica suspensa, para começar logo de seguida a cair novamente. Caso não criemos essa pressão na linha para evitar que faça estas paragens e desça, só a queda livre vai criar seio. O surpreendente é que depois de cair cerca de 30 metros,
Não convém apontar a ponteira para baixo em demasia, mais rápido que essa queda da zagaia,
deixando muita linha sem tensão na água. O ataque pode ocorrer a qualquer momento 52
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não tem que se dar mais ao dedo. Porquê? Porque é que isto acontece a partir de certa profundidade? A resposta é simples. Porque a linha começa a ficar sobre a influência da aguagem que começa a dar alguma tensão à linha. Depois de bater no fundo e começar as animações, a técnica é precisamente a oposta. Nessas quedas já nos interessa essa ação lado a lado. Imprimimos os pequenos puxões e a zagaia para na água, hesitante, intercalando com movimentos de “wobbling”, “rolling”, “sli-
Pesca Desportiva
Controlo de tensão. Na imagem da esquerda pode ver-se como se processa a descida da zagaia sem tensão na linha, mais lentamente; na imagem da direita pode ver-se como desce a mesma zagaia, aplicando uma ligeira pressão na linha, descendo assim mais rapidamente.
ding”, emitindo flashes, etc. A ideia é não aplicar nenhuma tensão para deixar que isto aconteça, que a zagaia trabalhe. No entanto, não convém apontar a ponteira para baixo em demasia, mais rápido que essa queda da zagaia, deixando muita linha sem tensão na água. O ataque pode ocorrer a qualquer momento. Baixe a ponteira à mesma velocidade de queda da zagaia para que haja um equilíbrio, ou seja, que a linha não esteja nem muito tensa nem muito folgada. Desta forma também não se corre o risco de embrulhar a 2015 Novembro 347
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Pesca Desportiva
Na descida inicial é controlar a tensão da linha com a ponta dos dedos
linha nos passadores. Exceções à regra Mas também há outras formas de proceder, relativamente ao que é a técnica base, especialmente quan-
do se adota a estratégia de quedas mais longas, situação em que se coloca alguma tensão na linha durante a queda. Relembre-se que uma pequena tensão acelera a queda. Nesta técnica
do “longfall”, as animações de subida - que antecedem a “queda longa” propriamente dita - devem ser lentas e simples. Quando a zagaia começa a descer anda para trás, como se fizesse marcha atrás, como se fosse um peixe a voltar para um buraco, um sinal de fraqueza, biologicamente falando, algo que os predadores aproveitam sempre que podem.
Dar uma pequena tensão à linha muda a ação da zagaia e pode ser por vezes muito produtiva; há uma mudança de rotina, de velocidade, com subidas lentas e quedas rápidas. Por isso, é melhor dar ou não alguma tensão à linha? A resposta é que isso está errado…mas também está certo! Sinta apenas a zagaia a trabalhar e aproveite a dança!
Rector e Rector1 – A Rector é um zagaia muito lenta a descer e que por isso não é recomendável para a pesca com corrente. 54
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Surf
EDP Mar Sem Fim
Anunciados os Vencedores das Bolsas de Exploração da Temporada 2015/2016 A escolha deste ano recaiu sobre os surfistas António Silva e Ramón Laureano (XXL), Alexandre Botelho (Tour), Jácome Correia (Rookie) e Joana Andrade (Girl)
O
EDP Mar Sem Fim, projeto pioneiro de descoberta de ondas grandes, desconhecidas e inexploradas em Portugal, acaba de divulgar a lista de vencedores das Bolsas de Exploração de Ondas Grandes para a temporada 2015/2016. Para a segunda edição do projeto, a organização atribuiu bolsas aos surfistas António Silva e Ra58
Vencedores Bolsas EDP Mar Sem Fim 15-16 món Laureano da Jet Resgate Portugal (Bolsa XXL), Alexandre Botelho (Bolsa Tour), Jácome Correia (Bolsa Rookie) e Joana Andrade (Bolsa Girl). Após o encerramento das candidaturas, todos os projetos apresentados mereceram a análise de um painel composto por várias personalidades ligadas ao mundo do surf que teve como critérios de seleção os
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feitos desportivos no surf de ondas grandes e tubulares, o currículo de cada um dos surfistas, o plano de segurança do projeto e o material utilizado. Os surfistas António Silva e Ramón Laureano renovaram a bolsa ‘XXL’, no valor de 3.000 euros, com um projeto para a Nazaré. A bolsa irá suportar a criação de um hangar na Nazaré e tem também a finalidade de
receber surfistas do projeto EDP Mar Sem Fim e ser uma ajuda para a preparação e manutenção de todo o material para as sessões de surf na praia do Norte este inverno, com vista à obtenção de recordes XXL. Já a bolsa ‘TOUR’, também no valor de 3.000 euros, foi entregue ao surfista Alexandre Botelho, a fim de apoiar a sua participação em eventos mundiais de ondas
Surf
grandes. Os eventos do Big Wave World Tour, de Jaws, no Hawaii, ou Punta Galea, no País Basco, estão na mira do surfista, sendo que o período de espera para estes eventos têm inicio precisamente hoje, dia 15 de Outubro, prolongando-se até dia 28 de Fevereiro. Na categoria ‘ROOKIE’, a organização decidiu atribuir a bolsa a um surfista natural dos Açores. O vencedor foi o jovem Jácome Correia, pelo potencial de crescimento no surf de ondas grandes, sucedendo a António Rodrigues. O surfista irá receber um prémio no valor de 750 euros para suportar os custos de preparação da temporada de inverno e está convidado a integrar a equipa do EDP Mar Sem Fim nas expedições aos Açores. Uma das grandes novidades deste ano foi a inclusão da Bolsa ‘GIRL’, no valor de 750 euros, atribuída à surfista Joana Andrade, que recebeu igualmente um convite para acompanhar as expedições. A surfista residente na Ericeira é a primeira e única mulher em Portugal a desafiar ondas grandes em tow-in, tendo sido por duas vezes nomeada para os Billabong XXL Awards ao surf uma onda na Papoa e outra na Nazaré. Para João De Macedo, Coordenador das Bolsas EDP Mar Sem Fim, “estas são as candidaturas que melhor se identificam com os propósitos do EDP Mar Sem Fim. Recebemos projetos muito interessantes e as
escolhas não foram fáceis, pelo que podemos afirmar que estamos na presença de grandes valores do surf de ondas grandes que vão seguramente dar que falar nos próximos anos.” As Bolsas EDP Mar Sem Fim atribuem este ano um valor total de 7.500 euros. Juntamente com o prémio de Surfista da temporada XXL 2014/2015, atribuído ao Surfista Nicolau Von Rupp no valor de 2.000€, o valor investido em Surfistas esta temporada ascende aos 9.500 euros, o que representa um aumento de cerca de 25% relativamente à edição passada. Estas bolsas foram criadas com o objetivo de apoiar e projetar o surf português de ondas grandes e de exploração, através de um fundo de apoio que atribui
Nic Von Rupp
anualmente bolsas aos surfistas portugueses para a realização de expedições de surf que melhor cumpram os objetivos do EDP Mar Sem
Fim. O projeto aguarda agora pelas primeiras ondulações de inverno para dar início às Expedições EDP Mar Sem Fim.
EDP Mar Sem Fim, projeto pioneiro de descoberta de ondas grandes
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Notícias do Mar
Últimas
Campeonato do Mundo de RS:X
João Rodrigues Qualifica Portugal para o Rio 2016
O
veterano velejador madeirense João Rodrigues qualificou Portugal para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. João Rodrigues foi 28º classificado no Mundial de RS:X, que terminou no passado dia 24 de Outubro em Mussanah, no Sultanato de Omã, e ocupou um das seis vagas em aberto para a olimpíada brasileira. Esta será a sétima participação de Rodrigues em Jogos Olímpicos, ele que já é o atleta português de todas as modalidades com maior número de presenças em olimpíadas Rodrigues estreou-se
60
em olimpíadas em Barcelona 1992 - 23º em Lechner. Seguiram-se Atlanta 1996 7º em Mistral, Sydney 2000 – 18º em Mistral, Atenas 2004 – 6º em Mistral, Pequim 2008 – 11º em RS:X e Londres 2012 – 11º em RS:X. Se alcançar, como é desejado, o Rio de Janeiro 2016, o velejador nacional junta-se ao restrito lote de 14 atletas masculinos e femininos que participou em pelo menos 7 Jogos Olímpicos. Recorde-se que João Rodrigues foi Campeão do Mundo de Mistral em 1995 e Campeão da Europa de Mistral em 1996 e 1997 e de RS:X em 2008. Já qualificados para o Rio
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de Janeiro estão França, Polónia, Grécia, Grã-Bretanha, Holanda, Israel, Alemanha, Espanha, Nova Zelândia, República Popular da China, Chipre, Dinamarca, Argentina, Lituânia, Itália, Japão, Noruega e Rússia (ainda a confirmar pelo Comité Olímpico Internacional) e agora garantitiram Portugal, Suíça, Coreia do Sul, Hungria, Hong Kong e México. João Rodrigues foi 17º na 13ª e derradeira regata do Mundial e estava naturalmente satisfeito pela seu sétimo apuramento: “Todos foram diferentes mas este é especial e distinto, porque me custou bastante. O ano passado já tinha sido
inglória a forma como tinha ficado fora e desde que a classe se tornou tão exigente fisicamente, que é desgastante chegar ao final das provas”, afirma. O veterano madeirense fez um pequeno resumo deste Campeonato do Mundo de RS:X em que terminou na 28ª posição: “Fizemos doze regatas com menos de 9 nós de vento, o que foi muito complicado de gerir em termos físicos. Tinha um objectivo, estive sempre dentro e acabei por cumpri-lo. Nos últimos dias, fui conservador, arrisquei pouco e não cometi nenhum erro”, sublinha João Rodrigues.