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Vela
Jogos Olímpicos da juventude
Fotografia Neuza Aires Pereira
Rodolfo Pires Conquista Medalha de Prata
Rodolfo Pires conquistou a medalha de prata na classe Byte CII masculina, nos Jogos Olímpicos da Juventude. O jovem velejador nacional foi 7º classificado na derradeira regata disputada no lago Jinniu, República Popular da China, e logrou subir um lugar na classificação geral. Mafalda Pires de Lima acabou em 21º no sector feminino.
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moções à flor da pele no lago Jinniu. Depois de três dias consecutivos sem vento, as frotas de Byte CII foram brindadas com chuva e 5 2
nós de vento que permitiram a realização da ansiada regata final. Rodolfo Pires largou na 3ª posição da geral e tinha uma táctica definida: “Não podia deixar fugir o tai-
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landês e o croata e tinha de tentar ficar três lugares à frente do brasileiro. Assim que rondei da bolina para a popa tornou-se mais fácil, passaram os nervos e terminei descon-
traído. Fiquei num óptimo lugar”, resume. O jovem velejador nacional estava feliz com a prata conquistada: “Correu muito bem. Ainda tenho a medalha ao peito,
Vela
singapurense Bernie Chin, ficando o húngaro Jonatan Vadnai com a medalha de bronze. No sector feminino, Mafalda Pires de Lima foi 28ª na última regata dos Jogos Olímpicos e terminou no
21º posto: “Não correu nada bem. Aquela primeira regata (desqualificação) deitou-me abaixo e a partir daí foi muito difícil. Guardo boas recordações desta participação pelo convívio, das rega-
tas nem por isso”, refere a atleta. Samantha Yom, de Singapura, conquistou o ouro. A holandesa Odile van Aanholt e a peruana Jarian Brandes ficaram com a prata e o bronze.
Rodolfo Pires
atrás da acreditação. Foi uma experiência única e só quem consegue participar nuns Jogos pode descrever a sensação”, conclui Rodolfo Pires. O triunfo pertenceu ao
Mafalda Pires de Lima 2014 Setembro 333
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Vela
EDP- X Campeonato de Portugal de infantis e iniciados
Domínio Algarvio José Saraiva Mendes, do Náutico Clube Boa Esperança, e Beatriz Cintra, do Clube Naval de Portimão, em Infantis e Frederico Baptista, do Clube Naval de Portimão, e Joana Cavaco, do Ginásio Clube Naval de Faro, em Iniciados, sagraram-se Campeões de Portugal dos respectivos escalões em prova que decorreu em Tróia.
Clube Naval de Portimão faz bis
José Saraiva Mendes,Campeão de Portugal de Infantis Masculino 4
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Beatriz Cintra, Campeã de Portugal de Infantis Feminino
Vela
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Frederico Baptista, Campeão de Portugal de Iniciados Masculino
Joana Cavaco, Campeã de Portugal de Iniciados Feminino
m Infantis Masculinos, José Saraiva Mendes, do Náutico Clube Boa Esperança, teve uma última jornada perfeita, vencendo as duas realizadas, o que lhe permitiu a conquista do título à frente de Miguel Sancho, do Ginásio Clube Naval de Faro e de Beatriz Cintra, do Clube Naval de Portimão, que foi terceira da geral e arrecadou o título feminino. O terceiro classificado masculino foi Guilherme Cavaco, do Ginásio Clube Naval de Faro, enquanto Vitória Mina, do Clube de Vela de Viana do Castelo, e Leonor Dutra, do Ginásio Clube Naval de Faro foram 2ª e 3ª no sector feminino. Nos Iniciados Frederico Baptista, do Clube Naval de Portimão, conquistou o título seguido de Luís Gonçalves, da Associação Naval do Guadiana e de Ricardo Alves, do Clube de Vela do Barreiro. O triunfo no feminino foi para Viktoria Kononova, da Associação Naval do Guadiana. Joana Cavaco, do Ginásio Clube Naval de Faro, foi segunda classificada e campeã de Portugal, o terceiro lugar do pódio seguiu para Sara Venâncio, do Clube Naval de Portimão. Por equipas, o Clube Naval de Portimão revalidou a conquista, seguido do Ginásio Clube Naval de Faro e da Associação Naval do Guadiana. 2014 Setembro 333
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Vela
Cascais Vela 2014
Fotografia Ricardo Pinto/Cascais Vela
Espectáculo em Cascais
Chegou ao fim a edição de 2014 do Cascais Vela, uma das maiores regatas do calendário nacional, com as derradeiras regatas das classes ORC, ANC, NHC, Dragão e SB20. A prova teve organização do Clube Naval de Cascais e o patrocínio da Câmara Municipal de Cascais, da Quebramar, da Jeep, da Chivas e da Marina de Cascais.
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Bigamist foi o vencedor em ORC A 6
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Cascais Vela 2014 teve um final emocionante, com disputas acirradas em diversas classes, com os campeões de cada classe a serem conhecidos apenas na última regata da prova. Após liderar o evento durante todos os dias de prova o Bigamist, de Pedro Mendonça, conquistou o Troféu Quebramar, em ORC A. Em 2º lugar ficou o Xekmat, de José Carlos Prista e em 3º o Uon Consulting de José Caldeira, que perdeu a liderança na prova na derradeira regata costeira, que não era descartável e que tinha uma ponderação de 1.5. Em ORC B, a vitória sorriu pelo 2º ano consecutivo ao Super Açor Lusitania Seguros, de Gonçalo Botelho, tendo, à semelhança do Bigamist dos ORC A, garantido a vitória na prova na ultima regata realizada, seguido do Wine Deck de José Carlos Vasconcelos, e do Zdamen de José Sampaio.
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tismo, vencendo as duas regatas da prova e a vitoria no evento, deixando o Extreme IV de Carlos Azevedo na segunda posição e o Arrabida de Pedro Valador no terceiro lugar do pódio. Na Regata Clube Naval de Cascais para a classe NHC, o Mobilidade, de Daniel Neves, alcançou o triunfo, seguido do B2 de Miguel Rocha e do Trovão de José Salgado. A consagração dos vencedores do Cascais Vela 2014, aconteceu nas instalações do Clube Naval de Cascais logo a seguir às regatas, com a presença de todos os velejadores, sócios, convidados e amigos do Clube Naval de Cascais.
UON Sailing Team à frente do Bigamist
O Dom Pedro Hotels/Generali , de José Paulo Ramada, Gonçalo Ribeiro, António Pereira e Miguel Leal Faria, alcançou a primeira posição da geral do Desafio SB20 Jeep. O Guto de Diogo Pereira, António Barros, Mariana Freitas e Fausto Neves, ficou no 2º lugar, enquanto que os atuais Campeões Nacionais, o Mobiag/ Clever Mobility de Vasco Serpa Joauim Moreira e Pedro Alemão, ficaram com o 3º posto. O Peggy de Miguel Magalhães, José Magalhães e Francisco Pinheiro de Melo, foi o grande vencedor do Desafio Dragão Chivas. O Whisper, de Mário Quina, Fernando Passeiro e Vicente Pinheiro de Melo foi o 2º classificado e o Pamalican V, de Francisco de Lacerda, Diogo de Lacerda e Rui Boia foi o 3º classificado. Já na Regata Marina de Cascais, destinada as classes ANC A e ANC B, o Trovão de José Salgado bateu toda a concorrência na classe ANC A, logo seguido do Tuttamania de Antonio Carvalho e do Mobilidade de Daniel Neves. Nos ANC B, o B2 de Miguel Rocha confirmava o favoris2014 Setembro 333
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Vela
Campeonato da Europa de Snipe
Tiago Morais/Tomás Pires de Lima Vice-Campeões da Europa Tiago Morais/Tomás Pires de Lima, do Clube Naval de Leça/Clube de Vela Atlântico, sagraram-se hoje vice-campeões da Europa da classe Snipe, em prova que se disputou em Kamien Pomorski, na Polónia.
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Tiago Morais e Tomás Pires de Lima, vice-campeões da Europa
antástica prestação de Tiago Morais/Tomás Pires de Lima no europeu de Snipe. A dupla foi de uma regularidade impressionante terminando 7 das 9 regatas disputadas no top 6. À largada para as duas derradeiras regatas da competição, a tripulação nacional estava na liderança, mas um 14º e um 6º afastaram-na do título: “Foi um campeonato bastante difícil fisicamente. Lideramos até ao último dia e infelizmente hoje a experiência na classe falou mais alto. De recordar que este é o primeiro campeonato que faço com o Tomás. Terminamos em segundo lugar o campeonato da Europa. Estamos muito contentes e com a certeza que no próximo 8
podemos lutar pelo título”, afirma Tiago Morais. Os espanhóis ocuparam as primeiras e terceira posições através de Raul San-
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taella/Antolin de Ona e de Jordi Triay/Lluis Mas. Diogo Machado Pinto/ Gonçalo Santos, da Associação Naval de Lisboa/
Sport Algés e Dafundo, que a semana passada foram 4ºs classificados no europeu de juniores, acabaram no 31º posto.
Europeu de Snipe na Polónia
Vela
Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas ISAF - Santander 2014
Portugueses em Busca do Apuramento
A representação Nacional Gustavo Lima, Rui Silveira e Eduardo Marques, em Laser Standard e Carolina João, em Laser Radial são os primeiros velejadores nacionais a entrarem em acção no Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas ISAF, que decorre de 12 até 21 de Setembro, em Santander, Espanha. Esta é a primeira prova de apuramento para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. frentar concorrência de peso. A holandesa Marit Bouwmeester (actual nº 1 do mundo), a belga Evi van Acker ou a bielorussa Tatiana Drozdovskaya são algumas das candidatas ao título. O calendário de regatas em Santander é o mesmo do Laser Standard. Equipa nacional Santander 2014 Laser Standard - Gustavo Lima, Eduardo Marques e Rui Silveira RS:X masculino – João Rodrigues 49er – Jorge Lima/José Luís Costa e Francisco Andrade/ João Matos Rosa 470 masculino – Gonçalo Pires/Miguel Nunes, António Matos Rosa/Ricardo Schedel, João Villas-Boas/Francisco Pinheiro de Melo, João Pestana/ Tomás Marques e Diogo Pereira/Manuel Macedo Finn – Frederico Pinheiro de Melo 470 feminino – Sara Carmo/ Matilde Pinheiro de Melo Laser Radial – Carolina João Nacra 17 – Afonso Domingos/ Diana Neves Equipa técnica
Pedro Rodrigues, Rui Reis, Pedro Pinto, António Góis, António Gouveia, Alpes da Costa, Diogo Pereira e Fernando Kuo. Fisioterapeutas Paulo Félix e Mário Ferreira Sistema de qualificação Nos Jogos Olímpicos participam um velejador ou dupla por país e por classe. Vão estar em águas brasileiras 380 velejadores que competem em 10 classes, para um total de 274 barcos.
No Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas ISAF – Santander 2014 ficam apurados cinquenta por cento dos países, para uma quota de 138 barcos. Em 2015, nos campeonatos do mundo das respectivas classes ficam apurados 47 barcos. Em 2016, ficam qualificados 75 barcos. O Brasil como país anfitrião tem entrada directa em todas as classes. Quatro vagas serão atribuídas por convite.
Fotografia: Nico Martinez
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m discussão, além dos títulos, estão cinquenta por cento das vagas, por países, nas olimpíadas e Portugal tem legítimas aspirações de qualificação em algumas das classes presentes. Em Laser Standard, Gustavo Lima, Rui Silveira e Eduardo Marques têm de ficar entre as primeiras 18 nações para garantirem o apuramento para o Rio 2016. A tarefa não será fácil mas está ao alcance dos velejadores portugueses. Quanto ao Mundial, a fase de qualificação disputa-se amanhã e sábado, havendo depois três dias de finais. A Regata das Medalhas realiza-se no dia 18 de Setembro. Entre os favoritos à conquista do título estão o veteraníssimo brasileiro Robert Scheidt, o croata Tonci Stepanovic (actual líder do ranking mundial), o britânico Nick Thompson ou o australiano Tom Burton. A jovem Carolina João estará presente em Laser Radial. Em Santander, estão em aberto 19 lugares para os Jogos do Rio e a atleta portuguesa tem de en-
O veterano João Rodrigues 2014 Setembro 333
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Texto Antero dos Santos
Carta Aberta de ONGs à Ministra Assunção Cristas
Foi publicada uma Portaria do Ministério da Agricultura e do Mar para proibir a pesca em águas profundas, tanto de arrasto como de emalhar, englobando parte da Zona Económica Exclusiva e até às 200 milhas náuticas, que satisfez um pouco as ONGs por proibir os barcos de pesca portugueses, mas apelam à Ministra Assunção Cristas que o nosso Governo faça pressão junto do Conselho Europeu para se impedir para já que os arrastões dos outros países europeus possam operar também naquela zona.
N
uma carta aberta enviada à Ministra da Agricultura e do Mar, As-
sunção Cristas, várias ONGs a Sciaena, WWF Portugal, SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e APE-
CE - Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios e DSCC - Deep Sea Conservation Co-
alition, apelam à ministra que apoie e assuma publicamente a proibição por parte do nosso país em relação à utilização do arrasto de fundo e das redes de emalhar de profundidade em alto mar, no início de Junho deste ano, nas águas do Atlântico Nordeste. Segundo as ONGs, este passo é fundamental e Portugal deve assumir a liderança no decorrer das negociações, no Conselho Europeu, de forma a assegurar que o arrasto
Saco de um arrasto 10
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Notícias do Mar
Exma. Professora Doutora Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar cc: Exmo. Sr. Ministro Ambiente, Ordenamento do Território e Energia; Exmo. Sr. Secretário de Estado do Mar Lisboa, 30 de julho de 2014
Assunto: Alargar a proteção das águas profundas preconizado por Portugal
Saco de arratão ao alto
e as redes de emalhar de profundidade por embarcações de outros países da União Europeia também sejam proibidos nestas áreas, assim como noutras águas comunitárias e no alto mar do Nordeste do Atlântico. Os arrastões, os grandes devastadores Durante décadas, após aparecerem os arrastões, estes devastaram até à exaustão todo o litoral dos países atlânticos, tanto europeus como africanos. Em certas zonas onde havia muita abundância de peixe, como a Mauritânia, o Senegal e Angola, fundeavam naviosfábrica a trabalharem para centenas de arrastões. Muito antes do 25 de Abril, esteve no meio da baía de Moçamedes, agora Namibe, durante muito tempo, um navio-fábrica espanhol a operar para dezenas de arrastões.
Exma. Sra. Ministra Assunção Cristas, Aplaudimos a sua decisão em aprovar a portaria n.º 114/2014, que regula as pescas de profundidade numa área que inclui zonas dentro do limite das 200 milhas de Zona Económica Exclusiva e de alto mar, na zona abrangida pela plataforma continental estendida de Portugal ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Apreciamos particularmente o facto desta legislação proibir a utilização das artes de pesca mais destrutivas por parte das embarcações portuguesas – as redes de arrasto e de emalhar de fundo. O novo regulamento, que complementa e amplia um regulamento comunitário aprovado em 2005 e que proíbe a pesca com estas artes fundo em profundidades abaixo dos 200 metros nas águas dos Açores e da Madeira, é um passo excepcional para a proteção dos ecossistemas do fundo do mar, como os corais de águas frias e montes submarinos do impacto nocivo destas artes de pesca. Portugal deveria agora tomar o próximo passo para assegurar que estas áreas são também efetivamente protegidas da pesca de arrasto e redes de emalhar de fundo por parte de embarcações de outros países. O Conselho Europeu está atualmente a debater um novo regulamento para a gestão da pesca de profundidade no Atlântico Nordeste para proteger os ecossistemas de águas profundas do impacto destrutivo da pesca de arrasto de fundo. A Comissária Maria Damanaki propôs a eliminação gradual do uso de redes de arrasto de fundo no alto mar e uma mudança para artes e métodos de pesca seletivos e de baixo impacto. Agora que o novo regulamento proíbe as embarcações portuguesas de utilizar o arrasto de fundo nas zonas de alto mar em redor dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, esperamos que Portugal assuma a liderança no decorrer das negociações, no Conselho, de forma a assegurar que o arrasto e as redes de emalhar de profundidade por embarcações de outros países da União Europeia também é proibido nestas áreas, assim como noutras águas comunitárias e no alto mar do Nordeste do Atlântico. Sabemos que Portugal já apresentou a sua posição sobre este assunto no Conselho mas, tanto quanto sabemos, esta posição não foi tornada pública. Portugal deve clarificar publicamente a sua posição, por motivos de transparência e para permitir um debate público informado sobre a posição nacional nesta crucial legislação comunitária. Particularmente, estamos interessados em saber se o governo português apoia a proposta da Comissão para eliminar gradualmente o arrasto e as redes de emalhar de profundidade, e as disposições aprovadas pelo Parlamento Europeu que iriam, entre outras medidas, requerer estudos de impacto ambiental para as pescarias de profundidade. Como é do seu conhecimento, o arrasto de fundo em alto mar é amplamente reconhecido como uma das práticas de pesca mais destrutivas e a mais séria ameaça aos ecossistemas de águas profundas no Atlântico Nordeste. Dois estudos recentes destacam as constantes preocupações dos cientistas sobre o impacto da pesca de arrasto no fundo do mar: Num estudo publicado em abril deste ano na revista Nature, investigadores açorianos do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores descobriram que o impacto negativo da pesca de arrasto em corais e esponjas em montes submarinos no Atlântico Nordeste é provavelmente 296 a 1719 vezes maior do que o impacto da pesca de palangre - o método de pesca de profundidade mais utilizado nos Açores e na Madeira. Os autores do estudo concluíram que “o arrasto de fundo de profundidade é o mais destrutivo método de pesca de profundidade e um assunto preocupante à escala global” e que “a não ser que sejam levadas a cabo mudanças radicais a nível da governança e da gestão, os danos aos ecossistemas de profundidade serão em breve irreversíveis” Um novo estudo publicado em maio deste ano na revista Proceedings of the National Academy of Sciences descobriu que “arrasto de fundo intenso e ininterrupto é responsável por transformar grandes porções do talude continental profundo em desertos de fauna e paisagens marinhas altamente degradadas”. O estudo concluiu que a pesca de arrasto de fundo “representa uma grande ameaça para os ecossistemas do mar profundo à escala global”. Finalmente, gostaríamos de realçar que durante a última década o tema da pesca de profundidade destrutiva tem sido alvo de intensas negociações na Assembleia Geral das Nações Unidas e em reuniões da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – negociações onde Portugal tem tido um papel significativo e construtivo. É urgente que uma abordagem semelhante seja adotada nas negociações para a nova legislação comunitária para a gestão das pescas de profundidade para proteger a biodiversidade no ambiente marinho e assegurar pescarias de profundidade sustentáveis.
Atenciosamente,
de fundo a grande profundidade carregado de coral
Gonçalo Carvalho Angela Morgado Nuno Barros João Correia Matthew Gianni
Sciaena WWF Portugal SPEA APECE DSCC
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Notícias do Mar
Barco fábrica a recolher o saco
Muitas vezes estes navios de pesca, arrastavam até às praias e quando se descuidavam ficavam encalhados. Como não praticavam uma
pesca selectiva e apenas lhes interessava algumas espécies de peixe, calcula-se que em cada lance, 80% do conteúdo do saco era deitado fora.
Revolvidos os fundos junto à costa e esgotados os stocks nos litorais, os arratões passaram a arrastar cada vez mais fundo e agora já vão no meio
Captura de tubarões em arrasto e cavala esmagada 12
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do Atlântico, a arrastar em grandes profundidades. As espécies das grandes profundidades São bastantes as espécies que se encontram em águas profundas, com valor comercial e apreciadas pelos portugueses. Indicamos algumas das espécies que aí são capturadas como o cherne, peixe espada branco, peixe espada preto, tamboril, imperador e alfonsim, cantarilho, congro, juliana ou melga e o goraz. A grande maioria destes peixes são pescados com o palangre, com linhas e anzol, que os captura sem os danificar, ficando com a qualidade indispensável para serem levados às lotas nacionais. Também são capturados pelos arrastões e as redes de emalhar de fundo diversas espécies de tubarões, que vão para outros destinos. A importância da investigação Quando os cientistas começaram a investigar os efeitos des-
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Rasto de um arrasto a 1.000 metros de profundidade
te tipo de pesca, rapidamente denunciaram os resultados nefastos e devastadores para os fundos. O arrasto de fundo não só provoca danos ambientais consideráveis, como revela-se incapaz de gerar um retorno económico positivo. Espécies de profundidade e habitats vulneráveis, estão agora cada vez mais sujeitas às práticas de pesca mais destrutivas actualmente utilizadas pelas fro-
tas da UE, porque a destruição dos fundos a estas profundidades é irreversível. O arrasto de fundo envolve o arrastar de pesadas varas, cilindros e portas de metal pelo fundo do mar, destruindo habitats marinhos frágeis e as espécies que lá vivem. “O arrasto levanta plumas de sedimentos do leito do mar, pondo de novo a circular na água (e na cadeia alimentar) poluição que estava deposi-
Resto de um saco deixado a 1.000 metros de profundidade
tada no fundo. São plumas tão grandes que facilmente se avistam do espaço. As redes utilizadas no arrasto de fundo capturam enormes quantidades de peixe indesejado e outros seres marinhos. Enquanto capturas acessórias, estes animais são atirados ao mar, acabando por morrer. O material de arrasto arrasa efectivamente o leito marinho, destruindo recifes de coral frágeis e outros seres bentó-
nicos. As redes mantêm-se abertas graças a duas portas que são arrastadas pelo fundo do mar, podendo cada um delas atingir as cinco toneladas”. Num relatório recente, a Comissão Europeia sublinhava que era possível pescar espécies dos fundos oceânicos de outras formas. Os dados da UE indicam que, de entre todas as práticas de pesca, o arrasto é aquela
Arrastão a recolher o saco 2014 Setembro 333
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Pescadores com o saco com peixe, a maioria para deitar fora
em que se criam menos empregos por tonelada de peixe. Métodos como o palangre permitem criar seis vezes mais postos de trabalho e não são
tão nocivos para o ambiente e para os ecossistemas. A pesca de profundidade é insignificante do ponto de vista económico
Esquema francês da Pesca em Profundidade de 1000 metros
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Os custos da pesca de profundidade em águas da UE são desproporcionais em relação à sua relevância comercial, representando apenas 1,5% das
capturas no Atlântico Nordeste e destas apenas 52% são efectuadas por arrasto de fundo. Assim sendo, os ganhos económicos obtidos através do arrasto de fundo são relativamente reduzidos e são uma fraca recompensa face aos enormes custos que este tipo de pesca acarreta para os europeus. Como a rede de emalhar de fundo também não é selectiva, captura e estraga toneladas de peixes que são deitados fora. Uma eliminação progressiva do arrasto de fundo e igualmente os barcos com redes de emalhar afectaria muito poucas embarcações. É fundamental a fiscalização na zona económica exclusiva Perguntámos Ao Chefe do Estado Maior da Armada se haviam navios a operarem na zona referida na Portaria 114/2014 para uma eficiente fiscalização, bem como se havia outros meios onde a Armada se poderia apoiar para fazer
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cumprir a Lei. Quisemos saber também o que se faria com um barco de pesca em contravenção. A resposta foi que a Marinha possui, atualmente, em permanência, nas diversas áreas marítimas do continente, dos Açores e da Madeira, várias unidades navais, a quem está cometida a atividade de vigilância e de fiscalização da pesca e asseguram a observância do disposto na Portaria n.º 114/2014. As acções de vigilância e fiscalização da pesca efectuadas no mar, em cuja área não se pode manter uma presença permanente face ao respectivo custo, são direccionadas para zonas e tipos de embarcações onde se tenha identificado uma maior probabilidade de práticas ilícitas e de acordo com as prioridades definidas no plano de fiscalização da pesca em vigor. No quadro próprio da Autoridade Marítima Nacional, também existe um dispositivo afecto à fiscalização das actividades da pesca, e que inclui os capitães dos portos como Autoridade Marítima Local e o dispositivo da Polícia Marítima. Têm ainda intervenção, em razão da competência, para efectuar acções de vigilância, fiscalização e controlo das actividades da pesca, a DirecçãoGeral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), a quem estão cometidas funções de Autoridade Nacional da Pesca, a Força Aérea, a GNR e as entidades competentes do Governo próprio das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Perante a constatação que uma embarcação de pesca se encontra a infringir as normas legais constantes da Portaria n.º 114/2014 deve ser levantado pelo comandante da unidade naval o respectivo auto de notícia e consoante os actos que se revelem adequados à situação, serem aplicadas as necessárias medidas cautelares por determinação da Autoridade Marítima Local, entidade competente para o ulterior desenvolvimento processual.
Barco fábrica a recolher o saco
Comentário de Gonçalo Carvalho
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obre este assunto da máxima importância para Portugal, pedimos um comentário a Gonçalo Carvalho da ONG Sciaena, lider da iniciativa: “Independentemente das questões legais que ainda se colocam e sem nunca perder de vista o enorme desafio que é fiscalizar a enorme extensão das águas e dos fundos marinhos sobre jurisdição nacional, acreditamos que a adoção de medidas legislativas como as que Portugal tem tomado sobre as artes que causam maiores danos aos ecossistemas marinhos de grande profundidade são de louvar e de alargar a outras zonas, tanto nacionais como comunitárias. A portaria 114/2014, na nossa opinião, demonstra que a nossa administração reconhece duas realidades inequívocas. Em primeiro lugar, que os ecossistemas de profundidade são particularmente sensíveis e que como tal merecem medidas de proteção exepcionais. Em segundo lugar, que a forma como a pesca de profundidade é realizada pela esmagadora maioria da frota nacional - com aparelhos de anzóis - tem um maior potencial de sustentabilidade, pois apresenta menores impactos ambientais, podendo ser mais facilmente gerida de forma a ter impactos ainda mais limitados, permitindo ainda assim bons desempenhos em termos económicos e também sociais. Ora, para nós, o passo natural que o governo português tem que tomar neste momento é trabalhar para alargar estas disposições a outras zonas e a outros âmbitos legislativos. Porquê? Primeiramente, por questões biogeográficas - as espécies e os ecossistemas de profundidade não estão limitados às zonas agora visadas pela legislação nacional e, como tal, para uma proteção efetiva das mesmas seria necessário que as práticas mais destrutivas fossem proibidas em todo o atlântico nordeste. Por outro lado, por questões de ordem política - Portugal faz parte da União Europeia e como tal as suas águas estão incluídas nas águas comunitárias. Tratando-se estes de recursos e ecossistemas transnacionais, seria apenas lógico e justo que todas as embarcações comunitárias estivessem obrigadas a jogar com as mesmas regras. E porque estamos a falar em grande medida de zonas de alto mar, geridas no âmbito de organismos regionais de gestão de pesca, onde a União Europeia intervém em nome dos seus estados membros junto de países terceiros, só uma postura forte, suportada por legislação comunitária, permitiria negociar a adoção destas regras por parte de todos os países que pescam recursos de profundidade no atlântico nordeste.”
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Ambiente
Lixo de Plástico Muito Preocupante
Há alguns anos que os cientistas apresentam dados preocupantes sobre a poluição marinha que está a ser invadida pela existência de partículas de plástico em áreas muito remotas dos oceanos.
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descoberta de grandes acumulações de lixo no Pacífico é talvez o fenómeno mais extremo, documentado e conhecido. Mas várias “sopas de plástico” que dão à costa com toneladas de detritos têm sido alvo de investigação. Foram identificadas milhões
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de partículas de plástico que flutuam e se acumulam à volta dos cinco oceanos criados por correntes oceânicas circulares, que fazem os detritos ora concentrarem-se no seu centro ora serem expelidos e gravitarem nas zonas adjacentes. É para estas áreas que convergem dezenas de milhares de
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toneladas de lixo plástico que se vai degradando e entrando na cadeia alimentar dos seres vivos marinhos, com consequências devastadoras. Estima-se que morram cerca de 1 milhão e quinhentos mil animais de aves, peixes, tubarões, tartarugas, golfinhos e baleias todos os anos, devido à ingestão de plástico. Apesar dos estudos já feitos mostrarem a extensão do pro-
blema, os cientistas desconfiam que há muito mais plástico nos mares que aquele que foi identificado, só ainda não descobriram o que lhe acontece e quais as consequências que provoca. Ele está em algum lugar, na vida do oceano, nas profundezas, ou dividido em partículas finas indetetáveis por redes. Tendo em conta que a produção mundial do plástico qua-
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druplicou desde os anos 1980, julgava-se que seria detectada mais concentração de partículas de plástico à superfície que a esperada. Daí suspeitar-se que esses detritos minúsculos estejam a ser consumidos por pequenos peixes, que vivem na zona mesopelágica do oceano, entre os 200 e os 1.000 metros de profundidade. Que efeito tem este plástico na vida marinha de alta profundidade é que talvez nunca se venha a saber, pois Infelizmente a acumulação de plástico no fundo do oceano vai modificar esse ecossistema antes que possamos realmente estudá-lo e conhecê-lo.
centímetros. A quantidade de bocados em degradação que existe no oceano é muita e vai produzindo essas partículas cada vez mais pequenas que já se encontram numa percentagem muito elevada. Essas micropartículas são confundidas com alimento por muitas espécies marinhas que as ingerem inadvertidamente. Os fragmentos ficam principalmente retidos no tubo digestivo e ainda não se provou que existe uma transferência de poluentes das partículas para os tecidos dos organismos.
Na costa portuguesa a maioria do lixo marinho é plástico que os animais ingerem por engano. O lixo encontrado na costa portuguesa é principalmente composto por pequenos fragmentos de plástico, mais frequentes perto de áreas portuárias e industriais, que são comidos pelos peixes, que o confundem com alimento, concluiu um estudo da Universidade Nova. O projeto Poizon “Microplásticos e poluentes persistentes: uma dupla ameaça à vida no mar” estudou pela, primeira vez, em Portugal a presença na costa de plásticos que permanecem muito tempo na natureza e que acabam por ser ingeridos pelos animais, não se sabendo ainda quais as consequências para os humanos. O estudo analisou 11 praias, com maior incidência na costa ocidental atlântica, já que no Algarve há menos acumulação de lixo marinho, devido a um mar mais calmo, com menos correntes, e à limpeza efetuada nas zonas turísticas. Foi encontrada uma prevalência de plástico de 97%, entre todos os materiais, como papel, vidro ou têxteis e todos contaminados com hidrocarbonetos. A avaliação das dimensões dos bocados de plásticos mostrou que “67% são fragmentos menores do que cinco milímetros que pertencem à categoria dos microplásticos e 8% do plástico tem um tamanho superior a 2,5 2014 Setembro 333
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Electrónica
Notícias Nautel
Humminbird 360 Imaging Ajuda a Vencer Prémio de 500 Mil Dólares Um pescador de Achigãs, o Pro Anthony Gagliardi venceu nos USA a Forrest Wood Cup no Campionato FLW, no Lago Murray, Carolina do Sul, com uma pequena ajuda da Humminbird
Humminbird 360 Imaging
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agliardi falou do prémio de 500 mil dólares e da sua vitória e a palavra viajou para toda a parte. Ao fim de três dias, os seus 51-2 de peso, ficaram separados por apenas uma onça (28,3 gramas) dos 51-1 do segundo lugar de Scott Canterbury e apenas 11 onças separando os top 5 favoritos. Foi uma final lendária de roer as unhas. Ao final do dia, uma onça valia 440 mil dólares. Mais valioso do que o metal mais precioso do
mundo. Gagliardi levou para casa meio milhões de dólares e o segundo lugar era 60 mil. Mas a história que não foi dita foi como Gagliardi usou a tecnologia complementar de pesca, de tecnologia de ponta, para subir ao topo da liderança. “Estou a usar a Humminbird Side Imaging desde que saiu. Em 2006 venci um torneio da FLW, no lago Murray com o Side Imaging e levei para casa 200 mil dólares. Foi aí que percebi que tecnologias de imagem po-
diam fazer a diferença,” disse Gagliardi. Apesar de ele continuar a usar Side Imaging dia após dia, Gagliardi foi para a recente prova de Forrest Wood Cup com um truque na manga. “Ando a pescar com o Humminbird 360 todo o ano, mas na realidade comecei a usá-lo no Pickwick que decorreu em junho passado. Desde aí, passei a usar sem parar. Foi uma grande parte nesta vitória.” Com dois Humminbird Side Imaging na consola, um para rea-
Anthony Gagliardi no lago Murray em prova de pesca ao achigã 18
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lizar sonar 2D e com mapa LakeMaster, outro Side e Down Imaging e um terceiro Humminbird de ecrã grande no deck, com 360 Imaging, apoiado pelo motor elétrico Minn Kota 112 Fortrex dele, Gagliardi foi para a água com as três unidades a “falarem” umas com as outras por via de 5-port Ethernet switch “Durante a pré-pesca passei algum tempo a procurar com o feixe, usando a imagem lateral com Side Imaging e a marcar pontos no GPS, mas a maior diferença no meu jogo foi usar 360 para identificá-los a partir do deck. Posso dizer que tive mais mordidas do peixe por causa disso.” Para feixes mais profundos como aqueles no Lago Murray, Gagliardi disse que o procedimento padrão é marcá-los com Side Imaging e por cima com sonares 2D. “Mas os achigãs podem-se assustar, mesmo em águas profundas. E mesmo se eu os marcar com o Side Imaging, assim que meto o corrico, podem ser difíceis de se lançar, mesmo que se virar o barco ou andar á deriva na área. Com o 360, é saltar no deck, aproximar sem assustar o peixe e depois começar a pescar. Tu sabes exatamente onde o ponto de paragem é, comparado com onde tu estás, usando os anéis de distância do 360. Fez-me bem mais eficiente.
Electrónica
www.nautel.pt O controlo do barco nunca foi melhor.” Disse Gagliardi. No primeiro dia, Gagliardi começou num baixio, afunilado de erva, onde interceptou um cardume de achigãs. Às 8:15 da manhã tinha apanhado o seu quinto peixe, incluindo um de 1,6 kg. “Eu selecionei-os melhor à tarde, rodeando os peixes na parte baixa do lago. Aí foi onde o 360 realmente provou o seu valor. Pude ver exatamente onde o isco estava em relação ao barco. Por exemplo, pude olhar para o ecrã do 360 e ver o isco ao longo do lado direito do barco, portanto não tive que perder tempo a lançar para fora da área.” Gagliardi movimentou-se um bocado acima do rio no segundo dia e pescou nos feixes quase exclusivamente. “O 360 foi super importante para atingir aqueles pequenos feixes locais nos baixios. Penso que o meu alcance estava definido nos 50 ou 60 pés e com os anéis de distância definidos para os 12 pés sabia exatamente a distância de lançamento necessária para atingir os waypoint. Sabia exatamente onde lançar, baseado no que vi no ecrã do 360.”
No terceiro dia, Gagliardi disse que pescou numa combinação de água baixa e profunda. “A coisa excelente foi que, podia imediatamente, ver cardumes de achigãs no 360 quando estava em águas mais profundas. A vantagem maior é que consegue-se ver em que direção nadavam.” Em choque e modesto perante a vitória, Gagliardi resume: “Tinha esperanças muito altas que o 360 ia ser muito importante neste evento, e definitivamente que foi. A minha experiência foi que, é um aparelho inestimável para pescar em baixios e águas mais profundas. Se virem um cepo ou algo assim – qualquer coisa que estejam a pescar debaixo de água – mesmo olhar por baixo da doca – vai ajudar pescadores a encontrar melhor cobertura e peixe. Anseio por conhecer ainda melhor esta tecnologia.” Gagliardi e outros profissionais utilizadores do Humminbird, estavam a usar um LakeMaster HD, com um mapa de contorno de 1 pé durante o evento. “Gostaria de poder ter tido o mapa mais cedo. Tive no último dia de treino o meu, é um mapa muito bom. Melhor mapa que alguma
Anthony Gagliardi recebeu o prémio e maio milhão de dólares vez vi do lago,” disse Gagliardi. “Não podíamos estar mais felizes e orgulhosos de Anthony, pela vitória na Forrest Wood Cup, no lago Murray – e também do resto da equípa da Humminbird/Minn Kota. Tivemos uma excelente exibição no Top 10 no dia final, incluindo Brent Ehrler (terceira posição) e Matt Herren (sexta posição). Estes homens estão todos no topo da competição! Só mostra que as nossas
inovações mais recentes estão a ajudar pescadores em todos os níveis a ficarem com mais sucesso. Quer se trate de encontrar peixe com o Humminbird 360 e o mapeamento LakeMaster para ficar nos peixes, o novo Minn Kota Talons 12’e os motores de impulsão da Fortrex, isto é um conjunto que é difícil de superar,” disse Tim Price, coordenador da equipa Humminbird/ Minn Kota
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Náutica
Teste Cobalt 200 wss
Texto e Fotografia Antero dos Santos
A Exclusividade e Bom Desempenho Num Barco Desportivo
Durante o “Tróia Boat Show”, organizado pela Nautiser Centro Náutico entre os dias 7 e 15 de Junho na Marina de Tróia, testámos o Cobalt 200 WSS, um barco de características desportivas equipado para satisfazer os mais exigentes.
A
Nautiser Centro Náutico apoiada pela sua loja na Marina de Tróia com a qual ainda está mais perto dos seus clientes, organizou o “Tróia Boat Show”, uma importan20
te exposição de barcos na água e em seco, com várias novidades de barcos das marcas Cobalt e Jeanneau e uma selecção de barcos usados, que todos os visitantes interessados puderam experimentar.
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Um dos modelos em exposição que testámos foi o Cobalt 200 WSS. A prestigiada marca Cobalt Estaleiro americano de enorme prestígio, desde
muito tempo que os Cobalt são considerados por muitos como os Rolls Royce do mar, devido à elevada qualidade de construção e depois pela sofisticação dos acabamentos, associada à criteriosa escolha dos
Náutica
O posto de comando e um banco encosto no cockpit
a modalidade mais motivadora das camadas jovens. A Cobalt, ao criar e desenvolver a gama Water Sports Series, satisfez os mais exigentes, fornecendo também uma embarcação de luxo do tipo bowrider aos desportistas. Para maior satisfação dos praticantes, os barcos comportam um sistema
O painel de instrumentos tem muita informação com boa leitura
Cobalt 200 Wss
equipamentos e materiais, que são incorporados. Com uma clientela muito especial que dá o maior apreço pelo conforto e o requinte, o estaleiro criou também uma gama para os apaixonados pelos desportos aquáticos, barcos que foram desenvolvidos muito especialmente para os praticantes de wakeboard,
A curvar o Cobalt 200 WSS tem muita estabilidade 2014 Setembro 333
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Náutica
de lastro com tanques de água que permite a escolha de forma selectiva da esteira mais adequada ao
wakeboarder. Cobalt 200 WSS O Cobalt 200 WSS que
Passagem do Cockpit para a proa 22
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testámos tinha montado o motor Mercruiser 4.3 MPI com 220 HP e Coluna Bravo III.
Este popular modelo que inicia a Gama WSS, dispondo apenas de 5,89 metros de comprimento,
O bowrider à frente é muito confortável
Náutica
Os encostos no bowrider têm tampa com compartimento para arrumações
O Cobalt 200 WSS descola bem da água
em virtude da distribuição dos espaços no interior parece um barco muito maior e a Cobalt conseguiu uma acomodação bastante requintada para 11 pessoas. Todo o espaço no interior é valorizado pela ergonomia dos bancos. Para satisfazer as horas de diversão com o barco, o estaleiro não só privilegiou o conforto como a facilidade da sua utilização com os mais diversos pormenores. Para facilitar as entradas pela popa, para quem esteja na água, a tomar banho ou a praticar wakeboard ou esqui, a plataforma da 2014 Setembro 333
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Náutica
O casco do Cobalt 200 WSS tem um V profundo com um ângulo de 20 graus à popa
popa tem um sistema para baixar um degrau que fica submerso (Swim Step). Atrás a entrada para o
cockpit fica a bombordo do solário, não sendo necessário passar por cima de quem esteja a apanhar
banhos de sol para entrar no barco. Esta passagem pode ser coberta para ampliar ainda mais o espaço
O banco do piloto tem duas posições de condução, uma em cima e outra em baixo 24
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do solário. Junto a esta entrada encontra-se um chuveiro de água doce. A acomodação no interior compõe-se pelo espaço bowrider à proa e no cockpit uma distribuição prática, com um banco em L atrás junto ao solário e um longo banco-encosto a bombordo. O piloto dispõe de um posto de comando de elevado conforto e com um bem concebido painel de instrumentos, com toda a informação que necessita separada e com leitura acessível. O banco do piloto tem duas posições de condução, uma sentada em baixo e outra mais elevada. À frente, o Cobalt 200 WSS tem os bancos encosto em U, permitindo estarse sentado ou recostado
Náutica
também a apanhar banhos de sol. O encosto destes bancos têm um amortecedor hidráulico que permite levantar para guardar equipamentos ou palamenta dentro. O casco dispõe de um ângulo à popa de 20 graus, característica muito importante para oferecer um desempenho extremamente confortável a navegar e aumentar a resposta suave do barco às manobras. Motor Mercruiser 4.3 MPI com Coluna Bravo III O motor montado era o Mercruiser de 4,3 litros de cilindrada V6, com injecção electrónica de combustível multiponto MPI com 220 HP e Coluna Bravo III. É um motor com um ele-
O banco à popa
vado binário que associado à transmissão Bravo III o recomenda para o ski e o wakeboard.
Tem integrada a tecnologia SmartCraft, módulo avançado de controlo electrónico que envia informa-
ções indispensáveis para o controle do motor, a ignição, o consumo e gere a protecção do motor.
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Náutica
O motor dispõe do Power Trim XD com memória hidráulica para em caso de impacto retornar à posição anterior, permitindo o controlo da direcção.
O solário tem uma passagem lateral 26
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No teste o Cobalt 200WSS respondeu com elevadas performances Quando testámos o barco, não nos surpreendeu o seu excelente desempenho. Dispondo de um casco com as características adequadas de uma embarcação de 6 metros, em V profundo
Náutica
O solário e a plataforma de popa com um degrau que baixa
O Cobalt 200 WSS tem a popa muito funcional
que termina com um ângulo de 20 graus à popa e largos planos de estabilidade laterais quase a formarem um pequeno túnel atrás, o barco fica bem apoiado atrás na água. Deste modo, o Cobalt 200 WSS descola e navega com segurança bem agarrado à água e com muita estabilidade, principalmente a curvar. Com o motor Mercruiser 4.3 MPI, que tem um bom poder de aceleração, no teste de arranque, para atingirmos os 18 nós, a velocidade de saída dos es-
quiadores, em apenas 7,00 segundos, às 2.300 rpm. Vimos a velocidade mínima do barco a planar com 11,4 nós às 1.600 rpm, sinal de que o casco, apesar do V profundo apoia-se bastante bem atrás. Em velocidade máxima chegámos aos 38 nós às 3.500 rpm, uma excelente performance a esta rotação do motor. Como a velocidade de cruzeiro económica para passear é muito importante, navegámos a 23 nós com o motor apenas às 2.200 rpm. Como o piloto vai numa excelente posição de condução, graças às características do casco e a direcção é leve, o barco manobra-se muito bem e sem esforço. A extensa plataforma que serve bem para o apoio aos esquiadores e para os mergulhos é outro dos factores bem fortes deste barco, porque facilita a subida e a entrada para o cockpit. Muito relevante e que
devemos sobretudo salientar, graças ao espaço desafogado que o Cobalt 200 WSS tem, é a ampla acomodação que oferece com extrema comodidade, tanto para quem vai sentado, ou se queira deitar no solário
ou no banco encosto. Finalmente realçamos o requinte dos acabamentos que ampliam ainda mais o conforto e o prazer de passear ou praticar desportos aquáticos no Cobalt 200 WSS.
Características Técnicas Comprimento
5,89 m
Boca
2,54 m
Peso
1.588 Kg
Depósito combustível
152 L
Lotação
11
Motor
Mercruiser 4.3 MPI
Preço
A Partir de: e 62.500,00 + IVA
Performances Aceleração
18 nós em 7,00 seg. às 2.300 rpm
Velocidadae máxima
38 nós às 3.500 rpm
Velocidade de cruzeiro
23 nós às 2.200 rpm
Mínimo a planar
11,4 nós às 1.600 rpm
2000 rpm
18,8 nós
2500 rpm
27,1 nós
3000 rpm
33 nós
3500 rpm
38 nós
Importador Nautiser Centro Náutico Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 22 36 820 – Fax: 21 23 33 031 – www.nautisercentronautico.pt
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Electrónica
Notícias Nautiradar
Altifalante Bluetooth BS-2S à Prova de Salpicos
A Nautiradar apresenta a novidade da sua marca representada Shakespeare, o altifalante Bluetooth BS-2S, ideal para utilização em qualquer embarcação, nas piscinas ou na praia.
E
nquanto o seu telefone e tablet ficam secos e guardados em local seguro, o altifalante Bluetooth da Shakespeare pode ser usado para responder a chamadas e escutar as suas músicas favoritas. A sua potente ventosa permite fixá-lo a superfícies lisas. Com apenas 8,5cm de diâmetro e 5 cm de altura, é fornecido com cabo USB,
em embalagem própria e a cor é o branco. Comercializado em Portugal pela Nautiradar Preço de lançamento: 29,00 € (inclui IVA) Para mais informações contacte o importador: Nautiradar www.nautiradar.pt
Economia do mar
O Porto do Funchal Escala de 7.800 Navios Cruzeiro
A
té o final deste ano estima-se que se vai atingir o número de 7.800 navios de cruzeiro a escalar o Porto do Funchal e mais de 7 milhões e 200 mil de turistas, contabilizados apenas desde 1976. O Porto do Funchal como destino de cruzeiros já tem várias décadas, mas os dados disponíveis apenas se reportam a 1976, ano em que a Madeira passou a ser uma região com autonomia política e administrativa. Em cerca de 38 anos nos números referentes ao turismo de cruzeiros, há dois dados que se destacam, a quantidadade de navios que já fez escala no Funchal está perto de atingir a fasquia dos oito mil e o número de passageiros contabilizados já supera os sete milhões e 242 mil. Os dados divulgados pela Direcção Regional de Estatística (DREM), com base na informação cedida pela Administração de Portos da Madeira, reportam-se, portanto, a Janeiro de 1976 até aos navios mais recentes, com informação divulgada pela APRAM até o passado mês de Agosto. Entre essa altura e a actualidade, escalaram os portos da Madeira e do Porto Santo um total de 7.640 navios de cruzeiro. Ou seja,
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em 38 anos, juntando mais 154 previstos até final do ano de 2014, são 7.795 os navios visitantes. Para o próximo ano estão agendados 332 navios de cruzeiro a escalar o Funchal. Deste modo, pode-se claramente chegar ao final de 2015 com o número de oito mil escalas já ultrapassado.
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Náutica
Teste a Waverunner Fx SVHO
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Combinação Perfeita de Luxo e Alta Potência
O primeiro modelo Yamaha de 2014 em Portugal é a Waverunner FX SVHO e a Angel Pilot é o único concessionário Yamaha que tem uma disponível para venda e a testou no passado dia 23 de Maio ao largo de Portimão, com a ex-bi campeã do mundo de Jet Ski, Stefania Balzer.
E
ste novo modelo de três lugares oferece uma combinação perfeita de características de luxo com o motor Yamaha mais potente de sempre – o motor marítimo Yamaha Super Vortex High Output (SVHO). Desenhada para um consumidor 30
exigente, a FX SVHO estabelece novos standards de luxo e performance sobre a água. Este modelo é rápido e está munido de várias funcionalidades, incluindo o casco e convés leve e hidrodinâmico em NanoXcel da Yamaha, uma nova bomba de 160 mm com 8 palhetas e turbina de 3 lâminas, o sistema de
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Trim de 5 posições (Q.S.T.S), o assento de duas peças e pegas com design ergonómico e o primeiro sistema de segurança por controlo remoto na indústria com o Low-RPM Mode (modo RPM reduzidas para iniciação). A FX SVHO foi criada
para aventuras repletas de emoção. O novo motor Super Vortex High Output sobrealimentado e o casco e deck leves em NanoXcel constituem uma dupla de sucesso, proporcionando uma potência impressionante combinada com uma manobrabilidade estável e ágil e
Náutica
Motor Super Vortex High Output frutar de uma condução desportiva ou de partir em aventuras. Motor Super Vortex High Output sobrealimentado de 1812 cc O novo motor produz aproximadamente mais 20% de potência do que antes e inclui um arrefecimento melhorado, uma admissão mais eficiente e componentes internos do motor mais robustos. A nova bomba de jacto hiperfluxo de maior dimensão ajuda a transformar essa potência numa aceleração electrizante e a Injecção Electrónica de Combustível (EFI - Electronic Fuel Injection) proporciona uma potência
eficiente e suave Casco e deck leves em NanoXcel Os longos e elegantes casco e deck são fabricados em NanoXcel®, um material exclusivo da Yamaha que é cerca de 25% mais leve do que os materiais convencionais, o que permite a FX SVHO apresentar uma manobrabilidade extremamente ágil e uma eficiência fantástica em termos de consumo de combustível. Este design de casco de última geração também proporciona mais espaço e estabilidade, com armazenamento e conforto de condução superior.
Stefania Baler a testar a Yamaha FX SHD em Portimão
uma condução confortável. A tecnologia, inovação topo de gama e o aspecto também ajudam, com o sistema de aceleração electrónica, Cruise-Assist, selector de posição neutra e segurança por controlo remoto. Tecnologia em que o mundo confia As WaveRunners são conhecidas pela performance, agilidade e conforto supremos e ainda pela capacidade de levar quem as utiliza em aventuras entusiasmantes em lo-
cais maravilhosos. Graças ao compromisso da Yamaha no desenvolvimento da tecnologia mais eficiente de motores a 4 tempos, nenhuma outra moto de água se aproxima sequer de uma WaveRunner. Da tecnologia exclusiva de casco leve em NanoXcel® ao novo motor SVHO sobrealimentado de 1812 cc a 4 tempos, a engenharia Yamaha personifica a inovação. O design elegante e as características práticas acrescentam um toque de luxo ao conjunto. O resultado final, na forma elegante da FX SVHO, é a forma imbatível de des2014 Setembro 333
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Náutica
Casco e deck leves em NanoXcel Sistema de Aceleração Electrónica O piloto vai adorar o sofisticado sistema de aceleração electrónica com características “inteligentes”. Vai utilizar o Cruise-Assist para definir e manter velocidades específicas, no No Wake Mode para navegar facilmente em áreas de baixa velocidade e para ajudar a realizar manobras de forma mais suave e o sistema de marcha à ré de velocidade continuada para evitar a rotação excessiva inesperada em marcha à ré. Características práticas e luxuosas Desde a direcção com ajuste de inclinação exclusiva ao confortável
assento de 2 tons, desde a ampla plataforma da popa ao degrau profundo e às pegas para embarque, a FX SVHO define os mais elevados padrões. Os espaços de armazenamento, cuidadosamente posicionados em vários pontos da máquina, incluem compartimentos estanques no leme e por baixo do assento. Instrumentos claros e elegantes Para além dos elegantes velocímetro/conta-rotações analógicos fáceis de ler, a FX SVHO possui um visor digital multifunções com botões ao centro, que permitem um acesso rápido a leituras de velocidade, distância, nível de combustível, horas em funcionamento e tensão da
Segurança remota com o Low-RPM Mode bateria. Os alertas automáticos de pouco combustível, baixa pressão do óleo e de qualquer sobreaquecimento também o mantêm sempre informado. Segurança remota com o Low-RPM Mode Este sistema inovador é uma estreia da Yamaha nesta indústria. Um clique no botão do transmissor remoto activa um modo “L” (baixas rotações) para limitar a velocidade máxima – ideal para manobras controladas. Para sua segurança e tranquilidade, premir um segundo botão desactiva a ignição, evitando arranques acidentais e passeios não autorizados.
No teste, Stefania Balzer vibrou com a potência “Relativamente à minha experiência com a moto, para mim foi um enorme prazer poder testar este novo modelo da Yamaha. Da primeira vez que testei a moto, disse ao meu pai que queria fazer umas corridas de endurance com ela, porque gostei mesmo muito da combinação de conforto e potência que a moto proporciona! Claro que ele não deixou, porque achou que era potência a mais para mim e poderia ser perigoso! A Yamaha FX SVHO é realmente muito boa, e para mim, que estou afastada da competição há um ano, pegar numa moto com
Tem uma boa aceleração, excelente para navegar nas ondas 32
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Apaixonada pela velocidade, Stefania Balzer atingiu no teste as 70 mph esta potência, foi um experiência realmente muito boa. Penso que o aspeto que mais me impressionou na moto foi a potência, não só porque é uma moto muito poderosa e intuitiva, mas também porque todo esse poder não se traduz em insegurança, pelo contrario: a moto é muito confortável e segura, quer para condução em pé, quer para condução sentada. Além da potência, este novo motor tem também uma boa aceleração que para uma pessoa que como eu, está habituada aos motores a 2 tempos, faz uma grande diferença ao curvar e ao navegar nas ondas. O design racing, associado às cores azul e preto, é outra das características que me agradou neste modelo. Apesar de toda esta componente de competição, que é natural que para mim seja importante, com todo o conforto que proporciona e com todos os extras de luxo que a equipam, esta moto pode também ser usada em família, até porque tem três lugares confortáveis. Resumindo, fico contente por ter tido a oportunidade de experimentar e divertir-me com este novo modelo e devo dizer que fiquei surpreendida com as prestações. Tenho muito orgulho em fazer parte da equipa Angel Pilot que quase todos os anos, é o primeiro Jet Center a ter os mais recentes modelos disponíveis para teste e para venda. No que respeita às prestações, a velocidade máxima da FX SVHO é de 70 mph.”
Cores Black with Blue Metallic
Características Técnicas Tipo de motor
4 válvulas, 4 cilindros, 4 tempos, Super Vortex High Output, DOHC
Superalimentador
Sim (com permutador de calor)
Cilindrada
1,812cc
Diâmetro x curso
86,0 mm x 78,0 mm
Taxa de compressão
8.5 : 1
Sistema de refrigeração
Com refrigeração por água
Tipo de turbina
160 mm Axial Flow
Combustível
Gasolina sem chumbo
Sistema de abastecimento combustível
Injecção Electrónica de Combustível
Capacidade do depósito de combustível
70,0 Litros
Sistema de lubrificação
Cárter húmido
Capacidade do depósito de óleo
5,3 Litros
Comprimento
3,56 m
Largura
1,23 m
Altura
1,23 m
Peso a seco (kg)
396 kg
Capacidade de arrumação
125.5 Litros
Lotação
1/3
Preço
16 500 € + IVA
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Notícias do Mar
Entrevista Carlos Salgado Fotografia Américo Simas - CML/DMC
Conhecer e Viajar pelo Tejo
Lisboa Já Tem um Barco Típico, a Falua Esperança
O meu entrevistado deste mês é o Engenheiro Carlos Manuel Borges Ferreira, Director do Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica Municipal da Direcção Municipal de Ambiente Urbano da Câmara Municipal de Lisboa.
Eng.º Carlos Ferreira C.S. Porquê só agora, com o actual executivo, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu entrar na posse de um barco tradicional do Tejo, honrando assim a secular relação íntima e histórica da cidade com o rio que lhe deu a vida? C.F. Embora o interesse seja anterior, foi possível em 2012 aquando da realização do MegaPicnic no Terreiro do Paço (Praça do Comércio) dar vida a uma iniciativa que veio colmatar uma lacuna e um compromisso que a Câmara Municipal de Lisboa tinha com a região de Lisboa e o Rio Tejo, com a cultura e com a história da própria cidade, da sua população e das gentes de trabalho que desde o século XIX usufruem do rio, cujas caracteristicas, grandeza e importância são únicas e têm de ser acarinhadas e preservadas. Assim, através da celebração de um protocolo com a entidade promotora do 34
evento a Câmara Municipal de Lisboa passou a ser proprietária de uma embarcação tradicional do Tejo, a falua “Esperança”, dando um primeiro passo, e passando a integrar o conjunto dos municipios do estuário do Tejo que labutam pela preservação das tradições que caracterizam o Povo Português como Gentes do Mar. Interveio na celebração do Protocolo o Senhor Vereador José Sá Fernandes responsável pelo Pelouro do Ambiente. C.S. Que actividades a Câmara tem realizado com a utilização da canoa Esperança? C.F. As atividades em que a embarcação “Esperança” é utilizada são fundamentalmente de caráter pedagógico e de representação institucional do Municipio. O “Percurso Pedagógico a Bordo da Canoa Esperança”, é uma das atividades do Programa de Sensibilização e Educa-
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ção Ambiental “Escola a Escola Pró-Ambiente” (EEPA), desenvolvido pela Divisão de Sensibilização e Educação Ambiental da Direcção Municipal de Ambiente Urbano, prioritariamente dirigido
aos alunos das escolas oficiais do 2º e 3º ciclo do ensino básico de Lisboa, através dos respetivos estabelecimentos de ensino. A intervenção é concebida e planeada anualmente, traduzindose num conjunto de atividades de sensibilização e educação ambiental que são desenvolvidas em cada estabelecimento de ensino ao longo do ano escolar, em função do seu projeto pedagógico, numa perspetiva integrada e interdisciplinar, sempre que possível. A partir do rio Tejo e seu estuário, a visita pedagógica na Esperança, iniciada no ano letivo 2012/2013, permite sensibilizar os alunos para a importância da biodiversidade e para a necessidade da preservação ambiental, incentivando à adoção de comportamentos ambientalmente sustentáveis. Os percursos destinam-se a alunos do 8º e 9º ano que, organizados em grupos de 7 e acompanhados por um docente, embarcam numa aventura de confronto com a biodiversidade do rio Tejo e seu estuário sentindo, a partir do rio, a cidade monumental e o potencial do rio como recurso da Pólis. Nesta ótica, para além de conteúdos diretamente relacionados com a
Notícias do Mar
área da sensibilização ambiental, a informação veiculada contempla aspetos históricos e culturais, decorrentes da observação dos monumentos avistados da embarcação, a divulgação dos instrumentos de navegação, léxico náutico e descrição das características da embarcação. Durante o ano letivo 2013/2014 o Programa realizou 21 destas visitas, que contaram com a participação de 128 alunos e 33 docentes. As visitas realizaram-se em 2 horários possíveis, de manhã, com partida às 09:30 H, e à tarde, às 13:30 H, fazendo percursos a partir da Doca de Santo Amaro, entre a zona de Belém e a Praça do Comércio. São também realizadas atividades com a população Sénior, em complemento a outras iniciativas. Na vertente institucional a embarcação participa em todas as iniciativas calendarizadas pela Marinha do Tejo, como por exemplo, no Dia da Marinha do Tejo, na Regata do Atlântico Azul, tendo este ano terminado na honrosa quarta posição, e na célebre “Real Regatta de Canoas”, cuja
CLXIX edição realiza-se, como tradição, no dia 5 de outubro. A lotação máxima da embarcação que atualmente é permitida por imposição legal é de 12 pessoas. C.S. Que actividades estão perspectivadas para uma futura utilização da Esperança, para além de proporcionar aos seus munícipes conviverem com a natureza ao mesmo tempo que desfrutam das vistas da cidade a partir do rio, e qual a eventual necessidade de vir a adquirir um barco do Tejo de maior envergadura, lotação e conforto? C.F. Pretendemos manter as iniciativas enumeradas anteriormente e promover a utilização da embarcação nos momentos importantes para a cidade, nomeadamente durante as festas da cidade, no período de verão e nas alturas em que a cidade é visitada por um maior número de turistas, mostrando assim um pouco da nossa história e cultura. A aquisição de um barco de maiores dimensões, lotação e conforto não é uma prioridade, neste momento. 2014 Setembro 333
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Notícias do Mar
Conhecer e Viajar pelo Tejo
Crónica Carlos Salgado
“O Seu Nome É Esperança, o Apelido Lisboa” A Câmara Municipal de Lisboa tinha a esperança desde Janeiro de 1991 de ter um barco tradicional do Tejo próprio e finalmente este executivo, duas décadas passadas, a esperança passou a ser uma realidade com a entrada na sua posse da Canoa do Tejo denominada Esperança, para a fruição dos seus munícipes, que podem passar a ver Lisboa a partir do Tejo, o que tem mais encanto, e não só.
C
om esta aquisição Lisboa entra no grupo das câmaras ribeirinhas que já tinham adquirido um barco típico do Tejo como o Seixal, a Moita, Vila Franca de Xira, Alcochete, e Azambuja, honrando assim a sua relação com o rio que lhes deu a vida. Mas afinal, soube agora que, a Esperança não é uma Canoa, é uma Falua, o que em princípio me deixou um pouco incrédulo, isto porque, desde há muito que me tenho interessado, lido e escrito sobre os barcos tradicionais do Tejo, o que me levou a constatar que as características da canoa Esperança não correspondem às das Faluas do Tejo, tanto em dimensão, como 36
em armação, capacidade de carga e lotação, segundo as descrições de investigadores sapientes, como sejam: “AS FALUAS - Estas embarcações armavam, geralmente, duas velas latinas segundo Leitão (2002)… uma evolução ao longo do tempo nas suas velas, passou a predominar as Faluas de um só mastro... era utilizada no transporte da passageiros e de mercadorias, oferecendo um serviço de transporte relativamente regular, de passageiros, numa rota certa, em oposição ao transporte de carga geral, sem horário pré-estabelecido…Tinham, por isso, de ser de bom porte e rápidas, visto que cobriam nesta ocupação distâncias
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que podiam atingir 50 km” (Leitão, 2002:110). Entre outras especificidades, destaca Leitão as linhas de água destas embarcações “são muito mas delgadas que as dos botes, e que são prolongadas à proa e à ré para produzir entradas finas que alargam para cima, e saídas compridas terminando num painel de popa pequeno e estreito”. Outra característica das Faluas prendese com a capacidade do convés: “O convés da vante ocupa um pouco mais que uma metade do barco e tem duas escotilhas, uma no bico da proa, no lado de estibordo, e a outra por ante-a-vante do mastro principal. O convés da ré é muito reduzido, porque o espaço normalmente ocupado pelo leito da popa é
sacrificado para aumentar a casa de carga aberta, também utilizada pelos passageiros” (Leitão, 2002:111). Em termos funcionais, o convés de vante era muito utilizado como alojamento, onde os passageiros se abrigavam do frio, da chuva e do calor durante a viagem. Este convés servia ainda de resguardo para as mercadorias. No seu “Barcos do Tejo”, Carrasco (1997:23) descreve as Faluas como situando-as entre o Bote e a Fragata em termos de dimensão. “A Falua era utilizada no transporte de passageiros e de mercadorias deterioráveis, tais como batatas, uvas, figos, laranjas e legumes frescos até à cidade e voltar com mercearias na viagem de retorno.”
Notícias do Mar
Mas afinal tenho que reconhecer que à medida que os tempos vão mudando, mudam-se as vontades, e a Canoa Esperança foi promovida a Falua porque a Marinha do Tejo no seu trabalho meritório tem vindo a conseguir que, num país como o nosso em que tudo o que seja a favor do cidadão e da cultura é sempre muito questionado ou adiado, desta vez foi diferente, e ainda bem. Diário da República, 2.ª série — N.º 37 — 23 de Fevereiro de 2009 MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL Gabinete do Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar Despacho n.º 6010/2009 O significado histórico -cultural da Marinha do Tejo, reflexo da nossa identidade nacional e do que há de mais genuíno nas nossas populações. Artigo 1.º Marinha do Tejo 1 — A Marinha do Tejo, associação privada, de natureza cultural, filantrópica e sem fins lucrativos agrega um vasto património de notável interesse histórico -cultural, constituído pelas embarcações típicas do Tejo (Fragatas, Varinos, Botes Fragata, Faluas, Canoas e Catraios) que, em cada momento, estiverem inscritas no Livro de Registos da Marinha do Tejo. 2 — Tal conjunto de embarcações, por obedecer a critérios de conformação estabelecidos neste Regulamento e por se encontrar em normais condições de navegação, cumprindo programas de actividades sócio-culturais promovidos pela própria Marinha do Tejo, ou a organizações a ela directamente associadas, foi reconhecido pelas competentes entidades como um “pólo vivo” do Museu da Marinha, pelo que o aludido Livro de Registos ficará permanentemente exposto neste Museu. ANEXO Regulamento de Conformação das Embarcações Típicas do Tejo Artigo 4.º Dimensões 1 — Os limites do comprimento fora -a -fora, da arqueação bruta, e da área vélica para cada tipo de embarcação típica, têm de se conformar com os valores constantes da Tabela em Anexo. 2 — A relação entre a boca e o comprimento fora-a-fora de todas as embarcações deverá respeitar o valor aproximado de 1/3, admitindo–se um desvio máximo de 10 %. Nesta minha crónica só tenho a acrescentar o meu aplauso a mais esta vitória obtida pela Marinha do Tejo.
Tabela de Dimensões Embarcação
Comprimento(m)
Arqueação (ton)
Àrea Vélica (m2)
Catraio
Até 6,5
Até 1,5
Até 25
Canoa
De 6,5 a 9
De 1,5 a 3,5
De 40 a 45
Falua
De 9 a 15
De 3,5 a 6,0
De 50 a 55
Bote Fragata
De 15 a 20
De 6,0 a 15,0
De 60 a 70
Fragata
De 20 a 40
De 15,0 a 50,0
De 70 a 90
Varinos (*)
De 12 a 40
De 9,0 a 40,0
De 50 a 70
(*) Embarcações de fundo chato. 2014 Setembro 333
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Fomos Conhecer A Vereda do Sado
Depois de uma temporada de douradas muito fraca fruto do mau tempo, os pescadores tiveram oportunidade, desde o passado mês de abril, de “fazer o gosto ao dedo”, naquela que é já chamada de “Vereda do Sado”. A pesca mais produtiva é a que é feita com lingueirão e isso tem uma explicação, como Fernando Hilário nos explicou.
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Pesca Desportiva
Texto e Fotografia: Carlos Abreu/Mundo da Pesca Colabora: Fernando Hilário
N
Fazer uma maré a estes peixes vale bem a pena
ão há fome que não dê em fartura. Foi o que aconteceu com a pesca das douradas em Setúbal, mais concretamente aquela que é feita na Vereda. Tempo de “vacas magras”, fruto das maresias que fustigaram a costa e
não deixaram os barcos sair para aproveitar os meses de novembro, dezembro e janeiro, os melhores para procurar as douradas nessas pedras. Mas com o avançar da primavera tudo mudou e as douradas “acusaram-se” em força dentro do rio Sado, não em tão grande número
Com o avançar da primavera as douradas “acusaram-se” em força dentro do rio Sado
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Pesca Desportiva
Este “paraíso” fica à vista de todos, em frente à zona industrial da Mitrena
Lingueirão:
do local ou compra?
E
ste é sem dúvida um tema interessante e Hilário diz que nada tem de importante, ou seja, o peixe não é esquisito. Lógico que quem tiver tempo e quiser passear na lama pode pegar num pouco de sal e ir apanhar uns lingueirões. Não só é bastante fácil como se poupam uns trocos pois o quilo de lingueirão ronda os 8/9 euros.
Os de compra são igualmente bons, importante é que sejam frescos… ou mais ou menos e iscados com casca. A propósito disso Hilário referiu-nos uma boa pesca que fez este ano com as marés mortas e lingueirão mais para lá do que para cá, como se costuma dizer; quem disse que não se apanhavam douradas?
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Ferrar uma dourada de quilo com apenas um par de metros de água é uma verdadeira loucura
Pesca Desportiva
como na Vereda, mas com um lote bem interessante de peixe que varia entre os 500 gramas e os 3 quilogramas. Outra grande vantagem é o facto de a viagem ser bem curta para as embarcações, uma vez que este “paraíso” fica à vista de todos, em frente à zona industrial da Mitrena.
experimentei muita coisa, caranguejo vivo, da muda, aos beliscos, amêijoa e nada…apenas os alcorrazes ou alguma sargueta. O que o peixe de qualidade quer é exatamente aquilo que o traz a este local…o lingueirão”, referiu Fernando Hilário. Este é sem dúvida o isco que os peixes
querem e por isso mesmo aquele que lhes temos de dar. Importante é apresentá-lo da forma que os peixes querem e “sem dúvida que é com casca” como Hilário referiu. Este pescador sabe que isto tem várias razões de ser e enumera as mais óbvias: “Na natureza a dourada raramente come lin-
gueirão sem casca, isso é algo que alguns pescadores teimam em aceitar por pensarem que é comida fácil para o peixe; as douradas e os sargos têm bocas poderosas e uma douradinha pequena parte muito facilmente, com apenas uma dentada, um lingueirão… Além disso evita-se que al-
O cabeço O local em questão é uma zona baixa, um cabeço situado a meio do rio, zona que nas marés grandes fica a seco e que por isso ganha sempre muita vida. Para além disso, é bem rica em lingueirão, bastante procurado no mesmo cabeço por quem apanha este isco e que por isso mesmo, deixa mais alimento disponível para as douradas e outras espécies, uma vez que o fundo é remexido. O fundo deste cabeço é em vasa e casca de ostra, com alguns afloramentos de antigas explorações (viveiros) de mexilhão, terreno ideal para procurar estes peixes. A profundidade do local à maré cheia também não é muita, rondando os 4 a 5 metros, nas marés grandes, marés nas quais se têm conseguido melhores resultados, mas há dias em que também se apanha peixe nas marés mortas. Os condimentos estão reunidos e não é raro ver 12 embarcações no local num dia mau, agora imaginem quando está a dar peixe. Pesca exclusiva Já diz o ditado “há terra onde fores ter faz como vires fazer” e é bem verdade no caso da pesca neste local. O peixe procurado é a dourada e o único isco que funciona é o lingueirão. “Já 2014 Setembro 333
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Pesca Desportiva
corrazes estejam sempre a atacar a iscada o que impede de selecionar o peixe, já basta quando uma dourada parte a iscada e o miolo do lingueirão fica a vista”. Iscada em tandem Se o lingueirão é iscado com casca resta apenas optar pela forma certa de o iscar e para isso nada melhor
O material
Antes de colocar os anzóis tem de se dar um golpe na película de abertura da casca
Montagem em tandem com 2 anzóis
Posição correta de iscar o lingueirão
do que uma montagem em tandem com 2 ou 3 anzóis. Abordámos este tópico com Fernando Hilário e a resposta foi perentória “É uma escolha muito pessoal; pessoalmente uso 3 anzóis fixos mas há quem use 1 fixo e 1 ou 2 a correr, de forma a regular a sua colocação em função do tamanho do lingueirão. Pessoalmente faço
A dourada é um peixe de hábitos, com horas marcadas, e é importante o pescador ter paciência 42
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esta montagem em tandem tendo em conta o tamanho médio do lingueirão e empato os anzóis fixos pois acho que me oferecem ferragens mais seguras, especialmente quando se tem de ir ao toque como é o caso destas pescas em que dificilmente o peixe se ferra sozinho, a menos que esteja bruto”. Na última edição mostrá-
mos como se isca, se bem que com uma incorreção na parte escrita, onde referimos que o primeiro anzol, o da extremidade, ficava no lado contrário da “picha” do lingueirão, quando é precisamente ao contrário; este anzol fica virado para o lado desse apêndice, seguindo os outros dois na direção contrária. De referir que
Deve-se atar bem a iscada de lingueirão
Pesca Desportiva
antes de colocar os anzóis tem de se dar um golpe na película de abertura da casca, não a que une as duas cascas mas sim a outra, só depois é que se colocam os anzóis e se ata bem, sobretudo nas extremidades. Porquê atar bem? Há vários motivos para que tenhamos de atar bem a iscada de lingueirão. Em primeiro lugar porque, tratando-se de lingueirão vivo, pode ter tendência a abrir e a iscada fica estragada, com os anzóis fora de posição. A segunda é que permite lançar com mais força, algo importante e que tem de se fazer neste local baixo, em que as douradas não se aproximam do barco por desconfiarem da sombra do casco. A terceira é a de evitar que a própria casca vá danificando a linha: se o
Trabalhar bem o peixe e meter o chalavar
lingueirão for mal atado na extremidade que vai para a linha do carreto, vai fazer com que a linha que passa
dentro do lingueirão ande mais à larga entre as duas cascas que assim a vão desgastar. É por isso que
por vezes as linhas partem e ninguém dá conta disso… A quarta razão é para que fique sempre um peda-
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Pesca Desportiva
Na Vereda o peixe varia entre os 500 gramas e os 3 Kg
ço de lingueirão junto aos anzóis mesmo depois de a casca ter sido parcialmente destruída; isso dá mais uma hipótese à dourada para investir, se bem que a
isca também fique à mercê dos alcorrazes…há que arriscar. Montagem básica A montagem para esta pes-
ca é provavelmente a mais usada para pescar às douradas, seja de terra ou de barco, e consiste em usar uma chumbada de correr, seguida de um batente
O chalavar é um equipamento indispensável 44
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(missanga de borracha), um destorcedor e o estralho, no caso com uma braça, com os 3 anzóis fixos na sua extremidade. No caso de Hilário, usa chumbadas entre 50 e 90 gramas em função da corrente e não dispensa um bom 0,50mm no estralho, no qual empata uns bons anzóis Gamakatsu 3310, entre o número 1 e o 2/0, preparando várias montagens para fazer face ao humor dos peixes e ao tamanho do lingueirão. As canas de Hilário têm ponteiras mais rijas que as que usa na competição de barco uma vez que se tem na maior parte das vezes de ir ao toque e isso requer uma ponteira mais rija e rápida para reagir a tempo. No entanto têm flexibilidade suficiente para compensar alguma marreta que se levante e, com o abanar do barco, a pesca está cons-
Pesca Desportiva
tantemente a esticar; uma ponteira ligeiramente mais flexível evita-o, ainda que em pequena medida. Em casos mais extremos o ideal é aumentar o peso da chumbada para manter a pescar arreada, a pescar, senão as douradas dificilmente lhe tocam ou dificilmente as sentimos…é só lingueirão desfeito ou 3 anzóis despidos. Ação de pesca Esta é sem dúvida alguma uma pesca de espera, de muita paciência e em que os conhecimentos por parte do pescador acerca do peixe que quer pescar vêm ao de cima. A dourada é um peixe de hábitos, com horas marcadas, e é importante para o pescador saber disso. No local em questão isso também acontece e há vários
períodos mais produtivos, a saber a reponta da vazante para a enchente, a terceira hora de enchente e a última hora, até à reponta para a vazante. Não quer dizer que não se apanhe peixe noutras alturas mas é nessas ocasiões que a atenção é redobrada para tentar deslindar os impercetíveis toques das douradas e pegar na cana para perceber quando ferrar, até lá é cana encostada e, de preferência bem presa. Já não é primeira que vai parar dentro de água. Tentar perceber os toques é importante, não apenas para saber quando se tem de ferrar. Após uma primeira investida do peixe, podem ou não seguir-se mais; caso haja devemos estar atentos e ferrar quando o peixe “carrega” ou se tem o “feeling” de que tem o isco na boca. Se não houver
Os sargos-legítimos são clientes assíduos do lingueirão com casca
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Pesca Desportiva
A dourada é uma pesca desafiante em todos os aspetos
mais toques é sinal de que a iscada foi limpa e há que iscar novamente. Nas alturas
mortas fica tudo muito parado mas quando elas entram não há parança no barco…
um corrupio, a iscar, canas a bater, a trabalhar o peixe, meter chalavar, enfim…
Emoções... Ferrar uma dourada de quilo com apenas um par de metros de água é uma verdadeira loucura! Não bastasse a força que estes peixes têm, há a acrescentar que com menos água a sua potência como que duplica, mais ainda quando veem a sombra do casco. Além disso, a corrente torna ainda o desafio maior. Uma pesca desafiante em todos os aspetos a começar na perceção dos toques das douradas e a terminar numa luta que nos põe o coração a mil à hora, sobretudo quando se ferram aquelas “burras” com a medida dos fornos mais generosos. Fazer uma maré a estes peixes vale bem a pena e prevê-se que dure até outubro, para gáudio dos amantes desta pesca.
Não São Só Douradas N em só de douradas vive esta pesca do lingueirão com casca, a provar o que se referiu relativamente ao facto de outros peixes aceitarem bem este isco tal “como veio ao Mundo”. Os sargoslegítimos são clientes assíduos mas também a saima
Alcorraz
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e o pargo-sêmea são capturas frequentes destas jornadas…até peixe-porco já se apanhou, assim como bailas e robalos que se atiram ao lingueirão esfarrapado, que por deixar o miolo branco a descoberto desperta o seu ataque.
Sargo
Sêmea
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Náutica
Notícias Touron
Novo Quicksilver Activ 805 Cruiser Aposta na Performance A Quicksilver anuncia o lançamento da nova Activ 805 Cruiser, a mais recente incorporação na gama de embarcações de cruzeiro diurno. Este novo modelo pode acomodar até 8 pessoas a bordo e vem equipado com acessório de nível superior e acabamentos de topo.
Quicksilver Activ 805 Cruiser
O
Activ 805 Cruiser é a opção de todos os que procuram estilo, algo exclusivo, navegação cómoda e possibilidade de poder desfrutar de desportos aquáticos. Comodidade refinada, performance e segurança Refinamento, potência, segurança e comodidade são 48
os valores principais que aporta este novo e elegante modelo que vem completar a gama Cruiser. Os assentos do piloto e dos restantes ocupantes oferecem um conjunto de luxo numa embarcação de elevada performance, grande segurança na navegação e excelente para a prática de desportos aquáticos. Caracteriza-se por: - Uma espaçosa cabina, com cama dupla na proa
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e duas camas individuais, suficiente para acomodar 4 pessoas com toda a elegância e estilo, completando o conforto com uma cozinha com sistema de água doce e fogão, bem como wc privado. - Segurança a bordo: plataforma dupla de banho e sólida escada que garante um fácil acesso desde a água, enquanto o acesso à proa foi desenhado para oferecer uma circulação
segura. Toda esta zona dispõe de varandis em aço inoxidável. Motorização Mercury Motorização Mercury, com instalações duplas ou simples, para um máximo de potência de 350 CV, o que proporciona uma excelente aceleração e elevada velocidade de ponta que, em conjunto com a tecnologia Verado da Mercury, ofere-
Náutica
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ce uma maior segurança e uma navegação mais precisa. Design e versatilidade Com linhas elegantes e fluidas, as proporções perfeitas do Activ 805 Cruiser geram uma presença poderosa na água, enquanto a sua versatilidade oferece múltiplas configurações para passar a noite a bordo, desfrutando da família e dos amigos. Destaca-se: - Uma embarcação de cruzeiro para 8 pessoa converte-se, num abrir e fechar de olhos, num óptimo alojamento nocturno para 4 pessoas. - Um convés que dispõe de áreas distintas, onde se incluem zona com assentos, espaço de refeições e ampla área que permite a prática de desportos aquáticos. - Os acessórios exteriores e os elementos do design inteligente são complementados com elegantes acabamentos, interiores de sonho com tapeçaria de luxo, armários e acabamentos em madeira. O novo Quicksilver Activ 805 Cruiser é uma embarcação que se distingue pelo estilo e pelas múltiplas configurações e opções que oferece para desfrutar com a família e com os amigos. Por outro lado que a sua excelente navegação no mar permite a sua utilização durante todo o ano. Para Fedra Generini, Directora de Marketing da Quicksilver “o Activ 805 Cruiser foi desenvolvido para se desfrutar da náutica e passar momentos felizes e divertidos com a família e com os amigos, num ambiente único
Convívio confortável no convés
de luxo proporcionado pela qualidade dos acabamentos e pela atenção ao detalhe dada pelo design”. Equipamento de Série - Volante regulável - Sistema de bateria dupla (cablagem) - Mesa de convés - Limpa para-brisas de bombordo e de estibordo - Sistema de água doce. Lavabo no interior e exterior com sistema de água fria. - Geleira de 12v (não disponível com o pack cabina confort) - Duche de popa Equipamento Opcional - Lona de fundeio - Piso em teca real - Sistema de água residual - Tomada de corrente - Molinete de proa eléctrico - Sistema Vessel View - Cor de casco cinzento escuro - Almofadas de proa - Extensão da plataforma
de banho - Toldo e cobertura completa (luzes LED incluídas) - Bimini-top - Mastro de esqui PACK DECK CONFORT Geleira (30l a 48l) Cozinha a gás Solário no convés PACK CABINA CONFORT Pack almofada (almofadas + edredón + cobertura do colchão) WC marinho Cortinas
PACK NAVEGAÇÃO Hélice de proa Flaps PACK ELECTRÓNICO Plotter 9” Radio com Bluetooth (6 altifalante com selecção de altifalantes) PACK SMART PACK DECK CONFORT PACK CABINA CONFORT PACK ELECTRÓNICO
Especificações Comprimento total
7,88 m
Boca máxima
2,55 m
Peso
401 Kg
Depósito de combustível
280 L
Lotação máxima
8
Categoria CE
C
Potência máxima
350 HP
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Náutica
Notícias Touron
Novo Quicksilver Activ 455 Open Começa a Aventura A Quicksilver confirma o lançamento da nova Activ 455 Open, a mais recente incorporação na gama Open com consola central. Com equipamento completo e design inteligente, cumprindo todos os requisitos de segurança e qualidade que caracterizam a Quicksilver.
Quicksilver Activ 455 Open
O
ração, casco insubmergível e convés profundo, o Quicksilver Activ 455 Open foi desenhado para navegar pela costa com toda a segurança e comodidade. Nas suas características, destacam-se a seguintes: - Poço profundo e piso Segurança anti-deslizante que, em acima de tudo Com características de conjunto com os varanestrategicamente segurança de última ge- dis novo Activ 455 Open é um modelo compacto, excelente para iniciação à náutica, com um preço muito competitivo.
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colocados, garantem segurança a crianças e adultos, sentados ou circulando, mesmo com a embarcação em movimento. - Plataforma de banho dupla e acesso bem definido à zona da pro, com varandis elevados que garantem segurança e fácil circulação para entrar e sair.
- Para-brisas alto e envolvente e painel de instrumentos, numa consola maior que o normal, para assegurar a máxima protecção no convés e garantir uma navegação mais fácil, sobretudo através de instrumentação com melhor visibilidade e simplicidade de utilização.
Náutica
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Versatilidade O Activ 455 Open é a embarcação perfeita para iniciação à náutica e navegação pela costa, em lagos e rios, com amigos e família, mas também para desfrutar de desportos aquáticos e da pesca. Apesar do seu tamanho compacto, este barco disponibiliza muitas das características existentes em embarcações de maior comprimento e preço mais elevado. Tais como: - Plataforma de banho espaçosa, soluções inteligentes de arrumação e de segurança, disposição cómodo dos assentos, tanto na proa como no poço, e lotação máxima de 5 pessoas. - Elevada capacidade de resposta e rendimento assegurados por motorizações que colocam esta embarcação nas que apresentam melhores resultados no seu segmento. - Pouca necessidade de manutenção, graças à excelente qualidade dos materiais usados na sua produção, e fácil acesso às zonas de serviço. O novo Quicksilver Activ 455 Open é uma embarcação multifuncional (passeio, pesca e desportos aquáticos) que oferece uma navegação suave, calma e divertida, quaisquer que sejam as condições meteorológicas. Para Benoit Vreley, Director de Vendas da Qui-
Posto de comando
cksilever para a Europa, “com o lançamento do novo Quicksilver Activ 455 Open completa-se a gama com um modelo compacto que oferece exactamente aquilo que os clientes necessitam, sobretudo os que se estão a iniciar na náutica. Com um preço ultra competitivo e com a reconhecida qualidade da Quicksilver, este novo modelo está ao alcance de todas as bolsas.” Equipamento de série Casco e piso Escada de banho Luzes de navegação Piso anti-deslizante laminado Convés Poço da âncora Posto de comando Tacómetro e velocímetro analógico Cabo de direcção NFB Depósito de combustível
portátil Apoio de pés integrado na consola Tomada de 12V Cabina Extintores Almofadas de popa Cobertura para a consola Outro equipamento Bomba de esgoto auto-
mática Equipamento Opcional Casco e piso Casco colorido Almofadas de proa e solário Lona de fundeio Bimini-top Equipamento de radio GPS
Especificações Comprimento Total
4,54 m
Boca Total
1,85 m
Peso
401 Kg
Capacidade Combustível
25 L
Lotação Máximo
5
Categoria CE
C
Potência Máxima
60 HP
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Notícias do Mar
Notícias Motolusa
A Hyundai SeasAll Lança o Mais Pontente Motor de Alta Rotação da sua Gama S A Hyundai SeasAll anunciou o lançamento do novo S270, um V6 de 270 cv com 57,6 kg·m de binário (torque), tornando-se na oferta de maior potência da série de produtos de alta rotação da empresa.
D
e acordo com SK Jeong, presidente da Hyundai SeasAll e CEO, o motor foi desenvolvido a partir da 2 ª geração de motores de 3 litros que se encontra instalado em vários utilitários (SUVs) e automóveis desportivos topo de gama da Hyundai. O mapa de injeção da unidade de controlo do motor (ECU) é novo e foi concebido para proporcionar uma curva de binário plana, otimizando a aceleração assim como a potência em alta rotação.
Tal como o motor S250, o S270 tem um bloco em ferro grafite compactado (CGI), conferindolhe uma rigidez e
longevidade superiores, com uma cabeça com 24 válvulas e injeção direta “common rail” (CRDi). “Estamos muito satisfeitos em introduzir o S270 à nossa linha de produtos. Aumenta a oferta de moto-
res que os nossos distribuidores e revendedores podem oferecer e a nossa dedicação ao mercado Diesel marítimo mundial”, disse Jeong. O motor é compatível com a nova aplicação para smartphone “SeasLink” da Hyundai SeasAll e cumprirá facilmente o mais recente regulamento EPA Nível 3 de emissões de poluentes. A estreia europeia do novo S270 será no Oppna Varv da Suécia, na ilha de Orust, onde o distribuidor da Hyundai SeasAll, Diesel Power Sweden, o apresentará. Os novos motores sairão da fábrica em agosto e serão exibidos em várias feiras náuticas do hemisfério norte. O motor estará igualmente presente na METS em novembro. A Hyundai SeasAll produz motores Diesel entre 125 cv e 500 cv em 23 configurações básicas e é uma empresa do grupo Hyundai - Kia Motors. Para mais informações contacte: motores@motolusa.pt
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Mergulho
I Campeonato Europeu de Fotografia Subaquática CMAS
Portugal Conquista Dois Segundos Lugares nos Açores O primeiro Campeonato Europeu de Fotografia Subaquática CMAS decorreu de 3 a 8 de Setembro de 2014, na ilha Graciosa, nos Açores e Portugal conquistou dois segundos lugares pelos atletas Rui Bernardo – fotógrafo / Sónia Bernardo – modelo e Filomena Sá Pinto – fotógrafa / Ana Gomes – modelo.
O
palco escolhido para esta competição internacional foi o mar dos Açores, com uma flora e fauna típicas do Atlântico, com espécies um pouco maiores e mais numerosas do que o habitual. A ilha da Graciosa acolheu atletas e respectivas comitivas com a sua beleza natural repleta
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de campos verdes, rocha vulcânica, muita história, excelente hospitalidade e peculiar gastronomia. Esta competição reuniu os melhores atletas europeus da actualidade, 15 fotógrafos e 15 modelos, em representação de 9 países: Alemanha, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Itália, Turquia e Portugal, o país
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organizador. Os 30 atletas realizaram este Europeu em duras condições de mar, com visibilidades de cerca de 25 metros e a temperatura da água a rondar os 23º ou 24º. Os cinco elementos do júri deliberaram sobre as 10 melhores fotografias de cada uma das categorias: peixes, grande angular, grande angular
com mergulhador, macro, macro com tema (filo cnidária), a classificação é atribuída por categorias e a classificação geral pela soma das 5 categorias. Rui Bernardo / Sónia Bernardo conquistaram o segundo lugar na cate-
Mergulho
Filomena Sá Pinto - Ana Gomes no pódio do 2º Lugar Grande Angular
goria de macro com tema (filo cnidária) e Filomena Sá Pinto / Ana Gomes na categoria de grande angular. A Conféderation Mondiale des Activités Subaquatiques (CMAS) delegou na Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas (FPAS) a organização deste Campeonato Europeu que contou também, entre outras entidades locais, com a colaboração da AGRAPROME, importante parceiro na realização deste evento, que procurou proporcionar as condições técnicas e logísticas necessárias para uma competição deste tipo, desde embarcações com experientes skippers, a centros de mergulho que dispõem de equipamentos de emergência e recursos humanos qualificados. A ilha da Graciosa deu provas da sua peculiar beleza e simpatia no aco-
lhimento, pelas condições proporcionadas e provas da sua experiencia acumulada na realização de dois campeonatos nacionais, um campeonato regional e três open interna-
cionais. Este evento desportivo internacional teve por principal objectivo aliar a prática desportiva ao desenvolvimento da economia e do turismo nacional,
tendo em conta o número de instituições envolvidas directa ou indirectamente na organização, de participantes de diferentes nacionalidades e do público assistente.
Rui Bernardo - Sónia Bernardo no pódio, 2º Lugar Macro com Tema 2014 Setembro 333
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Surf
SATA Azores Pro 14 Presented by Sumol
Jesse Mendes Vence nos Açores O surfista brasileiro Jesse Mendes, de 21 anos, venceu o SATA Azores Pro 14 presented by Sumol, que se realizou entre os dias 2 e 7 de Setembro, na praia de Santa Bárbara, Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, mantendo o domínio canarinho na lista dos vencedores deste evento.
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a sexta edição desta prova, Jesse manteve a concentração que tinha mostrado até aqui, batendo Joan Duru na final, com uma pontuação de 15.83 pontos em 20 possíveis, contra os 12.44 do francês. “Não estou ainda em mim,” afirmou o autor das melhores pontuações no quinto e último dia de pro-
Jesse Mendes do Brasil venceu nos Açores
va à saída da final. “Esta é a maior vitória da minha carreira, o que me permite voltar a sonhar com a qualificação para a elite mundial! O campeonato foi incrível, com ondas excelentes… consegui manter a minha estratégia até ao fim e tudo acabou por dar certo! Já tinha vencido uma prova de três estrelas este ano, no Chile, em Agosto, mas esta é de lon-
O francês Joan Duru 58
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ge a mais importante, não só pelos pontos em causa, como pelo prestígio. Que venham as próximas!,” concluiu o agora também líder do Portuguese Waves Series – Cascais Trophy, um troféu especial que irá premiar o melhor surfista nas três etapas masculinas realizadas em Portugal este ano. Para Joan Duru, este foi também o melhor resulta-
do da sua carreira. Embora tivesse dado muita luta na final, o último europeu em prova acabou por ter de contentar-se com o segundo lugar e uma subida drástica no ranking mundial, bem como a actual liderança do ranking europeu, agora com uma margem mínima sobre o incrível italiano Leonardo Fioravanti, de apenas 16 anos. “É claro que gostaria de ter ganho, mas este segundo lugar é muito importante para mim. Apesar de me sentir bem desde o início do ano, os resultados ainda não tinham surgido. Acho que aqui nos Açores acabei por descontrair bastante, graças ao ambiente e hospitalidade… é quase como se estivesse em casa! Agora acho que posso voltar a pensar numa eventual qualificação para o WCT, mas quero manter-me descontraído, pois é esta a fórmula vencedora,” comentou o francês, ex-campeão europeu júnior e sénior, que em 2010 foi primeiro suplente no circuito da elite mundial. Nas meias-finais, em ter-
Jesse Mendes em triunfo
Surf
Com apenas 16 anos, o Italiano Leonardo Fioravanti só perdeu com Jesse Mendes nos quartos de final
ceiro lugar ex-aequo, ficaram o neo-zelandês Ricardo Christie e o australiano Yadin Nicol, batidos por Mendes e Duru, respectivamente, em duas baterias renhidas. Apesar de não terem conseguido avançar para a final, os dois surfistas da Oceânia também melhoraram substancialmente as suas posições no ranking mundial, graças
aos pontos conquistados. Destaque ainda, no final da prova, para o português Vasco Ribeiro, líder do circuito europeu júnior e nacional open que terminou em nono lugar, conseguindo uma onda e duas pontuações totais entre a prestigiante lista das dez melhores em cada categoria. Para Rodrigo Herédia,
Yadin Nicol da Austrália foi semi-finalista
director de prova do SATA Azores Pro 14 presented by Sumol, “esta foi a melhor edição de todas, com ondas de gala nos dois primeiros dias e prestações brilhantes por parte dos atletas. O evento está a crescer, sendo também prova disso a óptima transmissão que tivemos na Sport TV, em directo do
primeiro ao último heat! Obrigado a todos e voltaremos para o ano, tentando sempre fazer melhor,” afirmou. O SATA Azores Pro 14 presented by Sumol foi transmitido em directo, através do site oficial da ASP, bem como na SPORT.TV3, com comentários dedicados e especializados.
Vasco Ribeiro terminou em 9º e foi o melhor português
Praia Santa Bárbara
Sempre com muito público
Jesse Mendes no pódio 2014 Setembro 333
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Surf
Viana Surf City Festival
Kids Surfing Viana Regista Êxito Estrondoso O Kids Surfing Viana, o segundo grande evento do Viana Surf City Festival, com assinatura do Surf Clube de Viana, levou 47 atletas federados, nas categorias de Surf Sub 8, 10, 12 e 14 e em Bodyboard Sub 14, à praia do Cabedelo, no passado dia 12 de agosto.
A
Estrutura do Kids Surfing Viana na Praia da Arda
s ondas estiveram perfeitas de 0,5m a 1m e a vontade de competir foi muita entre os participantes, a maior parte estreante em campeonatos da modalidade. O êxito desta competição, que contou com o apoio logístico do CAR Surf, foi estrondoso. “Este campeonato assume extrema importância, pois permi-
te alargar a base competitiva do surf vianense e assegura, a curto prazo, o surgimento de novos talentos. É aqui que queremos estar no apoio aos jovens surfistas, tornando-os melhores cidadãos, desportistas e futuros campeões. Agradecemos também o apoio do Jorge Pereira (X-Life) pela excelente mobilização de atletas e de público”, salienta a Direção do
Finalistas Sub 14 Feminino 60
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SCV. O Kids Surfing Viana coincidiu com o Dia Internacional da Juventude, cujas comemorações regionais, a cargo da Federação das Associações Juvenis do Distrito de Viana do Castelo e do Instituto Português do Desporto e da Juventude, tiveram lugar no Jardim da Marina, em Viana do Castelo, no dia 12 de agosto. O evento incluiu concertos,
DJ sets, mostra associativa, atividades artísticas, desportivas náuticas, radicais, solidárias e workshops cultura urbana. Para o Dr. Manuel Barros, Diretor Regional do Norte do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), o Dia Internacional da Juventude correu bastante bem, tanto ao nível nacional, onde também a participação dos vianenses foi bastante significativa, como em termos regionais, tendo o Surf Clube de Viana dado um excelente contributo. “O SCV tem sabido fazer com que o surf chegue a um grande e cada vez maior número de pessoas, de todas as gerações, bem como de todas as classes sociais. Tem desenvolvido um trabalho excelente junto das escolas também no âmbito do projeto da náutica da Câmara Municipal de Viana do Castelo, bem como devido à sua própria capacidade de gestão do CAR Surf. Tem dado um grande contributo ao desenvolvimento do surf em Portugal e, especificamente, na Região Norte, onde, com o tempo, ainda deverá assumir maior importância”. Assim, e em ano de comemorações dos 25 anos do clube, o Dr. Manuel Barros aproveita para dar os parabéns a toda a atual equipa diretiva do SCV, com particular destaque para o trabalho desenvolvido por João Zamith. Em termos regionais, também
Os Sub 12
Surf
Finalistas Femininas Sub 12 considera que a programação definida pela Federação das Associações Juvenis do Distrito de Viana do Castelo foi excelente bem como o fecho desta mesma programação, que teve lugar no CAR Surf. E explica que “mais importante que celebrar uma data, o Dia Internacional da Juventude pretende lançar soluções para a construção, em simultâneo, do presente e do futuro dos jovens”. Decorreu, entretanto, o mítico Luso Galaico, campeonato de Surf, Bodyboard e Longboard, na praia da Arda, cujo programa sofreu algumas alterações com o intuito de não coincidir com os Campeonatos Nacionais de Longboard e Bodyboard. É de assinalar a forte participação de atletas galegos que se des-
João Zamith, Vitor Lemos e Jorge Pereira
locaram a Viana do Castelo para competir contra os portugueses. As condições do mar foram favoráveis à disputa das diferentes modalidades em prova. O Viana Surf City Festival é organizado pelo Surf Clube de Viana, com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, do Instituto Português do Desporto e da Juventude, da Federação Portuguesa de Surf e da Federación Galega de Surf, Quiksilver, Roxy, Tribo do Sol, Mel Quinta da Inácia, Viana Segura, Delta Cafés, X-life e Axis Wellness. Estes eventos são parte integrante da promoção do “Centro de Mar”, financiado pelo QREN, do Programa Operacional Regional do Norte 2007/2013 (ON.2 – O Novo Norte).
Finalistas sub18
Finalistas de Sub 12
Finalistas Sub 18 Femininas
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Notícias do Mar
Últimas Sumol Surfamily 2014
António Howorth Vence Prova Nacional de Bodysurf
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isputada em dois dias, foi sob chuva intensa que começou o primeiro dia do Sumol Surfamily 2014, em São João de Caparica no qual António Howorth vence primeira prova nacional de Bodysurf e a família Matta é a vencedora do campeonato de surf disputado no segundo dia. Apesar do mau tempo, os 32 atletas inscritos no Primeiro Campeonato Nacional de Bodysurf compareceram logo a partir das 9h da manhã, para aferir as condições de mar. Pelas 10h, a primeira aula de surf encheu-se com as diversas famílias que compareceram para experimentarem, pela primeira vez, a sensação de deslizar nas ondas. O Campeonato de Bodysurf Ahua começou pelas 11h30m, com os atletas a marcarem um dia histórico no panorama do surf nacional – a realização da primeira prova oficial de bodysurf. António Howorth sagrouse vencedor, deixando Diogo Amaral em segundo lugar, António Pedro em terceiro e Rui Brazão em quarto.
Com dezasseis duplas inscritas para o campeonato Sumol Surfamily de famílias e ondas de meio metro, o campeonato decorreu ao longo de todo o segundo dia, sendo ganho pela família Matta, com o pai Nuno e o seu filho Gonçalo, que se encontraram na final com António Pedro e o seu filho, Filipe Sá Leal. O dia foi ainda marcado pelo workshop de handplanes promovido pela AHUA, que revelou os segredos da construção de um handplane em Paulonia. No fim do dia, após diversas actividades, a Surfrider Foundation levou a cabo uma limpeza de praia simbólica que estão cheias de pauzinhos de cotonetes de plástico deitados nas sanitas que, pela sua forma e constituição, passam incólumes pelas diversas fases das estações de tratamento e acabam no mar, que os devolve às praias. O projecto Surf for Food fechou o evento com chave de ouro, graças à doação de alimentos trazidos por todos os participantes à Cozinha Comunitária das Terras da Costa, um projecto inovador e integrador, que procura ajudar todos aqueles que
Nuno Matta
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necessitam. Este evento contou com o apoio de vários parceiros que, tal como a organização, reconhecem os valores da família e do surf em Portugal – Sumol, Ahua, Super, Health Clube Tonik, Surfrider Foundation Lisboa, ASA – Alfarroba Surf Academy, Lorosae, Surf For Food, Brekelin e Câmara Municipal de Almada. Até para o ano! Para António Pedro, organizador do
Sumol Surfamily e finalista nesta prova, “este foi sem dúvida um começo auspicioso para um desporto secular, onde todos nós, de uma forma ou de outra, passámos em pequenos, quando fazíamos carreirinhas nas ondas. Creio também que a forte adesão que tivemos, 32 inscritos, revela o interesse que existe à partida por esta modalidade.”
O vencedor António Howorth
Os finalistas do bodysurf