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Notícias do Mar
Economia do Mar
Texto Antero dos Santos
Inauguradas Novas Instalações da Sopromar em Lagos
Com um impressionante acreditar no futuro, a Sopromar inaugurou no passado dia 16 de Abril, as novas instalações do seu estaleiro, o Centro Náutico de Lagos, numa cerimónia presidida pelo Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu.
O
momento da inauguração, que teve também a presença do Director-geral da Au-
toridade Marítima, Almirante Silva Ribeiro em representação do CEMA, a Presidente da Câmara Municipal de Lagos, altas patentes da Mari-
nha e do Exército e outras individualidades da administração pública, foi o culminar de um sonho que alimentou durante muitos anos Ercidia
O Centro Náutico de Lagos 2
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Pereira, seus filhos Pedro e Sandra e o genro Hugo Henriques. Após o regresso de Luanda em 1974 João Batista Pereira, o fundador, dá início com uma oficina e depois com um pequeno estaleiro, à actividade de assistência a barcos de pesca junto à Docapesca de Lagos. Passados alguns anos, assim que iniciou a assistência às embarcações de recreio, o estaleiro vai-se reconvertendo na assistência principalmente a veleiros, embora se mantivesse a assistir igualmente barcos de pesca. Naquela altura, torneiro-
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Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu e Presidente da Camara de Lagos, Joaquina Matos dão início à cerimónia
mecânico, carpintaria naval, mecânica, pintura e electricidade, com docagem em seco, era um serviço náutico já muito especializado e com muito pouca oferta. A filosofia de empresa familiar, iniciada pelo fundador, manteve-se ainda mais forte após a sua morte, e Ercídia Pereira e os filhos Pedro e Sandra, e depois o genro Hugo Henriques, decidiram vencer todos os que não acreditavam nos projectos de expansão da Sopramar que foram apresentando ao longo dos anos para crescerem. Conseguiram assim que lhes fosse concessionado mais espaço no porto de Lagos e deste modo foram aumentando a sua oferta. Acabou por ser graças à possibilidade de assistência 2015 Maio 341
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Estiveram presentes altas patentes da Marinha
de múltiplas especialidades e no final à excepcional qualidade dos serviços prestados aos clientes que a Sopromar venceu. Os primeiros a aperceberem-se da elevada capacidade de resposta dos serviços requisitados à Sopromar,
foram os veleiros estrangeiros que chegavam a Lagos a necessitar de qualquer reparação. Hugo Henriques e Pedro Pereira, aprenderam tudo o que era necessário fazer ou contratavam os técnicos especialistas necessários para responder a qual-
Cerimónia da bênção das instalações 4
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quer pedido de assistência. A manutenção de um veleiro de recreio está no topo da assistência náutica. Depressa se soube na Europa que em Lagos havia um estaleiro com capacidade de resposta para qualquer tipo de avaria e de reparação naval. Começaram a chegar barcos, principalmente do norte da Europa e começou a ser necessário fazer marcações para atender todos. Hoje já vêm veleiros também do outro lado do Atlântico. Um princípio fundamental na náutica de recreio que é o de desenrascar sempre um navegador, foi desenvolvido pelos gerentes e é o lema da Sopromar. É isto que os clientes transmitem uns aos outros, ou deixam assinalado no Livro de Honra do
estaleiro. Para isso ser possível, foi feita também uma forte aposta no investimento em inovação e na formação de pessoal. A Sopromar foi-se especializando cada vez mais, sempre equipada com os melhores e mais modernos equipamentos. Ao fim de uns tempos, já fazia a reparação de osmose, tratava da fibra de vidro & gelcoat, polimento, watermaker, rigging, fabricação de inox e electrónica. Assim, para ampliar a sua área de parqueamento, a Sopromar começou por ir adquirindo o espaço de outros dois estaleiros que se encontravam mesmo ao lado e acabou por se lançar há dois anos no projecto do Centro Náutico com parqueamento para 280 barcos. Ercidia Pereira, filhos e
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Concretização do Sonho
N
a cerimónia da inauguração do Centro Náutico de Lagos, Ercídia Pereira recebeu os convidados com as seguintes palavras:
Exma. Sra. Ministra da Agricultura e do Mar - Professora Doutora Assunção Cristas Exmo. Sr. Secretario de estado do Mar - Professor Doutor Manuel Pinto de Abreu Exmo. Senhor Director-geral da Autoridade Marítima - Almirante Silva Ribeiro Em representação do Chefe do Estado-Maior da Armada - Almirante Macieira Fragoso Exmo. Sr. Major-General José Nunes da Fonseca Em Representação Do Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana - Tenente-General Manuel da Silva Couto Exmo. Sra. Presidente da Camara de Lagos - Dra. Joaquina Matos Exmo. Sr. Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve - Eng. David Santos Exmo. Sr. Presidente da Docapesca - Dr. José Apolinário Exmo. Sr. Director do Apoio ao Investimento do Turismo de Portugal - Dr. Carlos Abade Exmo. Sr. Presidente do Turismo do Algarve - Dr. Desidério Silva Exmo. Sr. Reitor da Universidade do Algarve - Professor Doutor Antonio Branco Exmo. Sr. Director do instituto de Emprego e formação profissional de Faro - Dr. Carlos Baia Exmo. Sr. Director da Alfandega de Faro - Dr. Antonio Gião Demais convidados presentes civis e militares Minhas Senhoras e meus Senhores Meus Amigos! Agradecemos a Vossa presença neste acto solene de inauguração destas instalações, que se destinam ao desenvolvimento não só da nossa empresa mas também ao desenvolvimento de toda a região, onde decidimos viver após o regresso de Luanda. O dia de hoje é uma data que tem um grande significado para todos os membros desta Família, pois é o dia de aniversário do seu fundador “João Batista Pereira”.
É assim uma maneira de concretizar um sonho de quem já não se encontra connosco, mas que sempre nos tem apoiado ao longo desta vida, e nós sentimos esse apoio nos momentos mais difíceis. Uma palavra também para toda a minha família que tem sido sempre unida! Apenas essa união é capaz de nos levar a um futuro melhor, a humildade e a compreensão são muito possivelmente as maiores armas que temos para fazer face ao futuro e para superar todo e qualquer problema. Esta é uma obra pela qual tivemos de lutar, acreditando que seria possível, não foi um caminho fácil, mas é com muito orgulho que chegamos a este dia. Este local inovador simboliza a ruptura com os conceitos tradicionais, e uma aposta forte em dois sectores que têm um grande valor não só económico mas também histórico para o nosso País que são o Turismo e a Reparação Naval. Este projecto é a prova que temos, ter uma visão mais alargada em relação á Economia do Mar. O investimento neste novo espaço que hoje inauguramos é uma aposta nas potencialidades do País e a demonstração de que não há razões para recear o futuro. Um desempenho de alto nível da parte da empresa é motivo de orgulho, mas também suscita expectativas e cria responsabilidades acrescidas quanto ao futuro. Uma palavra de apreço a todos os que tornaram possível a construção deste centro náutico, que sempre estiveram ao nosso lado fazendo deste também o seu projecto. Um agradecimento a todos os convidados pela vossa presença, pois todos á sua maneira fazem parte não só da nossa historia, mas também do futuro desta empresa. Termino com uma calorosa saudação a todos os profissionais que trabalham nesta empresa que desde á muito fazem parte desta grande Família que é a Sopromar. Muito obrigado.
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Durante a visita às instalações
genro queriam ter um Centro Náutico com as mais modernas e bem apetrechadas instalações existentes na Europa. Assim, com um investimento de 2.724.158,53 € e com a comparticipação comunitária de 1.803.617,74
€, lançaram-se na criação de um pólo completo de serviços dirigido aos navegadores de recreio que navegam ao longo da nossa costa e visitam Portugal. O Centro Náutico de Lagos da Sopromar que foi
agora inaugurado e que até já tem pontões de espera para reparações a nado, beneficia de uma das mais privilegiadas localizações a nível europeu no âmbito da navegação, sendo o primeiro porto seguro da Europa
para quem navega do Atlântico Sul e Ocidental, é ainda o último porto para quem navega do Mar Mediterrâneo para todo o Atlântico. Com um pórtico de 50 toneladas no estaleiro, as instalações têm no mesmo edifício todas as oficinas especializadas, bar e restaurante, bem como salas para formação, armazéns para clientes e quartos para skippers que prefiram ficar no Centro Náutico em vez de num hotel. Tem ainda uma loja náutica com todo o material e equipamento náutico necessário, motores e electrónica. Para servir esta loja foi montado no 1º andar uma nave com todos os acessórios e equipamentos, que passarão a ser distribuídos por robôs computarizados. Quanto à capacidade para embarcações passou a ter 280 lugares, também controlados por computador, para não se perder tempo à procura de cada barco. Nos próximos dois anos, vão ser investidos mais 720.000.000 €, para uma
Instalações de Portimão 6
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A grande nave da loja náutica
nova área de parqueamento com mais 60 lugares e a aquisição de equipamento para alagem de catamarans. Impressiona também todo o exterior do edifício que reforça mais a marca de Portugal, numa inovadora, bela e decorativa utilização da cortiça. Numa parceria com a Marina de Lagos a Sopramar inaugurou em há três anos o Centro Náutico de Algés na foz do Tejo, apostando no mercado nacional e na disponibilidade de assistência a embarcações estrangeiras que necessitem ou queiram antes ser assistidas em Lisboa. Também pela mesma razão, a Sopromar dispõe de instalações no porto de Portimão, onde tem o serviço de um pórtico de 300 toneladas
e presta assistência também a grandes iates a motor. Presentemente 80% dos clientes da Sopromar são estrangeiros oriundos de 26 países e os serviços de assistência são prestados em 80% a veleiros, o que de-
monstra a grande importância para o país a actividade económica desta especializada empresa portuguesa de reparação naval, cuja taxa média anual de ocupação das embarcações dos clientes é de 98,7%.
A internacionalização da Sopromar já deu início, com a sua actividade em S. Tomé e Príncipe e em Moçambique, prestando também serviços de assistência e reparação naval em Cabo Verde e Angola.
Centro Náutico de Algés 2015 Maio 341
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Náutica de Recreio
Oeiras Marina Organiza Feira Náutica
“Mar & Vento”
No âmbito das comemorações do 10.º aniversário do Porto de Recreio, a Oeiras Marina organizou a 1.ª edição da feira “Mar & Vento”, nos passados dias 8, 9 e 10 de Maio.
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Estiveram cerca de 50 expositores na Feira Náutica da Oeiras Marina 8
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sta iniciativa juntou, empresas, associações e diversas entidades ligadas à náutica de recreio e desportos aquáticos, num espaço motivador e adequado à iniciação, como é uma marina. Tendo o Rio Tejo como pano de fundo, a feira estendeu-se ao longo da Marina de Oeiras, em vários locais, tais como o porto de recreio, a piscina oceânica e a doca seca, como um mercado náutico de demonstração de actividades, workshops, compra e venda de material, promoção e divulgação de
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Iniciação de canoagem
O Big Game esteve em destaque na 1.ª Feira Náutica “Mar & Vento”
produtos. Quanto a novidades, salientamos no stand de Francisco Ramada o novo Beneteau Barracuda 7, com 7,39 metros de comprimento, equipado com o novo motor Yamaha F150D, que estava dentro de água à disposição de quem quisesse fazer um test drive. O Barracuda 7 é um barco da gama pesca passeio da Beneteau que se apresenta com o estilo de um pesqueiro profissional e está equipado com muitos acessórios ao gosto dos pescadores lúdicos, incluindo um viveiro para isco vivo. É um barco
compacto, prático, muito polivalente no uso e fácil de manobrar. Em vez de uma porta atrás o Barracuda 7 tem portas laterais na cabina de pilotagem. Esta é uma vantagem para o piloto, pois numa manobra rápida, o acesso á proa ou ao poço é imediato. O piloto tem um banco indi-
vidual com duas posições de condução. Dentro da cabina de pilotagem existe à frente uma cabina que dispõe de um sanitário químico com porta e uma cama. No Barracuda 7 pode-se pescar à proa ou no poço, ou deixar a pesca sossegada e como o poço é muito amplo, fazer-se um passeio
familiar com um piquenique numa mesa que se coloca ao meio e tomar banhos de sol num solário que se monta facilmente. Outra novidade que observámos, estava no stand da Seatec, Lda. Era o Watching Man, um sistema de controlo, vigilância e segurança de embarcações.
Evoluções de flyboard 2015 Maio 341
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O simulador de Big Game
Através de sensores instalados em diversos locais da embarcação, podem-se deixar alertas e o Watching Man com a geolocalização inteligente pode controlar muita coisa do barco, como detectar intrusos, entrada de água, nível de bateria ou temperatura do motor. Graças à antena de GPS, o Watching Man pode saber também de qualquer lugar, através da internet com um
computador ou telemóvel, a posição exacta do barco e consultar as últimas rotas efectuadas. Uma zona sempre com muita animação era a piscina oceânica que recebeu baptismos de mergulho, apneia, paddle surf, caiaques e ainda evoluções de flyboard, uma experiência muito radical para quem gosta de emoções fortes. Também a pesca lúdica e
Jerónimo Joana a ensinar como domina um peixe
O novo Beneteau Barracuda 7 estava à disposição para test drive 10
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Stand da Parede Náutica
Exposição de taxidermia de peixes
desportiva foi abordada em todas as suas vertentes, com destaque para as experiências de Big Game Fishing, através de um simulador onde foi possível tentar pescar marlins, ou qualquer outro peixe até 300 Kg. Esta foi até uma das actividades que mais interesse despertou nos pescadores, impulsionada pelo campeão de Big Game Jerónimo Joana, skipper do “Jocanana”. Houve também palestras de Big Game, pelo Jigging Club de Portugal e por Manuel Viana, delegado da EFSA, Hugo Silva também EFSA e Jerónimo Joana. As palestras animaram bastante esta primeira Feira Náutica na Oeiras Marina, como foi o caso do Desígnio do Mar, pela Ignite, Segurança no Mar por Yacht World, Um Sorriso no Mar pela Associação de Surf Adaptado e a Iniciação à Canoagem por Bork. Já no Porto de Recreio, estiveram ao dispor do público a possibilidade de iniciação de vela, demonstração de kits à escala, houve uma regata de Open Kayak e ainda aulas de fitness. Na Doca Seca havia uma exposição do Instituto de Socorros a Náufragos e Protecção Civil. Também estavam em exposição barcos em 2ª mão, com excelentes oportunidades de negócio. 2015 Maio 341
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Notícias do Instituto Hidrográfico
Nova Edição do Roteiro da Costa de Portugal – Portugal Continental. Do Rio Minho ao Cabo Carvoeiro O Instituto Hidrográfico publicou recentemente a 4ª edição do volume “Roteiro da Costa de Portugal – Portugal Continental – Do Rio Minho ao Cabo Carvoeiro”.
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laborado segundo as resoluções técnicas estabelecidas pela Organização Hidrográfica Internacional, o Roteiro da Costa de Portugal é uma publicação náutica com informação diversa, complementar às cartas náuticas. Esta publicação fornece ao navegador, profissional ou de recreio, informação pertinente para navegar ao largo da nossa costa e praticar os portos ou fundeadouros em segurança. O Roteiro da Costa de Portugal encontra-se dividido em sete volumes:
três para Portugal Continental (do Rio Minho ao Cabo Carvoeiro, do Cabo Carvoeiro ao Cabo de São Vicente e do Cabo de São Vicente ao Rio Guadiana); dois para o Arquipélago dos Açores (Grupos Oriental e Ocidental e Grupo Central); um para o Arquipélago da Madeira; e um para as Marinas e Portos de Recreio. Com a apresentação desta publicação em dossier de PVC, o Instituto Hidrográfico pretende facilitar a sua atualização de acordo com as correções difundidas nos grupos
mensais de Avisos aos Navegantes. A presente edição do volume relativo a “Portugal Continental – Do Rio Minho ao Cabo Carvoeiro” encontra-se dividido em três áreas: o primeiro capítulo com informação essencial para o navegador; o segundo com informação climatológica e oceanográfica importante para quem anda no mar; e os restantes capítulos dedicados a cinco troços de costa e respetivos portos. Por conseguinte, o primeiro capítulo disponibiliza algumas informações de
caráter generalista sobre o país, bem como outras mais específicas relacionadas com a segurança da
Vista aérea do Porto da Póvoa de Varzim 12
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NotĂcias do Mar
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Notícias do Mar
Entrada para o porto após passagem pela testa do molhe S
navegação, consideradas importantes para quem navegue próximo de costa ou pratique os portos nacionais, como por exemplo a localização dos Esquemas de Separação de Tráfego, a identificação das estações NAVTEX ou a caracterização dos sinais de aviso de temporal. O segundo capítulo caracteriza, numa linguagem simples mas rigorosa, o comportamento dos ventos, correntes e ondulação ao largo da costa de Por-
tugal, explicando fenómenos locais como as brisas, o afloramento costeiro ou a corrente da vertente. Este capítulo apresenta, igualmente, fichas climatológicas, com dados que permitem indicar, para vários locais da costa, informação climatológica para os diferentes meses do ano, como a distribuição do vento, temperaturas ou dias de nevoeiro. Os restantes capítulos referem-se especificamente a cinco troços da costa
e respetivos portos, fornecendo informação diversa, na qual se destaca a descrição pormenorizada da costa, auxiliando o navegante no reconhecimento das principais conhecenças e pontos conspícuos, bem como a indicação dos perigos a evitar (baixos, obstruções, estruturas …), relativamente aos quais o navegante deve manter um resguardo de segu-
rança. É, igualmente, feita referência a fundeadouros, varadouros, ajudas à navegação, entre muitas outras informações importantes. No caso dos portos, para além da indicação das principais conhecenças e dos perigos existentes, são indicadas as normas estabelecidas pelas autoridades Marítima e Portuárias, que devem ser do conhecimento do navegante, e as infra-
Entrada da barra do Douro visto de SW 14
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estruturas e as facilidades que o porto possui, assim como indicações e conselhos úteis para a prática da barra. O Roteiro da Costa de
Varzim e Vila do Conde e navegue unicamente na proximidade destes, não terá necessidade de possuir informação para além da que consta no quarto
Entrada da barra do Porto da Figueira da Foz
Portugal é profusamente ilustrado, maioritariamente com recurso a fotos tiradas a partir do mar, permitindo dar uma imagem fidedigna com a perspetiva do navegante. De modo a ir ao encontro de sugestões dos utilizadores desta publicação náutica, a presente edição foi elaborada de forma a permitir a opção de compra de uma ou mais partes do Roteiro. Por exemplo, no caso de um navegante que apenas pratique os portos de Póvoa de
capítulo, podendo assim optar pela compra apenas deste, que corresponde ao troço compreendido entre o Rio Cávado e o Rio Douro e abrange toda a sua área de interesse. No entanto, os primeiro e segundo capítulos são de caráter obrigatório e todos os navegantes devem possuílos no “seu Roteiro”. Desta forma, obtém-se um roteiro personalizado, menos volumoso e contendo toda a informação de que se necessita.
Outra novidade desta edição corresponde à colocação de um QR Code no canto superior esquerdo da capa. Este QR Code permite, recorrendo a um smart phone ou tablet, aceder ao serviço ANAVNET, visualizando a lista de todos os Avisos aos Navegantes que atualizam a publicação. É assim possível verificar, de modo rápido e cómodo, se a publicação se encontra devidamente atualizada. Caso não o esteja é possível, através do
serviço ANAVNET (http:// anavnet.hidrografico.pt/), proceder a sua atualização, bastando para tal imprimir as respetivas folhas e substituí-las. O “Roteiro da Costa de Portugal – Portugal Continental – Do Rio Minho ao Cabo Carvoeiro” encontrase disponível na Loja do Navegante do Instituto Hidrográfico, nos seus representantes ou através da Loja do Navegante online em http://ln.hidrografico.pt/ pt/.
Enfiamento Figueira da Foz e molhes de retenção marginal 2015 Maio 341
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Projecto Mar de Oportunidades
Aporvela Vence
Estoril Local Answers Award 2015 Aporvela recebeu prémio com o projecto Mar de Oportunidades no dia 20 Maio nas Conferências do Estoril, em Cascais
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Organização distinguiu o trabalho da Aporvela, Associação Portuguesa de Treino de Vela com o projecto Mar de Oportunidades, uma iniciativa em colaboração com a Casa Pia de Lisboa, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Este projeto tem por objetivo promover o desenvolvimento de jovens desfavorecidos e/ou em risco, aliando o conhecimento do oceano e as carreiras profissionais ligadas ao mar, capacitando-os para encontrar novos significados pessoais e sociais, lutando contra a pobreza, a descriminação e fomentando a cidadania activa O programa Mar de Oportunidades abrange 100 jovens da Casa Pia de Lisboa que receberão formação a bordo da caravela Vera Cruz, do NTM Creoula e de Tall Ships estrangeiros. Haverá palestras, workshops e debates com especialistas ligados ao mar. Os jovens visitarão diversas instituições ligadas com o Mar em Portugal. Por fim, todos farão o curso e o exa16
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me para a obtenção da carta de marinheiro. Os Estoril Local Answers Awards que premeiam anualmente repostas locais que respondem a desafios globais,
receberam candidaturas de variados países, com projetos em áreas como inovação e sustentabilidade, economia, segurança humana, desenvolvimento sustentável, crescimento verde, glo-
balização e políticas internas. A Aporvela recebeu o prémio no dia 20 de Maio, Dia da Marinha e data em que se assinala o aniversário da chegada de Vasco da Gama a Calecute.
Caravela Vera Cruz
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Ambiente
Texto Antero dos Santos
O maior Cemitério de Arrastões do Mundo
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ouadhibou tem uma localização privilegiada, voltada para o leste da península do Saara Ociden-
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tal, com as suas águas calmas e uma enorme baía para oferecer abrigo e protecção aos barcos das águas batidas do Oceano Atlântico.
Os pescadores portugueses, durante dezenas de anos, tinham esta zona na costa da Mauritânia como uma das melhores para a pesca. Saíam principalmente do Algarve, Sines, Sesimbra e Setúbal e íam carregados de gelo e isco para os anzóis para pescar com o aparelho. Ao fim de poucos dias estavam de regresso, carregados de peixe fresco da melhor qualidade. Como a abundância de peixe era muita, para não perderem muito tempo, traziam de Portugal os anzóis já iscados para o primeiro lance. Esta operação era efectuada por
uma campanha de terra. Esta arte necessita de mais pessoal que fica em terra. Este pessoal ficava a desenbaraçar os aparelhos, empatar novos anzóis e iscar de novo tudo, para que quando os barcos chegassem, após descarregarem o peixe, não perdessem muito tempo, voltassem de novo ao mar e rapidamente para os pesqueiros da Mauritânia. Nessa altura, cada barco dava trabalho a mais do dobro de pessoas que constituíam a tripulação. Durante décadas estes pescadores portugueses eram os que estavam
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O Cabo Branco, durante mais de 100 anos foi o paraiso para a pesca com o palangre, pesca de aparelho com anzóis, até que tornou-se em poucos anos a entrada para o maior cemitério de arrastões do mundo, em Nouadhibou, a segunda cidade da Mauritânia na costa oeste da África.
O maior cemitério de arrastões do Mundo - Namadhibou mais perto da costa Africana e tinham a sua actividade focada, quase em exclusivo, nos ricos pesqueiros ao norte da zona do Cabo Branco, famoso também pela sua pescada, um dos peixes mais procurados. A pesca com palangre é uma arte de pesca que não agride os recursos marinhos e é selectiva, podendo-se orientar o aparelho para pescar à superfície, no fundo, ou em diferentes profundidades, à procura dos peixes de maior valor comercial. Como durante dezenas de anos a pesca com o palangre era orientada
Em três decadas a baía de Namadhibou ficou assim 2015 Maio 341
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Notícias do Mar
Com as empresas falidas os barcos foram abandonados
para determinadas espécies e não se pretendia pescar tudo, os stocks mantinham-se permanentemente estáveis. Começaram então a aparecer arrastões espanhóis e depois os de outras frotas também. Facilmente subornadas, as autoridades locais fecharam os olhos aos armadores que vinham para a zona pescar de arrasto. Desde que pagassem podiam ficar. Assim que o arrasto de 20
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fundo se tornou num alto negócio, rapidamente os arrastões e os naviosfábrica atacaram a zona a Oeste da costa de África, uma das mais ricas de peixe do mundo. Não só na costa da Mauritânia e ao largo do Golfo da Guiné, também a costa de Angola e da Namíbia foram devastadas, por dezenas de frotas, dos mais variados países, todas com navios fábrica. Foram milhares de arrastões a revolver e des-
truir os fundos de toda a costa Oeste de África. Quando meia-dúzia de arrastões portugueses se lembraram de entrar neste negócio também, já estavam os pesqueiros de África todos destruídos. E já pouco sobrou deles. Com a entrada em acção da pesca de arrasto de fundo em força na Mauritânia e muito especialmente na zona do Cabo Branco, os barcos portugueses que pescavam com palangre viam
constantemente os seus aparelhos desaparecerem, sendo arrastados também mesmo assinalados com bóias, levados pelos arrastões. Com enormes prejuízos, os barcos portugueses da pesca com palangre acabaram por desistir de se manter a pescar na costa da Mauritânia. Nada ficava nos fundos nem sobre os pesqueiros onde estavam os aparelhos de anzóis. Quando começaram a
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estar esgotados os stocks em outras áreas do Atlântico ou com os Governos desses países a não permitirem esta prática nociva de pesca, muitas companhias foram enviando os seus arrastões também para a Mauritânia. Com a sobre-pesca, também nesta zona da costa de África, o arrasto a pouco e pouco deixou
de ser rentável. As empresas que insistiam em ter os barcos a operar nesta zona, começaram então a ter dificuldades para pagar às tripulações, comprar o combustível e também dinheiro para pagar os subornos. Quanto às companhias, umas foram falindo e outras preferiram abandonar
os barcos. Foram muitas as empresas de pesca que deixaram as tripulações dos arrastões à sua sorte, sem dinheiro e meses à espera para regressarem aos países de origem. Ao fim de três décadas, o litoral de Nouadhibou é uma paisagem única de mais de 300 navios em decomposição.
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Notícias do Mar
Preservar Áreas Marinhas
Portugal Pretende 400.000 Km2 de Áreas Marinhas Protegidas Segundo uma proposta do Governo português, Portugal poderá passar a ter perto de 400.000 quilómetros quadrados de áreas protegidas marinhas oceânicas que corresponde a quatro vezes a área do território.
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retende-se acrescentar duas novas áreas, com 255.000 quilómetros quadrados no total, às que já estão classificadas como protegidas na zona marítima portuguesa , devido à proposta de limites da plataforma continental que Portugal submeteu à ONU em 2009. Uma área com 123.000 quilómetros quadrados, estende-se ao longo da porção a sul dos Açores da Crista Média-Atlântica, a longa cordilheira submarina que atravessa todo o Atlântico de norte a sul, separando as placas tectónicas euro-asiática e norteamericana. Ali encontra-se o monte submarino Great Meteor, que emprestará o nome à nova
área protegida. Outra, com 132.000 quilómetros quadrados, é a da crista Madeira-Torre, entre o arquipélago da Madeira e o Continente. Será uma expansão da actual área protegida marinha do monte Josephine, passando a abranger uma área muito mais vasta, que inclui também o banco Gorringe que é uma elevação submarina de grande relevância natural, a 120 milhas oeste-sudoeste do Cabo de São Vicente. Cordilheiras e montes submarinos são extremamente importantes para a biodiversidade. A profundidade do mar reduz-se de 4000-5000 metros para menos de 1000 metros ou mesmo algumas centenas nalguns pontos. A própria topografia, geologia e correntes destas formações criam condições ideiais para uma maior variedade de espécies marinhas. Nalguns casos, campos de fontes hidrotermais expelem água quente e minerais, permitindo maior produtividade biológica e o desenvolvimento de formas únicas de vida, como minúsculos invertebrados, a peixes, corais e esponjas. Preservar estas áreas enfrentam um obstáculo, pois são muitas zonas de grande interesse natural situam-se em águas internacionais, fora da jurisdição completa de qualquer país. Várias áreas marinhas protegidas têm, por isso, sido criadas ao abrigo de convenções internacionais, como a OSPAR – um acordo regional para a protecção do ambiente marinho no Atlântico Nordeste, que envolve 15 países mais a Comissão Europeia. Portugal já designou cinco zonas para fazerem parte da rede de áreas marinhas protegidas oceânicas da OSPAR – a do Monte Josephine e mais quatro ao largo dos Açores. Outras áreas foram classificadas dentro da Zona Económica Exclusiva (ZEE), onde o país tem jurisdição integral sobre a exploração dos
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recursos marinhos. Das duas novas áreas propostas, a Madeira-Tore fica apenas parcialmente na ZEE. A parcela que está fora situa-se na plataforma continental além das 200 milhas da ZEE, onde Portugal tem jurisdição apenas sobre o fundo do mar, mas não sobre a coluna da água. Já a nova área do Great Meteor está integralmente fora da ZEE e também fora dos limites da OSPAR. Neste caso, Portugal tentará garantir a preservação dos seus valores naturais pela via europeia, junto da organização regional que regulamenta as pescas no Atlântico Nordeste – a NEAFC. A intenção de criar novas áreas protegidas marinhas já foi anunciada pelo secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, aos parceiros de Portugal na OSPAR. Se a proposta for aceite o país ficará com quase 400.000 quilómetros de áreas marinhas protegidas, cerca de 10% de todo o seu território marítimo. Garantir esta percentagem de protecção no mar até 2020 é um objectivo fixado mundialmente pela Convenção da Diversidade Biológica, segundo uma decisão adoptada em 2010.
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Náutica
Teste Jeanneau Cap Camarat 6.5 WA com novo Yamaha F130A
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Conjunto Muito Equilibrado de Barco e Motor
Testámos no passado dia 23 de Abril o novo Yamaha F130A, montado no Jeanneau Cap Camarat 6.5 WA, um barco desenvolvido pelo estaleiro francês para oferecer aos clientes o máximo de polivalência, o qual mostrou com o novo Yamaha um excelente equilíbrio no desempenho e fazer um “pack” bastante económico.
F O Cap Camarat 6.5 WA atingiu boas performances 24
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izemos o teste no rio Sado em Setúbal, a convite da Yamaha Marine e da Nautiser Centro Náutico, concessionário Yamaha e importador exclusivo da Jeanneau para Portugal. A gama Cap Camarat, uma das linhas de maior prestígio da marca, é uma linha histórica criada há décadas e que foi desenvolvida com um forte objectivo, conceber e construir um tipo prático de barcos de recreio, que fossem robustos e com casco marinheiro, bastante ao gosto do merca-
Náutica
Posto de comando
Jeanneau Cap Camarat 6.5 WA
do europeu. Assim, ao longo dos anos a Jeanneau foi procurando através da inovação, o design e utilizando as mais modernas tecnologias de PRFV e com os melhores materiais, uma produção da maior qualidade e onde cada barco mostra bem o cuidado com os bons acabamentos na fibra. Actualmente a gama Cap Camarate tem 12 modelos divididos em três linhas, CC, WA e DC. Na linha WA, Walkaround, existem quatro modelos, 5.5 WA, 6.5 WA, 7.5 WA S2 e 8.5.WA, desde os 5,48 metros aos 8,42 metros de comprimento.
Jeanneau Cap Camarat 6.5 WA aumenta a utilização polivalente O Jeanneau Cap Camarat 6.5 WA mantém a característica
da gama, barco marinheiro com o casco em V profundo, oferece todas as possibilidades de utilização como barco pescador ou para os desportos aquáticos e agora oferece mais ampliado o uso familiar,
O Poço é convertível com banco em L e mesa ao meio
A entrada da cabina está no posto de comando
O Cap Camarat 6.5 WA com o Yamaha F130A formam um conjunto equilibrado 2015 Maio 341
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Náutica
Reforço de Mais Potência com Yamaha F130A
O
novo F130A é uma proposta da Yamaha de potência num motor leve para servir em mais barcos, reequipando-os e substituir os antigos e grandes motores da mesma cavalagem ou com menos cavalos mas com o mesmo tamanho, com um motor de tecnologia muito avançada, mais leve, com 130 HP e o peso de um 115 HP. Desenvolvido a partir do recente Yamaha F115B, tem as suas características em força e potência, únicas na sua classe, com um design compacto e leve no peso e comportando muitos dos avanços pioneiros da Yamaha. O F130A tem um motor de 16 válvulas de grande dimensão, com 1.832 cm3 de cilindrada, formato de 4 cilindros em linha com DOHC. Pesa apenas 174kg e tem a melhor relação peso-potência da sua classe. Quanto a tecnologias e características especiais destacamos: Injecção electrónica de combustível multi-ponto e controlo electrónico do motor por microcomputador ECM. Sistema de ignição directo para melhor desempenho. Válvula de aceleração electrónica e colector de admissão simplificado. Consumo de combustível extremamente eficiente com menores custos de funcionamento. Ajuste variável de RPM para controlo de velocidade, activado por um simples premir de botão que controla as rpm em níveis de 50 rpm entre as 600-1000 rpm, para uma navegação reduzida ou pesca ao corrico. Opcional Sistema Digital em Rede, que oferece muitas vantagens tais como, a utilização dos instrumentos multifunções mais recentes, com fácil leitura. Sistema de Protecção Anti-roubo Yamaha (YCOP), dando a mesma segurança que se espera no automóvel, para imobilizar o motor, até à próxima utilização, com comando à distância. Nova série de hélices em alumínio Talon com menos vibração e ruído, para navegação mais suave e que incorporam um novo design de lâmina e o sistema único de amortecimento para reduzir ainda mais a vibração e o ruído, tornando este novo motor ainda mais silencioso e suave a navegar. Unidade Yamaha compacta, leve e de macaco hidráulico único no Power Trim&Tilt. Com engenharia inovadora, o F130A é adequado para uma ampla gama de barcos e uma abrangente variedade de utilizações, trazendo uma melhor eficiência de combustível, um desempenho suave e silencioso.
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Porão para o peixe e palamenta
com um amplo solário e uma cabina para duas pessoas pernoitarem. Distingue-se neste barco o bonito e ergonómico posto de comando ao centro, bastante funcional, com o painel de instrumentos com muita informação para o piloto, uma bússola em cima e espaço
para a electrónica. O párabrisas é arredondado, tem um corrimão em aço inox e protege também a entrada para a cabina que está à frente do copiloto. Os bancos individuais do piloto e do copiloto são de excepcional conforto, e permitem duas posições de sen-
Para ampiar o banco da popa desce-se uma placa
Náutica
tado, em baixo e em cima. Como são giratórios, podemse facilmente virar para a popa, para a pesca ao corrico ou o acesso a uma mesa. O Cap Camarat 6.5 WA tem um poço projectado também para satisfazer os pescadores lúdicos, com apenas um banco à popa para dois lugares, com uma altura de borda de 70 cm e o espaço suficiente para se movimentarem com segurança dentro da embarcação. O topo da borda tem aplicação em madeira e comporta um porta canas de cada lado. Na parede de bombordo existe uma rede para guardar bolsas No piso encontra-se um porão a bombordo que permite colocar uma caixa para guardar peixe ou arrumar a palamenta Quando se pretender aumentar a acomodação no poço, converte-se o banco da popa de corrido em L, de um modo inovador, permitindo
O novo Yamaha F130A em teste
sentarem-se quatro pessoas. Para obter esta ampliação desce-se uma armação em aço inox com um tampo, colocada na parede do poço a
estibordo e coloca-se um assento junto à entrada na popa a bombordo. E na hora dos piqueniques monta-se uma mesa ao meio.
Portanto, o assento de bombordo é amovível para deixar livre a passagem para a plataforma de banho, junto da escada de subir para bor-
Cap Camarat 6.5 WA tem um casco bastante adequado ao mar 2015 Maio 341
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Náutica
das exigências dos pescadores e dos desportistas náuticos que é um barco dispor de muita arrumação para os equipamentos. Para além da cabina, há ainda compartimentos para guardar o peixe e palamenta sob o piso, ou meter equipamentos dentro do porão que existe no banco da popa. Para os esquiadores, o barco tem uma torre em aço inox montada na popa.
O casco especial do Cap Camarat 6.5 WA com a proa alta e design deflector
do. Como o acesso à proa por bombordo é fácil e seguro, neste barco todo o espaço à frente do posto de comando é um enorme solário. Na proa
existe uma ferragem com roldana para colocar o ferro e junto fica um porão para a corrente e o cabo. Para apoiar com segurança o acesso à proa, desde o
posto de comando até à proa encontra-se montado um varandim em aço inox. A cabina tem a porta arredondada que corre atrás do posto de comando, não ocupando qualquer espaço. Dentro existe uma cama em V e um compartimento com wc químico. É plenamente satisfeita no Cap Camarat 6.5 WA, uma
Excelentes performances e desempenho silencioso No dia do teste não havia vento e a água no Sado estava calma. Deste modo podíamos testar em segurança as velocidades e acelerações do motor. Sabíamos que uma das características deste motor é o elevado binário. Foi isso que facilmente comprovámos, quando no arranque em apenas 1,87 segundos já planávamos. Também devido a esta característica no teste de aceleração até às 5.000 rpm, atingimos os 20,9 nós em apenas 6,15 segundos, mais que a velocidade de ar-
Porta canas
Rede lateral no poço, para guardar bolsas 28
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O Cap Camarat 6.5 WA a curvar com segurança ligeiramente adornado
Náutica
A cabina tem uma cama
Dentro da cabina o compartimento para o sanitário químico
ranque dos esquiadores. O tipo de casco do Cap Camarat 6.5 WA, com um V profundo e três degraus à popa, também ajudou, pois no mínimo de velocidade a planar, o barco manteve-se bem nos 10 nós às 3.000 rpm. Quando acelerámos ao máximo, o motor chegou às 6.100 rpm e atingimos a velocidade de 32 nós, que consideramos com este conjunto uma excelente velocidade de ponta. Em velocidade de cruzeiro, embalados com a ajuda do trim, navegámos a uma rota-
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Náutica
ção económica de 4.500 rpm à velocidade de 20/21 nós. Neste barco devemos realçar o conforto doa bancos e assentos e a boa posição de condução do piloto, sentado em baixo, em cima ou de pé. Devemos referir também o perfeito equilíbrio do barco com este motor a navegar, pois sem as mãos no volante, o barco manteve-se sempre direito a cortar as esteiras de outros barcos. Como o casco tem um V profundo e os planos de estabilidade laterais são bastante salientes, o barco quando curva, fá-lo com a máxima segurança. Mesmo em curvas apertadas vai sempre muito agarrado à água e adorna apenas ligeiramente. A proa alta e com um design bastante deflector facilita o afastamento da água para longe, evitando que entre para a coberta. Outra característica deste motor é trabalhar sem ruídos e sem vibrações, com um desempenho sempre muito si-
O conjunto é uma boa proposta para a pesca e os desportos aquáticos
lencioso. Em conclusão, este conjunto Cap Camarat 6.5 WA com o Yamaha F130A constitui um “pack” muito económico, com uma embarcação que oferece uma utilização super-polivalente e o motor com uma prestação idêntica à de motores de maior potência.
Características Técnicas Comprimento total
6,59 m
Comprimento do casco
6,06 m
Boca
2,48 m
Peso s/motor
1,050 Kg
Calado
0,66 m
Capacidade combustível
170 L
Capacidade água doce
50 L
Lotação
7
Potência máxima
200 HP
Categoria CE
C
Motor
Yamaha F130A
Preço barco/motor
49.500 e c/IVA
Performances
Torre para os esquiadores
Solário 30
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Tempo para planar
1,87 seg.
Aceleração às 5.000
20,9 nós em 6,15 seg.
Velocidade máxima
32 nós às 6.100 rpm
Velocidade de cruzeiro
20/21 nós às 4.500 rpm
Mínimo de velocidade a planar
10 nós às 3.000 rpm
3.500 rpm
11,9 nós
4.000rpm
15,5 nós
4.500 rpm
20,5 nós
5.000 rpm
25,2 nós
5.500 rpm
28, 6 nós
6.000 rpm
30,7 nós
6.100 rpm
32 nós
Importador e Distribuidor Nautiser Centro Náutico – Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 22 36 820 – Fax: 21 23 33 031 - Mail: comercial@nautiser.com www.nautisercentronautico.pt Yamaha Motor Portugal Rua Alfredo da Silva, nº 10 2610-016 Alfragide Tel.: 21 47 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt
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Electrónica
Notícias Nautel
Pequenos Painéis Solares de Apoio Energético às Pequenas Embarcações Os consumos de energia são hoje em dia cada vez maiores e isso também acontece nas embarcações de recreio.
N
os casos dos barcos a motor, quando parados fora das marinas, a compensação é muitas vezes feita com recurso a ligar o motor, o que origina custos de consumos 32
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de combustível, o acumular de horas de trabalho do motor, polui-se sonora e quimicamente etc. Nos veleiros, a utilidade dos painéis solares é ainda mais vincada, pois a “propulsão” não sendo na base do
motor, este não está lá para recarregar as baterias. O solução solar pode ser em maior ou menor escala, pode ser fixa de forma permanente, e pode gerar a total autossuficiência de energia. Os painéis são nes-
te caso grandes, necessitam de estruturas para os fixar, e trabalhos de eletricidade diversos etc No entanto a NASA propõe uma solução mais simples: painéis relativamente pequenos, não rígidos (semi-flexíveis), leves e práticos para até por e tirar. Com apenas 3,5 mm de espessura os painéis são à prova de tempo, e permitem ser pisados quando se usa calçado macio. Um pequeno painel solar pode fornecer uma carga apenas de manutenção, para se manter as baterias sempre carregadas quando a embarcação fica sem uso durante algum tempo. Basta uma limpeza ocasional com um pano húmido e é tudo o que é necessário para garantir que o painel continua a pingar energia para a bateria. Isto permite estender também a vida útil da bateria. Os painéis semi-flexíveis da NASA são robustos feitos em fibra de vidro e são protegidos por um polímero de Tedlar transparente e à prova de arranhão. As eficientes células policristalinas são encapsuladas entre duas camadas exteriores resistentes para que o painel inteiro seja à prova de intempéries. Os painéis podem ser levemente encurvados (em apenas um uma direção) para seguir uma inclinação suave, até 2,5 cm por cada 100 cm de comprimento de painel. Os painéis têm quatro ilhós para a fixação por parafusos. Alternativamente
Electrónica
podem ser colados no local definitivo usando uma cola mastic. Têm uma caixa de junção selada de onde saem cabos de 2,5 mm, conetor, grampos, e um fusível protegido. As ligações elétricas são simples embora se aconselhe sempre o uso de um regulador solar para prevenir a sobrecarga, se o sistema for deixado ligado por longos períodos ou o painel solar à relação da bateria excede o mínimo de 10W para 100Ah. Um díodo de bloqueio interno impede a drenagem de corrente inversa à noite. O painel é protegido com um fusível de 3 amperes.
cabo para o painel não é sujeito a tensões excessivas. Ligue os bornes da bateria pelos grampos fornecidos respeitando a polaridade. Ligar o vermelho ao positivo da bateria e o preto ao negativo. (Se usado em conjunto com um monitor de bateria BM1 então ligue a ponta vermelha ao positivo da bateria e a preta ao “shunt” do BM-1). Deve ter-se cuidado com estas ligações elétricas. É normalmente aceite que
não é preciso instalar um regulador se o painel não exceder 10 watts e a bateria for superior a 100Ah. No entanto é aconselhável. Para maiores instalações de painéis solares deve sempre usar-se controlador de carga. Os painéis podem ligarse em paralelo para criarem mais débito de corrente de carga. Estes painéis do fabricante inglês NASA, existem em dois modelos:
O painel de 10 watt mede 285 x 370 mm O painel de 20 watts mede 360 x 505 mm Distribuidor oficial : Nautel, www.nautel.pt, geral@nautel.pt
A Montagem dos Painéis Selecionar uma posição apropriada para um painel solar sempre será um jogo de equilíbrio entre encontrar uma superfície onde ele não vai sofrer danos mecânicos e encontrar uma posição onde receba luz solar máxima ininterrupta evitando sombras de velas, mastros, etc. Uma vez que foi identificada uma posição adequada o painel pode ser fixo com parafusos de passagem nos quatro ilhós. (Não se removm estes ilhós). O painel pode ser ligeiramente flexionado para seguir o contorno da superfície. No entanto essa flexão não exceder 2,5 cm para cada 100cm de comprimento. (Por exemplo, se um painel solar de 50cm é fixo para baixo em uma extremidade então a outra extremidade deve não ser flexionado para baixo mais de 1,25 cm) Como alternativa o painel pode ser colado em posição usando o mastic. Usando um passa cabos de convés adequado o cabo de saída pode ser encaminhado para a bateria. Certifique-se de que a entrada do 2015 Maio 341
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Notícias do Mar
Um Olhar Sobre o Tejo
Texto Carlos Salgado
Redescobrir o Tejo
Para além das conclusões dos dois Congressos do Tejo anteriores foram feitas algumas sugestões e recomendações para serem seguidas mas, à medida que os “Amigos do Tejo” iam observando se elas estavam a ser seguidas, foram constatando que muitas delas não o foram ou foram simplesmente ignoradas por quem de direito. Perante esta atitude os ditos cidadãos não ficaram indiferentes.
C
omo o estado de saúde de um rio, tal como no caso dos seres humanos, não pode deixar de ser diagnosticado e avaliado periodicamente, pelo menos dez anos após o último congresso do Tejo tem que continuar. Foi essa a razão que levou a Tagus Vivan (CTV), continuadora da obra da Associação dos Amigos do Tejo a meter mãos à obra porque o país mudou e o Tejo também foi mudando com ele. Neste sentido a CTV decidiu avançar com um programa de actividades para o biénio de 2015 - 2016 com o desígnio de avaliar situações, obter respostas, procurar soluções e apontar caminhos para fazer do nosso Tejo, em sentido lato: Um rio despoluído; um território qualificado e de referência; um espaço 34
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atractivo com qualidade de vida; uma região produtiva e com uma economia sustentável; um destino turístico atractivo e com futuro ou seja Um Rio de Marca, marca essa que também será uma garantia de qualidade dos produtos e serviços de toda a sua bacia hidrográfica. Muito Tejo passou por baixo das pontes durante os últimos dez anos e algo foi acontecendo em seu redor em vários domínios. É precisamente por essa razão que tem de ser feito um diagnóstico rigoroso, com validade actual, às várias vertentes da bacia hidrográfica, para detectar os seus pontos negativos e os pontos positivos, para fazer uma avaliação consciente que leve à procura dos porquês. Não menos importante é saber se houve uma
evolução positiva quanto ao desenvolvimento económico da bacia do Tejo, graças a novas tecnologias, inovação e/ou a uma boa gestão. Para fazer esse diagnóstico, que acaba por ser uma “Redescoberta do Tejo”, foi criado o Ciclo de Conferências específicas que decorrerá a partir de Maio/Junho de 2015 até Maio/Junho de 2016, durante um ano, conferências de âmbito regional, cujas conclusões serão avaliadas por um conselho de especialistas, do que resultará uma selecção qualitativa de matérias para serem debatidas no Congresso do Tejo III, em Outubro de 2016, com o intuito de obter respostas, procurar soluções e apontar caminhos para a tomada das devidas medidas que devem ser implementadas para que os cidadãos e o país
tenham: Mais Tejo, Mais Futuro. As crónicas sobre esta iniciativa, que têm vindo a ser publicadas mensalmente no jornal Notícias do Mar, vêm sendo aproveitadas por nós para informar os municípios ribeirinhos e os demais parceiros públicos e privados desde o passado mês de Janeiro, com a finalidade de que os destinatários se mantenham informados da evolução do processo que se encontra numa fase de preparação e lançamento. A partir do próximo mês tencionamos encetar os contactos com os municípios e os outros parceiros onde se devem realizar regionalmente as Conferências do Tejo, e continuaremos a informar mensalmente, o universo dos parceiros nacionais, regionais e locais, sobre a evolução do programa.
Notícias do Mar
O Tejo que queremos
Texto Carlos Salgado
O Próximo Congresso do Tejo é o Terceiro – “Mais Tejo, Mais Futuro” No ano de 1987 integrado nas celebrações do Ano Europeu do Ambiente a AATAssociação dos Amigos do Tejo realizou na Fundação Calouste Gulbenkian o 1.º Congresso do Tejo que teve como tema principal “Que Tejo, Que Futuro”, cujo objectivo foi saber o estado ambiental do Tejo e de contribuir para esclarecer o porquê da atitude de muitos cidadãos, organismos e entidades oficiais de se terem afastado do rio, desinteressando-se por ele, virando-lhe as costas
E
ste Congresso que teve a presença de meio milhar de cidadãos e contou com as comunicações muito interessantes de dezenas de especialistas entre técnicos, cientistas e eruditos, com destaque para as universidades e para o ensino secundário, para além disso quis lembrar aos portugueses a existência do Tejo e a sua importância como recurso natural e fez também um “apelo“ para que ele fosse cada vez mais cuidado pelos responsáveis (os seus muitos donos) e também devolvido às populações ribeirinhas, bem assim como devia ser aproveitado como potencial recurso económico. Este 1.º Congresso do Tejo teve a virtude de dar um passo importante para a Educação Ambiental nas escolas, e de fazer um diagnóstico sério sobre as seguintes matérias relativas ao Tejo: Protecção da Natureza, Poluição, Turismo e Lazer, Energia, Património Cultural, Infraestruturas Hidráulicas, Indústria, Transportes Fluviais, Desenvolvimento Económico, Recursos Marinhos e a Pesca e O Homem e o Rio. No ano de 2006 a AAT, consciente da necessidade de esclarecer a nível nacional os porquês do que estava a acontecer ao rio e quais as medidas que deviam ser tomadas para travar e inverter o aumento da poluição e da exploração descontrolada dos recursos natu-
rais, da carga elevada de poluentes provenientes da agricultura e da indústria, dos efluentes urbanos sem tratamento e da incontrolada actividade da pesca ilegal relativamente à qual, inexplicavelmente, quem de direito continuava a fechar os olhos ou não quer resolver o problema definitivamente, entre outros aspectos negativos, esta ONGA
de Utilidade pública avançou com o segundo Congresso do Tejo que teve lugar na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, cedida pela APL. Para que este congresso atingisse o objectivo pretendido, tomou a iniciativa inovadora de precedê-lo de um período de seis meses para conhecer previamente aquilo que algumas regiões ribeirinhas tipo, pensavam sobre o estado do seu Tejo e quais as suas preocupações e/ou projectos que tinham em curso para as suas frentes de água. Os Encontros e Conferências que se realizaram durante este período tiveram lugar em Abrantes, Moita, Santarém e Vila Franca de Xira, que registaram uma boa participação de autarcas, técnicos,
cientistas e representantes das tutelas e serviram para seleccionar os principais temas e matérias, com substância, para serem debatidos no Congresso conclusivo de Outubro, estratégia essa que correspondeu plenamente ao objectivo almejado pela AAT. Deste congresso que contou com a participação de duas centenas de congressistas, entre autarcas, técnicos, cientistas, intelectuais e delegados das tutelas, inclusivamente com a presença do vice-embaixador de Espanha, trinta e cinco fizeram comunicações, incluindo dois espanhóis. Das principais conclusões e recomendações que saíram deste congresso destacaram-se três: 1.ª – Criar uma nova governabilidade do Vale do Tejo através de uma unidade de gestão e administração interministerial; 2.ª – Promover e estimular dinâmicas intersectoriais para a utilização fluvial sustentada, incluindo a navegabilidade; 3.ª – Promover a candidatura do Tejo Ibérico a Património da Humanidade. 2015 Maio 341
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Notícias do Mar
O Voo do Guarda-Rios
Texto Carlos Salgado
Por esse Rio Acima, Navegar, Navegar
Na sequência do que o Guarda-rios vos contou durante o seu voo do mês passado, venho pôr-vos ao corrente do que ele tem para vos contar este mês.
A
Tagus Vivan – Confraria Cultural do Tejo Vivo e Vivido (CTV) criou no ano de 2012, já há três anos portanto, um projecto de turismo náutico e lúdico-cultural a que deu o nome de Viver o Tejo. Como posteriormente apareceu anunciado nos media a criação de um projecto ou pro-
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grama com o mesmo nome, a CTV achou por bem substituir a denominação que criou para o seu “Viver o Tejo”, por “Tejo Vivo”, para não haver confusões, até porque os conceitos são diferentes. Este “O Tejo Vivo” pretende criar um estilo diferente e inovador de fazer turismo no Tejo, baseando-se num mix de turismo náutico, turismo
da natureza, turismo rural e turismo lúdico-cultural que tem a particularidade de o Tejo ser vivido de dentro para fora, porque as cidades, os campos e as serras têm mais encanto vistos do Tejo. O rio Tejo que foi usado como a principal estrada, e mais segura, do país no passado, é no conceito deste projecto usado como via principal de deslocação e penetração para o interior, e deste modo contribui para
dar visibilidade e a notoriedade que o nosso rio grande que merece voltar a ser vivo e vivido, quer por portugueses, quer por estrangeiros, fazendo dele um produto turístico de qualidade e referência, e passar a contribuir mais para o desenvolvimento económico do nosso país, conseguindo ao mesmo tempo torná-lo num rio de marca. É pois exigível voltar a viver o Tejo porque ninguém ama ou dá valor ao
Notícias do Mar
que desconhece e como ele é muito mais do que água, há um rico património natural e cultural, material e imaterial, para oferecer ao turista durante a navegação e após o desembarque. É chegado o momento para desenvolver este projecto sério, até porque há que travar e inverter a tendência de vender o turismo existente no estrangeiro, quando o Tejo tem tanto para oferecer ao turista, cá dentro. “ Vá para fora cá dentro vivendo o Tejo” foi este espírito que levou em 2012 a Tagus Vivan a criar este projecto. Para que a sua implementação seja uma realidade é preciso criar sinergias envolvendo os Municípios, as Regiões de Turismo, o mundo rural, as rotas do vinho, dos sabores e dos saberes, os agentes de animação turística, os operadores marítimoturísticos, os clubes e as associações da náutica de
recreio, entre outros parceiros públicos e privados, porque uma das suas missões é promover e estimular dinâmicas intersectoriais para a utilização fluvial sustentada para que o Tejo seja vivo e vivido no seu universo. Para dinamizar este projecto foi entretanto fundado o NTN – Clube Náutico-turístico do Tejo, no intuito da sua implementação ser feita nos lanços navegáveis do Tejo que têm uma extensão e profundidade razoáveis, espelhos de água que estão recheados de paisagens e biodiversidade fora do comum e de ricos patrimónios materiais e imateriais, com a vantagem do Tejo ser um rio de afectos. O NTN quer despertar o interesse dos municípios ribeirinhos e das comunidades da borda d´água para voltarem ao seu rio, incentivando-os a criarem condições adequadas e atraentes para a animação da náutica de recreio e do turismo da natureza, tornando o Tejo num rio Vivo e Vivido. O conceito do NTN é diferente de qualquer outro clube náutico tradicional porque
está habilitado e preparado para prestar colaboração, itinerante, às edilidades e aos outros clubes náuticos, tanto em regime de aconselhamento e na proposta de projectos específicos, como colaborando na sua materia-
lização, bem assim como na realização de eventos tais como cruzeiros de descoberta e aventura destinados a barcos à vela e moto-cruzeiros, e também festivais náuticos e regatas de competição.
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Notícias do Mar
Texto Carlos Pessoa Fotografia José L. Diniz
O Tejo a Pé
Quinta do Pisão, Dunas do Guincho
Paraísos às Portas de Lisboa
Cerca de 50 felizes caminheiros foram magnificamente recebidos e guiados por João Melo (CM de Cascais). Encostados à serra de Sintra, há dois espaços muito agradáveis e de acesso fácil. Os caminheiros do Tejo a pé foram descobri-los no passado mês de Abril e não deram o tempo por perdido.
À
saída de uma curva, na estrada que dá acesso à lagoa Azul e à barragem do ribeiro da Mula, lá está a entrada, bem assinalada. Para quem passa apressado, é díficil imaginar que por ali se acede, mesmo no
cruzamento da barragem, a um pequeno mundo natural – os 380 hectares da Quinta do Pisão, a norte do concelho de Cascais e totalmente integrada no Parque Natural de Sintra-Cascais. É um daqueles espaços que podem ser percorridos sem guia,
Quem diz que estamos a cinco minutos do centro de Cascais? 38
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tal é o cuidado posto na sinalização e informação dos pontos de passagem e circulação. Mas na companhia de João Melo, director ecológico da Cascais Ambiente, que gere a quinta, a viagem da meia centena de caminheiros do Tejo a pé teve, sem dúvida, outra
qualidade. O João Melo foi o melhor anfitrião/guia que já tivemos, fantastico: assim compreende-se bem o excelente trabalho que está a ser feito no Pisão. O dia esteve magnífico, com a agradável temperatura de um domingo de Primavera, bem ade-
Aqui até um burro é feliz.
Notícias do Mar
quado à prática de uma caminhada – mais para a frente, quando o sol ficar a pino e se mostrar mais caloroso, todas as sombras serão bem vindas, sobretudo à hora do almoço. João Melo explica que a quinta é um mosaico de vegetação muito rico e patrimonialmente importante. Na gruta de Porto Covo foram identificados vestígios de uma comunidade do período Calcolítico e de enterramentos humanos da Idade do Bronze. Durante a Idade Média desenvolveu-se ali o Casal de Porto Covo, onde moravam as famílias que trabalhavam a terra para assegurar a sua subsistência. Existe também no local uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição e alguns equipamentos de apoio a atividades agrícolas, como estábulos, eiras, fornos e poços. Após anos de abandono, estas pequenas edificações foram alvo de recuperação pela Câmara Municipal de Cascais e estão hoje abertas aos visitantes. No século XIX, a quinta tinha produção de cal e os fornos, também alvo de recente intervenção, podem ser visitados. A partir dos anos 1930, a Quinta do Pisão tornou-se numa colónia agrícola gerida pela Santa Casa da Misericórdia de Cascais, tendo sido ali criada uma casa de recuperação. Nos nossos dias, é a autarquia de Cascais que gere o espaço, promovendo a recuperação das áreas agrícolas e florestais, dinamizando a repovoação da fauna e a assegurando uma maior ligação com a população através das actividades desenvolvidas ao longo do ano. O percurso feito pelos caminheiros do Tejo a pé teve uma extensão de aproximadamente cinco quilómetros. Em passo calmo e com a boa disposição que caracteriza estas iniciativas mensais, o grupo seguiu até à Casa da Cal, noutros tempos presídio militar e hospício psiquiátrico, e destinado a futuro centro de interpretação da quinta. Por ali podem ser vistos os espécimes, bem tratados, de uma manada de burros mirandeses. Mais adiante, num pequeno vale, fica a horta biológica, onde podem ser adquiridos produtos. Prosseguindo a caminhada, entra-se numa área de pinhais e matas mistas, desembocando na Eira dos Fornicos, em transição de calcários para xistos e granitos. Num tempo não muito longínquo, foram aqui feitas culturas
O importante e imponente forno da cal. de cereais; hoje, nos 55 hectares quase sem árvores, existem pastos biodiversos, numa paleta de cores a perder de vista até Alcabideche, na linha do horizonte. Antes de regressar ao ponto de partida, para almoço, breve paragem na zona do Refilão, um pequeno núcleo de eucaliptos, água e sombra, de onde se vislumbra o oceano. De tarde, o grupo seguiu para
o Guincho, segunda etapa da jornada. Na duna da Cresmina, onde foi instalado um simpático bar com excelente vista sobre o Guincho e a serra de Sintra, aguardavamnos o Tiago e o Gonçalo, guias da visita. Foram eles que nos conduziram através da paisagem característica da zona, curiosamente sem vento, coisa rara na zona. Vedada há quatro anos pela Cascais Ambiente, que delimitou o areal,
retirou espécies exóticas e assegura desde então a limpeza dunar, pode agora ser percorrida ao longo de um passadiço de madeira. O belíssimo ecossistema dunar, volúvel e sensível, expõe-se assim em toda a sua riqueza de fauna e flora, a concluir a caminhada do Tejo a pé. Os mais “militantes” fizeram questão de dar uns tragos num tasquinho da estrada, antes do regresso casa.
De tarde, ali mesmo ao lado, as dunas do Guincho levaram-nos a outros mundos. 2015 Maio 341
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Notícias do Mar
Notícias Motolusa
Nova Gama de Acessórios Marítimos em Aço Inoxidável Os acessórios marítimos V-Quipment são de elevada fiabilidade e fabricados com materiais de alta qualidade.
É
particularmente importante usar os materiais corretos para aplicações nas quais os acessórios estão continuamente submer-
sos em água (salgada). Nestas situações recomendamos o uso de acessórios de alta qualidade em aço inoxidável ou bronze. A nova gama de acessórios V-Quipment oferece agora a
possibilidade de dispor de todo um sistema com componentes em aço inoxidável. Novos na gama são os respiros, nas versões para uma montagem à superfície ou montagem embutida. Além disso, há uma nova linha completa de passa-cascos com e sem ligação a tubagem, e com vários desenhos da flange exterior. Todos estes novos passacascos estão disponíveis nos tamanhos de 3/8” a 2” e são fabricados inteiramente em aço inoxidável AISI 316. Para garantir a resistência à corrosão, todos os acessórios passam um teste de maresia (spray de água salgada) durante 100 horas antes de serem aprovados para a inclusão na gama V-Quipment. O aço inoxidável não é apenas a escolha segura; é também uma solução duradoura que faz com que o seu barco brilhe, literalmente! Resumo dos acessórios em aço inoxidável V-Quipment • Ampla gama de modelos e ta-
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manhos • Material de alta qualidade (aço inoxidável AISI 316) • Projetado para elevada fiabilidade • Acabamento de alta qualidade • Disponível a partir de 3/8” a 2” • Preços muito competitivos Acerca do V-Quipment Peças de alta qualidade para o seu barco, especialmente selecionadas, garantido um preço competitivo. A gama de V-Quipment consiste de uma grande variedade de produtos para cada proprietário do barco. V-Quipment é uma marca da Vetus B.V. Garantia Os produtos V-Quipment são exaustivamente testados para atender aos requisitos de alta qualidade VETUS. Todos os produtos V-Quipment têm uma garantia única de 3 anos! Para mais informação consulte o catálogo Vetus 2015/2016, página 334 – ou o sítio www.vetus.com.
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Pargos e Bicas Como colocar a pesca
Para peixes vermelhos onde colocar a pesca é o mais importante Onde colocar os nossos aparelhos a pescar é das coisas mais importantes que pode haver na pesca embarcada, mais ainda quando falamos de peixes vermelhos, situação onde temos de “separar o trigo do joio”.
V
Para vermos a zona a “bater” podemos fazer sucessivas passagens com o barco 42
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amos ver que há mais coisas a fazer para enganar estes peixes, nomeadamente a forma como apresentamos a nossa pesca. Passamos do “onde” para o “como” devemos colocar os aparelhos a pescar. A eletrónica desempenha neste particular um papel muito importante, assim como as “boas águas” de quem está ao leme da embarcação. Nem sempre a pedra é a melhor conselheira mas sim as zonas de fundo brando que as rodeiam.
Pesca Desportiva
Texto e Fotografia: Miguel F. Soler Colabora: João Bernardo Farinha / Mundo da Pesca
Para os parguetes e bicas por vezes deve-se manter o aparelho estendido sobre o fundo
Aparelhos levantados Já determinámos a zona onde devemos colocar as pescas, a qual iremos “bater” com sucessivas passa-
gens, salvo se o mar não colocar o barco à deriva ou que se prefira meter ferro nessa zona; agora vamos tentar perceber como se devem comportar os apare-
Uma coisa é todavia importante para estimular a atividade destes peixes e esse fator é de facto a presença da corrente;
não se fique a pensar que é prejudicial: não!
Manter as pescas na vertical permite explorar vários níveis do fundo 2015 Maio 341
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Pesca Desportiva
Um anzol um pouco mais generoso para os pargos
lhos. Em caso de usarmos os aparelhos convencionalmente usados neste tipo de pesca convém apostar em manter a pesca mais apoia44
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da. É que por vezes é mesmo muito conveniente. Manter as pescas na vertical permite explorar vários níveis do fundo, obviamente
em função dos peixes que se procuram, mais ainda quando procuramos certas espécies. Não é disparate nenhum usar montagens
bem compridas, a roçar os 3 metros, com os estralhos a explorar várias alturas, nomeadamente rente ao fundo, um outro 1 metro acima
Pesca Desportiva
Pesca com dois estralhos com cerca de 70 a 80 cent铆metros cada um
Os pargos pedem mesmo uma corrente certinha, s贸 para ficarem despertos
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Pesca Desportiva
A Opinião de...
João Bernardo (atleta de competição) Dobles e triplas de peixes é quando os peixes entram rente ao fundo em busca de comida
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um pesqueiro onde existam bicas e parguetes podemos optar por duas situações: ou uma pesca à “chumbadinha” ou então com uma pesca com estralhos maiores de preferência dois estralhos com cerca de 70/80 centímetros cada um e um anzol um pouco mais generoso. Em termos de iscadas claro que a cavala e a sardinha são iscas muito boas! Tal como o caranguejo! Mas na sua falta, umas cabeças de camarões ou uns camarões inteiros fazem, sem dúvida, as delícias destes predadores. Não esqueça que a lula também é um isco a ter em conta.
As pescas devem estar sempre preparadas 46
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Pesca Desportiva
Uma opção indicada para os parguetes e bicas é manter o aparelho mais apoiado, estendido no fundo, tentando manter apenas os iscos ligeiramente levantados do fundo do fundo e outro a 2 metros do mesmo… desta forma temos muito mais hipóteses. Muitas vezes, e para manter a montagem a pescar sempre na vertical, há quem coloque uma boia, um buldo ou uma garrafa na conexão do aparelho com a madre, para assim manter a montagem o mais na vertical possível, inclinado apenas aquilo que for ditado pela deriva imposta pela corrente de fundo. O uso de chumbadas mais pesadas é recomendado para quando se sente a linha mais frouxa, a não esticar tão facilmente a pesca. Se o fundo for realmente de areia ou vasa não haverá problema em usar um peso de chumbada maior uma vez que as prisões não serão um problema.
últimos dias. Para pescar ao fundo com o aparelho apoiado precisamos de um aparelho com comprimento idêntico ao do que referimos anterior-
Camarões inteiros fazem, sem dúvida, as delícias destes predadores
E aparelhos apoiados A outra opção, esta sim mais indicada para os parguetes e bicas é a de manter o aparelho mais apoiado, estendido sobre o fundo, tentando desta forma manter apenas os iscos ligeiramente levantados do fundo, inclusivamente, e de acordo com o seu peso, a tocarem no fundo; com esta montagem não serão raras as vezes em que conseguiremos dobles e triplas de peixes de qualidade quando damos com um cardume, pois é a melhor opção quando os peixes entram rente ao fundo em busca de comida, algo habitual nos peixes que procuramos, sobretudo com mar calmo e fundos pouco mexidos nos 2015 Maio 341
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Pesca Desportiva
Com mar calmo e fundos pouco mexidos nos últimos dias há mais peixes
mente, com uma chumbada no fim e outra com metade desse peso na conexão do aparelho com a linha do carreto/chicote. Não é preciso os estralhos serem muito compridos e até se podem montar elevadores de isco como os do surfcasting (esferovite) isto para que os iscos fiquem ligeiramente levantados do fundo. A corrente Uma é a forma como os peixes entram a comer na proximidade da pedra e sempre de frente para a corrente, esperando de uma forma oportunista a comida mas também beneficiando por vezes do resguardo das águas mais frias. Uma coisa é todavia importante para estimular a atividade destes peixes e esse fator é de facto a presença da corrente; não se 48
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fique a pensar que é prejudicial: não. A sua ausência é que é prejudicial e reduz em grande monta a atividade dos peixes. Se apanhar bicas é meramente fortuito, o mesmo já não se poderá dizer dos pargos e esses pedem mesmo uma aguagem certinha, só para ficarem despertos. Além disso, e como veremos, se apoiarmos a pesca e a corrente for nula os iscos não vão ser tão visíveis ao peixe. Apoiar o aparelho A técnica para apoiar o aparelho não é complicada. Lança-se uns metros fora do barco (atenção às canas), em “souplesse”, nada de brutalidades, mais não seja para não embrulhar o aparelho, e controla-se a descida do aparelho com uma cer-
ta tensão, linha esticada, para que não caia na vertical, para que o faça de uma forma mais horizontal. Uma vez o aparelho no fundo recupera-se uma ou duas voltas de manivela do carreto, para esticar ligeiramente, e deixa-se estar. Nestas circunstâncias fica apoiado o aparelho no fundo e os iscos começam a sua “dança” rente à areia, precisamente aquilo que precisamos para que os peixes os detetem rapidamente e sem pensarem duas vezes. Iscos que funcionam com esta montagem apoiada são as minhocas, iscos que estes peixes procuram incessantemente neste tipo de fundos brandos e ao longo de toda a primavera e começo do verão. Além disso são iscos macios, que proporcionam ferragens rápidas e seguras. Posto isto é colocar as trouxas no barco e ir à procura dos “vermelhinhos”.
Ajuda Preciosa
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eletrónica é uma ajuda imprescindível nesta tarefa de determinar o local onde colocamos os aparelhos a pescar. No entanto, e em primeiro lugar, há que recorrer ao GPS para que este nos mostre onde ficam as pedras boas que marcámos em pescas anteriores ou que, na sua ausência, tenhamos de descobrir, navegando de sonda aberta em busca de novas pedras. Faz parte da pesca e torna tudo ainda mais saboroso.
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Surf
Circuito Europeu de Bodyboard
Joana Schenker Vence La Salie Pro e lidera ETB
Joana Schenker venceu no passado dia 18 de Abril o La Salie Pro, a etapa inaugural do ETB o Circuito Europeu de Bodyboard, inciando assim, em França, a defesa do título europeu feminino da melhor maneira.
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atleta portuguesa da Science Bodyboards Portugal derrotou, na final, em Arcachon, duas campeãs do Mundo: Alexandra Rinder, das Canárias, campeã do circuito mundial profissional, e a portuguesa Teresa Almeida, campeã mundial ISA. No quarto posto da final ficou a espanhola Madi Fernandez. “Estou, obviamente, muito satisfeita”, confessou Joana Schenker, acrescentando: “O ETB é um dos meus objectivos deste ano e é muito en-
corajador começar o ano a ganhar. Sei que ainda tenho mais quatro etapas pela frente, mas sabendo que três são em Portugal, tenho boas perspectivas. Mas quero pensar em cada etapa individualmente. Depois, no fim, logo se verá, pois a concorrência é muito forte e o nível elevado.” Refira-se que o circuito terá etapas em Aveiro, em Agosto, Açores, em Setembro e Madeira, em Outubro. A derradeira etapa será em Marrocos em data a confirmar.
Joana vitoriosa 2015 Maio 341
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Surf
1ª Etapa do Circuito Nacional Projunior
Tomás Fernandes e Mariana Assis Vencem no Porto Tomás Fernandes e Mariana Assis venceram no passadio dia 16 de Maio a 1ª etapa do Circuito Nacional Projunior, escalão profissional para surfistas de até 20 anos, em ondas de boa formação na Praia Internacional no Porto.
Um sábado de ondas com boa formação
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nicialmente previsto para terminar no domingo, em conjunto com os surfistas, a organização decidiu realizar todo o campeonato no sábado de forma a proporcionar as melhores ondas possíveis aos principais surfistas juniores de Portugal. A prova decorreu com toda a normalidade desde cedo com alguns nomes a deixarem bem expresso que tinham vindo ao Porto para vencer. O campeão nacional em título, Tomás Fernandes (da Ericeira), era naturalmente um dos surfistas
debaixo de olho mas, do outro lado do quadro competitivo, encontrava-se Miguel Blanco (de Cascais), actual líder do mesmo evento a nível Europeu. Os dois começaram o dia bastante fortes com pontuações na casa dos 15 pontos sendo que outros surfistas que também apresentavam performances notáveis eram Guilherme Fonseca (de Peniche) e João Kopke (de Carcavelos) com pontuações de 15.40 pontos e 14.50 pontos, respectivamente. Destaque ainda para o forte contingente local liderado por João André, Tomás
O pódio dos homens com Tomás Fernandes a exibir o cheque 54
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Ferreira, António Rodrigues, Salvador Couto e Gonçalo Magalhães, como também para os 3 madeirenses que vieram ao Porto, Lourenço Faria, Tomás Lacerda e Francisco Ornelas. Os quartos e meias-finais vieram confirmar que Miguel Blanco era o surfista mais em forma. Se por um lado, Tomás Fernandes cumpria a sua missão e continuava a vencer baterias, por outro, Miguel Blanco foi, dos dois, o que se manteve mais regular e com as melhores pontuações do dia sempre na casa dos 8-9 pontos. João
Kopke juntava-se ao grupo dos atletas com melhores ondas surfadas mas acabou por perder nas meias-finais numa disputa bastante fechada pelo acesso à final com Luís Perloiro, surfista de Cascais de apenas 16 anos, e que chegava pela primeira vez à final de uma competição de escalão profissional. Juntamente com Kopke, ficaram também pelas meias-finais os surfistas Tomás Ferreira, Pedro Coelho e Tiago Santos. Blanco, Fernandes, Fonseca e Perloiro eram os candidatos à vitória final, a qual decorreu
Mariana Assis mostra o cheque no pódio das senhoras
Surf
de forma surpreendente face ao que se passou ao longo do dia. Miguel Blanco, claramente o “surfista do dia”, não conseguiu manter a forma na final tendo sido ultrapassado por Guilherme Fonseca com uma onda de 5.25 pontos surfada na segunda metade do tempo e pelo surfista que veio a sagrarse vencedor, Tomás Fernandes que, com a melhor onda de 6.50 pontos surfada a meio do tempo e uma pontuação de 12.10 pontos, mantém-se na liderança do ranking depois de ter sido campeão nacional Projunior em 2014. Fernandes referiu que “estou super contente pela vitória! Queria agradecer à minha família e amigos pelo apoio que me deram na praia, o que é um factor sempre importante para ficar fortalecido psicologicamente.” Final com 5 surfistas nas senhoras Nas senhoras, a competição desenrolou-se apenas com uma final composta por 5 surfistas. De um lado tínhamos a vencedora da última etapa da Liga Moche, Camilla Kemp e Carol Henrique, actual top 2 da Liga Moche, ambas de Cascais e naturais candidatas à vitória. Mas do outro lado, estava a nova geração composta por Mariana Assis e Mariana Garcia, também de Cascais,
e a capariquense Inês Bispo. A escolha de ondas foi crucial sendo que as “Marianas” foram as únicas que foram além dos 5 pontos em ondas surfadas. No entanto, com as duas melhores ondas da final, perfazendo um total de 13.75 pontos, Mariana Assis vence a etapa de forma destacada e pela primeira vez numa prova profissional, referindo que “estou muito contente por ter vencido, em especial pelas boas esquerdas que entraram, e vou agora com tudo para a 2ª etapa à procura do título nacional”. Ficaram assim Mariana Garcia em 2º lugar, Camilla Kemp em 3º, Carol Henrique em 4º e Inês Bispo em 5º. Marcelo Martins, director de Prova pela parte da Onda Pura, referiu que “foi um dia de surf bastante longo e que, pelo risco de não haver ondas no Domingo, foi certamente uma boa decisão terminar a prova durante o dia de hoje. Completou-se assim o segundo de três eventos do Porto com Onda, realizado mais uma vez com muito sucesso e alto nível de surf na cidade do Porto.” Por seu turno, Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, acrescenta que “estas provas são muito importantes para o desenvolvimento do Surf na zona norte de Portugal.
Tomás Fernandes Foi com bastante entusiasmo que verifiquei que existe uma nova geração de ponta a desenvolver-se no Porto e esperemos que venham a ter grande sucesso num futuro próximo de forma brindar o público local, sempre em forte adesão, com resultados expressivos de surfistas da casa nas provas nacionais. Resta-me dar os parabéns a todos os atletas em prova, em especial aos vencedores, Tomás Fernandes e Mariana Assis. Para a semana há mais com o Sumol Porto Pro, 3ª etapa da Liga Moche.” O Projunior segue agora para a segunda e última etapa, na praia de Santa Cruz, em Torres Vedras, nos dias 18 e 19 de julho, inserido no festival
de desportos de ondas “Santa Cruz Ocean Spirit”. A 1.ª etapa do Campeonato Nacional Projunior foi organizada pela Onda Pura – Produção de Eventos e pela ANS - Associação Nacional de Surfistas. Esta competição está integrada no programa do “Porto com Onda”, contando com o apoio da Porto Lazer, E.M. e da Câmara Municipal do Porto, com o patrocínio oficial da Mazda e Autosueco, os apoios da Ramirez, Hotel Star In Porto, The Getaway Van, Vitalis, Açaí Amazon, Sushi Temako, Mixpão, E-Bike, Hospital de Santa Maria - Porto e Edifício Transparente, os media partners Surf Portugal, Onfire, Beachcam e GO-S.TV, e o apoio técnico da Federação Portuguesa de Surf.
Mariana Assis
Ambiente
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Vela
Troféu Milaneza – Campeonato Ibérico de Laser e Optimist
Portugueses Sagram-se Campeões Ibéricos nas Classes Laser e Optimist Foram apurados os vencedores do campeonato ibérico de vela que decorreu, no Porto de Leixões, de 1 a 3 de maio, organizado pelo Clube de Vela Atlântico (CVA), com o apoio da Federação Portuguesa de Vela, da Real Federación Española de Vela e da Milaneza.
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m Laser, os vencedores foram Miguel Pessanha, do Clube de Vela Atlântico, Tomás Martins do Sport Algés e Dafundo, e Bernardo Loureiro do Clube Naval de Cascais nas categorias Standard, Radial e 4.7, respetivamente. Já na classe Optimist juvenil, Manuel Ramos do Clube de Vela do Barreiro e Guilherme Cavaco do Ginásio Clube Naval de Faro sagraram-se campões. O Troféu Milaneza – Campeonato Ibérico de Laser e Optimist dividiu-se em nove categorias. No último dia do campeonato, domingo, não decorreram provas devido às condições atmosféricas, tendo sido, realizadas 4 regatas para Laser Standard e Radial, 3 regatas para Laser 4.7 e 2 regatas para a classe Optimist. Em Laser Radial venceu 56
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Tomás Martins, do Sport Algés e Dafundo, em Laser Radial feminino a vencedora foi Carolina João, também do Sport Algés e Dafundo, em Laser 4.7 foi Bernardo Loureiro o vencedor, representando o Clube Naval de Cascais e, finalmente, em Laser 4.7 feminino venceu Maria Costa, do Clube de Vela Atlântico. Em Optimist juvenil feminino a vencedora foi Carolina Campos, do Sport Clube do Porto, em Optimist infantil venceu Guilherme Cavaco, do Ginásio Clube Naval de Faro e em Optimist infantil feminino foi Lara Carvalho a vencedora, do Clube de Vela de Viana do Castelo. A distribuição de prémios contou com a presença do presidente do Conselho de Administração do Grupo Cerealis, Rui Amorim, e de representantes da Federação
Portuguesa de Vela. Na mesma data realizouse ainda a terceira Prova de Apuramento Nacional da Classe 420 (PAN), com duas tripulações do CVA nos dois primeiros lugares e cinco tripulações do CVA entre as dez melhores. A vitória foi para Pedro e Diogo Costa,
Fotografia: Luis Fráguas
Guilherme Cavaco em Optimist Infantil
que conquistaram todas as provas nacionais do ano, seguidos de Francisco Maia e Rui Oliveira que terminaram na segunda posição. Com a realização desta prova terminou o ranking nacional com claro domínio para os atletas do CVA, Diogo Costa & Pedro Costa foram os vencedores absolutos, Mafalda Pires de Lima & Marta Melo foram vencedoras femininas e Júnior, Francisco Maia e Rui Oliveira sagraram-se vencedores júnior masculino e Miguel Santos e Manuel Pimenta foram vencedores sub-17.
Miguel Pessanha em Laser Standard
Vela
Campeonato da Europa de Finn
Frederico Melo Termina em 34º Lugar
Frederico Melo terminou a sua participação no Campeonato da Europa da classe Finn, que decorreu em Split, na Croácia. O velejador nacional foi 34º da geral.
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restação regular a de Frederico Melo no europeu. O atleta do Clube Naval de Cascais
completou 9 regatas e acabou por ser prejudicado pela instabilidade do vento, tanto de intensidade e direcção. Frederico Melo terminou
34ª posição da geral. O croata Ivan Gaspic foi o grande vencedor, seguido do neozelandês Josh Junior e do esloveno Vasilij Zbogar. O
russo Arkadiy Kistanov venceu nos juniores. Jake Lilley foi segundo e Nenad Bugarin, da Croácia, ficou com o bronze.
Lançamento de Livro
A Vela, o Olimpismo e a Vida, biografia de Fernando Lima Bello
A
obra “A Vela, o Olimpismo e a Vida”, biografia de Fernando Lima Bello, da autoria de Carla Rocha, será lançada no próximo dia 26 de Maio, às 18.30 horas, no Auditório do Comité Olímpico de Portugal. O livro será apresentado por David Sequerra. Fernando Lima Bello tem um percurso de vida desde sempre ligado ao desporto, quer como velejador, em que atingiu resultados relevo, e mais tarde, como Dirigente, tendo desempenhado funções de grande destaque no Comité Olímpico de Portugal e no Comité Olímpico Internacional. 2015 Maio 341
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Vela
Campeonato da Madeira de Cruzeiros
Fotografia: Norberto Nunes
Frederica Devónia Campeão
O Frederica Devónia, de Martim Cardoso, sagrou-se Campeão da Madeira de Cruzeiros.
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embarcação comandada por Martim Cardoso travou um duelo intenso com o Cash a Lot, que teve Vítor Nóbrega ao leme, e saiu vencedora por apenas um ponto. A terceira regata acabou por ser verdadeiramente frenética, pois as embarcações ficaram separadas por apenas 4 segundos no tempo compensado. De resto, o Frederica Devónia não entrou bem no campeonato, alcançando 58
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Vela
car-se no 2.º posto. As terceira e quarta regatas, as mais curtas, com menos de 7 milhas náuticas, realizadas no Funchal, com percursos semelhantes e mais exigentes sob o ponto de vista técnico, foram ganhas pela embarcação de Martim Cardoso. E foram estas, disputadas sob um vento de 10 nós, que determinaram o seu triunfo tangencial. “A vitória na terceira regata, por apenas 4segundos, acabou por ser decisiva. Foi isso que determinou a classificação final. Tem sido um duelo com o Cash a Lot
desde há algum tempo, que curiosamente são duas embarcações com tripulações familiares, o que parece torná-las mais competitivas”, saudou o skipper da Frederica Devónia. “Ao fim de 30 anos no mar, com muitas vitórias em regatas, conquistar o estatuto de Campeão da Madeira é sem dúvida especial.” O triunfo nas regatas técnicas deu um sabor especial ao título. “São regatas mais exigentes, que obrigam a
fazer muitas manobras, o que não é fácil para as maiores embarcações. Isso deixou-nos mais satisfeitos.”
ISAF Sailing World Cup Hyères
um 5.º lugar (que descartou) na primeira regata, de 16 milhas náuticas, com largada e chegada no Caniço de Baixo e rondagem de boia em Machico, com vento fraco variando entre os 5 e os 7 nós, e que terminou com o triunfo do Funchalinho, de João Sousa. Na segunda regata venceu o Cash a Lot, que aproveitou bem o vento entre 15 e 20 nós, sendo o mais rápido a completar o percurso com três boias, de 10 milhas náuticas, entre a Ponta da Cruz e o Cabo Girão, com o Frederica Devónia a classifi-
Fotografia: Jesus Renedo/Sailing Energy/ISAF
Jorge Lima/José Costa Terminam em 10º
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orge Lima/José Costa foram 10ºs classificados na Regata das Medalhas da classe 49er, e terminaram a etapa francesa da Taça do Mundo da ISAF na 10º posição da geral. A prova decorreu em Hyères. Jorge Lima/José Costa encerraram a sua participação no 10º lugar na etapa gaulesa da Taça do Mundo da ISAF, realizada em Hyères. Na Regata das Medalhas, a dupla nacional virouse quando seguia na 6ª posição e terminou
no 10º posto. Os neozelandeses Peter Burling/Blair Tuke venceram, seguidos dos australianos Nathan Outteridge/Iain Jensen e dos alemães Erik Heil/ Thomas Ploessel. O outro português presente, Frederico Melo foi 25º na classe Finn. O britânico Giles Scott triunfou, com o esloveno Vasilij Zbogar a ser segundo e o também inglês Edward Wright a ficar no terceiro posto.
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Vela
Campeonato Nacional do Desporto Escolar
Sucesso em Belém O Campeonato Nacional do Desporto Escolar teve a sua terceira edição na modalidade de Vela, entre os dias 15 e 17 de Maio, em São José de Ribamar, com organização da Associação Naval de Lisboa.
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arcaram presença 24 Optimist e quatro Laser 4.7,
tendo sido disputadas cinco das sete regatas agendadas. No primeiro dia, em con-
dições muito difíceis com o vento a soprar forte, foram realizadas duas tendo a organização primado pela
Tomás Quitéria 60
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segurança dos jovens velejadores. No segundo, efectuaram-se as outras três em condições perfeitas para a prática da modalidade. No Domingo, não foi possível ir para a água devido à maré e à agenda apertada relacionada com a cerimónia de encerramento dos Nacionais de Desporto Escolar. Em Optimist, no sector masculino triunfo de Tomás Quitéria, do Agrupamento Júlio Dantas (Algarve), seguido de Robin Tomaz, do mesmo agrupamento e de Tomás Oliveira, do AE Coimbra Oeste. No sector feminino, do-
Vela
Luís Chagas
Regata de Optimist mínio total do Agrupamento Júlio Dantas (Algarve) que ocupou o pódio por Mariana Viegas, Maria Inês Caneco e Ana Gil Santos. Luís Chagas, do Agrupamento de Escolas de Peniche foi o vencedor em Laser 4.7 masculino, superando João Santos, da EB D. Luís de Ataíde. Maria José Cardoso, do AE Caparica foi primeira entre as meninas, tendo Madeleine Ellis Hoyle, EBS Albufeira, sido segunda classificada. A prova foi considerada por todos os participantes um sucesso e a 4ª edição está agendada para a Aveiro, em 2016.
Maria José Cardoso
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Notícias do Mar
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Volvo Ocean Race
Fotografia: Ainhoa Sanchez
Rumo a Lisboa
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á está na água a 7ª etapa da Volvo Ocean Race, que liga Newport, nos Estados Unidos da América, a Lisboa. À data em que escrevemos o Team Brunel, de Bouwe Bekking, segue na liderança com ligeira vantagem sobre o Abu Dhabi Ocean Racing, de Ian Walker. O Dongfeng Race Team, com o francês Charles Caudrelier ao leme, está na 3ª posição. Mapfre, de Iker Martinez, Team Alvimedica, de Charles Enright e Team SCA, de Sam Davies, são 4º, 5º e
6º, respectivamente. De acordo com a previsão o primeiro deverá chegar à capital portuguesa no dia 28 de Maio. Entretanto, na doca de Pedrouços tudo está a postos para receber a frota da Volvo Ocean Race. Durante 14 dias de stopover no recinto irá desenvolver-se um programa de actividades totalmente gratuitas, desde feiras, exposições, concertos e outros eventos, todos subordinados ao tema mar. Será ainda possível contactar diretamente com as sete equipas e respetivos barcos.
Fotografia: Ainhoa Sanchez Fotografia: Maria Muiña
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Para mais informação consulte: http://www.ancruzeiros.pt/Informacao2012/AgendaVolvoOceanRace.pdf